Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Letícia Maria de Maia Resende @lemariaresende Aula 1 PROVAS Andressa Santana da Silva Pinheiro - anadressassp@gmail.com - CPF: 068.631.955-93 PROVAS Contextualização CPP, arts. 155 a 250 • 2 vídeos: características gerais, finalidade, princípios correlatos, ônus da prova; as provas em espécie; • Durante o inquérito policial, com a predominância do sistema inquisitório, são produzidos elementos de informação em relação à autoria e à materialidade, que diferem das provas (caráter probatório relativo - antecipadas, urgentes). • Ao longo do processo, com o sistema acusatório vigente (princípio do contraditório e da ampla defesa), produzem-se provas. Andressa Santana da Silva Pinheiro - anadressassp@gmail.com - CPF: 068.631.955-93 PROVAS NA RELAÇÃO PROCESSUAL • As partes requerem a prestação jurisdicional a fim de que seus pedidos sejam deferidos; • O magistrado decidirá livremente conforme o que estiver nos autos; • Regra básica: o que se alega deve ser comprovado; • A prova é elemento fundamental na busca da verdade; • É um meio de se demonstrar uma verdade • Verdade real/dos fatos x verdade dos autos: a verdade absoluta é inatingível; teremos acesso apenas à verdade acessível ao conhecimento humano (o que pode ser verdadeiro ou falso não é o fato em si, mas o que se alega sobre ele). Andressa Santana da Silva Pinheiro - anadressassp@gmail.com - CPF: 068.631.955-93 CONCEITO O processo penal é um instrumento de retrospecção, de reconstrução aproximativa de um determinado fato histórico. Como ritual, está destinado a instruir o julgador, a proporcionar o conhecimento do juiz por meio da reconstrução histórica de um fato. Nesse contexto, as provas são os meios através dos quais se fará essa reconstrução do fato passado (crime). [...] É a prova que permite a atividade recognoscitiva do juiz em relação ao fato histórico (story of the case) narrado na peça acusatória. LOPES JÚNIOR, Aury. Direito processual penal. 16. ed. São Paulo : Saraiva Educação, 2019. p.413. Andressa Santana da Silva Pinheiro - anadressassp@gmail.com - CPF: 068.631.955-93 FINALIDADE E DESTINATÁRIOS • As provas têm o objetivo de demonstrar o que foi alegado nos autos, de modo que o magistrado se convença daquele ponto de vista e decida a favor do que foi pedido. • Assim, as provas destinam-se a persuadir o juiz, que sentencia conforme o seu livre convencimento. QUANTO AOS DESTINATÁRIOS → Classificação das provas em: Provas indiretas: têm como destinatários as partes do processo; Provas diretas: têm como destinatários o próprio juiz. Andressa Santana da Silva Pinheiro - anadressassp@gmail.com - CPF: 068.631.955-93 ÔNUS DA PROVA • Disso, temos que quem alega também deve comprovar. → Assim, o ônus será sempre de quem alegar, não cabendo somente à acusação. • Mas atenção ao princípio da presunção de inocência: in dubio pro reo, e não in dubio pro societate. • A defesa deve, se não conseguir inocentar, pelo menos deixar o juiz em dúvida. Regra básica: o que se alega deve ser comprovado Andressa Santana da Silva Pinheiro - anadressassp@gmail.com - CPF: 068.631.955-93 PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS Produção antecipada de provas: • Provas cautelares: seus elementos podem se perder com o tempo (ex.: interceptação telefônica); • Provas antecipadas: prova pré-processual que se submete ao contraditório e à ampla defesa (tem a presença das partes e do juiz); • Provas não repetíveis: não tem como ser repetida ao longo da instrução processual (ex.: Exame de Corpo de Delito). Andressa Santana da Silva Pinheiro - anadressassp@gmail.com - CPF: 068.631.955-93 PRINCÍPIOS CORRELATOS • Autorresponsabilidade: cada uma das partes requer a produção das provas que for de seu interesse; • Comunhão ou aquisição das provas: a prova pertence ao processo em si, mesmo que produzida a pedido de uma das partes; • Oralidade: as provas serão produzidas, preferencialmente, de maneira oral; • Concentração: em regra, as provas são feitas em audiência única (AIJ); • Publicidade: a audiência de produção das provas é pública, salvo se presente motivo de restrição; Andressa Santana da Silva Pinheiro - anadressassp@gmail.com - CPF: 068.631.955-93 • Liberdade probatória: liberdade ampla para a busca da verdade (momento, tema e meios de prova); • Favor rei: privilégios processuais em favor do acusado (ex.: in dubio pro reo; absolvição por falta de provas – CPP, 386, II; proibição da reformatio in pejus; impossibilidade de Revisão Criminal pro societate); • Identidade física do juiz: em regra, o juiz que conduzir a instrução probatória deverá julgar a ação penal; Andressa Santana da Silva Pinheiro - anadressassp@gmail.com - CPF: 068.631.955-93 SISTEMAS DE VALORAÇÃO Há, em regra, três sistemas: • Sistema legal de provas: Também chamado de sistema tarifário ou da certeza moral do legislador. A própria legislação traz a valoração hierarquizada da prova, de forma que acaba estabelecendo uma tarifa probatória ou uma tabela de valor de cada prova. O juiz fica vinculado ao critério do legislador (positivismo). Diante desse contexto, a confissão do acusado era considerada a prova absoluta. Filme O caso dos irmãos Naves (Araguari, Minas Gerais, década de 1930); Não é adotado pelo Brasil atualmente, mas há um resquício desse sistema no CPP: artigo 158. Andressa Santana da Silva Pinheiro - anadressassp@gmail.com - CPF: 068.631.955-93 DE OLHO NO CÓDIGO… Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva: I - violência doméstica e familiar contra mulher; II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. Andressa Santana da Silva Pinheiro - anadressassp@gmail.com - CPF: 068.631.955-93 • Sistema da íntima convicção: Também chamado de certeza moral do juiz ou livre convicção. Nesse sistema o juiz não obedece a critérios (hierárquicos) de valoração da prova, não precisando fundamentar sua decisão. Assim, pode decidir de acordo com sua convicção íntima. Surgiu como maneira de superar o modelo de prova tarifada, mas cria outro “absurdo”: o julgador está completamente livre para valorar a prova, não tendo que motivar suas decisões (muita arbitrariedade). Não é adotado pelo Brasil atualmente, com exceção do Tribunal do Júri (os jurados são gente comum do povo e não têm que fundamentar a decisão); CR/1988, Art. 5º, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; Andressa Santana da Silva Pinheiro - anadressassp@gmail.com - CPF: 068.631.955-93 SISTEMA DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO: É A REGRA DO CPP, ART. 155 Também chamado de sistema da prova fundamentada, persuasão racional ou convencimento racional. É o sistema “equilibrado”: não adota regras abstratas e hierárquicas de valoração das provas, e não aceita decisão sem fundamentação. Assim, está entre os modelos já analisados. Baseia-se no artigo 93, IX da CR/1988. CR/1988, Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; Andressa Santana da Silva Pinheiro - anadressassp@gmail.com - CPF: 068.631.955-93 PROVAS ACEITAS E NÃO ACEITAS • Em regra, são aceitáveis apenas as provaslícitas. CR/1988, Art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; • Assim, provas ilegais não devem aparecer na ação penal. Caso apareçam, serão desentranhadas (retiradas dos autos); • Atenção porque as provas ilegais (gênero) podem ser ilícitas ou ilegítimas; Provas ilícitas: violam regras de direito material ou a própria Constituição (ex.: quebra ilegal de sigilo bancário – viola a intimidade e privacidade, que são direitos fundamentais); Provas ilegítimas: violam regras de direito processual penal (ex.: juntada fora do prazo). Andressa Santana da Silva Pinheiro - anadressassp@gmail.com - CPF: 068.631.955-93 PROVAS DERIVADAS DE MEIOS ILÍCITOS • Em regra, são inadmissíveis - Teoria dos frutos da árvore envenenada. → Exceções: Teoria da fonte independente: não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras. CPP, Art. 157, §1º: São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. Teoria da descoberta inevitável: a prova seria descoberta de qualquer forma. CPP, Art. 157, §2º: Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. Andressa Santana da Silva Pinheiro - anadressassp@gmail.com - CPF: 068.631.955-93 VAMOS DE QUESTÃO! Andressa Santana da Silva Pinheiro - anadressassp@gmail.com - CPF: 068.631.955-93 O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Matheus, imputando-lhe a prática de um crime de estelionato. Na cota da denúncia, o Promotor de Justiça solicitou a realização de exame grafotécnico para comparar as assinaturas constantes da documentação falsa, utilizada como instrumento da prática do estelionato, com as de Matheus. Após ser citado, Matheus procura seu advogado e esclarece, em sigilo, que realmente foi autor do crime de estelionato. • Considerando as informações narradas, sob o ponto de vista técnico, o advogado deverá esclarecer que Matheus Andressa Santana da Silva Pinheiro - anadressassp@gmail.com - CPF: 068.631.955-93 A) deverá realizar o exame grafotécnico, segundo as determinações que lhe forem realizadas, já que prevalece no Processo Penal o Princípio da Verdade Real. B) poderá se recusar a realizar o exame grafotécnico até o momento de seu interrogatório, ocasião em que deverá fornecer padrão para o exame grafotécnico, ainda que com assinaturas diferentes daquelas tradicionalmente utilizadas por ele. C) deverá realizar o exame grafotécnico, tendo em vista que, no recebimento da denúncia, prevalece o princípio do in dubio pro societatis. D) poderá se recusar a realizar o exame grafotécnico durante todo o processo, e essa omissão não pode ser interpretada como confissão dos fatos narrados na denúncia. Andressa Santana da Silva Pinheiro - anadressassp@gmail.com - CPF: 068.631.955-93 A) deverá realizar o exame grafotécnico, segundo as determinações que lhe forem realizadas, já que prevalece no Processo Penal o Princípio da Verdade Real. B) poderá se recusar a realizar o exame grafotécnico até o momento de seu interrogatório, ocasião em que deverá fornecer padrão para o exame grafotécnico, ainda que com assinaturas diferentes daquelas tradicionalmente utilizadas por ele. C) deverá realizar o exame grafotécnico, tendo em vista que, no recebimento da denúncia, prevalece o princípio do in dubio pro societatis. D) poderá se recusar a realizar o exame grafotécnico durante todo o processo, e essa omissão não pode ser interpretada como confissão dos fatos narrados na denúncia. Andressa Santana da Silva Pinheiro - anadressassp@gmail.com - CPF: 068.631.955-93 Andressa Santana da Silva Pinheiro - anadressassp@gmail.com - CPF: 068.631.955-93
Compartilhar