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12 Art 321 ao 333 do CP

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Professor MÁRIO GUARNIERI – DIREITO PENAL – Guarda Civil Municipal 
 
Página | 1 
 
CÓDIGO PENAL – PARTE ESPECIAL 
ADVOCACIA ADMINISTRATIVA 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, 
interesse privado perante a administração pública, 
valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - 
detenção, de um a três meses, ou multa. 
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: Pena - 
detenção, de três meses a um ano, além da multa. 
1. Sujeito ativo (quem pode praticar o crime) 
Somente funcionário público. 
 
2. Sujeito passivo (vítima) 
É o Estado e, secundariamente, a entidade de 
direito público ou o particular prejudicado. 
 
3. Objeto jurídico (bem jurídico protegido pela lei) 
É a administração pública, levando-se em conta 
seu interesse patrimonial e moral. 
 
4. Objeto material (pessoa ou bem alvo do crime) 
Interesse privado. 
 
5. Elementos objetivos do tipo (conduta) 
Patrocinar (proteger, beneficiar ou defender), 
direta ou indiretamente, interesse privado (é 
qualquer vantagem, ganho ou menta a ser 
atingida pelo particular. Esse interesse deve 
confrontar-se com o interesse público) perante a 
administração pública, valendo-se de qualidade 
de funcionário (é o prestígio junto aos colegas ou 
a facilidade de acesso as informações ou a troca 
de favores, investindo contra interesse maior da 
administração de ser imparcial e isenta nas suas 
decisões e na sua atuação). 
 
6. Elementos subjetivo do crime (dolo ou culpa) 
Dolo. 
7. Classificação 
Próprio (só pode ser cometido por funcionário 
público), formal, de forma livre, comissivo (só por 
ação), instantâneo, unissubjetivo e 
plurissubsistente. 
 
8. Tentativa 
Admissível. 
 
9. Momento consumativo 
Quando houver a prática do patrocínio, 
independentemente de efetivo prejuízo a 
administração. 
 
10. Forma qualificada 
A pena em abstrato é aumentada para 
detenção, de três meses a um ano, e multa, 
configurando uma qualificadora, quando o 
interesse privado patrocinado pelo funcionário 
público é ilegítimo (ilícito). 
 
USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA 
 Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. 
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere 
vantagem: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e 
multa. 
1. Sujeito ativo (quem pode praticar o crime) 
Qualquer pessoa, inclusive funcionário público, 
quando atua fora da sua área de atuação. 
 
2. Sujeito passivo (vítima) 
É o Estado. 
 
3. Objeto jurídico (bem jurídico protegido pela lei) 
É a administração pública, levando-se em conta 
seu interesse patrimonial e moral. 
 
4. Objeto material (pessoa ou bem alvo do crime) 
A função pública. 
 
5. Elementos objetivos do tipo (conduta) 
Usurpar (alcançar sem direito ou com fraude) o 
exercício de função pública (é o conjunto de 
atribuições inerentes ao serviço público, que não 
Professor MÁRIO GUARNIERI – DIREITO PENAL – Guarda Civil Municipal 
 
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correspondem a um cargo ou emprego. Ex: 
Funcionário contratado pela administração para 
um serviço temporário). 
 
6. Elementos subjetivo do crime (dolo ou culpa) 
Dolo. 
 
7. Classificação 
Comum, formal, de forma livre, comissivo (só 
por ação), instantâneo, unissubjetivo, 
plurissubsistente. 
 
8. Tentativa 
Admissível. 
 
9. Momento consumativo 
Quando houver a prática da usurpação, 
independentemente de prejuízo material efetivo 
para a administração. 
 
10. Figura qualificada pelo resultado 
A pena é de reclusão de dois a cinco anos, e 
multa, se do fato resulta vantagem ao agente. 
 
 RESISTÊNCIA 
 Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, 
mediante violência ou ameaça a funcionário 
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja 
prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a 
dois anos. 
 § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se 
executa: Pena - reclusão, de um a três anos. 
 § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem 
prejuízo das correspondentes à violência. 
 
1. Sujeito ativo (quem pode praticar o crime) 
Qualquer pessoa, inclusive funcionário público. 
Se, porém, alguém comete esse crime, mesmo 
sendo funcionário público, essa condição não vai 
eximir o agente de pena 
2. Sujeito passivo (vítima) 
É o Estado. Secundariamente, o funcionário ou 
outra pessoa que sofreu a violência ou ameaça. 
Essa outra pessoa precisa estar acompanhada do 
funcionário público, encarregado da realização 
do ato legal, a quem presta auxílio. 
 
3. Objeto jurídico (bem jurídico protegido pela lei) 
É a administração pública, levando-se em conta 
seu interesse patrimonial e moral. 
 
4. Objeto material (pessoa ou bem alvo do crime) 
A pessoa agredida ou ameaçada. 
 
5. Elementos objetivos do tipo (conduta) 
Opor-se (colocar obstáculo) à execução de ato 
legal (é o ato lícito; o conceito de legalidade do 
ato não se confunde com justiça, pois contra o 
ato injusto, mas legal, não é admissível a 
oposição), mediante violência ou ameaça a 
funcionário competente para executá-lo (fazê-lo 
cumprir) ou a quem lhe esteja prestando auxílio 
(dando apoio). A pena é de detenção de dois 
meses a dois anos. Além disso, aplica-se 
cumulativamente a sanção resultante da 
violência (§2º). 
 
6. Elementos subjetivo do tipo específico 
É a vontade de não permitir a realização do ato 
legal. 
 
7. Elementos subjetivo do crime (dolo ou culpa) 
Dolo. 
 
8. Classificação 
Comum, formal, de forma livre, comissivo (só 
por ação), instantâneo, unissubjetivo, 
plurissubsistente. 
 
9. Tentativa 
Admissível. 
 
Professor MÁRIO GUARNIERI – DIREITO PENAL – Guarda Civil Municipal 
 
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10. Momento consumativo 
Quando houver a prática da resistência ativa, 
independentemente de prejuízo material efetivo 
para a administração. 
 
11. Figura qualificada pelo resultado 
A pena é de reclusão, de um a três anos, se, em 
razão da resistência, o ato não se executa. 
 
PARTICULARIDADES: 
1. Não exige o tipo penal que a ameaça seja 
grave, embora deva ser a promessa de 
causa um mal injusto. Não se configura o 
delito se a pessoa “ameaça” o funcionário 
de representá-lo ao superiores, uma vez 
que é direito do qualquer um fazê-lo. Por 
outro lado, é preciso que tanto a violência 
quanto a ameaça sejam dirigidas contra a 
pessoa do funcionário, e não contra coisas. 
Ofensas não são ameaças e podem 
configurar o crime de desacato. 
2. Há diferença entre resistência ativa e 
resistência passiva. A ativa consiste no 
emprego e violência ou ameaça contra 
funcionário público, servindo para 
configurar o crime, a passiva é a oposição 
sem ataque ou agressão por parte da 
pessoa que se pode dar de variadas 
maneiras: fazendo “corpo mole” par anão 
ser preso e obrigando os policiais a carrega-
lo para a viatura, não se deixar algemar, 
escondendo as mãos, buscar retirar o carro 
da garagem para não ser penhorado, sair 
correndo após ser dada voz de prisão ou 
após a ordem de parada. 
3. Não basta que a vítima seja funcionário 
público, pois o tipo penal exige que tenha 
ele competência para executar o ato. 
 
 
DESOBEDIÊNCIA 
 Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de 
funcionário público: Pena - detenção, de quinze 
dias a seis meses, e multa. 
 
1. Sujeito ativo (quem pode praticar o crime) 
Qualquer pessoa, inclusive funcionário público. 
Quanto ao funcionário público, para que ele seja 
o sujeito ativo do crime, é imprescindível que ele 
não esteja no exercício de sua função e a ordem 
não guarde relação com ela. Deve ele agir como 
se fosse particular, pois, do contrário, pode 
configurar o ato crime de prevaricação. 
 
2. Sujeito passivo (vítima) 
É o Estado. 
 
3. Objeto jurídico (bem jurídico protegido pela lei) 
É a administração pública, levando-se em conta 
seu interesse patrimonial e moral. 
 
4. Objeto material (pessoa ou bem alvo do crime) 
É a ordem dada. 
 
5. Elementos objetivosdo tipo (conduta) 
Desobedecer (não ceder à autoridade ou força 
e alguém, resistir ou infringir) a ordem legal 
(comando lícito) de funcionário público. Exige-se 
conhecimento direto (na presença de quem 
emite o comando, por notificação ou outra forma 
inequívoca, não valendo o simples envio de ofício 
ou carta) por parte do funcionário ao qual se 
destina a ordem, sem ser por interposta pessoa, 
afim de não existir punição por mero “erro de 
comunicação”, que seria uma indevida 
responsabilidade penal objetiva. Pena é a de 
detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. 
 
6. Elementos subjetivo do crime (dolo ou culpa) 
Dolo. O engano quanto a ordem a ser cumprida 
(modo, lugar, forma, entre outras) exclui o dolo. 
O fato será atípico por não existir a forma 
culposa. 
Professor MÁRIO GUARNIERI – DIREITO PENAL – Guarda Civil Municipal 
 
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7. Classificação 
Comum, formal, de forma livre, comissivo ou 
omissivo, instantâneo, unissubjetivo, 
unissubsistente ou plurissubsistente. 
 
8. Tentativa 
Admissível na forma plurissubsistente. 
 
9. Momento consumativo 
Quando houver a desobediência, 
independentemente de prejuízo material efetivo 
para a administração. 
 
 DESACATO 
 Art. 331 - Desacatar funcionário público no 
exercício da função ou em razão dela: Pena - 
detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
 
1. Sujeito ativo (quem pode praticar o crime) 
Qualquer pessoa, inclusive funcionário público, 
independentemente de hierarquia. Um policial 
pode desacatar um juiz, quando da sua oitiva no 
fórum, como também pode desacatar outro 
colega. 
 
2. Sujeito passivo (vítima) 
É o Estado. Secundariamente, o funcionário 
publico humilhado. 
 
3. Objeto jurídico (bem jurídico protegido pela lei) 
É a administração pública, levando-se em conta 
seu interesse patrimonial e moral. 
 
4. Objeto material (pessoa ou bem alvo do crime) 
É o funcionário, mas também a sua honra. 
 
5. Elementos objetivos do tipo (conduta) 
Desacatar (desprezar, faltar com o respeito, ou 
humilhar) funcionário público no exercício de sua 
função ou em razão dela (exige-se que a palavra 
ofensiva ou o ato injurioso seja dirigido ao 
funcionário que esteja exercendo suas atividades 
ou, ainda que ausente delas, tenha o autor 
levado em consideração a função pública). Pode 
implicar em qualquer tipo de palavra grosseira ou 
ato ofensivo contra a pessoa que exerce função 
pública, incluindo ameaças e agressões físicas. 
Não se concretiza o crime se houver reclamação 
ou crítica contra a atuação funcional de alguém. 
Simples censura ou desabafo, em termos 
queixosos, mas sem tom insólito, não pode 
constituir desacato. Nem importa que o fato não 
tenha tido publicidade que o agravasse. 
 
6. Elementos subjetivo do crime (dolo ou culpa) 
Dolo. 
 
7. Classificação 
Comum, formal, de forma livre, comissivo, 
instantâneo, unissubjetivo, unissubsistente ou 
plurissubsistente. 
 
8. Tentativa 
Admissível na forma plurissubsistente. 
 
9. Momento consumativo 
Quando houver o desacate, independentemente 
de prejuízo material efetivo a administração 
pública. 
 
Particularidades: 
1. A presença de funcionário público é 
indispensável, pois a depreciação necessita 
ter alvo, de forma que o funcionário público 
deve ouvir a palavra injuriosa ou sofrer 
diretamente o ato. Ainda que esteja 
distante, precisa captar por seus próprios 
sentidos a ofensa. A ofensa por escrito 
caracteriza o crime de injúria, mas não 
desacato. 
2. Se o funcionário provoca a ofensa não 
caracteriza desacato, quando o particular 
Professor MÁRIO GUARNIERI – DIREITO PENAL – Guarda Civil Municipal 
 
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devolve a referida provocação, tendo em 
vista que não busca desprestigiar a função 
pública, mas dar resposta ao que julgou 
indevido. 
3. Se o funcionário publico demonstra 
completo desinteresse pelo ato ofensivo 
proferido pelo agressor, não há que se falar 
em crime, pois a função pública não chegou 
a ser desprestigiada. 
 
TRÁFICO DE INFLUÊNCIA 
 
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou 
para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, 
a pretexto de influir em ato praticado por 
funcionário público no exercício da função: Pena - 
reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 Parágrafo único - A pena é aumentada da 
metade, se o agente alega ou insinua que a 
vantagem é também destinada ao funcionário. 
 
1. Sujeito ativo (quem pode praticar o crime) 
Qualquer pessoa, inclusive funcionário público. 
 
2. Sujeito passivo (vítima) 
É o Estado. 
 
3. Objeto jurídico (bem jurídico protegido pela lei) 
É a administração pública, levando-se em conta 
seu interesse patrimonial e moral. 
 
4. Objeto material (pessoa ou bem alvo do crime) 
É a vantagem. 
 
5. Elementos objetivos do tipo (conduta) 
Solicitar (pedir ou rogar), exigir (ordenar ou 
reclamar), cobrar (exigir o cumprimento de algo) 
ou obter (alcançar ou conseguir), para si ou para 
outrem, vantagem (qualquer ganho ou lucro para 
o agente, lícito ou ilícito) ou promessa de 
vantagem (obrigar-se a, no futuro, entregar 
algum ganho a alguém), a pretexto de influir 
(inspirar ou incutir) em ato (pode ser lícito ou 
ilícito, pois o tipo penal não descrimina, deve ser 
futuro, e não passado) praticado por funcionário 
público no exercício da função. 
 
6. Elementos subjetivo do tipo específico 
É a vontade de ter para si ou destinar a outrem 
a vantagem. 
 
7. Elementos subjetivo do crime (dolo ou culpa) 
Dolo. 
 
8. Classificação 
Comum, formal, de forma livre, comissivo, 
instantâneo, unissubjetivo, unissubsistente ou 
plurissubsistente. 
 
9. Tentativa 
Admissível na forma plurissubsistente. 
 
10. Momento consumativo 
Quando houver a solicitação, 
independentemente de prejuízo material efetivo 
a administração. 
 
11. Causa de aumento 
A pena é aumentada de metade, se o agente 
alega ou insinua que a vantagem é também 
destinada ao funcionário público. 
 
12. Particularidades 
Há de se exigir para configuração deste crime, que 
um sujeito qualquer (funcionário público ou não) 
solicite, exija, cobre ou obtenha de outra pessoa 
(funcionário ou não) qualquer vantagem, sob o 
pretexto de exercer influência em um funcionário 
público no exercício da função. A denominada 
carteirada, quando uma autoridade invoca seu 
posto para intimidar determinado servido público a 
Professor MÁRIO GUARNIERI – DIREITO PENAL – Guarda Civil Municipal 
 
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fazer algo ou deixar de fazer algo, a pretexto de 
influir em ato de seu superior hierárquico, configura 
o tráfico de influência. 
 
CORRUPÇÃO ATIVA 
 Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem 
indevida a funcionário público, para determiná-
lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e 
multa. 
 Parágrafo único - A pena é aumentada de 
um terço, se, em razão da vantagem ou 
promessa, o funcionário retarda ou omite ato de 
ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. 
 
1. Sujeito ativo (quem pode praticar o crime) 
Qualquer pessoa. 
 
2. Sujeito passivo (vítima) 
É o Estado. 
 
3. Objeto jurídico (bem jurídico protegido pela lei) 
É a administração pública, levando-se em conta 
seu interesse patrimonial e moral. 
 
4. Objeto material (pessoa ou bem alvo do crime) 
É a vantagem. 
 
5. Elementos objetivos do tipo (conduta) 
Oferecer (propor ou apresentar para que seja 
aceito) ou prometer (obrigar-se a dar algo a 
alguém) vantagem indevida a funcionário 
público, para determiná-lo a praticar (executar 
ou levar a efeito), omitir (não fazer), ou retardar 
(atrasar) ato de ofício (é o ato inerente às 
atividades do funcionário). Se alguém, por 
exemplo, propõe vantagem (pode ser qualquer 
lucro, ganho, privilégio ou benefício ilícito, ou 
seja, contrário ao direito, ainda que ofensivo 
apenas aos bons costumes)a um funcionário 
público, levando-o a executar um ato que é sua 
obrigação, comete o delito de corrupção ativa. 
 
6. Elementos subjetivo do tipo específico 
É a vontade de fazer o funcionário praticar, 
omitir ou retardar ato de ofício. 
 
7. Elementos subjetivo do crime (dolo ou culpa) 
Dolo. 
 
8. Classificação 
Comum, formal, de forma livre, comissivo, 
instantâneo, unissubjetivo, unissubsistente ou 
plurissubsistente. 
 
9. Tentativa 
Admissível na forma plurissubsistente. 
 
10. Momento consumativo 
Quando houver o oferecimento ou a promessa, 
independentemente de prejuízo material efetivo 
a administração. 
 
11. Causa de aumento 
A pena é aumentada de um terço, se, em razão 
da vantagem ou promessa, o funcionário, 
efetivamente, retarda ou omite ato de ofício, ou 
o pratica infringindo dever funcional. 
 
12. Particularidades 
a) Carteirada é a expressão utilizada para 
demonstrar o ato de autoridade que, 
fazendo uso de sua função, exibe seu 
documento funcional para conseguir algum 
préstimo de outra autoridade ou 
funcionário público. Tal ato não é corrupção 
ativa, podendo, no máximo, configurar 
tráfico de influência (art. 332 do CP); 
b) Não se exige que, para a configuração da 
corrupção ativa, esteja devidamente 
demonstrada a corrupção passiva (art. 317 
do CP). Logo, não se trata de delito bilateral. 
 
 
 
Professor MÁRIO GUARNIERI – DIREITO PENAL – Guarda Civil Municipal 
 
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QUESTÕES 
 
01. (FGV - 2018 - Câmara de Salvador - BA - 
Analista Legislativo Municipal - Mesa Diretora 
(Ouvidoria) Caio, funcionário da ouvidoria de 
determinado órgão público, no exercício de suas 
funções, é surpreendido por João, totalmente 
insatisfeito com a demora em seu atendimento. 
Quando chega a sua vez de ser atendido, João 
passa a afirmar, na frente de diversas pessoas, 
que Caio é um “incompetente”, que “certamente 
teria retardo mental” e que explicaria suas 
necessidades “com bastante calma para que até 
uma pessoa como Caio pudesse entender”. Caio, 
então, sentindo-se humilhado, informa o fato a 
Policiais Militares que faziam a segurança em 
frente ao órgão em que exercia suas funções. 
Considerando apenas as informações narradas, a 
conduta de João, de acordo com as previsões do 
Código Penal, configura: 
A) resistência; 
B) desobediência; 
C) desacato; 
D) violência arbitrária; 
E) atipicidade. 
 
02. (Crescer Consultorias - 2017 - Prefeitura de 
Campo Alegre de Lourdes - BA - Guarda 
Municipal) Quando um condutor de veículo é 
interceptado por um agente da Brigada de 
Trânsito, em excesso de velocidade e promete ao 
agente uma quantia monetária para não ser 
sancionado, temos um crime de: 
A) Corrupção ativa. 
B) Corrupção passiva. 
C) Corrupção de eleitor. 
D) Corrupção no desporto. 
 
03. (INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de 
Polícia) O funcionário público que retardar ou 
deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, 
ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, 
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, 
incorrerá no delito de 
A) prevaricação. 
B) condescendência criminosa. 
C) concussão. 
D) corrupção passiva. 
E) corrupção ativa. 
 
04. (IDIB - 2019 - Prefeitura de Petrolina - PE - 
Guarda Civil) Sobre os crimes contra a 
Administração Pública, analise os itens a seguir: 
I. No crime de advocacia administrativa, o agente 
patrocina, direta ou indiretamente, interesse 
privado perante a Administração Pública, 
valendo-se da qualidade de funcionário. 
II. No crime de concussão, o agente exige, para si 
ou para outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de assumi-
la, mas em razão dela, vantagem indevida. 
III. Está tipificada no Código Penal a conduta de 
dar às verbas ou rendas públicas aplicação 
diversa da estabelecida em lei. 
Analisados os itens, pode-se afirmar 
corretamente que: 
A) Todos os itens estão corretos. 
B) Apenas o item I está correto. 
C) Apenas o item II está correto. 
D) Apenas o item III está correto. 
E) Apenas os itens I e II estão corretos. 
 
05. (GUALIMP - 2020 - Prefeitura de Conceição 
de Macabu - RJ – Procurador) Assinale a 
alternativa que corresponde ao tipo penal do 
crime de Resistência de acordo com o Código 
Penal: 
A) Desobedecer à ordem legal de funcionário 
público. 
Professor MÁRIO GUARNIERI – DIREITO PENAL – Guarda Civil Municipal 
 
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B) Desacatar funcionário público no exercício 
da função ou em razão dela. 
C) Opor-se à execução de ato legal, mediante 
violência ou ameaça a funcionário 
competente para executá-lo ou a quem lhe 
esteja prestando auxílio. 
D) Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou 
para outrem, vantagem ou promessa de 
vantagem, a pretexto de influir em ato 
praticado por funcionário público no 
exercício da função. 
 
06. (ADVISE - 2016 - Prefeitura de Conde - PB – 
Topógrafo) Qual das alternativas abaixo NÃO 
apresenta um dos crimes praticados por particular 
contra a administração geral? 
A) Resistência 
B) Desobediência 
C) Usurpação de função pública 
D) Contrabando 
E) Concussão 
 
07. (CESPE - 2019 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da 
Receita Estadual - Bloco I) O proprietário de 
estabelecimento comercial que impeça o acesso de 
auditor fiscal da SEFAZ, regularmente identificado e 
com atribuição para dar início à ação fiscal, pratica: 
A) desacato. 
B) resistência. 
C) desobediência. 
D) crime contra a ordem tributária. 
E) conduta penalmente atípica, considerada 
mera infração administrativa. 
 
08. (FGV - 2020 - TJ-RS - Oficial de Justiça) João, 
oficial de justiça, solicita o pagamento de dois mil 
reais para não cumprir rapidamente um mandado 
de citação, o que acaba ocorrendo. Nessa situação, 
João sujeita-se às penas previstas para o crime de: 
A) concussão; 
B) corrupção passiva simples; 
C) prevaricação; 
D) corrupção passiva com aumento de pena; 
E) tráfico de influência. 
 
09. (Quadrix - 2018 - COREN-RS - Analista – 
Jurídico) Ana, enfermeira, sabendo que Kênia está 
na fila de cirurgia de coração de um hospital público, 
cobra a quantia de R$ 5.000,00 a pretexto de influir 
junto ao agente público responsável pela 
determinação da ordem das cirurgias. Kênia paga o 
valor combinado, mas Ana sequer menciona seu 
caso ao funcionário público. Nesse caso hipotético, 
Ana praticou o crime de 
A) prevaricação. 
B) corrupção ativa. 
C) corrupção passiva. 
D) concussão. 
E) tráfico de influência. 
 
QUESTÃO GABARITO 
01 C 
02 A 
03 A 
04 A 
05 C 
06 E 
07 C 
08 D 
09 E 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor MÁRIO GUARNIERI – DIREITO PENAL – Guarda Civil Municipal 
 
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