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1 Khilver Doanne Sousa Soares Hipo & Hipertireoidismo Tireoide A glândula tireoide, em formato de borboleta, está localizada logo abaixo da laringe. É composta pelos lobos direito e esquerdo, um em cada lado da traqueia, conectados por um istmo, anteriormente à traqueia. Microscópicos sacos esféricos chamados de folículos da tireoide constituem grande parte da glândula tireoide. A parede de cada folículo é constituída principalmente por células foliculares. Uma membrana basal envolve cada folículo. Quando as células foliculares estão inativas, seu formato varia de cúbico a pavimentoso, porém, sob a influência do TSH, passam a secretar ativamente e sua forma varia de cúbica a colunar As células foliculares produzem dois hormônios: tiroxina, também chamada de tetraiodotironina (T4), pois contém quatro átomos de iodo, e triiodotironina (T3), que contém três átomos de iodo. Entre os folículos, podem ser encontradas algumas células chamadas de células parafoliculares ou células C. Elas produzem o hormônio calcitonina (CT), que ajuda a regular a homeostasia do cálcio. A glândula tireoide é a única glândula endócrina que armazena seu produto secretório em grandes quantidades – . A síntese e a secreção de T3 e T4 ocorrem da seguinte forma: A. Retenção de iodeto. As células foliculares da tireoide retêm íons iodeto (I–), transportando os ativamente do sangue para o citosol. Por conta disso, em geral, a glândula tireoide contém a maioria do iodeto corporal; B. Síntese de tireoglobulina. Ao mesmo tempo que retêm I–, as células foliculares também sintetizam tireoglobulina (TGB), uma grande glicoproteína produzida no retículo endoplasmático rugoso, modificada no complexo de Golgi e armazenada em vesículas secretoras; C. Oxidação de iodeto. Parte dos aminoácidos na TGB consiste em tirosinas que se tornarão iodadas. Entretanto, íons iodeto com carga elétrica negativa não conseguem se ligar à tirosina até que sofram oxidação (remoção de elétrons) para iodeto: 2 I→ I2. Na medida em que os íons iodeto são oxidados, eles atravessam a membrana para o lúmen do folículo; D. Iodação da tirosina. Conforme moléculas de iodo (I2) se formam, elas reagem com as tirosinas integrantes das moléculas de tireoglobulina. A ligação de um átomo de iodo produz monoiodotirosina (T1) e a de dois produz diiodotirosina (T2). A TGB com átomos de iodo fixados é um material viscoso que se acumula e é armazenado no lúmen do folículo da tireoide, chamado de coloide; E. Acoplamento de T1 e T2. Durante a última etapa da síntese dos hormônios da tireoide, duas moléculas de T2 se juntam para formar T4 ou uma de T1 com uma de T2 se unem para formar T3; F. Pinocitose e digestão de coloide. Gotículas de coloide penetram de novo nas células foliculares por pinocitose e se juntam aos lisossomos. Enzimas digestivas nos lisossomos degradam a TGB, separando moléculas de T3 e T4; G. Secreção de hormônios da tireoide. Como são lipossolúveis, T3 e T4 se difundem através da membrana plasmática para o líquido intersticial e, 2 Khilver Doanne Sousa Soares em seguida, para o sangue. Em geral, T4 é secretada em maior quantidade que T3, mas T3 é muitas vezes mais potente. Além disso, depois que a T4 entra no corpo celular, a maioria dela é convertida a T3 por remoção de um iodo; H. Transporte no sangue. Mais de 99% de T3 e T4 se combinam a proteínas transportadoras no sangue, principalmente à globulina transportadora de tiroxina (TBG). Uma vez que a maioria das células corporais apresenta receptores para hormônios da tireoide, T3 e T4 exercem seus efeitos por todo o corpo. Os hormônios da tireoide aumentam a taxa metabólica basal (TMB), que consiste no consumo de oxigênio em condições basais ou padrão (acordado, em repouso e jejum) por meio da estimulação do uso de oxigênio celular na produção de ATP. Outro efeito importante dos hormônios da tireoide é o de estimular a síntese de bombas adicionais de sódio e potássio (Na+K+ATPase), o que utiliza grandes quantidades de ATP para continuamente ejetar íons sódio (Na+) do citosol no líquido extracelular e íons potássio (K+) do líquido extracelular no citosol. Com a produção e a utilização de mais ATP pelas células, mais calor é liberado e a temperatura corporal sobe. Esse fenômeno é chamado de efeito calorigênico. Na regulação do metabolismo, os hormônios da tireoide estimulam a síntese de proteína e aumentam o uso de glicose e ácidos graxos para a produção de ATP. Além disso, intensificam a lipólise e a excreção de colesterol, reduzindo, desse modo, o nível de colesterol sanguíneo. Os hormônios da tireoide intensificam algumas ações das catecolaminas (norepinefrina e epinefrina), pois promovem a suprarregulação dos receptores beta (β). Por essa razão, os sinais/sintomas do hipertireoidismo incluem frequência cardíaca aumentada, batimentos cardíacos mais fortes e pressão arterial elevada. Fonte: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Etapas da síntese e secreção dos hormônios da tireoide. Os hormônios da tireoide são sintetizados a partir da fixação de átomos de iodo ao aminoácido tirosina. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. Junto com o hormônio do crescimento e com a insulina, os hormônios da tireoide aceleram o crescimento corporal, sobretudo o crescimento dos sistemas nervoso e esquelético. O hormônio liberador de tireotrofina (TRH) do hipotálamo e o hormônio tireoestimulante (TSH) da adenohipófise estimulam a síntese e a liberação dos hormônios da tireoide. 3 Khilver Doanne Sousa Soares Níveis reduzidos de T3 e T4 ou taxa metabólica baixa estimulam o hipotálamo a secretar TRH; O TRH entra nas veias porto-hipofisárias e flui para a adenohipófise, onde estimula os tireotrofos a secretar TSH; O TSH estimula praticamente todos os aspectos da atividade celular dos folículos da tireoide, inclusive captação de iodeto, síntese e secreção de hormônio e crescimento das células foliculares; As células foliculares da tireoide liberam T3 e T4 no sangue até que a taxa metabólica volte ao normal; O nível elevado de T3 inibe a liberação de TRH e TSH (inibição por feedback negativo). O hormônio produzido pelas células parafoliculares da glândula tireoide é a calcitonina (CT). A CT diminui o nível sanguíneo de cálcio por meio da inibição da ação dos osteoclastos, células que degradam a matriz celular óssea. A secreção de CT é controlada por um sistema de feedback negativo. Fonte: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Resumo dos hormônios da glândula tireoide. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 4 Khilver Doanne Sousa Soares Fonte: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Regulação da secreção e ações dos hormônios da tireoide. TRH = hormônio liberador da tireotrofina, TSH = hormônio tireoestimulante, T3 = triiodotironina e T4 = tiroxina (tetraiodotironina). O TSH promove a liberação dos hormônios da tireoide (T3 e T4) pela glândula tireoide. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. Hiper e Hipotireoidismo Hipertireoidismo A tirotoxicose é um estado hipermetabólico causado por níveis circulantes elevados de T3 e T4 livres. Como, em geral, essa condição é causada pelo hiperfuncionamento da glândula tireoide, é frequentemente conhecida como hipertireoidismo. No entanto, em certas condições, o suprimento excessivo está relacionado tanto com a liberação excessiva do hormônio tireoidiano pré-formado (p. ex., na tireoidite) quanto com uma fonte extratireoidiana, mais que com o hiperfuncionamento da glândula. Os termos hipertireoidismo primário e secundário são algumas vezes utilizados para designar o hipertireoidismo que surge de uma anomalia intrínseca da tireoide e aquele que surge de processos externos à tireoide,como, por exemplo, um tumor hipofisário secretor de TSH. As 3 causas mais comuns, que inclusive estão associadas ao hiperfuncionamento da glândula, são: (1) hiperplasia difusa da tireoide associada à doença de Graves (aproximadamente 85% dos casos); (2) bócio multinodular hiperfuncionante e (3) adenoma hiperfuncionante da tireoide. Curso Clínico As manifestações clínicas do hipertireoidismo são variáveis e incluem mudanças conhecidas como estado hipermetabólico induzido pelo excesso de hormônio tireoidiano e pela exacerbação da atividade do sistema nervoso simpático (ou seja, aumento no “tônus” β-adrenérgico). Níveis excessivos do hormônio tireoidiano resultam em aumento da taxa metabólica basal. A pele dos pacientes tireotóxicos tende a ser macia, quente e ruborizada por causa do fluxo sanguíneo aumentado e da vasodilatação periférica. A intolerância ao calor é comum. A sudorese é aumentada por causa dos altos níveis de calorigênese. O metabolismo catabólico intensificado resulta em perda de peso, a despeito do apetite aumentado. As manifestações cardíacas estão entre as características mais precoces e mais consistentes. Indivíduos com hipertireoidismo podem apresentar contratilidade cardíaca e débito cardíaco elevados. Taquicardia, palpitações e cardiomegalia são comuns. A superatividade do sistema nervoso simpático produz tremor, hiperatividade, labilidade emocional, ansiedade, incapacidade de concentração e insônia. Fraqueza muscular proximal e massa muscular diminuída são comuns (miopatia tireoidiana). No sistema gastrointestinal, a hiperestimulação sistêmica do intestino resulta em hipermotilidade, má absorção e diarreia. Um olhar fixo e arregalado, além de movimentos lentos da pálpebra superior, estão presentes por causa da superestimulação simpática do músculo tarsal superior (também conhecido como músculo de Müller), que funciona junto do músculo levantador palpebral para levantar a pálpebra superior. O hormônio tireoidiano estimula a reabsorção óssea, aumentando a porosidade do osso cortical e reduzindo o volume do osso trabecular. O efeito final é osteoporose e risco aumentado de fraturas em pacientes com hipertireoidismo crônico. Em casos raros de hipertireoidismo associados à hipófise (secundários), os níveis de TSH estão normais ou aumentados. A determinação dos níveis de TSH após a injeção do hormônio liberador de tireotrofina (teste de estimulação do TRH) é usada na avaliação dos casos de hipertireoidismo com mudanças 5 Khilver Doanne Sousa Soares equivocadas no nível sérico basal de TSH. Um aumento normal no TSH após a administração de TRH exclui hipertireoidismo secundário. Hipotireoidismo Hipotireoidismo é uma condição causada por um desarranjo estrutural ou funcional que interfere na produção de níveis adequados do hormônio tireoidiano. Hipotireoidismo é um distúrbio bastante comum. Esse distúrbio pode resultar de um defeito em algum lugar do eixo hipotalâmico-hipofisário- tireoidiano. Como no caso do hipertireoidismo, essa alteração é dividida nas categorias primária e secundária, dependendo de o hipotireoidismo surgir de uma anomalia intrínseca na própria tireoide ou de decorrer de uma doença hipofisária ou hipotalâmica. O hipotireoidismo primário é responsável pela maioria dos casos de hipotireoidismo e pode ser acompanhado por aumento no tamanho da glândula tireoide (bócio). Obs.: o hipotireoidismo primário pode ser congênito, autoimune ou iatrogênico. Congênito Em todo o mundo, o hipotireoidismo congênito é mais frequentemente resultante de uma deficiência endêmica de iodo na dieta. Outras formas raras de hipotireoidismo congênito incluem erros inatos do metabolismo tireoidiano (bócio disormonogenético). Autoimune O hipotireoidismo autoimune é a causa mais comum de hipotireoidismo em áreas do mundo com iodo suficiente. A maioria dos casos de hipotireoidismo autoimune é decorrente da tireoidite de Hashimoto. Anticorpos circulantes, incluindo anticorpos antimicrossomais, antiperoxidase tireoidiana e antitiroglobulina, são encontrados nesse distúrbio, e a tireoide está geralmente aumentada (bócio). Iatrogênico Pode ser causado por uma ablação tanto cirúrgica quanto induzida por radiação. Uma grande ressecção da glândula (tireoidectomia total) para o tratamento do hipertireoidismo de uma neoplasia primária pode levar ao hipotireoidismo. A glândula também pode sofrer ablação pela radiação, seja na forma de radioiodo administrado para tratamento do hipertireoidismo, ou por radiação exógena, como uma terapia de radiação externa para o pescoço. Drogas administradas intencionalmente para diminuir a secreção da tireoide (p. ex., metimazol e propiltiouracil) podem causar hipotireoidismo adquirido. Cretinismo O cretinismo se refere ao hipotireoidismo que se desenvolve no período precoce da infância. Fonte: site MDIG. A história esquecida do cretinismo, a doença que um dia assolou os confins dos Alpes. Acessado em: 111/03/2021. https://www.mdig.com.br/index.php?itemid=50503 Os aspectos clínicos do cretinismo incluem desenvolvimento prejudicado do sistema esquelético e do sistema nervoso central, manifestado por retardo mental grave, estatura baixa, características faciais grosseiras, língua projetada e hérnia umbilical. A gravidade do prejuízo mental parece estar relacionada com o tempo em que a deficiência tireoidiana ocorreu no útero. Em geral, hormônios maternos, inclusive T3 e T4, atravessam a placenta e são críticos para o desenvolvimento cerebral do feto. Se há uma https://www.mdig.com.br/index.php?itemid=50503 6 Khilver Doanne Sousa Soares deficiência tireoidiana materna antes do desenvolvimento da glândula tireoide fetal, o retardo mental é grave. Mixedema O termo mixedema é aplicado ao hipotireoidismo que se desenvolve em crianças mais velhas ou em adultos. O mixedema é caracterizado pela lentidão das atividades física e mental. Os sintomas iniciais incluem fadiga generalizada, apatia e preguiça mental, o que pode mimetizar a depressão. As funções intelectuais se tornam lentas. Os pacientes com mixedema são apáticos, intolerantes ao frio e frequentemente estão acima do peso. A atividade simpática diminuída resulta em constipação e sudorese diminuída. A pele é fria e pálida devido à redução do fluxo sanguíneo. O débito cardíaco reduzido provavelmente contribui para o encurtamento da respiração e a reduzida capacidade de exercício, duas reclamações frequentes. A mensuração dos níveis séricos de TSH é o teste de mapeamento mais sensível para esse distúrbio. O nível de TSH está aumentado no hipotireoidismo primário como resultado da perda da inibição retroativa do TRH e da produção de TSH pelo hipotálamo e pela hipófise, respectivamente. Obs.: o nível de TSH não está aumentado em pessoas com hipotireoidismo decorrente de doença hipotalâmica ou hipófise primária. Os níveis de T4 estão diminuídos em indivíduos com hipotireoidismo de qualquer origem. Tireoidite A tireoidite, ou inflamação da glândula tireoide, abrange um grupo diverso de distúrbios caracterizados por algumas formas de inflamação da tireoide. Embora existam múltiplas entidades sob o mesmo leque de diagnósticos, essa discussão se foca em três dos subtipos clínicos mais significativos: (1) tireoidite de Hashimoto, (2) tireoidite granulomatosa (de Quervain) e (3) tireoidite linfocítica subaguda. Tireoidite de Hashimoto A tireoidite de Hashimoto é uma doença autoimune que resulta na destruição da glândula tireoide e na falência progressiva e gradual da tireoide. É a causa mais comum de hipotireoidismo em áreas do mundo onde os níveis de iodo são suficientes. Causada por uma falha na autotolerância aos autoantígenos tireoidianos. Isso é exemplificado pela presença de autoanticorpos circulantes contra a tiroglobulina e a peroxidase tireoidiana na maioria dos pacientescom Hashimoto. Obs.: as possibilidades incluem anormalidade das células T regulatórias (Tregs) ou exposição de antígenos tireoidianos normalmente sequestrados Tem um forte componente genético: o aumento da suscetibilidade à tireoidite de Hashimoto está associado a polimorfismos em genes associados à regulação do sistema imunológico, incluindo o antígeno-4 associado ao linfócito T citotóxico (CTLA4) e proteína tirosina fosfatase-22 (PTPN22), ambos os quais codificam para reguladores de respostas de células T. A indução da autoimunidade tireoidiana é acompanhada por depleção progressiva das células epiteliais da tireoide por apoptose e substituição do parênquima tireoidiano por infiltração celular mononuclear e fibrose. Múltiplos mecanismos imunológicos podem contribuir para a morte da célula tireoidiana, incluindo: 7 Khilver Doanne Sousa Soares Fonte: KUMAR, V.; ABBAS, A.K.; FAUSTO, N.; ASTER, J.C. Bases Patológicas das Doenças. Patogênese da Tireoidite de Hashimoto. Composição da tolerância periférica para autoantígenos da tireoide, resultando em destruição autoimune progressiva de células da tireoide por infiltração de células T citotóxicas, citocinas liberadas localmente ou por citotoxicidade dependente de anticorpos. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. Morte celular mediada por linfócito T citotóxico CD8+: células T citotóxicas CD8+ podem causar destruição das células foliculares da tireoide; Morte celular mediada por citocinas: A ativação excessiva de células CD4+ leva à produção de citocinas inflamatórias, como o interferon-γ na glândula tireoide, resultando em recrutamento e ativação de macrófagos e danos aos folículos; Um mecanismo menos provável envolve a ligação de anticorpos antitireoidianos (anticorpos antitiroglobulina e antiperoxidase tireoidiana) seguida por citotoxicidade mediada por célula, dependente de anticorpos. Curso Clínico A tireoidite de Hashimoto chama a atenção clínica, com mais frequência, pelo aumento indolor da tireoide, geralmente associado a algum grau de hipotireoidismo, em uma mulher de meia-idade. Em geral, o aumento da glândula é simétrico e difuso. Durante essa fase, os níveis de T3 e T4 livres estão elevados, o TSH está diminuído e a captação de iodo radioativo está reduzida. Com a manutenção do hipotireoidismo, os níveis de T3 e T4 têm uma queda, acompanhada de aumento compensatório no TSH. Indivíduos com tireoidite de Hashimoto estão sob risco aumentado de desenvolver outras doenças autoimunes, tanto endócrinas (diabetes tipo 1, adrenalite autoimune) quanto não endócrinas (lúpus eritematoso sistêmico, miastenia grave e síndrome de Sjögren). Também estão sob risco aumentado de desenvolver linfomas de células B na zona marginal extranodal, dentro da glândula tireoide. Tireoidite Linfocítica (Indolor) Subaguda A tireoidite linfocítica subaguda, que também é chamada de tireoidite indolor, geralmente chama a atenção clínica por causa do 8 Khilver Doanne Sousa Soares hipertireoidismo leve, do aumento da glândula, ou de ambos. Embora possa ocorrer em qualquer idade, é mais frequentemente observada em adultos de meia-idade e mais comum em mulheres. As tireoidites indolor e pós-parto são variantes da tireoidite autoimune. A maioria dos pacientes tem anticorpos antiperoxidase tireoidiana circulantes ou histórico familiar de outros distúrbios autoimunes. Um terço dos casos pode evoluir para hipotireoidismo aparente ao longo do tempo, e a histologia da tireoide pode assemelhar-se à tireoidite de Hashimoto. Curso Clínico Indivíduos afetados podem apresentar bócio indolor, hipertireoidismo aparente, ou ambos. Alguns pacientes mudam de hipertireoidismo para hipotireoidismo antes da recuperação. Como já declarado, até um terço dos indivíduos afetados eventualmente progridem para hipotireoidismo aparente em um período de 10 anos. Tireoidite Granulomatosa Acredita-se que a tireoidite subaguda seja provocada por uma infecção viral. A maioria dos pacientes apresenta um histórico de infecções do trato respiratório superior pouco antes do início da tireoidite. Um modelo da patogênese da doença sugere que resulta de uma infecção viral que conduza à exposição a um antígeno tireoidiano ou viral, causando danos no tecido hospedeiro pela presença do vírus. Esse antígeno estimula os linfócitos T citotóxicos, os quais, então, danificam as células foliculares tireoidianas. Em contraste com a doença tireoidiana autoimune, a resposta imunológica é iniciada pelo vírus e não é autoperpetuadora, sendo o processo, portanto, limitado. Curso Clínico A tireoidite granulomatosa é a causa mais comum de dor tireoidiana. Há um aumento variável da tireoide. A inflamação tireoidiana e o hipertireoidismo são transitórios, geralmente diminuindo em 2 a 6 semanas, mesmo que o paciente não seja tratado. Quase todos os pacientes apresentam níveis séricos altos de T3 e T4 e níveis séricos baixos de TSH nessa fase. No entanto, diferentemente dos estados hipertireoidianos, como a doença de Graves, a captação de iodo radioativo está diminuída. Após a recuperação, geralmente em 6 a 8 semanas, a função tireoidiana volta ao normal. Doença de Graves A doença de Graves é a causa mais comum de hipertireoidismo endógeno. Graves relatou, em 1835, sua observação de uma doença caracterizada por “palpitações contínuas violentas e longas em mulheres”, associadas ao aumento da glândula tireoide. A doença é caracterizada por uma tríade de achados clínicos: Hipertireoidismo associado ao aumento difuso da glândula; Oftalmopatia infiltrativa com exoftalmia resultante; Dermopatia infiltrativa localizada, algumas vezes chamada de mixedema pré-tibial, que está presente em uma minoria de pacientes. Fonte: site Estudo Geral. Características clínicas da orbitopatia de Graves. A – Exoftalmia bilateral e retração da pálpebra superior; B – Inflamação ligeira e hipotropia do olho direito; C – Edema e hiperemia da pálpebra superior, hiperemia da conjuntiva e quemose do olho esquerdo; D – Edema e retração palpebral e exoftalmia; E – 9 Khilver Doanne Sousa Soares Hiperemia da conjuntiva, quemose e disfunção da motilidade ocular. Acessado em: 14/03/2021. https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/79714/ 1/Tese%20final.pdf A doença de Graves é um distúrbio autoimune caracterizado pela produção de autoanticorpos contra múltiplas proteínas de tireoide, sendo a mais importante delas o receptor de TSH. Uma variedade de anticorpos que podem estimular ou bloquear o receptor de TSH é detectada na circulação. O subtipo de anticorpo mais comum, conhecido como imunoglobulina estimuladora da tireoide (TSI), é observado em aproximadamente 90% dos pacientes com a doença de Graves. Ao contrário dos anticorpos reativos contra tireoglobulina e peroxidase da tireoide, raramente se observa TSI em outras doenças autoimunes da tireoide. O TSI se liga ao receptor de TSH e mimetiza sua ação, estimulando a adenilciclase e aumentando a liberação de hormônios tireoidianos. A autoimunidade também desempenha papel relevante no desenvolvimento da oftalmopatia infiltrativa, que é característica da doença de Graves. Na oftalmopatia de Graves, a protusão do globo ocular (exoftalmia) está associada ao aumento de volume dos tecidos conjuntivos retro-orbitários e dos músculos extraoculares, por várias razões, que incluem: (1) infiltração marcante do espaço retro-orbitário por células mononucleares, predominantemente células T; (2) inflamação com edema e inchaço dos músculos extraoculares; (3) acúmulo de componentes da matriz extracelular, especificamente glicosaminoglicanos hidrofílicos, como o ácido hialurônico e o sulfato de condroitina; e (4) número aumentado de adipócitos (infiltração gordurosa). Essas alterações deslocam o globo ocular para a frente e podem interferir na função dos músculos extraoculares. CursoClínico Os achados clínicos na doença de Graves incluem alterações relacionadas à tireotoxicose e outras associadas unicamente à doença de Graves, como, por exemplo, hiperplasia difusa da tireoide, oftalmopatia e dermopatia. O grau de tireotoxicose varia de caso para caso e, algumas vezes, é menos visível do que outras manifestações da doença. O aumento difuso da tireoide está presente em todos os casos. O aumento da tireoide pode ser acompanhado pelo fluxo sanguíneo aumentado através da glândula hiperativa, frequentemente produzindo um sopro audível. Os achados laboratoriais na doença de Graves incluem níveis elevados de T3 e T4 livres e níveis diminuídos de TSH. Devido ao estímulo contínuo dos folículos tireoidianos pelas imunoglobulinas estimuladoras da tireoide, o mapeamento do radioiodo mostra captação difusa e aumentada de iodo. A doença de Graves é tratada com β- bloqueadores, os quais são direcionados para os sintomas relacionados ao aumento do tônus β- adrenérgico (p. ex., taquicardia, palpitações, tremores e ansiedade), e com medidas que visam à diminuição da síntese do hormônio tireoidiano, como administração de tionamidas (p. ex., propiltiouracil), ablação por radioiodo e intervenção cirúrgica. A cirurgia é usada principalmente em pacientes que apresentam grandes bócios que estão comprimindo as estruturas adjacentes. Bócio Difuso e Multinodular O aumento da tireoide, ou bócio, é causado por uma síntese prejudicada de hormônio tireoidiano, mais frequentemente causada pela deficiência alimentar de iodo. O dano na síntese do hormônio tireoidiano leva ao aumento compensatório no nível sérico do TSH, o qual, por sua vez, causa hipertrofia e hiperplasia das células foliculares tireoidianas e, por fim, aumento macroscópico da glândula tireoidiana. https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/79714/1/Tese%20final.pdf https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/79714/1/Tese%20final.pdf 10 Khilver Doanne Sousa Soares Fonte: site News Medical. Acessado em 14/03/2021. https://www.news-medical.net/health/Goiter-(Goitre)- (Portuguese).aspx O aumento compensatório na massa funcional da glândula supera a deficiência hormonal, garantindo o estado metabólico eutireoidiano na maioria dos indivíduos. Quando o distúrbio é suficientemente grave (p. ex., defeito biossintético congênito ou deficiência de iodo endêmica), as respostas compensatórias podem ser inadequadas, resultando em hipotireoidismo bocioso. Obs.: o grau de aumento da tireoide é proporcional ao nível e à duração da deficiência do hormônio tireoidiano. Bócios podem ser divididos em dois tipos: difuso não tóxico e multinodular. Bócio Difuso não Tóxico (simples) O bócio difuso não tóxico (simples) causa aumento da glândula inteira sem produzir nodularidade. Como os folículos aumentados estão repletos de coloide, o termo bócio coloide foi aplicado a essa condição. A falta de iodo leva à síntese diminuída do hormônio tireoidiano e ao aumento compensatório no TSH, levando à hipertrofia e à hiperplasia das células foliculares e ao bócio. O bócio pode resultar de defeitos enzimáticos hereditários que interferem na síntese do hormônio tireoidiano, todos transmitidos como condições autossômicas recessivas (bócio disormonogenético). Curso Clínico Como já declarado, a maioria das pessoas com bócio simples são clinicamente eutireoideas. Portanto, as manifestações clínicas estão primariamente relacionadas aos efeitos de massa da glândula tireoide aumentada. Embora os níveis de T3 e T4 sejam normais, o TSH sérico está, em geral, elevado ou no limite máximo do normal, como se espera em indivíduos marginalmente eutireoideos. Em crianças, o bócio disormonogênico, causado por um defeito biossintético congênito, pode levar ao cretinismo. Bócio Multinodular Praticamente todos os bócios simples de longa duração se convertem em bócios multinodulares. Os bócios multinodulares produzem os aumentos mais extremos da tireoide e são confundidos mais frequentemente com neoplasias do que qualquer outra forma de doença tireoidiana. Acredita-se que o bócio multinodular apareça por causa das variações entre as células foliculares em suas respostas aos estímulos externos, como os hormônios tróficos. Se algumas células em um folículo têm vantagem no crescimento, talvez por causa das anomalias genéticas intrínsecas, similares àquelas que dão origem aos adenomas, tais células podem dar origem a clones de células proliferantes. Isso pode resultar na formação de um nódulo cujo crescimento contínuo é autônomo, sem um estímulo externo. De forma consistente com esse modelo, nódulos policlonais e monoclonais coexistem no mesmo bócio multinodular e, presumivelmente, os últimos surgiram por causa da aquisição de uma anomalia genética que favorece o crescimento. Curso Clínico As características clínicas dominantes do bócio multinodular são aquelas causadas pelos efeitos de massa. Além dos efeitos cosméticos óbvios, o bócio pode causar obstrução das vias aéreas, disfagia e compressão dos grandes vasos https://www.news-medical.net/health/Goiter-(Goitre)-(Portuguese).aspx https://www.news-medical.net/health/Goiter-(Goitre)-(Portuguese).aspx 11 Khilver Doanne Sousa Soares no pescoço e no tórax superior (síndrome da veia cava superior). A maioria dos pacientes é eutireoidea ou apresenta hipertireoidismo subclínico (identificado somente pelos níveis reduzidos de TSH), mas, em uma minoria substancial, um nódulo autônomo pode desenvolver-se em um bócio de longa duração e produzir hipertireoidismo (bócio multinodular tóxico). Neoplasias da Tireoide Do ponto de vista clínico, a principal preocupação em pessoas que apresentam nódulos na tireoide é a possibilidade de neoplasia maligna. Felizmente, a maioria dos nódulos solitários da tireoide se mostra como lesões não neoplásicas localizadas (p. ex., nódulo dominante no bócio multinodular, cistos simples ou focos de tireoidite) ou neoplasias benignas, tais como os adenomas foliculares. De fato, as neoplasias benignas se sobrepõem numericamente aos carcinomas tireoidianos na razão de aproximadamente 10:1. Adenomas Os adenomas da tireoide são tipicamente massas solitárias, discretas e derivadas do epitélio folicular, razão pela qual são conhecidos como adenomas foliculares. A produção hormonal em adenomas funcionantes (“adenomas tóxicos”) é independente da estimulação de TSH. As mutações somáticas da via de sinalização do receptor de TSH são encontradas nos adenomas tóxicos, assim como no bócio multinodular tóxico. As mutações de ganho de função em um dos dois componentes desse sistema de sinalização - mais frequentemente, o próprio gene codificador do receptor de TSH (TSHR) ou na subunidade-α de Gs (GNAS) - fazem com que as células foliculares secretem o hormônio tireoidiano independentemente da estimulação de TSH (“autonomia tireoidiana”). Isso leva a sintomas de hipertireoidismo e produz um nódulo tireoidiano “quente” na imagem. Muitos adenomas foliculares se apresentam como massas indolores unilaterais, que são descobertas durante um exame físico de rotina. Grandes massas podem produzir sintomas locais, como, por exemplo, dificuldade de engolir. Carcinomas Os principais subtipos de carcinoma tireoidiano e suas frequências relativas são: • Carcinoma papilífero (> 85% dos casos); • Carcinoma folicular (5% a 15% dos casos); • Carcinoma anaplásico (indiferenciado) (< 5% dos casos); • Carcinoma medular (5% dos casos). A maioria dos carcinomas tireoidianos (exceto os medulares) deriva do epitélio folicular tireoidiano, e a maioria é formada por lesões bem definidas. As alterações genéticas nas três neoplasias malignas derivadas das células foliculares ocorrem nas vias de sinalização do receptor do fator de crescimento. Nos carcinomas tireoidianos, assim como em muitos cânceres, as mutações de ganho de funçãoem componentes dessas vias levam à ativação permanente, gerando proliferação celular excessiva e aumento da sobrevivência das células. 12 Khilver Doanne Sousa Soares Fonte: KUMAR, V.; ABBAS, A.K.; FAUSTO, N.; ASTER, J.C. Bases Patológicas das Doenças. Alterações genéticas em tumores derivados de células foliculares da glândula tireoide. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. Carcinomas Papilíferos A maioria dos carcinomas papilíferos apresenta mutações de ganho de função envolvendo os genes que codificam os receptores de tirosina-cinases RET ou NTRK1, ou na serina/treonina-cinase BRAF, que está na via de MAPK. O gene RET está localizado no cromossomo 10q11, enquanto o receptor tirosina-cinase que ele codifica é normalmente expressado nas células foliculares tireoidianas. Nos cânceres papilares, tanto uma inversão paracêntrica do cromossomo 10 quanto uma translocação recíproca entre os cromossomos 10 e 17 colocam o domínio tirosina- cinase do RET sob o controle transcricional de genes que são constitutivamente expressados no epitélio da tireoide. Os novos genes de fusão formados são conhecidos como RET/PTC (RET/carcinoma tireoidiano papilífero) e estão presentes em aproximadamente 20% a 40% dos cânceres tireoidianos papilíferos. Carcinomas Foliculares Em contraste com os carcinomas papilares, os carcinomas foliculares estão associados a mutações adquiridas que ativam RAS ou o braço de PI-3K/AKT da via de sinalização do receptor de tirosinacinase. Cerca de um terço a metade dos carcinomas tireoidianos foliculares abrigam mutações de ponto de ganho de função de RAS ou PIK3CA (o gene que codifica a PI-3 cinase), amplificações de PIK3CA ou mutações de perda de função de PTEN, um gene supressor de tumor e regulador negativo dessa via. Carcinomas Anaplásicos Esses tumores altamente agressivos e letais podem surgir de novo, ou com mais frequência, pela “desdiferenciação” de um carcinoma papilífero ou folicular bem diferenciado. As alterações moleculares presentes no carcinoma anaplásico incluem aquelas vistas em carcinomas bem diferenciados (p. ex., mutações em RAS ou PIK3CA). Outros “hits” genéticos, como a inativação de TP53 ou as mutações ativadoras da β-catenina, são essencialmente restritos aos carcinomas anaplásicos e podem contribuir com seu comportamento agressivo. Carcinoma Tireoidiano Medular Os carcinomas tireoidianos medulares familiares ocorrem em neoplasias endócrinas múltiplas do tipo 2 (MEN-2) e estão associados a mutações na linhagem germinativa de RET que levam à ativação permanente do receptor. As mutações RET também são vistas em aproximadamente metade dos cânceres tireoidianos medulares (esporádicos) não familiares. Os rearranjos cromossômicos envolvendo RET, tais como as translocações em RET/PTC relatadas em cânceres papilíferos, não são vistos nos carcinomas medulares. Carcinoma Papilífero Os carcinomas papilíferos são a forma mais comum de câncer tireoidiano, mostrando-se responsáveis por aproximadamente 85% das malignidades tireoidianas primárias nos Estados Unidos. Ocorrem ao longo de toda a vida, embora tenham incidência maior na faixa etária de 25 a 50 anos, sendo responsáveis pela maior parte dos carcinomas associados à exposição prévia à radiação ionizante. A maioria dos carcinomas papilares convencionais se apresenta como nódulos tireoidianos assintomáticos, mas a primeira 13 Khilver Doanne Sousa Soares manifestação pode ser uma massa em um linfonodo cervical. A maioria dos carcinomas são nódulos únicos que se movem livremente com a glândula tireoide durante a deglutição e não se distinguem, ao exame, dos nódulos benignos. Rouquidão, disfagia, tosse e dispneia sugerem doença avançada. Os cânceres tireoidianos papilíferos têm excelente prognóstico, com uma taxa de sobrevivência de dez anos em mais de 95% dos casos. Entre 5% e 20% dos pacientes têm recorrências locais ou regionais, e 10% a 15% apresentam metástases distantes. Carcinoma Folicular Carcinomas foliculares são responsáveis por 5% a 15% dos cânceres primários da tireoide, porém são mais frequentes em áreas com deficiência de iodo na dieta, onde constituem de 25% a 40% dos casos de câncer de tireoide. Os carcinomas foliculares se apresentam como nódulos indolores que aumentam lentamente. Com mais frequência, são nódulos frios nas cintilografias, embora raras lesões mais bem diferenciadas possam ser hiperfuncionantes, captar iodo radioativo e parecer quentes nas cintilografias. Os carcinomas foliculares têm uma pequena propensão para invadir os linfáticos; os linfonodos regionais estão raramente envolvidos, mas a disseminação vascular (hematogênica) é comum, com metástases para ossos, pulmões, fígado e outros locais. Esse é um contraste perfeito com os carcinomas foliculares minimamente invasivos, nos quais a taxa de sobrevivência de dez anos é superior a 90%. A maioria dos carcinomas foliculares é tratada com tireoidectomia total seguida pela administração de iodo radioativo, que pode ser usado para identificar metástases e remover as lesões. Carcinoma Anaplásico (Indiferenciado) Os carcinomas anaplásicos consistem em tumores indiferenciados do epitélio folicular tireoidiano, sendo responsáveis por menos de 5% dos tumores tireoidianos. São agressivos, com taxa de mortalidade próxima de 100%. Pacientes com carcinoma anaplásico são mais velhos do que os portadores de outros tipos de cânceres tireoidianos, com idade média de 65 anos. Aproximadamente um quarto dos pacientes com carcinomas tireoidianos anaplásicos apresenta um histórico de carcinoma tireoidiano bem diferenciado, e outro quarto abriga tumor bem diferenciado concomitante na amostra ressecada. Os carcinomas anaplásicos costumam apresentar-se como massas volumosas no pescoço que aumentam rapidamente. Na maioria dos casos, a doença já se espalhou além da cápsula tireoidiana para as estruturas do pescoço ou passou por metástase para os pulmões no momento da apresentação. Carcinoma Medular Os carcinomas medulares da tireoide consistem em neoplasias neuroendócrinas derivadas de células parafoliculares, ou células C, da tireoide, e são responsáveis por aproximadamente 5% das neoplasias tireoidianas. Os carcinomas medulares, similares às células C normais, secretam calcitonina, cuja medição desempenha importante papel no diagnóstico e no acompanhamento pós-operatório dos pacientes. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 14 Khilver Doanne Sousa Soares _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ REFERÊNCIAS TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. KUMAR, V.; ABBAS, A.K.; FAUSTO, N.; ASTER, J.C. Bases Patológicas das Doenças. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
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