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Hipo e Hipertireoidismo

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1 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Hipo & 
Hipertireoidismo 
Tireoide
A glândula tireoide, em formato de 
borboleta, está localizada logo abaixo da laringe. 
É composta pelos lobos direito e esquerdo, um 
em cada lado da traqueia, conectados por um 
istmo, anteriormente à traqueia. 
Microscópicos sacos esféricos chamados de 
folículos da tireoide constituem grande parte da 
glândula tireoide. A parede de cada folículo é 
constituída principalmente por células foliculares. 
Uma membrana basal envolve cada folículo. 
 Quando as células foliculares estão inativas, 
seu formato varia de cúbico a pavimentoso, 
porém, sob a influência do TSH, passam a 
secretar ativamente e sua forma varia de 
cúbica a colunar 
As células foliculares produzem dois 
hormônios: tiroxina, também chamada de 
tetraiodotironina (T4), pois contém quatro átomos 
de iodo, e triiodotironina (T3), que contém três 
átomos de iodo. Entre os folículos, podem ser 
encontradas algumas células chamadas de 
células parafoliculares ou células C. Elas 
produzem o hormônio calcitonina (CT), que ajuda 
a regular a homeostasia do cálcio. 
A glândula tireoide é a única glândula 
endócrina que armazena seu produto secretório 
em grandes quantidades – 
. 
A síntese e a secreção de T3 e T4 ocorrem 
da seguinte forma: 
A. Retenção de iodeto. As células 
foliculares da tireoide retêm íons iodeto 
(I–), transportando os ativamente do 
sangue para o citosol. Por conta disso, 
em geral, a glândula tireoide contém a 
maioria do iodeto corporal; 
B. Síntese de tireoglobulina. Ao mesmo 
tempo que retêm I–, as células 
foliculares também sintetizam 
tireoglobulina (TGB), uma grande 
glicoproteína produzida no retículo 
endoplasmático rugoso, modificada no 
complexo de Golgi e armazenada em 
vesículas secretoras; 
C. Oxidação de iodeto. Parte dos 
aminoácidos na TGB consiste em 
tirosinas que se tornarão iodadas. 
Entretanto, íons iodeto com carga 
elétrica negativa não conseguem se 
ligar à tirosina até que sofram oxidação 
(remoção de elétrons) para iodeto: 2 
I→ I2. Na medida em que os íons 
iodeto são oxidados, eles atravessam a 
membrana para o lúmen do folículo; 
D. Iodação da tirosina. Conforme 
moléculas de iodo (I2) se formam, elas 
reagem com as tirosinas integrantes 
das moléculas de tireoglobulina. A 
ligação de um átomo de iodo produz 
monoiodotirosina (T1) e a de dois produz 
diiodotirosina (T2). A TGB com átomos 
de iodo fixados é um material viscoso 
que se acumula e é armazenado no 
lúmen do folículo da tireoide, chamado 
de coloide; 
E. Acoplamento de T1 e T2. Durante a 
última etapa da síntese dos hormônios 
da tireoide, duas moléculas de T2 se 
juntam para formar T4 ou uma de T1 
com uma de T2 se unem para formar 
T3; 
F. Pinocitose e digestão de coloide. 
Gotículas de coloide penetram de novo 
nas células foliculares por pinocitose e 
se juntam aos lisossomos. Enzimas 
digestivas nos lisossomos degradam a 
TGB, separando moléculas de T3 e T4; 
G. Secreção de hormônios da tireoide. 
Como são lipossolúveis, T3 e T4 se 
difundem através da membrana 
plasmática para o líquido intersticial e, 
 2 
Khilver Doanne Sousa Soares 
em seguida, para o sangue. Em geral, T4 
é secretada em maior quantidade que 
T3, mas T3 é muitas vezes mais 
potente. Além disso, depois que a T4 
entra no corpo celular, a maioria dela é 
convertida a T3 por remoção de um 
iodo; 
H. Transporte no sangue. Mais de 99% de 
T3 e T4 se combinam a proteínas 
transportadoras no sangue, 
principalmente à globulina 
transportadora de tiroxina (TBG). 
Uma vez que a maioria das células corporais 
apresenta receptores para hormônios da tireoide, 
T3 e T4 exercem seus efeitos por todo o corpo. 
Os hormônios da tireoide aumentam a taxa 
metabólica basal (TMB), que consiste no 
consumo de oxigênio em condições basais ou 
padrão (acordado, em repouso e jejum) por meio 
da estimulação do uso de oxigênio celular na 
produção de ATP. 
Outro efeito importante dos hormônios da 
tireoide é o de estimular a síntese de bombas 
adicionais de sódio e potássio (Na+K+ATPase), o 
que utiliza grandes quantidades de ATP para 
continuamente ejetar íons sódio (Na+) do citosol 
no líquido extracelular e íons potássio (K+) do 
líquido extracelular no citosol. Com a produção e 
a utilização de mais ATP pelas células, mais calor 
é liberado e a temperatura corporal sobe. Esse 
fenômeno é chamado de efeito calorigênico. 
Na regulação do metabolismo, os hormônios 
da tireoide estimulam a síntese de proteína e 
aumentam o uso de glicose e ácidos graxos para 
a produção de ATP. Além disso, intensificam a 
lipólise e a excreção de colesterol, reduzindo, 
desse modo, o nível de colesterol sanguíneo. 
Os hormônios da tireoide intensificam 
algumas ações das catecolaminas (norepinefrina 
e epinefrina), pois promovem a suprarregulação 
dos receptores beta (β). Por essa razão, os 
sinais/sintomas do hipertireoidismo incluem 
frequência cardíaca aumentada, batimentos 
cardíacos mais fortes e pressão arterial elevada. 
 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. 
Princípios de Anatomia e Fisiologia. Etapas da síntese e 
secreção dos hormônios da tireoide. Os hormônios da 
tireoide são sintetizados a partir da fixação de átomos 
de iodo ao aminoácido tirosina. 14. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2016. 
Junto com o hormônio do crescimento e 
com a insulina, os hormônios da tireoide aceleram 
o crescimento corporal, sobretudo o crescimento 
dos sistemas nervoso e esquelético. 
O hormônio liberador de tireotrofina (TRH) 
do hipotálamo e o hormônio tireoestimulante 
(TSH) da adenohipófise estimulam a síntese e a 
liberação dos hormônios da tireoide. 
 3 
Khilver Doanne Sousa Soares 
 Níveis reduzidos de T3 e T4 ou taxa 
metabólica baixa estimulam o hipotálamo 
a secretar TRH; 
 O TRH entra nas veias porto-hipofisárias e 
flui para a adenohipófise, onde estimula 
os tireotrofos a secretar TSH; 
 O TSH estimula praticamente todos os 
aspectos da atividade celular dos folículos 
da tireoide, inclusive captação de iodeto, 
síntese e secreção de hormônio e 
crescimento das células foliculares; 
 As células foliculares da tireoide liberam 
T3 e T4 no sangue até que a taxa 
metabólica volte ao normal; 
 O nível elevado de T3 inibe a liberação de 
TRH e TSH (inibição por feedback 
negativo). 
O hormônio produzido pelas células 
parafoliculares da glândula tireoide é a 
calcitonina (CT). A CT diminui o nível sanguíneo 
de cálcio por meio da inibição da ação dos 
osteoclastos, células que degradam a matriz 
celular óssea. A secreção de CT é controlada por 
um sistema de feedback negativo. 
 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Resumo dos hormônios da 
glândula tireoide. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
 
 
 
 4 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. 
Princípios de Anatomia e Fisiologia. Regulação da 
secreção e ações dos hormônios da tireoide. TRH = 
hormônio liberador da tireotrofina, TSH = hormônio 
tireoestimulante, T3 = triiodotironina e T4 = tiroxina 
(tetraiodotironina). O TSH promove a liberação dos 
hormônios da tireoide (T3 e T4) pela glândula tireoide. 
14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
Hiper e Hipotireoidismo 
 Hipertireoidismo 
A tirotoxicose é um estado hipermetabólico 
causado por níveis circulantes elevados de T3 e 
T4 livres. Como, em geral, essa condição é 
causada pelo hiperfuncionamento da glândula 
tireoide, é frequentemente conhecida como 
hipertireoidismo. No entanto, em certas 
condições, o suprimento excessivo está 
relacionado tanto com a liberação excessiva do 
hormônio tireoidiano pré-formado (p. ex., na 
tireoidite) quanto com uma fonte 
extratireoidiana, mais que com o 
hiperfuncionamento da glândula. 
Os termos hipertireoidismo primário e 
secundário são algumas vezes utilizados para 
designar o hipertireoidismo que surge de uma 
anomalia intrínseca da tireoide e aquele que 
surge de processos externos à tireoide,como, por 
exemplo, um tumor hipofisário secretor de TSH. 
 As 3 causas mais comuns, que inclusive estão 
associadas ao hiperfuncionamento da glândula, 
são: (1) hiperplasia difusa da tireoide associada à 
doença de Graves (aproximadamente 85% dos 
casos); (2) bócio multinodular hiperfuncionante e 
(3) adenoma hiperfuncionante da tireoide. 
Curso Clínico 
As manifestações clínicas do 
hipertireoidismo são variáveis e incluem 
mudanças conhecidas como estado 
hipermetabólico induzido pelo excesso de 
hormônio tireoidiano e pela exacerbação da 
atividade do sistema nervoso simpático (ou seja, 
aumento no “tônus” β-adrenérgico). 
Níveis excessivos do hormônio tireoidiano 
resultam em aumento da taxa metabólica basal. 
A pele dos pacientes tireotóxicos tende a ser 
macia, quente e ruborizada por causa do fluxo 
sanguíneo aumentado e da vasodilatação 
periférica. A intolerância ao calor é comum. A 
sudorese é aumentada por causa dos altos níveis 
de calorigênese. O metabolismo catabólico 
intensificado resulta em perda de peso, a 
despeito do apetite aumentado. 
As manifestações cardíacas estão entre as 
características mais precoces e mais 
consistentes. Indivíduos com hipertireoidismo 
podem apresentar contratilidade cardíaca e 
débito cardíaco elevados. Taquicardia, palpitações 
e cardiomegalia são comuns. 
A superatividade do sistema nervoso 
simpático produz tremor, hiperatividade, 
labilidade emocional, ansiedade, incapacidade de 
concentração e insônia. Fraqueza muscular 
proximal e massa muscular diminuída são 
comuns (miopatia tireoidiana). No sistema 
gastrointestinal, a hiperestimulação sistêmica do 
intestino resulta em hipermotilidade, má 
absorção e diarreia. 
Um olhar fixo e arregalado, além de 
movimentos lentos da pálpebra superior, estão 
presentes por causa da superestimulação 
simpática do músculo tarsal superior (também 
conhecido como músculo de Müller), que 
funciona junto do músculo levantador palpebral 
para levantar a pálpebra superior. 
O hormônio tireoidiano estimula a 
reabsorção óssea, aumentando a porosidade do 
osso cortical e reduzindo o volume do osso 
trabecular. O efeito final é osteoporose e risco 
aumentado de fraturas em pacientes com 
hipertireoidismo crônico. 
Em casos raros de hipertireoidismo 
associados à hipófise (secundários), os níveis de 
TSH estão normais ou aumentados. A 
determinação dos níveis de TSH após a injeção 
do hormônio liberador de tireotrofina (teste de 
estimulação do TRH) é usada na avaliação dos 
casos de hipertireoidismo com mudanças 
 5 
Khilver Doanne Sousa Soares 
equivocadas no nível sérico basal de TSH. Um 
aumento normal no TSH após a administração de 
TRH exclui hipertireoidismo secundário. 
 Hipotireoidismo 
Hipotireoidismo é uma condição causada 
por um desarranjo estrutural ou funcional que 
interfere na produção de níveis adequados do 
hormônio tireoidiano. Hipotireoidismo é um 
distúrbio bastante comum. 
Esse distúrbio pode resultar de um defeito 
em algum lugar do eixo hipotalâmico-hipofisário-
tireoidiano. Como no caso do hipertireoidismo, 
essa alteração é dividida nas categorias primária 
e secundária, dependendo de o hipotireoidismo 
surgir de uma anomalia intrínseca na própria 
tireoide ou de decorrer de uma doença 
hipofisária ou hipotalâmica. 
O hipotireoidismo primário é responsável 
pela maioria dos casos de hipotireoidismo e pode 
ser acompanhado por aumento no tamanho da 
glândula tireoide (bócio). 
Obs.: o hipotireoidismo primário pode ser congênito, 
autoimune ou iatrogênico. 
Congênito 
Em todo o mundo, o hipotireoidismo 
congênito é mais frequentemente resultante de 
uma deficiência endêmica de iodo na dieta. 
Outras formas raras de hipotireoidismo congênito 
incluem erros inatos do metabolismo tireoidiano 
(bócio disormonogenético). 
Autoimune 
O hipotireoidismo autoimune é a causa mais 
comum de hipotireoidismo em áreas do mundo 
com iodo suficiente. A maioria dos casos de 
hipotireoidismo autoimune é decorrente da 
tireoidite de Hashimoto. Anticorpos circulantes, 
incluindo anticorpos antimicrossomais, 
antiperoxidase tireoidiana e antitiroglobulina, são 
encontrados nesse distúrbio, e a tireoide está 
geralmente aumentada (bócio). 
 
Iatrogênico 
Pode ser causado por uma ablação tanto 
cirúrgica quanto induzida por radiação. Uma 
grande ressecção da glândula (tireoidectomia 
total) para o tratamento do hipertireoidismo de 
uma neoplasia primária pode levar ao 
hipotireoidismo. A glândula também pode sofrer 
ablação pela radiação, seja na forma de radioiodo 
administrado para tratamento do 
hipertireoidismo, ou por radiação exógena, como 
uma terapia de radiação externa para o pescoço. 
Drogas administradas intencionalmente para 
diminuir a secreção da tireoide (p. ex., metimazol 
e propiltiouracil) podem causar hipotireoidismo 
adquirido. 
Cretinismo 
O cretinismo se refere ao hipotireoidismo 
que se desenvolve no período precoce da 
infância. 
 
Fonte: site MDIG. A história esquecida do cretinismo, a 
doença que um dia assolou os confins dos Alpes. 
Acessado em: 111/03/2021. 
https://www.mdig.com.br/index.php?itemid=50503 
Os aspectos clínicos do cretinismo incluem 
desenvolvimento prejudicado do sistema 
esquelético e do sistema nervoso central, 
manifestado por retardo mental grave, estatura 
baixa, características faciais grosseiras, língua 
projetada e hérnia umbilical. A gravidade do 
prejuízo mental parece estar relacionada com o 
tempo em que a deficiência tireoidiana ocorreu 
no útero. Em geral, hormônios maternos, inclusive 
T3 e T4, atravessam a placenta e são críticos para 
o desenvolvimento cerebral do feto. Se há uma 
https://www.mdig.com.br/index.php?itemid=50503
 6 
Khilver Doanne Sousa Soares 
deficiência tireoidiana materna antes do 
desenvolvimento da glândula tireoide fetal, o 
retardo mental é grave. 
Mixedema 
O termo mixedema é aplicado ao 
hipotireoidismo que se desenvolve em crianças 
mais velhas ou em adultos. 
O mixedema é caracterizado pela lentidão 
das atividades física e mental. Os sintomas 
iniciais incluem fadiga generalizada, apatia e 
preguiça mental, o que pode mimetizar a 
depressão. As funções intelectuais se tornam 
lentas. Os pacientes com mixedema são apáticos, 
intolerantes ao frio e frequentemente estão 
acima do peso. A atividade simpática diminuída 
resulta em constipação e sudorese diminuída. A 
pele é fria e pálida devido à redução do fluxo 
sanguíneo. O débito cardíaco reduzido 
provavelmente contribui para o encurtamento da 
respiração e a reduzida capacidade de exercício, 
duas reclamações frequentes. 
A mensuração dos níveis séricos de TSH é 
o teste de mapeamento mais sensível para esse 
distúrbio. 
O nível de TSH está aumentado no 
hipotireoidismo primário como resultado da perda 
da inibição retroativa do TRH e da produção de 
TSH pelo hipotálamo e pela hipófise, 
respectivamente. 
Obs.: o nível de TSH não está aumentado em 
pessoas com hipotireoidismo decorrente de doença 
hipotalâmica ou hipófise primária. 
Os níveis de T4 estão diminuídos em 
indivíduos com hipotireoidismo de qualquer 
origem. 
 Tireoidite 
A tireoidite, ou inflamação da glândula 
tireoide, abrange um grupo diverso de distúrbios 
caracterizados por algumas formas de 
inflamação da tireoide. 
Embora existam múltiplas entidades sob o 
mesmo leque de diagnósticos, essa discussão se 
foca em três dos subtipos clínicos mais 
significativos: (1) tireoidite de Hashimoto, (2) 
tireoidite granulomatosa (de Quervain) e (3) 
tireoidite linfocítica subaguda. 
Tireoidite de Hashimoto 
A tireoidite de Hashimoto é uma doença 
autoimune que resulta na destruição da glândula 
tireoide e na falência progressiva e gradual da 
tireoide. É a causa mais comum de 
hipotireoidismo em áreas do mundo onde os 
níveis de iodo são suficientes. 
Causada por uma falha na autotolerância 
aos autoantígenos tireoidianos. 
Isso é exemplificado pela presença de 
autoanticorpos circulantes contra a tiroglobulina 
e a peroxidase tireoidiana na maioria dos 
pacientescom Hashimoto. 
Obs.: as possibilidades incluem anormalidade das células 
T regulatórias (Tregs) ou exposição de antígenos 
tireoidianos normalmente sequestrados 
Tem um forte componente genético: o 
aumento da suscetibilidade à tireoidite de 
Hashimoto está associado a polimorfismos em 
genes associados à regulação do sistema 
imunológico, incluindo o antígeno-4 associado ao 
linfócito T citotóxico (CTLA4) e proteína tirosina 
fosfatase-22 (PTPN22), ambos os quais 
codificam para reguladores de respostas de 
células T. 
A indução da autoimunidade tireoidiana é 
acompanhada por depleção progressiva das 
células epiteliais da tireoide por apoptose e 
substituição do parênquima tireoidiano por 
infiltração celular mononuclear e fibrose. 
Múltiplos mecanismos imunológicos podem 
contribuir para a morte da célula tireoidiana, 
incluindo:
 7 
Khilver Doanne Sousa Soares 
 
Fonte: KUMAR, V.; ABBAS, A.K.; FAUSTO, N.; ASTER, J.C. Bases Patológicas das Doenças. Patogênese da 
Tireoidite de Hashimoto. Composição da tolerância periférica para autoantígenos da tireoide, resultando 
em destruição autoimune progressiva de células da tireoide por infiltração de células T citotóxicas, 
citocinas liberadas localmente ou por citotoxicidade dependente de anticorpos. 9. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2016.
 Morte celular mediada por linfócito T 
citotóxico CD8+: células T citotóxicas CD8+ 
podem causar destruição das células 
foliculares da tireoide; 
 Morte celular mediada por citocinas: A 
ativação excessiva de células CD4+ leva à 
produção de citocinas inflamatórias, como 
o interferon-γ na glândula tireoide, 
resultando em recrutamento e ativação de 
macrófagos e danos aos folículos; 
 Um mecanismo menos provável envolve a 
ligação de anticorpos antitireoidianos 
(anticorpos antitiroglobulina e 
antiperoxidase tireoidiana) seguida por 
citotoxicidade mediada por célula, 
dependente de anticorpos. 
Curso Clínico 
A tireoidite de Hashimoto chama a atenção 
clínica, com mais frequência, pelo aumento 
indolor da tireoide, geralmente associado a algum 
grau de hipotireoidismo, em uma mulher de 
meia-idade. Em geral, o aumento da glândula é 
simétrico e difuso. Durante essa fase, os níveis 
de T3 e T4 livres estão elevados, o TSH está 
diminuído e a captação de iodo radioativo está 
reduzida. Com a manutenção do hipotireoidismo, 
os níveis de T3 e T4 têm uma queda, 
acompanhada de aumento compensatório no 
TSH. 
Indivíduos com tireoidite de Hashimoto 
estão sob risco aumentado de desenvolver outras 
doenças autoimunes, tanto endócrinas (diabetes 
tipo 1, adrenalite autoimune) quanto não 
endócrinas (lúpus eritematoso sistêmico, 
miastenia grave e síndrome de Sjögren). Também 
estão sob risco aumentado de desenvolver 
linfomas de células B na zona marginal 
extranodal, dentro da glândula tireoide. 
Tireoidite Linfocítica (Indolor) Subaguda 
A tireoidite linfocítica subaguda, que 
também é chamada de tireoidite indolor, 
geralmente chama a atenção clínica por causa do 
 8 
Khilver Doanne Sousa Soares 
hipertireoidismo leve, do aumento da glândula, ou 
de ambos. Embora possa ocorrer em qualquer 
idade, é mais frequentemente observada em 
adultos de meia-idade e mais comum em 
mulheres. 
As tireoidites indolor e pós-parto são 
variantes da tireoidite autoimune. A maioria dos 
pacientes tem anticorpos antiperoxidase 
tireoidiana circulantes ou histórico familiar de 
outros distúrbios autoimunes. Um terço dos casos 
pode evoluir para hipotireoidismo aparente ao 
longo do tempo, e a histologia da tireoide pode 
assemelhar-se à tireoidite de Hashimoto. 
Curso Clínico 
Indivíduos afetados podem apresentar 
bócio indolor, hipertireoidismo aparente, ou 
ambos. Alguns pacientes mudam de 
hipertireoidismo para hipotireoidismo antes da 
recuperação. Como já declarado, até um terço dos 
indivíduos afetados eventualmente progridem 
para hipotireoidismo aparente em um período de 
10 anos. 
Tireoidite Granulomatosa 
Acredita-se que a tireoidite subaguda seja 
provocada por uma infecção viral. A maioria dos 
pacientes apresenta um histórico de infecções 
do trato respiratório superior pouco antes do 
início da tireoidite. 
Um modelo da patogênese da doença 
sugere que resulta de uma infecção viral que 
conduza à exposição a um antígeno tireoidiano ou 
viral, causando danos no tecido hospedeiro pela 
presença do vírus. Esse antígeno estimula os 
linfócitos T citotóxicos, os quais, então, danificam 
as células foliculares tireoidianas. Em contraste 
com a doença tireoidiana autoimune, a resposta 
imunológica é iniciada pelo vírus e não é 
autoperpetuadora, sendo o processo, portanto, 
limitado. 
Curso Clínico 
A tireoidite granulomatosa é a causa mais 
comum de dor tireoidiana. Há um aumento 
variável da tireoide. A inflamação tireoidiana e o 
hipertireoidismo são transitórios, geralmente 
diminuindo em 2 a 6 semanas, mesmo que o 
paciente não seja tratado. 
Quase todos os pacientes apresentam níveis 
séricos altos de T3 e T4 e níveis séricos baixos 
de TSH nessa fase. No entanto, diferentemente 
dos estados hipertireoidianos, como a doença de 
Graves, a captação de iodo radioativo está 
diminuída. Após a recuperação, geralmente em 6 
a 8 semanas, a função tireoidiana volta ao normal. 
 Doença de Graves 
A doença de Graves é a causa mais comum 
de hipertireoidismo endógeno. Graves relatou, em 
1835, sua observação de uma doença 
caracterizada por “palpitações contínuas violentas 
e longas em mulheres”, associadas ao aumento 
da glândula tireoide. A doença é caracterizada por 
uma tríade de achados clínicos: 
 Hipertireoidismo associado ao aumento 
difuso da glândula; 
 Oftalmopatia infiltrativa com exoftalmia 
resultante; 
 Dermopatia infiltrativa localizada, algumas 
vezes chamada de mixedema pré-tibial, 
que está presente em uma minoria de 
pacientes. 
 
Fonte: site Estudo Geral. Características clínicas 
da orbitopatia de Graves. A – Exoftalmia bilateral 
e retração da pálpebra superior; B – Inflamação 
ligeira e hipotropia do olho direito; C – Edema e 
hiperemia da pálpebra superior, hiperemia da 
conjuntiva e quemose do olho esquerdo; D – 
Edema e retração palpebral e exoftalmia; E – 
 9 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Hiperemia da conjuntiva, quemose e disfunção da 
motilidade ocular. Acessado em: 14/03/2021. 
https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/79714/
1/Tese%20final.pdf 
A doença de Graves é um distúrbio 
autoimune caracterizado pela produção de 
autoanticorpos contra múltiplas proteínas de 
tireoide, sendo a mais importante delas o 
receptor de TSH. Uma variedade de anticorpos 
que podem estimular ou bloquear o receptor de 
TSH é detectada na circulação. 
O subtipo de anticorpo mais comum, 
conhecido como imunoglobulina estimuladora da 
tireoide (TSI), é observado em aproximadamente 
90% dos pacientes com a doença de Graves. Ao 
contrário dos anticorpos reativos contra 
tireoglobulina e peroxidase da tireoide, raramente 
se observa TSI em outras doenças autoimunes 
da tireoide. O TSI se liga ao receptor de TSH e 
mimetiza sua ação, estimulando a adenilciclase e 
aumentando a liberação de hormônios 
tireoidianos. 
A autoimunidade também desempenha 
papel relevante no desenvolvimento da 
oftalmopatia infiltrativa, que é característica da 
doença de Graves. Na oftalmopatia de Graves, a 
protusão do globo ocular (exoftalmia) está 
associada ao aumento de volume dos tecidos 
conjuntivos retro-orbitários e dos músculos 
extraoculares, por várias razões, que incluem: (1) 
infiltração marcante do espaço retro-orbitário por 
células mononucleares, predominantemente 
células T; (2) inflamação com edema e inchaço 
dos músculos extraoculares; (3) acúmulo de 
componentes da matriz extracelular, 
especificamente glicosaminoglicanos hidrofílicos, 
como o ácido hialurônico e o sulfato de 
condroitina; e (4) número aumentado de 
adipócitos (infiltração gordurosa). Essas 
alterações deslocam o globo ocular para a frente 
e podem interferir na função dos músculos 
extraoculares. 
CursoClínico 
Os achados clínicos na doença de Graves 
incluem alterações relacionadas à tireotoxicose e 
outras associadas unicamente à doença de 
Graves, como, por exemplo, hiperplasia difusa da 
tireoide, oftalmopatia e dermopatia. O grau de 
tireotoxicose varia de caso para caso e, algumas 
vezes, é menos visível do que outras 
manifestações da doença. O aumento difuso da 
tireoide está presente em todos os casos. O 
aumento da tireoide pode ser acompanhado pelo 
fluxo sanguíneo aumentado através da glândula 
hiperativa, frequentemente produzindo um sopro 
audível. 
Os achados laboratoriais na doença de 
Graves incluem níveis elevados de T3 e T4 livres 
e níveis diminuídos de TSH. Devido ao estímulo 
contínuo dos folículos tireoidianos pelas 
imunoglobulinas estimuladoras da tireoide, o 
mapeamento do radioiodo mostra captação 
difusa e aumentada de iodo. 
A doença de Graves é tratada com β-
bloqueadores, os quais são direcionados para os 
sintomas relacionados ao aumento do tônus β-
adrenérgico (p. ex., taquicardia, palpitações, 
tremores e ansiedade), e com medidas que visam 
à diminuição da síntese do hormônio tireoidiano, 
como administração de tionamidas (p. ex., 
propiltiouracil), ablação por radioiodo e 
intervenção cirúrgica. A cirurgia é usada 
principalmente em pacientes que apresentam 
grandes bócios que estão comprimindo as 
estruturas adjacentes. 
 Bócio Difuso e Multinodular 
O aumento da tireoide, ou bócio, é causado 
por uma síntese prejudicada de hormônio 
tireoidiano, mais frequentemente causada pela 
deficiência alimentar de iodo. O dano na síntese 
do hormônio tireoidiano leva ao aumento 
compensatório no nível sérico do TSH, o qual, por 
sua vez, causa hipertrofia e hiperplasia das 
células foliculares tireoidianas e, por fim, 
aumento macroscópico da glândula tireoidiana. 
https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/79714/1/Tese%20final.pdf
https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/79714/1/Tese%20final.pdf
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Khilver Doanne Sousa Soares 
 
Fonte: site News Medical. Acessado em 14/03/2021. 
https://www.news-medical.net/health/Goiter-(Goitre)-
(Portuguese).aspx 
O aumento compensatório na massa 
funcional da glândula supera a deficiência 
hormonal, garantindo o estado metabólico 
eutireoidiano na maioria dos indivíduos. 
Quando o distúrbio é suficientemente grave 
(p. ex., defeito biossintético congênito ou 
deficiência de iodo endêmica), as respostas 
compensatórias podem ser inadequadas, 
resultando em hipotireoidismo bocioso. 
Obs.: o grau de aumento da tireoide é proporcional ao 
nível e à duração da deficiência do hormônio tireoidiano. 
Bócios podem ser divididos em dois tipos: 
difuso não tóxico e multinodular. 
Bócio Difuso não Tóxico (simples) 
O bócio difuso não tóxico (simples) causa 
aumento da glândula inteira sem produzir 
nodularidade. Como os folículos aumentados 
estão repletos de coloide, o termo bócio coloide 
foi aplicado a essa condição. 
A falta de iodo leva à síntese diminuída do 
hormônio tireoidiano e ao aumento 
compensatório no TSH, levando à hipertrofia e à 
hiperplasia das células foliculares e ao bócio. 
O bócio pode resultar de defeitos 
enzimáticos hereditários que interferem na 
síntese do hormônio tireoidiano, todos 
transmitidos como condições autossômicas 
recessivas (bócio disormonogenético). 
 
 
Curso Clínico 
Como já declarado, a maioria das pessoas 
com bócio simples são clinicamente eutireoideas. 
Portanto, as manifestações clínicas estão 
primariamente relacionadas aos efeitos de massa 
da glândula tireoide aumentada. Embora os níveis 
de T3 e T4 sejam normais, o TSH sérico está, em 
geral, elevado ou no limite máximo do normal, 
como se espera em indivíduos marginalmente 
eutireoideos. Em crianças, o bócio 
disormonogênico, causado por um defeito 
biossintético congênito, pode levar ao cretinismo. 
Bócio Multinodular 
Praticamente todos os bócios simples de 
longa duração se convertem em bócios 
multinodulares. Os bócios multinodulares 
produzem os aumentos mais extremos da 
tireoide e são confundidos mais frequentemente 
com neoplasias do que qualquer outra forma de 
doença tireoidiana. 
Acredita-se que o bócio multinodular 
apareça por causa das variações entre as células 
foliculares em suas respostas aos estímulos 
externos, como os hormônios tróficos. Se algumas 
células em um folículo têm vantagem no 
crescimento, talvez por causa das anomalias 
genéticas intrínsecas, similares àquelas que dão 
origem aos adenomas, tais células podem dar 
origem a clones de células proliferantes. Isso 
pode resultar na formação de um nódulo cujo 
crescimento contínuo é autônomo, sem um 
estímulo externo. De forma consistente com esse 
modelo, nódulos policlonais e monoclonais 
coexistem no mesmo bócio multinodular e, 
presumivelmente, os últimos surgiram por causa 
da aquisição de uma anomalia genética que 
favorece o crescimento. 
Curso Clínico 
As características clínicas dominantes do 
bócio multinodular são aquelas causadas pelos 
efeitos de massa. Além dos efeitos cosméticos 
óbvios, o bócio pode causar obstrução das vias 
aéreas, disfagia e compressão dos grandes vasos 
https://www.news-medical.net/health/Goiter-(Goitre)-(Portuguese).aspx
https://www.news-medical.net/health/Goiter-(Goitre)-(Portuguese).aspx
 11 
Khilver Doanne Sousa Soares 
no pescoço e no tórax superior (síndrome da veia 
cava superior). A maioria dos pacientes é 
eutireoidea ou apresenta hipertireoidismo 
subclínico (identificado somente pelos níveis 
reduzidos de TSH), mas, em uma minoria 
substancial, um nódulo autônomo pode 
desenvolver-se em um bócio de longa duração e 
produzir hipertireoidismo (bócio multinodular 
tóxico). 
 Neoplasias da Tireoide 
Do ponto de vista clínico, a principal 
preocupação em pessoas que apresentam 
nódulos na tireoide é a possibilidade de neoplasia 
maligna. Felizmente, a maioria dos nódulos 
solitários da tireoide se mostra como lesões não 
neoplásicas localizadas (p. ex., nódulo dominante 
no bócio multinodular, cistos simples ou focos de 
tireoidite) ou neoplasias benignas, tais como os 
adenomas foliculares. De fato, as neoplasias 
benignas se sobrepõem numericamente aos 
carcinomas tireoidianos na razão de 
aproximadamente 10:1. 
Adenomas 
Os adenomas da tireoide são tipicamente 
massas solitárias, discretas e derivadas do 
epitélio folicular, razão pela qual são conhecidos 
como adenomas foliculares. A produção hormonal 
em adenomas funcionantes (“adenomas tóxicos”) 
é independente da estimulação de TSH. 
As mutações somáticas da via de 
sinalização do receptor de TSH são encontradas 
nos adenomas tóxicos, assim como no bócio 
multinodular tóxico. As mutações de ganho de 
função em um dos dois componentes desse 
sistema de sinalização - mais frequentemente, o 
próprio gene codificador do receptor de TSH 
(TSHR) ou na subunidade-α de Gs (GNAS) - 
fazem com que as células foliculares secretem o 
hormônio tireoidiano independentemente da 
estimulação de TSH (“autonomia tireoidiana”). 
Isso leva a sintomas de hipertireoidismo e produz 
um nódulo tireoidiano “quente” na imagem. 
Muitos adenomas foliculares se apresentam 
como massas indolores unilaterais, que são 
descobertas durante um exame físico de rotina. 
Grandes massas podem produzir sintomas locais, 
como, por exemplo, dificuldade de engolir. 
Carcinomas 
Os principais subtipos de carcinoma 
tireoidiano e suas frequências relativas são: 
• Carcinoma papilífero (> 85% dos 
casos); 
• Carcinoma folicular (5% a 15% dos 
casos); 
• Carcinoma anaplásico (indiferenciado) 
(< 5% dos casos); 
• Carcinoma medular (5% dos casos). 
A maioria dos carcinomas tireoidianos 
(exceto os medulares) deriva do epitélio folicular 
tireoidiano, e a maioria é formada por lesões bem 
definidas. 
As alterações genéticas nas três neoplasias 
malignas derivadas das células foliculares 
ocorrem nas vias de sinalização do receptor do 
fator de crescimento. 
Nos carcinomas tireoidianos, assim como 
em muitos cânceres, as mutações de ganho de 
funçãoem componentes dessas vias levam à 
ativação permanente, gerando proliferação 
celular excessiva e aumento da sobrevivência das 
células. 
 
 12 
Khilver Doanne Sousa Soares 
 
Fonte: KUMAR, V.; ABBAS, A.K.; FAUSTO, N.; ASTER, J.C. 
Bases Patológicas das Doenças. Alterações genéticas em 
tumores derivados de células foliculares da glândula 
tireoide. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. 
Carcinomas Papilíferos 
A maioria dos carcinomas papilíferos 
apresenta mutações de ganho de função 
envolvendo os genes que codificam os receptores 
de tirosina-cinases RET ou NTRK1, ou na 
serina/treonina-cinase BRAF, que está na via de 
MAPK. 
O gene RET está localizado no cromossomo 
10q11, enquanto o receptor tirosina-cinase que ele 
codifica é normalmente expressado nas células 
foliculares tireoidianas. Nos cânceres papilares, 
tanto uma inversão paracêntrica do cromossomo 
10 quanto uma translocação recíproca entre os 
cromossomos 10 e 17 colocam o domínio tirosina-
cinase do RET sob o controle transcricional de 
genes que são constitutivamente expressados no 
epitélio da tireoide. Os novos genes de fusão 
formados são conhecidos como RET/PTC 
(RET/carcinoma tireoidiano papilífero) e estão 
presentes em aproximadamente 20% a 40% dos 
cânceres tireoidianos papilíferos. 
Carcinomas Foliculares 
Em contraste com os carcinomas papilares, 
os carcinomas foliculares estão associados a 
mutações adquiridas que ativam RAS ou o braço 
de PI-3K/AKT da via de sinalização do receptor 
de tirosinacinase. 
Cerca de um terço a metade dos 
carcinomas tireoidianos foliculares abrigam 
mutações de ponto de ganho de função de RAS 
ou PIK3CA (o gene que codifica a PI-3 cinase), 
amplificações de PIK3CA ou mutações de perda 
de função de PTEN, um gene supressor de tumor 
e regulador negativo dessa via. 
Carcinomas Anaplásicos 
Esses tumores altamente agressivos e letais 
podem surgir de novo, ou com mais frequência, 
pela “desdiferenciação” de um carcinoma 
papilífero ou folicular bem diferenciado. As 
alterações moleculares presentes no carcinoma 
anaplásico incluem aquelas vistas em carcinomas 
bem diferenciados (p. ex., mutações em RAS ou 
PIK3CA). Outros “hits” genéticos, como a 
inativação de TP53 ou as mutações ativadoras da 
β-catenina, são essencialmente restritos aos 
carcinomas anaplásicos e podem contribuir com 
seu comportamento agressivo. 
Carcinoma Tireoidiano Medular 
Os carcinomas tireoidianos medulares 
familiares ocorrem em neoplasias endócrinas 
múltiplas do tipo 2 (MEN-2) e estão associados 
a mutações na linhagem germinativa de RET que 
levam à ativação permanente do receptor. As 
mutações RET também são vistas em 
aproximadamente metade dos cânceres 
tireoidianos medulares (esporádicos) não 
familiares. Os rearranjos cromossômicos 
envolvendo RET, tais como as translocações em 
RET/PTC relatadas em cânceres papilíferos, não 
são vistos nos carcinomas medulares. 
Carcinoma Papilífero 
Os carcinomas papilíferos são a forma mais 
comum de câncer tireoidiano, mostrando-se 
responsáveis por aproximadamente 85% das 
malignidades tireoidianas primárias nos Estados 
Unidos. Ocorrem ao longo de toda a vida, embora 
tenham incidência maior na faixa etária de 25 a 
50 anos, sendo responsáveis pela maior parte dos 
carcinomas associados à exposição prévia à 
radiação ionizante. 
A maioria dos carcinomas papilares 
convencionais se apresenta como nódulos 
tireoidianos assintomáticos, mas a primeira 
 13 
Khilver Doanne Sousa Soares 
manifestação pode ser uma massa em um 
linfonodo cervical. A maioria dos carcinomas são 
nódulos únicos que se movem livremente com a 
glândula tireoide durante a deglutição e não se 
distinguem, ao exame, dos nódulos benignos. 
Rouquidão, disfagia, tosse e dispneia sugerem 
doença avançada. 
Os cânceres tireoidianos papilíferos têm 
excelente prognóstico, com uma taxa de 
sobrevivência de dez anos em mais de 95% dos 
casos. Entre 5% e 20% dos pacientes têm 
recorrências locais ou regionais, e 10% a 15% 
apresentam metástases distantes. 
Carcinoma Folicular 
Carcinomas foliculares são responsáveis por 
5% a 15% dos cânceres primários da tireoide, 
porém são mais frequentes em áreas com 
deficiência de iodo na dieta, onde constituem de 
25% a 40% dos casos de câncer de tireoide. 
Os carcinomas foliculares se apresentam 
como nódulos indolores que aumentam 
lentamente. Com mais frequência, são nódulos 
frios nas cintilografias, embora raras lesões mais 
bem diferenciadas possam ser hiperfuncionantes, 
captar iodo radioativo e parecer quentes nas 
cintilografias. Os carcinomas foliculares têm uma 
pequena propensão para invadir os linfáticos; os 
linfonodos regionais estão raramente envolvidos, 
mas a disseminação vascular (hematogênica) é 
comum, com metástases para ossos, pulmões, 
fígado e outros locais. 
Esse é um contraste perfeito com os 
carcinomas foliculares minimamente invasivos, 
nos quais a taxa de sobrevivência de dez anos é 
superior a 90%. A maioria dos carcinomas 
foliculares é tratada com tireoidectomia total 
seguida pela administração de iodo radioativo, 
que pode ser usado para identificar metástases 
e remover as lesões. 
Carcinoma Anaplásico (Indiferenciado) 
Os carcinomas anaplásicos consistem em 
tumores indiferenciados do epitélio folicular 
tireoidiano, sendo responsáveis por menos de 5% 
dos tumores tireoidianos. São agressivos, com 
taxa de mortalidade próxima de 100%. 
Pacientes com carcinoma anaplásico são 
mais velhos do que os portadores de outros tipos 
de cânceres tireoidianos, com idade média de 65 
anos. Aproximadamente um quarto dos pacientes 
com carcinomas tireoidianos anaplásicos 
apresenta um histórico de carcinoma tireoidiano 
bem diferenciado, e outro quarto abriga tumor 
bem diferenciado concomitante na amostra 
ressecada. 
Os carcinomas anaplásicos costumam 
apresentar-se como massas volumosas no 
pescoço que aumentam rapidamente. Na maioria 
dos casos, a doença já se espalhou além da 
cápsula tireoidiana para as estruturas do pescoço 
ou passou por metástase para os pulmões no 
momento da apresentação. 
Carcinoma Medular 
Os carcinomas medulares da tireoide 
consistem em neoplasias neuroendócrinas 
derivadas de células parafoliculares, ou células C, 
da tireoide, e são responsáveis por 
aproximadamente 5% das neoplasias tireoidianas. 
Os carcinomas medulares, similares às células C 
normais, secretam calcitonina, cuja medição 
desempenha importante papel no diagnóstico e 
no acompanhamento pós-operatório dos 
pacientes. 
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Khilver Doanne Sousa Soares 
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REFERÊNCIAS
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. 
Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
KUMAR, V.; ABBAS, A.K.; FAUSTO, N.; ASTER, 
J.C. Bases Patológicas das Doenças. 9. ed. Rio 
de Janeiro: Elsevier, 2016.

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