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Centro Universitário Unifipmoc/Afya – Bacharelado em Medicina 3° Período - 2022.2 Turma 28 Acadêmica: Magny Emanuele Lima Ramos SOI III - TICS SEMANA 16 – REAÇÃO TIPO 1 E TIPO 2 - HANSENÍASE Montes Claros – MG Novembro/2022 Os surtos reacionais representam episódios inflamatórios que se intercalam no curso crônico da hanseníase. Devem ser prontamente diagnosticados e tratados. Encaminhe aqui uma resenha (texto) definindo as reações do Tipo 1 e do Tipo 2. As reações imunológicas são complicações de caráter inflamatório que ocorrem a nível sistêmico e costumam afetar 30 a 50% dos pacientes com hanseníase. As reações podem ocorrer antes do tratamento (casos em que o paciente procura atendimento médico no cenário de uma reação), durante o tempo do tratamento, ou até meses e anos após a realização do tratamento. Existem dois tipos de reações da hanseníase: a reação do Tipo 1 e a reação do Tipo 2. Contudo, as pessoas acometidas pela hanseníase podem, ainda, apresentar reações mistas, ou seja, reações tipo 1 e 2 ao mesmo tempo e reações do tipo eritema polimorfo. Nesse sentido, a reação do Tipo 1 ou reação reversa (RR) acomete normalmente pacientes com doença de tipo tuberculoide borderline ou virchowiana boderline. As manifestações clínicas são caracterizadas por: mancha hiperpigmentada e inchada na lesão de pele, preexistente, principalmente na face ou sobrejacente a um tronco nervoso principal, presença de eritema e endurecimento das lesões preexistentes, inflamação associada podendo levar a lesão nervosa grave com paralisia e deformidades, edema de mãos e pés associados a dores nas articulações, lesões ulceradas na pele, dor ou sensibilidade nos nervos periféricos, perda da função nervosa juntamente com fraqueza muscular e diminuição da sensibilidade. Na ausência de tratamento a reação do tipo 1 perdura por vários meses. Esse tipo de reação resulta do aumento espontâneo da imunidade celular e da hipersensibilidade do tipo retardado aos antígenos do Mycobacterium leprae. Por outro lado, a reação Tipo 2 ou eritema nodoso hansênico (ENH) ocorre principalmente em pacientes com doença do tipo virchowiana boderline. Clinicamente esse tipo de reação é definido como erupção súbita de muitos nódulos de caráter doloroso que podem ser tanto superficiais quanto profundos na derme. Esses nódulos podem criar pústulas e sofrer ulceração liberando um pus de coloração amarelada contendo BAAR (bacilo álcool-ácido resistente) em degeneração. As lesões são encontradas nas superfícies extensoras dos membros e na face. Outras manifestações clínicas são: febre alta, cefaleia, insônia, depressão, linfadenopatia dolorosa, sensibilidade muscular e articulações doloridas e inchadas. O período de duração da reação do Tipo 2, sem tratamento, é de uma a duas semanas, mas a reação costuma ser recorrente, ao longo de meses. O fenômeno de Lúcio ou eritema se caracteriza pela reação necrosante da pele, particularmente na forma clínica difusa e sem nódulos da hanseníase. É considerado um terceiro tipo de episódio reacional, e é relativamente raro no Brasil. A distinção dos dois tipos reacionais é difícil de ser realizada, devido aos diferentes mecanismos imunológicos subjacentes, os quais são pouco compreendidos, e os fatores que desencadeiam esses mecanismos ainda são desconhecidos. Alguns sintomas como fadiga, mal-estar e febre podem estar presentes em ambas as reações. As reações podem simular alergia a medicamentos, agravamento da doença e, em casos graves, choque séptico. É importante mencionar que as reações não ocorrem pelo tratamento medicamentoso, não havendo necessidade da interrupção do tratamento farmacológico. No entanto, em casos de uso de prednisona para controle da reação, faz-se necessária a modificação de uso de rifampicina. Referencial teórico: FINARDI, Amanda Juliane. Características clínicas, epidemiológicas, espacial e filogeográfica das espécies causadoras da hanseníase. 2020. GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I.. Goldman-Cecil Medicina. 26. ed. Rio de Janeiro: Grupo Gen, 2022.
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