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Centro Universitário Unifipmoc/Afya – Bacharelado em Medicina 
6° Período - 2024.1 Turma 28 
Acadêmica: Magny Emanuele Lima Ramos 
 
 
 
 
 
 
 
SOI VI - TICS 
TRATAMENTO DA SINUSITE 
 
 
 
 
 
 
 
 
Montes Claros – MG 
Abril/2024 
 
Como devemos tratar a sinusite? 
A sinusite é uma inflamação dos seios paranasais decorrente de infecções 
virais, bacterianas ou fúngicas ou reações alérgicas. Os seios da face dão 
ressonância à voz, aquecem o ar inspirado e diminuem o peso do crânio, o que 
facilita sua sustentação. São revestidos por uma mucosa semelhante à do nariz, 
rica em glândulas produtoras de muco e coberta por cílios dotados de movimentos 
vibráteis que conduzem o material estranho retido no muco para a parte posterior 
do nariz com a finalidade de eliminá-lo. 
Alterações anatômicas, que impedem a drenagem da secreção, e processos 
infecciosos ou alérgicos, que provocam inflamação das mucosas e facilitam a 
instalação de germes oportunistas, são fatores que predispõem à sinusite. Os 
sintomas incluem obstrução e congestão nasal, rinorreia purulenta, dor ou pressão 
facial; às vezes, há mal-estar, cefaleia e/ou febre. Nesse sentido, a sinusite pode 
ser classificada como: 
 Aguda: com resolução completa em <30 dias; 
 Subaguda: resolução completa em 30 a 90 dias 
 Recorrente: ≥ 4 episódios discretos agudos por ano, cada um 
desaparecendo completamente em < 30 dias, mas recorrendo em ciclos, 
com, no mínimo, 10 dias entre a resolução completa dos sintomas e o início 
de um novo episódio; 
 Crônica: com duração > 90 dias. 
Seu diagnóstico é feito por de avaliação clínica. Exames de imagens não são 
indicados na sinusite aguda, a menos que haja resultados que surgem 
complicações. Na sinusite crônica, realiza-se TC com mais frequência, e 
radiografias dos ápices dentais podem ser necessárias na sinusite maxilar crônica 
para excluir abscesso periapical. 
O tratamento é feito através de medidas locais, para melhorar a drenagem 
sinusal, como por exemplo, a nebulização e os vasoconstritores tópicos. Na sinusite 
aguda, a melhora da drenagem sinusal e o controle da infecção são os alvos da 
terapia. Nebulização, compressas mornas e úmidas sobre os seios afetados e 
bebidas quentes ajudam a aliviar a vasoconstrição e favorecem a drenagem. 
 
Além disso, vasoconstritores tópicos, como fenilefrina spray (0,25% a cada 
3 horas) ou oximetazolina a cada 8 a 12 h, são eficazes, mas devem ser usados no 
máximo por 5 dias e, depois, alternados em ciclos de 3 dias sim e 3 dias não, até a 
resolução do quadro. Os vasoconstritores sistêmicos, como pseudoefedrina (30 mg 
por via oral, para adultos) a cada 4 a 6 horas, são menos eficazes e devem ser 
evitados em crianças pequenas. 
O tratamento com antibióticos deve ser realizado para pacientes que 
apresentam sintomas de sinusite leve a moderados persistindo por mais que 10 
dias, agravamento dos sintomas de sinusite depois de melhora inicial de uma típica 
ITRS viral (doença reincidente ou bifásica) e sintomas graves (como febre ≥ 39° C, 
dor severa) por ≥ 3 a 4 dias. 
Como muitos organismos causadores são resistentes a outros fármacos, a 
amoxicilina/clavulanato, 875 mg por via oral a cada 12 horas (25 mg/kg por via oral 
a cada 12 horas em crianças) é atualmente o fármaco de primeira linha. Pacientes 
com risco de resistência a antibióticos recebem uma dose mais elevada de 2 g por 
via oral a cada 12 horas (45 mg/kg por via oral a cada 12 horas em crianças). 
Pacientes com risco de resistência incluem aqueles com menos de 2 anos de idade 
ou mais de 65 anos que receberam antibióticos no mês anterior, que foram 
hospitalizados nos últimos 5 dias e aqueles imunocomprometidos. 
Adultos com alergia à penicilina podem receber doxiciclina ou uma 
fluoroquinolona respiratória (levofloxacina, moxifloxacina). Crianças com alergia à 
penicilina podem receber levofloxacina ou clindamicina mais uma cefalosporina oral 
de 3ª geração (cefixima ou cefpodoxime). Mesmo com melhora em 3 a 5 dias, o 
fármaco é continuado. Adultos sem fatores de risco da resistência são tratados 
durante 5 a 7 dias no total; outros adultos são tratados por 7 a 10 dias. Crianças 
são tratadas durante 10 a 14 dias. Se não houver melhora em 3 a 5 dias, um 
fármaco diferente é usado. 
Os macrolídeos, sulfametoxazol/trimetoprima e a monoterapia com uma 
cefalosporina não mais são recomendados devido à resistência bacteriana. Há 
alguns casos em que a cirurgia de emergência é necessária, como em caso de 
perda de visão ou uma possibilidade iminente de perda de visão. 
 
Referencial teórico: 
Diretrizes Brasileiras de Rinossinusites. Revista Brasileira de 
Otorrinolaringologia, v. 74, n. 2, p. 6–59, 2008. 
PITREZ, P. PITREZ, J. Infecções agudas das vias aéreas superiores – 
diagnóstico e tratamento ambulatorial. Sociedade Brasileira de Pediatria. Porto 
Alegre, 2003.

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