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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA PROCESSOS QUÍMICOS INDUSTRIAIS INDÚSTRIA DE TINTAS EQUIPE: Ana Raquel Martins Santos - 471158 Jakson dos Santos Bernardo – 470834 Fortaleza - CE 08 de Julho de 2022 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO _______________________________________________ 4 2. HISTÓRIA ___________________________________________________ 5 2.1. PRÉ-HISTÓRIA _________________________________________________ 5 2.2. EGITO _________________________________________________________ 5 2.3. CHINESES _____________________________________________________ 6 2.4. EUROPA – IDADE MÉDIA _______________________________________ 7 2.5. RENASCIMENTO _______________________________________________ 7 2.6. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL _____________________________________ 8 2.7. SÉCULO XXI ___________________________________________________ 9 2.8. NO BRASIL ____________________________________________________ 9 3. CLASSIFICAÇÃO DAS TINTAS _______________________________ 10 3.1. LACAS _______________________________________________________ 10 3.2. TINTAS LÁTEX _______________________________________________ 10 3.3. TINTAS ACRÍLICAS ___________________________________________ 10 3.4. TINTAS ESMALTE ____________________________________________ 10 3.5. TINTAS EPÓXI ________________________________________________ 11 4. CONTITUINTES DAS TINTAS ________________________________ 12 4.1. RESINAS______________________________________________________ 12 4.2. SOLVENTES __________________________________________________ 12 4.3. PIGMENTOS E FÍLERES _______________________________________ 13 4.3.1. PIGMENTOS BRANCOS _____________________________________________ 13 4.3.2. PIGMENTOS NEGROS _______________________________________________ 14 4.3.3. PIGMENTOS AZUIS _________________________________________________ 15 4.3.4. PIGMENTOS VERMELHOS __________________________________________ 15 4.3.5. PIGMENTOS AMARELOS ____________________________________________ 16 4.3.6. PIGMENTOS VERDES _______________________________________________ 16 4.3.7. PIGMENTOS CASTANHOS ___________________________________________ 17 4.3.8. TOXICIDADE DOS PIGMENTOS ______________________________________ 17 4.4. ADITIVOS ____________________________________________________ 17 4.4.1. ÓLEO SECANTES E ÁCIDOS GRAXOS ________________________________ 17 4.4.2. SECANTES ________________________________________________________ 17 4.4.3. PLASITIFICANTES _________________________________________________ 17 4.4.4. OUTROS ADITIVOS _________________________________________________ 18 5. PROCESSO INDUSTRIAL ____________________________________ 19 5.1. PRÉ-MISTURA ________________________________________________ 19 5.2. MOAGEM_____________________________________________________ 19 5.3. COMPLETAGEM ______________________________________________ 20 3 5.4. CONTROLE DE QUALIDADE ___________________________________ 20 5.4.1. Medição do pH: _____________________________________________________ 20 5.4.2. Teste de densidade: ___________________________________________________ 21 5.4.3. Teste de viscosidade: _________________________________________________ 21 5.4.4. Teste da cobertura da cor: ______________________________________________ 21 5.4.5. Medição da cobertura e da cor: __________________________________________ 22 5.5. FILTRAGEM __________________________________________________ 22 5.6. ENVASE ______________________________________________________ 23 6. MERCADO _________________________________________________ 24 6.1. INDÚSTRIAS CEARENSES _____________________________________ 26 7. INDÚSTRIA DE TINTAS E OS IMPACTOS AMBIENTAIS ________ 28 7.1. INDÚSTRIA TÊXTIL ___________________________________________ 28 7.2. SOLUÇÕES PARA OS PROBLEMAS AMBIENTAIS ________________ 28 8. TENDÊNCIAS DE MERCADO _________________________________ 30 8.1. TINTAS ELETROSTÁTICAS ____________________________________ 30 8.2. TINTAS COM ADITIVOS UMECTANTES E DISPERSANTES _______ 30 9. REFERÊNCIAS ______________________________________________ 31 4 1. INTRODUÇÃO A tinta é uma mistura de várias substâncias: veículo, pigmentos, aditivos, água e/ou solventes, em que as partículas sólidas, com dimensões entre 1 µm e 1nm, encontram-se distribuídas em um componente volátil (água ou solventes orgânicos). Quando aplicada forma uma película sólida, dada a evaporação do componente volátil e/ou reação química. Sendo assim, a tinta é uma composição química, pigmentada ou não, que após sua aplicação se transforma em um revestimento, proporcionando características específicas. A primeira impressão que temos sobre a funcionalidade da tinta é a decorativa. A atuação decorativa da tinta é importante e não deve ser desprezada. Por este motivo existem centenas de cores e diversos tipos de acabamentos e brilhos disponíveis no mercado. É evidente que as cores têm força sobre nossas emoções e mudam nossa percepção sobre um ambiente. A tinta quando aplicada forma uma película protetora que prolonga a vida útil da superfície ao criar uma camada física contra as ações das radiações, mudanças climáticas, sujeiras, atritos e outros agentes externos. As pinturas possuem papéis importantes nas indústrias, pois ao serem aplicadas em metais (trocadores de calor, tanques, destiladores, tubulações) aumentam o período de duração dos mesmos evitando a corrosão e a ferrugem que acontecem com o tempo. No meio imobiliário elas diminuem a absorção de umidade, evitam o craquelamento e o desenvolvimento de mofos. Além disso, a pintura protege as madeiras de móveis e outros contra ressecamento, rachaduras e apodrecimento. Além dessas funções protetivas as pinturas também podem ter outras funções especiais: • O retardamento da propagação de chamas; • Redução da radiação infravermelha; • Impermeabilização; • Limpeza; • Higiene; • Sinalização; • Proteção anticorrosiva; • Permite a identificação de fluidos em tubulações ou reservatórios • Impede a incrustação de microrganismos marinhos em cascos de embarcações; • Impermeabiliza superfícies; • Diminui a rugosidade superficial. Para uma tinta ser considerada de boa qualidade são necessárias algumas características técnicas. A tinta deve ter: estabilidade, aplicabilidade, rendimento e cobertura, durabilidade, lavabilidade, secagem, nivelamento (formar uma película uniforme sem marcas de aplicação, alastramento (formar uma película homogênea). 5 2. HISTÓRIA É impossível determinar uma data específica para o surgimento das tintas e uma história com cronologia bem definida. Isso porque há milhares de anos os homens viviam em cavernas e abrigos protegidos, portanto não buscavam decorar o espaço. 2.1. PRÉ-HISTÓRIA As primeiras tintas foram criadas pelos povos da pré-história. Nesse momento, a tinta surgiu para expressar sentimentos, pensamentos e ajudar a contar histórias. Essas representações simbólicas mais antigas são conhecidas como arte rupestre. Eram usados sangue, argila, terra, plantas, pedras e ossos moídos para pintar o corpo e as paredes das cavernas. Logo eles perceberam que era necessário um elemento “ligante”, para fixar a pintura no local onde era feita e torná-la mais durável. Com gordura de animais e seiva de plantas, esse problema foi resolvido. Figura 1: Pintura rupestre encontrada em caverna. Fonte: https://turismo.pi.gov.br/turismo-piaui/riqueza-arqueologica-serras-museus-e-arte-rupestre/ 1 2.2. EGITO A criação da tinta usualmente é atribuída aos egípcios, pois possuíam uma cultura que prezava pela arte decorativa. Isso porque eles foram o primeiro povo a dar início à pintura com variedadede cores e fabricavam as tintas com materiais encontrados em suas terras e regiões próximas. Utilizavam pinturas em paredes, sarcófagos ou em papiros manuscritos, os quais pertencem à Arte Egípcia do período de 8000 a 5000 a.C. Foi durante esse período que surgiram os primeiros pigmentos sintéticos, embora algumas das primeiras cores egípcias fossem derivadas de solo natural. As cores naturais incluíam ocres vermelho e amarelo, hematita, calcário amarelo, ouro em folha, malaquita (carbonato básico de cobre), carvão, negro de fumo e gesso natural. Os Egípcios também desenvolveram um pigmento orgânico, formado por uma base preparada com uma planta da região misturada com gesso natural. Os Egípcios empregavam goma arábica, clara e gema de ovos, gelatina e cera de abelha tratada como preparos para seus veículos (ligantes). Piches e bálsamos naturais eram usados como revestimento protetor para seus navios. 6 Figura 2: Pintura Egípcia. Fonte: https://aulazen.com/historia/arte-egipcia-pintura-escultura-arquitetura-objetos-em-ouro-obras-de-arte/ 2.3. CHINESES Os chineses se especializaram numa das tintas mais versáteis e duradouras: o nanquim. Feito de fuligem e goma-laca (uma resina secretada pela larva do inseto Kerria Lacca, parente da cigarra abundante no Sudeste Asiático), o nanquim era usado para decorar não só os famosos pergaminhos artísticos e pinturas em papel xuan mas, também, objetos e até templos e palácios. Manuscritos de cerca de 2.000 a. C. comprovam que os chineses já conheciam e utilizavam nanquim. O azul chinês (conhecido como Azul Han) veio da calcinação de uma mistura de sílica, óxidos de cobre e sais de bário; para o vermelho, uma junção de hematita e calcita; o rosa e o laranja vinham de um tratamento químico realizado com o ouro. E, além da goma-laca, outros elementos usados para diluir e fixar as cores eram a clara de ovo e seivas vegetais. https://aulazen.com/historia/arte-egipcia-pintura-escultura-arquitetura-objetos-em-ouro-obras-de-arte/ 7 Figura 3: Pintura de pinheiro, pedra e glicínias, Dinastia Qing. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pintura_da_China 2.4. EUROPA – IDADE MÉDIA Muitos anos depois já na Idade Média, o uso da tinta como fim protetivo começa a se destacar. Os ingleses utilizavam a maior parte das tintas para pinturas em igrejas e ao longo do tempo foi evoluindo para prédios públicos e residências de pessoas importantes. Durante os séculos XV e XVI, artistas italianos fabricavam pigmentos e veículos para tintas. Figura 4: Pintura religiosa de 1308. Têmpera sobre madeira Fonte: https://www.todamateria.com.br/arte-medieval/ 2.5. RENASCIMENTO Nessa época, a produção de tinta era particularizada e altamente sigilosa. Cada artista ou artesão desenvolvia seu próprio processo de fabricação de tinta. Tratadas como se fossem um “segredo de Estado”, as fórmulas de tintas eram enterradas com seu inventor. Essa época também 8 é conhecida como o período dos grandes artistas como Michelangelo e Leonardo da Vinci, os quais criavam as próprias cores de seus quadros e guardavam o segredo a sete chaves. Foi nesse período que houve o aumento do interesse pela utilização de óleos. Vernizes à base de breu e óleo de linhaça foram descritos por Cennino Cennini, por volta do século XV, e alguns desses manuscritos estão preservados até hoje no Vaticano e em Florença. Figura 5: Leonardo da Vinci e sua pintura mais famosa Monalisa. 2.6. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A Revolução Industrial, entre os séculos XVIII e XIX, foi o período marcado pelas primeiras produções de tintas em larga escala nas fábricas. No século XIX já temos as primeiras versões de tintas já prontas as quais não haviam necessidade de diluição ou qualquer outro processo para a obtenção do tom. Além da arte, novas aplicações como revestimento numa crescente gama de produtos industrializados e comercializados mundo afora fizeram as tintas experimentarem um salto sem precedentes. Com o surgimento da indústria de tintas e vernizes no século XIX, os revestimentos orgânicos ganharam, evidentemente, maior difusão popular. Figura 6: Representação de uma indústria no período da revolução industrial. 9 Fonte: https://www.sohistoria.com.br/resumos/revolucaoindustrial.php 2.7. SÉCULO XXI As tintas utilizadas desde o início dos tempos até as que usamos na atualidade para diversas atividades como para pintar casas, carros, móveis eletrodomésticos e outros produtos, quanto para a pintura das mais diversas instalações industriais e estruturas, seguem a mesma fórmula básica usando pigmentos e um ligante. Mas são fabricadas de forma muito mais moderna em indústrias químicas, com o apoio de laboratórios, usando tecnologia avançada, matérias-primas de alta complexidade e equipamentos sofisticados. A indústria de tintas e vernizes sofreu um grande avanço científico e tecnológico. Novos pigmentos, melhoria dos óleos secativos, resinas celulósicas e sintéticas e uma grande variedade de agentes modificantes começaram a ser criados e testados em laboratórios especializados e lançados nas linhas de produção industriais, transformando-se na base de uma corrente infindável de novos revestimentos orgânicos. O advento de emulsões aquosas e tintas com base em soluções aquosas proporcionaram uma outra dimensão para a variedade, utilização e complexidade no campo das tintas. 2.8. NO BRASIL A história da Indústria Brasileira de tintas tem início com Paulo Hering, fundador das Tintas Hering, e Carlos Kuenerz, fundador da Usina São Cristóvão. Emigrantes alemães, eles encontraram no Brasil pátria e lar. O período do desenvolvimento industrial brasileiro se dividiu em fases, sendo elas: A primeira fase tem início com a fundação da Usina São Cristóvão, em 1904, e estendendo- se até a implantação no Brasil da Sherwin-Williams, em 1944. O segundo período compreende entre a chegada da Sherwin-Williams e a implantação da Glasurit no Brasil. Os americanos da Sherwin-Williams trazem a Indústria Brasileira para a concorrência tecnológica do século XX. Nessa segunda fase é possível notar a transição entre o trabalho de pequenas empresas para a implementação de fábricas modernas, com projetos próprios, planejamento mercadológico e tecnologia avançada (Coral e American Marietta). A terceira fase se destaca pelo processo de internacionalização. Antes disso, é claro, algumas empresas internacionais já haviam se estabelecido no país. Dentre as grandes indústrias brasileiras, o crescimento marcante é da Renner Herrmann, que absorve grande número de indústrias e expande para o comércio no exterior. Atualmente o mercado brasileiro de tintas compreende empresas de grandes conglomerados (nacionais e internacionais), empresas de porte médio, com administração de caráter familiar, e pequenas e médias indústrias voltadas ao atendimento de segmentos específicos do mercado. 10 3. CLASSIFICAÇÃO DAS TINTAS As tintas podem ser classificadas quanto a sua utilidade (imobiliária, indústria em geral, pintura automotiva e repintura automotiva) ou quanto a sua composição. Abaixo estão as tintas classificadas de acordo com a sua composição. 3.1. LACAS É uma composição de recobrimento feita por um material termoplástico dissolvido em solventes orgânicos. A película forma-se por meio da evaporação do solvente. A laca é utilizada como acabamentos de móveis de madeira. Normalmente associada à sofisticação, seja na versão brilhante ou fosca, a laca é marcada pela versatilidade. Com uma infinidade de tons, criados a partir de cores primárias, e estilos de móveis em que pode ser aplicada, a laca se destaca em qualquer ambiente. Exemplos: • lacas nitro celulósicas - é uma das tintas automotivas mais utilizadas na pintura para carros. • lacas acrílicas. 3.2. TINTAS LÁTEX A tinta látex é diluída em água, oferece um ótimo acabamento,porém, não é tão resistente a ação do sol sendo recomendada assim para ambientes internos, já que ela não oferece grande impermeabilidade e não tem um bom acabamento em ambientes úmidos. No entanto, é um tipo de tinta que possibilita a limpeza simples com pano úmido, além de secagem rápida. Só é encontrada com acabamento fosco, pois sua resina não permite a variação de brilho. 3.3. TINTAS ACRÍLICAS As tintas acrílicas são tintas de secagem rápida e solúveis em água. Diferentemente das tintas látex, as tintas feitas com resinas acrílicas conferem ao produto características impermeáveis, permitindo sua extensa utilização para pinturas externas. Essa impermeabilidade também torna a tinta acrílica interessante para uso em áreas molhadas da casa, como cozinha e lavabo, já que podem ser lavadas sem preocupação. As tintas acrílicas podem ser encontradas em três tipos de acabamento: • Fosco é menos resistente à limpeza, mas ressalta menos as imperfeições da parede; • O semibrilho tem um pouco de brilho, destaca mais as imperfeições da superfície e resiste mais à limpeza do que a tinta fosca; • Acetinado confere à parede um toque mais fino, sofisticado, com um brilho suave, que resiste bem à limpeza, destaca as imperfeições da superfície. 3.4. TINTAS ESMALTE As tintas esmaltes não são solúveis em água, portanto, a aplicação exige mais cuidado. Apresenta elevado nível de resistência por isso são muito utilizadas em metais, madeiras e como acabamentos de janelas e portões. Disponíveis na versão brilhante e fosca, recomenda-se não utilizá-las direto na parede, pois a tinta, à medida que seca, pode criar bolhas e, consequentemente, se desprender da superfície. Por conta do seu uso para situações mais especificas essa tinta tem um custo mais alto que as outras. Importante salientar que muitos esmaltes são feitos a partir de solventes e, por isso, 11 apresentam cheiro forte e secagem demorada. No entanto, vários fabricantes estão produzindo esmaltes à base de água, o que resulta em produtos de baixo odor e secagem rápida. 3.5. TINTAS EPÓXI As tintas epóxi podem ser solúveis em água e em solventes. Todavia, ela não é uma opção usada em residências e, sim, em indústrias, que a utiliza para pintar superfícies como metais e azulejos. Resistentes, esta tinta sintética pode ser aplicada em áreas de grande umidade e precisam ser aplicadas por pessoas especializadas para um melhor acabamento. São ideais também para aplicação em locais em contato direto com a água, como piscinas e caixas d'água. É, ainda, uma ótima solução para ambientes como banheiros, boxes e cozinhas. 12 4. CONTITUINTES DAS TINTAS Figura 7: Composição Geral das Tintas 4.1. RESINAS As primeiras tintas desenvolvidas utilizavam resinas naturais, vegetais ou animais. Atualmente as resinas são adquiridas pela indústria química ou petroquímica por meio de reações de polimerização, ligação de dois ou mais monômeros, formando um polímero. Esses polímeros conferem às tintas diversas propriedades como: resistência química e física, aderência, flexibilidade, brilho e durabilidade. A resina é a base sólida da tinta, ela permite a aderência das partículas dos pigmentos, formando uma película íntegra. A formação dessa película de tinta está relacionada com o mecanismo de reações químicas do sistema polimérico As resinas mais usuais são: • Resinas alquídicas: é um polímero obtido pela esterificação de poliácidos e ácidos graxos com poli álcoois. A resina alquídica é utilizada para tintas que secam em exposição por oxidação ao ar ou polimerização por calor. Entre as suas principais qualidades estão a força de adesão, alta resistência, boa propriedade isolante. • Resinas epóxi: é um tipo de plástico que ao entrar em contato com um agente catalisador endurece e se torna uma superfície sólida e rígida. As resinas epóxi para tintas e vernizes são modelos de resinas que têm como finalidade auxiliar no processo de formação da tinta, sendo essenciais para o brilho. • Resinas acrílicas: Polímeros formados pela polimerização de monômeros acrílicos e metacrílicos; por vezes o estireno é copolimerizado com estes monômeros. A polimerização destes monômeros em emulsão (base de água) resulta nas denominadas emulsões acrílicas usadas nas tintas látex. 4.2. SOLVENTES Os solventes para tintas são adicionados à tinta para deixá-la mais fluída, atingindo a viscosidade ideal para aplicação de cada tinta, deixando-a pronta para a aplicação conforme sua destinação. As tintas tem solventes específicos, ou seja, cada tipo de tinta requer uma especificação de solvente diferente. Existem dois tipos de tintas: as com base em água, ou seja, solúveis e diluídas em água e as tintas baseados em solventes, que são as tintas insolúveis em água e, portanto, diluídas em solvente para tintas específicas. Tintas insolúveis em água requerem solventes TINTAS PIGMENTOS ORGÂNICOS INORGÂNICOS RESINAS SOLVENTES ÁGUA SOLVENTES ORGÂNICOS ADITIVOS ÓLEOS SECATIVOS SECANTES PLASTIFICANTES 13 orgânicos, como subprodutos de petróleo. Os solventes para tintas podem ser orgânicos ou não e esses são formulados de acordo com a necessidade específica de sua utilização. 4.3. PIGMENTOS E FÍLERES Os diluentes ou fíleres são partículas mais sólidas das tintas que refletem muitos dos raios de luz destrutivos e dessa maneira ajudam a prolongar a duração de toda a tinta. Fíleres: • Sulfato de Bário; • Mica; • Sílica; Carbonato de cálcio. Os pigmentos são substâncias insolúveis que promovem simultaneamente a cobertura, opacidade, tingimento e a cor da tinta. De forma simples, pode-se separar os pigmentos nos seguintes grupos: • Anticorrosivos: são os pigmentos que adicionados à tinta, conferem proteção anticorrosiva. Exemplo: Zarcão, cromato de zinco, molibdato de zinco. • Opacificantes: coloridos: são aqueles que conferem cor e opacidade às tintas. Exemplo: Óxido de zircônio, silicato de zircônio. • Cargas (extensores): não conferem nem cor e nem opacidade às tintas. Mas, seu emprego é importante para reduzir o custo final da tinta, melhorar a abrasão. Exemplo: Quartzo, óxido de alumínio. Os principais pigmentos utilizados antigamente eram: • Alvaiade: • Óxido de zinco e lipotônio; • Azul da Prússia; • Cromato de chumbo; • Óxidos de ferro; • Lacas Os pigmentos também podem ser divididos em três grandes categorias: pigmentos inorgânicos, pigmentos orgânicos e pigmentos de efeito. • Os pigmentos inorgânicos (minerais) compreendem compostos de diferentes classes e propriedades químicas, como os óxidos, os sulfetos, os carbonatos, os cromatos, os sulfatos, os fosfatos e os silicatos de metais. • Os pigmentos orgânicos são muito usados em tintas e vernizes utilizados nas indústrias automotivas e de construção civil, em tintas gráficas, em cosméticos e domissanitários. Esses pigmentos também são bastante utilizados em plásticos e polímeros destinados a produtos como brinquedos, utilidades domésticas, equipamentos eletroeletrônicos, materiais de escritório, peças e componentes de veículos, aviões. • Os pigmentos de efeito dão uma aparência diferenciada ao produto em que são utilizados sendo: os pigmentos de interferência (apresentam cores distintas conforme o ângulo de observação); pigmentos fotocrômicos (a cor se revela quando os pigmentos são expostos à luz do sol e a ultravioleta e volta a sua coloração inicial quando a fonte de luz é removida); pigmentos termocrômicos (aqueles que apresentam mudanças de cor induzidas por uma mudança de temperatura). 4.3.1. PIGMENTOS BRANCOS Alguns exemplos de pigmentos brancos são: 14 • Alvaiade: muito utilizado antigamente. Contudo, por ser um pigmento a base de chumbo, era altamente tóxico, logo, foi sendo substituídopor outros como óxido de zinco e lipotônio. • Óxido de zinco; • Dióxido de titânio: é o mais utilizado atualmente devido seu grande poder de cobertura advindo do alto índice de refração. • Lipotônio (ZnS). Tabela 1: Tabela com dados comparativos entre os principais pigmentos brancos. Pigmento Branco Índice de Refração Litros por 100 kg Absorção de óleo Pode de cobertura Pode de coloração Preços de 1975. Em dólares por quilograma Óxido de zinco 2,08 17,86 45992 20 210 0,88 Dióxido de titânio (anatásio) 2,55 25,7 20-25 115 1250 0,88 Dióxido de titânio (rutílo) 2,76 23,87 18-22 147 1600 0,88 Fonte: NORRIS, S. R; JOSEPH, A. B, 1997. Figura 8: Fluxograma da Produção do Dióxido de Titânio. O pigmento branco mais utilizado. Fonte: NORRIS, S. R; JOSEPH, A. B, 1997. 4.3.2. PIGMENTOS NEGROS O principal pigmento nesta tonalidade é o negro de carvão, que pode aparecer em algumas tonalidades. Estes pigmentos retardam a oxidação do óleo na tinta aumentando a sua vide útil. O negro de carbono é obtido pela combustão incompleta, a cerca de 1000ºC, de gás natural, em séries de queimadores cujas chamas são deflectidas por um canal em ferro; o negro de carbono formado deposita-se neste canal, donde é removido periodicamente. O negro de carbono é depois Fonte: NORRIS, S. R; JOSEPH, A. B, 1997. 15 pulverizado, peletizado, classificado e embalado. O rendimento do processo é, contudo, muito baixo (0,5 a 5%). Figura 9: Fluxograma do Processo de Produção do pigmento negro de fumo. 4.3.3. PIGMENTOS AZUIS Como exemplo de pigmentos azuis temos: • Azul ultramarino: é um silicato de alumínio e sódio e sulfeto de alumínio e sódio, feito sinteticamente; • Azul de ftalocianina: possui boa resistência aos álcalis, ácidos e à modificação de coloração; • Azul de ferrocianeto: conhecidos como azul da Prússia ou azuis de ferro. Possuem um alto poder corante. É preparado por adição de uma solução contendo cloreto de ferro (III) a uma solução de ferrocianeto de potássio. Uma metodologia laboratorial de produção de azul da prússia consiste em colocar em um tubo de ensaio, solução de cloreto férrico em água (por exemplo, a 10% em peso), e adicionar igual quantidade de ferrocianeto de potássio dissolvido em água. Filtrar em papel de filtro, lavar com água destilada e colocar numa estufa para secar. 4.3.4. PIGMENTOS VERMELHOS Como exemplo de pigmentos vermelhos temos: • Zarcão (Pb3O4): muito resistente à luz, utilizada em aços estruturais por ter poder de proteger contra corrosão; • Óxido férrico (Fe2O3): possui alta durabilidade, fazendo com que seja aplicado à tinta de exteriores; • Vermelho de Veneza: é uma mistura de óxido férrico com sulfato de cálcio. É um pigmento inerte, particularmente sobre a madeira; • Vermelho da Índia: é um mineral de ocorrência natural, cujo teor de óxido de ferro pode variar de 80 a 95 %. 16 Quando falamos de pigmentos vermelhos é impossível não destacar o corante extraído do tronco do pau-brasil, a brasilina, foi muito utilizado para tingir tecidos e fabricar tinta para escrita. Atualmente poucos exemplares desta espécie são encontrados em estado nativo devido à intensa exploração extrativista. A importância do pau Brasil na Europa, a partir do século XVI, deveu-se principalmente às variadas tonalidades de cores obtidas da madeira que era tratada com ácido (vinagre) ou fermento. Os artesãos (tintureiros) daquela época obtinham tons de vermelho pela alcalinização do extrato ácido, a partir de que eram gerados os tons arroxeados. O produto natural e os derivados extraídos da madeira vermelha são os componentes moleculares que dão a coloração vermelha tão apreciada pelos monarcas europeus e podemos dizer que, devido a essa exploração, os portugueses colonizadores praticamente devastaram o pau Brasil de toda a costa atlântica. Figura 10: Corte transversal do tronco de C. Echinata (Pau-Brasil). Fonte: https://ciencianarua.net/a-beleza-invisivel-da-biodiversidade-brasilina-e-brasileina-a-cor-vermelha-do- pau-brasil/ 4.3.5. PIGMENTOS AMARELOS Como exemplo de pigmentos amarelos temos: • Ocre: pigmento de ocorrência natural, constituído de argila e hidróxido férrico de 10 a 30 %. São cores com baixo tingimento, sendo substituídos por hidróxidos de ferro sintéticos; • Amarelo de cromo: possui um ótimo brilho, grande opacidade e resistência à luz; • Amarelo de zinco: possui um baixo poder de coloração e é usado devido seu efeito de inibidor de corrosão. 4.3.6. PIGMENTOS VERDES Como exemplo de pigmentos verdes temos: • Ftalocianina verde: é o pigmento verde mais importante e possui alto poder de coloração; • Óxido de cromo (Cr2O3): um dos pigmentos verdes mais usado antigamente. Possuía custo elevado e falta de brilho e opacidade; 17 • Verde de Guignet Cr2O(OH)4: é um óxido crômico hidratado que possui mais brilho que o óxido de cromo e possui boa permanência. 4.3.7. PIGMENTOS CASTANHOS Como exemplo de pigmentos castanhos temos: • Siena queimada: vem sendo substituída por óxidos sintéticos que tem maior poder de coloração e clareza; • Umbra queimada: contém o óxido mangânico. São aconselháveis para madeira e ferro. 4.3.8. TOXICIDADE DOS PIGMENTOS Em relação ao alvaiade, que possui a seguinte formula molecular: 2.PbCO3Pb(OH)2. Foi criada uma lei em 2008 que limita o teor de chumbo em tintas. Estabelecendo um limite máximo de 0,06% em massa de chumbo em tintas imobiliárias e de uso infantil e escolar, vernizes e materiais similares e dá outras providências. 4.4. ADITIVOS 4.4.1. ÓLEO SECANTES E ÁCIDOS GRAXOS Óleos insaturados são adicionados as tintas para auxiliar no endurecimento formando um filme sólido através de uma reação de oxidação nos quais os componentes se reticulam por ação do oxigênio. Esses óleos podem ser de: • Óleo de linhaça; • Óleo de soja; • Ácidos graxos; • Óleo de sebo; • Óleo de rícino, 4.4.2. SECANTES Funcionam como catalisadores, são portadores de oxigênio e solúveis no óleo. Estes secantes são usados em pequenas quantidades, constituem 1 a 2% em peso. Principais secantes: • Cobalto; • Manganês; • Chumbo; • Zinco; • Aftenatos; • Resinatos; • Sebacatos; • Linoleatos; 4.4.3. PLASITIFICANTES Servem para melhorar propriedades como flexibilidade e reduzir o aspecto de rachadura nas tintas. A preparação destes produtos envolve a agitação vigorosa e, em alguns casos, o aquecimento, para ser atingia solubilização desejada. Principais substancias usadas com a função plastificante nas tintas: • Ésteres octílico; • 2-etilexílico; • Decílico dos ácidos ftálico; 18 • Sebácico; • Adípico; • Azelaico. 4.4.4. OUTROS ADITIVOS Além desses citados acima há uma série de compostos químicos, que entregam outras propriedades às tintas como: Antiespumantes Evitam o surgimento de espuma. Anti sedimentares Evitam o aparecimento de sedimentos na tinta. Nivelantes Fazem com que a tinta nivele a superfície. Antifungos Evitam que micro organismos deteriorem a tinta. Fotoiniciadores Formação de radicais livres quando submetidos à ação da radiação UV iniciando a cura das tintas por UV. Secantes Catalisadores da secagem oxidativa de resinas alquídicas e óleos vegetais polimerizados. Agentes Reológicos Modificam a reologias das tintas para que se possa atingir nivelamento, diminuição do escorrimento. Bactericida Evitam a degradação do filme da tinta devido a ação de bactérias. Coalescentes Facilitam a formação de um filme contínuo na secagem de tintas a base de água unindo as partículas do látex. 19 5. PROCESSO INDUSTRIAL A produção de tintas é feita por um processo muito simples que consiste numa agitação constante e vigorosa da mistura. 5.1. PRÉ-MISTURA Na primeira etapa do processo sãoadicionados a base sólida (resinas), a substância volátil (solventes), os pigmentos e outros aditivos à um tanque com agitação constante por determinado tempo a fim de originar um produto relativamente homogêneo. Figura 11: Misturador utilizado na etapa da pré-mistura. 5.2. MOAGEM Apesar da intensa mistura o produto da etapa anterior possui algumas matérias primas como os pigmentos e as cargas ainda se aglomeram. Por esse motivo, o produto passa por um moinho (horizontais ou de bolas) de forma contínua para causar a dispersão, ou seja, e esta operação tem a função de realizar uma dispersão maximizada e estabilizada. Desse modo, o produto final irá apresentar propriedades importantes como poder de cobertura da tinta e a tonalidade da sua cor. PRÉ-MISTURA MOAGEM COMPLETAGEM CONTROLE DE QUALIDADE FILTRAGEM ENVASE 20 Figura 12: Moinho de bolas utilizado no processo de moagem. 5.3. COMPLETAGEM No terceiro momento serão realizados os acertos últimos ajustes das tintas para que esta apresente a qualidade almejada pelo produtor, como a viscosidade, a cor e o teor de sólidos. Em um tanque, são adicionados o produto de dispersão e outros componentes da tinta que são necessários para realizar o ajuste adequado. Figura 13: Tanques onde são realizados a etapa de completagem. 5.4. CONTROLE DE QUALIDADE No controle de qualidade são realizados uma série de testes que avaliam se as tintas estão dentro de todos os parâmetros desejados. Os testes realizados são de: 5.4.1. Medição do pH: É realizado com o auxílio de um pHmetro. Devido ao pH muito baixo (ácido) ou muito alto (alcalino), a tinta pode causar corrosão, dessa forma, para a obtenção de um ótimo desempenho e alta estabilidade química, o valor de pH deve ser ajustado ao pH do corante. 21 5.4.2. Teste de densidade: Este parâmetro corresponde à média aritmética das densidades de todas as substâncias dentro de qualquer formulação de tinta considerando suas proporções. 5.4.3. Teste de viscosidade: É realizado com um viscosímetro rotacional onde um aparelho rotativo (fuso) que é mergulhado no fluido para ser testado. O torque no eixo rotativo do fuso medirá então a resistência do fluido ao fluxo. 5.4.4. Teste da cobertura da cor: Analisa o comportamento da coloração da tinta ao ser aplicada. 22 5.4.5. Medição da cobertura e da cor: Mede o brilho e a existência de partículas sólidas com tamanhos superiores ao especificado para a tinta. 5.5. FILTRAGEM A penúltima etapa é a de filtragem que serve para retirar as últimas partículas indesejadas que ainda estão presentes e entregar um produto final perfeito. Esta etapa pode ser realizada com uma centrífuga. 23 Figura 14: Filtro para as tintas. 5.6. ENVASE A etapa final do processo é passar a tinta para sua embalagem final. 24 6. MERCADO O Brasil é um dos cinco maiores mercados mundiais para tintas. São fabricadas tintas destinadas as mais diversas finalidades, com tecnologia e eficiência técnica, podendo ser comparado com a indústria de países desenvolvidos. Essas industrias possuem a versatilidade de coexistir centenas de fabricantes de grande, médio e pequeno porte espalhados pelo país, e os dez maiores correspondem a um total de 75% das vendas. Figura 15: Resumo do panorama do mercado de tintas do Brasil. Fonte: https://abrafati.com.br/o-setor-de-tintas-no-brasil/ O setor se divide em quatro ramos: tinta imobiliária, que representa cerca de 83,3% do volume total; tinta para indústria geral (eletrodomésticos, móveis, autopeças, naval, aeronáutica, manutenção, entre outras) com 10,3% do volume; tinta para repintura automotiva com 4% e tinta automotiva com 2,3%. Figura 16: Segmentos em que o setor se divide em volume. Fonte: https://abrafati.com.br/o-setor-de-tintas-no-brasil/. Os dados para o ano de 2021 apontam um forte crescimento de 5,8% no volume de vendas, atingindo uma incrível marca de 1.715 milhões de litros. Os números de 2020 já registravam um aumento de 3,5% devido a pandemia. Apesar de parecer controverso esse crescimento no setor de tintas imobiliárias pode ser explicado pela adoção do regime de trabalho de casa. 1,80% 4,10% 10,60% 83,50% Tinta automotiva: Tinta de repintura automotiva: Tinta para indústria em geral Tinta imobiliária: https://abrafati.com.br/o-setor-de-tintas-no-brasil/ https://abrafati.com.br/o-setor-de-tintas-no-brasil/ 25 Figura 17: Evolução do mercado de tintas nos últimos dez anos por setor. Fonte: https://abrafati.com.br/o-setor-de-tintas-no-brasil/ Nesse mesmo período a produção de veículos automotores despencou por causa da interrupção do suprimento de peças e conjuntos, além da retração dos compradores, fazendo encolher a demanda de tintas automotivas originais em 28%. Por sua vez, os resultados de 2021 foram bons em todos os segmentos, tendo a linha automotiva registrado o melhor desempenho, com alta de 12%, sem recuperar totalmente a queda do ano anterior. Figura 18: Gráfico representando a destinação do volume de tintas no ano de 2021. Fonte: https://abrafati.com.br/o-setor-de-tintas-no-brasil/ O Brasil tem um mercado de exportação e importação de tintas bastante significativo. No gráfico abaixo podemos analisar a balança comercial em milhões de dólares desse mercado no ano de 2020. 0 300 600 900 1200 1500 2002 2005 2008 2011 2014 2017 2020 Volume em milhões de Litros Anos Imobiliária Repintura Auto Indústria Auto Industria Geral Tinta imobiliária 84% Tinta automotiva 2% Tinta para indústria em geral 10% Tinta de repintura automotiva 4% https://abrafati.com.br/o-setor-de-tintas-no-brasil/ https://abrafati.com.br/o-setor-de-tintas-no-brasil/ 26 Figura 19: Balança Comercial de Tintas em 2020 em milhões de dólares. Figura 20: Balança Comercial de Tintas em 2020 em toneladas. 6.1. INDÚSTRIAS CEARENSES A Região Metropolitana de Fortaleza possui 32 indústrias de tintas e um mercado que mescla multinacionais e grupos empresariais regionais, além de empresas de porte médio e pequeno. E agora em 2022 o governo cearense inaugurou o polo químico - o Guaiúba Chemical Park - que tem quatro empresas no ramo de tintas. As maiores empresas de tintas são: • A Tintas Fortex é fornecedora dos principais construtores e incorporadores do nordeste brasileiro e distribui seus produtos por meio de mais de 1.400 pontos de venda, no Ceará e em todos os estados do Nordeste. 90106 24511 4962 1229 122822 24167 76851 30480 731 2399 11013 19332 Bases Solvente Base Água Outras Artísticas e Educa. Impressão Em pó EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO 20369 5517 867 163 16017 9038 20053 25015 161 564 3248 7272 Bases Solvente Base Água Outras Artísticas e Educa. Impressão Em pó EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO 27 • A Fortcolor, empresa que se faz presente no mercado de tintas há 29 anos, foi fundada por um grupo de empresários locais que tinham um antigo sonho de fabricar e distribuir tintas para o mercado local e regional. • A Hidrotintas localizada no Distrito Industrial de Maracanaú - Ceará, é uma empresa 100% brasileira com uma trajetória de mais de três décadas na fabricação de tintas imobiliárias. 28 7. INDÚSTRIA DE TINTAS E OS IMPACTOS AMBIENTAIS As indústrias de tintas são causadoras de alguns problemas ambientais pois essas geram efluentes líquidos altamente tóxicos como particulados que não reagiram, restos de resinas e solventes e pigmentos. Além disso, essas industrias: • Emitem muitos gases resultantes da evaporação dos compostos orgânicos voláteis (VOCs). Que quando soltas a atmosfera, aumentam a concentração de substâncias tóxicasna atmosfera podendo ocasionar o problema da chuva ácida; • Esses gases também podem comprometer a saúde dos trabalhadores. Ao longo do processo há a criação de uma atmosfera interna tóxica, existindo uma alta concentração de partículas suspensas no ar, dos aditivos e pigmentos. Muitas vezes são finos pós que facilmente criam uma atmosfera poeirenta na instalação. • Possuem um alto gasto de energia elétrica no processo e do trabalho para realizar as misturas.; • Tem um elevado consumo de água, tanto para a produção, quanto para a lavagem das fábricas; • O descarte das tintas também é um problema, pois o descarte das mesmas de maneira errada pode levar a contaminação dos lençóis freáticos. 7.1. INDÚSTRIA TÊXTIL Outro grande setor da indústria de tintas que deve ser lembrando como poluente é a indústria têxtil. A indústria têxtil é considerada como a quinta mais poluente do mundo. Devendo a produção de tecido a utilização de produtos tóxicos para confeccionar camisetas entre outros produtos. Na China e em outros países asiáticos essa indústria chega a produzir bilhões de litros de águas residuais contaminadas quimicamente, aproximadamente 40% de todos os produtos químicos de tinturas do mundo. O setor têxtil da China despeja por volta de 2,5 bilhões de litros de águas residuais em seus rios anualmente, segundo um relatório de 2012 do Institute of Public & Environmental Affairs (IPE) 7.2. SOLUÇÕES PARA OS PROBLEMAS AMBIENTAIS O segmento das tintas tem progressivamente feito mudanças no processo produtivo e revendo as matérias primas para melhorar a sustentabilidade do processo. Sendo elas: • Aumento de 90% da produção de tintas para à base de água – o que diminui muito o uso de solventes orgânicos no produto reduzindo a emissão de VOCs. Tintas óleos à base de solvente liberam COVs maior do que 400 g/L, já uma tinta látex diluída em água tem, em torno, de 1,80 g/L; • A revisão de processos produtivos visando minimizar os rejeitos gerados e maximizar o produto fabricado; • Estudo dos efluentes para se alcançar informações essenciais que auxiliem no tratamento dessa classe de resíduos. A indústria deve avançar e propor formas inovadoras de se tratar resíduos, redestinar e reaproveitar como uma forma de subproduto; • Produção de tintas ecológicas que não contenham materiais tóxicos ou derivados de petróleo e são formuladas com matérias-primas naturais. Existem três tipos de tintas ecológicas: minerais, vegetais e com insumos animais: • Os pigmentos podem ser derivados de plantas e vegetais, óxido de ferro, insetos e minerais. 29 • Os ligantes podem ser feitos com amido, óleo de linhaça ou caseína. A argila pode ser utilizada como enchimento já que, uma vez emparelhada com farinha, reforça a capacidade de ligação do amido. • Os solventes podem ser diluentes cítricos e a terebintina natural. 30 8. TENDÊNCIAS DE MERCADO As indústrias de produção estão sempre em processo de evolução e melhoria tanto para os consumidores, quando para os próprios produtores bem como para o meio ambiente, algumas das tendências futuras para o mercado das tintas são: 8.1. TINTAS ELETROSTÁTICAS A tinta eletrostática em pó é certamente um dos segmentos mais inovadores dentro do ramo de tintas. É composta basicamente de 5 tipos diferentes de componentes sólidos (não há incorporação de solventes e/ou materiais líquidos ou pastosos), sendo estes: resinas, agentes de cura, pigmentos, cargas funcionais e aditivos. As matérias-primas são misturadas e processadas formando um pó seco que é aplicado eletrostaticamente ao substrato a ser pintado. As tintas em pó não necessitam de solventes e geram menor quantidade de poluentes durante seu processo de produção. As vantagens da pintura a pó são as seguintes: • A pintura a pó tem emissão quase zero de VOC; • A quantidade não usada de tinta em pó poder ser reutilizada e por isso é possível chegar aos 97-98% de utilização da tinta; • As linhas de pintura a pó produzem uma menor quantidade de resíduos perigosos que as instalações de pintura líquida convencional; • Os custos de capital e de operação associados a uma linha de pintura a pó são inferiores a uma linha de pintura líquida; 8.2. TINTAS COM ADITIVOS UMECTANTES E DISPERSANTES Atualmente a indústria de tintas tem utilizado os umectantes em formulações de tinta para melhorar o desempenho durante sua produção e aplicação garantindo homogeneidade, estabilidade, viscosidade e facilidade de incorporação de colorantes, agregando valor ao produto. Esses aditivos podem reduzir a tensão superficial do meio permitindo umectação das partículas das cargas e dos pigmentos, facilitando o processo de dispersão. Esses umectantes também precisam ser capazes de adsorver na superfície do pigmento ou da carga, reduzindo a viscosidade da massa de moagem, otimizando o processo, já que passa a permitir um maior carregamento de pigmentos e cargas na massa de moagem. Enquanto isso os dispersantes devem adsorver na superfície do pigmento ou carga, impedindo aglomeração ou floculação destes por um longo período e em diferentes condições de temperatura, garantindo estabilidade em longo prazo. 31 9. 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