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19.04.2022 Universidade Federal do Oeste da Bahia Mariana Souza 2018.1 1 Divertículos são mais comuns no intestino grosso, porém podem ocorrer em todo o tubo gastrointestinal; Diverticulite aguda será o foco da aula; Diverticulose: no geral não é um problema e só é identificada quando há colonoscopia para rastreio de câncer de cólon. Presença do divertículo de forma assintomática, sem a presença de complicações de fístulas; Doença diverticular: presença do divertículo e alguns sintomas (distensão abdominal, mais flatulência). Paciente com constipação é fator de risco; Diverticulite aguda: paciente tem o divertículo inflamado. Não complicada: tratamento ambulatorial. Complicada: tratamento cirúrgico. Diverticulum: Do latim: “pequeno desvio do trajeto normal”; Saculação no IG; São mais comuns no colo do intestino grosso do que em qualquer outra parte do TGI. Tipos de divertículos: Verdadeiros (= Pega todas as camadas – mucosa, submucosa, serosa) x falsos (pseudodivertículos – não pega a serosa): ✓ Verdadeiros: contém todas as camadas da parede intestinal e são raros no cólon; ✓ Falsos: são formados por mucosa e submucosa herniada pela camada muscular da parede do cólon. Congênitos x adquiridos: ✓ A doença diverticular adquirida é uma das condições com potencial patológico mais frequente entre os seres humanos. O aumento da expectativa de vida é um dos principais fatores para a crescente importância da doença diverticular hoje (= Em idosos, é mais comum de encontrar); Grande maioria das pessoas não apresentam qualquer sintoma desses divertículos ao longo da via; 15% de complicações relevantes (= Podem fazer sepse muito grave, principalmente se tem um histórico muito avançado, com tratamento não adequado. Tem que fazer ressuscitação volêmica. Taxa de mortalidade pode chegar a quase 50% - peritonite fecal por diverticulite aguda grave). Anatomia Cólon: Cólon inicia na válvula íleo cecal e termina no reto; Comprimento aproximado de 1,40m; Retroperitoneais: ceco, ascendente e descendente; Intraperitoneais: transverso e sigmoide; Comprimento da luz: máxima no ceco (aproximadamente 7cm e reduz distalmente; 19.04.2022 Universidade Federal do Oeste da Bahia Mariana Souza 2018.1 2 Quatro camadas na parede: ✓ Mucosa: 3 camadas (epitélio colunar simples organizado para formar criptas/lâmina própria/muscular da mucosa); ✓ Submucosa: camada resistente do cólon tem maior concentração de colágeno (importante ser incorporada nas anastomoses – evitar deiscência); ✓ Muscular própria: camada circular interna e uma longitudinal externa que se torna espessa em três bandas ao redor da circunferência para formar as tênias do colo; ✓ Serosa. Vascularização: ✓ AMS: intestino proximal até transverso, por meio das artérias ileocólica, cólica direita e cólica média; ✓ AMI: intestino distal, desde o seguimento distal do colo transverso até o reto, essa artéria da origem a cólica esquerda e entre 2 a 6 ramos sigmoideanos, terminando como artéria retal (hemorroidárias) média e inferior têm origem na artéria ilíaca interna; ✓ Há anastomose na circulação arterial por meio da arcada de Riolan. Fisiologia: As principais funções do colon são absorção, secreção, motilidade e digestão intraluminal; Esses processos relacionados são responsáveis por converter o conteúdo proveniente do íleo em fezes semissólidas até o reto (= Essa pressão ativa os neuroreceptores, enviando uma mensagem para cérebro, fazendo que tenhamos a vontade de evacuar). Teorias para a formação desses divertículos: (1) aumento de pressão intracolônica, (2) divertículos formados por pontos de fragilidade nas artérias penetrantes que nutrem o colon. Termos: Diverticulose: presença de divertículos colônico assintomáticos; Doença diverticular: referência à ampla gama de sinais e sintomas, resultantes de presença de divertículos, variando desde quadros agudos 19.04.2022 Universidade Federal do Oeste da Bahia Mariana Souza 2018.1 3 (inflamação, sangramentos = principal causa de hemorragia digestiva baixa), aqueles mais insidiosos, associados a sequelas como deformidade, espasmos ou estenoses. Figura 1: Óstio diverticular. As vezes é tão grande que se confunde com a luz intestinal. Reconhecer a etiopatogenia e as diversas formas da doença diverticular dos cólons; Conhecer as principais complicações; Avaliar corretamente o quadro clínico do paciente com doença diverticular dos cólons; Realizar os diagnósticos clínico e complementar da doença; Indicar a conduta adequada para cada tipo de complicação da doença diverticular dos cólons. Etiologia: Idade: ✓ Prevalência < 2% em menores de 30 anos; ✓ De 5 a 10% em > 45 anos; ✓ > 75% em pacientes com mais de 80 anos. Dieta: ✓ Pobre em fibras (= Necessária ingestão de 30g/dia), frutas e vegetais; ✓ Rica em carne vermelha, gordura e açúcar. Outros fatores relacionados: sedentarismo, constipação, idade crescente, tabagismo, obesidade, alcoolismo, uso de AINES, Ehlers- Danlos ou Marfan (relacionados com anormalidades do tecido conectivo). Sexo: ✓ Não há predileção por sexo. Prevalência: ✓ Aumenta com a idade; ✓ Países ocidentais 30-60% dos indivíduos desenvolvem divertículos. 19.04.2022 Universidade Federal do Oeste da Bahia Mariana Souza 2018.1 4 Formas: Não-complicada; Complicada: ✓ Inflamação (diverticulite); ✓ Abscesso; ✓ Fistulo; ✓ Perfuração; ✓ Obstrução (= Pode confundir com doença neoplásica); ✓ Hemorragia (não associada a inflamação). Localização: 60% Cólon Sigmoide (= Dor em Fossa Ilíaca Esquerda – “Apendicite à Esquerda”); 40% envolvimento de outros segmentos: ✓ Cólon descendente; ✓ Cólon transverso; ✓ Cólon ascendente. Ásia (Japão) – Cólon direito. Fisiopatologia: Estrutural: ✓ Parede cólica: mucosa, submucosa, muscular circular e longitudinal – Taenia coli, serosa; ✓ Falsos divertículos; ✓ Hipertrofia de camada muscular: ↑ da elastina. Funcional: ✓ Pressão intracólica aumentada; ✓ Motilidade basal e propulsiva aumentada; ✓ Lúmen estreito e contrações segmentares. Zonas de menor resistência da parede colônica: ✓ Entre uma tênia antimesentérica e tênia mesentérica; ✓ Locais onde as arteríolas penetram na parede muscular para irrigar mucosa e submucosa. Apresentação clínica: 80% assintomáticos; 20% sintomáticos; Não complicada: ✓ Dor em FIE; ✓ Alterações do hábito intestinal (= Constipação); ✓ Flatulência; ✓ Sintomas urinários. Complicada: ✓ Diverticulite aguda; ✓ Hemorragia digestiva baixa; ✓ Sintomas de fístulas; ✓ Obstrução intestinal; Abdom e agudo inflam atório, obstrutivo, hem orrágico e perfurativo 19.04.2022 Universidade Federal do Oeste da Bahia Mariana Souza 2018.1 5 ✓ Sintomas urinários. Diagnóstico: Colonoscopia (= Consegue ver os divertículos e rastreio para o câncer de intestino). Enema opaco. NÃO FAZ O DIAGNÓSTICO DE DIVERTICULITE AGUDA! Figura 2: Sinal do "Plástico Bolha". É o padrão-ouro, mas atualmente em desuso, pois não pode utilizar em sintomas inflamatórios, por conta do Bário; e, também, quando há sintoma hemorrágico, é melhor fazer colonoscopia. Pode utilizar o USG para verificar a presença de divertículos; O melhor exame é a TC com contraste venoso oral e retal (= Consegue ver o aumento da perde, se tem líquido livre, presença de abscesso) – PARA DIVERTICULITE CONDUTA: Forma não complicada: ✓ Dieta rica em fibras; ✓ Sintomáticos. Forma complicada: ✓ Diverticulite e suas complicações; ✓ Hemorragia: ▪ Tratamento suporte; ▪ Colonoscopia; ▪ Arteriografia; ▪ Cirurgia. ▪ Introdução: 15% dos pacientes tem complicações relevantes; 12-30% irão necessitarde tratamento cirúrgico para sua resolução; Indivíduos < 40 anos são mais frequentemente operados de urgência; “Apendicite do lado esquerdo”; Superposição de sinais e sintomas de inflamação e obstrução; Maioria (75%) diverticulite não complicada; Diverticulite complicada (25%): abscesso, peritonite, estenose e fístulas; Aumento crescente de diverticulite aguda. 19.04.2022 Universidade Federal do Oeste da Bahia Mariana Souza 2018.1 6 Fisiopatologia: Considera-se hoje a diverticulite como um distúrbio inflamatório, desencadeado a partir de uma perfuração, ainda que microscópica, da parece de um divertículo, o qual é formado pela mucosa colônica herniada e seu revestimento seroso, sendo, portanto, desprovido de camada muscular; Uma vez ocorrendo o rompimento do divertículo em consequência da necrose de sua parede associada a uma proliferação bacteriana local ocorrerá desencadeamento de uma sequência de eventos, cuja extensão irá determinar a forma de apresentação clínica e evolução da doença; Dependendo de cada caso, podemos observar desde um simples processo inflamatório local restrito aos tecidos adjacentes, sem a formação de secreção purulenta, até a ocorrência de um quadro infeccioso sistêmico grave, em consequência do extravasamento e disseminação livre do conteúdo fecal para a cavidade abdominal; Aumento da pressão intradiverticular (obstrução do óstio por material fecal, corpo estranho); Hipercontratilidade intestinal em um segmento de menor calibre; Aumento da pressão intracolônica: alterações da motilidade intestinal (pouca atividade física, deficiência de fibra dietética, uso de medicamentos como prostigmine ou opioides); Alterações da resistência da barreira mucosa: estudos demonstrando associação de diverticulites e uso de AINE; Uso de corticoides: redução da resposta imune, evolução desfavorável, incapacidade da resposta local ao processo inflamatório (= Atenção a idosos e imunocomprometidos que podem não apresentar febre ou sinais de inflamação/infecção); Álcool e fumo: precisam novos estudos para estabelecer relação. 1. Microperfuração; 2. Extravasamento fecal; 3. Grau de contaminação x resposta ao hospedeiro: ➢ Inflamação mínima; ➢ Abscesso; ➢ Perfuração; ➢ Fístulas; ➢ Obstrução. Fistulas: ✓ Externas – colocutâneas; ✓ Internas: ▪ Colovesicais: mais comuns; ▪ Colovaginais; ▪ Coloentéricas. Estenose. Figura 3: Fístula com a bexiga Figura 4: Fístula do intestino grosso. 19.04.2022 Universidade Federal do Oeste da Bahia Mariana Souza 2018.1 7 Quadro clínico: Dor abdominal: ✓ FIE; ✓ Defesa; ✓ Dor à descompressão; ✓ Irradiação (hipogástrico); ✓ Inflamação de outros órgãos. Náuseas, vômitos; Distensão; Sinais inflamatórios locais ou sistêmicos: febre; Mudança do hábito intestinal (constipação ou diarreia); Pode ter sangramento associado; Disúria (inflamação próxima a bexiga); Massa palpável: espessamento do cólon, bloqueio de eventuais perfurações. Diagnóstico: Quadro clínico: usualmente, a diverticulite evolui em dois ou três dias no máximo, tem caráter crescente em local bem definido, o que se observa através da palpação abdominal, excetuando-se os casos já com disseminação peritoneal, quando a dor deverá ser difusa. Laboratorial: leucocitose, PCR (= Marcador inflamatório não específico); Exame de imagem seccional: ✓ Raio x (= Pneumoperitônio, líquido livre); ▪ Indicada na fase inicial agudo da dor abdominal; ▪ Exclusão de outras patologias agudas abdominal; ▪ Peritonite: opacificação completa do abdome, segmento inferior devido a líquido livre; ▪ Íleo paralítico; ▪ Obstrução intestinal; ▪ Perfuração. Figura 5: Distensão de cólon. Figura 6: Pneumoperitônio. 19.04.2022 Universidade Federal do Oeste da Bahia Mariana Souza 2018.1 8 ✓ Tomografia Computadorizada (TC): ▪ Existe hoje um claro consenso na literatura de que a TC representa o exame de imagem de primeira escolha. Realizado com contraste, venoso e eventualmente retal, esse exame oferece a melhor qualidade de imagem. ▪ É um procedimento não-invasivo que permite uma excelente visualização dos tecidos comprometidos, caracterizados: • Pela demonstração de divertículos; • Pelo espessamento de parede do cólon; • Pela infiltração da gordura pericolônica; • Pelo eventual envolvimento de estruturas vizinhas; • Exame de maior sensibilidade diagnóstica (90-95%). ▪ Critérios tomográficos: • Espessamento inflamatório da parede do cólon; • Alterações inflamatórias pericólicas; • Densificação; • Líquido; • Coleções; • Sinais de perfuração; • Divertículos. Figura 7: Líquido livre e borramento de gordura – diverticulite. Figura 8: Alça espessada e um pouco de borramento da gordura. 19.04.2022 Universidade Federal do Oeste da Bahia Mariana Souza 2018.1 9 Figura 9: Abscesso pericólico. Figura 10: Abscesso pericólico. Figura 11: Abscesso pélvico. Figura 12: Pneumoperitônio, líquido livre. ✓ USG: ▪ Na impossibilidade de realizar TC; ▪ Forma de avaliação não invasiva; ▪ Perda de mobilidade das alças, espessamento colônico e gordura pericólicas, abscessos; ▪ Sensibilidade 80-90%; ▪ Desvantagem: operador dependente. ✓ Clister opaco: ▪ Utilizado atualmente com menor frequência devido disponibilidade de exames de imagem menos invasivos; ▪ Elevada acuidade diagnóstica 80-90%; 19.04.2022 Universidade Federal do Oeste da Bahia Mariana Souza 2018.1 10 ▪ Podendo demonstrar: deformidade diverticular, trajetos fistulosos; ▪ Deficiente para mostrar processos inflamatória extramural. ✓ Exames endoscópicos: ▪ Desempenham papel limitado no diagnóstico devido o estado de friabilidade e risco de perfuração; ▪ Se houver necessidade de excluir outras patologias, em especial aquelas de comprometimento intraluminar como os tumores colorretais ou doença de Crohn, deve-se, então, optar por uma retossigmoidoscopia flexível que deve ser feita com cautela, evitando-se a insuflação excessiva de ar ou o emprego de força para vencer resistências à progressão do aparelho. Classificação: Hinchey (1978): 19.04.2022 Universidade Federal do Oeste da Bahia Mariana Souza 2018.1 11 Diagnóstico diferencial: Carcinoma colorretal: análise da peça cirúrgica ressecada e aberto para observação da mucosa colônica; Cólon irritável; Apendicite aguda; DII; Colite isquêmica; Infecção urinária; DIP. Evolução: Após quadro agudo inicial: ✓ 30% crise recorrente (1 ano); ✓ 25% readmissão; ✓ 2 a 7% reoperações. Após várias crises agudas: ✓ Complicações são mais frequentes; ✓ Diminui resposta ao tratamento clínico: 70% (1 crise) x 6% (3 crises). Tratamento: O diagnóstico de diverticulite abrange um amplo espectro patológico, variando desde um discreto processo inflamatório subseroso até um avançado quadro de peritonite fecal; A abordagem terapêutica deverá ser bastante individualizada e irá depender do grau de severidade, identificado a partir da avaliação diagnóstica realizada no momento da entrada do paciente; Avaliação diagnóstica de entrada deverá, necessariamente, ter por objetivo identificar o paciente cujo grau de severidade inflamatória tenha tornado-se irreversível para uma tentativa de tratamento clínico; De uma forma mais específica, podemos dizer que a avaliação diagnóstica de entrada se resume à pesquisa ou presunção diagnóstica de um abscesso ou processo infeccioso peritoneal generalizado, cuja presença irá necessariamente requerer uma intervenção, devido à impossibilidade de regressão do processo a partir da simples instituição da antibioticoterapia; 19.04.2022Universidade Federal do Oeste da Bahia Mariana Souza 2018.1 12 Em paciente cuja avaliação inicial demonstre apenas um quadro inflamatório incipiente, sem evidências de massas palpáveis de grandes proporções, sinais de irritação peritoneal ou evidências radiológicas de coleções líquidas intracavitárias, o tratamento cirúrgico não deverá ser contemplado inicialmente; Pacientes com claras evidência de um abscesso assim como aqueles com sinais de irritação peritoneal, deverão, necessariamente, ter de sofrer algum tipo de intervenção, variando de uma drenagem por punção através de acompanhamento radiológico até uma laparotomia exploradora; Crise aguda: ✓ Clínico: ▪ Ambulatorial (= ATB, analgésicos, dieta, anti- inflamatório): • Casos leves; • Pacientes hígidos; • Contraindicado em idosos; • Acompanhamento com especialistas; • Dieta líquida leve. ▪ Hospitalar: • Internação: massas palpáveis, febre mais elevada, sinais de toxemia, resposta insatisfatória a terapêutica ambulatorial; • Possibilidade de tratamento cirúrgico; • Acompanhamento clínico e laboratorial; • Jejum 48h (dieta líquida pobre em resíduo); • ATB parenterais de largo espectro (cefotixina, ou em casos mais graves um aminoglicosídeo em combinação com clindamicina ou metronidazol ou piperacilina ou tazobactam); • Hidratação e reposição hidroeletrolítica; • Analgesia; • Sintomáticos; • O tratamento clínico quando corretamente indicado resolução >70%. Figura 13: Abordagem cirúrgica se falha terapêutica. 19.04.2022 Universidade Federal do Oeste da Bahia Mariana Souza 2018.1 13 ✓ Cirúrgico: ▪ Drenagem; ▪ Ressecção; ▪ Necessidade de drenagem de abscesso; ▪ Hinchey III e IV; ▪ Má resposta ao tratamento clínico: após 48-72h reavaliação através de TC; ▪ Complicações: fístulas, estenoses, perfurações, hemorragia; ▪ Paciente imunodeprimido; ▪ > 2 episódios agudos (acima dos 50 anos) ou 1 episódio agudo (< 50 anos). ✓ Punção e drenagem associada a tratamento clínico; ✓ Limpeza por videolaparoscopia e drenagem; ✓ Ressecção com anastomose primária e estoma para derivação do trânsito intestinal por ileostomia ou colostomia; ✓ Opção de Hartmann: sigmoidectomia com colostomia terminal e fechamento do coto retal. ▪ Será inevitável na presença de processo inflamatório extenso com friabilidade tecidual em abscesso localizados no leito onde ficaria a anastomose, em contaminação grosseira, ou em pacientes de alto risco em mau estado geral com doenças graves associadas, desnutrição, anemia, imunossupressão, etc. 19.04.2022 Universidade Federal do Oeste da Bahia Mariana Souza 2018.1 14 ✓ Pacientes com abcesso pélvico ou pericólico localizado poderão, eventualmente, ser submetidos à ressecção e anastomose primária sem estoma, desde que preencham critérios de segurança para a anastomose, como o preparo adequado do cólon e possibilidade de uma anastomose sem tensão em cólon sadio e com boa vascularização; ✓ O tratamento de diverticulite tipo III ou IV, é uma urgência cirúrgica que requer ressuscitação com infusão de líquidos, eletrólitos, antibióticos de amplo espectro, suporte cardiovascular quando necessário e cirurgia o mais rápido possível; ✓ Em pacientes com obstrução intestinal provável estenose, causada por doença diverticular o momento e a necessidade da operação irão depender de um rigoroso acompanhamento da evolução clínica. ✓ Quando há fístulas, o princípio básico do tratamento da doença diverticular é a ressecção do segmento doente do cólon e o reparo do órgão adjacente; ✓ Episódios de recorrência: ▪ Uma vez assintomáticos, a indicação de eventual tratamento cirúrgico deve basear-se nas seguintes considerações: • Índice de recorrência de 25% após tratamento clínico; • 20-30% dos pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico, permanecem com sintomas; • Dietas ricas em fibra reduzem o risco de recorrência. ✓ Acesso laparoscópico: amplamente utilizada no tratamento com resultados muito satisfatório e comparáveis àqueles obtidos na abordagem normal. ▪ Reconstrução do trânsito pós- Hartmann; ▪ Doença não complicada; ▪ Hinchey I e II, e casos selecionados da III. Pós-crise: Dieta; Sintomáticos; Anti-inflamatórios (mesalazina); Cirúrgico: ✓ Pacientes jovens questiona-se se esses pacientes têm uma tendência a evoluir de forma mais grave e recorrente, necessitando, consequentemente, uma abordagem cirúrgica mais agressiva na apresentação aguda ou de forma eletiva após a remissão pelo tratamento cirúrgico; ✓ Sintomas persistentes; 19.04.2022 Universidade Federal do Oeste da Bahia Mariana Souza 2018.1 15 ✓ Forma pseudotumoral; ✓ Fístulas; ✓ Após duas crises de diverticulite aguda (Sociedades Europeia de Cirurgia Endoscópica, Americana de Cirurgiões Colorretais e Americana de Gastroenterologia – 2000). Prognóstico: Mortalidade: ✓ Hinchey I e II - < 5%; ✓ Hinchey III – 13%; ✓ Hinchey IV – 43%. Conclusão: Cada vez mais tratamento conservador; Abordagens menos invasivas ganham espaço; Incidências crescente pela longevidade da população; Cirurgia em casos graves e pacientes persistentemente sintomáticos; A TC é o exame padrão-ouro; Diverticulite não-complicada por abscessos ou perfurações livres, o tratamento clínico deverá ser bem-sucedido em cerca de três quartos dos casos; Nos casos de remissão dos sintomas, estará indicada uma observação da evolução do paciente, não havendo indicação cirúrgica mandatória até a ocorrência de um a dois episódios de recorrência, desde que o paciente permaneça assintomático; Se houver indicação cirúrgica, o objetivo principal deverá ser sempre que possível a remoção do segmento intestinal comprometido, com a possibilidade de anastomoses ou o uso de estomas protetores para estas na dependência das condições locais ou gerais do paciente; Não há consenso a respeito de uma conduta individualizada no tratamento em pacientes jovem ou idosos; A via de videolaparoscópica tem sua principal indicação em ressecções eletivas de complicações não-agudas.
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