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• Tele aula nº: 01 Legislação Social e Trabalhista A Tutela dos direitos dos trabalhadores na atualidade Prof. Me. Patricia Graziela Gonçalves • Competência da Unidade: Compreender a tutela do direito dos trabalhadores na atualidade. • Resumo: A aula versa sobre o conceito de direito do trabalho, relação de trabalho relação de emprego. • Palavras-chave: Direito do Trabalho; relação de emprego; relação de trabalho. • Título da Teleaula: A Tutela dos Direitos dos Trabalhadores na Atualidade. Contextualização • Qual tipo de relação jurídica o direito do trabalho protege? • O que significa flexibilização do direito do trabalho? • Relação de Trabalho é sinônimo de relação de emprego? • O que é teletrabalho? Conceitos Direito do Trabalho e as Normas Trabalhistas O trabalho Constituição Federal de 1988: Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. ‘‘Direito humano fundamental (direito social). Valor estruturante do Estado Democrático de Direito.’’ Direito do Trabalho • Direito do Trabalho é o conjunto de regras e princípios que regulam a relação de emprego e outras relações de trabalho especificadas. • Dividido em: Direito Individual do Trabalho e Direito Coletivo do Trabalho Direito do Trabalho • Resultado do capitalismo industrial, que fixou controle ao sistema econômico e limites à exploração de mão de obra. Finalidade: melhorar as condições de trabalho e proteger a parte mais fraca da relação – o trabalhador. Normas trabalhistas • Flexibilização: amenizar a imperatividade das normas trabalhistas, proporcionar a livre estipulação de regras no âmbito do trabalho. • Desregulamentação: derrogação de leis e eliminação de direitos. • Reforma Trabalhista: Lei 13.467/2017 – avanço ou retrocesso? Conceitos Princípios Trabalhistas – Parte 1 Princípio da proteção • Princípio da norma mais favorável; • Princípio da condição mais benéfica; • Princípio do “in dubio pro operário”. Princípio da primazia da realidade • Instrumento capaz de viabilizar o confronto entre aquilo que se encontra disposto no contrato e aquilo que de fato ocorre no dia a dia laboral. • A verdade prevalece sobre o documento. • Importância da prova testemunhal. Princípio da continuidade da relação de emprego • Tem por fundamento a preservação da relação de emprego. • O contrato de trabalho é de trato sucessivo e, em regra, por tempo indeterminado. • O contrato por tempo determinado é excepcional e somente é permitido nos casos previstos em lei. Princípio da continuidade da relação de emprego • As condutas devem ser razoáveis, ponderadas, com uso do bom senso e não arbitrárias ou desproporcionais. • Está relacionado ao princípio da boa-fé. • Respeito aos direitos fundamentais. • Respeito à dignidade da pessoa humana. Conceitos Princípios Trabalhistas – Parte 2 Princípio da irrenunciabilidade • Os direitos trabalhistas, em regra, são irrenunciáveis. • Limita a autonomia da vontade das partes na negociação. • Não impede, porém, a negociação a respeito do modo de exercício do direito. Princípio da irrenunciabilidade • Manifestação unilateral da vontade do titular do direito (o empregado), que simplesmente abre mão de seu direito. • Não é possível a renúncia em relação a dispositivos de ordem pública. • Não poderá haver violação à Constituição Federal e normas de tratados internacionais de direitos humanos (“em tese”). Renúncia • Manifestação bilateral - concessões recíprocas. • Aplica-se a direitos patrimoniais, de caráter privado. • Não é possível a transação de direitos indisponíveis. • É possível a transação em matérias de disponibilidade relativa. Resolução da SP Contrato de trabalho e princípios trabalhistas Apresentação da SP Marcela foi contratada como vendedora externa de produtos de beleza. Seu trabalho consistia em visitar salões de beleza e oferecer diversos cosméticos. Apenas duas semanas após o início do labor, é que o Departamento Pessoal da empresa fornecedora dos produtos de beleza a convocou para a assinatura dos documentos atinentes à contratação. Apresentação da SP Uma das cláusulas estipulava que sua jornada seria das 08h às 18h com uma hora de intervalo. Porém, Marcela foi orientada a não seguir horário, já que quanto mais trabalhasse, maior seria a sua remuneração. Havia outro documento em que ela renunciava ao seu direito às férias e outro no qual se determinava o pagamento, no caso de trabalho noturno (entre as 22h às 5h), de adicional de 35% sobre o salário. Problematização da SP •Não estaria Marcela acobertada pela proteção dos direitos trabalhistas? • Poderia o seu contrato de trabalho constar um horário diferente do cumprido? • É possível renunciar ao direito às férias? • Poderia receber adicional noturno no patamar superior ao previsto em lei (o contrato previa adicional de 35%, enquanto a lei estipula o valor de 20%)? Resolução da SP • Marcela está acobertada pelo Direito do Trabalho. Toda relação de trabalho subordinada é protegida pelo Direito do Trabalho. Ademais, o fato do contrato de trabalho contrariar a realidade, em algumas cláusulas, em nada afasta a aplicação do Direito do Trabalho. • O fato de o horário estipulado no contrato de trabalho ser diferente da jornada real cumprida viola o princípio da primazia da realidade. Resolução da SP • Marcela não pode renunciar ao seu direito às férias, por afronta ao princípio da irrenunciabilidade de direitos. • É possível negociar o modo de aquisição de férias, observados os limites legais, mas não renunciar a elas. • O pagamento de adicional noturno no patamar acima do previsto em lei é possível, além de ser benéfico ao trabalhador (princípio da norma mais favorável). O que é “jus variandi”? Dê exemplos. E o que é “jus resistentiae”? Dê exemplos. Conceitos Relação de trabalho Trabalhador autônomo • Trabalha sem subordinação e assume os riscos do seu negócio. • Atua por conta própria. • Art. 442-B da CLT (inserido pela Reforma Trabalhista): a contratação do autônomo afasta a qualidade de empregado. Trabalhador eventual • O trabalhador presta serviços ao tomador sem permanência. • Presta o serviço sem habitualidade (de forma esporádica) e, em regra, com autonomia. • É o labor descontínuo, sem fixação do trabalhador no tomador de serviço, relacionado a um evento certo e determinado. Trabalhador avulso • Presta serviço para vários tomadores (não é empregado). • Possui cadastro no Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) ou no Sindicato, que irá intermediar a relação com o tomador de serviço. Exemplo: descarregamento de mercadorias nos portos. Conceitos Relação de emprego É a relação jurídica que tem como fato social original o trabalho humano não eventual e subordinado, prestado com pessoalidade, mediante remuneração e que tem como disciplina jurídica o conjunto de normas que comporem o Direito do Trabalho. Empregador Art. 2º CLT: • Assume os riscos da atividade econômica; • Admite; • Assalaria; • Dirige a prestação pessoal de serviço; • Pode ser pessoa física, pessoa jurídica, entidade beneficente, sem fins lucrativos, etc. Empregador Art. 3º CLT – Requisitos da relação de emprego: • prestado por pessoa física; • com pessoalidade; • com habitualidade; • com subordinação; • com onerosidade Conceitos Teletrabalho • É o trabalho realizado à distância, no domicílio do empregado. Não é trabalho externo. • A relação de emprego e a subordinação continuam presentes. • Controle por instrumentos tecnológicos. • O comparecimento do empregado nas dependências da empresa não descaracteriza o teletrabalho. Reforma Trabalhista regulamentou o teletrabalho: arts. 75-A a 75-E da CLT. Formalidade da contratação (CLT, art. 75-C) • Contrato de trabalho escrito (indicar as atividades de forma específica); • Alteração do regime presencial para o de teletrabalho: acordo entre as partes com aditivo contratual; • Alteraçãodo regime de teletrabalho para o presencial: determinação do empregador, prazo de transição mínimo de quinze dias, com aditivo contratual. Custos da manutenção (CLT, art. 75-D) • A responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento de equipamentos e infraestrutura necessária à prestação do trabalho, bem como o reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito. • Esses valores não integram a remuneração do empregado. Controle de jornada • Excluído do controle de jornada (CLT, art. 62, III); • Atenção: as horas extras, para os trabalhadores contratados na forma de teletrabalho, são devidas quando, de alguma forma, houver compatibilidade com o controle de jornada e caso estejam preenchidos os requisitos da relação de emprego. Resolução da SP Qual espécie de relação de terabalho? Apresentação da SP Antônio resolveu aceitar um emprego de carga e descarga nas embarcações do porto da cidade. Não sabia exatamente qual seria a sua função, as tarefas que iria executar, nem mesmo as condições de trabalho ou de contratação. Mas se sentia motivado porque o seu grande sonho era deixar a área rural e traçar novos caminhos em sua vida. Apresentação da SP Ao chegar ao local, deparou-se com grandes navios e um agitado porto com muitos trabalhadores. Antônio ficou ainda mais animado, querendo já iniciar, de imediato, o trabalho. Todavia, foi orientado a acertar o seu cadastro e entregar uma documentação perante um órgão estabelecido no próprio porto, antes de começar a trabalhar. Apresentação da SP No local, atendido pela secretária Patrícia, recebeu as seguintes informações: que não teria registro em sua Carteira de Trabalho (CTPS); não seria empregado de ninguém, pois realizaria serviços para vários operadores portuários; que o pagamento do seu salário seria efetuado por Patrícia; e que poderia acontecer de não ter trabalho todos os dias. Problematização da SP • Por que não teria registro em sua CTPS? • Por não trabalhar todos os dias, seria um trabalhador eventual? • Por trabalhar para várias pessoas, seria um trabalhador autônomo? • Pelo fato de receber o salário por meio de um órgão gestor, seria um trabalhador avulso? • Qual espécie de trabalhador poderia se enquadrar? Resolução da SP • Antônio só pode ser enquadrado como trabalhador avulso portuário; • Mesmo na condição de trabalhador avulso, faz jus a todos os direitos trabalhistas (CF, art. 7°, XXXIV); • O fato de não trabalhar necessariamente todos os dias, já que o avulso labora mediante escala, não faz de Antônio um trabalhador eventual. • O labor avulso ocorre por meio de uma entidade intermediadora (OGMO ou Sindicato), fator inexistente no labor eventual; Resolução da SP • Trabalhar para diversos tomadores diferentes sem criar vínculos definitivos não faz de Antônio um trabalhador autônomo; • O trabalhado autônomo demanda liberdade na contratação e condução do trabalho, o que não ocorre com o avulso, labor executado mediante regras impostas pelo OGMO, sindicato (convenção/acordo coletivo) e pelo próprio operador portuário. Interação Teletrabalho e trabalho a domicílio são coisa?
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