Buscar

DIREITO ADMINISTRATIVO.docx

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 81 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 81 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 81 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
1 
AUTORIDADES 
Governador do Estado do Rio de Janeiro 
Exmº Sr Cláudio Bomfim de Castro e Silva 
 
Secretário de Estado de Polícia Militar 
Exmº Sr Coronel PM Luiz Henrique Pires 
 
Subsecretário de Estado de Polícia Militar 
Ilmº Sr Coronel Carlos Eduardo Sarmento da Costa 
 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
Ilmº Sr Coronel PM Marco Aurelio C. Guarabyra Vollmer 
 
Comandante do CFAP 31 de Voluntários 
Ilmº Sr Coronel PM Marcelo Andre Teixeira da Silva 
 
Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar 
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Alexandre Moreira Soares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
2 
APRESENTAÇÃO 
Estamos vivendo a era da tecnologia, na qual a informação está cada dia 
mais latente e veloz em nossa rotina diária. Este curso tem por objetivo , formar 
e especializar os Cabos da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Para tal, 
o Curso ocorrerá na modalidade à Distância, pois as disciplinas ocorrerão no 
ambiente virtual de aprendizagem, por intermédio da Escola Virtual, no Centro 
de Educação a Distância Cel Carlos Magno Nazaré Cerqueira (CEADPM) e as 
avaliações de forma presencial no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de 
Praças ( CFAP 31 Vol.). 
É fundamental o seu empenho no curso, pois você terá na parte EaD 
autonomia de estudos e de horários, mas também é necessário disciplina e 
dedicação para o êxito dessa jornada, pois alcançar o sucesso depende do 
esforço coletivo e também individual, objetivando que nossos policiais sejam 
cada vez mais qualificados, bem treinados e especializados, para cumprirmos 
nossa missão, buscando cada vez mais a excelência de nossas ações. 
O bom treinamento envolve aspectos físicos e cognitivos, na era da 
informação e da tecnologia, precisamos nos aprimorar cada vez mais a fim de 
garantir uma tropa consciente, respeitosa, pautada em valores morais e 
institucionais, garantindo assim o cumprimento de suas funções com dignidade 
e excelência. 
Esperamos que você aproveite ao máximo os conhecimentos adquiridos 
através deste curso e busque uma reflexão acerca de suas funções perante a 
sociedade e seus companheiros de profissão. Que seja um momento de 
repensar as práticas e fortalecer seu vínculo profissional, ampliando cada vez 
mais seus conhecimentos para lidar com as particularidades de ser um Policial 
Militar no Estado do Rio de Janeiro. 
Desejamos a todos bons estudos! 
 
Marco Aurélio C. Guarabyra Vollmer – Coronel PM 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
 
Marcelo André Teixeira da Silva –Coronel PM 
Comandante do CFAP 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
3 
Desenvolvedores 
Supervisão EAD 
MAJ PM Rodrigo Fernandes Ferreira 
Equipe Técnica 
SUBTEN PM Willian Jardim de Souza 
3º SGT PM Edson dos Santos Vasconcelos 
SD PM Lucas Almeida de Oliveira 
SD PM Diogo Ramalho Pereira 
 
Diagramação 
2º SGT PM Alan dos Santos Oliveira 
2º SGT PM Wallace Reis Fernandes 
CB PM Michele Pereira da Silva de Oliveira 
CB PM Vanessa Souza Rino Bahia 
 
Design Instrucional 
1º SGT PM Eloisa Cláudia Clemente de Almeida 
CB PM Michele Pereira da Silva de Oliveira 
 
Filmagem e Edição de Vídeo 
CB PM Renan Campos Barbosa 
SD PM Alessandra Albuquerque da Silva 
 
Designer Gráfico / Diagramação Interativa 
2º SGT PM Wallace Reis Fernandes 
SD PM Leonardo da Silva Ramos 
 
Suporte ao Aluno 
CB PM Vanessa Souza Rino Bahia 
CFAP 
 
Supervisão e Coordenação Pedagógica 
CAP PM Ped. Patrícia Kalife Paiva 
3ºSGT Rodrigo Barroso Candido 
CB PM Juliana Pereira de Carvalho 
CB PM Fernanda Belísio Oliveira dos Santos 
SD PM Eduarda Vasconcellos Dias de Oliveira 
 
Conteudista 
2º SGT PM Daniel Almeida de Barros 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
4 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................... 5 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – INSTRUMENTO DE ATUAÇÃO DO 
ESTADO ................................................................................... 6 
ATOS ADMINISTRATIVOS – MANIFESTAÇÃO UNILATERAL DE 
VONTADE DA ADMINISTRAÇÃO ............................................. 23 
PODERES ADMINISTRATIVOS – PRERROGATIVAS DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .................................................... 33 
SERVIÇO PÚBLICO – ATIVIDADES DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA ................................................................................ 51 
SERVIDORES PÚBLICOS – GESTORES PÚBLICOS / TEORIA DA 
IMPUTAÇÃO ........................................................................... 55 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO – TEORIA DA 
RESPONSABILIDADE ............................................................. 64 
DIREITO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR MILITAR – 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO ........................................... 68 
CONCLUSÃO ........................................................................... 79 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................ 80 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
5 
INTRODUÇÃO 
 
O Direito Administrativo é um ramo recente do Direito Público, que 
foi criado com o advento da Revolução Francesa, em função da 
formação do Estado Moderno. A finalidade do Direito Administrativo foi 
de estabelecer a regulação da atuação do novo modelo, que se torna 
instrumento profissional, no atendimento dos legítimos interesses 
sociais. Daí o referencial de toda a sua atuação e emprego ser dirigida 
ao administrado (cidadão), dentro dos parâmetros e diretrizes que 
passam a reger a forma de condução dos negócios públicos. 
A Administração Pública surge como instrumento concreto do 
Estado Moderno, na busca e realização dos interesses coletivos, em 
que seus agentes, gestores públicos, encontrarão as diretrizes e 
princípios que nortearão suas condutas; pois, neste modelo, a 
referência é o Princípio da Legalidade: “O agente só pode realizar o que 
a lei autoriza”. 
Nesse sentido, a importância do Direito Administrativo é fornecer 
aos gestores públicos conhecimento técnico com a finalidade de 
desenvolver habilidades e atitudes que permitam a melhor execução 
de suas funções, bem como a percepção de suas responsabilidades 
dentro do modelo estabelecido; demonstrando, principalmente, a 
quem deve ser dirigido, e em benefício de que público as atividades do 
Estado deverão alcançar. 
Por fim, a disciplina Noções de Direito Administrativo tem por 
objetivo apresentar ao policial militar, em linhas gerais, o papel da 
administração pública, suas prerrogativas, atividades e as suas 
possíveis responsabilidades. 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
6 
 O fim do direito é a paz, o meio de que se serve para 
consegui-lo é a luta. O direito não é uma simples ideia, é uma força 
viva. Por isso a justiça sustenta numa das mãos a balança com que 
pesa o direito, enquanto na outra segura a espada por meio da 
qual o defende. A espada sem a balança é a força bruta, a balança 
sem a espada, a impotência do direito. Uma completa a outra, e o 
verdadeiro estado de direito só pode existir quando a justiça sabe 
brandir a espada com a mesma habilidade com que manipula a 
balança. (Rudolf Von Ihering, A luta pelo Direito,2004, p. 27). 
 
Vamos aprender o que é Direito? 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – INSTRUMENTO DE ATUAÇÃO DO 
ESTADO 
 
Conceitos 
 
 
 
 
A palavra “Direito”, bem como ele próprio no sentido amplo da 
Ciência do Direito, vem dos Romanos antigos, e é a soma da palavra 
dis(muito) erectum (reto,justo,certo), ou seja, Direito em sua origem 
significa o que é muito justo, o que tem justiça. 
Entende-se, em sentido comum, o Direito como sendo o conjunto de 
normas para a aplicação da justiça e a minimização de conflitos de uma 
dada sociedade. Essas 
normas, essas regras, 
essas sociedades não são 
possíveis sem o homem, 
porque é o ser humano 
quem faz o Direito e é 
paraele que o Direito é 
feito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
7 
Você sabe o que é Estado? 
 
 
 
 
O Estado é um ente personalizado, pessoa jurídica de direito 
público, pessoa jurídica territorial soberana, formada pelos elementos 
povo, território e governo soberano. Esses três elementos são 
indissociáveis e indispensáveis para a 
noção de um Estado independente: o 
povo, em um dado território, 
organizado segundo sua livre e 
soberana vontade. Apresentando-se 
tanto nas relações internacionais 
quanto internamente, é capaz de adquirir direitos e contrair obrigações 
na ordem jurídica. 
Em nosso regime federativo, todos os componentes da federação 
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios), materializam o Estado, 
cada um deles atuando dentro dos limites de competência traçados 
pela Constituição. A evolução da instituição acabou culminando no 
surgimento do Estado de direito, noção que se baseia na regra de que 
ao mesmo tempo em que o Estado cria o Direito, deve sujeitar-se a 
ele. 
 
Administração Pública 
O Direito Administrativo, como 
instrumento da Administração Pública é 
um sistema jurídico de normas e 
princípios, que somente veio a lume com 
a instituição do Estado de direito, ou 
seja, quando o Poder criador do direito 
passou também a respeitá-lo. 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
8 
O fenômeno nasceu com os movimentos constitucionalistas, cujo 
início se deu no final do século XVIII. Através do novo sistema, o 
Estado passava a ter órgãos específicos para o exercício da 
administração pública e, por via de consequência, foi necessário o 
desenvolvimento do quadro normativo disciplinador das relações 
internas da administração e das relações entre esta e os administrados. 
No período anterior, o regime vigorante era o das monarquias 
absolutas, em que todos os poderes do Estado desaguavam nas mãos 
do monarca, tornando frágeis as relações entre o 
Estado e os súditos. Com a teoria da separação 
de poderes concebida por Montesquieu, o Estado, 
distribuindo seu próprio poder político, permitiu 
que em sua figura reunisse, ao mesmo tempo, o 
sujeito ativo e passivo do controle público. Dessa 
forma, foi possível criar normas próprias para a 
execução desse controle. 
Para os estudiosos do Direito, o termo administração pública 
exprime mais de um sentido. Uma das razões para o fato é a extensa 
gama de tarefas e atividades que compõem o objetivo do Estado. Outra 
é o próprio número de órgãos e agentes públicos incumbidos de sua 
execução. Exatamente por isso é que, para melhor precisar o sentido 
da expressão, devemos dividi-lo sob a ótica dos executores da 
atividade pública, de um lado, e da própria atividade, de outro. 
 
 Sentido Objetivo 
Consiste na própria atividade administrativa exercida pelo Estado 
por seus órgãos e agentes, caracterizando, enfim, a função 
administrativa. Trata-se da própria gestão dos interesses públicos 
executada pelo Estado, seja através da prestação de serviços públicos, 
seja por sua organização interna, ou ainda pela intervenção no campo 
privado. Seja qual for a hipótese da administração da coisa pública, a 
conclusão é de que a destinatária última dessa gestão há de ser a 
https://www.todamateria.com.br/montesquieu/
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
9 
própria sociedade, ainda que a atividade beneficie, de forma imediata, 
o Estado. Não se pode conceber o destino da função pública que não 
seja voltado aos indivíduos, com vistas a sua proteção, segurança e 
bem-estar. 
 
 Sentido Subjetivo 
Significa o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas que 
tenham a incumbência de executar as atividades administrativas. 
Toma-se em consideração o sujeito da função administrativa, ou seja, 
quem exerce de fato. Não se deve confundir a administração pública, 
no sentido subjetivo com qualquer dos Poderes estruturais do Estado, 
sobretudo o Poder Executivo, ao qual se atribui a função 
administrativa. Para a perfeita noção de sua extensão é necessário pôr 
em relevo a função administrativa em si, e não o Poder em que é ela 
exercida. Desse modo, todos os órgãos e agentes que, em qualquer 
desses Poderes, estejam exercendo função administrativa, serão 
integrantes da Administração Pública. 
 
Órgãos públicos 
A noção de Estado, não pode abstrair-
se da de pessoa jurídica. O Estado é 
considerado um ente personalizado, 
seja no âmbito internacional, seja 
internamente. Quando se trata de 
Federação, vigora o pluripersonalismo, porque além da pessoa jurídica 
central existem outras internas que compõem o sistema político. 
Sendo uma pessoa jurídica, o Estado manifesta sua vontade 
através de seus agentes, ou seja, as pessoas físicas que pertencem a 
seus quadros. 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
10 
Quanto à pessoa federativa: de acordo 
com a estrutura em que estejam integrados, 
os órgãos dividem-se em:
federais estaduais distritais municipais
Entre a pessoa jurídica em si e os agentes, compõe o Estado um 
grande número de repartições internas, necessárias a sua 
organização.Tão grande é a extensão que alcança e tamanhas as 
atividades a seu cargo. Tais repartições é que constituem os órgãos 
públicos. Pode-se conceituar o órgão público como o compartimento 
na estrutura estatal a que são cometidas funções determinadas, sendo 
integrado por agentes que, quando as executam, manifestam a própria 
vontade do Estado. 
Vamos aprender sobre os Objetivos? 
O objetivo da administração pública é atender aos interesses da 
população através dos seus órgãos públicos, utilizando-se do direito 
administrativo como instrumento legal. Visa sempre à excelência em 
qualidade, seguindo os princípios norteadores estabelecidos pelo 
Direito Administrativo, pautando-se nas normas basilares 
constitucionais, para atender às necessidades dos cidadãos de um dado 
município, estado ou país, necessidade essas tais como: educação, 
segurança pública, saúde e etc. 
Classificação 
Os critérios adotados para definição da classificação dos órgãos 
públicos são diversos. Veremos os mais importantes: 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
11 
Quanto à composição: sob esse aspecto, podem os órgãos 
dividirem-se em:
singulares
Quando integrados por um só 
agente (como a Chefia do 
Executivo).
coletivos
Os mais comuns, quando compostos por 
vários agentes. Estes últimos podem 
subdividir-se em dois grupos: 
Órgãos de Representação 
Unitária 
aqueles em que a exteriorização da 
vontade do dirigente consubstancia a 
vontade do próprio órgão.
Órgãos de Representação 
Plúrima 
aqueles em que a exteriorização da 
vontade do órgão, quando se trata de 
expressar ato inerente à função 
institucional do órgão como um todo, 
emana da unanimidade ou da maioria 
das vontades dos agentes que o 
integram. Como a manifestação do 
órgão resulta da vontade conjugada 
de seus membros, têm sido 
denominados de órgãos colegiados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto à situação estrutural: esse critério 
leva em conta a situação do órgão ou da 
estrutura estatal. Classificam-se em:
Diretivos 
(Administração direta)
aqueles que detêm função de 
comando e direção
Subordinados 
(Administração indireta)
os incumbidos das funções 
rotineiras de execução.
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
12 
Agentes públicos 
Os agentes são o elemento físico da 
Administração Pública. Na verdade, não se pode 
conceber a Administração sem a sua presença, 
sendo o elemento fundamental para a projeção da 
vontade do Estado. 
Agente público é todo aquele que, a qualquer 
título, executa uma função pública como preposto do Estado. São 
integrantes dos órgãos públicos, cuja vontade é imputada à pessoa 
jurídica. Formando o perfil da Administração composta por órgãos, 
agentes e funções. Os atos praticados pelos agentes públicos devem 
sempre serpautados nos princípios administrativos. 
 
Princípios 
Os princípios fundamentais 
orientadores de toda a atividade da 
Administração Pública encontram-se, 
explícita ou implicitamente, no texto da 
Constituição de 1988. O Direito 
Administrativo tem sua base constitucional 
no artigo 37, caput da Constituição Federal: 
“A administração pública direta e indireta de 
qualquer dos poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios 
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, 
supremacia do interesse público, indisponibilidade 
do interesse público, razoabilidade, 
proporcionalidade, autotutela e continuidade dos 
serviços públicos”. 
Ademais, o mesmo dispositivo constitucional 
relaciona os postulados essenciais da 
Administração Pública brasileira, materializados 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
13 
em normas jurídicas expressas e condicionantes de toda e qualquer 
atuação do administrador, fundamentalmente porque é o fim – e não 
a vontade – que domina todas as formas de administração. 
 
 Princípio da legalidade 
O primeiro princípio estabelecido é o da legalidade. E 
examinando a regra-matriz da legalidade no 
sistema constitucional brasileiro, verifica-se 
que o Artigo 5°, Inciso II, da CF/88, 
esclarece que “ninguém será obrigado a 
fazer ou deixar de fazer alguma coisa 
senão em virtude de lei”. Serve ao propósito de construir regra geral 
inclusiva: tudo o que não está proibido está juridicamente permitido. 
Assim é dado aos particulares consideráveis liberdade de ação, 
posto que a conduta somente possa ser limitada por lei. Não sendo 
aplicado o mesmo raciocínio quando se cogita do princípio da legalidade 
para a atividade administrativa. Se o administrador, no plexo das 
competências outorgadas pela legislação, movimenta-se em prol do 
interesse público, torna-se evidente que não deterá o mesmo raio de 
ação concedida aos particulares. 
Com efeito, enquanto os indivíduos podem praticar toda e 
qualquer conduta não proibida por lei, o administrador só pode praticar 
os atos expressamente permitidos pela norma. 
Desta forma, existe grande distinção entre o princípio da 
legalidade no que toca aos particulares e com relação ao administrador, 
principalmente porque o interesse público norteador da atuação 
administrativa a compele à prática do ato em estrita consonância com 
a previsão legal. 
 
 Princípio da impessoalidade 
Está consubstanciado também no Artigo 37, Caput, da 
Constituição. Administração impessoal é aquela que não se prende a 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
14 
ilegítimos favorecimentos a grupos ou a pessoas individualmente 
consideradas, bem como a que se não identifica à pessoa do 
administrador. 
Também denominado como princípio da imparcialidade, onde a 
Administração, no curso do procedimento e ao decidi-lo, não deve 
tomar partido, inclinar a balança ou beneficiar ilegitimamente uma 
parte em prejuízo de outra, mas adotar a sua decisão unicamente 
conforme o ordenamento jurídico e com a finalidade do interesse geral 
que o motiva. 
A impessoalidade da atuação administrativa impede, portanto, 
que o ato administrativo seja praticado visando a interesses do agente 
ou de terceiros, devendo ater-se à vontade da lei. Dessa forma, ele 
impede perseguições ou favorecimentos, discriminações benéficas ou 
prejudiciais aos administrados. Qualquer 
ato praticado com objetivo diverso da 
satisfação do interesse público será nulo 
por desvio de finalidade. 
O princípio da impessoalidade 
traduz a ideia de que toda atuação da 
Administração deve visar ao interesse 
público, tendo como finalidade a 
satisfação desse interesse. 
 
 
 Princípio da moralidade 
Conceitua-se moralidade administrativa 
como o princípio destinado a fazer com que se 
exija da conduta do administrador e do 
indivíduo que se relaciona com a 
Administração Pública adequação não apenas 
à lei, mas também às regras comuns de moralidade já consolidadas no 
meio social. A atividade dos administradores, além de traduzir a 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
15 
vontade de obter o máximo de eficiência administrativa, terá ainda que 
corresponder à vontade constante de viver honestamente, de não 
prejudicar outrem, e de dar a cada um o que lhe pertence. 
Este princípio torna jurídica a exigência de atuação ética dos 
agentes da Administração Pública. A denominada moral administrativa, 
por ser jurídica, causa a invalidação dos atos administrativos que 
sejam praticados com inobservância dele. 
Por ser um princípio erigido constitucionalmente, permite afirmar 
que ela é um requisito de validade e legitimidade do ato administrativo 
sem consequência. O ato contrário à moral administrativa deve ser 
declarado nulo. 
A moral administrativa liga-se também à ideia de probidade e de 
boa-fé. A Lei 9.784/1999, no seu artigo 2°, parágrafo único, refere-se 
a tais conceitos nestes termos: ”nos processos administrativos serão 
observados, entre outros, os critérios de atuação segundo padrões 
éticos de probidade, decoro e boa-fé”. 
Para atuar observando a moral administrativa, não basta ao 
agente cumprir formalmente a lei na frieza de sua letra. É necessário 
que se atenda à letra e ao espírito da lei, que ao legal junte-se o ético. 
Por essa razão, que o princípio da moralidade complementa ou torna 
mais efetivo o princípio da legalidade. 
 
 Princípio da publicidade 
O princípio da publicidade apresenta duas exigências em face do 
sistema decorrente da Constituição de 1988, a saber: 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
16 
1- Exigência de publicação, em órgão oficial, como requisito de 
eficácia dos atos administrativos que devam produzir efeitos externos, 
e dos atos que impliquem ônus para o patrimônio público. 
Neste entendimento, a publicidade está ligada à eficácia do ato, 
isto é, enquanto não publicado, o ato não está apto a produzir efeitos. 
A rigor, não se pode dizer que o ato já esteja inteiramente 
formado enquanto não ocorre a sua publicação, nas hipóteses em que 
esta é obrigatória, o ato que obrigatoriamente deva ser publicado é um 
ato imperfeito enquanto a sua publicação não ocorre. 
 
2- Exigência de transparência da atuação administrativa que diz 
respeito ao controle da Administração Pública, oferecida de forma mais 
amplamente possível pelos administrados. 
 
Um dispositivo que deixa clara essa exigência de atuação 
transparente é o Inciso XXXIII, do Artigo 5°, da Constituição, porém, 
deve-se observar que não se trata de um direito absoluto. 
 
XXXIII – Todos têm direito a receber dos 
órgãos públicos informações de seu interesse 
particular, ou de interesse coletivo ou geral, 
que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas 
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à 
segurança da sociedade e do Estado. 
 
Uma importante garantia 
individual apta a assegurar a exigência 
de transparência da Administração 
Pública é o direito de petição aos 
Poderes Públicos. Decorrência lógica do 
princípio da transparência é a regra 
geral de que os atos administrativos 
devem ser motivados. A motivação que 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
17 
é a exposição por escrito dos motivos que levaram à prática do ato, 
possibilita o efetivo controle da legitimidade do ato administrativo pelos 
órgãos de controle e pelo povo em geral. 
 
 Princípio da eficiência 
O objetivo do princípio da eficiência é 
assegurar que os serviços públicos sejam 
prestados com adequação às necessidades da 
sociedade que os custeia. A ideia de 
eficiência aproxima-se da ideia de 
economicidade, e refere-se ao controle 
financeiro da Administração Pública. 
Busca-se o atingimento de objetivos traduzidos por boa 
prestação de serviços, do modo mais simples, rápido, econômico, 
melhorando a relação custo-benefício da atividade da administração.O 
administrador deve sempre procurar a solução que melhor atenda ao 
interesse público, levando em conta o ótimo aproveitamento dos 
recursos públicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Eficiência tem como corolário a boa qualidade. A partir da 
positivação desse princípio como norte da atividade administrativa, a 
O princípio da eficiência impõe à Administração 
Pública Direta, Indireta e a seus agentes a persecução do 
bem comum, por meio do exercício de suas competências 
de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, 
eficaz, sem burocracia, e sempre em busca da qualidade, 
primando pela adoção dos critérios legais e morais 
necessários para a melhor utilização possível dos recursos 
públicos, de maneira a evitar desperdícios e garantir uma 
maior rentabilidade social. 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
18 
sociedade passa a dispor de base jurídica expressa para exigir a 
efetividade do exercício de direitos sociais, como a educação, 
segurança pública e a saúde, os quais têm que ser garantidos pelo 
Estado com qualidade satisfatória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Princípio da supremacia do interesse público 
Neste princípio, presume-se que toda atuação do Estado seja 
pautada pelo interesse público, cuja determinação deve ser extraída 
da Constituição e das leis, manifestações da vontade geral, em que a 
atuação do Estado subordina os interesses privados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
19 
 
Decorre deste princípio que existindo conflito entre o interesse 
público e o interesse particular, deverá prevalecer o primeiro, tutelado 
pelo Estado, respeitados, entretanto, os direitos e garantias individuais 
expressos na Constituição, ou dela decorrentes. 
O Estado, portanto, embora tenha assegurada pela ordem 
constitucional a prevalência dos interesses em nome dos quais atua, 
está adstrito aos princípios constitucionais que determinam a forma e 
os limites de sua atuação, como o princípio do devido processo legal, 
do contraditório e ampla defesa, da proporcionalidade, dentre outros. 
O postulado da supremacia do interesse público não tem caráter 
absoluto. 
 
 Princípio da indisponibilidade do interesse público 
Do princípio da indisponibilidade do interesse público derivam 
todas as restrições especiais impostas à atividade administrativa. Tais 
restrições decorrem, exatamente, do fato de não ser a Administração 
Pública dona da coisa pública, e sim mera gestora de bens e interesses. 
Os bens e interesses públicos são indisponíveis, não pertencem à 
Administração, tampouco a seus agentes públicos. Cabendo apenas a 
sua gestão, em prol da coletividade, verdadeira titular dos direitos e 
interesses públicos. Em razão deste princípio, são vedados ao 
administrador quaisquer atos que impliquem renúncia a diretos do 
Poder Público ou que injustificadamente onerem a sociedade. 
 
 Princípio da razoabilidade e proporcionalidade 
Os princípios da razoabilidade e da 
proporcionalidade não se encontram expressos no 
texto constitucional. São eles, na verdade, princípios 
gerais de Direito, aplicáveis a todos os ramos da 
ciência jurídica. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
20 
O Princípio da Razoabilidade
É associado às análises de adequação e de necessidade
do ato ou da atuação da Administração Pública. Não basta que
o ato tenha uma finalidade legítima, é necessário que os
meios empregados pela Administração sejam adequados ao
seu objetivo e que sua utilização, quando se trate de medidas
restritivas ou punitivas, seja realmente necessária.
O Princípio da Proporcionalidade
É o princípio da proibição do excesso, em que haja
proporcionalidade entre os meios utilizados pelo
administrador público e os fins que ele pretende alcançar. Se
o ato administrativo não guarda uma proporção adequada
entre os meios empregados e o fim almejado, será um ato
desproporcional, excessivo em relação a essa finalidade.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O princípio da razoabilidade tem por finalidade aferir a 
compatibilidade entre os meios empregados e os fins visados na prática 
de um ato administrativo, de modo a evitar restrições aos 
administrados inadequadas, desnecessárias, arbitrárias ou abusivas. 
A Administração, ao atuar, terá que obedecer a critérios 
aceitáveis do ponto de vista racional, com o senso normal de pessoas 
equilibradas e respeitosas das finalidades da competência exercida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
21 
É importante frisar que os atos válidos, sem 
qualquer vício, que no entender da Administração se 
tornarem inconvenientes ao interesse público, também 
podem ser autotutelados através de revogação deste ato 
válido que se tornou inconveniente. 
 
 
 
 Princípio da autotutela 
O princípio da autotutela possibilita à administração pública 
controlar seus próprios atos, apreciando quanto ao mérito e legalidade. 
É um instrumento da Administração para a revisão de seus próprios 
atos sob dois aspectos: 
 
A Administração Pública, no desempenho de suas atividades, 
está sujeita a erros, podendo ela mesma tomar a iniciativa de repará-
los, a fim de restaurar a situação de regularidade e zelar pelo interesse 
público. Portanto, não é necessário que a Administração seja 
provocada para rever seus atos ilegais, podendo fazê-lo de ofício. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Legalidade: 
Em que a Administração pode, de ofício ou 
provocada, anular os seus atos ilegais; 
 
Mérito: 
Em que examina a conveniência e oportunidade 
de manter ou desfazer um ato legitimo 
mediante revogação. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
22 
O princípio da autotutela administrativa está consagrado na 
Súmula 473, do STF, nos termos: 
473 – A Administração pode anular seus 
próprios atos quando eivados de vícios que os 
tornem ilegais, porque deles não se originam 
direitos; ou revogá-los, por motivo de 
conveniência ou oportunidade, respeitados os 
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os 
casos, a apreciação judicial. 
 
 Princípio da continuidade dos serviços públicos 
O princípio da continuidade dos serviços públicos é um princípio 
que estabelece que os serviços públicos, este compreendido em 
sentido amplo como todas as atividades administrativas executadas 
sob regime jurídico de direito público, são prestados no interesse da 
coletividade, devendo ser de forma adequada e não podendo sofrer 
interrupções. A interrupção de um serviço público prejudica toda a 
coletividade, que dele depende para a satisfação de seus interesses e 
necessidades. 
Decorrência relevante do princípio da continuidade dos serviços 
públicos é o fato de o texto constitucional tratar a greve dos servidores 
públicos não como um direito autoexercitável, de forma plena, 
independente de regulamentação legal, mas sim como um direito a ser 
exercido nos termos e limites definidos em lei específica. 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
23 
ATOS ADMINISTRATIVOS – MANIFESTAÇÃO UNILATERAL DE 
VONTADE DA ADMINISTRAÇÃO 
 
Conceitos 
 
 Os princípios fundamentais orientadores de toda a atividade da 
Administração Pública encontram-se, explícita ou implicitamente, no 
texto da Constituição de 1988. O direito administrativo tem sua base 
constitucional no Artigo 37, Caput,da Constituição Federal: 
“A administração pública direta e indireta de qualquer 
dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios obedecerá aos princípios da 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, 
eficiência, supremacia do interesse público, 
indisponibilidade do interesse público, razoabilidade, 
proporcionalidade, autotutela e continuidade dos 
serviços públicos”. 
 
Podemos conceituar ato administrativo como 
sendo a exteriorização da vontade de agentes da 
Administração Pública ou de seus delegatários, 
nessa condição, que,sob regime de direito público, 
vise à produção de efeitos jurídicos, com o fim de 
atender ao interesse público. 
Devem ser considerados três pontos fundamentais para a 
caracterização do ato administrativo. É necessário que a vontade 
emane de agente da administração pública ou dotado de prerrogativas 
desta. Que seu conteúdo propicie a produção de efeitos jurídicos com 
o fim público. Por fim, deve toda essa categoria de atos ser regidos 
basicamente pelo direito público. 
 
Elementos 
 
O ato administrativo praticado sem a observância dos elementos 
formadores ou requisitos de validade estará contaminado de vício de 
https://www.dicio.com.br/delegatario/
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
24 
legalidade, fato que o deixará sujeito à anulação, bastando tão 
somente a inobservância de somente um deles, que são: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 COMPETÊNCIA 
a) Sentido - É o círculo definido por lei dentro do qual podem os agentes 
exercer legitimamente sua atividade. 
 
b) Fonte - Sendo o Estado integrado por grande quantidade de agentes, 
e estando a seu cargo um número incontestável de funções, conclui-se 
que a competência tem que decorrer de norma expressa. No direito 
público não há presunção de competência administrativa, devendo esta 
originar-se de texto expresso. 
 
c) Características - A competência se reveste de duas características 
que são a inderrogabilidade, onde a competência de um órgão não se 
transfere a outro por acordo entre as partes, ou por assentimento do 
agente da Administração. Fixada em norma expressa deve a 
competência ser rigidamente observada por todos. E a 
improrrogabilidade, a incompetência não se transmuda em 
competência, ou seja, se um órgão não tem competência para certa 
função, não poderá vir a tê-la supervenientemente, a menos que a 
antiga norma definidora seja alterada. 
Requisitos
competência
objetivo
forma
motivo
finalidade
https://www.dicionarioinformal.com.br/inderrogabilidade/
https://www.dicio.com.br/improrrogabilidade/
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
25 
 
Critérios definidores da competência 
A norma que define a competência recebe o influxo de diversos 
fatores que são os critérios definidores da competência. Esses critérios 
constituem fatores necessários à consecução do fim último do instituto 
que é a organização e distribuição de tarefas. 
 
 
 
 
O critério relativo à matéria envolve a especificidade da função 
para sua melhor execução. Quanto à hierarquia, o critério encerra a 
atribuição de funções mais complexas ou de maior responsabilidade 
aos agentes situados em plano hierárquico mais elevado. O critério de 
lugar inspira-se na necessidade de descentralização territorial das 
atividades administrativas. É o que ocorre com as circunscrições 
territoriais de certos órgãos, como as delegacias regionais. O critério 
de tempo será quando a norma conferir a certo órgão competência por 
período determinado. 
 
Delegação e Avocação 
Delegação de competência é quando a norma autorizar que um 
agente transfira a outro, normalmente em plano hierárquico inferior, 
funções que originariamente lhe são atribuídas. No fenômeno inverso, 
ocorre a Avocação, quando o delegante atrai para a sua esfera 
decisória a prática de ato objeto de delegação, sendo esse um meio de 
evitar decisões concorrentes e eventualmente contraditórias. 
 
 OBJETO 
a) Sentido - O objeto ou conteúdo é a alteração no mundo jurídico que 
o ato administrativo se propõe a processar. Significa, como informa o 
próprio termo, o objetivo imediato da vontade exteriorizada pelo ato, 
A definição da competência decorre dos critérios em 
razão da matéria, hierarquia, lugar e do tempo. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
26 
a proposta do agente que manifestou a vontade com vistas a 
determinado alvo. 
 
b) Requisitos de validade - Para que o ato administrativo seja válido, 
seu objeto deve ser lícito. A licitude é o requisito fundamental de 
validade do objeto. Além de lícito, deve ser o objeto possível, ou seja, 
suscetível de ser realizado. Esse é o requisito da possibilidade. 
 
c) Discricionariedade e vinculação - A vontade do agente, exteriorizada 
pelo ato administrativo, tem que reproduzir, às vezes, a própria 
vontade do legislador. Em outras situações, é a lei que permite ao 
agente que faça o delineamento do que pretende com sua 
manifestação de vontade. 
Quando se trata de atividade vinculada, o autor do ato deve 
limitar-se a fixar como objeto desse o mesmo que a lei previamente já 
estabeleceu. Aqui pode dizer-se que se trata de objeto vinculado. 
Em outras hipóteses, é permitido ao agente traçar as linhas que 
limitam o conteúdo de seu ato, mediante a avaliação dos elementos 
que constituem critérios administrativos. Constitui a parte variável do 
ato, sendo possível a fixação de termos, condições e modos. Nesse 
caso estamos diante de objeto discricionário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FORMA 
a) Sentido - A forma é o meio pelo qual se exterioriza a vontade. A 
vontade, tomada de modo isolado, reside na mente como elemento de 
caráter meramente psíquico, interno. Quando se projeta, é necessário 
que o faça através da forma. Por isso a forma é elemento que integra 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
27 
a própria formação do ato. Sem sua presença, o ato não completa o 
ciclo de existência. 
 
b) Requisito de validade - A forma do ato para ser considerada 
válida,deve cumprir o requisito de compatibilidade com a lei ou com 
ato equivalente. Não basta simplesmente a exteriorização da vontade 
pelo agente administrativo, mas que o faça nos termos em que a lei a 
estabeleceu, sob pena de vício de legalidade suficiente para a sua 
invalidação. 
 
c) Princípio da solenidade - O princípio da solenidade no direito público 
norteia que a exteriorização dos atos deve ser escrita, registrada e 
publicada. Pode ainda em situações singulares a vontade 
administrativa se manifestar por outros meios como é o caso de gestos 
(guardas de trânsito), palavras (atos de polícia de segurança pública) 
ou sinais (semáforos e placas de trânsito), esses meios, porém, são 
excepcionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 MOTIVO 
a) Sentido - Situação de fato ou de direito que gera a vontade do agente 
quando pratica o ato administrativo. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
28 
b) Discricionariedade e vinculação - Classifica-se o motivo em motivo 
de direito e motivo de fato conforme a situação por força da qual o ato 
é praticado. Motivo de direito é a situação de fato eleita pela norma 
legal como ensejadora da vontade administrativa. Motivo de fato é a 
própria situação de fato ocorrida sem descrição na norma legal. 
Ocorrendo a situação de fato já delineada na norma legal, cabe 
tão somente ao agente praticar o ato, cumprindo a lei em virtude do 
princípio da legalidade. Caracterizando o ato vinculado por haver 
vinculação do agente à lei. 
Sendo diversa na hipótese de quando a lei não delineia a situação 
fática, transferindo ao agente a verificação de sua ocorrência 
atendendo a critérios de conveniência e oportunidade. Nesse caso o 
agente elege a situação fática geradora da vontade, permitindo maior 
liberdade atuação, sem, contudo, afastar os princípios administrativos. 
Desvinculando o agente de qualquer situação de fato prevista na lei, 
sua atividade reveste-se de discricionariedade, redundando na prática 
de ato discricionário. 
 
c) Motivo e motivação - Motivo é a situação de fato por meio da qual 
ocorre a manifestação de vontade da Administração. A motivação é a 
justificativa do pronunciamento tomado, exprime de modo expresso e 
textual todas as situações de fato que levaram o agente à manifestação 
da vontade. 
 
d) Teoria dos motivos determinantes - Baseia-se no princípio de que o 
motivo do ato administrativo deve sempre guardar compatibilidade 
com a situação de fato que gerou a manifestação da vontade.e) Congruência entre o motivo e o resultado do ato - Elemento calcado 
em situação anterior à prática do ato, o motivo deve sempre ser 
ajustado ao resultado do ato, ou seja, aos fins a que se destina. Impõe-
se, desse modo, uma relação de congruência entre o motivo, de um 
lado, e o objetivo e a finalidade, de outro. 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
29 
 
 FINALIDADE 
a) Sentido - Finalidade é o elemento pelo qual todo ato administrativo 
deve estar dirigido ao interesse público. O administrador, como gestor 
de bens e interesses da coletividade, não pode estar voltado a 
interesses privados. 
 
b) Finalidade e objeto - A finalidade e o objeto podem ser considerados 
como vetores do resultado do ato, mas o objeto representa o fim 
imediato, ou seja, o resultado prático a ser alcançado pela vontade 
administrativa. A finalidade, ao contrário, reflete o fim mediato, o 
interesse coletivo que deve o administrador perseguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
30 
Atributos 
Os atributos são qualidades ou 
características dos atos administrativos, enquanto 
que os requisitos dos atos administrativos 
constituem condições que devem ser observadas 
para sua validação. Os atributos podem ser 
entendidos como as características inerentes aos 
atos administrativos. 
 
Os atributos dos atos administrativos são: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sendo que o segundo e terceiro atributos são observáveis 
somente em determinadas espécies de atos administrativos. 
 
 PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE 
A presunção de legitimidade ou presunção de legalidade é um 
atributo presente em todos os atos administrativos, quer imponham 
obrigações, quer reconheçam ou confiram direitos aos administrados. 
Esse atributo deflui da própria natureza do ato administrativo e está 
presente desde o nascimento e independe de norma legal que o 
preveja. 
Presunção de legitimidade 
Imperatividade 
Tipicidade 
Autoexecutoriedade 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
31 
O fundamento da presunção de legitimidade dos atos 
administrativos é a necessidade de que o poder público possa exercer 
com agilidade suas atribuições, tendo em conta a defesa do interesse 
público. 
O ato administrativo obriga os administrados por ele atingidos, 
ou produz os efeitos que lhe são próprios, desde o momento de sua 
edição; ainda que alguém aponte a existência de vícios em sua 
formação, que possam acarretar a futura invalidação do ato. 
 
 IMPERATIVIDADE 
A imperatividade traduz a possibilidade de a administração 
pública, unilateralmente, criar obrigações para os administrados, ou 
impor-lhes restrições. 
Este atributo não está presente em qualquer ato administrativo, 
mas apenas naqueles atos que implicam obrigação para o 
administrado, ou que são a ele impostos, e devem ser por ele 
obedecidos, sem necessidade de seu consentimento, como é nos casos 
punitivos e no exercício do poder de polícia. 
Em decorrência do atributo da presunção de legitimidade, 
presente em todos os atos administrativos, os atos caracterizados pela 
imperatividade podem ser imediatamente impostos aos particulares a 
partir de sua edição. 
 
 AUTOEXECUTORIEDADE 
Atos auto-executórios são os que podem ser materialmente 
implementados pela administração, diretamente, inclusive mediante o 
uso da força, se necessária, sem que a administração precise obter 
autorização judicial prévia. 
A autoexecutoriedade não é um atributo presente em todos os 
atos administrativos. Afirma-se que ela é qualidade própria dos atos 
inerentes ao exercício de atividades típicas da administração, quando 
está atuando na condição de poder público. A necessidade de defesa 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
32 
ágil dos interesses da sociedade justifica essa possibilidade de a 
administração agir sem prévia intervenção do Poder Judiciário, 
especialmente no exercício do poder de polícia. A presteza requerida 
evidentemente faltaria, se fosse necessário recorrer ao Judiciário toda 
vez que o particular opusesse resistência às atividades administrativas 
contrárias a seus interesses. 
 
 TIPICIDADE 
É o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a 
figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir 
determinados resultados. Esse atributo, corolário do princípio da 
legalidade, teria o condão de afastar a possibilidade de a administração 
praticar atos inominados. Dessa forma, para cada finalidade que a 
administração pretenda alcançar, deve existir um ato típico definido 
em lei. 
Como consequências desse atributo, temos a representação de 
uma garantia para o administrado, pois impede que a administração 
pratique um ato, unilateral e coercitivo, sem prévia previsão legal, e 
afasta também a possibilidade de ser praticado ato totalmente 
discricionário; pois a lei, ao prever o ato, já define os limites em que a 
discricionariedade poderá ser exercida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
33 
PODERES ADMINISTRATIVOS – PRERROGATIVAS DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Poder-dever 
 
O regime jurídico-
administrativo tem fundamento 
nos postulados básicos do princípio 
da supremacia do interesse público 
e no princípio da indisponibilidade 
do interesse público. 
Do postulado da supremacia do interesse público deriva as 
prerrogativas especiais de que dispõe a administração pública, as quais 
a ela são conferidas tão somente na exata medida em que são 
necessárias à satisfação dos fins públicos. Tais prerrogativas 
consubstanciam os chamados poderes administrativos. 
Esses poderes são exercidos pelos administradores públicos nos 
termos da lei, com observância dos princípios jurídicos e respeito aos 
direitos e garantias fundamentais, como o devido processo legal, as 
garantias do contraditório e da ampla defesa, a garantia da 
inafastabilidade da tutela judicial, etc. 
Do postulado da indisponibilidade do interesse público, a 
Constituição e as leis impõem ao administrador público alguns deveres 
específicos e peculiares, preordenados a assegurar que sua atuação 
efetivamente se dê em benefício do 
interesse público e sob controle 
direto e indireto do titular da coisa 
pública, o povo. São esses os 
chamados deveres administrativos. 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
34 
Poderes e deveres administrativos em espécie 
 
São deveres impostos aos agentes administrativos pelo 
ordenamento jurídico o poder–dever de agir, o dever de eficiência, o 
dever de probidade e o dever de prestar contas. 
 
 Poder-dever de agir 
Sendo as competências administrativas, conferidas com o 
objetivo do atingimento dos fins públicos, implicam ao mesmo tempo 
um poder para desempenhar as correspondentes funções públicas e 
um dever de exercício dessas funções. O poder de agir no direito 
administrativo é uma imposição, um dever de exercício das 
competências, de que o agente público não pode dispor. 
 
 Dever de eficiência 
Exigência de elevado padrão de qualidade na atividade 
administrativa, na imposição de que o administrador e os agentes 
públicos em geral tenham sua atuação pautada na celeridade, 
perfeição técnica, economicidade, coordenação, controle, entre outros 
atributos. É um dever imposto a todos os níveis da administração 
pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O dever de eficiência tem característica de princípio 
constitucional administrativo, manifestando preocupação 
com a produtividade do servidor e com o aperfeiçoamento 
de toda a máquina administrativa, por meio da criação de 
institutos e controles que permitam o aprimoramento e 
uma adequada avaliação do desempenho de seus órgãos, 
entidades e agentes. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
35 
É um modelo de gestão pública caracterizada pela ênfase nos 
controles de resultado e flexibilização dos controles de procedimentos, 
possibilitando a perda do cargo do servidorpúblico estável em razão 
de insuficiência de desempenho, o estabelecimento de avaliação 
especial de desempenho como condição para a aquisição da 
estabilidade, a exigência de participação do servidor público em cursos 
de aperfeiçoamento como um dos requisitos para a promoção na 
carreira, entre outros. 
 
 Dever de probidade 
Exige que o administrador público, no desempenho de suas 
atividades, atue com ética, honestidade e boa-fé, em consonância com 
o princípio da moralidade administrativa. 
O dever de probidade é imposto a todo e qualquer agente 
público. O § 4° do art.37 da Constituição da República estabelece que, 
sem prejuízo da ação penal cabível, os atos de improbidade 
administrativa acarretarão, na forma e gradação previstas em lei: a 
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a 
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário. 
A lei 8.429/1992, regulamentando esse importante dispositivo 
constitucional, tipifica e sanciona os atos de improbidade 
administrativa. 
 
 Dever de prestar contas 
Decorre diretamente do princípio da indisponibilidade do 
interesse público, sendo inerente à função do administrador público, 
mero gestor de bens e interesses alheios, vale dizer, o povo. 
É um dever indissociável do exercício de função pública, imposto 
a qualquer agente que de algum modo seja responsável pela gestão 
ou conservação de bens públicos. 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
36 
Os poderes administrativos representam instrumentos que 
utilizados isolada ou conjuntamente, permitem à administração 
cumprir suas finalidades. 
 
 
 
 
 
Os principais poderes administrativos são: 
 
 
 
 
 
 
 
 Poder vinculado 
É aquele de que dispões a administração para a prática de atos 
administrativos em que é mínima ou inexistente a sua liberdade de 
atuação, é o poder de que ela se utiliza quando pratica atos vinculados. 
Com relação aos atos vinculados, não cabe à administração 
fazer juízo de oportunidade e conveniência, nem escolher seu 
conteúdo. O poder vinculado apenas possibilita à administração 
executar o ato vinculado nas estritas hipóteses legais, observando o 
conteúdo rigidamente estabelecido na lei. 
Assim, o poder vinculado é mais um 
dever da administração pública, do que um 
poder, pois quando pratica um ato vinculado 
à administração está muito mais cumprindo 
um dever do que exercendo uma 
prerrogativa. 
 
Poder vinculado Poder discricionário 
Poder hierárquico Poder disciplinar 
Poder regulamentar Poder de polícia 
Os principais poderes administrativos são o Poder 
vinculado, Poder discricionário, Poder hierárquico, Poder 
disciplinar, Poder regulamentar e Poder de polícia. 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
37 
 Poder discricionário 
É conferido à administração para a prática de atos 
discricionários. É aquele em que o agente administrativo dispõe de uma 
razoável liberdade de atuação, podendo valorar a oportunidade e 
conveniência da prática do ato, quanto ao seu motivo e escolher dentro 
dos limites legais o seu conteúdo. 
O poder discricionário tem como núcleo a autorização legal para 
que o agente público decida, nos limites da lei, acerca da conveniência 
e da oportunidade de praticar, ou não, um ato administrativo. Sendo, 
portanto,o núcleo essencial do poder discricionário o denominado 
mérito administrativo. 
Diante de um caso concreto, a administração, nos termos e 
limites da lei, decidirá, segundo seus critérios de oportunidade e 
conveniência administrativas, a conduta, dentre as previstas na lei, 
mais condizente com a satisfação do interesse público. 
Observe-se que, também, tem fundamento no poder 
discricionário a revogação de atos discricionários que a administração 
pública tenha praticado e que num momento posterior, passe a 
considerar inoportunos ou inconvenientes. 
Quanto aos limites do poder discricionário, além do próprio 
conteúdo da lei, os princípios jurídicos administrativos, sobretudo os 
da razoabilidade e da proporcionalidade. A extrapolação dos limites 
legais, assim como a atuação contrária aos princípios administrativos, 
configura arbitrariedade, caso em que, por ser um ato ilegal ou 
ilegítimo, poderá ser anulado. 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
38 
 Poder hierárquico 
A hierarquia caracteriza-se pela existência 
de níveis de subordinação entre órgãos e 
agentes públicos, sempre no âmbito de uma 
mesma pessoa jurídica. A subordinação só 
existe no âmbito de uma mesma pessoa 
jurídica, e é estabelecida entre agentes e 
órgãos de uma mesma entidade, verticalmente escalonados, como 
decorrência do poder hierárquico. 
As relações de natureza hierárquica, entre superior-
subordinado, são típicas da organização administrativa, não havendo, 
entretanto, hierarquia entre diferentes pessoas jurídicas, nem entre os 
Poderes da República, nem mesmo entre a administração e os 
administrados. 
Como decorrência do poder hierárquico temos as prerrogativas 
exercidas pelo superior sobre os seus subordinados, que são as de dar 
ordens, fiscalizar, controlar, aplicar sanções, delegar e avocar 
competências. 
A prerrogativa de dar ordens permite ao superior hierárquico 
que assegure o adequado funcionamento dos serviços sob sua 
responsabilidade, dando ordens diretas, verbais ou escritas, como 
também edita os atos administrativos ordinatórios, como ordens de 
serviço, portarias, instruções, circulares internas, que obrigam os 
agentes subordinados a executar as tarefas neles disciplinadas. 
 
 
 
 
 
 
 
Os servidores públicos têm o dever de acatar e 
cumprir as ordens de seus superiores hierárquicos com 
dever de obediência, exceto quando manifestamente 
ilegais. 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
39 
 
A delegação de competência é ato discricionário, revogável 
a qualquer tempo, mediante o qual o superior hierárquico confere o 
exercício temporário de algumas atribuições, originariamente 
pertencentes ao seu cargo, a um subordinado. 
 
 A avocação é o ato discricionário mediante o qual o superior 
hierárquico traz para si o exercício temporário de determinada 
competência atribuída por lei a um subordinado. 
 
O poder-dever de fiscalização diz respeito ao acompanhamento 
permanente, pelo superior, da atuação de seus subordinados.Corolário 
da fiscalização é o poder de controle. 
Com efeito, o mero acompanhamento da atuação dos 
subordinados nenhuma serventia teria se o superior não pudesse 
controlar essa atuação, mantendo os atos que devam ser mantidos e 
extinguindo os ilegais, inadequados, inconvenientes ou inoportunos. 
A aplicação de sanções administrativas nem sempre está 
relacionada ao poder hierárquico, somente derivam do poder 
hierárquico as sanções disciplinares aplicadas aos servidores públicos 
que pratiquem infrações funcionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Poder disciplinar 
O poder disciplinar é um poder-dever que possibilita à 
administração pública punir internamente as infrações funcionais de 
seus servidores e punir infrações administrativas cometidas por 
particulares a ela ligados mediante algum vínculo jurídico específico. 
Quando a administração aplica uma sanção disciplinar a um 
agente público, essa atuação decorre imediatamente do poder 
disciplinar e mediatamente do poder hierárquico. Entretanto, quando 
a administração pública aplica uma sanção administrativa a alguém 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
40 
que descumpriu um contrato administrativo, há exercício do poder 
disciplinar, mas não existe liame hierárquico. Nesses casos, o poder 
disciplinar não está relacionado ao poder hierárquico. 
 
Não se deve confundir o poder disciplinar 
da administração pública com o poder 
punitivo do Estado, que é exercido pelo 
Poder Judiciário e diz respeito à repressão 
de crimes e contravenções tipificadas nas 
leis penais. 
 
 Poder regulamentar 
A expressão “poder regulamentar”designa as competências do 
Chefe do Poder Executivo para editar atos administrativos normativos. 
Os atos administrativos normativos contêm determinações 
gerais e abstratas. Tais atos não têm destinatários determinados; 
incidem sobre todos os fatos ou situações que se enquadrem nas 
hipóteses que abstratamente preveem. Os atos administrativos 
normativos editados pelo Chefe do Poder Executivo assumem a forma 
de decreto. 
O exercício do poder regulamentar, se materializa na edição de 
decretos e regulamentos destinados a dar fiel execução às leis. São os 
decretos de execução ou decretos regulamentares. 
Ao lado dos decretos de execução ou regulamentares, passou a 
existir a partir da EC 32/2001, previsão de edição de decretos 
autônomos para tratar das matérias específicas que não se destinam a 
regulamentar determinada lei. 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As competências para a edição desses outros atos de caráter 
normativo não se fundam no poder regulamentar, o qual é exclusivo 
do Chefe do Poder Executivo. Esses outros atos administrativos têm 
fundamento no poder normativo da administração pública. É esse 
genérico poder normativo reconhecido à administração pública que é 
invocado para defender a constitucionalidade dos denominados 
regulamentos autorizados. 
O poder regulamentar é uma espécie do gênero poder 
normativo, porém, como o poder regulamentar é exclusivo do Chefe 
do Poder Executivo, é mais frequente, quando se refere a essa 
autoridade, tratar de poder regulamentar. Importante notar que ao 
praticar atos com base no poder 
regulamentar (espécie), o Chefe do 
Poder Executivo não deixa de estar 
exercendo o poder normativo da 
administração pública (gênero). 
Importante ressaltar que em nosso ordenamento 
jurídico, diversos órgãos e autoridades administrativas, e 
mesmo entidades da administração indireta, têm 
competência para editar atos administrativos 
normativos. A amplitude dessas competências 
normativas, a constitucionalidade de sua atribuição, 
mediante lei, a variados órgãos, autoridades e entidades 
administrativas, a legitimidade de seu exercício visando 
a produzir efeitos externos, todos esses pontos são 
motivo de controvérsia doutrinária. Certo é que diversas 
autoridades administrativas, que não o Chefe do Poder 
Executivo, editam atos administrativos normativos. 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
42 
São espécies de atos, os Decretos de execução ou 
regulamentares, Decretos autônomos e Regulamentos autorizados: 
 
 Decretos de execução ou regulamentares 
 
São definidos como regras jurídicas 
gerais, abstratas e impessoais, 
editadas em função de uma lei cuja 
aplicação de algum modo envolva 
atuação da administração pública, 
visando a possibilitar a fiel execução 
da lei. 
A edição de decretos de execução, tem como pressuposto a 
existência de uma lei, que é o ato primário a ser regulamentado. O 
decreto de execução deve restringir-se aos limites e ao conteúdo da 
lei, explicitando-o, detalhando seus dispositivos. As leis devem ser 
redigidas em termos gerais; o 
detalhamento necessário à sua aplicação 
é efetuado pelo Poder Executivo, que não 
pode restringir, ampliar e contrariar as 
hipóteses nela previstas. 
 
 Decretos autônomos 
 
Alguns sistemas constitucionais 
conferem ao Poder Executivo a prerrogativa de editar regulamentos 
como atos primários, diretamente derivados da Constituição. Esses 
atos são classificados como regulamentos independentes ou 
autônomos e se dividem em: externos, que contêm normas dirigidas 
aos cidadãos de modo geral; e internos, que dizem respeito à 
organização, competência e funcionamento da administração pública. 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
43 
Até a promulgação da EC 32/2001 a Constituição não permitia 
a edição de decreto autônomo em nosso ordenamento jurídico. O texto 
constitucional somente aludia à expedição de decretos 
regulamentares, explicitando que tais atos devem assegurar a fiel 
execução da lei. 
Todavia, a partir da EC 32/2001, passou a existir autorização 
expressa no Inciso VI, do Artigo 84, da Constituição, para a edição 
decretos autônomos pelo Presidente da República, específica e 
unicamente para dispor sobre organização e funcionamento da 
administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem 
criação ou extinção de órgãos públicos; e extinção de funções ou 
cargos públicos, quando vagos. Podendo ser objeto de delegação a 
disciplina dessas matérias pelo Presidente da República, a outras 
autoridades administrativas. 
 
 Regulamentos autorizados 
É quando o Poder Legislativo, na própria lei, autoriza o Poder 
Executivo a disciplinar determinadas situações nela não reguladas. A 
lei traça apenas linhas gerais, parâmetros, diretrizes, e incumbe o 
Poder Executivo de completar as disposições dela constantes, não 
simplesmente regulamentá-la. 
É importante enfatizar que a existência dos regulamentos 
autorizados não tem previsão expressa no texto constitucional, 
diferentemente do que ocorre com os regulamentos de execução. 
Os regulamentos autorizados completam a lei, veiculam 
disposições que não constam da regulação legal, inovam o direito; os 
regulamentos de execução não podem, na teoria, inovar o direito, de 
forma alguma. 
A lei geralmente incumbe órgãos e entidades administrativas de 
perfil técnico da edição de regulamentos autorizados, que devem 
dispor acerca de matérias de cunho técnico pertinentes à área de 
atuação do órgão ou entidade; os regulamentos de execução são de 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
44 
competência privativa do Chefe do Poder Executivo, indelegável, e não 
se restringem a assuntos de ordem técnica, podendo tratar de qualquer 
assunto administrativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Poder de Polícia 
Está conceituado no artigo 78 do Código Tributário Nacional: 
 
Art.78. Considera-se poder de polícia a 
atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando o direito, interesse 
ou liberdade, regula a prática de ato ou 
abstenção de fato, em razão de interesse 
público concernente à segurança, à higiene, 
à ordem, aos costumes, à disciplina da 
produção e do mercado, ao exercício de 
atividades econômicas dependentes de 
concessão ou autorização do Poder Público, 
à tranquilidade pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuais ou 
coletivos. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
45 
De forma mais concisa, “O poder de 
polícia é a faculdade de que dispõe a 
Administração Pública para condicionar e 
restringir o uso e gozo de bens, atividades 
e direitos individuais, em benefício da 
coletividade ou do próprio Estado”. 
O poder de polícia é inerente à atividade administrativa. A 
administração pública exerce poder de polícia sobre todas as condutas 
ou situações particulares que possam, direta ou indiretamente, afetar 
os interesses da coletividade. 
É competente para exercer poder de polícia administrativa 
sobre uma dada atividade o ente federado ao qual a Constituição da 
República atribui competência para legislar sobre essa mesma 
atividade, para regular a prática dessa atividade. 
O princípio da predominância do interessedetermina a 
repartição de competências entre as pessoas políticas na Constituição 
de 1988, da seguinte forma: “os assuntos de interesse nacional ficam 
sujeitos à regulamentação e policiamento da União; as matérias de 
interesse regional sujeitam-se às normas e à polícia estadual; e os 
assuntos de interesse local subordinam-se aos regulamentos edilícios 
e ao policiamento administrativo municipal”. 
 
 
 
 
 
 
 
Não se confundem as atividades de polícia administrativa 
com a prestação de serviços públicos em sentido estrito. 
 
PODER DA POLÍCIA 
FISCALIZAÇÃO 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
46 
Com efeito, o exercício do poder de políciaacarreta restrições à 
esfera jurídica individual do administrado, a seus direitos e interesses, 
ao passo que a prestação de serviços públicos tem efeito exatamente 
oposto, isto é, amplia a esfera jurídica individual do particular 
destinatário, porquanto se traduz no oferecimento, pelo poder público, 
de prestações positivas, de comodidades ou utilidades materiais 
diretamente fruíveis pelo usuário do serviço. 
O poder de polícia integra o rol das denominadas atividades 
jurídicas do Estado – aquelas cujo desempenho se funda no poder de 
império, como decorrência da própria noção de soberania-, enquanto 
a prestação de serviços públicos configura atividade material, 
enquadrada na categoria das chamadas atividades sociais do Estado – 
atividades destinadas a incrementaro bem-estar social, que não 
impliquem exercício de poder de império. 
Diferenciação importante que se deve ressaltar é entre 
atividade de polícia administrativa e atividade de polícia judiciária. 
Será atividade de polícia administrativa a que incida na seara 
das infrações administrativa se atividade de polícia judiciária a 
concernente ao ilícito de natureza penal. O exercício da primeira 
esgota-se no âmbito da função administrativa, enquanto a polícia 
judiciária prepara a atuação da função jurisdicional penal. 
Cumpre observar, ainda, que a polícia administrativa é exercida 
sobre atividades privadas, bens ou direitos, enquanto a polícia 
judiciária incide diretamente sobre as pessoas. 
Por fim, a polícia administrativa é desempenhada por órgãos 
administrativos de caráter fiscalizador, integrantes dos mais diversos 
setores de toda a administração pública, ao passo que a polícia 
judiciária é executada por corporações específicas, como a polícia civil 
e a Polícia Federal e, em alguns casos, a polícia militar, que também 
exerce a função de polícia administrativa. 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
47 
 Poder de polícia originário 
 Exercido pela administração direta, ou seja, pelos órgãos 
integrantes da estrutura das diversas pessoas políticas da Federação 
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios). 
 
 Poder de polícia delegado 
 Executado pelas pessoas administrativas do Estado, isto é, 
pelas entidades integrantes da administração indireta. 
 
 
 
 
 
 Poder de polícia preventivo 
 O poder público estabelece normas que limitam ou condicionam 
a utilização de bens (públicos ou privados) ou o exercício de atividades 
privadas que possam afetar a coletividade, exigindo que o particular 
obtenha anuência da administração pública previamente à utilização 
desses bens ou ao exercício dessas atividades. 
 
 Poder de polícia repressivo 
 Consubstanciado na fiscalização das atividades e bens sujeitos 
ao controle da administração pública. Sendo verificada a existência de 
infração, a autoridade fiscalizadora deverá lavrar o auto de infração 
pertinente e cientificar o particular da sanção a ser aplicada. 
São diversas as sanções aplicáveis previstas nas mais variadas 
leis administrativas, de todos os níveis da Federação, passíveis de ser 
aplicadas no âmbito da atividade de polícia administrativa. Conforme 
explicado, o poder de polícia incide sobre atividades e sobre bens, não 
diretamente sobre os indivíduos, ressaltando que não existem sanções 
de polícia administrativa que impliquem detenção ou reclusão de 
pessoas. 
Quanto aos meios de atuação do poder de polícia 
pode ser exercido preventiva ou repressivamente. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
48 
Dentre as inúmeras sanções cabíveis temos: 
 
 
 
A atuação da administração pública no exercício do poder de 
polícia, em regra, é discricionária e restrita, estando limitada pela lei e 
pelo direito globalmente considerado, especialmente pelos princípios 
constitucionais administrativos. A atuação da polícia administrativa só 
será legítima se realizada nos estritos termos jurídicos, respeitados os 
direitos do cidadão, as prerrogativas individuais e as liberdades 
públicas asseguradas na Constituição e nas leis. Há que se conciliar o 
interesse social com os direitos individuais consagrados no 
ordenamento constitucional. Caso a administração aja além desses 
Imposição de multas administrativas
Interdição de estabelecimentos 
comerciais
Suspensão do exercício de direitos
Demolição de construções irregulares 
Embargo administrativo de obra
Destruição de gêneros alimentícios 
impróprios para o consumo
Apreensão de mercadorias 
irregularmente entradas no território 
nacional
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
49 
mandamentos, ferindo a intangibilidade do núcleo dos direitos 
individuais, sua atuação será arbitrária, configuradora de abuso de 
poder. 
 
 
Qualquer medida imposta no exercício 
da atividade de polícia administrativa deve 
ser adotada com observância do devido 
processo legal, assegurando ao 
administrado o direito à ampla defesa. 
 
A doutrina tradicionalmente aponta três atributos ou qualidades 
características do poder de polícia e dos atos administrativos 
resultantes de seu regular exercício. 
 
 
 
 
 
 
 
 Discricionariedade 
A discricionariedade no exercício do poder de polícia significa 
que a administração, quanto aos atos a ele relacionados, dispõe de 
uma razoável liberdade de atuação, podendo valorar a oportunidade e 
conveniência de sua prática, estabelecer o motivo e escolher, dentro 
dos limites legais, seu conteúdo. A finalidade de todo ato de polícia, 
assim como a finalidade de qualquer ato administrativo, é requisito 
sempre vinculado e traduz-se na proteção do interesse da coletividade. 
 
 
 
Discricionariedade 
Autoexecutoriedade 
Coercibilidade 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
50 
 Autoexecutoriedade 
Consiste na possibilidade que certos atos administrativos 
ensejam de imediata e direta execução pela própria Administração, 
independente de ordem judicial. 
É atributo típico do poder de polícia, presente, sobretudo, nos 
atos repressivos de polícia. A administração pública precisa ter a 
prerrogativa de impor diretamente, sem necessidade de prévia 
autorização judicial, as medidas ou sanções de polícia administrativa 
necessárias à repressão de atividades lesivas à coletividade, ou que 
coloque em risco a incolumidade pública. 
 
 Coercibilidade 
Traduz-se na possibilidade de as medidas adotadas pela 
administração pública serem impostas coativamente ao administrado, 
inclusive mediante o emprego da força. Caso o particular resista ao ato 
de polícia, a administração poderá valer-se da força pública para 
garantir o seu cumprimento. 
A imposição coercitiva dos atos de polícia também independe 
de prévia autorização judicial, mas está sujeita, assim como ocorre 
com todo e qualquer ato administrativo, a verificação posterior quanto 
à legalidade, ensejando, se for o caso, a anulação do ato e a reparação 
ou indenização do particular pelos danos sofridos, sempre que se 
comprove ter ocorrido excesso ou desvio de poder. 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
51 
SERVIÇO PÚBLICO – ATIVIDADES DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
 
Noções gerais e conceito 
 
Trata-se de expressão que admite mais de um sentido, e de 
conceito que, sobre ter variado em decorrência da evolução do tema 
relativo às funções do Estado, apresenta vários aspectos diferentes 
entre os elementos que o compõem. 
Todavia, sendo a pretensão de colocar o tema com a maior 
simplicidade, deve-se esclarecer que a expressão “serviço público” 
admite dois sentidos fundamentais, um subjetivo e outro objetivo. No 
primeiro, levam-se em conta os órgãos do Estado, responsáveis pela 
execução das atividades voltadas à coletividade. No sentido objetivo, 
é a atividade em si, prestada pelo Estado e seus agentes, sendo neste 
que o tema será desenvolvido. 
A noção geral de serviço público deve ser entendida como todo 
e qualquer serviço prestado pelo Estado; com menor amplitude,prestados, individual ou coletivamente, à coletividade; e com sentido 
ainda mais restrito, apenas aqueles que beneficiam especificamente 
certos indivíduos. 
 
Desta forma podemos conceituar serviço público como 
toda atividade prestada pelo Estado ou por seus delegados, 
basicamente sob regime de direito público, com vistas à 
satisfação de necessidades essenciais e secundárias da 
coletividade. 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
52 
Serviços delegáveis e indelegáveis 
Serviços administrativos e de utilidade 
pública 
Serviços coletivos e singulares 
Serviços sociais e econômicos.
Classificação 
 
Os serviços públicos são classificados em: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Serviços Delegáveis 
São aqueles que, por sua natureza ou pelo fato de assim dispor 
o ordenamento jurídico. Comportam ser executados pelo Estado ou por 
particulares colaboradores. 
Como exemplos, os serviços de transporte coletivo, energia elétrica, 
sistema de telefonia, etc. 
 
 Serviços Indelegáveis 
São aqueles que só podem ser prestados pelo Estado 
diretamente, ou seja, por seus próprios órgãos ou agentes. 
Como exemplos, os serviços de defesa nacional, segurança interna, 
fiscalização de atividades, etc. 
 
 Serviços Administrativos e de Utilidade Pública 
O Estado, ao prestar serviços públicos, sempre se volta aos 
interesses da coletividade. Mas a fruição dos serviços pode ser direta 
ou indireta. De fato, quando executa serviços de organização interna, 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
53 
Serviços de 
pavimentação 
de ruas
Iuminação 
pública
Outros
o Estado, embora atendendo à conveniência sua, beneficia 
indiretamente a coletividade. 
 
 
 
 
 
 
 
Os serviços de utilidade pública se destinam diretamente aos 
indivíduos, ou seja, são proporcionados para sua fruição direta. 
São exemplos: Energia domiciliar, fornecimento de gás, ensino, etc. 
 
 Serviços coletivos e singulares 
Serviços coletivos são aqueles prestados a grupamentos 
indeterminados de indivíduos, de acordo com as opções e prioridades 
da Administração, e em conformidade com os recursos de que 
disponha. 
 
São exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por essa razão, consideram-se serviços 
administrativos aqueles que o Estado executa para 
compor melhor sua organização, como o que implanta 
centro de pesquisa ou edita a imprensa oficial para a 
divulgação dos atos administrativos. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
54 
Uso de linha telefônica
Energia domiciliar
Serviços singulares preordenam-se a destinatários 
individualizados, sendo mensurável a utilização por cada um dos 
indivíduos. 
 
São exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Serviços Sociais e Econômicos 
Serviços sociais são os que o Estado executa para atender aos 
reclamos sociais básicos e representam ou uma atividade propiciadora 
de comodidade relevante, ou serviços assistenciais e protetivos. 
Serviços econômicos são aqueles que, por sua possibilidade de 
lucro, representam atividades de caráter mais industrial ou comercial, 
razão por que alguns os denominam de serviços comerciais e 
industriais. Apesar de estarem as atividades econômicas dentro do 
sistema da liberdade de iniciativa e, portanto, cabendo aos particulares 
exercê-las, o Estado as executa em algumas ocasiões específicas. 
 
 
 
 
 
 
 
A própria Constituição o permite quando para atender 
a relevante interesse coletivo ou a imperativo de 
segurança nacional. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
55 
SERVIDORES PÚBLICOS – GESTORES PÚBLICOS / TEORIA DA 
IMPUTAÇÃO 
 
Agentes públicos: conceito e classificação 
 
Conceito 
 A expressão agentes públicos tem sentido amplo. Significa o 
conjunto de pessoas que, a qualquer título, exerce uma função pública 
como preposto do Estado. Essa função pode ser remunerada ou 
gratuita, definitiva ou transitória, política ou jurídica. Tais agentes 
quando atuam no mundo jurídico estão de alguma forma vinculados ao 
Poder Público. O Estado só se faz presente através das pessoas físicas 
que em seu nome manifestam determinada vontade, e é por isso que 
essa manifestação volitiva acaba por ser imputada ao próprio Estado. 
São todas essas pessoas físicas que constituem os agentes públicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação 
Sendo quantitativa e qualitativamente tão abrangente a 
categoria dos agentes públicos, há que se reconhecer a existência de 
grupamentos que guardem entre si algum fator de semelhança. 
Para melhor compreensão, torna-se necessário agrupar os 
agentes públicos em categorias que denotem referenciais básicos 
distintivos. Trata-se de classificação de natureza didática, relevante 
para a formação de um sistema lógico de identificação: 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
56 
 Agentes Políticos 
 Agentes políticos são aqueles aos quais incumbe a execução 
das diretrizes traçadas pelo Poder Público. São estes agentes que 
desenham os destinos fundamentais do Estado e que criam as 
estratégias políticas por eles consideradas necessárias e convenientes 
para que o Estado atinja os seus fins. 
 
 
 
 
 
Caracterizam-se por terem funções de direção e orientação 
estabelecidas na Constituição e por ser normalmente transitório o 
exercício de tais funções. Como regra, sua investidura se dá através 
de eleição, que lhes confere o direito a um mandato, e os mandatos 
eletivos caracterizam-se pela transitoriedade do exercício das funções, 
como deflui dos postulados básicos das teorias democráticas e 
republicana. 
Por outro lado, não se sujeitam às regras comuns aplicáveis aos 
servidores públicos em geral; a eles são aplicáveis normalmente 
as regras constantes da Constituição, sobretudo as que dizem 
respeito às prerrogativas e à 
responsabilidade política. São eles os 
Chefes de Estado (Presidente, 
Governadores e Prefeitos), seus 
auxiliares (Ministros e Secretários 
Estaduais e Municipais) e os membros 
do Poder Legislativo (Senadores, 
Deputados e Vereadores). 
 Agentes Particulares Colaboradores 
Esta categoria de agentes 
públicos, embora sejam particulares, executam certas funções 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
57 
Os jurados 
Pessoas convocadas 
para serviços 
eleitorais
Servidores Públicos Civis e Militares 
Servidores Públicos Comuns e Especiais 
Servidores Públicos Estatutários, 
Trabalhistas 
Temporários
especiais que podem se qualificar como públicas, sempre como 
resultado do vínculo jurídico que os prende ao Estado. Alguns deles 
exercem verdadeiro munus público, ou seja, sujeitam-se a certos 
encargos em favor da coletividade a que pertencem, caracterizando-
se, nesse caso, como transitórias as suas funções. 
 
São exemplos: 
 
 
 
 
 
 Servidores Públicos 
A categoria dentre os agentes públicos que contém a maior 
quantidade de integrantes. Formam a grande massa dos agentes do 
Estado, desenvolvendo, em consequência, as mais variadas funções. 
Tais agentes se vinculam ao Estado por uma relação permanente de 
trabalho e recebem, a cada período de trabalho, a sua correspondente 
remuneração. 
As categorias de servidores públicos são classificadas em: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO –CEFC 
 
 
58 
Direitos e deveres dos servidores 
 
Os regimes jurídicos modernos 
impõem uma série de deveres aos 
servidores públicos como requisitos 
para o bom desempenho de seus 
encargos e regular funcionamento dos 
serviços públicos. 
 
 
Há duas espécies de deveres 
funcionais: os gerais, que se aplicam 
a todos os servidores, e os especiais, que obrigam a determinadas 
classes ou em razão de determinadas funções. Quanto aos deveres 
gerais, são classificados ainda em internos e externos, conforme se 
dirijam à conduta do servidor no desempenho de suas atribuições ou 
ao seu procedimento na vida privada. São eles: 
 
 Dever de lealdade 
 Também denominado dever de fidelidade,

Continue navegando