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DIREITO ADMINISTRATIVO

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DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
1 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
2 
 
AUTORIDADES 
 
Governador do Estado do Rio de Janeiro 
Exmº Sr Wilson Witzel 
 
Secretário de Estado de Polícia Militar 
Exmº Sr Coronel Rogério Figueredo de Lacerda 
 
Subsecretário de Estado de Polícia Militar 
Ilmº Sr Coronel Márcio Pereira Basílio 
 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
Ilmº Sr Coronel Rogério Quemento Lobasso 
 
Comandante do CFAP 31 de Voluntários 
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Marcelo Andre Teixeira da Silva 
 
Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia 
Militar - CEADPM 
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Alexandra Ferraz de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
3 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Estamos vivendo a era da tecnologia, na qual a informação está cada dia mais 
latente e veloz em nossa rotina diária. 
Este curso tem por objetivo , aperfeiçoar os 2º Sargentos da Polícia Militar do 
Estado do Rio de Janeiro. Para tal, o Curso ocorrerá na modalidade semipresencial, 
através de módulos, sendo destes um disponibilizado no ambiente virtual de 
aprendizagem, por intermédio da Escola Virtual, no Centro de Educação a Distância da 
Polícia Militar (CEADPM) e um módulo de disciplinas práticas ministrado do Centro de 
Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP 31 Vol.). 
É fundamental o seu empenho no curso, pois você terá na parte EaD autonomia 
de estudos e de horários, mas também é necessário disciplina e dedição para o êxito 
dessa jornada, pois depende do esforço coletivo e também individual para que 
tenhamos policiais cada vez mais qualificados,bem treinados e aperfeiçoados para 
cumprirmos nossa missão, buscando cada vez mais a excelência de nossas ações. 
O bom treinamento envolve aspectos físicos e cognitivos, na era da informação e 
da tecnologia, precisamos nos aprimorar cada vez mais a fim de garantir uma tropa 
consciente, respeitosa, pautada em valores morais e institucionais, garantindo assim o 
cumprimento de suas funções com dignidade e excelência. 
Esperamos que você aproveite ao máximo os conhecimentos adquiridos através deste 
curso e busque uma reflexão acerca de suas funções perante a sociedade, seus 
companheiros de profissão. Que seja um momento de repensar as práticas e 
fortelecer seu vínculo profissional, ampliando cada vez mais seus conhecimentos para 
lidar com as particularidades de ser um Policial Militar no Estado do Rio de Janeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desejamos a todos bons estudos! 
 Rogério Quemento Lobasso - Coronel PM 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
 Marcelo André Teixeira da Silva – Ten. Coronel PM 
 Comandante do CFAP 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
4 
 
Desenvolvedores 
 
CEADPM 
Supervisão Geral EAD 
CAP PM Ped Vania Pereira Matos da Silva 
 
Equipe Técnica 
SUBTEN PM Wilian Jardim de Souza 
3º SGT PM Edson dos Santos Vasconcelos 
 
Diagramação 
2º SGT PM Wallace Reis Fernandes 
CB PM Michele Pereira da Siva de Oliveira 
CB PM Thiago Silva Amaral 
 
Design Instrucional 
CAP PM Ped Vania Pereira Matos da Silva 
CB PM Michele Pereira da Siva de Oliveira 
 
Vídeo e animação 
CB PM Joyce Gaspar de Almeida 
 
Designer Gráfico 
2º SGT PM Wallace Reis Fernandes 
SD PM Leonardo da Silva Ramos 
 
Suporte ao Aluno 
2º SGT PM Anderson Inácio de Oliveira 
 
CFAP 
 
Supervisão Geral do Curso 
MAJ PM Maria Isabel Conceição Silva Sardinha 
 
Coordenação Pedagógica 
CAP PM Ped Patrícia Kalife Paiva 
 
Equipe Técnica 
TEN PM Ped Paulo Paulo Baptista 
2ºSGT PM Elaine Xavier Oliveira Alves de Lima 
CB PM Juliana Pereira de Carvalho 
 
Conteudista 
Divisão de Ensino CFAP 31 Vol 
 
Revisor de Conteúdo 
CAP PM Hanilton Belarmino dos Santos 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
5 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 6 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA ......................................................... 7 
ATOS ADMINISTRATIVOS ............................................................................. 20 
PODERES ADMINISTRATIVOS – PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA ......................................................................................................... 30 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................... 36 
CONTROLE ADMINISTRATIVO ..................................................................... 37 
SERVIDORES PÚBLICOS – GESTORES PÚBLICOS / TEORIA DA 
IMPUTAÇÃO .................................................................................................... 43 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO .................................................... 50 
DIREITO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR MILITAR – CONTROLE DA 
ADMINISTRAÇÃO ........................................................................................... 63 
CONCLUSÃO .................................................................................................. 70 
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA ..................................................................... 71 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
6 
 
INTRODUÇÃO 
 
Caro Policial, vamos aprender o que é o Direito Administrativo 
e sua importância para melhor execução das suas funções? 
 
 
O Direito Administrativo é um ramo recente do Direito Público, que foi criado 
com o advento da Revolução Francesa em função da formação do Estado Moderno. A 
finalidade do Direito Administrativo foi de estabelecer a regulação da atuação do novo 
modelo que se torna instrumento profissional no atendimento dos legítimos interesses 
sociais. Daí o referencial de toda a sua atuação e emprego ser dirigida ao administrado 
(cidadão), dentro dos parâmetros e diretrizes que passam a reger a forma de condução 
dos negócios públicos. A Administração Pública surge como instrumento concreto do 
Estado Moderno na busca e realização dos interesses coletivos, em que seus agentes, 
gestores públicos, encontrarão as diretrizes e princípios que nortearão suas condutas; 
pois, neste modelo, a referência é o Princípio da Legalidade: “O agente só pode realizar 
o que a lei autoriza”. Nesse sentido, a importância do Direito Administrativo é fornecer 
aos gestores públicos conhecimento técnico com a finalidade de desenvolver 
habilidades e atitudes que permitam a melhor execução de suas funções, bem como a 
percepção de suas responsabilidades dentro do modelo estabelecido; demonstrando, 
principalmente, a quem deve ser dirigido, e em benefício de que público as atividades 
do Estado deverão alcançar. Por fim, a disciplina Noções de Direito Administrativo tem 
por objetivo apresentar ao Policial Militar, em linhas gerais, o papel da administração 
pública, suas prerrogativas, atividades e as suas possíveis responsabilidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
7 
 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA 
 
 
 
 
Organização Administrativa - Introdução 
 
Você sabia que a Administração Pública busca atender os 
interesses públicos da sociedade em geral, e nessa busca, a 
organização do Estado vem tornando cada vez mais complexa, 
já que os interesses dessa sociedade são heterogêneos? 
 
 Com objetivo de atender esse novo perfil da sociedade, no decorrer da década 
de 1990 foram inseridas diversas alterações legislativas, buscando reduzir o aparato 
estatal, buscando uma melhoria nos resultados, delegando certas atribuições a 
particulares, ficando o Estado com aquelas essenciais para harmonizar os interesses 
tão distintos da sociedade, como por exemplo, elaboração de leis, definição de políticas 
públicas, onde a presença do Estado seja necessária por imposição legal ou pela 
necessidade do exercício do poder de autoridade, como o poder de polícia. 
 Porém para iniciarmosé necessário compreender que o termo Administração 
Pública pode ser empregado em dois sentidos diversos: 
1. No sentido subjetivo ou formal são as pessoas jurídicas, os órgãos e os 
agentes públicos que exercem atividades administrativas, como órgãos 
públicos, empresas públicas, autarquias, fundações e sociedade de economia 
mista. 
2. No sentido objetivo ou material é a própria função ou atividade administrativa 
desenvolvida, como poder de polícia, serviços públicos, fomento e 
intervenção do Estado no domínio econômico. 
 
 
• Conceituar Administração Pública;
• Compreender os princípios infraconstitucionais.
Ao final desta aula você deverá:
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
8 
 
Desconcentração e Descentralização 
 
 A organização administrativa se efetiva através de duas técnicas, chamadas de 
desconcentração e descentralização. 
 Na desconcentração existe uma especialização de funções dentro da própria 
estrutura estatal, sem que implique em criação de nova pessoa jurídica; é um centro de 
competências que está dentro de uma mesma estrutura hierárquica, sendo conhecido 
como órgãos públicos. 
 Já a descentralização representa a transferência da atividade administrativa para 
outra pessoa, física ou jurídica, integrante ou não do aparelho estatal, que no momento 
oportuno será estudado. 
 
Administração Direta 
 
 Em seu sentido subjetivo compreende os Entes Federativos (União, Estados, DF 
e Municípios) e seus respectivos órgãos. O Ente atua por meios de seus órgãos de 
maneira centralizada, isto é, uma distribuição interna de atividades dentro de uma 
mesma pessoa jurídica, criando os órgãos públicos. 
 
Órgão Público 
 
 São repartições internas do Estado, criadas a partir da desconcentração 
administrativa e necessária a sua organização, sendo justificada pela necessidade de 
especialização, tornando a atuação estatal mais eficiente. 
 Entre as principais características do órgão público é não ter personalidade 
jurídica própria, podendo existir tanto na Administração direta quanto na indireta. 
 
 
 
 
 
Características 
 A criação e a extinção de um órgão público dependem de lei, em regra, sendo 
de iniciativa do Chefe do Executivo; já seu funcionamento será estabelecido por 
decreto do chefe do Executivo. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
9 
 
 O órgão público não tem capacidade processual, isto é, 
não pode demandar ou ser demandado em juízo; a exceção são 
os órgãos públicos que atuam em defesa do consumidor ou 
aqueles que são órgãos de cúpula da hierarquia administrativa, 
atuando em defesa de suas prerrogativas institucionais, como por 
exemplo, um conflito entre a prefeitura e a câmara de vereadores, 
órgãos de cúpula, respectivamente do Executivo e Legislativo do 
Município. 
 
Classificação dos órgãos 
 Os órgãos públicos podem ser classificados a partir de diversos critérios, quanto 
à posição que o órgão ocupa na escala governamental ou administrativa; em relação ao 
enquadramento federativo; quanto a composição e em relação as atividades que 
preponderante são exercidas pelos órgãos públicos. 
 
Quanto à posição que o órgão ocupa na escala governamental ou 
administrativa: 
a) Órgãos independentes 
 São órgãos originários da Constituição e representativo dos 
Poderes do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário); 
 Não se subordinam a nenhum outro órgão público, e somente 
submetendo-se ao controle recíproco previsto no teto constitucional. 
 
b) Órgãos autônomos 
 Imediatamente subordinados aos órgãos independentes, isto é, aso 
chefes dos órgãos independentes. 
 Desenvolve as funções de planejamento, supervisão, coordenação e 
controle, como Ministérios, Secretária estaduais e municipais, por 
exemplo, a SEPM. 
 Ampla autonomia administrativa e financeira. 
 
c) Órgãos superiores 
 Estão subordinados a uma chefia. 
 São órgãos que não tem autonomia administrativa e financeira. 
 Possui o poder de direção e controle sobre assuntos específicos de sua 
competência, como por exemplo, coordenadorias dentro da SEPM. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
10 
 
 
d) Órgãos subalternos 
 Aquele que se encontram na base da pirâmide, com reduzido poder de 
decisão. 
 São órgãos de mera execução, como os batalhões. 
 
 
Em relação ao enquadramento federativo: 
a) Órgãos federais 
 Integrantes da Administração Federal (exemplo: Presidência da 
República, Ministérios, Congresso Nacional) 
 
b) Órgãos estaduais 
 Integrantes da Administração Estadual (exemplo: Governadoria, 
Secretarias estaduais, Assembleia Legislativa) 
 
c) Órgãos distritais 
 Integrantes da Administração Distrital (exemplo: Governadoria e Câmara 
Distrital) 
 
d) Órgãos municipais 
 Integrantes da Administração Municipal (exemplo: Prefeitura, Secretarias 
municipais, Câmara dos Vereadores) 
 
Quanto a composição: 
a) Órgãos singulares ou unipessoais 
 Quando compostos por um agente público, como a chefia do 
Executivo. 
 
b) Órgãos coletivos ou pluripessoais 
 Quando compostos por mais de um agente 
público, como os Conselhos do Ministério 
Público e Conselho Nacional de Justiça. 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
11 
 
Em relação as atividades que preponderante são exercidas pelos 
órgãos públicos: 
a) Órgãos ativos 
 Órgãos responsáveis pela execução concreta das decisões 
administrativas, como órgão responsável pela execução de uma obra 
pública. 
 
b) Órgãos consultivos 
 Órgãos responsáveis pelo assessoramento de outros órgãos, como a 
procuradoria 
 
c) Órgãos de controle 
 Órgãos que fiscalizam as atividades de outros órgãos, como TCE. 
 
Administração Indireta 
 
 Compreende as entidades administrativas que exercem funções administrativas 
a partir da descentralização legal, e que estão vinculados ao respectivo Ente Federativo, 
como: 
a) As autarquias 
b) As empresas públicas (e suas subsidiárias) 
c) As sociedades de economia mista (e suas subsidiárias) 
d) As fundações públicas 
 
Autarquia 
 Pessoa jurídica de direito público, criada por lei e integrante da administração 
Pública Indireta, que desempenha atividade típica de Estado, como IBAMA, INSS. 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
12 
 
 Características 
 A criação é através de lei de iniciativa do chefe do Executivo, sendo que sua 
personalidade jurídica começa a vigência da lei criadora. 
 A autarquia deve exercer atividades típicas 
de Estado, como aquelas que exercem 
poder de polícia, sendo vedado a autarquia 
desempenhar atividades econômicas. 
 O patrimônio das autarquias é constituído 
por bens públicos, na forma do art. 98, CC. 
 As mesmas têm imunidade tributária e 
prerrogativas processuais, no primeiro caso é a vedação de instituição de 
imposto sobre o patrimônio, a renda e os serviços d autarquias, desde que 
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes; já em relação 
as prerrogativas processuais, a autarquia é enquadrada no conceito de Fazenda 
Pública e goza das mesmas prerrogativas, como prazos dobrados para todas as 
suas manifestações. 
 
 Classificação 
a) Quanto a vinculação federativa das autarquias: 
 Monofederativas – quando integrantes da Administração Indireta de um 
Ente federado determinado (autarquias 
federais, estaduais, distritais ou municipais). 
 Plurifederativas – quando a autarquia 
integrar ao mesmo tempo a Administração 
Indireta de dois ou mais Entes federados, como 
por exemplo, associação pública. 
 
b) Em relação ao campo de atuação ou ao objeto: 
 Autarquias assistenciais ou previdenciárias - INSS 
 Autarquias de fomento - SUDENE 
 Autarquias profissionais ou corporativas – CRM, CREA 
 Culturais ou de ensino - UFRJ 
 Autarquias de controle ou de regulação – ANP 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
13 
 
 
c) Quanto aos regimes jurídicos: 
 Autarquias comuns ou ordinárias – são as autarquias em geral,responsáveis pela execução de atividades administravas tradicionais e 
típicas de Estado. 
 Autarquias especiais – são as agências reguladoras. 
 
 
Agências Reguladoras 
 
 
Você já ouviu falar de agências reguladoras? Sabe o que é? 
Vamos aprender? 
 
 As agências reguladoras existem 
desde 1929, no modelo de organização 
administrativa americano, com objetivo 
de ter um corrigir falhas de mercado. No 
Brasil, as agências reguladoras foram 
instituídas em 1990, com a diminuição da 
intervenção estatal na economia 
brasileira. 
Então podemos afirmar que as agências reguladoras são autarquias com regime jurídico 
especial, dotado de autonomia reforçada em relação ao Ente central, tendo em vista 
dois fundamentos principais: 
a) Despolitização – conferindo o tratamento técnico é maior segurança jurídica ao 
setor regulado. 
b) Necessidade de celeridade na regulação de determinadas atividades técnicas. 
 
 Atividade regulatória 
 As agências reguladoras envolvem o exercício de três atividades diversas, entre 
as quais: administrativa, poder normativo e judicante. 
 No poder administrativo um exemplo clássico é o exercício do poder de polícia; 
já em relação poder normativo, as agências reguladoras têm a prerrogativa de editar 
atos normativos, dentro dos limites e atribuições da agência reguladora. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
14 
 
 Já em relação ao poder judicante é a possibilidade resolver conflitos entre os 
agentes regulados, porém não afastando a possibilidade de buscar a tutela jurisdicional. 
 
 Classificação 
 Além de regular os serviços concedidos aos particulares, outra atribuição das 
agências reguladoras é a necessidade de controle de determinadas atividades que são 
relevantes para a sociedade. Nesse caminho podemos classificar as agências 
reguladoras, quanto ao tipo de atividade regulada ou a partir da quantidade de setores 
regulados. 
 
a) Quanto ao tipo de atividade regulada. 
 Agências reguladoras de serviços públicos 
concedidos 
Exemplos: ANEEL, ANATEL, ANTT 
 
 Agências reguladoras de atividades econômicas em sentido estrito. 
Exemplos: ANP, ANCINE 
 
b) Quantidade de setores regulados. 
 Agência reguladoras monossetoriais 
Exemplos: ANEEL, ANATEL, neste caso, é possível constatar que a 
agência regula um único setor, como de energia elétrica ou 
telecomunicações. 
 Agência reguladora plurissetoriais 
Exemplos: AGESC (Agência Reguladora de Serviços Públicos de Santa 
Catarina), no caso desta agência, todos os serviços delegados pelo Ente 
estadual aos particulares são fiscalizados por esta autarquia especial. 
 
 Características 
 Tem autonomia administrativa, com a estabilidade reforçada dos 
dirigentes, impossibilidade de recurso hierárquico impróprio. 
 Os dirigentes das agências reguladoras têm mandato fixo, não 
coincidente com o mandato do chefe do Executivo, buscando diminuir a 
influência política, e assim, reafirmando o papel de uma autarquia 
especial técnica. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
15 
 
 Em decorrência dessa característica o chefe do Executivo não pode 
exonerar o dirigente, sendo que os mesmos só perdem o cargo em três 
situações específicas: 
a) Renúncia; 
b) Sentença transitada em julgado 
c) Processo administrativo, com observância 
da ampla defesa e do contraditório, 
conforme art. 9º, da lei 9986/2000. 
 
 Impossibilidade de recurso hierárquico impróprio, isto é, é quando o 
recurso é encaminhado para pessoa jurídica diversa daquela que proferiu 
a decisão recorrida. Então nas agências regulatórias o objetivo é que a 
decisão final na esfera administrativa seja da autarquia regulatória. 
 
 Autonomia financeira e as taxas regulatórias. 
Já que encaminham propostas orçamentárias ao Ministério ao qual estão 
vinculadas e podem instituir taxas regulatórias que terão a natureza de 
tributo, quando a finalidade da agência regulatória for regular atividades 
econômicas, enquanto terá natureza de taxa quando for regular a 
prestação de serviços públicos. 
 
 
Empresas Estatais: Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista 
 
 
Você saberia dizer o que são empresas estatais? 
 
 
 
 Empresas estatais 
 É toda e qualquer entidade, civil ou comercial, sob controle acionário do Estado, 
é o gênero, sendo as espécies: as empresas públicas, as sociedades de economia 
mista, suas subsidiárias e as demais sociedades controladas pelo Estado. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
16 
 
 Empresa pública 
 É uma pessoa jurídica de direito privado, integrante da Administração Indireta, 
criada por autorização legal, sob qualquer forma societária admitida em direito, que 
prestam serviços públicos ou executam atividades econômicas. 
 
 Sociedade de Economia Mista 
 É uma pessoa jurídica de direito privado, integrante da Administração Indireta, 
criada por autorização legal, sob a forma sociedade de sociedade anônima, que presta 
serviços públicos ou executa atividades econômicas. 
 
 
 Empresa Pública x Sociedade Economia Mista – As Diferenças 
 
Diferença Empresa Pública 
Sociedade de Economia 
Mista 
Composição do Capital 
É formado por capital 
público. 
Formada por capital 
público e privado, mas o 
controle acionário é do 
Estado. 
Forma societária 
Pode ser revestida por 
qualquer forma societária 
admitida em direito. 
São sociedade anônimas. 
Foro competente para 
julgamento de litígios 
O foro competente é a 
Justiça Federal para as 
empresas públicas 
federais, as demais, o foro 
competente é a Justiça 
Estadual. 
O foro competente é a 
Justiça Estadual, é a regra. 
Poderá ir para a Justiça 
Federal, se a União 
intervier como assistente 
ou oponente ou para julgar 
mandado de segurança 
contra ato praticado por 
sociedade de economia 
mista federal. 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
17 
 
 Características em comum 
 Criação 
Para a sua criação deve ser por uma lei específica, porém o início da 
personalidade jurídica ocorrerá com a inscrição dos atos constitutivos no 
respectivo registro (art. 45, CC). 
 
 Objeto 
Podem desenvolver atividades econômicas ou prestação de serviços públicos. 
 
 Regime de pessoal 
O regime é celetista (CLT), porém a 
demissão desses empregados deverá ser 
motivada, visto o respeito aos princípios 
constitucionais da moralidade e 
impessoalidade. 
 
 
 
 
 Patrimônio 
O patrimônio é privado, porém sofre modulações do direito público, visto que 
aquelas empresas ou sociedade de economia mista que prestam serviço público 
a limitação do patrimônio, como a penhora, não pode atingir os bens que 
estiverem afetados ao serviço público e forem necessários a sua continuidade. 
Os bens privados das empresas estatais podem ser adquiridos por usucapião, 
independentemente da natureza do serviço ou atividade econômica 
desempenhados. 
 
 
Fundações Públicas 
 
 
Você sabia que as fundações públicas são entidades ligadas à 
Administração Indireta, instituída por lei, com objetivo de exercer 
atividades sociais, sem fins lucrativos? 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
18 
 
As fundações públicas devem se destinar 
às atividades que de alguma forma tenham um 
fim coletivo, como relacionadas à assistência 
social, médica e hospitalar, educação e ensino, 
pesquisa e atividades culturais, todas de relevo 
coletivo o que justifica a vinculação de bens e recursos públicos para sua realização. 
 O regime de pessoal daqueles que trabalham nas fundações públicas é 
estatutário; já em relação ao patrimônio é composto por bens públicos. 
 O foro processual das fundações públicas serão a Justiça Federal, excetuando-
se os casos de falência, acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral. 
 
Terceiro Setor 
 São entidades da sociedade civil sem fins 
lucrativos, que desempenham atividades de 
interesse social, mediante vínculo formal de parceria 
com o Estado. O terceiro setorestá situado entre o 
Estado e o mercado, executando atividades sociais e 
recebendo benefícios públicos. 
Entre as entidades do terceiro setor podemos indicar: os serviços sociais 
autônomos (sistema S); as organizações sociais (OS); as organizações da Sociedade 
Civil de Interesse Público (OSCIPs). 
 
 Serviços sociais autônomos – Sistema S 
 Criados pelas Confederações privadas, após autorização legal, para exercer 
atividades de amparos para determinadas categorias profissionais, através das 
contribuições sociais. 
 Os exemplos são SESI, SENAI, SENAC 
 
 Organizações Sociais (OS) 
 São entidades privadas que celebram 
contratos de gestão com o Estado para 
cumprimentos de determinadas metas de 
desempenho e recebimento de benefícios 
públicos. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
19 
 
 Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPS) 
 Entidades privadas que não 
exercem atividades lucrativas e 
desempenham atividades sociais 
especialmente citadas pela lei, 
devendo atender um dos objetivos 
previstos na lei 9.790/99, que são: 
a) Promoção da assistência 
social; promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio 
histórico e artístico; promoção gratuita da educação; promoção gratuita 
da saúde; promoção da segurança alimentar e nutricional; defesa, 
preservação e conservação do meio ambiente e promoção do 
desenvolvimento sustentável; promoção do voluntariado; promoção do 
desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; 
experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio produtivos e de 
sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; 
promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e 
assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; promoção da ética, 
da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros 
valores universais; estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias 
alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos 
técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas 
neste artigo; estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a 
disponibilização e a implementação de tecnologias voltadas à mobilidade 
de pessoas, por qualquer meio de transporte. 
 
 Características 
 São criadas pela iniciativa privada. 
 Não possuem finalidade lucrativa. 
 Não integram a Administração Pública Indireta 
 Prestam atividade privadas de relevância social 
 Possuem vínculo legal ou o negocial com o estado 
 Recebem benefícios públicos. 
 E relação ao regime de pessoal todos são celetistas (CLT), porém a contratação 
deve ser através de processo seletivo objetivo, observando os princípios da 
impessoalidade e moralidade. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
20 
 
 Os bens são privados, porém os bens adquiridos com recursos públicos 
repassados pelo Poder Público sofrem as limitações do regime público. 
 As imunidades tributárias são estendidas as instituições privadas de educação 
de assistencial social, em relação aos impostos sobe patrimônio, renda e 
serviços relacionados com as suas finalidades. 
 
 
 ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 
Sargento, agora que já estudamos administração direta e indireta. 
Que tal estudarmos os atos administrativos? Vamos lá? 
 
 
 
 
Conceitos 
 
A manifestação unilateral da vontade da Administração Pública e seus 
delegatórios que buscam produzir efeitos jurídicos com objetivo de implementar o 
interesse público. Uma outra forma de conceituar ato administrativo é como sendo a 
exteriorização da vontade de agentes da Administração Pública ou de seus delegatários, 
nessa condição, que, sob regime de direito público, vise à produção de efeitos jurídicos, 
com o fim de atender ao interesse público. 
Ao analisar o conceito deve ser levado em consideração três 
pontos fundamentais para a caracterização do ato administrativo. É 
necessário que a vontade emane de agente da administração pública 
ou dotado de prerrogativas desta. Que seu conteúdo propicie a 
produção de efeitos jurídicos com o fim público. Por fim, deve toda 
essa categoria de atos serem regidos basicamente pelo direito 
público. 
 
• Explicar o direito administrativo à luz daCRFB/88;
• Associar a atividade policial aos princípios.
Ao final desta aula você deverá:
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
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Elementos 
O ato administrativo praticado sem a observância dos elementos formadores 
ou requisitos de validade estará contaminado de vício de legalidade, fato que o deixará 
sujeito à anulação, bastando tão somente a inobservância de somente um deles, que 
são: competência, objeto, forma, motivo e finalidade. 
 
 Competência 
 A competência é a prerrogativa atribuída pelo 
ordenamento jurídico às entidades administrativas 
e aos órgãos públicos, habilitando os seus agentes 
públicos para o exercício da função pública. Dessa 
maneira, o agente poderá exercer legitimamente 
suas atividades. 
 
 Características 
 Irrenunciabilidade: o agente público não pode renunciar à prática de ato que é 
de sua competência (relembramos: trata-se de um poder-dever). Tal 
característica tem caráter relativo em função dos institutos da delegação e da 
avocação. 
 Inderrogabilidade: um agente (ou órgão público) não pode transferir a outro, por 
acordo ou por assentimento das partes da Administração envolvidas, atribuições 
típicas que são de sua exclusiva competência. 
 Improrrogabilidade: o agente só pode praticar os atos para os quais a lei lhe 
conferiu competência, ressalvadas as hipóteses de delegação e avocação. 
 Imprescritibilidade: As competências devem ser exercidas a qualquer tempo, 
salvo, é claro, nos casos em que a lei estabelece prazos para a Administração. 
 
CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
 
a) Em razão da matéria 
 As matérias são distribuídas conforme a 
especificidade da função para sua melhor 
execução, por exemplo Secretaria de Educação, 
Secretaria de Saúde. 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
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b) Em razão do território 
 As funções administrativas são distribuídas, em razão, do território, 
permitindo uma maior aproximação entre o administrado e a 
Administração Pública. O exemplo pode ser as subprefeituras, as 
seccionais de órgãos públicos. 
 
c) Em razão da hierarquia 
 As matérias podem ser distribuídas a parir da posição hierárquica do 
agente público. O exemplo são as matérias de atribuição exclusiva de 
uma determinada autoridade. 
 
d) Em razão do tempo 
 Algumas funções administrativas só podem ser exercidas, em 
determinado período de tempo. O exemplo clássico é o exercício do 
mandato eletivo, onde aquele só poderá praticar seus atos de ofício 
durante o exercício do mandato. 
 
Delegação e Avocação 
 
a) Delegação de competência é quando a norma autorizar 
que um agente transfira a outro, normalmente em plano 
hierárquico inferior, funções que originariamente lhe são 
atribuídas. 
b) Avocação, quando o delegante atrai para a sua esfera 
decisória a prática de ato objeto de delegação, sendo esse um 
meio de evitar decisões concorrentes e eventualmente 
contraditórias. 
 
 Objeto 
 É a alteração no mundo jurídico que o ato administrativo se propõe a processar. 
Significa, como informa o próprio termo, o objetivo imediato da vontade exteriorizada 
pelo ato, a proposta do agente que manifestou a vontade com vistas a determinado alvo. 
 O objeto deve ser lícito, isto é, em conformidade com ordenamento jurídico, 
também deve ser possível (realizável concretamente) e por fim, moral (de acordo com 
os padrões éticos ou morais) 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
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Discricionariedade e Vinculação 
A vontade do agente, exteriorizada pelo ato 
administrativo, tem que reproduzir, às vezes, a própria 
vontade do legislador. Em outras situações, é a lei que 
permite ao agente que faça o delineamento do que 
pretende com sua manifestação de vontade.Quando se trata de atividade vinculada, o autor do 
ato deve limitar-se a fixar como objeto desse o mesmo que 
a lei previamente já estabeleceu. Aqui pode dizer-se que se trata de objeto vinculado. 
Em outras hipóteses, é permitido ao agente traçar as linhas que limitam o 
conteúdo de seu ato, mediante a avaliação dos elementos que constituem critérios 
administrativos. Constitui a parte variável do ato, sendo possível a fixação de termos, 
condições e modos. Nesse caso estamos diante de objeto discricionário. 
 
 Forma 
 É a forma é o meio pelo qual se exterioriza a vontade, é o revestimento externo 
do ato administrativo para a produção de efeitos jurídicos. 
A vontade, tomada de modo isolado, reside na mente como elemento de caráter 
meramente psíquico, interno. Quando se projeta, é necessário que o faça através da 
forma. Por isso a forma é elemento que integra a própria formação do ato. Sem sua 
presença, o ato não completa o ciclo de existência. 
 
Princípio da Solenidade das Formas 
 
Você sabia que no Direito Privado é consagrado o princípio 
da liberdade das formas, o que reforça a autonomia de 
vontade entre particulares e que no Direito Administrativo 
vigora o princípio da solenidade das formas e que nesse 
princípio exige que o agente público atenda as formalidades 
legais para a edição dos atos? 
 
A solenidade das formas funciona como garantia para o administrado, trazendo 
a certeza que o agente praticou o ato de acordo com o estabelecido em lei, sob pena 
de vício de legalidade suficiente para a sua invalidação. 
Ocorre situações que a própria vontade administrativa permite que a 
Administração Pública possa exteriorizar suas vontades por outros meios como é o caso 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
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de gestos (guardas de trânsito), palavras (atos de polícia de segurança pública) ou 
sinais (semáforos e placas de trânsito), esses meios, porém, são excepcionais. 
 
 Motivo 
O motivo é a situação de fato ou de direito que gera a 
vontade do agente quando pratica o ato administrativo. O motivo 
é a causa do ato. 
 
 
Motivo discricionário (motivo de fato) e motivo vinculado (motivo de 
direito) 
 
a) Motivo de direito (vinculado): 
 É a situação de fato eleita pela norma legal como ensejadora da vontade 
administrativa, é por exemplo, quando o servidor atinge determinada 
idade prevista em lei, o mesmo é aposentado compulsoriamente, 
restando ao administrador cumpri-la; 
 É uma escolha do legislador. 
 
b) Motivo de fato (discricionário) 
 É a própria situação de fato ocorrida sem descrição na norma legal, um 
exemplo é a dispensa da licitação em determinados casos que a lei 
prevê; neste caso o administrador pautado nos princípios constitucionais 
poderá atuar conforme oportunidade e conveniência, já que a lei não 
determinou de maneira taxativa a adoção de determinada medida. 
 É uma escolha do administrador. 
. 
Motivo e Motivação 
 
 
O motivo é a situação de fato por meio da qual ocorre a manifestação de 
vontade da Administração. A motivação é a justificativa do pronunciamento 
tomado, exprime de modo expresso e textual todas as situações de fato 
que levaram o agente à manifestação da vontade. 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
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Teoria dos Motivos Determinantes 
Baseia-se no princípio de que o motivo do ato administrativo deve sempre 
guardar compatibilidade com a situação de fato que gerou a manifestação da vontade. 
Mesmos naqueles atos que não exijam motivação do ato administrativo, caso o 
administrador o faça, a validade da medida dependerá da citada correspondência com 
a realidade. 
 
 Finalidade 
 A finalidade do ato administrativo é o atendimento do interesse público. A 
finalidade é o resultado do ato. Um exemplo é quando a Vigilância Sanitária apreende 
em estabelecimentos comerciais produtos impróprios para o consumo; a finalidade do 
ato de apreender esses produtos é a proteger a saúde das pessoas. 
 
Desvio de Finalidade 
 O atendimento de interesses meramente privado, em desacordo com a 
legislação, é conhecido como desvio de poder, que acarreta nulidade do ato. 
 
Finalidade e Objeto 
A finalidade e o objeto podem ser considerados como vetores do resultado do 
ato, mas o objeto representa o fim imediato, ou seja, o resultado prático a ser alcançado 
pela vontade administrativa. A finalidade, ao contrário, reflete o fim mediato, o interesse 
coletivo que deve o administrador perseguir. 
 
Atributos 
 
Os atributos são qualidades ou características dos atos 
administrativos, enquanto que os requisitos dos atos administrativos 
constituem condições que devem ser observadas para sua 
validação. Os atributos podem ser entendidos como as 
características inerentes aos atos administrativos. 
 Os atributos dos atos administrativos são: presunção de 
legitimidade, imperatividade, autoexecutoriedade e tipicidade; 
sendo que o segundo e terceiro atributos são observáveis somente em determinadas 
espécies de atos administrativos. 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
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Presunção de Legitimidade 
 
Os atos administrativos presumem-se editados em conformidade com 
ordenamento jurídico (presunção de legitimidade), bem como as informações nele 
contidas presumem-se verdadeiras (presunção de veracidade), visto que os agentes 
públicos estão sujeitos ao princípio da legalidade, a necessidade de cumprimento de 
certas formalidades, atendimento do interesse público. 
A presunção de legitimidade tem o caráter relativo, isto é, admite-se prova em 
contrário. Um dos efeitos que a presunção de legitimidade são a autoexecutoriedade 
dos atos administrativos, visto que editado o ato, o administrado é obrigado a cumpri-
los. 
 
Imperatividade 
 
A imperatividade traduz a possibilidade de a administração pública, 
unilateralmente, criar obrigações para os administrados, ou impor-lhes restrições. 
Este atributo não está presente em qualquer ato administrativo, mas apenas 
naqueles atos que implicam obrigação 
para o administrado, ou que são a ele 
impostos, e devem ser por ele 
obedecidos, sem necessidade de seu 
consentimento, como é nos casos 
punitivos e no exercício do poder de 
polícia. 
Em decorrência do atributo da presunção de legitimidade, presente em todos os 
atos administrativos, os atos caracterizados pela imperatividade podem ser 
imediatamente imposto aos particulares a partir de sua edição. 
 
Autoexecutoriedade 
 
Atos autoexecutórios são os que podem ser materialmente implementados pela 
administração, diretamente, inclusive mediante o uso da força, se necessária, sem que 
a administração precise obter autorização judicial prévia. 
A autoexecutoriedade não é um atributo presente em todos os atos 
administrativos. Afirma-se que ela é qualidade própria dos atos inerentes ao exercíciode 
atividades típicas da administração, quando está atuando na condição de poder público. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
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A necessidade de defesa ágil dos 
interesses da sociedade justifica essa 
possibilidade de a administração agir sem 
prévia intervenção do Poder Judiciário, 
especialmente no exercício do poder de 
polícia. A presteza requerida evidentemente 
faltaria, se fosse necessário recorrer ao Judiciário toda vez que o particular opusesse 
resistência às atividades administrativas contrárias a seus interesses. 
 
Tipicidade 
 
É o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas 
previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Esse atributo, 
corolário do princípio da legalidade, teria o condão de afastar a possibilidade da 
administração praticar atos inominados. Dessa forma, para cada finalidade que a 
administração pretenda alcançar, deve existir um ato típico definido em lei. 
Como consequências desse atributo, temos a representação de uma garantia 
para o administrado, pois impede que a administração pratique umato, unilateral e 
coercitivo, sem prévia previsão legal, e afasta também a possibilidade de ser praticado 
um ato totalmente discricionário; pois a lei, ao prever o ato, já define os limites em que 
a discricionariedade poderá ser exercida. 
 
Extinção dos Atos Administrativos 
 
 
Você saberia dizer como são extintos os atos 
administrativos? 
 
 
 Os atos administrativos são extintos em determinado momento, podendo essa 
extinção ser de diversas maneiras, como uma extinção natural, subjetiva, objetiva, por 
manifestação de vontade do particular ou por manifestação de vontade do Estado. 
 Entre as principais estão as manifestações de vontade do particular e do Estado, 
podendo ser elencados, a recusa e renúncia no caso do particular e caducidade, 
cassação, anulação e revogação, pelo Estado. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
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Recusa 
 
 É a extinção do ato administrativo antes da produção de seus efeitos. 
 
 
Renúncia 
 
 É a extinção do ato administrativo por vontade unilateral do particular. 
 
 
Caducidade 
 
 É a extinção do ato administrativo quando a situação nele 
contemplada não é mais tolerada pela nova legislação, tornando-se 
ilegal, em virtude da alteração legislativa. É importante ressaltar que a caducidade 
somente irá incidir sobre os atos discricionários e precários, que não geram direito 
subjetivo aos particulares, já que os atos vinculados geram direito adquirido ao 
administrado. 
 
Cassação 
 
 É quando o ato administrativo por descumprimento das condições 
fixadas pela Administração ou ilegalidade superveniente imputada ao 
beneficiário do ato, como por exemplo, cassação de licença profissional ou cassação a 
licença para dirigir. 
 
Anulação 
 
 É a invalidação do ato administrativo editado em desconformidade 
com a legislação vigente, como por exemplo, conceder uma licença ao 
particular que não preenche os requisitos. 
 A competência para anulação do ato fundado na ilegalidade pode ser por 
qualquer um dos três Poderes, sendo quando for a anulação oriunda do Poder que a 
editou está exercendo o seu poder de autotutela. O ato anulado deve se submeter aos 
princípios do contraditório e ampla defesa. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
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 Importante ressaltar que a Administração Pública tem o dever de anular o ato 
administrativo que viola o ordenamento jurídico, sendo que tal anulação tem o caráter 
vinculado. 
 
Revogação 
 
 É a extinção do ato administrativo legal por razões de 
conveniência e oportunidade do administrador, isto é, daquele que editou 
o ato; como por exemplo, a concessão ou não de determinado espaço público para 
particulares. 
É importante ressaltar que o ato revogado era válido, porém o administrador 
entendeu como inoportuno ou inconveniente, ponderando os interesses por parte do 
administrador. 
Também importante perceber que são impostos limites a revogação dos atos 
administrativos, sendo que alguns atos administrativos são irrevogáveis, como por 
exemplo: 
a) Os atos vinculados; 
b) Os atos que exauriam seus efeitos ou com prazo 
expirado; 
c) Os atos preclusos no processo administrativo – é quando 
no decorrer do ato; 
d) Os atos que geram direitos adquiridos – são aqueles atos 
que geram direitos adquiridos, tendo em vista o art. 5º, 
XXXVI, CF 
e) Os meros atos administrativos – as exemplos certidões, atestados, pareceres, 
pois os efeitos desses atos estão estabelecidos em lei. 
 
Convalidação dos Atos Administrativos 
 
 É o salvamento do ato administrativo que apresenta vícios sanáveis, produzindo 
efeitos retroativos, preservando o ato ilegal anteriormente editado. 
 Na convalidação os vícios sanáveis são aqueles relacionados à competência, à 
foram e ao objeto, quando este último for plúrimo, isto é, mais de um objeto. De forma 
contrária, os vícios relativos ao motivo, finalidade, ao objeto (quando for único) e à falta 
de congruência entre motivo e resultado do ato administrativo não admitem 
convalidação. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
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PODERES ADMINISTRATIVOS – PRERROGATIVAS DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
 
 
Você saberia dizer quais são as prerrogativas da 
administração pública? 
 
 
 
São prerrogativas instrumentais conferidas aos agentes públicos para que, no 
desempenho de suas atividades, alcancem o interesse público. Trata-se de um poder-
dever, já que seu exercício é irrenunciável. 
Esses poderes são exercidos pelos administradores públicos nos termos da lei, 
com observância dos princípios jurídicos e respeito aos direitos e garantias 
fundamentais, o devido processo legal, as garantias do contraditório e da ampla defesa, 
a garantia da inafastabilidade da tutela judicial, etc. 
 
Excesso e Desvio de Poder 
 
É quando o agente público utiliza os poderes 
administrativos de forma abusiva. Esse abuso de poder pode 
ocorrer de duas formas: 
a) Excesso de poder 
 É quando a atuação do agente extrapola a competência estipulada em 
lei. 
b) Desvio de poder 
 É quando o agente pretende alcançar finalidade diversa do interesse 
público. 
• Empregar o poder de polícia com a devida observância dos
princípios administrativos e constitucionais;
Ao final desta aula você deverá:
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
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Espécies de Poderes Administrativos 
 
 
Sargento, vamos estudar as espécies dos poderes 
administrativos? 
 
 As espécies dos poderes administrativos são: regulamentar 
(normativo); de polícia, disciplinar, hierárquico, vinculado e discricionário. 
 
Poder Regulamentar ou Normativo 
 
 É a prerrogativa reconhecida à Administração Pública para editar atos 
administrativos gerais para fiel execução das leis, isto é, complementando o sentido da 
lei. 
 
Poder Hierárquico 
 
A hierarquia é uma relação de subordinação 
administrativa entre agentes públicos, que 
pressupõe a destruição e o escalonamento vertical 
de funções no interior das organizações. As 
relações de natureza hierárquica, entre superior-
subordinado, são típicas da organização 
administrativa, não havendo, entretanto, hierarquia 
entre diferentes pessoas jurídicas, nem entre os Poderes da República, nem mesmo 
entre a administração e os administrados. 
Como decorrência do poder hierárquico temos as prerrogativas exercidas pelo 
superior sobre os seus subordinados, que são as de dar ordens, fiscalizar, controlar, 
aplicar sanções, delegar e avocar competências. 
As prerrogativas de dar ordens, permite ao superior hierárquico que assegure o 
adequado funcionamento dos serviços sob sua responsabilidade, dando ordens diretas, 
verbais ou escritas, como também edita os atos administrativos ordinatórios, como 
ordens de serviço, portarias, instruções, circulares internas, que obrigam os agentes 
subordinados a executar as tarefas neles disciplinadas. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
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Poder Vinculado 
 
É aquele de que dispões a administração para a prática de atos administrativos 
em que é mínima ou inexistente a sua liberdade de atuação, é o poder de que ela se 
utiliza quando pratica atos vinculados. 
Com relação aos atos vinculados, não cabe à administração fazer juízo de 
oportunidade e conveniência, nem escolher seu conteúdo. O poder vinculado apenas 
possibilita à administração executar o ato vinculado nas estritas hipóteses legais, 
observando o conteúdo rigidamente estabelecido na lei. 
Assim, o poder vinculado é mais um dever da administração pública, do que um 
poder, pois quando pratica um ato vinculado a administração está muito mais cumprindo 
um dever do que exercendo uma prerrogativa. 
 
Poder Discricionário 
 
É conferido à administração para a 
prática de atos discricionários. É aquele em 
que o agente administrativo dispõe de uma 
razoável liberdade de atuação, podendo 
valorar a oportunidade e conveniência da 
prática do ato, quanto ao seu motivo e 
escolher dentro dos limites legais o seu 
conteúdo.O poder discricionário tem como núcleo a autorização legal para que o agente 
público decida, nos limites da lei, acerca da conveniência e da oportunidade de praticar, 
ou não, um ato administrativo. Sendo, portanto, o núcleo essencial do poder 
discricionário o denominado mérito administrativo. 
Diante de um caso concreto, a administração, nos termos e limites da lei, 
decidirá, segundo seus critérios de oportunidade e conveniência administrativas, a 
conduta, dentre as previstas na lei, mais condizente com a satisfação do interesse 
público. 
Observe-se que, também, tem fundamento no poder discricionário 
a revogação de atos discricionários que a administração pública tenha 
praticado e que num momento posterior, passe a considerar inoportunos 
ou inconvenientes. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
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Quanto aos limites do poder discricionário, além do próprio conteúdo da lei, os 
princípios jurídicos administrativos, sobretudo os da razoabilidade e da 
proporcionalidade. A extrapolação dos limites legais, assim como a atuação contrária 
aos princípios administrativos, configura arbitrariedade, caso em que, por ser um ato 
ilegal ou ilegítimo, poderá ser anulado. 
 
Poder Disciplinar 
 
O poder disciplinar é um poder-dever que possibilita à 
administração pública punir internamente as infrações funcionais de 
seus servidores e punir infrações administrativas cometidas por 
particulares a ela ligados mediante algum vínculo jurídico específico. 
Quando a administração aplica uma sanção disciplinar a um 
agente público, essa atuação decorre imediatamente do poder 
disciplinar e mediatamente do poder hierárquico. Entretanto, quando a administração 
pública aplica uma sanção administrativa a alguém que descumpriu um contrato 
administrativo, há exercício do poder disciplinar, mas não existe liame hierárquico. 
Nesses casos, o poder disciplinar não está relacionado ao poder hierárquico. 
Não se deve confundir o poder disciplinar da administração pública com o poder 
punitivo do Estado, que é exercido pelo Poder Judiciário e diz respeito à repressão de 
crimes e contravenções tipificadas nas leis penais. 
 
Poder de Polícia 
 
 É a prerrogativa reconhecida à Administração Pública para 
restringir e condicionar, com fundamento na lei, o exercício de 
direitos com o objetivo de atender o interesse público. O conceito do 
poder de polícia está previsto no art. 78, CTN. 
 
Art.78. Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública 
que, limitando ou disciplinando o direito, interesse ou liberdade, regula a 
prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público 
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da 
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas 
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade 
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
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Polícia Administrativa x polícia judiciária 
 
a) A polícia administrativa se exaure em si mesma, a 
judiciária é preparatória para a atuação do Poder Judiciário. 
b) A polícia administrativa atua sobre atividades, bens e 
direitos dos indivíduos e a judiciária sobre os próprios indivíduos. 
c) O caráter de polícia é basicamente preventivo, enquanto a 
judiciária é predominante repressiva. 
 
O Ciclo do Poder de Polícia 
a) Ordem 
 É a norma legal que estabelece as restrições e as condições para o 
exercício das atividades privadas. 
 
b) Consentimento 
 É anuência do Estado para que o particular desenvolva determinada 
atividade ou utilize a propriedade particular. 
 O consentimento pode ser: licença ou autorização. 
 A licença é quando o ato é vinculado, por meio do qual a Administração 
reconhece o direito do particular. 
 A autorização é o ato discricionário pelo qual a Administração, após 
avaliar a conveniência e oportunidade, faculta o exercício de determinada 
atividade privada ou utilização de bens, sem criação, em regra, de direito 
subjetivos ao particular. 
 
c) Fiscalização 
 É verificado do cumprimento, pelo particular, da ordem e do 
consentimento de polícia. 
 
d) Sanção 
 É a medida coercitiva aplicada ao particular que descumpre a ordem de 
polícia ou os limites impostos no consentimento de polícia. 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
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Características do Poder de Polícia 
 
a) Discricionariedade 
 É a liberdade conferida pelo legislador ao administrador para escolher, 
por exemplo, o melhor momento de sua atuação ou sanção mais 
adequada ao caso concreto quando há previsão legal de duas ou mais 
sanções para determinada infração. 
 
b) Coercibilidade 
 O ato de poder de polícia impõe restrições ou 
condições que devem ser obrigatoriamente 
cumpridas pelos particulares. 
 
c) Autoexecutoriedade 
 É a prerrogativa conferida à Administração para implementar os seus 
atos, sem a necessidade de manifestação prévia do Poder Judiciário. 
 
Delegação do Poder de Polícia 
 O poder de polícia é monopólio do Estado, sendo exercido pelas pessoas 
jurídicas de direito públicos (Entes federados, autarquias e fundações estatais de direto 
público) e seus respectivos servidores. Porém, em situações excepcionais, esse poder 
pode ser delegado a pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, como por exemplo, 
aos comandantes de aeronaves, conforme o Código Brasileiro de Aeronáutica. 
 Mas quando se fala em delegação devemos fazer a remissão ao ciclo de polícia, 
já que a posição jurisprudencial é que as fases do consentimento e fiscalização de 
polícia podem ser delegadas a terceiros, ficando afastada a ordem e sanção de polícia; 
mas ainda existem posições que o poder de polícia não pode ser delegado, deve ser 
exercido integralmente pela administração pública. 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
36 
 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
 
Você sabia que a Administração Pública deve exercer suas 
funções administrativas, sempre em prol do interesse público? 
 
 
 
 Porém existe a necessidade no Estado Democrático de Direito de verificar se a 
Administração Pública está exercendo suas funções nos limites impostos pelo 
ordenamento jurídico. Daí surgindo os controles realizados pela própria administração 
ou por órgãos externos. 
 
Espécies de Controle 
 
 As espécies de controle podem ser classificadas por diversos critérios. Iremos 
apresentar alguns critérios. 
 
Quanto ao órgão que exerce responsável pelo controle 
 
a) Controle interno ou autocontrole 
 É o controle realizado pelo próprio Poder Executivo. 
b) Controle externo 
 É o controle exercido pelo Poder Judiciário e pelo 
Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal de Contas. 
c) Controle social 
 É implementada pela sociedade civil, por meio da participação popular 
no planejamento, acompanhamento e avaliação das políticas públicas. 
 
• Guiar toda a atividade policial com foco naCRFB/88;
• Montar, corrigir e reelaborar, se preciso for, novas formas de
abordagem policial, na busca de maiores aperfeiçoamentos pessoal
e profissional.
Ao final desta aula você deverá:
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
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Quanto ao momento do controle 
 
a) Controle prévio 
 É o controle realizado antes da publicação do ato administrativo. 
b) Controle posterior 
 É o controle realizado sobre o ato administrativo, após finalizado. Seu 
objetivo é desfazê-lo, se ilegal, inconveniente ou inoportuno, corrigi-lo ou 
confirma-lo. 
 
Controle de legalidade e controle de mérito 
 
a) Controle de legalidade 
 É verificado no âmbito interno, na autotutela ou no controle externo, da 
compatibilidade formal do ato administrativo com a legislação 
infraconstitucional. 
 
b) Controle de mérito 
 É avaliação da conveniência e da oportunidade relativos ao motivo e 
objeto, que ensejaram a edição do ato administrativodiscricionário. 
 
 
CONTROLE ADMINISTRATIVO 
 
 
 
Você já ouviu falar sobre controle administrativo? Vamos 
aprender? 
 
 
• Desenvolver uma maior consciência da ética na gestão da coisa pública;
• Desenvolver a consciência da importância de sua profissão na busca do
interesse público.
Ao final desta aula você deverá:
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
38 
 
 É a prerrogativa que tem à Administração Pública para fiscalizar e corrigir sua 
própria atuação, utilizando critérios de legalidade ou de mérito. Esse controle é 
conhecido como autotutela, podendo ser exercido em quaisquer um dos Poderes 
constituídos, no exercício das suas atribuições administrativas exercem sobre seus 
próprios atos; de forma provocada ou de oficio. 
 
Controle Legislativo 
 
 É exercido pelo Poder Legislativo sobre 
atos do Poder Executivo, a partir de critérios 
políticos e financeiros e nos limites do texto 
constitucional. 
 Os casos de controle são os seguintes: 
sustação de atos normativos, convocação de 
autoridade e requisição de informações, autorização e aprovação de ato administrativos, 
comissões parlamentares de inquérito (CPI), julgamento do chefe do Executivo e 
controle financeiro. 
 
Tribunal de Contas 
 
 É um órgão que tem por objetivo a fiscalização financeira e orçamentária a parir 
de três critérios: legalidade, legitimidade e economicidade. 
 As suas atribuições são consultivas, fiscalizadora, julgadora, registro, 
sancionadora, corretiva e ouvidoria. 
Controle Jurisdicional 
 
 É apreciação pelo Poder 
Judiciário dos atos administrativos 
oriundos do próprio poder, bem como do 
Legislativo e Executivo. 
 O controle jurisdicional sobre os 
atos do Poder Legislativo ou do 
Executivo é apenas nos aspectos de 
legalidade. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
39 
 
Instrumentos de Controle Judicial da Administração Pública 
 
 
 
Sargento, vamos estudar os instrumentos de controle judicial 
da administração pública? 
 
 
 
 
Habeas Corpus 
 
 É uma ação constitucional que tem por objetivo corrigir ou evitar violência ou 
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abusou de poder. 
 Pode ser dividido em habeas corpus preventivo ou repressivo. 
 O habeas corpus será preventivo quando houver ameaça de violência ou coação 
de locomoção, onde será expedido o “salvo-conduto”. 
 O habeas corpus será repressivo quando cessar a efetiva violência ou coação à 
liberdade de locomoção, é chamado de “alvará de soltura”. 
 A legitimidade ativa, isto é, qualquer 
pessoa, nacional ou estrangeira, 
poderá impetrar em seu nome ou de 
terceiros, sem necessidade de 
representação ou assistência. 
 Na legitimidade ativa a pessoa que 
sofre a ameaça é chamada de paciente 
e aquela que impetra o habeas corpus 
é chamada de impetrante. 
 Não tem prazo para impetrar o habeas corpus, desde que verificada a lesão ou 
ameaça de lesão à liberdade de locomoção do indivíduo. 
 A competência será delimitada dependendo da qualificação da autoridade 
coatora ou do paciente. 
 A legitimidade passiva são as autoridades ou particulares responsáveis pela 
ilegalidade, que são chamados de coatores. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
40 
 
Mandado de Segurança 
 
 É ação constitucional que tem por 
objetivo proteger direito líquido e 
certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, contra 
atos ilegais ou abuso de poder 
praticados pelo Estado ou por 
seus delegatários. 
 
 Espécies de Mandado de Segurança 
 
a) Quanto ao momento de impetração 
 Mandado de segurança preventivo – quando houver ameaça (justo 
receio) de lesão ao direito líquido e certo. 
 Mandado de segurança repressivo – quando buscar reparar a lesão 
efetiva ao direito líquido e certo. 
 
b) Em relação ao objeto da impugnação e dos legitimados 
 Mandado de segurança individual – defende direito líquido e certo do 
próprio impetrante. 
 Mandado de segurança coletivo – é impetrado defender direitos coletivos 
e individuais homogêneos, líquidos e certos. 
 A legitimidade ativa para os mandados de segurança individual é da 
pessoa física (nacional ou estrangeira) ou jurídica; já para o mandado de 
segurança coletivo é pelos partidos políticos com representação no 
Congresso Nacional; organizações sindicais, entidades de classe e 
associações legalmente constituídas, por no mínimo um ano. 
 A legitimidade passiva atualmente é da autoridade coatora, bem como, 
da pessoa jurídica. A autoridade coatora é o agente público que exerce 
a função pública. 
 O prazo é 120 dias a partir da ciência do interessado, do ato impugnado. 
 A competência para o julgamento depende, em regra, da qualificação da 
autoridade coatora (federal, estadual, distrital ou municipal), levando em 
consideração a função exercida pela autoridade coatora. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
41 
 
Mandado de Injunção 
 
 É uma ação constitucional que tem por objetivo suprir omissão 
normativa e efetivar o exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania. 
 
 
 
 Espécies de mandado de injunção 
 
a) Mandando de injunção individual 
 A finalidade é efetivar direitos, liberdade e prerrogativas constitucionais 
do impetrante. 
b) Mandado de injunção coletivo 
 Já em relação ao mandado de injunção coletivo é impetrado para 
defender direitos coletivos e individuais homogêneos 
 A legitimidade ativa é de todos aqueles prejudicados pela ausência de 
norma reguladora, entre eles: as pessoas físicas e jurídicas, o Ministério 
Público, partido político e organização sindical, entidade de classe ou 
associação, nos mesmos moldes do mandado de segurança coletivo. 
 A legitimidade passiva – é da autoridade ou órgão público responsável 
pela omissão legislativa, sendo essa posição majoritária. 
 A competência para o processo e julgamento de mandado de injunção 
depende do órgão o da autoridade responsável pela edição da norma 
regulamentadora faltante. 
 
Habeas Data 
 
 É uma ação constitucional que tem por objetivo 
assegurar o conhecimento, retificação ou 
anotação de informações relativas à 
pessoa do impetrante, constantes de 
registros ou banco de dados de entidade 
governamental ou de caráter público. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
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 A legitimidade ativa – qualquer pessoa, física ou jurídica, nacional ou 
estrangeira. 
 A legitimidade passiva – são as entidades governamentais ou de caráter 
público. 
 A qualquer momento pode impetrar o habeas data, não estabelecendo 
prazo fatal. 
 A competência para julgar dependerá da autoridade ou do órgão que 
recusou a fornecer informações ao impetrante. 
 
Ação Popular 
 
 É uma ação constitucional que pode 
ser proposta por todo e qualquer cidadão 
com objetivo de invalidar atos e contratos 
administrativos considerados ilegais e 
lesivos ao patrimônio público, à 
moralidade administrativas, ao meio 
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
 A legitimidade ativa – é de qualquer cidadão, é aquele que se encontra 
no pleno gozo de seus direitos políticos ativos. 
 A legitimidade passiva – são os entes da Administração Direita e Indireta; 
entidades privadas com participação do Estado ou que recebam 
subvenção dos cofres públicos, autoridades, funcionários ou 
administradores que tenham aprovado, praticado ou ratificado o ato 
impugnado e os beneficiários diretos do ato. 
 O prazo prescricional é de 05 (cinco) anos, ressalvadas as hipóteses de 
ressarcimento ao erário. 
 A competência é do juiz de 1ª instância, federal ou estadual, dependendo 
da origem do ato impugnação, não se aplicado o foro por prerrogativa de 
função às ações populares. 
 
Ação Civil Pública 
 
 É um instrumento processual que tem por objetivo prevenir ou reprimir 
danos causados a qualquer interesse difuso ou coletivo. 
DIREITO ADMINISTRATIVO– CAS 2020 
43 
 
 A legitimidade ativa – é restrita 
ao Ministério Público, Defensoria 
Púbica, aos Entes federados e 
as entidades da Administração 
Pública Indireta e as 
associações constituídas, há 
pelo menos 01 (um) ano. 
 A legitimidade passiva – é toda e 
qualquer pessoa física ou jurídica, de direito público ou de direito privado, 
responsável pela ameaça ou lesão aos interesses e direitos coletivos 
tutelados pela lei. 
 Em relação ao prazo a lei é omissa, ficando o prazo prescricional de 05 
(cinco) anos, no mesmo sentido na Ação Popular. 
 A competência deve ser proposta no foro do local onde correr o dano, 
perante a Justiça Estadual, salvo nos casos que a União, autarquias 
federais e as empresas públicas federais estejam nas condições de 
autoras, rés, assistente e oponente, sendo que a partir daí a competência 
será da Justiça Federal. 
 
SERVIDORES PÚBLICOS – GESTORES PÚBLICOS / TEORIA 
DA IMPUTAÇÃO 
 
 
 
 
Agentes Públicos: Conceito e Classificação 
 
 
Você saberia dizer o significado da expressão agentes públicos? 
 
 
 
• Dialogar com os problemas, na busca, sempre, menos graves para
suasolução.
Ao final desta aula você deverá:
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
44 
 
Conceito 
 
A expressão agentes públicos 
tem sentido amplo. Significa o conjunto 
de pessoas que, a qualquer título, 
exercem uma função pública como 
prepostos do Estado. Essa função pode 
ser remunerada ou gratuita, definitiva 
ou transitória, política ou jurídica. Tais agentes quando atuam no mundo jurídico estão 
de alguma forma vinculados ao Poder Público. O Estado só se faz presente através das 
pessoas físicas que em seu nome manifestam determinada vontade, e é por isso que 
essa manifestação volitiva acaba por ser imputada ao próprio Estado. São todas essas 
pessoas físicas que constituem os agentes públicos. 
 
Classificação 
 
 Sendo quantitativa e qualitativamente tão abrangente a categoria dos agentes 
públicos, há que se reconhecer a existência de grupamentos que guardem entre si 
algum fator de semelhança. 
Para melhor compreensão, torna-se necessário 
agrupar os agentes públicos em categorias que denotem 
referenciais básicos distintivos. Trata-se de classificação de 
natureza didática, relevante para a formação de um sistema 
lógico de identificação: 
 
 Agentes Políticos 
São aqueles aos quais incumbe a execução das diretrizes traçadas pelo Poder 
Público. São estes agentes que desenham os destinos fundamentais do Estado e que 
criam as estratégias políticas por eles consideradas necessárias e convenientes para 
que o Estado atinja os seus fins. 
Caracterizam-se por terem funções de direção e orientação estabelecidas na 
Constituição e por ser normalmente transitório o exercício de tais funções. Como regra, 
sua investidura se dá através de eleição, que lhes confere o direito a um mandato, e os 
mandatos eletivos caracterizam-se pela transitoriedade do exercício das funções, como 
deflui dos postulados básicos das teorias democráticas e republicana. Por outro lado, 
não se sujeitam às regras comuns aplicáveis aos servidores públicos em geral; a eles 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
45 
 
são aplicáveis normalmente as regras constantes da Constituição, sobretudo as que 
dizem respeito às prerrogativas e à responsabilidade política. São eles os Chefes de 
Estado (Presidente, Governadores e Prefeitos), seus auxiliares (Ministros e Secretários 
Estaduais e Municipais) e os membros do Poder Legislativo (Senadores, Deputados e 
Vereadores). 
 
 Agentes Particulares Colaboradores 
Esta categoria de agentes públicos, 
embora sejam particulares, executam 
certas funções especiais que podem se 
qualificar como públicas, sempre como 
resultado do vínculo jurídico que os prende 
ao Estado. Alguns deles exercem 
verdadeiro munus público, ou seja, 
sujeitam-se a certos encargos em favor da 
coletividade a que pertencem, caracterizando-se, nesse caso, como transitórias as suas 
funções. São exemplos: os jurados e pessoas convocadas para serviços eleitorais. 
 
 Servidores Públicos 
A categoria dentre os agentes públicos que contém a maior quantidade de 
integrantes, formando uma grande massa dos agentes do Estado, desenvolvendo, em 
consequência, as mais variadas funções. Tais agentes se vinculam ao Estado por uma 
relação permanente de trabalho e recebem, a cada período de trabalho, a sua 
correspondente remuneração. 
As categorias de servidores públicos são classificadas em: Servidores Públicos 
Civis e Militares; Servidores Públicos Comuns e Especiais; Servidores Públicos 
Estatutários, Trabalhistas e Temporários. 
 
Deveres dos Servidores 
 
 
Sargento, agora que você já sabe o conceito e a 
classificação dos agentes públicos. Saberia dizer quais são 
os deveres dos servidores? 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
46 
 
Os regimes jurídicos modernos impõem uma série de deveres aos servidores 
públicos como requisitos para o bom desempenho de seus encargos e regular 
funcionamento dos serviços públicos. Há duas espécies de deveres funcionais: os 
gerais, que se aplicam a todos os servidores, e os especiais, que obrigam a 
determinadas classes ou em razão de determinadas funções. Quanto aos deveres 
gerais, são classificados ainda em internos e externos, conforme se dirijam à conduta 
do servidor no desempenho de suas atribuições ou ao seu procedimento na vida 
privada. São eles: 
 
Dever de lealdade 
 
Também denominado dever de 
fidelidade, exige de todo servidor a maior 
dedicação ao serviço e o integral respeito 
às leis e às instituições constitucionais, 
identificando-o com os superiores interesses do Estado. Se o servidor agir contra os fins 
e objetivos legítimos da Administração, incorre em infidelidade funcional, ensejadora da 
mais grave penalidade, que é a demissão. 
 
Dever de obediência 
 
Impõe ao servidor o acatamento às ordens legais de seus superiores e sua fiel 
execução. Está assentado no princípio disciplinar que informa toda organização 
administrativa. 
 
Dever de conduta ética 
 
Decorre do princípio constitucional 
da moralidade administrativa e impõe ao 
servidor público a obrigação de jamais 
desprezar o elemento ético de sua conduta. 
De acordo com o Código de ética 
profissional do servidor público civil federal 
(Decreto 1.171/94), a dignidade, o decoro, o 
zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem 
nortear o servidor público. O dever de honestidade aqui se inclui. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
47 
 
a) Assiduidade: É a regularidade do cumprimento das obrigações funcionais. Os 
estatutos deverão conter uma disciplina de faltas, limitando-as por períodos e 
estabelecendo os critérios de justificação. 
b) Sigilo: Impõe ao servidor o dever de nada divulgar 
acerca de assuntos de que tinha conhecimento em 
razão de suas funções ou, mesmo, acidentalmente, 
apresentem ou não caráter confidencial ou secreto. 
c) Probidade: é a particularização do dever ético geral 
do servidor público, sendo que a lei federal nº. 8.429/92 define os atos de 
improbidade administrativa, simples e qualificados (arts. 9º, 10º, 10-A e 11º), 
estabelecendo-lhes penas específicas, independentemente das cominadas em 
outros diplomas. 
d) Boa conduta: Dever externo. O servidor deve manter sempre correção de 
atitudes, decoro em seus hábitos e dignidade de procedimento. A sua vida íntima 
não revela senão na medida em que não se torne escandalosa. 
e) Proibição de intermediação: Compreende-se na proibição a aceitação, a 
qualquer título, de gratificações, propinas e gorjetas oferecidas pelas partes. 
 
Outros deveres 
 
São aqueles especificados nos estatutos, onde procura adequar a conduta do 
servidor ao serviço que lhe é cometido. Dentre as restrições que a função pública impõe 
aos seus exercentes destacam-se a de se sujeitarem aos impedimentos estabelecidospara o desempenho do cargo. Nesse sentido, é permitido ao Poder Público impedir 
contratos de seus servidores com a Administração, estabelecer incompatibilidades entre 
o exercício do cargo ou da função e certas atividades públicas ou particulares, impor 
exigências de residência no local do trabalho e quaisquer outros requisitos de eficiência 
e moralidade do serviço público, desde que não afronte os direitos fundamentais do 
servidor, resguardados pela CF/88. 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
48 
 
Direitos dos Servidores 
 
 
 
Você já estudou os deveres dos servidores? Que tal 
aprender também seus diretos? 
 
 
 
Direito à função pública 
 
Surge com a estabilidade ou com a vitaliciedade (esta em grau mais elevado, 
como direito ao cargo público), consiste em não poder ser discricionariamente, senão 
por ato material e formalmente vinculado, dela desprovido; 
 
Direito ao exercício 
 
É espécie do gênero direito ao trabalho; seria incompatível com a dignidade do 
homem e com o interesse público que a Administração resolvesse manter, por 
considerações inconfessáveis, o servidor em indefinido afastamento. O afastamento 
tem seus pressupostos fixados em lei. Além do mais, é do exercício que derivarão os 
demais direitos funcionais, entre os quais a percepção ordinária dos vencimentos. 
Os direitos que se fundam no exercício são de várias espécies: a contagem do 
tempo de serviço, para vários efeitos, a estabilidade, as férias, as licenças e a percepção 
da remuneração, acumulação de cargos e funções, acessibilidade. O direito ao amparo 
social e a dignidade do status integram o elenco, consagrando-se, no que respeita à 
função pública, certos princípios gerais do trabalho (art. 39, § 2º, CF). Entre outros, 
podemos citar o direito à assistência, à previdência, à associação, à petição, direito à 
defesa e direito de representação. 
 
A Constituição da República, ao cuidar do 
servidor público (arts. 37 a 41), detalhou seus 
direitos, indicando especificadamente os que lhe são 
extensivos dentre os reconhecidos aos trabalhadores 
urbanos e rurais (art. 7º, CF). 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
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Responsabilidade dos Servidores – Civil, Penal e Administrativa 
 
Responsabilidade Civil 
 
 
Você sabia que a responsabilidade civil é a imputação, ao 
servidor público, da obrigação de reparar o dano que tenha 
causado à Administração ou a terceiro, em decorrência de 
conduta culposa ou dolosa, de caráter comissivo ou 
omissivo? 
 
 
Para imputar-se a responsabilidade civil ao servidor é preciso que haja a 
comprovação do dano causado, seja lesada a Administração, seja o terceiro. Sem o 
dano inexiste responsabilização. Cumpre também que haja a 
comprovação de que o servidor agiu com culpa civil, isto é, por 
meio de comportamento doloso ou culposo. 
Se o dano for causado à Administração, o servidor público 
é responsável direto com relação a ela. Contudo, se causa danos 
a terceiros, pode o servidor responder diretamente, sendo 
acionado pelo lesado, ou indiretamente, por meio do direito de 
regresso assegurado à Administração, caso em que esta já terá 
sido acionada diretamente pela vítima. 
 
Responsabilidade Penal 
 
A responsabilidade penal do servidor é a que decorre de conduta que a lei penal 
tipifica como infração penal. 
O servidor pode ser responsabilizado apenas penalmente, mas se o ilícito penal 
acarretar prejuízo à Administração será também civilmente responsável. 
Os crimes contra a Administração são basicamente os dos artigos 312 a 326 do 
código penal – crimes praticados por funcionário público contra a Administração Pública. 
Diga-se, por oportuno, que a responsabilidade penal pode ser, ou não, 
pertinente à função administrativa. Quando está fora de sua função pública, a eventual 
prática de ilícito penal pode não causar nenhuma influência no âmbito da Administração. 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
50 
 
Responsabilidade Administrativa 
 
Quando o servidor pratica um ilícito administrativo, a ele é atribuída 
responsabilidade administrativa. O ilícito pode verificar-se por conduta comissiva ou 
omissiva e os fatos que o configuram são os previstos na legislação estatutária. 
A responsabilidade administrativa deve ser apurada em processo administrativo, 
assegurando-se ao servidor o direito à 
ampla defesa e ao contraditório, bem 
como a maior margem probatória, a 
fim de possibilitar mais eficientemente 
a apuração do ilícito. Constatada a 
prática do ilícito, a responsabilidade 
importa a aplicação da adequada 
sanção administrativa. 
Os servidores públicos podem ser responsabilizados civil, penal e 
administrativamente, sendo assegurado aos servidores, o direito à ampla defesa e ao 
contraditório, cabendo ao Estado na constatação do ilícito, a ação regressiva em face 
do mesmo. 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
 
 
 Conceito 
 
A responsabilidade civil tem sua origem no Direito Civil. Consubstancia-se na 
obrigação de indenizar um dano patrimonial ou moral decorrente de um fato humano. É 
modalidade de obrigação extracontratual e, no direito privado, a regra geral é a 
necessidade de estarem presentes os seguintes elementos: 
 
• Compreender a responsabilidade estatal no direito positivo brasileiro;
• Identificar as causas de excludentes e atenuantes.
Ao final desta aula você deverá:
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
51 
 
a) Uma atuação lesiva culposa ou dolosa do agente; a regra geral no direito 
privado é a exigência de caracterização de culpa em sentido amplo na 
conduta; a culpa em sentido amplo abrange o dolo (intenção) e a culpa em 
sentido estrito (negligência, imprudência ou imperícia); 
b) A ocorrência de um dano patrimonial ou moral; e 
c) O nexo de causalidade entre o dano havido e a conduta do agente, o que 
significa ser necessário que o dano efetivamente haja decorrido da ação do 
agente (ou de sua omissão ilícita, se fosse o caso de o agente ter o dever 
de agir). 
 
Responsabilidade Estatal no Direito Positivo Brasileiro 
 
No direito brasileiro a 
responsabilidade civil da Administração 
Pública evidencia-se na obrigação que 
tem o Estado de indenizar os danos 
patrimoniais ou morais que seus agentes, 
atuando em seu nome, ou seja, na 
qualidade de agentes públicos, causem à 
esfera juridicamente tutelada dos 
particulares. Traduz-se, na obrigação de reparar economicamente danos patrimoniais, 
e com tal reparação se exaure. 
Não se confunde a responsabilidade civil com as responsabilidades 
administrativas e penais, sendo essas três esferas de responsabilização, em regra, 
independentes entre si, podendo as sanções correspondentes ser aplicadas separada 
ou cumulativamente de acordo com cada caso. A responsabilidade penal resulta da 
prática de crimes ou contravenções tipificadas em lei prévia ao ato ou conduta. Já a 
responsabilidade administrativa decorre de infração, pelos agentes da Administração 
Pública, das leis e regulamentos administrativos que regem seus atos e condutas. 
Causas Excludentes e Atenuantes 
 
No âmbito da responsabilidade objetiva o nexo de causalidade é o fundamento 
da responsabilidade civil do Estado, sendo que esta deixará de existir ou incidirá de 
forma atenuada quando o serviço público não for a causa do dano ou quando estiver 
aliado a outras circunstâncias, ou melhor delineando, quando não for a causa única. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2020 
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Como hipóteses das causas excludentes da responsabilidade podemos 
apontar a ocorrência do caso fortuito ou força maior, ou culpa exclusiva ou concorrente 
da vítima. 
No caso fortuito ou força maior ocorre um acontecimento imprevisível, 
inevitável e estranho a vontade das partes, provocado pelo homem ou pela força da 
natureza. Visualiza-se que não sendo imputável a Administração, não pode incidir a 
responsabilidade do Estado, pois não há um nexo de causalidade

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