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PAULO LEANDRO FERREIRA OAB/SP 360.411 e-mail: ferreira.bozzeda@adv.oabsp.org.br EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DA CAMARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO PROCESSO Nº 0076257-86.2018.8.26.0050 WALLACE DA CONCEIÇÃO SANTOS, já devidamente qualificado nos autos do processo, por seu procurador, vem à presença de Vossas Excelências, tempestivamente, apresentar as RAZÕES DE APELAÇÃO para que seja recebido e autuado. Nestes termos, pede deferimento. Santos, 10 de Setembro de 2019. PAULO LEANDRO FERREIRA OAB/SP nº 360.411 P ar a co nf er ir o or ig in al , a ce ss e o si te h ttp s: //e sa j.t js p. ju s. br /p as ta di gi ta l/p g/ ab rir C on fe re nc ia D oc um en to .d o, in fo rm e o pr oc es so 0 07 62 57 -8 6. 20 18 .8 .2 6. 00 50 e c ód ig o E 26 F D A B . E st e do cu m en to é c óp ia d o or ig in al , a ss in ad o di gi ta lm en te p or P A U LO L E A N D R O F E R R E IR A , p ro to co la do e m 1 0/ 09 /2 01 9 às 2 1: 47 , so b o nú m er o W P R O 19 01 04 57 84 2. fls. 343 PAULO LEANDRO FERREIRA OAB/SP 360.411 e-mail: ferreira.bozzeda@adv.oabsp.org.br RAZÕES DE APELAÇÃO CRIMINAL APELANTE: WALLACE DA CONCEIÇÃO SANTOS APELADO: JUSTIÇA PÚBLICA PROCESSO Nº 0076257-86.2018.8.26.0050 EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO, COLENDA CÂMARA, DOUTO PROCURADOR DE JUSTIÇA. Em que pese o indiscutível saber jurídico do Meritíssimo Juiz a quo, impõe-se a reforma da respeitável sentença proferida contra o Apelante, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: O Apelante, no dia 15 de Agosto de 2018, por volta das 18:30 horas, foi preso em flagrante injustamente por, supostamente, ter cometido o crime de Tráfico de Entorpecentes, na Rua José Ribeiro Ramos, 33, casa 02, Jardim Angela, cidade de São Paulo/SP. Pelo que consta nos Autos de Prisão em Flagrante Delito, os Policiais Civis ao investigar uma denúncia de cárcere privado vieram a lograr êxito em encontrar grande quantidade de drogas no endereço citado. P ar a co nf er ir o or ig in al , a ce ss e o si te h ttp s: //e sa j.t js p. ju s. br /p as ta di gi ta l/p g/ ab rir C on fe re nc ia D oc um en to .d o, in fo rm e o pr oc es so 0 07 62 57 -8 6. 20 18 .8 .2 6. 00 50 e c ód ig o E 26 F D A B . E st e do cu m en to é c óp ia d o or ig in al , a ss in ad o di gi ta lm en te p or P A U LO L E A N D R O F E R R E IR A , p ro to co la do e m 1 0/ 09 /2 01 9 às 2 1: 47 , so b o nú m er o W P R O 19 01 04 57 84 2. fls. 344 PAULO LEANDRO FERREIRA OAB/SP 360.411 e-mail: ferreira.bozzeda@adv.oabsp.org.br Em continuação ao trabalho policial visualizaram um veículo e na abordagem encontraram 5 (cinco) porção de maconha com o Paciente juntamente com Guilherme de Oliveira Araujo. A dona do imóvel identificou Guilherme de Oliveira Araujo como sendo proprietário das drogas e o Paciente como a pessoa que frequentava o local raramente. Em depoimento na delegacia ambos se mantiveram em silencio. Foi apresentada a denúncia em 17 de Setembro de 2018 pelos incursos no artigo 33, caput e §1º, ambos da Lei de Drogas. NÃO FOI ABERTO PRAZO PARA SER APRESENTADO RESPOSTA ACUSAÇÃO. Em sentença Vossa Excelência “a quo” reconheceu a falta de resposta acusação fundamentando equivocadamente que a mesma foi realizada em audiência, entretanto, ao ler o termo de audiênci, verifica-se que não ouve qualquer menção da referida peça processual. Vossas Excelências, o N. Magistrado “A quo” mesmo sem analisar a Resposta acusação já designou audiência de instrução, ou seja, mesmo sem a apresentação da Resposta Acusação ela já tinha o entendimento de não aceita-la, algo que afronta e desequilibra qualquer ação defensiva. P ar a co nf er ir o or ig in al , a ce ss e o si te h ttp s: //e sa j.t js p. ju s. br /p as ta di gi ta l/p g/ ab rir C on fe re nc ia D oc um en to .d o, in fo rm e o pr oc es so 0 07 62 57 -8 6. 20 18 .8 .2 6. 00 50 e c ód ig o E 26 F D A B . E st e do cu m en to é c óp ia d o or ig in al , a ss in ad o di gi ta lm en te p or P A U LO L E A N D R O F E R R E IR A , p ro to co la do e m 1 0/ 09 /2 01 9 às 2 1: 47 , so b o nú m er o W P R O 19 01 04 57 84 2. fls. 345 PAULO LEANDRO FERREIRA OAB/SP 360.411 e-mail: ferreira.bozzeda@adv.oabsp.org.br O Apelante perdeu a oportunidade de arrolar a dona do imóvel como sua testemunha e outros moradores do local para que comprovasse a sua inocência junto a guarda da droga que a polícia lhe imputa. Além disso, verifica-se comprovadamente pelos depoimentos de todas as testemunhas que o Paciente não estava no referido imóvel, não era o locador e havia consigo apenas 5 (cinco) maconha para seu uso. Mesmo sem ter qualquer nexo da autoria com a materialidade o apelante foi condenado a 09 (nove)anos e 04 (quatro) meses de reclusão e 933 (novecentos e trinta e três) dias- multa. O Apelante, porém, merece melhor sorte, pelas razões que se passa a expor. DA NULIDADE PROCESSUAL Primeiramente, vale lembrar que a República Federativa do Brasil é um Estado Democrático de Direito e, vigora entre nós, o princípio da “AMPLA DEFESA, DO CONTRADITORIO E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL”, toda segregação precoce afronta esses princípios. Nesta esteira, imprescindível a transcrição do artigo 5º, incisos LIV e LV, da Constituição Federal: “Artigo 5º(...) Inciso LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. Inciso LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;” P ar a co nf er ir o or ig in al , a ce ss e o si te h ttp s: //e sa j.t js p. ju s. br /p as ta di gi ta l/p g/ ab rir C on fe re nc ia D oc um en to .d o, in fo rm e o pr oc es so 0 07 62 57 -8 6. 20 18 .8 .2 6. 00 50 e c ód ig o E 26 F D A B . E st e do cu m en to é c óp ia d o or ig in al , a ss in ad o di gi ta lm en te p or P A U LO L E A N D R O F E R R E IR A , p ro to co la do e m 1 0/ 09 /2 01 9 às 2 1: 47 , so b o nú m er o W P R O 19 01 04 57 84 2. fls. 346 PAULO LEANDRO FERREIRA OAB/SP 360.411 e-mail: ferreira.bozzeda@adv.oabsp.org.br No processo em questão houve a falta de Defesa Preliminar do Apelante, oportunidade imprescindível para que o mesmo, através de seu defensor, traga as preliminares pertinentes de nulidade, junte documentos, ofereça justificações e arrole suas testemunhas de defesa, conforme preceitua o artigo 396-A do CPP. A ausência desta petição jamais pode ser flexibilizada, devendo, na verdade, resultar em inequívoca declaração de nulidade absoluta do processo, por falta de realização de ato essencial para o desenrolar processual. Neste sentido, importante mencionar o teor do artigo 564, inciso IV, do Código de Processo Penal: “Artigo 564, caput, CPP – A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: (...) Inciso IV – por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.” Pulsante concluir ser a resposta à acusação uma formalidade que constitui elemento essencial do processo, tratando-se de ato obrigatório, pois esta resposta, que deve se efetuar no prazo de 10 dias a contar da citação, faz parte da defesa técnica do acusado, devendo ser apresentada por advogado ou, caso contrário, o juiz deverá nomear Defensor para apresentá-la . Vale destacar,que não há que se falar em relativização da presente nulidade, tendo em vista claríssimo enunciado da súmula de nº 523 do Supremo Tribunal Federal, que reza que "no processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu”. Isto ocorre no presente processo, eis que, ela não existe, enquadrando-se, nos termos da primeira parte da súmula, em hipótese de falta de defesa, gerando nulidade absoluta. O entendimento dos Tribunais Superiores é claro no sentido da anulação processual absoluta, conforme se verifica abaixo: “Furto e guarda de entorpecente para consumo próprio Preliminar de cerceamento de defesa Ausência de citação do réu para audiência de instrução e julgamento Ausência de resposta à acusação, nos termos do artigo 396-A do Código de Processo Penal Violação ao direito de defesa Nulidade absoluta Preliminar acolhida para anular o processo a partir do recebimento da denúncia, ficando prejudicado o exame do mérito do apelo do réu, com expedição de alvará de soltura clausulado.(TJ-SP - APL: 00264752320128260050 SP 0026475-23.2012.8.26.0050, Relator: Pedro Menin, Data de Julgamento: 18/06/2013, 16ª Câmara de Direito Criminal, Data de Publicação: 20/06/2013)” (grifo nosso) P ar a co nf er ir o or ig in al , a ce ss e o si te h ttp s: //e sa j.t js p. ju s. br /p as ta di gi ta l/p g/ ab rir C on fe re nc ia D oc um en to .d o, in fo rm e o pr oc es so 0 07 62 57 -8 6. 20 18 .8 .2 6. 00 50 e c ód ig o E 26 F D A B . E st e do cu m en to é c óp ia d o or ig in al , a ss in ad o di gi ta lm en te p or P A U LO L E A N D R O F E R R E IR A , p ro to co la do e m 1 0/ 09 /2 01 9 às 2 1: 47 , so b o nú m er o W P R O 19 01 04 57 84 2. fls. 347 PAULO LEANDRO FERREIRA OAB/SP 360.411 e-mail: ferreira.bozzeda@adv.oabsp.org.br AUSÊNCIA DE RESPOSTA À ACUSAÇÃO.NULIDADE ABSOLUTA .SÚMULA 523 DO STF.ORDEM CONCEDIDA. 1.Não é de se confundir a defesa prévia com a resposta à acusação implementada pela novel redação dos dispositivos, visto que nesta o defensor poderá alegar tudo o que for conveniente, especificar provas e arrolar as testemunhas que serão ouvidas na primeira fase do procedimento, as quais podem ser determinantes para uma eventual impronúncia ou absolvição sumária. 2. Consoante inteligência da Súmula 523 do STF, a ausência de defesa técnica com prejuízos demonstrados, está apta a macular a prestação jurisdicional. 3. Questão de ordem pública, tendo em vista o mal ferimento da garantia constitucional ao contraditório e ampla defesa, que, ante a sua gravidade, inquina o feito de nulidade absoluta. 5. Ordem concedida. Decisão unânime. HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO.TRIBUNAL DO JÚRI. AUSÊNCIA DE RESPOSTA À ACUSAÇÃO.NULIDADE ABSOLUTA .SÚMULA 523 DO STF.ORDEM CONCEDIDA. 1.Não é de se confundir a defesa prévia com a resposta à acusação implementada pela novel redação dos dispositivos, visto que nesta o defensor poderá alegar tudo o que for conveniente, especificar provas e arrolar as testemunhas que serão ouvidas na primeira fase do procedimento, as quais podem ser determinantes para uma eventual impronúncia ou absolvição sumária. 2. Consoante inteligência da Súmula 523 do STF, a ausência de defesa técnica com prejuízos demonstrados, está apta a macular a prestação jurisdicional. 3. Questão de ordem pública, tendo em vista o malferimento da garantia constitucional ao contraditório e ampla defesa, que, ante a sua gravidade, inquina o feito de nulidade absoluta. 5. Ordem concedida. Decisão unânime. (TJPI | Habeas Corpus Nº 2016.0001.001299-0 | Relator: Des. Joaquim Dias de Santana Filho | 2ª Câmara Especializada Criminal | Data de Julgamento: 30/03/2016 ) [grifo nosso) FURTO QUALIFICADO - PRELIMINAR DO MP EM CONTRARAZÕES - AUSÊNCIA DE RESPOSTA À ACUSAÇÃO - PEÇA OBRIGATÓRIA - NULIDADE ABSOLUTA - PRELIMINAR ACOLHIDA DE OFÍCIO -PREJUDICADA A ANÁLISE DO MÉRITO - PRELIMINAR SUSCITADA DE OFÍCIO - Com as modificações introduzidas pela Lei 11.719 /08, no Código de Processo Penal , a Resposta à Acusação se tornou peça obrigatória, indispensável ao processo, em homenagem aos princípios do contraditório e ampla defesa, cuja ausência ocasiona a nulidade absoluta do processo. - In casu, os apelantes não apresentaram respostas à acusação, o que ocasionou na não ouvida de nenhuma testemunha de defesa. - Parecer da d. Procuradoria de Justiça pelo conhecimento e, de ofício, para que o processo seja anulado desde a citação dos réus. - Processo anulado de ofício, à partir da citação. Análise do mérito prejudicada. (Classe: Apelação,Número do Processo: 0011754-72.2011.8.05.0022, Relator (a): Luiz Fernando Lima, Primeira Câmara Criminal - Primeira Turma, Publicado em: 11/02/2015 ) (grifo nosso) RECURSO DE APELAÇÃO CRIMINAL – CONDENAÇÃO POR ROUBO E OUTROS DELITOS – AUSÊNCIA DE RESPOSTA À ACUSAÇÃO – PRETENSA NULIDADE ABSOLUTA DO FEITO A PARTIR DA CITAÇÃO – PROCEDÊNCIA – OBRIGATORIEDADE DA RESPOSTA ESCRITA DO RÉU NO PROCESSO P ar a co nf er ir o or ig in al , a ce ss e o si te h ttp s: //e sa j.t js p. ju s. br /p as ta di gi ta l/p g/ ab rir C on fe re nc ia D oc um en to .d o, in fo rm e o pr oc es so 0 07 62 57 -8 6. 20 18 .8 .2 6. 00 50 e c ód ig o E 26 F D A B . E st e do cu m en to é c óp ia d o or ig in al , a ss in ad o di gi ta lm en te p or P A U LO L E A N D R O F E R R E IR A , p ro to co la do e m 1 0/ 09 /2 01 9 às 2 1: 47 , so b o nú m er o W P R O 19 01 04 57 84 2. fls. 348 PAULO LEANDRO FERREIRA OAB/SP 360.411 e-mail: ferreira.bozzeda@adv.oabsp.org.br PENAL A PARTIR DA LEI 11.719 /08 – CAUSA DE NULIDADE ABSOLUTA – INTELIGÊNCIA DO ART. 396-A , § 2º , DO CPP – PREJUÍZO MANIFESTO AO RÉU – RECURSO PROVIDO. 1. Ao revés do que ocorria com a defesa prévia, cujo oferecimento era faculdade da defesa, a resposta à acusação é peça obrigatória no atual sistema processual penal brasileiro e, por isso mesmo, sua ausência é causa de nulidade absoluta, a ser reconhecida de ofício, em qualquer fase do processo, e prescinde de demonstração de prejuízo, a teor do que dispõe o art. 396-A , § 2º , do Código de Processo Penal . (Ap 56884/2014, DES. ALBERTO FERREIRA DE SOUZA, SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL, Julgado em 01/10/2014, Publicado no DJE 09/10/2014) (grifo nosso) Assim, comprovadamente o Apelante sofreu prejuízo em não poder alegar preliminarmente suas teses defensivas, não arrolar as testemunhas que iriam comprovar apenas sua dependência química e justificar suas condutas. O cerceamento de defesa demonstrado eivou em sua condenação injustificada pois o mesmo é um mero usuário de entorpecentes. DA ABSOLVIÇÃO DO APELANTE A Constituição da República, em seu artigo 5º, inciso LVII, estabelece o estado de inocência, somente podendo ser o réu considerado culpado quando exista prova robusta neste sentido, recaindo o ônus probatório sobre órgão acusatório. Sobre o tema, vale transcrever a lição de Aury Lopes Jr.: “A partir do momento em que o imputado é presumidamente inocente, não lhe incumbe provar absolutamente nada. Existe uma presunção que deve ser destruída pelo acusador, sem que o réu (e muito menos o juiz) tenha qualquer dever de contribuir nessa desconstrução (...). É importante recordar que, no processo penal, não há distribuição de cargas probatórias: a carga da prova está inteiramente nas mãos do acusador, não só porque a primeira afirmação é feita por ela na peça acusatória (denúncia ou queixa), mas também porque o réu está protegido pela presunção de inocência”. (Direito Processual Penal e sua conformidade constitucional, vol. I, 3ª ed., Ed. Lumen Juris, p. 502). P ar a co nf er ir o or ig in al , a ce ss e o si te h ttp s: //e saj.t js p. ju s. br /p as ta di gi ta l/p g/ ab rir C on fe re nc ia D oc um en to .d o, in fo rm e o pr oc es so 0 07 62 57 -8 6. 20 18 .8 .2 6. 00 50 e c ód ig o E 26 F D A B . E st e do cu m en to é c óp ia d o or ig in al , a ss in ad o di gi ta lm en te p or P A U LO L E A N D R O F E R R E IR A , p ro to co la do e m 1 0/ 09 /2 01 9 às 2 1: 47 , so b o nú m er o W P R O 19 01 04 57 84 2. fls. 349 PAULO LEANDRO FERREIRA OAB/SP 360.411 e-mail: ferreira.bozzeda@adv.oabsp.org.br Vossas Excelências, não se trata de macular a versão policial, mas observar seus métodos de atuação e não apenas lhes dando absoluta fé pública ao que falam. Não se pode olvidar que somente nesse tipo de ação, não é agregado uma testemunha sequer para chancelar a prisão realizada. A narrativa dos policiais restou fragilizada e sem nexo no geral. O Apelante não estava presente no encontro das drogas e não pode ser considerado dono de algo que não estava em sua posse. Como se sabe para decretação de uma condenação é indispensável a certeza que houve nexo causal entre a autoria e a materialidade delitiva e não supostas acusações em descompasso com o contexto geral. Assim entende a Jurisprudência dos nossos Tribunais Superiores, senão vejamos: APELAÇÃO – ROUBO – CAUSA ESPECIAL DE AUMENTO – COMPARSARIA – ARTIGO 157, § 2º, INCISO II, DO CÓDIGO PENAL – CONDENAÇÃO EM PRIMEIRO GRAU – CONFIGURAÇÃO – INOCORRÊNCIA – INDÍCIOS E PRESUNÇÕES DO COMETIMENTO DO DELITO – INSUFICIÊNCIA CONTRA O APELANTE – AUSÊNCIA DE PROVA SEGURA DA AUTORIA DELITIVA – AUSÊNCIA DE PLENA CORRESPONDÊNCIA COM OUTROS SEGMENTOS PROBATÓRIOS – INCERTEZA DA AUTORIA – CONDENAÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – ABSOLVIÇÃO – NECESSIDADE – RECURSO DEFENSIVO PROVIDO, PARA ABSOLVER O RÉU DO DELITO QUE LHE FOI IMPUTADO, COM FUNDAMENTO NO ARTIGO 386, INCISO VII, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. (TJ-SP - APR: 00070911220138260609 SP 0007091-12.2013.8.26.0609, Relator: Alberto Anderson Filho, Data de Julgamento: 08/05/2019, 7ª Câmara de Direito Criminal, Data de Publicação: 15/05/2019) P ar a co nf er ir o or ig in al , a ce ss e o si te h ttp s: //e sa j.t js p. ju s. br /p as ta di gi ta l/p g/ ab rir C on fe re nc ia D oc um en to .d o, in fo rm e o pr oc es so 0 07 62 57 -8 6. 20 18 .8 .2 6. 00 50 e c ód ig o E 26 F D A B . E st e do cu m en to é c óp ia d o or ig in al , a ss in ad o di gi ta lm en te p or P A U LO L E A N D R O F E R R E IR A , p ro to co la do e m 1 0/ 09 /2 01 9 às 2 1: 47 , so b o nú m er o W P R O 19 01 04 57 84 2. fls. 350 PAULO LEANDRO FERREIRA OAB/SP 360.411 e-mail: ferreira.bozzeda@adv.oabsp.org.br “Para prolação de um decreto penal condenatório é indispensável prova robusta que dê certeza da existência do delito e seu autor. A íntima convicção do Julgador deve sempre se apoiar em dados objetivos indiscutíveis. Caso contrário, transforma o princípio do livre convencimento em arbítrio.” (TJ/RS, Apelação Crime nº 70003156254, Relator Desembargador Sylvio Baptista Neto, Sexta Câmara Criminal, v.u., j. 08.11.2001). “Para a condenação há de ser demonstrada, extreme de dúvidas, a autoria e a materialidade dos fatos constantes dos autos, efetivamente, não permitem se conclua haver o réu participado dos supostos delitos descritos na inicial acusatória.” (STJ, APn nº 331/PI, Relator Ministro Aldir Passarinho Junior, Corte Especial, v.u., j. 16.02.2011, DJe 03.03.2011). “PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO QUALIFICADO. CO-AUTORIA. RECONHECIMENTO DO RÉU PELA VÍTIMA EM JUÍZO. DÚVIDA. ABSOLVIÇÃO. I - Tendo em vista que o reconhecimento, em juízo, do réu pela vítima, prova fundamental para justificar a respectiva condenação, não se encontrou revestido de certeza, faz-se, imperioso, absolvê-lo sob o mesmo entendimento empregado para a absolvição dos demais co-réus, qual seja, a insuficiência de provas (CPP, art. 386, VI). II - A tão-só circunstância de a vítima haver reconhecido o paciente como um dos autores da infração, em sede de inquérito policial, não se afigura suficiente para justificar a respectiva condenação, quando, em juízo, a mesma vítima não demonstrou convicção no reconhecimento do suposto autor do delito, assim como não restou produzido, ao longo da instrução criminal, qualquer outro elemento probatório que pudesse comprovar a conduta delitiva atribuída ao denunciado. Ordem concedida.” (STJ, HC nº 23.547/SP, Relator Ministro Felix Fischer, Quinta Turma, v.u., j. 24.06.2003, DJ 25.08.2003, pág. 333). P ar a co nf er ir o or ig in al , a ce ss e o si te h ttp s: //e sa j.t js p. ju s. br /p as ta di gi ta l/p g/ ab rir C on fe re nc ia D oc um en to .d o, in fo rm e o pr oc es so 0 07 62 57 -8 6. 20 18 .8 .2 6. 00 50 e c ód ig o E 26 F D A B . E st e do cu m en to é c óp ia d o or ig in al , a ss in ad o di gi ta lm en te p or P A U LO L E A N D R O F E R R E IR A , p ro to co la do e m 1 0/ 09 /2 01 9 às 2 1: 47 , so b o nú m er o W P R O 19 01 04 57 84 2. fls. 351 PAULO LEANDRO FERREIRA OAB/SP 360.411 e-mail: ferreira.bozzeda@adv.oabsp.org.br “DIREITO PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO CIRCUNSTANCIADO TENTADO. EMPREGO DE ARMA DE FOGO. CONCURSO DE AGENTES. ABSOLVIÇÃO EM PRIMEIRA INSTÂNCIA. CONDENAÇÃO. TRIBUNAL A QUO. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. OCORRÊNCIA. NULIDADE ABSOLUTA. ORDEM CONCEDIDA. 1. A fundamentação das decisões judiciais, a teor dos artigos 93, inciso IX, da Constituição Federal e 381, inciso II, do Código de Processo Penal, é condição essencial de validade e, consequentemente, pressuposto de eficácia, sendo certo, que a sua inobservância inquina o ato de nulidade absoluta. 2. Habeas corpus concedido, para decretar a nulidade do julgamento da apelação nº 869.371.3/0-00 e determinar que outro se proceda.” (STJ, HC nº 123.506/SP, Relator Ministro Marco Aurélio Bellizze, Quinta Turma, v.u., j. 22.11.2011, DJe 01.02.2012). “[…] A culpabilidade não se presume. Deve ser provada. O princípio, hoje consagrado em documentos internacionais e em constituições, inclusive a brasileira, art. 5º, LVII, inspira o processo penal o contraditório, a plenitude da defesa, o 'in dubio pro reo' e o ônus da prova a quem acusa. […]” (STF, RExt nº 133.489-4/DF, Relator Ministro Paulo Brossard, Segunda Turma, Ementário 2034-2/311). Ante ao fundamentado não há outra sorte senão a absolvição do Apelante, visto que a vinculação das drogas e o Apelante não restou comprovada, não havendo indícios suficientes de autoria delitiva, incidindo o princípio do “in dubio pro reo”. DO PLEITO ALTERNATIVO Caso Vossas Excelências não entendam pela absolvição, resta apenas para esta defesa, em amor ao debate, impugnar as penas impostas pelo juiz “a quo”. P ar a co nf er ir o or ig in al , a ce ss e o si te h ttp s: //e sa j.t js p. ju s. br /p as ta di gi ta l/p g/ ab rir C on fe re nc ia D oc um en to .d o, in fo rm e o pr oc es so 0 07 62 57 -8 6. 20 18 .8 .2 6. 00 50 e c ód ig o E 26 F D A B . E st e do cu m en to é c óp ia d o or ig in al , a ss in ad o di gi ta lm en te p or P A U LO L E A N D R O F E R R E IR A , p ro to co la do e m 1 0/ 09 /2 01 9 às 2 1: 47 , so b o nú m er o W P R O 19 01 04 57 84 2. fls. 352 PAULO LEANDRO FERREIRA OAB/SP 360.411 e-mail: ferreira.bozzeda@adv.oabsp.org.br Na fase inicial Vossa Excelência “A QUO” fixou a pena acima do mínimo legal por motivo de reincidência delitiva e aumentou novamente pelo mesmo motivo caracterizando o “bis in idem”. Ante ao indagado, caso venha oApelante a ter sua condenação mantida, requer a aplicação da pena no patamar mais próximo do mínimo legal, o reconhecimento das reduções legais, o afastamento das Majorantes e a aplicação no regime menos gravoso que o fechado. DOS PEDIDOS Diante do Exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente recurso para RECONHECER A NULIDADE e retornar o processo a fase de apresentação da Defesa Preliminar com apresentação das testemunhas e as teses de defesas pertinentes para o momento processual. Caso não seja reconhecida a nulidade que o Apelante venha a SER ABSOLVIDO pelos motivos expostos. Caso Vossas Excelências não entendam pela absolvição, requer que a condenação fique no mínimo legal, devendo ser reconhecido as reduções legais, além de um regime menos gravoso que o fechado. P ar a co nf er ir o or ig in al , a ce ss e o si te h ttp s: //e sa j.t js p. ju s. br /p as ta di gi ta l/p g/ ab rir C on fe re nc ia D oc um en to .d o, in fo rm e o pr oc es so 0 07 62 57 -8 6. 20 18 .8 .2 6. 00 50 e c ód ig o E 26 F D A B . E st e do cu m en to é c óp ia d o or ig in al , a ss in ad o di gi ta lm en te p or P A U LO L E A N D R O F E R R E IR A , p ro to co la do e m 1 0/ 09 /2 01 9 às 2 1: 47 , so b o nú m er o W P R O 19 01 04 57 84 2. fls. 353 PAULO LEANDRO FERREIRA OAB/SP 360.411 e-mail: ferreira.bozzeda@adv.oabsp.org.br Consigna, por fim, que realizará a sustentação oral no prazo regimental. Santos, 10 de Setembro de 2019. PAULO LEANDRO FERREIRA OAB/SP 360.411 P ar a co nf er ir o or ig in al , a ce ss e o si te h ttp s: //e sa j.t js p. ju s. br /p as ta di gi ta l/p g/ ab rir C on fe re nc ia D oc um en to .d o, in fo rm e o pr oc es so 0 07 62 57 -8 6. 20 18 .8 .2 6. 00 50 e c ód ig o E 26 F D A B . E st e do cu m en to é c óp ia d o or ig in al , a ss in ad o di gi ta lm en te p or P A U LO L E A N D R O F E R R E IR A , p ro to co la do e m 1 0/ 09 /2 01 9 às 2 1: 47 , so b o nú m er o W P R O 19 01 04 57 84 2. fls. 354
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