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Economia Agroexportadora Ciclos e a Economia Agroexportadora. Até 1930 a economia brasileira dependia da exportação das commodities agrícolas: açúcar, algodão, café e etc.. que deram nomes aos ciclos, tendo cada, um produto principal. O ciclo do café pode ser considerado o melhor. Apesar do Brasil ser o principal produtor, outros países influíam na oferta. A demanda assim como a oferta dependia das oscilações do crescimento mundial, e entrava em queda quando países entravam em crise ou em guerra. Crises internacionais causaram queda na demanda do café, o que prejudicava as exportações do país, que consequentemente geraram consequências ruins para toda a economia que dependia diretamente e indiretamente do café. Isso mostra a elevada vulnerabilidade de uma economia baseada no setor agroexportador, que acaba se sobrepondo aos demais setores, fazendo com que exista uma elevada concentração de recursos e capital nesse setor. Modelo de desenvolvimento voltado para fora. A autora Maria de Conceição Tavares classifica esse tipo de estrutura como um um Modelo de desenvolvimento voltado para fora, que caracterizou não apenas o Brasil, como outros países da América Latina. Esse modelo caracterizava-se por ter alta relação com o setor externo, com descompasso entre a base produtiva e o consumo desses países. No quadro comparativo mostra-se como países que não dependiam só da agroexportação tinham outras variáveis que faziam a economia não depender somente dela. Isso fica explícito com a necessidade que havia de importação de determinados produtos nos países da américa latina(ex: bens de consumo capital). Oscilações de preço na economia cafeeira Os preços dependem por um lado da condição de demanda e por outro da oferta, devido ao clima, pragas e investimentos no aumento de produção. Entre o plantio(investimento) e a produção, há uma defasagem, já que existe um período de maturação de 4 anos. Essa diferença interfere no mercado e na oscilação de preços. Em um período de preços altos são feitos investimentos novos que demoram tempo para se maturar, com o preço podendo subir devido ao crescimento de demanda(se a oferta for maior pode diminuir o preço). Se houver deterioração dos termos de troca pode haver um crescimento inferior frente a outras economias. Políticas de defesa da economia agroexportadora e seus problemas: superprodução e socialização das perdas. Quando os preços do café caiam, havia queda nos lucros e diminuição de investimentos. Nesses momentos as possibilidades de ação do governo eram limitadas, porém pode se destacar a desvalorização cambial e a política de valorização do café. Medidas eficientes no curto prazo mas ruins no longo prazo. A desvalorização cambial manteria a renda dos produtores e os níveis de emprego, porém escondia sinais, como excesso de oferta, o que mais tarde traria as consequências da socialização de perdas, que afetava a economia inteira e não somente a do setor. Já a política de valorização do café consistia em retenção de parte da produção, pois com menor oferta os preços poderiam se recuperar ou parar de subir. A política também acentuava os indícios de superprodução e provocava uma concorrência internacional, já que a remuneração pelo café incentivava a produção. Superprodução e crise da economia cafeeira. Dada a rentabilidade da atividade cafeeira, os recursos acabaram indo pro setor, o que consequentemente causou superprodução, que ocorreu no fim da República Velha. A crise de 30 provocou queda nos preços, o que fez o governo comprar e estocar café. A fragilidade da economia trouxe a tona a necessidade da industrialização e um projeto nacional de desenvolvimento. Irradiação do setor exportador e início da industrialização brasileria A industrialização brasileira tem início com o fim do ciclo do café, especialmente depois da transição para o trabalho assalariado. Duas correntes procuram explicar a origem da indústria nesse período: teoria dos choques adversos e a industrialização por exportações. De acordo com a primeira, a indústria surgiu no Brasil como necessidade de importar produtos industriais em determinados períodos, como na primeira guerra e depressão de 30. Momentos esses que levavam o governo a adotar políticas protecionistas, onde começava-se a produzir mais internamente, tendo em vista diminuir as importações. A segunda diz que a indústria crescia junto com a expansão da economia cafeeira. Nesses momentos ocorria a expansão da renda e da massa salarial. Sendo elementos fundamentais pela demanda por produtos industriais. Christian Tier
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