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RESUMO CAPÍTULO 13 – GREMAUD – ECONOMIA CONTEMPORÂNEA. ECONOMIA AGROEXPORTADORA Até 1930 temos uma economia baseada na produção e exportação de alguns poucos produtos primários. A economia de então pode ser conceituada como uma economia agro-exportadora com um modelo de desenvolvimento voltado para fora. As principais dificuldades desse tipo de economia são: elevada vulnerabilidade, elevada concentração de renda, comportamento cíclico dos preços das exportações. Os mecanismos de proteção utilizados para enfrentar tais dificuldades são desvalorização cambial e política de estocagem. A economia brasileira dependeu quase que exclusivamente do bom desempenho de suas exportações, as quais, durante todo o período, restringiram-se a algumas poucas Commodities agrícolas. O que variou ao longo do tempo foram os produtos aqui produzidos destinados ao mercado internacional: açúcar, algodão, café, borracha, etc. A partir desses produtos, definiram-se os chamados ciclos da economia brasileira o ciclo do açúcar, o ciclo do ouro, o ciclo do café... O bom desempenho da economia brasileira dependia, nesse contexto, das condições do mercado internacional dos produtos exportados, sendo a variável-chave, no Império e na República Velha, o preço internacional do café. Um dos problemas da economia agroexportadora são as oscilações de preço do produto primário exportado. De modo geral, pode-se dizer que, nas fases de ascensão dos preços, esta gera impactos positivos sobre o restante da economia. Podem-se destacar, porém, dois mecanismos que foram utilizados nos momentos de queda dos preços no mercado internacional: desvalorização cambial e política de valorização do café. Esses dois mecanismos eram eficientes, no curto prazo, para proteger a cafeicultura, mas tinham efeitos não positivos no longo prazo e sobre outros setores que compunham a sociedade da época. A desvalorização cambial na economia agroexportadora poderia ser usada para proteger, em moeda nacional, os lucros do setor cafeeiro quando da queda dos preços. Porém, acabava por gerar dois outros problemas: - a desvalorização cambial induzia à manutenção dos investimentos nas plantações de café, acirrando uma tendência de superprodução de café. Além disso, encarecia todos os produtos importados dessa economia. Desse modo, a desvalorização, por meio da inflação, prejudicava quase toda a sociedade. Isso foi o que Celso Furtado chamou de socialização das perdas, já que espalhavam-se por toda a sociedade as perdas que deveriam ficar restritas ao setor cafeeiro. Em 1930, dois elementos conjugaram-se: a produção nacional era enorme e a economia mundial entrou numa das maiores crises de sua história. Ficava claro que a situação da economia brasileira, dependente das exportações de um único produto agrícola, era insustentável. Mesmo porque a defesa do café por meio de estoques era problemática e eles não conseguiam ser repostos no mercado, sendo o governo obrigado a queimar boa parte durante as décadas de 30 e 40. A crise dos anos 30 foi um momento de ruptura no desenvolvimento Econômico brasileiro. A fragilização do modelo agroexportador trouxe à tona a consciência sobre a necessidade da industrialização como forma de superar os constrangimentos externos e o subdesenvolvimento. Não foi o início da industrialização brasileira (esta já se e havia iniciado no final do século XIX), mas o momento em que a industrialização passou a ser meta prioritária da política econômica. Antes de 1930, as indústrias existentes surgiram nas "franjas" da economia cafeeira, ou seja, de acordo com as necessidades de atender a um mercado consumidor incipiente, surgido como processo de imigração e a renda dos trabalhadores ligados ao setor agrário-exportador. Na historiografia brasileira, duas correntes procuraram explicar a origem da indústria nesse período: a teoria do choque adverso e a industrialização induzida por exportações. De acordo com a primeira, a indústria surgiu no Brasil como resposta às dificuldades de importar produtos industriais em determinados períodos. A segunda concepção, por sua vez, diz que a indústria crescia justamente nos momentos de expansão da economia cafeeira. Nesses momentos, ocorria a expansão da renda e do mercado consumidor, por meio do aumento da massa salarial. Esses elementos eram condição fundamental para a demanda por produtos industriais.
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