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ATIVIDADE 6 - AGRAVO DE INSTRUMENTO

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NÚCLEO DE PRATICA JURÍDICA II 
Aluna: Larissa de Souza Barbosa. 
Matricula: 2018041236896. 
 
 
ATIVIDADE 06 – AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
AO JUÍZO DO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL 
REGIONAL DO TRABALHO DA 1º REGIÃO - RJ 
 
Processo nº… 
 
 
 
 
 
 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, já qualificada 
nos autos do processo em epígrafe, por intermédio do seu advogado, abaixo assinado, com 
procuração anexo, vem à presença de V.Exa., nos autos da reclamação trabalhista, movida por 
VANIA CAPIXABA DO ESPÍRITO SANTO, já qualificada, interpor o presente 
 AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
 com fulcro no art. 897,b, declarar o inconformismo ao respeitável despacho que denegou 
seguimento ao Recurso Ordinário. 
 
 Vale salientar que o presente recurso se encontra tempestivo, uma vez que o despacho 
denegatório de folha… foi proferido na data…, e o recurso protocolado na data…, respeitando o 
prazo legal de 8 dias, conforme determina o art. 897 da CLT. 
 
Em cumprimento ao disposto do inciso I do § 5º do art. 897 da CLT, anexa-se ao presente 
agravo, copias dos seguintes documentos: 
● Decisão agravada; 
● Certidão da respeitável intimação; 
● Procuração outorgadas aos advogados das partes; 
● Petição inicial; 
● Contestação; 
● Decisão originária ; 
 
 
 
 
 
Inicialmente, cumpre salientar que o agravante goza do direito à isenção do depósito 
recursal por se tratar de entidade filantrópica, estando assim dispensado de comprovar o 
recolhimento do preparo (custas judiciais e depósito recursal). CLT, vide : 
“ Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples 
petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções 
previstas neste Título, permitida a execução provisória até a 
penhora. 
§ 10. São isentos do depósito recursal os beneficiários da 
justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em 
recuperação judicial.’ 
 
 Por fim, requerer a reforma da decisão agravada, após processamento do feito que 
a parte contraria seja intimada e simultaneamente ao recurso principal, e após, o encaminhamento 
dos autos do agravo ao juízo do Egrégio Tribunal Regional da 1ª Região 
 
Termos que, Pede Deferimento. 
(Local e Data) 
Advogado 
OAB/UF 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO 
PROCESSO Nº: 
AGRAVANTE: ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 
AGRAVADO: VANIA CAPIXABA DO ESPÍRITO SANTO 
ORIGEM: 8ª VARA DO TRABALHO DE DUQUE DE CAXIAS - RJ 
 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL, 
NOBRE JULGADORES, 
COLENDA CÂMARA 
 
I – SINTESE DO PROCESSO 
 
 A interposição do presente recurso decorre em virtude do despacho denegatório de fl. 
proferido pelo respeitável juízo a quo, na qual declarou a propositura do recurso ordinário deserto 
por ausência de preparo (recolhimento das custas e depósito recursal), ocasionando o trancamento 
do recurso, impedindo que está colenda turma examinasse o inconformismo a respeitável sentença 
de fl. 
 Decisão errônea que cerceou o direito da reclamada, ora agravante ao princípio 
constitucional do Duplo Grau de Jurisdição, uma vez que a matéria impugnada deveria ter sido 
transmitida a juízo superior para reexame da decisão recorrida. 
 
 
II - DA TEMPESTIVIDADE 
 O presente recurso encontra-se tempestivo, uma vez que o despacho denegatório de folha… 
foi proferido na data…, e o recurso protocolado na data…, respeitando o prazo legal de 8 dias, 
conforme determina o art. 897 da CLT. 
 
 
III - DO MÉRITO 
 
Vossa Excelência fica claro que a decisão denegatória de fl. não assiste razão, uma vez que o recurso 
ordinário interposto pela reclamada, ora agravante preenche todos os pressupostos de admissibilidade 
e tempestividade. 
Por se tratar de entidade filantrópica, sem fins lucrativos, devidamente reconhecida por entidade 
governamental, conforme fotocópia comprobatória que segue anexo, circunstância que faz jus ao 
benefício da justiça gratuita, tendo como consequência a isenção do depósito recursal. 
 
 
 
 
 
 
 
ENTIDADE FILANTRÓPICA E SEU RECONHECIMENTO PARA O ESTADO 
 
As Entidades sem fins lucrativos, associações e fundações são instituições de natureza 
jurídica que tem o objetivo de realizar uma mudança social, e que, as arrecadações e receitas são 
destinadas única e exclusivamente ao patrimônio da própria instituição, no caso, sem a finalidade 
de acumulação de capital. Em outras palavras isto significa que empregam todo o seu lucro de 
volta na respectiva entidade. 
Para que haja o reconhecimento de uma associação ou fundação com caráter filantrópica 
pelos órgãos públicos é necessário comprovar: três anos de atividade em prol da sociedade, que os 
lucros não sejam divididos, que os dirigentes não sejam remunerados, bem como a obtenção dos 
certificados de DECLARAÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA (Federal, estadual ou Municipal), 
DECLARAÇÃO DE ENTIDADE BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CNAS). 
 
 DECLARAÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA 
 
 Conforme dispõe a lei nº 120 DE 20 DE SETEMBRO DE 1979, as associações e as 
fundações constituídas em território Brasileiro, que possuem a finalidade exclusiva de servir à 
coletividade, sem o interesse de fins lucrativos, podem ser declaradas de utilidade pública, ao 
preencher os requisitos legais, quais sejam: 
 
“ Art. 1º Para concessão de Título de Utilidade Pública, 
pelo Poder Executivo, seguir-se-á o determinado nos moldes da 
presente lei. 
 
Art. 2º O ato de concessão do Título de Utilidade Pública será 
originado a partir de documentos que servirão para fundamentar 
a razão da concessão. 
 
Art. 3º Só poderão receber o Título de Utilidade Pública as 
entidades e associações cuja finalidade expressa seja a prestação 
de serviço, à coletividade, feita de forma graciosa e sem 
finalidade de captação de lucros ou caracterização comercial. 
 
§ 1º A concessão auferida no caput somente poderá ser efetivada 
mediante vistoria prévia, efetuada pelo Poder concedente, para 
averiguação e ratificação de que a entidade e/ou associação 
beneficiária encontra-se em conformidade com as condições 
objetivadas na presente Lei. (Redação acrescida pela Lei nº 
3669/2003) 
 
§2º O Título de Utilidade Pública somente será concedido às 
entidades e/ou associações que estejam em efetivo exercício dos 
serviços citados no caput há pelo menos um ano. (Redação 
acrescida pela Lei nº 3669/2003)” 
 
https://leismunicipais.com.br/a/rj/r/rio-de-janeiro/lei-ordinaria/2003/366/3669/lei-ordinaria-n-3669-2003-altera-dispositivos-da-lei-n-120-de-20-de-setembro-de-1979
https://leismunicipais.com.br/a/rj/r/rio-de-janeiro/lei-ordinaria/2003/366/3669/lei-ordinaria-n-3669-2003-altera-dispositivos-da-lei-n-120-de-20-de-setembro-de-1979
 
 
RECONHECIMENTO / CERTIFICADO DE ENTIDADE (CEBAS) 
 
 O certificado de entidade beneficente de ASSISTÊNCIA SOCIAL é o instrumento pelo qual 
o Governo Federal garante às entidades, mas apenas aquelas voltadas para a área de assistência 
social, saúde e educação, o benefício da isenção de tributos, como por exemplo a patronal e o CSLL 
(contribuição sobre o lucro líquido) PIS E COFINS. 
 
 “ Para que uma organização possa obter o CEBAS é 
necessário que ela comprove que está atuando há pelo menos 12 
meses, apresentar toda a documentação da entidade, como por 
exemplo, o CNPJ e uma cópia da ata de eleição dos dirigentes. 
E por fim, se inscrever no Conselho de Assistência Social 
Municipal.” 
 
JUSTIÇA GRATUITA E ISENÇÃO DO DEPÓSITO RECURSAL 
 
 Assegurado pela Constituição Federal de 1988 o benefício daJustiça Gratuita tem como 
escopo proporcionar a isenção das despesas processuais aquele que faz jus ao instituto. Sua 
aplicação na justiça do trabalho, além da utilização da Constituição Federal, também encontra 
fundamento legal no art. 790, parágrafo 4. 
 
 No caso em tela, o agravante faz jus ao benefício por se tratar de ASSOCIAÇÃO 
BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, o que a configura, diante do lapso probatório que 
se segue nos autos da ação, COMO ENTIDADE FILANTRÓPICA, no qual goza da prerrogativa 
de isenção ao depósito recursal para exercício do direito de recorrer da decisão de fl. a esta 
respeitável turma, sem que seja considerado deserto o recurso ordinário. 
 
IV - DA DOUTRINA 
Apesar de controvertida, a gratuidade de justiça à Pessoa Jurídica é reconhecida pela 
doutrina e jurisprudência há muito tempo. No entanto, o que muito se discutia até a vigência 
Reforma Trabalhista, era a exigência do depósito recursal por empresas beneficiárias da 
gratuidade, o doutrinador Leandro Paulen (2017, p. 121) assinala que: 
 “Entidades beneficentes são aquelas voltadas ao atendimento 
gratuito dos necessitados. Não é necessário que tenham caráter filantrópico, 
assim entendidas as que se mantêm exclusivamente por doações. Admite-se 
que financiam a atividade beneficente mediante outras atividades 
remuneradas, desde que não tenham fins lucrativos e que suas receitas 
sejam efetivamente aplicadas na beneficência, o que restou definido pelo 
STF também na ADI 2.028. As entidades sem fins lucrativos, não 
beneficentes, outrossim, são restritas a determinadas classes ou grupos e 
visam o auxílio mútuo. Buscam um padrão mínimo de vida dos associados, 
sem atender pessoas estranhas ao grupo” 
O mesmo magistério também diz (2017, p. 117) que: 
https://modeloinicial.com.br/peticao/11032987/Pedido-Justica-Gratuita-Pessoa-juridica-Novo-CPC
 
“As instituições de assistência social, também beneficiárias da imunidade, 
são aquelas que desenvolvem uma das atividades descritas no art. 203 da 
CF. Não se exige filantropia, ou seja, não se exige que atuem 
exclusivamente com pessoas carentes, de modo gratuito e universal e que 
dependam exclusivamente de donativos. Podem exercer atividade 
econômica rentável, desde que sem finalidade de lucro, ou seja, desde que 
revertam seus resultados para a atividade assistencial. Há impedimento à 
distribuição de lucros, esta sim descaracterizada a da finalidade assistencial 
e do caráter não lucrativo. Não se deve confundir, ainda, a ausência de 
caráter lucrativo com a obtenção de superávit, este desejável inclusive para 
as entidades sem fins lucrativos, de modo que viabilize a ampliação das 
suas atividades assistenciais. ” 
 A CLT, por seu turno, usou “entidades beneficentes” e “entidades sem fins lucrativos”, no 
§ 1º, do art. 2º, e filantrópica em outras passagens. Aliás, o art. 889, §9, reduziu em metade o 
depósito recursal para as entidades sem fins lucrativos, de modo a demonstrar o equívoco em 
tratar tudo como sinonímia. 
 
 V - DA JURISPRUDÊNCIA 
“ENTIDADES FILANTRÓPICAS. CARACTERIZAÇÃO. 
DEPÓSITO RECURSAL. ISENÇÃO. 
 As entidades beneficentes de assistência social, demonstrada 
determinadas características, são filantrópicas - não 
exclusivamente, embora nem todas as entidades filantrópicas, 
sejam, ao mesmo tempo, entidades beneficentes de assistência 
social. A agravante é entidade filantrópica, ainda que, 
simultaneamente, também seja entidade beneficente de 
assistência social, pelo que faz jus à isenção prevista no § 10 do 
art. 899 da CLT. 
 
(TRT-2 10003688420205020462 SP, Relator: MARIA DE 
LOURDES ANTONIO, 17ª Turma - Cadeira 2, Data de 
Publicação: 12/08/2021) ” 
 
 
VI - DOS PEDIDOS 
 
 Diante do exposto, requer que o presente recurso seja recebido sob o efeito devolutivo, que seja 
dado conhecimento e que se dê provimento para reformar a decisão denegatória e julgamento 
procedente a postulação do agravante. 
 
VII - DAS PROVAS 
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e 
seguintes do CPC. 
 
 
VIII – DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil), artigo 291, do CPC/2015. 
 
Termos que, 
Pede Deferimento. 
(Local e Data) 
Advogado 
OAB/UF

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