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PRÁTICA SIMULADA - CIVIL Aluna: Larissa de Souza Barbosa. Matricula: 2018041236896. Professora: Cristiane Dutra Prova AV2 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DE JUIZ DE FORA - MG. Processo nº: xxx CARLA PINHEIRO, brasileira, casada, contadora, com identidade nº XXX, inscrita no CPF sob o nº xxx, residente e domiciliada na rua: xxx, Nº XX, Bairro: xxx, na Cidade xxx, Estado xxx, CEP xxx, com endereço eletrônico XXXX, por meio do seu advogado, infra-assinado, vem apresentar à Vossa Excelência, apresentar sua: CONTESTAÇÃO Em face da AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICo, movida por VAGNER DIAS já devidamente qualificado, dizendo e requerendo o que se segue: I. BREVE SÍNTESE Trata-se de uma CONTESTAÇÃO perante uma AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO, ajuizada em 23/03/2018, a qual narra o Autor que no dia 17/07/2012 a Ré agindo maliciosamente, convenceu o senhor Augusto Dias, seu tio a doar um imóvel para ela no valor de R$ 200.000,00. Informa ainda, que seu tio em razão da idade, 90 anos na época em que foi firmado o negócio jurídico, estava emocionalmente debilitado e sem discernimento necessaro uma vez que acabara de perder esposa, sendo prejudicado com a doação, face a diminuição de sua renda mensal. Ocorre que, diferente do que foi narrado na inicial a ré que possui 70 anos é contadora do Senhor Augusto Dias há mais de 30 anos, e, também é amiga íntima da família. Ressaltando que a doação foi realizada como uma forma de gratidão por parte de Augusto, uma vez que a ré sempre cuidou dos negócios dele com zelo e honestidade, contratando empregada e o levando ao médico quando necessita. Vale lembrar que Augusto também doou outro imóvel para o Orfanato onde o mesmo foi criado, reservando para si o suficiente para sua necessidade, sendo que todas as doações efetivadas por Augusto têm cláusula de usufruto vitalício em favor do doador (Augusto) que embora idoso se encontra em plena capacidade mental, conforme atestado médico conferido há 02 meses. II. PRELIMINARMENTE: A. DA ILEGITIMIDADE DA PARTE Pelos fatos narrados na inicial, resta demonstrado que o AUTOR da demanda não apresentou nenhum documento de procuração aos autos, logo, não resta dúvidas acerca da ilegitimidade da parte demandada em figurar o polo ativo da presente demanda, uma vez que o mesmo não faz parte no negócio jurídico realizado. A propósito, se o Autor somente tem legitimidade para propor ação se é titular do direito a ser tutelado, de outro lado, somente pode ser demandado “o titular do interesse afirmado na pretensão”. (SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. São Paulo; Saraiva, 1º vol., 16ª ed., 1993, p. 167). A ilegitimidade da parte se tratando de matéria cogente, ou seja, refere às condições da ação, pela qual a sua inobservância conduz à carência de ação na forma do art. 485, inciso VI, do CPC/15. Conforme esclarece a doutrina: "Parte legítima é aquela que se encontra em posição processual (autor ou réu) coincidente com a situação legitimadora, 'decorrente de certa previsão legal, relativamente àquela pessoa e perante o respectivo processo litigiosos'." (DIDIER JR, Fredie. Curso Processual Civil. Vol. 1. 19ª ed. Editora JusPodivm, 2017. p. 387) Portanto, é a presente preliminar para requerer, com fulcro no Art. 337, inciso XI do Novo Código de Processo Civil, seja reconhecida e ilegitimidade ativa, extinguindo- se o processo sem julgamento de mérito. III. MÉRITO DA CONTESTAÇÃO A Contestante impugna todos os fatos articulados na inicial o que se contrapõem com os termos desta contestação, esperando a IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO PROPOSTA, pelos seguintes motivos. A. DA PRESCRIÇÃO Inicialmente insta consignar que a presente ação foi proposta apenas em 23/03/2018. Todavia, considerando tratar-se de um pedido de anulação do negócio jurídico que ocorreu no dia 17/07/2012, que o prazo prescricional é de 4 (quatro) anos, conforme preceitua o o artigo 178, inciso II, do Código Civil, que diz: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; /lei/CPC/codigo-processo-civil/art-485 /lei/CPC/codigo-processo-civil/art-485,inc-VI /lei/CPC/codigo-processo-civil III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. Nos termos do Art. 189 do código Civil, "Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206." Nesse sentido, é a conceituação da doutrina sobre a extinção da pretensão do direito material pela ocorrência da prescrição: "Prescrição. Conceito. Causa extintiva da pretensão de direito material pelo seu não exercício no prazo estipulado pela lei." (NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade. Código Civil Comentado. 12 ed. Editora RT, 2017. Versão ebook, Art. 1.196) Assim, considerando que o prazo prescricional iniciou em 17/07/2016, data em que nasce o direito ao titular, ou seja, tem-se configurada a prescrição do objeto, devendo ser sumariamente extinta a presente pretensão. B. DA DOAÇÃO É sabido que a idade avançada, por si só, não traduz perda da capacidade de discernimento dos fatos e dos atos da vida civil, não constituindo causa eficiente a retirar do idoso a possibilidade de manifestar sua vontade. Nesse sentido, podemos conceituar a doação como o ato de dar alguma coisa para uma outra pessoa, tornando a pessoa que recebeu dona desta coisa. Nos termos do Art. 538 do Código Civil: Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. /lei/CC/codigo-civil/art-189 /lei/CC/codigo-civil /lei/CC/codigo-civil/art-205 /lei/CC/codigo-civil/art-206 /lei/CC/codigo-civil /lei/CC/codigo-civil/art-1.196 Assim, podemos afirmar que após mais de 30 anos de dedicação da ré ao Senhor Augusto Dias, achou de bom grado doar, como forma de gratidão, uma vez que Carla sempre cuidou de seus negócios com zelo e honestidade. Conforme disposição expressa do Art. 540 do Código Civil, que diz: Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto. No entanto, vale ressaltar que Augusto também doou outro imóvel para o Orfanato onde o mesmo foi criado, reservando para si o suficiente para sua necessidade, respeitando disposição do Art. 548 do Código Civil, que diz: Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador. Salienta-se que além de não existir motivos de nulidade, todas as doações efetivadas por Augusto têm cláusula de usufruto vitalício em favor do doador (Augusto) que embora idoso se encontra em plena capacidade mental, conforme atestado médico conferido há 02 meses. IV - DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO Em atendimento ao artigo 318, VII combinação com o art. 334 do CPC requer o réu ao nobre Julgador o interesse na audiência de conciliação e mediação, para assim tentar resolver amigável o conflito. V - DO PEDIDO Diante do exposto, o réu requer a esse Juízo : 1 - O acolhimento da preliminar reconhecendo reconhecida e ilegitimidade da parte AUTORA, extinguindo-se o processo sem julgamento de mérito; 2 - O reconhecimento dos pedidos expostos no mérito, e a improcedência do pedido autoral; 3 - O acolhimento das contraposições às provas e argumentos trazidos e consequente declaração de IMPROCEDÊNCIA DA DEMANDA;4 - A condenação do Autor aos ônus da sucumbência. DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do Réu. Pede deferimento. Local, data, mês e ano. ADVOGADO OAB/UF
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