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DireitodeFamliaAula1ConceitoPrincpiosEvoluohistrica_20150913213754

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AULA 1
Direito de Família. Conceito. Objeto. 
Natureza. Importância do Direito de Família. Caracteres.
Princípios. Espécies. Noções históricas. 
CONCEITO DE FAMÍLIA – Derivada de Famulus, que significa ESCRAVO e que, por sua vez, originou-se da palavra Osca Famel, que significa SERVO. Isso porque, naquela época, o termo “família”, designava o conjunto de escravos, servos, que trabalhavam para a subsistência, bem como os parentes que se encontravam sob a autoridade do Pater Familias.
 
A noção romana, da palavra família, portanto, designava um imenso conjunto de pessoas, que se encontrava subordinada ao poder do pai. 
 
Assim sendo, depreende-se que, a origem da palavra decorre, por um lado, da idéia de subordinação (escravos e servos) e, de outro, do poder de mando;
 
Atualmente, a palavra família não possui um sentido unívoco, mas revela diferentes acepções:
 
Sentido Lato – abrange todos os indivíduos ligados por vínculo de consangüinidade, afinidade e, até mesmo, estranhos. Este é o sentido empregado pelo art. 1.412, § 2° CC.
Sentido Estrito – abrange os indivíduos ligados pelo vínculo de consangüinidade (linha reta e colaterais até o quarto grau) e afinidade. Art. 1.839 CC
 
Sentido Mais do que Estrito – abrange o cônjuge e sua prole. É o que, hoje, se denomina família nuclear. Art. 1.568 CC.
- CARACTERES DA FAMÍLIA – 
Biológico – é natural do ser
Psicológico – amor familiar
Econômico – realização material
Religioso – Instituição Moral e Ética
Político – Célula base do Estado
Jurídico – Normas reguladoras
Imprescritível, personalíssimo, irrenunciável, intransferível, normas cogentes (ordem pública), é imperativo.
O DIREITO DE FAMÍLIA:
É o complexo de normas que regula a celebração do casamento (e da união estável), sua validade e os efeitos, que dele(s) resultam, as relações pessoais e econômicas da sociedade conjugal (e do companheirismo), a dissolução desta, as relações entre pais e filhos, o vínculo de parentesco e os institutos complementares da tutela e da curatela (Clóvis Beviláqua) ou, simplesmente:
É O RAMO DO DIREITO CIVIL QUE REGE AS RELAÇÕES PESSOAIS, PATRIMONIAIS E ASSISTENCIAIS. NÃO TEM CONTEÚDO ECONÔMICO. É ORIENTADO POR INTERESSES MORAIS E BEM-ESTAR SOCIAL. A PROTEÇÃO É FUNÇÃO SOCIAL DO ESTADO. 
NATUREZA JURÍDICA: 
A natureza jurídica do Direito de Família é a de um grupo despersonalizado, uma instituição de direito personalíssimo que, mediante a iniciativa de um ato autônomo de vontade, sujeita-se a normas cogentes, de ordem pública, insuscetíveis de derrogação, visando regulamentar os interesses particulares e, ainda, indiretamente, os interesses do Estado.
Resumindo:
É ramo do direito privado, apesar de sofrer constante intervenção estatal;
É direito extrapatrimonial ou personalíssimo e, portanto, irrenunciável, intransmissível, não admitindo condição ou termo, nem mesmo ser exercido por meio de procurador. Suas normas são cogentes ou de ordem pública e suas instituições jurídicas são direitos-deveres.
PELO FIM TUTELAR É UM DIREITO QUASE PÚBLICO.
OBJETO – A própria família (matrimonial, natural ou extramatrimonial, substituta ou adotiva).
 
ORIGEM – FONTES DO DIREITO DE FAMÍLIA: DIREITO ROMANO E CANÔNICO.
Direito Canônico: Até o século XV existia, apenas, o casamento religioso. Por se tratar de um sacramento e, como tal, indissolúvel, foram estabelecidos uma séria de impedimentos que pudessem justificar a sua nulidade ou anulabilidade.
O casamento só se aperfeiçoava com a cópula carnal.
A separação de corpos era admitida, desde que previamente autorizada pelo Bispo e, apenas, em casos específicos (adultério, heresia, sevícias).
Após o século XIV passou a admitir a separação, com efeitos reduzidos (mantinha o dever de alimentos e de fidelidade);
Fim da Idade Média – Fortalecimento da Monarquia – Renascimento – O Estado passou a reivindicar suas competências. No início, ainda em consenso, Igreja e Estado concordaram em determinar a publicidade prévia, obrigatória, do casamento (evitar casamentos clandestinos) e a presença de testemunhas para o ato.
Minoria Católica – Estado passou a admitir, ao lado do casamento religioso, o casamento civil (instituído na França, em 1767). Era o início da separação entre a Igreja e o Estado. 
Provém do DIREITO CANÔNICO: a natureza contratual do casamento, o consentimento dos nubentes, a formalização do ato religioso por meio de autoridade competente, os impedimentos matrimoniais, os esponsais e, ainda, a indissolubilidade do vínculo matrimonial.
 
Direito Português: Reconhecia três espécies de casamento: o realizado perante a autoridade eclesiástica, o marido conhecido (com a devida publicidade, mas sem a intervenção da autoridade religiosa), o casamento de consciência ou de morganheira (sem publicidade, as partes viviam como marido e mulher, mas sem o reconhecimento legal).
No direito português, diante do silêncio das partes, quanto ao regime de bens, a ser adotado no casamento, vigorava o chamado carta à metade, que era uma espécie de comunhão universal de bens.
Diante da preocupação em preservar os bens do casal, o direito português determinou, ainda, a necessidade de outorga, para a venda de imóveis, qualquer que fosse o regime de bens adotado no casamento.
Meados do séc. XIX – Lei 1.144 de 11/09/1861 determinou que se desse efeitos civis aos casamentos religiosos realizados por não católicos, desde que devidamente registrados.
NO BRASIL – A proclamação da República e a separação entre a Igreja e o Estado, provocou, com a publicação da primeira Constituição Republicana, a declaração de reconhecimento, tão só, do casamento civil. Art. 72, § 4°.
 
A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988 trouxe profundas modificações:
 - reconheceu a união estável entre homem e mulher, como entidade familiar;
 - estabeleceu a igualdade do homem e da mulher, no exercício dos direitos e dos deveres, referentes a sociedade conjugal;
 - reconheceu idênticos direitos e deveres aos filhos, proibindo qualquer espécie de discriminação.
 
Desse modo, conclusivo que o conceito de família foi ampliado, a fim de abranger toda espécie de família, protegendo-a e tutelando os seus direitos.
Transformação do direito de família
 
ESTATIZAÇÃO – crescente ingerência do Estado, nas relações familiares, com uma tendência a publicização;
RETRAÇÃO – redução do grupo familiar, restringindo-se a pais e filhos. Substituição da família patriarcal pela família nuclear;
DESENCARNAÇÃO – substituição do elemento carnal ou biológico, pelo elemento psicológico e afetivo;
DESSACRALIZAÇÃO – desaparecimento do elemento sagrado;
DEMOCRATIZAÇÃO - transformação de uma sociedade igualitária e substituição da hierarquia pelo companheirismo;
COMO ERA
COMO FICOU
Família legítima
Reconhecimento de outras “espécies” de família
Homem ≠ Mulher
Igualdade entre os sexos
Categorização dos filhos
Paridade de direitos e deveres
Indissolubilidade Matrimonial
Divórcio
Proscrição do Concubinato
Reconhecimento de Uniões Estáveis
PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA:
PRINCÍPO DA IGUALDADE JURÍDICA DOS CÔNJUGES E COMPANHEIROS: 1511, CC, 226, § 5º E 5º, I, CF;
PRINCÍPIO DA IGUALDADE JURÍDICA DE TODOS OS FILHOS: 227, § 6º, CF;
PRINCÍPIO DO PLURALISMO FAMILIAR: 226, CAPUT, §§ 3º E 4º, CF;
PRINCÍPIO DA CONSAGRAÇÃO DO PODER FAMILIAR: 1630-1638, CC;
PRINCÍPIO DA LIBERDADE: 1513, 1565, 1639, 1634, CC, 5º CAPUT, CF;
PRINCÍPIO DO RESPEITO À DIGNIDADE HUMANA: 1º, III,CF;
Princípio da liberdade ou não intervenção ou intervenção mínima (arts. 1.513, 1.565, 1.639 do CC e 5º, caput, CF);
Princípio da solidariedade familiar (art. 3º, I, CF);
Princípio do pluralismo familiar* (art. 226, caput, §§ 3º e 4º, CF);
PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DA FAMÍLIA E DA AFETIVIDADE.
QUESTÃO RELATIVA AOS PRINCÍPIOS DO NOVO DIREITO DE FAMÍLIA:
 
1) SÃO PRINCÍPIOS DO NOVO DIREITO DE FAMÍLIA BRASILEIRA: 
A) LIBERDADE, PÁTRIO PODER E PLURALISMO FAMILIAR;
B) LIBERDADE, PODER FAMILIAR E PLURALISMO FAMILIAR E CONJUGAL;
C) LIBERDADE, PODER FAMILIAR E PLURALISMO FAMILIAR;
D) IGUALDADE DOS CÔNJUGES E COMPANHEIROS, LIBERDADE, IGUALDADE JURÍDICA DOS FILHOS NATURAIS E PÁTRIO PODER. 
 
 
BIBLIOGRAFIA:
- CÓDIGO CIVIL/2002
- CONSTITUIÇÃO FEDERAL
- DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. v. 5. São Paulo: Saraiva.
- VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. v. VI. São Paulo: Atlas.

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