Buscar

01- SINJUR - Introdução

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

por Neuzyanne Gurgel 
Introdução 
Direito das Famílias – Rodrigo da Cunha Pereira – 2020 
Direito Civil Brasileiro: Direito de família – Carlos Roberto G. 
Definição 
No que concerne a família ressalta-se: o art. 226, § 8 da CF/88 
“A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 
§ 8º - O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de 
cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a 
violência no âmbito de suas relações.” Concomitantemente a 
Resolução 175 do CNJ “Dispõe sobre a habilitação, celebração de 
casamento civil, ou de conversão de união estável em casamento, 
entre pessoas de mesmo sexo.” Além da ADI 4277, que reconhece 
a união homoafetiva como entidade familiar equiparando-a com 
o regimento jurídico da união estável. 
 
Ramo de direito privado, já que se trata de relacionamentos entre 
particulares, porém contém elementos e princípios que estão 
intrinsecamente ligados ao direito público (crianças, 
adolescentes, incapazes). A Giselda Hironaka traduz que o direito 
familiar é um ramo de conhecimento que vem a justificar os laços 
sejam eles consanguíneos, civil ou até mesmo afetivo, guiados 
sobre os princípios constitucionais. 
 
Trata-se da diversidade e sua seguridade jurídica no conceito de 
família, hoje muito diversificado, buscando compreender e 
respeitar todas as formas possíveis de união, além de assegurá-
las juridicamente. 
 
O conceito de família hoje pode ser classificado em diversos tipos 
sejam eles, homem e mulher; homem e homem; mulher e mulher; 
pai e pai; pai e mãe; mãe e mãe. 
 
A CF/88 elencou a revolução no direito família trazendo eixos 
importantíssimos como o casamento, união estável e as famílias 
monoparentais. 
 
Amor é amor, relacionamentos são jurídicos. 
 
Princípios 
Igualdade 
Princípio constitucional. 
• Art. 226, §5°, CF/88: Os direitos e deveres referentes 
à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo 
homem e pela mulher.; 
• Art. 227, §6°, CF/88: Os filhos, havidos ou não da 
relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos 
direitos e qualificações, proibidas quaisquer 
designações discriminatórias relativas à filiação; 
• Lei 13058/14: Altera os arts. 1.583, 1.584, 1.585 e 1.634 
da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), 
• para estabelecer o significado da expressão “guarda 
compartilhada” e dispor sobre sua aplicação. 
Baseado no art. 226 da CF/88 traz um rol exemplificativo de 
família (casamento, união estável, monoparental), não é taxativo 
justamente pelo conceito ser pautado no afeto. 
Dignidade da Pessoa Humana 
Busca-se efetivamente resguarda e respeitar a individualidade, 
além de ser um princípio basilar do direito. 
• Art. 1°, III, CF/88: A República Federativa do Brasil, 
formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos: III - a 
dignidade da pessoa humana; 
Exemplo que fere esse princípio é omitir do seu parceiro em um 
relacionamento acerca de poder ser transmissora de doenças 
transmissíveis, como é o caso de ser soro positivo e não 
informar. 
Existe diversos tipos de guarda como: unilateral, compartilhada, 
livre, reconhecimento de guarda e etc. 
Vedação ao retrocesso 
 
Solidariedade familiar 
Afetividade 
Ambos princípios estão correlacionados. 
• Art. 3°, I, 3° figura da CF/88: Constituem objetivos 
fundamentais da República Federativa do Brasil: I - 
construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
• Art. 226, §8° CF/88: O Estado assegurará a assistência 
à família na pessoa de cada um dos que a integram, 
criando mecanismos para coibir a violência no âmbito 
de suas relações. 
Proteção ao idoso 
 
por Neuzyanne Gurgel 
• Art. 229 da CF/88: Os pais têm o dever de assistir, criar 
e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o 
dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência 
ou enfermidade; 
• Art. 230 da CF/88: A família, a sociedade e o Estado têm 
o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando 
sua participação na comunidade, defendendo sua 
dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à 
vida. 
Plena proteção das crianças e adolescentes 
• Art. 227 CF/88: É dever da família, da sociedade e do 
Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, 
com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, 
à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los 
a salvo de toda forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência, crueldade e opressão; 
• Art. 1583 CC/02: A guarda será unilateral ou 
compartilhada. 
Intervenção mínima: 
• Art. 226, §7° CF/88: Fundado nos princípios da 
dignidade da pessoa humana e da paternidade 
responsável, o planejamento familiar é livre decisão do 
casal, competindo ao Estado propiciar recursos 
educacionais e científicos para o exercício desse 
direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de 
instituições oficiais ou privadas. 
História 
Sabendo que o direito surgiu para viabilizar a convivência social 
é de suma importância que ele acompanhe a evolução humana, 
se adaptando as novas questões surgidas. 
Em muitos momentos houve-se a confusão entre família e o 
casamento, sendo ligados, mas não estritamente restringidos, no 
art. XVI §3° da Declaração Universal dos direitos do homem 
afirma que a família é um núcleo natural e fundamental da 
sociedade e por isso tem direito a proteção. 
No Brasil, o conceito de família era tratando entre pais e filhos 
com um casamento regulamentado pelo Estado, contudo, com o 
advento da Constituição de 1988 esse conceito foi ampliado de 
modo a abranger também a união estável (art. 226). 
Segundo Paulo Lôbo, essa é uma síntese do direito de família no 
Brasil: 
Colônia ao 
Império 
1500 a 1889 Religioso – direito 
canônico 
Proclamação da 
República a 
Constituição 
1889 a 1988 Redução do 
modelo patriarcal 
 
Hodiernamente 
1988 até a 
atualidade 
Direito de família 
plural, igualitário 
e solidário 
 
Em 1960, Miguel Reale a pedido do Ministro da Justiça Luis Antonio 
Gama e Silva, se responsabiliza a criar o Código Civil Brasileiro, 
posteriormente em 1969, Miguel Reale juntamente com outros 
pensadores (José Carlos, Agostinho Arruda, Sylvio Marcondes, 
Erbert Chamoun, Torquato Castro e Clóvis do Couto) para 
realizar o Código. 
Levou cerca de 26 anos para ser aprovada (PL 634/1975), com 
um grande volume de emendas e uma votação simbólica (42%), 
além de ser promulgada sem a devida eficiência, já que deixava 
de abordar diversos temas pertinentes, assim afirma a crítica de 
Caio Mário. 
➢ Lei 10.406/2002. 
 Em 1997 surgiu o IBDFAM – Instituto Brasileiro de Direito de 
Família, reunindo diversos juristas e pensadores críticos 
contemporâneos. 
Com a IBDFAM, há se diversas novas interpretações mais 
atualizadas como o conceito pluralista de família, o arranjo 
familiar não ser mais restringido apenas ao casamento, mas 
como a união estável, processos adotivos, relações homoafetivas 
e principalmente, a afetividade. 
O Estatuto das Famílias (PL 2.285/2007) buscou modernizar a 
legislação ao tangente sobre direito de família. 
Conceito 
 O conceito de família é cada vez mais plural. Os arranjos 
familiares da sociedade moderna não mais decorrem apenas do 
matrimônio. A união estável, entre pessoas do mesmo sexo ou 
não, famílias monoparentais, adoções e a comprovação de 
paternidade via testes de DNA atestam que as mais diversas 
formas de relação familiar tornam a vinculação afetiva mais 
 
por Neuzyanne Gurgel 
importante na abrangência e nas novas definições do conceito de 
família. 
Inovações da CF/88 
→ Família Plural (casamento – art. 226 §1°, união estável 
– 226, §3° e monoparentalidade – art. 226 §4°); 
→ Igualdadede filiação ( Lei 12.010/09, ADI 4277/09, ADPF 
132/08, resolução CNJ n° 175); 
→ Princípio da igualdade entre homens e mulheres. 
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável 
entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, 
contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de 
constituição de família. 
§1° A união estável não se constituirá se ocorrerem os 
impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso 
VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou 
judicialmente. 
§2° As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a 
caracterização da união estável. 
Com nova interpretação do STF não há limitações quanto ao 
gênero e a constituição familiar. 
A família nas constituições brasileiras 
O texto constitucional de 1988 sofreu certa influência dos 
movimentos sociais acontecidos na década de 60 e 70, 
reconhecendo principalmente, a pluralidade familiar. 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do 
Estado. 
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração. 
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil nos termos da lei. 
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união 
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, 
devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. 
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade 
formada por qualquer dos pais e seus descendentes. 
 
 O STF declarou baseado no princípio da dignidade da 
pessoa humana, que as pessoas citadas no texto legal 
supracitado têm rol exemplificativo, tomando o conceito familiar 
como base de afetividade incluindo todas as novas estruturas 
sejam elas parentais ou conjugais. 
Família Plural 
→ Casamento – art. 226 §1° da CF/88 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do 
Estado. 
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração. 
 
→ União estável – art. 226 §3° da CF/88 
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união 
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, 
devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. 
Com a ADI 4277/99 e a ADPF 132/08 requereu a adequação do 
art. 1723 da CC/02. 
Há-se a necessidade de reconhecimento jurídico para que os 
relacionamentos e seus frutos pudessem estar assegurados e 
livres na sociedade civil, em casos homoafetivos – antes do 
reconhecimento -um casal não poderia matricular seu filho 
adotivo entre outros empecilhos. 
Por isso, a união estável, e o reconhecimento da homoafetividade 
é de suma importância para a livre convivência em sociedade 
civil.. 
→ Monoparentalidade – art. 226 §4° da CF/88 
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade 
formada por qualquer dos pais e seus descendentes. 
Extinguindo-se o pensamento arcaico de pai/mãe solteira. 
→ Igualdade de filiação – art. 227 §6° da CF/88. 
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar 
à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o 
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade 
e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo 
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, 
violência, crueldade e opressão. 
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por 
adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas 
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. 
 
• Com ressalva na nova lei de adoção – Lei n° 12.010. 
 
→ Princípio da igualdade entre homens e mulheres – art. 226 
§5°da CF/88 e art. 1511 do CC/02, 
 
por Neuzyanne Gurgel 
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são 
exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. 
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com 
base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. 
 A resolução 175 do CNJ, tem um efeito chamado mutação 
constitucional, ou seja, altera-se a interpretação de um 
determinado disposto legal que não é alterado, nesse caso não 
se limita a união estável apenas a homem e mulher, e sim ao 
casal. 
Art. 1º É vedada às autoridades competentes a recusa de 
habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de 
união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo. 
Art. 2º A recusa prevista no artigo 1º implicará a imediata 
comunicação ao respectivo juiz corregedor para as providências 
cabíveis 
Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Em síntese 
O conceito familiar era pautado em uma estrutura 
patricarcalista, consanguínea e monogâmica, nos dias atuais, a 
família abandona os laços restritivamente biológicos e acopla os 
laços afetivos que tenham intenção de estabilidade, coabitação e 
inserção em projetos comuns com interesse em constituir um 
núcleo familiar prestativo e solidário. 
→ Criticado pelo doutrinador Marcos Túlio de Carvalho Rocha 
entendendo que é importante para compor o núcleo, mas 
não essencial. 
Família Hodierna 
Constitui-se pelos que se sentem família, ladeados de vínculos 
afetivos e limitados as noções de parentesco. 
Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha: 
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e 
familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no 
gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou 
psicológico e dano moral ou patrimonial: 
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço 
de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, 
inclusive as esporadicamente agregadas;

Outros materiais