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Cafeicultura - Resumo

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CAFEICULTURA PARA A AGRICULTURA FAMILIAR
Café: segunda maior commodity mundial em valor de mercado, atrás somente do petróleo. Cafés especiais: intimamente ligado ao prazer proporcionado pela bebida. Destacam-se por algum atributo específico: qualidade superior da bebida, história, origem do plantio, variedades raras, ou ainda atributos que se relacionam a sustentabilidade econômica, social e/ou ambiental. Mudanças no processo industrial como a adição de aromatizantes, ou ainda a subtração da cafeína, também caracterizam o produto como café especial.
· Café e a agricultura familiar
· Dificuldades: elevado custos de produção, variações de produtividade, aumento das pressões econômicas;
· Tendências: Aumentar a qualidade (condução, colheita e processamento) e processos de certificação.
Muitos produtores optam pela venda direta do grão, que remunera em até 40% a mais do que a venda do tradicional café como commodity. A venda é feita diretamente para empresas (mistura de grãos) torrefadoras e cafeterias especializadas.
BOTÂNICA E MORFOLOGIA DO CAFEEIRO
Coffea arabica (Café arábica) e Coffea canephora (Café robusta): as únicas cultivadas em grande escala no mundo e representam praticamente 100% de todo o café comercializado. Arábica (70%) e Robusta (30%)
Figura: Local de origem da espécie Coffea arabica
Altitudes de 1.600 a 2.800 m, temperatura média anual de 20ºC, precipitação de 1.600 a mais de 2.000 mm (Fonte: http://www.cetcaf.com.br).
Figura: Local de origem do Coffea canephora
Altitude de até 1.200 m, temperaturas médias anuais entre 24 e 26ºC; precipitação superior a 2.000 mm. (Fonte: http://www.cetcaf.com.br)
Café Robusta: apresenta caule ramificado, é tolerante a temperaturas mais elevadas e déficit hídrico (cultivar Conillon), muito comercializado para países árabes, utilizado para café solúvel e em blends (misturas) com o café arábica e apresenta maior teor de cafeína.
· Morfologia: planta arbustiva ou arbórea;
· Ramos dimórficos; relacionado com a direção de seu crescimento.
- Ortotrópicos: crescem em direção vertical (hastes ou troncos).
- Plagiotrópicos: saem das hastes e crescem na lateral (ramos produtivos).
Ramos plagiotrópicos a ramos terciários aumentando a área produtiva do cafeeiro: palmetamento.
A Cultivar Conillon (C. canephora): quando submetido a podas contínuas dos ponteiros e a constantes desbrotas, dá origem a ramos ortotrópicos saídos de ramos laterais
· Folhas: opostas, coriáceas e persistentes. 
Ramos laterais e nas axilas das folhas: formam as gemas florais  origem a floração e frutificação.
· Flores: hermafroditas em todas as espécies;
Polinização cruzada: 7 a 15% de no café arábica e autofecundação em 100% no café robusta.
· Sistema radicular: pivotante; 
Raízes superficiais são finas e localizadas em sua maioria de 70 a 80% até 40 cm de profundidade.
ETAPAS FENOLÓGICAS DO CAFEEIRO
Tabela: Etapas fenológicas do café nos dois primeiros anos
	
	Jan
	Fev
	Mar
	Abr
	Mai
	Jun
	Jul
	Ago
	Set
	Out
	Nov
	Dez
	1º ano
	1ª fase: Vegetação
	2ª fase: Indução e desenvolvimento das gemas florais nos ramos do ano
	3º fase: Dormência das gemas maduras
	4ª Fase:
Floradas,
chumbinhos
(Expansão dos
frutos)
	2º ano
	5ª fase:
Granação
(formação das
sementes)
	6ª fase:
Maturação dos
frutos
	7ª fase:
Colheita
	8ª fase:
Senilidade dos
ramos e nova
vegetação
Fonte: CAMARGO (1998)
· Que fatores são responsáveis pelo florescimento do cafeeiro?
O início da formação dos botões florais depende do fotoperíodo de dias curtos.
· Os botões formados crescem até cerca de 6 a 8 mm e cessam o seu crescimento, entrando em dormência permanecem até que haja um período seco seguido de chuva para crescerem rapidamente até a sua abertura de flores (10 dias após a chuva).
· Fenômeno controlado pela presença de ácido abscísico (ABA) que inibe o crescimento e o ácido giberélico (AG3) que o promove. 
Déficit de água nos tecidos do botão resulta em acúmulo de ABA enquanto que água em abundância reduz o teor de ABA e aumenta, ao mesmo tempo, o teor de AG, que promove o crescimento dos botões.
· Temperaturas ambiente muito elevada, combinada com seca muito prolongada durante a dormência dos botões, provoca o aparecimento de botões anormais, abortadas, chamadas de estrelinhas.
Figura: Estádios da floração e da frutificação do cafeeiro
Fonte: CANNELL (1983)
Tabela: Estádios de desenvolvimento do botão do cafeeiro.
	Estádio
	Aspecto
	Características
	E1
	
	Inchaço dos entrenós com presença de espículas
	E2
	
	Tamanho de 2 mm com botão floram indiferenciado de cor verde, coberto por espículas e presença de mucilagem cor âmbar
	E3
	
	Tamanho de 2,6 mm, botões florais em desenvolvimento sobressaindo as espículas
	E4
	
	Tamanho de 4,4 mm, botões florais verde claro no estádio de dormência 
	E5
	
	Tamanho de 6-10 mm, botões florais de cor branca próximos à abertura 
	E6
	
	Flores 
Fonte: WOMER & GUITUANA (1970).
· Fases fenológicas da frutificação do cafeeiro (arábica):
· Florada e expansão dos frutos
· Granação
· Maturação e início de colheita
· Colheita e dormência das gemas
· Crescimento do fruto de café:
1. Período sem crescimento visível (fase chumbinho)  6 semanas
2. Fase de expansão rápida, ao longo da qual o endocarpo endurece (pergaminho); desde a antese até o fruto verde chegar ao seu tamanho máximo  4 a 6 meses
3. Formação do endosperma, ocorre durante a parte final da fase de expansão (endosperma leitoso);
4. Endurecimento do endosperma, que continua até antes da maturação (granação);
5. Maturação  toma 2 ou mais meses (depende de condições ecológicas e do cultivar)
· Bienalidade da produção:
1. Iniciação floral abundante; (muitas gemas e flores)
2. Baixa taxa de abscisão de frutos; (a planta de café não derruba tantos frutos).
3. Manifestação da força de drenagem das reservas de forma prioritária pelos frutos; (endosperma das sementes é um dreno primário)
4. Desbalanço na razão folha/fruto, e, em consequência, uma competição entre o
crescimento reprodutivo e o vegetativo; (este último prejudicado com carga alta)
5. Nessa condição verifica-se o depauperamento, a seca de ramos e morte de raízes; (não se observa seca de ramos em cafeerios jovens ou com frutos raleados)
A seca de ramos é mais expressiva nos anos de safra alta, agravada por aspectos nutricionais e por ataques de pragas e doenças. A lavoura fica com suas plantas estressadas pela carga, cresce menos e produz menos no ano seguinte. Como há queda de folhas e seca de ramos, o florescimento e frutificação são baixos. A produtividade é baixa no segundo ano.
Sobram energia e recursos para o crescimento vegetativo. Com o bom crescimento vegetativo, há maior floração e frutificação. A produção é elevada. O ciclo bienal é mais pronunciado em lavouras mal nutridas, mal tratadas, comum em áreas de cerrado, onde, em casos graves, a lavoura leva de 2 a 3 anos para se recuperar após uma boa produção.
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS
Tabela: Aptidão do plantio de café
	Aptidão
	Temperaturas médias anuais (em ºC)
	Deficiências hídricas 
(em mm)
	
	Café arábica
	Café robusta
	Café arábica
	Café robusta
	Regiões aptas
	19-22
	22-26
	< 100
	< 200
	Regiões marginais
	18-19/22-23
	21-22
	100-200
	200-400
	Regiões inaptas
	< 18 e > 23
	< 21
	>200
	>400
Fonte: MATIELO el al. (2005)
· Temperatura: Temperaturas ótimas para o crescimento do cafeeiro jovem (C. arábica) são de cerca de 30°C durante o dia e 23°C à noite;
- Após 1,5 anos: diurnas em torno de 23ºC e noturnas 17°C.
- Máxima fotossíntese: 24°C, com decréscimo de 10% com o aumento de cada grau.
- Sistema radicular: temperatura do solo na faixa de 24-27°C; > 33°Cprejuízo no desenvolvimento do cafeeiro.
- Flores: 23°C de dia e 17°C à noite; (a formação decresce em temperaturas mais elevadas, chegando até a falta de floração quando as temperaturas atingem 30°C de dia e 23°C à noite).
Em regiões com temp. médias anuais superiores a 23°C: pode ocorrer problemas de frutificação por abortamento das flores e formação de estrelinhas nos cafeeiros arábica, prejudicando sua frutificação. Abortamentosó ocorre quando falta umidade no solo no período pré-florada, variando ainda com o material genético, sendo as plantas compactas, de porte baixo, como o Catuaí, pouco susceptíveis de abortamento.
Regiões com temperaturas mais elevadas exigem mais água.
Temperaturas baixa, abaixo de 2°C, levam à queima dos tecidos do cafeeiro, por geadas ou ventos frios, podendo atingir folhas, ramos e o próprio tronco do cafeeiro.
Nas regiões quentes (23-24°C), a face do cafeeiro voltada para o sol da tarde produziu 64% em relação à face voltada para o leste.
Maturação também é acelerada no lado batido pelo sol da tarde (76% de maduros, contra 45%, em junho) e a presença de grãos moca também é maior na face mais quente.
· Regime hídrico: Exigência variável, de acordo com as fases do ciclo da planta.
- Vegetação e frutificação (out. a mai.): umidade disponível no solo;
- Colheita e repouso (jun. a set.): o solo pode ficar mais seco sem grandes prejuízos;
- Regiões mais secas, produzem cafés de melhor qualidade.
- Chuvas anuais > 1200 mm: adequadas ao bom desenvolvimento do café arábica;
Deficiências de até 150 mm, no período de junho a setembro podem ser bem suportadas pelo cafeeiro arábica e, até 400 mm, de forma marginal, pelas variedades robusta.
Solos profundos, com boa capacidade de retenção de água disponível para o cafeeiro, atenuam o efeito das deficiências hídricas, ficando as plantas com maior volume à disposição do seu sistema radicular. Também as diferenças do comportamento entre espécies e cultivares, mais tolerantes à seca, permitem o aproveitamento dessas características em regiões menos adequadas
Como as etapas fenológicas se relacionam com a disponibilidade de água, luz e nutrientes?
Figura: Aspectos gerais do desenvolvimento reprodutivo e vegetativo de plantas de café. Viçosa, MG.
PRINCIPAIS CULTIVARES DE Coffea arabica
Mundo Novo e Catuaí: 80-85 % da produção nacional
- Plantas de porte alto: Mundo Novo (IAC 376-4, IAC 388-17; IAC 464, IAC 379-19)
- Plantas de porte baixo: Catuaí vermelho (IAC 99, IAC 44, IAC 81, IAC 144) e Catuaí Amarelo (IAC 62, IAC 86, IAC 100)
Fonte: CARVALHO et al. (2008)
Fonte: CARVALHO et al. (2008)
Fonte: CARVALHO et al. (2008)
Fonte: CARVALHO et al. (2008)
· Tupi: IAC 1669-33: porte baixo; internódios curtos; brotos novos de coloração bronze; frutos vermelhos e de maturação precoce; sementes com peneira média em torno de 17; resistente à ferrugem. Indicado preferencialmente para plantios adensados, superadensados ou em renque
· Apoatã: IAC 2258: Porta-enxerto resistente aos nematoides Meloidogyne exigua, M. incognita, M. paranaensis e à ferrugem; vigoroso e abundante sistema radicular; sementes graúdas e de bom aspecto.
· IAC 125 – RN (Lançamento 2013): Resistente a ferrugem e as raças 1 e 2 de nematoide Meloidogyne exigua, exigente em água.
· Tipos de mudas:
Sementes: semeadura direta nos recipientes ou indireta nos leitos de areia, com posterior
repicagem das mudas para a embalagem
Estacas: podem ser produzidas a partir das hastes ou ramos ortotrópicos, com o aproveitamento de uma ou duas mudas para cada nó, sendo estas enraizadas e conduzidas
em viveiros por microaspersão.
Os diferentes estádios de germinação estão compreendidos em semente, esporinha, joelho, palito de fósforo, orelha de onça, orelha com início de emissão do primeiro par de folhas definitivas (MATIELLO et al., 2005; SANTINATO & SILVA, 2001).
Idade das mudas: muda de ano - semeadura agosto/setembro
Desvantagens: Maior custo, maior volume de substrato
- Muda de meio ano – semeadura maio/setembro e transplante no campo dez/mar
Vantagens: menor custo, menor volume de substrato, germinação no período seco com T°C amena menor risco de tombamento.
· Preparo e conservação de sementes
· Obtidas em fazendas experimentais de órgão de pesquisa/propriedades registradas
· Própria fazenda
· Frutos colhidos maduros, separados em água dos chochos e parte dos brocados
Recipientes: Sacolinhas plásticas
Tubetes: Vantagens: pouca área no viveiro, menor contaminação de pragas e doenças de solo e bom desenvolvimento do sistema radicular Desvantagens: custo mais alto, uso de substrato artificial e irrigação com gotas mais finas;
Aclimatação: as mudas são produzidas em condições de sombra e com bastante água, antes dessa planta ir para o campo, a luz deve ser inserida aos poucos e a água reduzida. Processo necessário para que a planta se “adapte” as condições de campo, reduzindo o estresse após o transplantio.
CERTIFICAÇÃO ORGÂNICA
Procedimento pelo qual uma certificadora, devidamente credenciada MAPA e “acreditada” (credenciada) pelo Inmetro assegura por escrito que determinado produto, processo ou serviço obedece às normas e práticas da produção orgânica.
Como perceber as qualidades do produto orgânico? 
· Aparência e sabor 
· Qualidade nutricional 
· Tempo de armazenamento 
· Ausência de resíduos 
· Ausência de transgênicos e radiações ionizantes 
· Impacto ambiental da produção 
· Relações sociais 
· Sustentabilidade do sistema de produção
· Por que certificar? 
· Desconexão entre produtores e consumidores; 
· Qualidade do produto orgânico não pode ser percebida no momento da compra; 
· Segurança para os consumidores quanto à qualidade do produto; 
· Garante que o produto seja efetivamente produzido conforme as orientações;
· O selo/certificado será capaz de transmitir estas informações ao consumidor; 
· Proteção dos falsos orgânicos; 
· Novas oportunidades de mercados para os agricultores 
MAPA: credencia, acompanha e fiscaliza os organismos de certificação que, mediante prévia habilitação do Ministério, farão a certificação da produção orgânica e deverão atualizar as informações dos produtores para alimentar o Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (todo produtor orgânico deve fazer parte). Estes órgãos certificadores, antes de receberem a habilitação do Ministério, passam por processo de acreditação do Inmetro. No exterior, o órgão que credencia as certificadoras é a IFOAM (International Federation of Organic Agriculture Movements).
· Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica - SISORG 
Órgão criado para identificar e controlar a produção nacional de alimentos orgânicos, composto pelos órgãos da administração pública federal e pelos Organismos de Avaliação da Conformidade (OAC), que são acreditados pelo Inmetro. Concede o selo de produto Orgânico Brasil.
Legislação e regulamentos “Controle da produção orgânica”
- Lei n. 10.831/03 – Lei da Produção orgânica
- Decreto n. 6.323 – Regulamenta a Lei da Produção orgânica
- Instrução normativa n. 19/2019 – aprova mecanismos de controle e informação da qualidade orgânica.
Para a comercialização de produtos orgânicos, é necessário acompanhamento da produção por meio de: 
· Certificação por auditoria: individual ou grupos de produtores;
· Sistemas participativos de garantia: OPAC (uso do selo) e OCS (venda direta).
- Controle social: geração de credibilidade organizado por pessoas que trabalham com comprometimento e seriedade com participação direta dos membros em ações coletivas;
- Responsabilidade solidária: todos se comprometem com o cumprimento das exigências técnicas para a produção orgânica e responsabilizam-se de forma solidária nos casos de não-cumprimento delas por alguns de seus princípios (visão compartilhada, participação, transparência, processo pedagógico, confiança, horizontalidade) 
· Controle social pela venda direta
· Identificação de produtos orgânicos processados
· Produtos com 95% ou mais de ingredientes orgânicos: Selo SisOrg, pode usar o termo “orgânico”
· Produtos com 70% a 95% de ingredientes orgânicos: não pode usar o selo SisOrg, mas pode citar o rótulo com “produto com ingredientes orgânicos”
· Produtos com menos de 70% de ingredientes orgânicos: não usa o selo SIsOrg e nem ter nenhuma expressão que remeta a qualidade orgânica, apenas o quanto de ingrediente orgânico tem na composição.
· Princípios da Agricultura Orgânica
· Respeito à natureza 
· Diversificação de culturas 
· Solo é um organismo vivo 
· Independência dossistemas de produção 
· Implantação da lavoura 
· Escolha das mudas: boa procedência 
A qualidade da semente é fundamental para a obtenção de boas mudas. O ideal seria obter sementes de instituições/cooperativas/viveiristas registrados e inspecionados pelos órgãos de defesa sanitária vegetal. 
· Preparo da área de plantio: Cultivo mínimo, práticas de conservação de solo (terraceamento, plantio em curvas de nível, cordões vegetais, quebra ventos)
Minimizar reversão da camada arável do solo e a desagregação de sua estrutura. Arados de discos e enxadas rotativas devem ser evitados, pois expõem o solo à erosão e a altas temperaturas.
- Calagem de acordo com análise de solo em área total seguindo Boletim 100 
pH bom: 6 – 6,5, calcário calcítico, magnesiano ou dolomítico na relação 4:1 (Ca/Mg)
- Correção: calcário área total 
Abra berços (40x40x40) e coloque o calcário. Depois P + K + composto. 
P (farinha osso, yorin (termofosfato), fosfato natural (pó de rocha)), K (cinza, rocha com alto teor de K, cloreto de potássio extraído sem produto químico), N (torta de mamona e cuidado com esterco de galinha/gado).
· Manejo: Adubação verde (melhorar a estrutura do solo, fixação de N, formação de palhada para jogar no pé e não ter que ficar capinando – anotar tudo no plano de manejo).
· Condução: Manejo do mato, acompanhamento desenvolvimento da lavoura, adubação verde, análises de solo e correções. 
· Controle alternativo de fitopatógenos e pragas: Principais defensivos alternativos: 
- Biofertilizantes líquidos: Suplemento de micro e componentes não específicos influenciando na resistência das plantas ao ataque de pragas e doenças, regulando e tonificando o metabolismo. Substâncias com ação fungicida, bactericida e/ou inseticida presentes em sua composição.
- Caldas de preparo caseiro: Calda sulfocálcica (cálcio + enxofre): efeito fungicida; ação sobre ácaros, cochonilhas e outros insetos sugadores, repelente sobre brocas. 
Calda bordalesa (cálcio + sulfato de cobre): ação fungicida 
Calda viçosa (bordalesa + Cu, Zn, Mn, B): controla diversos fitopatógenos, cercosporiose.
· Principais doenças 
Ferrugem (fungo Hemileia vastatrix)
Controle: Uso de cultivares resistentes e calda bordalesa (1%)
Cercosporiose (Cercospora coffeicola) 
Causas: deficiência nutricional principalmente na formação de mudas em substratos pobre, excesso de insolação e queda de temperaturas. 
Controle: plantios sombreados, calda bordalesa, calda viçosa, hidróxido de cobre
Antracnose (Colletotrichum coffeanum): 
Todas as espécies são suscetíveis; 
Controle: raramente eficiente; tratamento preventivo com calda bordalesa e viçosa a 1% quinzenalmente
Bicho mineiro (Perileucoptera coffeela): ataca as folhas
Controle: pulverização foliar com calda sulfocálcica (2,5%) ou óleo de nim (0,5%).
Broca-do-café (Hypothenemus hampei): ataca frutos em qualquer estado de maturação 
Controle: pulverizações foliares com Beauveria bassiana, na proporção de 1 a 2 kg/ha do produto em pó
· Plantas espontâneas: algumas são bioindicadoras; 
· Reciclam nutrientes das camadas mais profundas do solo para a superfície; 
· Podem promover descompactação do solo; 
· Protegem o solo da erosão e da insolação; 
· Aumenta a aeração e a retenção de água dos solos; 
· Aumenta a diversidade de espécies na área: auxilia no controle biológico;
· Quando cortadas podem ser utilizadas na preparação de compostos orgânicos e de biofertilizantes foliares; 
Controlar nos meses de florescimento e frutificação para diminuir competição por nutrientes e água. Controle preventivo: mais ecológico e barato. Ex: compostar esterco e diminuir sementes e propágulos. Controle mecânico: roçada, capina seletiva (espécies mais agressivas). Controle físico: cobertura morta ou viva do solo
MANEJOS DE PODAS EM SISTEMAS ADENSADOS
· Objetivos da poda:
· Recuperar as plantas que já não atendem técnica e economicamente ao padrão da cultura;
· Manter uma relação adequada de colheita e área foliar; 
· Estabilizar o nível de produção; 
· Ajudar na eficiência do controle fitossanitário; 
· Manter o arejamento da planta facilitando a entrada de luz; 
· Adequar as lavouras para a colheita, buscando aumentar a produtividade.
Lavouras velhas: os ramos produtivos reduzem consideravelmente seu vigor e crescimento após vários anos de colheita, não havendo assim uma renovação intensa das áreas produtivas que permitam altas produções.
Lavouras novas: quando plantadas em espaçamentos menores (adensamento), pode haver perda dos plagiotrópicos inferiores e diminuição da produção do terço médio das plantas, ficando a produção restrita ao topo das plantas. Também pode ser aumentada à incidência da broca do cafeeiro ou doenças como ferrugem, além de promover uma maturação desuniforme e tardia, prejudicando a qualidade da bebida.
· Manejo de podas em lavouras adensadas
· Podas programadas: Podas preventivas, de forma que a planta é podada antes que ocorra o "fechamento" crítico.
- Arranquio de linhas alternadas: antes de ocorrer à perda dos ramos plagiotrópicos inferiores. Volta à condição de lavoura de "livre crescimento", após a colheita da quarta
ou sexta produção.
- Recepa de linhas alternadas: antes da perda dos plagiotrópicos inferiores. Após a segunda colheita das linhas recepadas, procede a recepa das não recepadas anteriormente.
- Recepa de linhas duplas alternadas: recomendado para lavouras com espaçamentos muito fechados nas entrelinhas como única forma de se promover o arejamento.
- Recepa e decotes alternados: recepar a primeira linha e decotar a segunda
- Recepa total: pode ser escalonada ou não dependendo do objetivo do cafeicultor.
- Decote alto: de 2 - 2,25m de altura, usado para reduzir a altura da planta
- Decote baixo: de 1,2 a 1,8m, aplicado em cafeeiros que precisam de uma recomposição da parte superior, com novos ramos. 
Nesse tipo de decote a condução é feita com desbrota seletiva, deixando de 1-2 brotos/planta original, ou a livre crescimento, voltando ao decote quando necessário, 3-4 anos após, abaixo ou acima da altura de corte anterior.
· Indicado para lavouras em vias de fechamento, ainda com boa ramificação lateral na parte baixa das plantas;
· Indicado para reduzir a altura das plantas;
· Facilitar pulverizações e a colheita, principalmente a mecânica; 
· Corrigir pequenas deformações na copa ou para reequilibrar a parte aérea e o sistema radicular.
· Podas corretivas:
- Decote: em plantios adensados não é recomendado por retirar a parte de maior produção da planta, além de acelerar o “fechamento” da lavoura com o maior crescimento das linhas laterais.
- Desponte*: Normalmente realizada em lavouras novas e pouco ramificadas, pois é pouco drástica, simples e que pode ser feita isoladamente ou associada a outro tipo de poda.
- Esqueletamento*: indicado para lavouras mais velhas, plantadas em livre crescimento, mas que se encontram em vias de fechamento, com plagiotrópicos longos e pouco produtivos.
* Aplicadas sobre os ramos laterais do cafeeiro, os quais são cortados mais próximos ao tronco, mantendo pequenas porções desses ramos, deixando-se apenas o esqueleto da planta com cerca de 1 palmo (20cm) e no desponte o corte é mais longo, ficando porções de 30-60 cm.
· Podas laterais: uma opção útil quando os cafeeiros estiverem “embatumados”, quando os ramos são longos, em grande número e finos em sua extremidade, onde poucos nós dão frutos. Levantando esses ramos percebem-se, no interior da planta, ramos “pelados”, com poucas folhas, restritas à sua extremidade.
· Condução sem podas: sem intervenções, ocorrendo o “fechamento” da lavoura.
· Condução da lavoura após fechamento
· Lavouras adensadas requerem a adoção de programas sistemáticos de podas de condução para impedir os efeitos negativos do fechamento sobre a produção e sobre a execução dos tratos culturais.
A escolha do sistema de podas de condução vai depender de vários fatores: tamanho da área plantada, o espaçamento utilizado, o cultivar e os tratos dispensados à lavoura.
A recepa total da lavoura e a recepa parcial, de talhões plantadosde forma escalonada, parecem ser os preferidos. No primeiro caso, embora a lavoura fique um ano sem produção após a poda, os tratos culturais são facilitados, pois todas as plantas encontram-se numa mesma situação de manejo, o que facilita a adubação, tratos fitossanitários, capinas.
Nas podas alternadas, às linhas podadas são dispensados tratos culturais bem distintos daqueles empregados nas linhas em produção, o que dificulta operacionalmente a adoção do sistema. 
O “plantio modulado” consiste em se plantar um talhão ou módulo por ano, durante aproximadamente 4 anos, preferencialmente com áreas semelhantes. Dessa forma, quando o módulo 4 estiver sendo plantado, o módulo 1 já estará iniciando sua produção e nos três anos seguintes os módulos 2, 3 e 4, sendo que no sexto ano após o início do plantio todos os módulos produzirão simultaneamente. Após a colheita, a primeira recepa seria realizada no módulo 1, em todo o talhão, e nos anos seguintes nos módulos 2, 3 e 4.
· Como a recepa possibilita que o cafeeiro produza já no segundo ano após sua realização, pelo menos 3/4 da área total da propriedade estariam sempre em produção.
IMPLANTAÇÃO DA LAVOURA CAFEEIRA
Cuidados: em lavoura perene, erros podem gerar baixa produtividade e aumentar os custos.
· Seleção de áreas
· Condições climáticas: determinação da “linha provável de geada”
Respeitar limites impostos pela última geada e procurar níveis onde já existam lavouras cafeeiras há mais tempo
- Áreas sujeitas a geadas devem ser evitadas; 
terrenos côncavos ou de baixadas, encostas situadas a jusante de pastagens, que possa dar formação a camada superficial de ar frio e escoá-lo sobre a lavoura de café, provocando a "canela de geada" e encostas situadas a montante de matas que possa reter o escoamento do ar frio para as baixadas e provocar sua acumulação sobre a lavoura.
· Condições edáficas: características físicas externas (declividade e pedregosidade)
físicas e químicas internas (profundidade textura e estrutura, ar, água e nutrientes.
- Declividade: 20% - mecanização, 40% - tração animal e 60 a 70% - possível com muita mão-de-obra humana.
- Pedregosidade do solo: presença de pedregulhos e/ou cascalhos nos primeiros 30-40 cm, pode ser limitante, causar desgaste de ferramentas e menor capacidade de armazenamento de água.
- Profundidade efetiva do solo: 120 cm textura média a argilosa e não tenha mais de 15% de pedras.
- Textura e estrutura do solo: textura média e estrutura granular
Compactação: aração profunda e subsolagem
Não se recomendam solos com mais de 15% de frações grosseiras, nem solos com menos de 20% de argila a 40-50 cm de profundidade, nem solos com mais de 50% de argila, sem estrutura e porosidade adequadas.
- Condições químicas do solo: no Cerrado pH ácido e baixa fertilidade do solo
Áreas já utilizadas: pragas (nematoides)
· Outras considerações: Microclima: alta umidade, baixa qualidade de bebida
Ventos: barreiras naturais (matas), quebra ventos temporários (grevilea, leucaena, etc.)
· Espaçamentos e condução das plantas: fatores
· Insolação: necessária para maturação mais uniforme e antecipada dos frutos;
· Cultivares: de porte alto (Mundo Novo, Acaiá e Icatu) maior espaçamento, de porte baixo (Catuai, Rubi e Catucaí) menores espaçamentos;
· Fertilidade do solo: Boas condições proporcionam fechamento da lavoura mais rápido, espaçamento maior, permitindo maior intervalo entre as podas.
· Tratos culturais: Trânsito de Máquinas
· Sistemas de podas: plantios adensados as podas devem ser antecipadas em relação ao plantio em livre crescimento.
· Sistemas de plantio
Livre crescimento: são utilizados basicamente dois sistemas de plantio: 
· Sistema em covas: mais de uma planta na cova de plantio. Utilizado em locais com ventos fortes ou de difícil mecanização.
Duas plantas, dispostas na cova a uma distância de aproximadamente 20-30cm e entre as covas, de centro a centro, o espaçamento mais comum é o de 1,5 a 2m. Espaçamento entre as linhas 3,5 a 4,5 m (1000 a 2000 cvs/ha).
· Sistema em renque: apenas uma planta por cova.
Usualmente com espaçamento na linha de plantio entre 0,5 e 1m e entre as linhas 3 a 4,5 m (250 a 500 pl/ha)
Sistema Adensado: possibilita o aumento da população de plantas pelo menos em 4 a 5x em relação aos espaçamentos convencionais.
Vantagens:
· Maior produtividade por área, principalmente nas primeiras colheitas;
· Melhor aproveitamento das áreas de plantio;
· Menor custo de produção;
· Maior proteção do solo contra a erosão;
· Redução das plantas daninhas;
· Menor ciclo bienal de produção;
· Melhor aproveitamento da adubação;
· Menor ataque de bicho-mineiro.
Desvantagens:
· Maior investimento inicial nas fases de plantio e de formação da lavoura;
· Maior dificuldade da mecanização de tratos culturais;
· Fechamento rápido da lavoura e necessidade de manejo mais intenso das plantas;
· Atraso e maior desuniformidade na maturação dos frutos;
· Tendência a perda na qualidade dos grãos;
· Maior incidência de broca nos frutos e de ferrugem nas folhas
· Sistema super-adensado pode aumentar excessivamente o consumo de água, agravando os problemas com as estiagens;
· Tipos de adensamento: 
· Semi adensado (renque manual):para populações com 3000 a 5000 plantas por hectare. Entre plantas:0,5 a 1,0 m; entre linhas 2,5-3,0 m.
· Adensado para populações entre 5000 e 10000 plantas por hectare. Entre plantas: 0,5-1,0 m; entre linhas 1,5- 2,0 m.
· Super adensado: para os sistemas com 10000 a 20000 plantas por hectare. Entre as plantas: 0,5- 1,0 m. Entre linhas 0,7- 1,0m
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DO CAFEEIRO
Amostragem do solo
· Plantio: 0-20 e 20-40 cm na mesma perfuração
· Física: 60-80 cm (camadas compactadas)
Lavouras em condução: projeção da copa em ambos os lados da linha de adubação (20 subamost. por talhão: 0-20 cm por ano e a cada 2 a 4 anos coletar amostras também de 20 40 cm).
Análises químicas foliares
· Início das chuvas (floração) para ajudar na programação da adubação (junto com a análise química do solo)
· Início da granação dos frutos (jan-fev) para aferir teores foliares em época de maior exigência de nutrientes
· 40-60 folhas- 20 a 30 plantas - dentro do talhão
· As folhas devem ser coletadas no 3, 4 par (da ponta para a base) em ramos produtivos localizados no terço médio da planta dos dois lados da linha do café.
· Épocas de adubação
· Maior exigência/condições climáticas
· Parcelada 3 a 4x de outubro – março/abril (principalmente o N) e em duas parcelas o K. O P pode ser aplicado todo de uma vez.
· Localizada na região da “saia” do cafeeiro
(informações complementares no pdf “Nutrição e adubação do cafeeiro”)
PRINCIPAIS DOENÇAS E PRAGAS DO CAFEEIRO
Os fatores que influenciam no ataque das pragas e doenças e no seu controle são: 
· Da praga ou doenças: sua virulência, as raças, capacidade de multiplicação, adaptação, resistência e sobrevivência;
· Do ambiente: temperatura, chuva, umidade, luminosidade, ventos e tipo de solo;
Interferem tanto na incidência das pragas e doenças, como nas plantas, tornando-as mais ou menos susceptíveis.
· Da lavoura: sistema de cultivo (variedades, espaçamento, nº de hastes) (interferem a susceptibilidade e no microclima) e manejo dos tratos (adubação, podas, capinas) (interferem na capacidade dos cafeeiros em suportar os males. Importante o equilíbrio entre a carga e a folhagem)
· Da tecnologia de controle: adoção dos métodos mais adequados, considerando todas opções (genético, químico, cultural, biológico)  minimização dos danos
	Doenças bióticas
	Agente causal
	Viveiro
	Campo
	Mancha do olho pardo
	Cercospora coffeicola
	X
	X
	Mancha de Ascohyta
	Ascohyta coffeae
	X
	X
	Mancha Aureolada
	Pseudomas syringue pv. garçae
	X
	X
	Ryhizoctoniose
	Rhizoctonia solani
	X
	
	Mancha de Phoma
	Phoma costarricensis
	X
	X
	Nematoides das galhas
	Meloidogyne exígua
	X
	X
	Ferrugem
	Hemileia vastatriz
	
	X
	Mancha Anular
	Vírus da manha anular ou leprose
Ácaro vetor: Brevipalpus phpenics
	
	X
	Amarelinho
	Xylella fastidiosa
	
	X
	Fusariose
	Fusarium spp
	
	X
 Ferrugem:
Danos: manchas amarelo-alaranjadas,perda de área foliar e morte dos tecidos;
Disseminação: Esporos levados a longas distâncias, pelo vento, insetos, pelo homem e por outros animais.
Na lavoura: maior disseminação pelas gotas de chuva.
Condições favoráveis: TºC na faixa de 20-24 °C, chuvas frequentes, orvalho noturno e por ambientes sombrios (germinação dos esporos). Beneficiada por sistemas de plantio e condução (ambiente mais sombrio e úmido).
(adensamento, plantas com muitas hastes, adubação e os tratos mal feitos, inóculo do ano anterior, variedade e carga pendente  fator mais importante, cafeeiro mais susceptível, pois reservas de carboidratos e componentes importantes da resistência são deslocados para a frutificação). A desfolha acentua a seca de ramos laterais → gradualmente a deformação das plantas e aparecimento de ramos ladrões, exigindo desbrotas e antecipação de podas.
Cercosporiose/Mancha de olho pardo/Olho de pomba: Fungo ataca as folhas e frutos, mudas e em plantações de campo, principalmente cafezais jovens ou em lavouras estressadas por alta carga, maltrato ou por falta de água.
Danos: queda das folhas atacadas, desfolha e secas de ramos, chochamento dos frutos, má granação e queda dos frutos.
Condições favoráveis: Variedades menos vigorosas, de maturação precoce ou de baixa relação folha/fruto, plantas com deficiência nutricional (principalmente N e Mg) e plantas com ferrugem. Conillon praticamente não apresentam cercosporiose.
Phoma ou Requeima e Mancha de Ascochyta: fungo ataca folhas, flores e frutos novos, extremidade de ramos e botões florais. Penetra pela abscisão das folhas em desfolha causadas por outras doenças ou pragas.
Forma irregular e cor escura, localizando-se nas margens das folhas, fazendo com que fiquem retorcidas.
Mancha de Ascochyta: fungo semelhante a Phoma, cujos sintomas são distintos no que se refere às lesões, de cor marrom-clara, de formato mais arredondado, com anéis concêntricos e situados no meio do limbo foliar, também em folhas velhas.
Condições favoráveis de ambas: temperaturas baixas e umidade alta.
Florescimento: presença de vento S e SE com entrada de frentes frias, favorece o ataque.
- Lavouras voltadas para o Sul (mais frias) ou auto sombreadas sofrem maior ataque. 
Prejuízos: redução da área foliar, desfolha, morte de ramos produtivos, queima de inflorescência e mumificação de chumbinho, queda de frutos e superbrotamento, 
causado pela morte dos ramos e formação de grande número de ramos laterais, o que reduz a entrada de luz na planta, diminuindo sua produção.
Fatores que predispõem o cafeeiro a doenças
	Doença
	Fator de predisposição
	Ferrugem
	Alta carga de frutos, temperatura de 22 -26 ° C e altitude de 500 -1000 m (ótimo de 850 m)
	Mancha de olho Pardo
	Deficiência ou insolação intensa e desequilíbrio nutricional
	Mancha de Phoma
	Altitude acima de 1000m e ventos frios
	Mancha de Ascochyta
	Alta umidade, chuva fina e constante
	Mancha Aureolada
	Chuva constante, injúria por máquinas, implementos e granizo
	Mancha Anular
	Estresse hídrico prolongado e presença de ácaro
	Fusariose
	Poda X chuva constante
	Nematoide das Galhas
	Solo arenoso
	Amarelinho
	Déficit hídrico prolongado e deficiência nutricional
	Doenças de natureza abiótica
	Seca de ramos
	Queda das plantas
	Amarelecimento das plantas
	Queda de frutos chumbinhos
	Declínio do cafeeiro
	Escaldadura das folhas
	Murcha das plantas
	Seca das plantas
Doenças abióticas ou não infecciosas do cafeeiro 
	Doenças
	Prováveis causas
	Seca de ramos ponteiro
	Ventos frios (inverno e primavera), altitude elevada associada a ventos frios, chuva de granizo, déficit hídrico, camada adensada do solo, covas ou sulcos rasos, baixas temperaturas, raízes tortas e sistema radicular pouco desenvolvido, deficiência e desequilíbrio nutricional
	Seca prematura de chumbinhos
	Deficiência e desequilíbrio nutricional antes do florescimento, estresse hídrico associado a altas temperaturas, predominância de chuvas finas e constantes por longo período (apodrece o pedúnculo facilitando o ataque de Colletotrichum e outros fungos e bactérias), ataque de fungos tais como Phoma, Cercospora e vírus da mancha anular, óvulos não fecundados
	Declínio das plantas
	Raízes pouco desenvolvidas e ou tortas, ataque de nematoides e deficiência e desequilíbrio nutricional
	Escaldadura das folhas em plantas (até 1 ano)
	Insolação intensa
· Pragas do cafeeiro: 
O grau da importância varia de acordo com as regiões cafeeiras. No Brasil, o bicho mineiro, a broca e cochonilhas são problemas destacados, praticamente em todas as regiões de cultivo.
Bicho mineiro (Leucoptera coffeella):
praga monófaga, atacando somente o cafeeiro.
Durante o dia as mariposas escondem-se na folhagem, instalando-se na parte inferior das folhas ou de outros vegetais. A tarde/anoitecer deixam o abrigo e iniciam a postura, na parte superior das folhas.
Pupa: Esta fase de desenvolvimento pode ocorrer também em folhas de outros vegetais, no solo, em detritos ou folhas secas. O ciclo evolutivo varia, de acordo com a temperatura, de 19 a 87 dias.
Prejuízos: redução da área foliar fotossintética e queda das folhas. 
Redução de 37%, 53% e até 80% de capacidade produtiva do cafeeiro.
Condições favoráveis: Regiões quentes ou secas, com baixa umidade relativa ou períodos de estiagem, lavouras novas ou espaçamentos mais abertos (insolação nas plantas), uso excessivo de fungicidas cúpricos ou de inseticidas (interferem no equilíbrio dos inimigos naturais), presença de cobertura morta, cultura intercalar ou mato na lavoura (atuam como proteção dos adultos, sendo um pouco de mato, com suas flores favorável  atrai vespas, parasitas e predadores), adubações ou tratos insuficientes, faces muito ensolaradas, topos mais secos da lavoura, e áreas sujeitas a poeira (próximas a estradas e carreadores), ausência de mata ou capoeiras próximas à lavoura (abrigos dos inimigos naturais do bicho-mineiro).
Broca (Hypothenemus hampei): fêmea perfura o fruto na região da cicatriz floral ou coroa, fazendo uma galeria através da polpa, ganhando o interior de uma das sementes. Aumenta a galeria, transformando-a em uma câmara onde realiza a postura.
Ataca o café nos vários fase de desenvolvimento, que se acentua na granação e maturação.
Frutos chumbinhos não são os preferidos, mas também são atacados. Neste estágio a praga faz uma galeria rasa, ficando com a parte posterior do corpo para fora.
Danos: quedas de frutos, redução do café, perda da qualidade do grão.
Condições favoráveis: colheita mal feita ou tardia, ambiente sombrio, período úmido na entressafra, situação de lotes próximos, presença de cafezais abandonados próximos, período seco na época de maior trânsito a broca (dez-jan), floradas desuniformes.
Broca permanece no campo de uma safra para outra nos frutos remanescentes da colheita.
Cochonilha Verde (Coccus viridis): normalmente encontrada em ramos e folhas novas, ao longo da nervura principal. Após sua fixação, perfura as folhas com seu aparelho bucal e inicia a sucção da seiva. Ocorre com maior frequência no período chuvoso (novembro a janeiro). O seu período de postura é de 50 dias e cada fêmea é capaz de colocar 150 ovos.
Cochonilha Branca (Planococcus citri): localizam-se nos ramos mais novos, folhas, botões florais e preferencialmente frutos (chumbinho à maduro), instalando-se na base dos mesmos e nos pedúnculos. O ataque é reconhecido face à secreção de uma substância lanuginosa de cor branca (protege os ovos junto ao corpo do inseto). Ocorre com maior incidência a partir de março (primeiras estiagens) até o início da estação chuvosa.
Cochonilha da raiz (Dysmicoccus cryptos): excreta um líquido açucarado, que condiciona o desenvolvimento de um fungo do gênero Bornetina, formando assim uma cripta sobre a colônia. Os sintomas de ataques são mais evidentes no inverno, quando há problemas de falta d'água e de menor circulação da seiva.
Cochonilha de Placa (Orthezia praelonga): ataca ramos, folhas e até frutos. Os danos causados manifestam diretamente pela sucção contínua da seivachegando até ao seu extermínio, conforme a gravidade do ataque.
Danos: amarelecimento, queda de folhas, de frutos, chochamento de frutos, depauperamento da planta e seca de ponteiros. 
Pouca importância para o café. Estes insetos segregam um líquido açucarado, que cai sobre as folhas e serve como meio de cultura ao fundo chamado fumagina. As picadas sucessivas nas plantas podem favorecer também a penetração de microorganismos, causadores de doenças. A presença de formigas é uma constante nas áreas atacadas.
Nematoides: ataque mais severo em regiões de solo arenoso, solos já degradados com nível baixo de matéria orgânica. provoca mudanças biológicas e favorecem o aumento da população destas espécies.
Meloidogyne incógnita: espécie de maior importância devido a agressividade dos ataques, ocasionando redução na produção e muitas vezes a morte das plantas.
Seguem-se, as espécies M. exigua e M. coffeicola, que também reduzem a produção.
A disseminação gênero Meloidogyne através da própria locomoção (na fase de larvas) é lenta. 
Processos de cultivo que podem acelerar a disseminação: mudas infestadas, água da chuva (as enxurradas podem arrastar junto com as partículas do solo as larvas e os ovos), implementos agrícolas e seus operadores, plantio de mudas contaminadas.
CAFEICULTURA DIFERENTE: SISTEMAS DE PRODUÇÃO
· Adubação verde/Plantas de cobertura em cafezais
Método biológico: 
· Proteção do solo e manutenção da umidade
· Manejo de plantas espontâneas (competição e supressão)
· Fixação Biológica de N
· Aumento da população de fungos micorrízicos
· Controle de nematoides
· Mobilização de nutrientes de camadas mais profundas do solo
· Aumento da matéria orgânica do solo
· Redução dos efeitos tóxicos do Al (fixação com M.O)
· Fornecimento de nutrientes para o cafeeiro (nutrição mineral)
· Dificuldades para o uso da adubação verde na cafeicultura
· Competição por água e nutrientes com as plantas de café
· Aumento da necessidade de mão-de-obra
· Dificuldade para realizar as práticas tradicionais de manejo (capinas, podas, etc.)
· Custo e disponibilidade de sementes
Base Teórica Geral: os benefícios dos adubos verdes depende da produção de biomassa
- Os nutrientes são disponibilizados depois do corte/poda dos adubos verdes
- Apesar dos efeitos a longo prazo, é fundamental a sincronização entre a mineralização dos nutrientes dos adubos verdes com a demanda nutricional do cafeeiro
- Os efeitos dos adubos verdes sobre a espontâneas depende de manejos ao longo dos anos
- Os efeitos na produtividade do cafeeiro variam ao longo dos anos
Túnel de Guandú: Morais et al. (2006): Deve ser implantado em outubro/novembro;
- 1º Passo: preparar o sulco para plantio das mudas de café. Semeia-se a leguminosa em ambos os lados dessa vala, a uma distância de 80 cm, depositando 5 sementes/ cova.
- Após a emergência, faz se o raleamento, deixando uma planta a cada 20 cm.
- Início do ano: plantas bem crescidas  poda leve no lado interno, voltado para o sulco, para facilitar o caminhamento no terreno e o trabalho de plantio das mudas de café.
- Inverno: túnel se fechará, deixando protegido o cafezal recém-implantado. Desfaz o túnel em setembro, cortando-se as plantas de guandu a 60 cm do solo.
Essa poda deve ser feita em três etapas, espaçadas 15 dias uma da outra para facilitar a aclimatação das plantas de café. É necessário manter as podas até dezembro, conservando o cafezal a pleno sol. Então, deixa a leguminosa rebrotar totalmente, e em em maio, o túnel se feche novamente.
Cafeeiro x ingazeiro: Salgado et al. (2006): SAF reduz as temperaturas máximas em torno de 3,5 ºC e a perda de solo e nutrientes por erosão. Importância para viabilizar o cultivo de C. arabica em regiões a 600-800 m.
Maior adaptação dos cafeeiros ao ambiente sombreado em função de sua origem. 
Menor esgotamento dos cafeeiros, maior longevidade e menor bienalidade da produção.
Produtividade no SAF foi 75% menor que no cultivo Solteiro
COLHEITA, PROCESSAMENTO E QUALIDADE CAFÉ
· Qualidade
· Caract. extrínsecas: aparência externa, tamanho, forma, cor, impurezas, etc.
· Caract. intrínsecas: composição química dos grãos, sabor, aroma, teor de cafeína.
· Caract. de segurança: isentos, contaminação microbiológica e por agrotóxicos.
· Fermentação dos frutos de café
Quando maduro, com todos os nutrientes e açúcares nos teores máximos, as condições do local de cultivo, tratos fitossanitários da lavoura, colheita e o preparo, passam a atuar determinando o grau de atividade dos micro-organismos sobre o fruto.
· Fermentação desejável: após completa maturação, o fruto de café sofre a ação natural dos microrganismos, com a fermentação alcoólica, seguida da fermentação láctica, conferindo paladar e aroma agradáveis. 
· Fermentações indesejáveis: após a 1ª fase tem início a fermentação acética. Já com produção de substâncias prejudiciais à qualidade, que migram para o grão, transferindo odor característico de vinagre. Após a colheita, o manejo inadequado dos frutos favorece a fermentação butírica com odor desagradável de ranço e sabor azedo ou fermentado.
Persistindo as condições favoráveis (alta temperatura e umidade e falta de arejamento), com os frutos já no estádio passas, tem lugar a produção de ácido propiônico, conferindo gosto estranho de cebola e bebida rio (pior qualidade).
· Pontos críticos para a melhoria da qualidade
· PVA: grãos pretos, verdes e ardidos. São os piores defeitos por afetarem diretamente a qualidade (aspecto, cor, torração, bebida), e o tipo de café.
· Uniformidade do lote, umidade final para armazenamento.
Qualidade do café: pode ser avaliada por meio da quantificação dos defeitos que os grãos de café apresentam e por meio de avaliação sensorial que determina a qualidade da bebida gerada.
Specialty Coffee Association of America (SCAA) - Associação Americana de Cafés Especiais: determina os padrões de qualidade da bebida de café no mundo todo, por meio de parcerias locais, como a BSCA (Brazilian Specialty Coffee Association) no Brasil. Pela metodologia da SCAA, os cafés especiais devem possuir no mínimo 80 pontos.
Café especial: para um lote ser considerado especial deve atender requisitos de três tipos de verificações (duas de natureza física e uma sensorial). As verificações de natureza física são feitas em dois momentos: na amostra de Café Cru (green coffee) e após a torra.
· Avaliação física: em 350 g de café cru não são admitidos defeitos da Categoria “1” e, no máximo, 5 Defeitos da categoria “2”.
- Em 100 g de café torrado não é permitida a presença de grãos imaturos (Quakers).
 
Tipo de bebida
Mole: sabor agradável, suave e adocicado.
Estritamente mole: todos os requisitos de aroma e sabor da bebida mole, mas de forma mais acentuada.
Apenas mole: sabor suave, mas sua qualidade é inferior à dos anteriores, com leve adstringência ou aspereza no paladar.
Ura: gosto acre, áspero e adstringente.
Iada: leve sabor de iodofórmio
Rio: cheiro e gosto acentuados de iodofórmio
Rio zona, macaco: denominações regionais para qualificar bebidas com características desagradáveis, bem mais acentuadas que as da bebida rio.
	Pontuação
	Descrição
	Classificação
	90-100
	Exemplar
	Especial raro
	85-89,99
	Excelente
	Especial origem
	80-84,99
	Muito bom
	Especial
	< 80
	Abaixo do grau Especial
	Não-especial
· Colheita
· Importância econômica e qualidade da bebida
· Colheita manual envolve a utilização de 50% de toda mão-de-obra empregada
· Colheita mecânica favorece a redução do custo da operação (cerca de 40%)
· Estágio do fruto para a colheita: cereja (maduro)
Maior acúmulo de MS, sem influências negativas por fermentações que ocorrem na fase pós maturação - frutos passas ou secos, depois desse ponto os frutos caem com maior facilidade aumento os cafés de chão e de varredura.
· Na maior parte do país é realizada entre os meses de junho e agosto
Temperatura, insolação e umidade podem no processo de maturação.
· Pré-colheita:
· Pulverização: aplicação de fungicidas a base de cobre (calda bordalesa)  manter o vigor vegetativo, e ampliar aproteção contra os agentes da fermentação dos frutos na fase de maturação senescência.
· Arruação: limpeza em baixo da saia do café. Iniciar quando os frutos estiverem próximos a maturação, sem que tenham caído. 
· Colheita muito cedo: perdas qualitativas (sabor, aroma, tipo de bebida). Frutos verdes acarretam prejuízos quantitativos (pouca massa seca, baixo rendimento de café beneficiado)
· Colheita tardia: Frutos senescentes - mais sujeitos a ação de microrganismos.
· Modo de colheita
· Derriça manual no pano/cesto/chão: Pano/cesto - não misturar com os frutos fermentados do chão. Abanação separar folhas e galhos. 
Derriça no chão: regiões de inverno seco. Cuidados: não desfolhar a ponta do ramo (produção do próximo ano), panos de tamanhos adequados, lavouras adensadas panos mais estreitos.
· Colheita a dedo: custo elevado, necessita de repasse (2-3x) proporciona boa qualidade de bebida. Comum na Colômbia pois a maturação dos frutos é desuniforme.
· Colheita mecânica: declividade de até 10%, podendo aumentar a declividade quando as mesmas possuem menor bitola (adaptadas para sistemas adensados).
Colhedoras automotrizes ou tracionadas que possuem mecanismos de recolhimento e abanação ou derriçadoras manuais motorizadas e derriçadoras tratorizadas.
· Processamento ou preparo pós-colheita
Via seca café de terreiros ou café naturais: predomina no Brasil. A qualidade depende das condições climáticas da região (temperatura, umidade, etc.)
Via úmida: cereja descascado e cereja despolpado: café de boa bebida (tira a mucilagem rapidamente, impedindo a fermentação - áreas de montanha)
Desmucilagem: fermentação natural, mecânica, ou química, e reduz áreas necessárias para secar e armazenar.
Secagem: em excesso provoca perda de peso do café, além de aumentar o aparecimento de grão quebrados.
Café mal secado, ainda úmido tem sua qualidade e valor depreciado
· Diferenciação do café: o conceito de cafés especiais está intimamente ligado ao prazer proporcionado pela bebida e destacam-se por algum atributo específico: qualidade superior da bebida, história, origem do plantio, variedades raras, etc. Podem incluir ainda atributos que se relacionam a sustentabilidade econômica, social e/ou ambiental. Mudanças no processo industrial como a adição de aromatizantes, ou ainda a subtração da cafeína, também caracterizam o produto como café especial.
Dentro do segmento de café que possuem atributos diferenciados das commodites, o que ocorre é um grande desencontro quanto ao significado dos diversos atribuídos.
- A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) entende que café especial é sinônimo de café fino ou de qualidade superior.
Cafés gourmet seriam uma subdivisão de cafés especiais, classificando-os como os mais finos de excelente qualidade → SP- Resolução SAA-37 (2001)- padrões mínimos
Gourmet: espécie arábica, bebida mole a estritamente mole, de tipo 1 e 2, ausência de grãos pretos, verdes e ardidos (PVA), pretos-verdes e fermentados- peneira 16.
Superior: tipo 2 a 6 (bebida mole a dura), máximo de 10% de grãos PVA e ausência de grãos pretos-verde e/ou fermentados. Admite-se até 15% de grãos Robusta
Tradicional: Café tipo 8 com café que varia de mole a dura com xícaras de riado, no máximo 20% PVA e ausência de grãos pretos-verdes e/ou fermentados. Até 30% de grãos robustas.
· Certificação: Por que certificar ?
- Desconexão entre produtores e consumidores;
- Qualidade do produto orgânico não pode ser percebida no momento da compra;
- Segurança para os consumidores quanto à qualidade do produto;
- Garante que o produto rotulado como orgânico seja efetivamente produzido conforme as orientações para tal;
- O selo ou o certificado será capaz de transmitir estas informações ao consumidor;
- Os produtores também querem estar protegidos dos falsos orgânicos;
- Novas oportunidades de mercados para os agricultores.
MAPA: credencia, acompanha e fiscaliza os organismos que farão a certificação da produção orgânica e deverão atualizar as informações dos produtores.
IFOAM: órgão internacional que credencia as certificadoras.
Certificações da forma de produção: respeito pelos ecossistemas agrícolas e ausência de substâncias nocivas nos alimentos (Agricultura Biológica e outras, Produção Integrada);
Certificações de origem geográfica ou afins, comprovando a sua origem, reputação, genuinidade ou tradicionalidade (Denominação de Origem Protegida, Indicação Geográfica Protegida e Especialidade Tradicional Garantida). Exemplos: café do sul de Minas, Cerrado Região Mogiana, etc. Cafés Fair trade
Dentre os segmentos de café que vêm crescendo a passos largos no mercado de cafés diferenciados, até por interposição dos países consumidores estão os cafés comercializados sob princípios do comercio solidários (fair trade). Condições sociais sob as quais o café é cultivado. Estão dispostos a pagar mais por produtos, produzidos por pequenos agricultores, desde que a bebida atenda a padrões mínimos de qualidade.

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