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GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES CAFEICULTURA REGENERATIVA DA REGIÃO DO CERRADO MINEIRO GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES SUMÁRIO FRUTAS • Bacupari • Baru • Cajazeiro • Cajuzinho-do-cerrado • Ingazeiro • Macaúba • Mama-cadela • Mangaba • Murici • Pequi INTRODUÇÃO NOTA DA AUTORA GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES MADEIRA • Açoita-cavalo • Angico • Aroeira-verdadeira • Canafístula • Caviúna-do-cerrado • Louro-pardo • Gonçalo-alves • Peroba-do-cerrado • Ipê-felpudo • Sucupira-preta EXÓTICAS • Abacate • Banana • Cedro-australiano • Mogno-africano • Seringueira CAPÍTULO-EXTRA • O serviço ecossistêmico prestado pelas abelhas • Abelha-africana x abelha nativa • As abelhas e a produção de café-arábica TABELA-RESUMO DAS ESPÉCIES GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES NOTA DA AUTORA Recentemente, a ideia de agricultura climaticamente inteligente tem sido difundida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para que as estratégias de manejo agrícola considerem a resiliência das mudanças climáticas e a neutralização e redução da emissão dos gases responsáveis pelo efeito estufa. Além de gerarem consequências climáticas, as práticas da agricultura extensiva também criaram um cenário com passivos a serem mitigados. Hoje, o empresário rural deve gerenciar seu negócio considerando diversos fatores: o uso crescente de defensivos para combater pragas e doenças mais resistentes, o declínio de polinizadores, o empobrecimento do solo, o assoreamento dos rios, a erosão, o déficit hídrico, a queda da produtividade, a perda da biodiversidade, entre outros. Em resposta a essa condição ambiental, tornou-se uma prioridade a união de esforços para ampliar a sustentabilidade da paisagem agrícola e promover a diversificação do sistema de produção e do manejo das áreas de conservação, a fim de aumentar a biodiversidade local e garantir a manutenção dos recursos hídricos e dos demais serviços ecossistêmicos. O Guia de Árvores para a Cafeicultura Regenerativa da Região do Cerrado Mineiro foi criado para auxiliar as fazendas do Programa AAA da Nespresso a escolherem plantas “amigas do café” – ou seja, aquelas que beneficiam a lavoura e permitem a geração de mais recursos financeiros para a fazenda, trazendo condições microclimáticas mais interessantes para os cafezais e desenvolvendo caminhos para o controle biológico. Isso porque, considerando a visão agroecológica desse processo, é necessário que haja uma harmonia entre a produção e a conservação da biodiversidade presente nas áreas correspondentes às fazendas. Neste Guia, foram selecionadas 25 espécies lenhosas: 10 espécies nativas para a produção de madeira, 10 espécies nativas para a produção de frutas e cinco espécies exóticas de frutas e madeiras. Considerei, entre as exóticas, a seringueira – espécie que produz a matéria-prima para a borracha e que é nativa da Amazônia, porém exótica nos demais biomas brasileiros, GUIA DE ÁRVORES Fonte: Nespresso/Sustentabilidade. GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES incluindo o do Cerrado. A descrição de cada espécie vem acompanhada de uma ficha, que sintetiza as informações ecológicas, técnicas e econômicas da árvore descrita. Esses dados foram levantados a partir de artigos acadêmicos e do trabalho de empresas de pesquisa, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que é bastante atuante na disseminação de projetos de produção das plantas do Cerrado. Todas as espécies selecionadas têm aptidão para consórcio com o café. Essas plantas podem ser introduzidas nas áreas de produção da propriedade, com arranjos de grandes espaçamentos, que não prejudiquem o café pelo sombreamento, distribuídos em locais nos quais a mecanização não for possível; e também nas bordas de mata, nos carreadores, em áreas de solos mais pobres e nas baixadas impróprias para a cafeicultura. A seleção das 25 árvores/arvoretas que constam neste Guia foi feita considerando a biodiversidade vegetal geral – e, em particular, a do Cerrado – e priorizando os seguintes critérios: Densidade da copa: mostra o nível de sombreamento proporcionado pela espécie, que pode ser denso, médio ou ralo. É desejável o plantio de árvores cujas copas sejam ralas ou médias, a fim de garantir pouco sombreamento quando são implantadas dentro dos cafezais. Capacidade de fixação de nitrogênio: as espécies fixadoras de nitrogênio são adubadoras natas e auxiliam na melhoria do solo e na redução do uso de fertilizantes. Persistência da folhagem: as árvores podem ser caducifólias (perdem totalmente as folhas nas épocas secas); semidecíduas (perdem parcialmente as folhas nesses períodos) e perenifólias (não perdem as folhas). As que perdem folhas são ótimas recicladoras/ adubadoras e auxiliam na melhoria do solo e na adição de matéria orgânica a ele. Assim, priorizamos tais tipos de árvores neste Guia. Tipo de raiz: as mais desejáveis são aquelas cuja formação de seu sistema radicular seja mais profundo, do tipo pivotante, de modo que não atrapalhem a mecanização da colheita e não ocupem a mesma faixa de solo que o café, minimizando, assim, a competição entre as árvores. Esse efeito também pode ser mitigado por meio do planejamento dos arranjos, usando plantio em linhas e faixas de cultivo. Densidade da madeira: para que a madeira seja valorizada e tenha usos nobres na marcenaria, na carpintaria e na indústria naval, é necessário que sua densidade seja, no mínimo, média (acima de 5 g/cm3). Velocidade de crescimento e maturidade reprodutiva: o plantio de árvores de crescimento rápido a moderado sempre torna o plano de negócios da fazenda mais viável. Foram selecionadas árvores cujas madeiras podem ser usadas a partir de 15 até 30 anos desde o GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES plantio e árvores frutíferas que produzam frutos a partir de seu quinto ano. Altura do fuste: é a altura da base (solo) até a primeira inserção de galhos. Está diretamente relacionada ao volume de madeira que pode ser explorado. Para que haja um bom consórcio entre as árvores a serem cultivadas e o plantio de café, é preciso que o fuste delas seja acima de 8 m, de modo que não haja competição com a saia do café e que a árvore tenha uma tora de bom comprimento e consequentemente volume. Comercialização: foi considerada a existência de mercado estabelecido em relação às árvores selecionadas e/ou a demanda crescente para a formação de uma cadeia de produção delas. Atração em relação à fauna local: esse critério considera o fato de que as plantas desempenham o papel ecológico de fornecer abrigo e alimento para a fauna silvestre. É interessante cultivar também espécies melíferas, ou seja, aquelas que atraem polinizadores para a área em questão. “Quando uma árvore é cortada ela renasce em outro lugar. Quando eu morrer quero ir para esse lugar, onde as árvores vivem em paz.” Tom Jobim GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES No Brasil, até os anos 1960, o sombreamento dos cafeeiros era comum nas regiões Norte e Nordeste. Esse sistema permitia a produção de café mesmo em regiões com déficit hídrico ou que fossem suscetíveis a geadas. No entanto, com o passar do tempo, a cafeicultura se apropriou do sistema a pleno sol, que hoje é dominante no país, e todo o trabalho de melhoramento foi direcionado para esse tipo de produção. Ainda assim, sempre houve referências positivas de outros países que adotaram sistemas sombreados, e sabe-se que existe uma variedade de sistemas de produção de café, que vão desde o tradicional ao tecnificado. Pesquisas mostram que o sombreamento dos cafezais traz diversas vantagens, e uma das principais é a maturação mais lenta dos grãos. Isso faz com que seja obtido um café mais suave, que entra na categoria de cafés especiais – nicho de mercado que é bem mais valorizado do que o de cafés comuns. O fato é que, considerando a proposta da agricultura climaticamente inteligente, seránecessário rever alguns protocolos-padrão do sistema de produção de café. O desafio atual do setor é encontrar as melhores formas de introduzir outras árvores nesse sistema, garantindo a produtividade do cafezal, gerando outras fontes de renda e melhorando a paisagem em geral. Um dos caminhos possíveis é o desenvolvimento de um sistema de produção diversificado, que não necessariamente sombreie o cafezal. Nesse sentido, há diversas alternativas, como a arborização em linhas intercalares, no sistema de aleias, com grandes espaçamentos entre as espécies alternativas, e o enriquecimento do entorno das lavouras, das divisas, dos carreadores e de áreas próximas, por meio do plantio de espécies que garantam a manutenção da biodiversidade local. A própria Reserva Legal, alvo de tanta controvérsia, em face das regras da legislação regulamentada em 2021, pode ser implantada parcialmente, por meio do cultivo de espécies econômicas, de preferência de uso não madeireiro. O CAFÉ ARBORIZADO GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES Lina Maria F. Inglez de Souza Passa Quatro/MG, 14 de outubro de 2021. Essa nova forma de pensar a cafeicultura deve, necessariamente, incluir uma maneira de compensar a queda da produção de café por meio da cultura em consórcio. Diante do cardápio de espécies oferecido neste Guia, muitas combinações podem ser feitas para atingir esse resultado. Há casos de fazendas, por exemplo, nas quais o consórcio do café com o abacate traz um aumento de renda tão significativo que o custo de produção do primeiro é bancado com a receita gerada pelo segundo. Cabe salientar também os trabalhos de Madelaine Venzon, da Empresa de Pesquisa de Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG). A pesquisadora apresenta uma perspectiva encorajadora em relação ao consórcio de café com ingá: os resultados mostraram que infestações de broca-do-café foram menores nas áreas consorciadas. Sem dúvida, as palavras de ordem para produzir uma agricultura resistente às intempéries e que reverta o atual quadro de destruição são inovação, audácia e confiança nas novas tecnologias. Este Guia busca trazer vislumbres das possibilidades de uso racional da biodiversidade do Cerrado para as fazendas do Programa AAA da Nespresso. As plantas aqui descritas oportunizam a produção de alimentos de alto valor nutritivo e de madeiras nobres ainda pouco exploradas pela silvicultura, além de trazerem novos princípios ativos que podem contribuir para a cura de diversas doenças. Ademais, este material mostra que é necessário valorizar determinadas espécies exóticas que já são tradicionalmente utilizadas em consórcio com o café e comprovadamente garantem aumento nas rendas das fazendas. Este livro é, enfim, uma ferramenta de consulta para que os produtores possam, por meio da criação de sistemas agrícolas integrados a natureza, se precaver ao máximo em relação às mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global. GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES INTRODUÇÃO Este Guia foi criado a pedido da Nespresso do Brasil para apoiar o trabalho técnico, por parte das fazendas participantes do Programa AAA da empresa, de desenho e elaboração de projetos de transição para a cafeicultura regenerativa da região do Cerrado Mineiro. Uma das atividades centrais desse trabalho é a arborização das fazendas. A cafeicultura regenerativa pode ser definida como um modelo lucrativo de agricultura, baseado na natureza, com o objetivo não apenas de manter um solo saudável e vivo, mas também de incrementar e conservar a biodiversidade local. Esse conceito é dividido em quatro pilares centrais: Soluções baseadas na natureza Arborização Ações em paisagem Renovação Fonte: Nespresso/Sustentabilidade. GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES Tendo em vista os desafios impostos pelas mudanças climáticas, uma das ações de adaptação recomendadas para viabilizar a produção de cafés de alta qualidade na região do Cerrado Mineiro é a utilização tanto de árvores nativas como de exóticas em modelos de produção e nas áreas de conservação das fazendas. Acreditamos que esses novos modelos de produção resultam em muitos benefícios ecológicos e econômicos, que incluem um aumento na qualidade dos cafés produzidos. Não existe uma fórmula única, e a beleza do processo reside na liberdade de cada fazenda para elaborar seu próprio plano de transição, desde que ele inclua o plantio de árvores e arbustos na faixa perimetral, em barreiras de vento, em linhas de biodiversidade dentro dos plantios ou em outras áreas. Convidamos vocês a utilizar este Guia como fonte de informações e de inspiração para auxiliar na escolha das melhores espécies de árvores para cada fazenda. Cada árvore plantada é um símbolo do nosso legado e do nosso compromisso com o futuro e com as novas gerações. GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES BACUPARI (SALACIA CRASSIFOLIA - CELASTRACEAE) O gênero Salacia está presente em toda a América do Sul. No Brasil, há 21 espécies dele, quase todas com aptidão para uso na farmacologia e na medicina tradicional. Ela é uma planta arbustiva, nativa também do Cerrado brasileiro. O bacupari também é chamado de laranjinha- do-campo, tapicuru e uvacupari. O fruto, de casca grossa e cor laranja, assemelha-se à lichia, por causa de sua polpa esbranquiçada, doce e saborosa. A partir da produção extrativista dos frutos, eles são usados para o consumo in natura, para a fabricação de polpas, sucos, doces e sorvetes e para comercialização em feiras regionais. Grande parte da planta (casca, frutos e sementes) contém Curiosidade: Em pesquisa química da Salacia crassiflora, pelo menos 12 substâncias isoladas foram extraídas de suas folhas. Foi descoberto que essas substâncias possuem propriedades antimicrobianas, o que faz da Salacia crassiflora uma planta com potencial de produção de princípios ativos para a indústria farmacológica. 4 m 2 m 2 - 3 m princípios ativos com propriedades anti-inflamatórias e que auxiliam no combate à diabete, entre outros usos medicinais – por conta disso, conforme dito anteriormente, o bacupari é objeto de estudo da farmacologia. Em suas condições naturais – ou seja, nos cerrados e nos campos cerrados –, o bacupari aparece não só em porte arbustivo, como também em arbóreo, e se distribui de modo gregário, em agrupamentos de até 100 plantas. Isso demonstra que ele possui mecanismos de proteção contra inimigos naturais e tem potencial silvicultural para ser plantado em alta densidade. Observou-se também que o bacupari tem capacidade de brotação pela raiz; assim, muitos indivíduos aparentemente distintos são, na verdade, a mesma planta. Tais aspectos mostram que essa espécie tem potencial para ser cultivada em pomares. Foto: Flickr - Mauricio Mercadante GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES No Brasil: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Rondônia, Tocantins, Piauí, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Em demais regiões da América do Sul: savanas no Paraguai. Arenoso de rápida drenagem; fertilidade média. Cerrado, Cerradão e Campo Sujo. Raso ou profundo. Secundária. Secundária. Semidecídua. Não. Mosca-das-frutas, principalmente as do gênero Anastrepha. Zoocoria. Sem informação. No Brasil, não há registros. Consumida por aves, primatas e lobos-guará. 1200 a 1800 mm. Heliófita. Não. Cultivo puro; consórcio com o café ou outras culturas; bordas de mata (reserva legal). Em consórcio: 5x10m (mínimo) | Plantios puros: 4x5m. Em consórcio: 200 plantas/ha. | Plantio puro: 500 plantas/ha. Abrangência territorial Tipo de solo Fitofisionomias naturais de ocorrência Profundidade do solo Grupo sucessional Grupo sucessional Persistência da folhagem Tolerância ao encharcamento Pragas Síndrome de dispersão de sementes Tolerância a geadas Doenças Atração em relação à fauna silvestre Precipitação Tolerância a sombra Capacidade de fixação de nitrogênio Indicação para localde plantio Espaçamentos recomendados Densidade de plantio Características ecológicas Características agronômicas GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES Agosto a dezembro. Novembro a maio. 555 sementes/kg. Não. Rala Projeção de copa 2 a 3 m. 2 a 4 m (DAP: 17cm) | Fuste < 2m. Rápido. Ramificada (produz brotações para formar outros indivíduos). Ocupa camadas mais superficiais. Não. R$ 16,00 (preço para o consumidor). Fitoterapia: insuficiência renal, úlcera gástrica, câncer de pele, malária, tosse crônica e dor de cabeça. Período de florescimento Período de frutificação Sementes/kg Dormência de sementes Tipo de copa Altura Crescimento Tipo de raiz Frutos R$/kg do fruto Folhas, casca do caule, sementes e frutos verdes Não madeireiros Comercialização Produtos e uso comercial Propagação e crescimento GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES BIBLIOGRAFIA FLORA DO JARDIM BOTÂNICO DE BRASÍLIA. Espécie: Salacia crassifolia; Família: Celastraceae. Brasília, 29 dez. 2016. Facebook: @floradojardimbotanico. Disponível em: https://m.facebook. com/floradojardimbotanico/posts/994038420740095. Acesso em: 16 fev. 2022. PAZ, T. A. Aplicação da biotecnologia na obtenção de triterpenos quinonametídeos bioativos utilizando Salacia campestris (Cambess.) Walp. (Celastraceae) como modelo. 2011. Dissertação (Mestrado em Química) – Instituto de Química, Universidade Estadual Paulista, Araraquara. 2011. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/97012/paz_ta_me_araiq. pdf;jsessionid=C5A7F22333CA8305C12AFD05F67E5E33?sequence=1. Acesso em: 16 fev. 2022. RODRIGUES, V. G. et al. Salacia crassifolia (celastraceae): chemical constituents and antimicrobial activity. Quím. Nova, [S. l.], v. 38, n. 2,p. 237-242, fev. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ qn/a/fSQGrr4hzgfyyj7JCwD7X8J/?lang=en. Acesso em: 16 fev. 2022. SANTOS, L. T. P. Micobiota foliícola de Salacia crassifolia. 2011. Dissertação (Mestrado em Fitopatologia) – Instituto de Ciências Biológicas, Universidade de Brasília, Brasília. 2011. Disponível em: http://www.bibliotecaflorestal.ufv.br:80/handle/123456789/13591. Acesso em: 16 fev. 2022. SCHNEIDER, L. C. et al. Caracterização física e química de frutos de bacupari Salacia crassifolia (Mart. ex Schult.) G. Don, provenientes do município de Barreiras-BA. Brasilien Journal of Development. Brasília, v. 6. n. 3, p. 13942-13953, mar. 2020. Disponível em: https://www. brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/7881/6841. Acesso em: 16 fev. 2022. SILVA, J. A. da et al. Coleta de sementes, produção de mudas e plantio de espécies frutíferas nativas dos cerrados: informações exploratórias. Planaltina, DF: Embrapa-CPAC, 1992. 23 p. (Documentos 44). Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/ doc/548655/1/doc44.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES BARU (DYPTERIX ALATA VOGEL - FABACEAE) O baru, também conhecido como cumaru ou cumbaru, é uma espécie típica do Cerrado, que produz uma amêndoa de alto valor nutritivo. A polpa e a casca do fruto podem ser adicionadas a biscoitos e pães, ou utilizadas como complemento para a alimentação de animais. Do endocarpo duro, pode-se fazer carvão com alto valor calorífico; das sementes, extrai-se óleo de baru. Essa espécie possui, ainda, uso potencialmente medicinal. Além disso, sua madeira é de alta densidade e, portanto, durável e útil para construções externas e civil. Em virtude dessas múltiplas utilidades, o baru pode ser considerado uma das espécies mais promissoras para cultivo. Além disso, sua cadeia produtiva está, Curiosidade: A casca da árvore contém princípios ativos que anulam o efeito tóxico dos venenos de cobras e a necrose provocada por eles. Assim, essa planta tem potencial para se tornar um produto de alto valor econômico.1 4, 5 m 4, 26 m 6 m atualmente, se estabelecendo. Ademais, o projeto “Redes Colaborativas: fortalecimento da cadeia sustentável do Baru”, do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF) Cerrado, em parceria com o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) e o Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da Universidade de Brasília (UnB), visa amplificar as redes colaborativas da cadeia sustentável do baru no Cerrado. Existem várias iniciativas de cultivo puro do baru, nas quais se observou que o início da produção ocorre seis anos após o plantio, e que a produtividade alcança 19 toneladas de polpa por hectare. GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES No Brasil: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Tocantins (bioma: Cerrado). Em demais regiões da América do Sul: Paraguai e Bolívia. Substratos de média fertilidade; tolerante a solos ácidos; solos com textura argilo-arenosas, com predomínio da fração areia grossa, ou lateríticos; tolera solos com baixa fertilidade natural. Cerrado (sentido restrito); áreas de transição do Cerrado Denso; Mata Estacional. Solos rasos ou profundos. Secundária inicial a secundária tardia. Perenifólia. Não. Os frutos podem ser danificados por besouros e mariposas. Barocoria e zoocoria. Não. Fungos associados às sementes Phomopsis sp. Além disso, o fungo Cylindrocladium sp pode apodrecer as raízes na produção de mudas da planta. É uma das poucas espécies que produzem frutos carnosos na estação seca. Serve de alimento para mamíferos e aves silvestres (morcegos, primatas, araras, papagaios, cotias, entre outros). 800 a 1200 mm. Heliófita. Sim. Abrangência territorial Tipo de solo Fitofisionomias naturais de ocorrência Profundidade do solo Grupo sucessional Persistência da folhagem Tolerância ao encharcamento Pragas Síndrome de dispersão de sementes Tolerância a geadas Doenças Atração em relação à fauna silvestre Precipitação Tolerância a sombra Capacidade de fixação de nitrogênio Características ecológicas Características agronômicas Plantios puros ou em consórcio com café; bordas de matas (Reserva legal). Indicação para local de plantio GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES Novembro a janeiro. Dezembro a outubro. 600 a 1.190 sementes/kg. Não. Densa. Projeção de copa 6 m. 14,5 m. | Fuste 4,3 m. Lento, com IMA de 7,3 m³/ha/ano. Para frutos e castanhas, a partir de 6 anos. Pivotante. Alimentação humana e animal; ração; fertilizante. Estacas, postes, obras hidráulicas, mourões, cruzetas, dormentes, vigas, caibros, ripas, batentes de portas e janelas, tábuas e tacos para assoalhos, lambris, forros, carrocerias etc. Pode ser utilizada também na construção naval. R$ 50/kg (pago pelo consumidor). R$ 103,00 a R$ 370,00/m³. Pode ser consumida in natura ou torrada. Utilizada para: preparo de receitas; extração de óleo; uso medicinal; e balanceamento de rações dietéticas. A polpa pode ser usada como carvão na torra da semente. Densa (1,1 g/cm3) Compacta, com alta durabilidade e elevada resistência ao apodrecimento decorrente do ataque de fungos e cupins. Período de florescimento Período de frutificação Sementes/kg Dormência de sementes Tipo de copa Altura Crescimento Tempo para colheita Tipo de raiz Frutos Usos R$/kg do fruto Madeira em pé (R$/m3) Semente Densidade Características Não madeireiros madeireiros Comercialização Comercialização Propagação e crescimento Produtos e uso comercial Plantios puros para fins florestais: 3 x 2 m ou 3 x 3 m. Plantios puros para produção de frutos: 5 x 5 m (no mínimo). Em consórcio: 20 x 5 m. Para fins florestais: 1.100 a 1.600 plantas/ha. Para produção do fruto: 400 plantas/ha. Em consórcio: 100 plantas/ha. Espaçamentos recomendados Densidade de plantio Características agronômicas GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES BIBLIOGRAFIA ARAKAKI, A. H. et al. O Baru (Dipteryx alata Vog.) como alternativa de sustentabilidade em área de fragmento florestal do Cerrado, no Mato Grosso do Sul. Interações, Campo Grande, v. 10, n. 1, p. 31-39, jan./jun. 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/inter/a/kTPHBVmzTpRR5sqbSd7M3Jw/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 16 fev. 2022. CAMPOS FILHO, E. M.; SARTORELLI, P. A. R. Guia de árvores com valor econômico. São Paulo: INPUT/Agroicone, 2015. Disponível em: https://www.inputbrasil.org/wp-content/uploads/2015/11/ Guia_de_arvores_com_valor_economico_Agroicone.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. REDES Colaborativas do Baru. [S. l.: s. n.], 2021. 1 vídeo (5 min 19). Publicado pelo Canal do IEB. Disponível em: http://cepfcerrado.iieb.org.br/projetos/redes-colaborativa-do-baru/. Acesso em: 16 fev. 2022. ROCHA, L. C. Cultivo e aproveitamento do Baru (Dipteryx alata). Belo Horizonte: Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC), 2012. (Dossiê Técnico). Disponível em: http://www. respostatecnica.org.br/dossie-tecnico/downloadsDT/Mjc2NTY=. Acesso em: 16 fev. 2022. SANO, S. M. et al. Baru: biologia e uso. Planaltina, DF: Embrapa, 2004. 52 p. (Documentos 116). Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/566595/1/doc116.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES CAJAZEIRO (SPONDIAS SP - ANACARDIACEAE) O gênero Spondias possui cerca de 20 espécies tropicais e, destas, pelo menos sete encontram-se na América do Sul. As espécies presentes no Brasil são: S. lutea (taperebá), S. tuberosa (umbu), S. macrocarpa (cajazeiro) e S. venulosa (cajá-graúdo). Todas elas ocorrem em zonas úmidas da costa atlântica e da Amazônia, com exceção do umbu, que é da Caatinga. A espécie com maior destaque no mercado é o cajá-manga (S. dulci). Apesar de ser nativo da Polinésia Francesa, ele se adaptou muito bem ao Cerrado brasileiro, e hoje é considerado uma fruta local. Curiosidade: O umbuzeiro (Spondias tuberosa) destaca-se pela possibilidade de ser cultivado em larga escala, dado o potencial que ele demonstra para o desenvolvimento de novos fármacos. Sua avaliação etnofarmacológica identificou princípios ativos para o tratamento de diabetes, de inflamações, de cólicas uterinas e de dores de estômago. Além disso, estudos mostraram a presença de flavonoides e taninos nessa espécie, que, associados ao conhecimento popular, podem resultar em efeitos cicatrizantes e, conforme dito anteriormente, anti-inflamatórios. 9 - 12 m 5 - 6 m 3 - 4 m A utilização do cajá-manga em sistemas agroflorestais é comprovadamente eficaz. No Espírito Santo, ele aparece consorciado com o café Conilon, em espaçamentos de 15 x 7,5 m, melhorando as condições microclimáticas locais, uma vez que sua copa traz sombra moderada e não afeta a produção do café. As polpas dos frutos desse gênero são ácidas e adocicadas, utilizadas em sucos e sorvetes. A fruta é normalmente processada e vendida em grandes supermercados, principalmente na região Nordeste. O cajá-manga é um produto cuja demanda é maior que a oferta – portanto, há um amplo mercado a ser explorado e já há híbridos para seu cultivo. Existem empresas voltadas a essa cadeia de produção do caja-manga, tais como a Associação dos Produtores de Polpas e Frutos do Vale do Rio das Contas e a Cooperativa de Produção Agropecuária de Giló e Região Ltda. Foto: Site Viveiro Ipe, Edilson Giacon. GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Tocantins. Areno-argilosos, de média fertilidade. Cerrado e Caatinga. Profundos. Pioneira a secundária inicial. Caducifólia. Não. Moscas-das-frutas (Tephritidae), saúvas, tripes e cochonilhas. Zoocórica. Não. Antracnose, verrugose, resinose, cercosporiose e mancha-de-alga. Flores e frutos servem de alimento para a fauna em geral. 1.100 a 2.000 mm. Heliófita. Não. Plantios puros ou em consórcio com café (plantar em local protegido por cortinas de quebra-ventos). Consórcio com café Conilon: 15 x 7,5 m. Plantio puro: 9 x 9 m (ou mais). Em consórcio: 89 plantas/ha. Plantio puro: 100 a 123 plantas/ha. Abrangência territorial Tipo de solo Fitofisionomias naturais de ocorrência Profundidade do solo Grupo sucessional Persistência da folhagem Tolerância ao encharcamento Pragas Síndrome de dispersão de sementes Tolerância a geadas Doenças Atração em relação à fauna silvestre Precipitação Tolerância a sombra Capacidade de fixação de nitrogênio Indicação para local de plantio Espaçamentos recomendados Densidade de plantio Características ecológicas Características agronômicas GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES Agosto a dezembro. Janeiro a junho. 3 sementes/kg de fruto. Sim; quebrada por choque térmico. Média. Projeção de copa 4 a 5 m. 12 m. | Fuste 4,5 m. Rápido (> 1 m/ano). Frutos: a partir de 4 anos de idade. Se a árvore for plantada por estaquia, esse período pode diminuir para 2 anos. Pivotante. Doces, sucos, geleias, polpas congeladas, picolés, sorvetes, produtos em conserva e licores. Pode ser desidratado e comercializado como alternativa saudável, nutritiva e prática de alimentação. R$ 15 a R$ 25/kg Uso medicinal, para o controle de vírus causadores de diferentes formas de herpes. Além disso, possui ação fungistática. Período de florescimento Período de frutificação Sementes/kg de Fruto Dormência de sementes Tipo de copa Altura Crescimento Tempo para colheita Tipo de raiz Frutos R$/kg de polpa congelada Folhas Não madeireiros Comercialização Produtos e uso comercial Propagação e crescimento GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES BIBLIOGRAFIA LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 1. ed. Nova Odessa: Plantarum, 1992. v. 1. 386 p. Disponível em: http://aeaesp.com.br/wp- content/uploads/2019/09/%C3%81rvores-Brasileiras-Lorenzi-volume-1-compactado.pdf. Acesso em: 17 fev. 2022. SACRAMENTO, C. K.; SOUZA, F. X. Cajá. In: SANTOS-SEREJO, J. A. et al. (eds.) Fruticultura tropical: espécies regionais e exóticas. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2009. p. 83-105 Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/11592/1/CL09011. pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. SALES, E. F. et al. Cafezais associados ao cajá-manga (Spondias dulcis Parkinson) no estado do Espírito Santo. Cadernos de Agroecologia,[S. l.], v. 10, n. 3, 2015. Disponível em: http://revistas.aba- agroecologia.org.br/index.php/cad/article/view/16984/13092. Acesso em: 16 fev. 2022. SALES, E. F. et al. Sistemas agroflorestais e consórcios no estado do Espírito Santo: relatos de experiências. Vitória,ES: Incaper, 2018. 24 p. Disponível em: https://biblioteca.incaper.es.gov.br/ digital/bitstream/123456789/3011/1/BRT-sistemasagroflorestais-saf-sales.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. SILVA, G. A. et al. Gênero Spondias: aspectos botânicos, composição química e potencial farmacológico. BioFar: Revista de Biologia e Farmácia, [S. l.], v. 10, n. 1, p. 8-20, 2014. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/272181885_Genero_Spondias_aspectos_botanicos_ composicao_quimica_e_potencial_farmacologico. Acesso em: 16 fev. 2022. SOUZA, F X. Spondias: agroindústrias e os seus métodos de propagação. Fortaleza: Embrapa- CNPAT/SEBRAE/CE, 1998. 30 p. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/ doc/425856/1/Dc027.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES CAJUZINHO-DO-CERRADO (ANACARDIUM HUMILE - ANACARDIACEAE) O cajuzinho-do-cerrado, conhecido como cajuí, é a versão miniatura do caju (Anacardium occidentale), com polpa mais ácida, e consumido na forma de sucos, doces e geleias. Trata-se de um subarbusto, com altura entre 0,5 e 1,5 m. Ele possui um caule subterrâneo, que armazena água. É muito conhecido na região do Cerrado, e sua forma de exploração ainda é extrativista. Os principais comercializadores do cajuzinho-do-cerrado são: a Central do Cerrado - produtos ecossociais (Brasília), a Cooperativa Sertão Veredas (Minas Gerais) e a Agrotec (Goiás). Os cajueiros produzem bem a partir de 27 °C e suportam temperaturas superiores a 30 °C, mas são sensíveis a temperaturas abaixo de 22 °C porperíodos longos. A melhor condição para sua produção está nas regiões de sua ocorrência natural. A valorização do cajuzinho-do-cerrado no mercado vem crescendo. Foram desenvolvidas diversas técnicas de processamento do fruto, visando seu aproveitamento integral, tais como: cajus desidratados, cajus cristalizados e compotas, Curiosidade: O líquido da casca da castanha-de-caju (LCC) é amplamente utilizado na indústria química para a produção de polímeros utilizados como insumo para matérias plásticas, isolantes e vernizes. 0, 30 -1 ,5 0 m 1,5 - 2 m entre outras formas que valorizem o formato e o tamanho reduzido do cajuzinho-do-cerrado. Além disso, essa espécie é melífera, é utilizada na medicina popular, fornece tinta, serve de alimento e sua polpa fermentada resulta em um tipo de vinho. A única espécie do gênero Anacardium que é cultivada é o caju. Tanto a espécie A. humile quanto a. occidentale são indicadas para o consórcio com café, pois são rústicas, fáceis de germinar e possuem usos múltiplos, incluindo a produção de castanhas, que têm alta demanda no mercado. Hoje, o quilo da castanha ao consumidor final chega a R$ 70. GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES No Brasil: Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rondônia e São Paulo. Em demais regiões da América do Sul: Bolívia e Paraguai. Arenoso e de rápida drenagem, com baixa fertilidade. Campo Sujo e Cerrado. Rasos, cascalheiras; podem também ser cultivadas em solos profundos de textura média. Pioneira. Caducifólia. Não. Sem informações. Barocoria e zoocoria. Não. Antracnose e oídio. Melífera. Consumida por lobos-guará, raposas-do-mato, macacos, morcegos, tucanos, araras, papagaios, entre outros animais. 1300 a 1500 mm. Heliófita. Não. Plantios puros ou consorciados em linhas intercalares. Plantios puros: 3 x 3 m. | Pela ocorrência natural conjunta das duas espécies (A. humile e A. occidentale) e o fato de possuírem diferentes portes, há bom potencial de consórcio entre elas. | Consórcio: 10 x 3 m. Plantios puros: 1.000 plantas/ha. | Consórcio: 330 plantas/ha. Abrangência territorial Tipo de solo Fitofisionomias naturais de ocorrência Profundidade do solo Grupo sucessional Persistência da folhagem Tolerância ao encharcamento Pragas Síndrome de dispersão de sementes Tolerância a geadas Doenças Atração em relação à fauna silvestre Precipitação Tolerância a sombra Capacidade de fixação de nitrogênio Indicação para local de plantio Espaçamentos recomendados Densidade de plantio Características ecológicas Características agronômicas GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES Julho a setembro. Outubro a janeiro, com maturação em setembro/outubro. 750 a 1.300/kg. Não. A semente germina em 20 dias se semeada logo após a colheita. Média. Projeção de copa 1,5 a 2 m. 30 a 150 cm. | Sem fuste. Frutos e castanhas: a partir de 5 anos. Pivotante (pode atingir 18 m de profundidade). Frutos in natura, sucos, doces, geleias, compotas, vinho ou aguardente. Em Goiás, são fabricadas as famosas “passas” de caju. Castanha: R$ 70. | Frutos: R$ 3. Consumidas como amêndoas. Seu óleo é utilizado para fins medicinais, e o líquido proveniente da casca (LCC) é empregado na indústria química para a produção de polímeros, conforme indicado no box “Curiosidade”. Uso medicinal, como antidiarreico; contra diabetes; anti-inflamatório. A casca do cajueiro serve para tratar cáries dentárias e inflamações na gengiva e pode ser usada como pasta dental. Período de florescimento Período de frutificação Sementes/kg Dormência de sementes Tipo de copa Altura Tempo para colheita Tipo de raiz Frutos R$/kg Sementes Folhas, flores e casca do caule Não madeireiros Comercialização Produtos e uso comercial Propagação e crescimento GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, S. P. et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina, DF: Embrapa-CPAC. 1998. 464 p. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável. Cajuzinho-do-cerrado: boas práticas para o extrativismo sustentável. Brasília, DF: MMA. 2016. 42 p. Disponível em: https://antigo.mma.gov.br/publicacoes/desenvolvimento-rural/ category/200-departamento-de-extrativismo-mma.html?download=1502:04_ct2_cajuzinho_web. Acesso em: 16 fev. 2022. POTT, A.; POTT, J. Plantas do Pantanal. Corumbá: Embrapa, 1994. 320 p. RODRIGUES, V. E. G.; CARVALHO, D. A. Plantas medicinais no domínio dos Cerrados. Lavras: Universidade Federal de Lavras, 2001. 180 p. SILVA, D. B. et al. Frutas do Cerrado. Brasília, DF: Embrapa, 2001. 178 p. VIEIRA, R. F. et al. Frutas nativas da região Centro-Oeste do Brasil. Brasília, DF: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2006. 320 p. Disponível em: http://www.agabrasil.org.br/_Dinamicos/ livro_frutas_nativas_Embrapa.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES INGAZEIRO (INGA SP - FABACEAE) As árvores do gênero Inga têm como característica principal folhas paripinadas. As espécies desse gênero possuem nectários extraflorais, localizados entre cada par de folíolos, e sementes envolvidas por uma mucilagem carnosa e doce, muito apreciada pela fauna silvestre. No cerrado, as espécies mais típicas são I. sessilis, I. Laurina e I. marginata. Os ingazeiros ocorrem principalmente em tipologias florestais, quase sempre associados aos cursos d´água das regiões onde estiverem presentes. O potencial econômico dessa árvore se deve às suas diversas possibilidades de uso: fitoterapia, produção de energia, alimentação e proteção das lavouras contra pragas. Por ser um fixador de nitrogênio, o ingazeiro é um bom recuperador de solo. Além disso, ele tem copa larga e, por isso, seu plantio tem sido recomendado em projetos de restauração florestal, como uma espécie de “preenchimento”. Ademais, conforme mencionado anteriormente, o ingazeiro ajuda a controlar espécies invasoras e atrai a fauna dispersora ao local em que ele estiver plantado, potencializando a regeneração natural da área. No consórcio com o café, o ingazeiro – além de trazer equilíbrio ecológico por ser, conforme mencionado, uma planta adubadora e uma fixadora de hidrogênio – promove a reciclagem do fósforo no solo e, em decorrência de apresentar micorrizas em suas raízes, atrai pássaros, morcegos e insetos que ajudam no controle biológico de pragas. Nesse sentido, em pesquisas recentes, a EPAMIG, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa, descobriu que o ingazeiro diminui a incidência do bicho-mineiro e da broca-do-café. Os pesquisadores recomendam que essa árvore faça parte de lavouras de café, especialmente a espécie I. edulis. Curiosidade: O gênero Inga é originário do sopé dos Andes no Peru, no Equador, na Colômbia e no sul da América Central. As árvores desse gênero fazem parte da culinária local dessas regiões: as sementes, fontes de proteína e de carboidratos, são cozidas ou assadas, servindo como alimento direto ou sendo utilizadas para o preparo de sopas. As mais de 300 espécies desse gênero hoje estão espalhadas por todo o continente centro e sul-americano. 8 m 5 m 6 - 8 m Foto: Site Todafruta GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES No Brasil: todo o território. Em demais regiões: América Central e América do Sul, incluindo o Paraguai e o norte da Argentina. Solos argilosos e arenosos de textura média, com capacidade de retenção de água. Cerradão, Cerrado, Matas Paludosas e Floresta Estacional Semidecidual (Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica). Profundos. Secundária inicial. Perenifólia. Sim. Larvas de díptera, coleóptera e de outros insetos atacam as sementes. Zoocoria e hidrocória. Sim, na fase adulta. As mudas de até um ano são intolerantes. Galha do ingá, que pode provocar ressecamento dos galhos e das hastes da planta. Serve de alimento para diversos animais, como aves, peixes, morcegos, primatas e outros mamíferos terrestres.800 a 1.800 mm. Heliófita. Sim. Preferencialmente em consórcio, mas também como quebra-ventos e/ou cercas vivas. Em consórcio: 6 x 10 m; 4 x 12 m; 10 x 10 m. Em consórcio: 100 a 160 plantas/há. Abrangência territorial Tipo de solo Fitofisionomias naturais de ocorrência Profundidade do solo Grupo sucessional Persistência da folhagem Tolerância ao encharcamento Pragas Síndrome de dispersão de sementes Tolerância a geadas Doenças Atração em relação à fauna silvestre Precipitação Tolerância a sombra Capacidade de fixação de nitrogênio Indicação para local de plantio Espaçamentos recomendados Densidade de plantio Características ecológicas Características agronômicas GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES Agosto a dezembro. Novembro a fevereiro. Aproximadamente 1.428 sementes/kg. Sem informação. Não. Densa e larga. Projeção de copa 6 a 8 m. 8 m. | Fuste 2 a 5 m. Rápido. Em cinco anos, atinge até 8 metros de altura. Pivotante, profunda e espalhada. Na medicina popular, é utilizada como laxante e para tratar doenças nos rins. Cabos de ferramentas, moirões, esteios, construção civil, carpintaria e marcenaria. Consumidos in natura pelo homem e por pássaros. Sem informação Macia, pouco resistente, baixa durabilidade natural. Comercializadas para a produção de mudas voltada à restauração florestal. Sem informação Comercializadas para a produção de mudas voltada à restauração florestal. Tanino, para curtimento de couro. R$ 300/kg. 0,66 g/cm³. Melíferas, visitadas por diversas espécies de abelhas. Sem informação Melíferas, visitadas por diversas espécies de abelhas. Período de florescimento Período de frutificação Sementes/kg de Fruto Produtividade da madeira Dormência de sementes Tipo de copa Altura Crescimento Tipo de raiz Medicinal Usos Frutos Madeira (R$/m3) Características Sementes Naturalmente. Sementes Extrativo Semente (R$/kg) Densidade Flores Serrada e seca. Flores Não madeireiros Madeireiros Comercialização Produtos e uso comercial Propagação e crescimento GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, S. P. et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina/DF: Embrapa-CPAC, 1998. 464 p. BRASIL. Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Cultivo consorciado do Ingá auxilia no controle biológico de pragas no cafeeiro. agricultura.mg.gov.br, Belo Horizonte, 04 mar. 2021. Disponível em: http://www.agricultura.mg.gov.br/index.php/component/gmg/story/4242- cultivoconsorciado-do-inga-auxilia-no-controle-biologico-de-pragas-no-cafeeiro. Acesso em: 16 fev. 2022. POTT, A.; POTT, J. Plantas do Pantanal. Corumbá: Embrapa, 1994. 320 p. RODRIGUES, V E G; CARVALHO, D A. Plantas medicinais no domínio dos Cerrados. Lavras: Universidade Federal de Lavras, 2001. 180 p. SILVA, D. B. et al. Frutas do Cerrado. Brasília, DF: Embrapa, 2001. 178 p. VIEIRA, R. F. et al. Frutas nativas da região Centro-Oeste do Brasil. Brasília, DF: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. 2006. 3320 p. Disponível em: http://www.agabrasil.org.br/_Dinamicos/ livro_frutas_nativas_Embrapa.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES MACAÚBA (ACROCOMIA ACULEATA - ARECACEAE) A macaúba é uma palmeira que ocorre naturalmente em altas concentrações no Cerrado e que possui grande potencial para a produção brasileira de óleo vegetal. Estima-se que tal produção pode chegar à quantidade de quatro a seis toneladas de óleo/ha/ano, uma produtividade 10 vezes maior que a da soja, por exemplo. O Brasil destaca-se pela produção de biodiesel, para o qual o óleo de macaúba é considerado matéria-prima. Apesar dos estudos voltados para a definição das melhores formas de cultivo dessa planta, sua produção Curiosidade: Dado o grande potencial da macaúba como matriz energética, existem hoje empresas voltadas ao fomento da cadeia produtiva dessa planta – como, por exemplo, o Innovative Oil and Carbon Solution (INOCAS), que tem uma parceria com pequenos produtores do Alto Parnaíba/MG para a obtenção das sementes dessa árvore, visando à implantação de sistemas silvipastoris na região. 15 m 10 m 3 - 4 m atualmente é extrativista, o que acarreta em dificuldades no processo pós-colheita e em prejuízo na qualidade final do produto. O óleo é extraído das sementes, o que é uma vantagem – já que a planta é perene no sistema – e favorece a obtenção de créditos de carbono. Além disso, os resíduos provenientes do refino do óleo podem ser usados como fonte de alimentação animal e de geração de energia: o mesocarpo dos frutos pode ser transformado em farinha de alta qualidade nutricional, e o endocarpo, em carvão vegetal. As áreas de cultivo da espécie podem produzir até 30 toneladas de frutos/ha/ano. A macaúba começa a produzir frutos cinco anos após seu plantio. Foto: Site Sementesdoxingu.org.br GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES No Brasil: Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins. Em demais regiões: do México à Argentina (exceto Equador e Peru), Bolívia, Paraguai e Antilhas. Neossolos e cambissolos. Textura média à argilosa, com alta permeabilidade. Prefere solos férteis. Cerrados, Campo Cerrado, Palmeiral e Matas Mesofíticas. Rasos e profundos. Secundária tardia. Perenifólia. Baixa. - Falsa-barata-do-coqueiro (Coraliomela brunnea thoracica). - Broca-do-bulbo-do-coqueiro (Strategus sp). - Coró (Cyclocephala forsteri Endrodi). - Besouro-pardo (Bolax flavolineatus). - Vaquinha-amarela (Macrodactylus sp). - Bicho-do-coco (Pachymerus nucleorum). - Gorgulho-dos-frutos (Parisoschoenus obesulus). - Broca-dos-frutos-da-macaúba (Speciomerus revoili). - Broca-do-olho-do-coqueiro (Rhynchophorus palmarum). Zoocoria. Não. - Lixa-grande (Camarotella acrocomiae). - Podridão de fitóftora (Phytophthora spp.). - Anel vermelho (Bursaphelenchus cocophilus) e outras manchas foliares. Serve de abrigo para diversas espécies animais; os frutos são consumidos por aves e mamíferos silvestres. 1.100 a 2.000 mm/ano. Abrangência territorial Tipo de solo Fitofisionomias naturais de ocorrência Profundidade do solo Grupo sucessional Persistência da folhagem Tolerância ao encharcamento Pragas Síndrome de dispersão de sementes Tolerância a geadas Doenças Atração em relação à fauna silvestre Precipitação Características ecológicas Características agronômicas GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES Outubro a janeiro. Setembro a março. 30 ton/ha. Sim, quebrada através escarificação física. Rala. Projeção de copa 3 a 4 m. 15 m. | Fuste 10 m. Moderado. Profunda; raízes primárias grossas e numerosas. Palmito para alimentação. Produção de vinho. R$ 0,40/Kg (de acordo com a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), esse foi o preço mínimo recebido pelos pequenos produtores em 2021). Produção de feno para cavalos, de fibra para artesanatos, de redes, de linhas de pesca e de cobertura para casas. Mesocarpo: produção de farinha de alta qualidade; comestível in natura. Além disso, tem uso medicinal, combatendo a pneumonia. Endocarpo: carvão vegetal. Extração de óleo para a produção de biocombustíveis. Comestível: produção de paçoca. Hidratante capilar e sabão. O óleo usado pode ser usado como laxante. Período de florescimento Período de frutificação Sementes/kg de Fruto Dormência de sementes Tipo de copa Altura Crescimento Tipo de raiz Caule (tipo estipe) R$/kg do fruto Folhas Frutos Sementes (Amêndoa) Não madeireiros Comercialização Produtos e uso comercial Propagação e crescimento Não. Consórcios, sistemas silvipastoris, plantios puros e bordas de mata. Em consórcio: 11,2 x 4,4 m (melhor espaçamento para consórcio com café). | Plantios puros: 8 x 6 m ou 10 x 6 m. Em consórcio: 203 plantas/ha. Plantio puro: 200 a 320 plantas/ha. Capacidade de fixação de nitrogênio Indicação para local de plantio Espaçamentos recomendados Densidade de plantio Heliófita.Tolerânciaa sombra GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, S. P. et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina, DF: Embrapa-CPAC, 1998. 464 p. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Conab. Política de garantia de preços mínimos para produtos da sociobiodiversidade. [S. l.]: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 2021. 8 p. Disponível em: https://www.conab.gov.br/images/chamadas/politicas_programas/ Folder-Pgpm-Bio-2021.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. FRIZZAS, M. R. et al. Aspectos fitossanitários da macaúba [Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodedex. Martius]: principais pragas e doenças. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados , 2020. 36 p. (Documentos 363). Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1131774. Acesso em: 16 fev. 2022. INOCAS – Innovative Oil And Carbon Solutions. Propriedades mais rentáveis com macaúba. [S. l.]: INOCAS. Disponível em: https://www.inocas.com.br/plantio/. Acesso em: 16 fev. 2022. POTT, A.; POTT, J. Plantas do Pantanal. Corumbá: EMBRAPA, 1994. 320 p. RINALDI, M. M. et al. Estudos preliminares para colheita e armazenamento dos frutos da macaúba. . Planaltina, DF: Embrapa-CPAC, 2020. 22 p. (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 355). SILVA, D. B. et al. Frutas do Cerrado. Brasília, DF: Embrapa, 2001. 178 p GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES MAMA-CADELA (BROSSIMUM GAUDICHAUDII - MORACEAE) Essa planta pertence à família da amora, e foi denominada dessa forma devido à semelhança de seus frutos com a mama de cães fêmeas. É também chamada de amoreira-do-mato e ocorre em três biomas: Cerrado, Floresta Amazônica e Mata Atlântica. Seu porte vai de arbusto a árvore, dependendo da região: a altura chega a 4 metros no Cerrado e até a 10 m na região amazônica. Curiosidade: Dada a importância medicinal e terapêutica da mama-cadela, alguns laboratórios goianos, paulistas e do Distrito Federal estão elaborando comprimidos, extratos, tinturas e cremes utilizando essa planta como base. Um frasco com 60 comprimidos do extrato da mama-cadela custa de R$ 25 a R$ 89. 4 - 5 m 1, 5 - 2 m 3 - 4 m Com sabor leve e adocicado, os frutos carnosos da mama-cadela são usados em receitas de doces, sorvetes e salgados. Faz parte da cultura de alguns povos indígenas a utilização da raiz aromática como fumo. O grande destaque dessa espécie são suas propriedades curativas comprovadas cientificamente, utilizadas na medicina alternativa. O bergapteno e a furocumarina, dois de seus princípios ativos, são extraídos e industrializados para a produção de medicamentos que tratam o vitiligo e outras doenças de pele. Além disso, a mama-cadela é uma planta rústica, pouco exigente em relação ao solo e que apresenta alta capacidade de rebrota e de produção de clones a partir de suas raízes. Foto: Blog ciprest.blogspot.com GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES No Brasil: Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, São Paulo e Tocantins. Em demais regiões da América do Sul: Paraguai e Bolívia. Solos bem drenados, podendo ser ou não pedregosos. Cerrado e nas vegetações de transição entre tal bioma, a Caatinga, a Floresta Amazônica, o Pantanal e a Mata Atlântica. Profundo. Não pioneira. Caducifólia. Não. Algumas espécies de lepidópteros. Barocoria e zoocoria. Resiste a geadas de até -2 °C. Não conhecidas. Abelhas e pequenos insetos polinizam as flores. Os frutos servem de alimento para mamíferos e aves. 830 a 2.200 mm. Heliófita. Não. Plantio puro a pleno sol ou plantio misto. Plantio puro: 4 x 4 m (no mínimo). Plantio puro: 625 plantas/ha. Abrangência territorial Tipo de solo Fitofisionomias naturais de ocorrência Profundidade do solo Grupo sucessional Persistência da folhagem Tolerância ao encharcamento Pragas Síndrome de dispersão de sementes Tolerância a geadas Doenças Atração em relação à fauna silvestre Precipitação Tolerância a sombra Capacidade de fixação de nitrogênio Indicação para local de plantio Espaçamentos recomendados Densidade de plantio Características ecológicas Características agronômicas GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES Junho a novembro. Julho a dezembro. 600 sementes/kg. Não. Densa. Projeção de copa 1,5 m. 4 m. | Fuste 1 a 2 m. Lento. 6 anos. Pivotante. Consumo in natura. A polpa fibrosa pode ser transformada em goma de mascar, sucos, doces, bebidas e sorvetes. Forrageira (alimentação para bovinos). Uso medicinal: da casca, são extraídas substâncias ativas usadas para o tratamento de vitiligo. A raiz, por ser depurativa do sangue, ajuda no tratamento para a hepatite, além de ter propriedades diuréticas. Período de florescimento Período de frutificação Sementes/kg de Fruto Dormência de sementes Tipo de copa Altura Crescimento Tempo para colheita Tipo de raiz Frutos Casca e raiz Não madeireiros Produtos e uso comercial Propagação e crescimento GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, S. P. et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina/DF: Embrapa-CPAC. 1998. 464 p. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Centro-Oeste. Brasília, DF: MMA, 2016. 1162 p. Disponível em: https://www.funbio.org.br/wp-content/uploads/2017/09/regio-centro-oeste-26-07-20171-5.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. DIJALMA, B. S. et al. Avaliação preliminar de cultivo de mama-cadela (Brosimum gaudichaudii Trécul. – Moraceae). Brasília, DF: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2020. 20 p. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1124938/1/Boletim-Mamacadela- 360-FINAL.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. POTT, A.; POTT, J. Plantas do Pantanal. Corumbá: Embrapa, 1994. 320 p. SILVA, D. B. et al. Frutas do Cerrado. Brasília, DF: Embrapa, 2001. 178 p. SILVA, D. B. et al. Propagação vegetativa de Brosimum gaudichaudii Trécul. (Mama-cadela) por estacas de raízes. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v. 13, n. 2, p. 151-156, 2011. Disponível em: https://www.scielo. br/j/rbpm/a/FcsYBsqt7VjghwxGCyWrTXx/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES MANGABA (HANCORNIA SPECIOSA - APOCYNACEAE) A mangabeira é uma árvore que possui ramos inclinados e, por isso, é semelhante ao chorão. Os indígenas denominaram o fruto dessa árvore de mangaba, que significa “coisa boa de comer”. Ele costumava crescer espontaneamente. O consumo da mangaba e do látex produzido pela mangabeira até hoje é uma tradição do povo nordestino. Curiosidade: Desde 2013, a mangaba é um dos produtos contemplados pela Política de Garantia de Preços Mínimos para Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio) da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). O preço mínimo estabelecido para 2020 foi de R$ 2,36/kg para os estados do Nordeste, e de R$ 1,91/ kg para os do Sudeste e do Centro-Oeste. 5 - 7 m 2 - 3 m 4 - 6 m Trata-se de uma árvore rústica, típica dos biomas da Caatinga e do Cerrado, de ocorrência em restingas e tabuleiros costeiros. O nordeste brasileiro, onde predomina a exploração extrativista, é o maior produtor e consumidor da fruta. A mangaba é o carro-chefe de grandes fabricantes de sorvetes e picolés dessa região. Sua cadeia, já bem estabelecida, apresenta a produtividade de 10 toneladas de frutos/ha, com rendimento líquido anual entre R$ 8 mil/ha a R$ 14 mil/ha. A mangaba é uma fruta que se destaca por ter boa fonte de ferro (2,4 a 4,1 mg/100 g de polpa) e de zinco (2,3 a 4,4 mg/100 g de polpa). O teor de ácido ascórbico presente na mangaba, que pode atingir o valor de 274,7 mg/100 g de polpa, a coloca na lista de frutas mais ricas em vitamina C. A mangaba também é rica em compostos tânicos, que são fenólicos associados à adstringência da fruta e estão relacionados às suas propriedades antioxidantes e de prevenção de doenças crônico-degenerativas. Foto: SiteEmbrapa.br GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES Amazonas, Amapá, Pará e Tocantins. Possível ocorrência no Acre, em Roraima, em Alagoas, na Bahia, no Ceará, no Maranhão, na Paraíba, em Pernambuco, no Piauí, no Rio Grande do Norte, em Sergipe, no Distrito Federal, em Goiás, no Mato Grosso do Sul, no Mato Grosso, no Espírito Santo, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Paraná. Naturalmente cresce em solos arenosos, ácidos, pobres em matéria orgânica, classificados como neossolos quartizênicos. Caatinga, Cerrado e Campo Sujo. Rasos e pedregosos. Pioneira. Semidecídua. Não. Lagartas, pulgão-verde e formigas cortadeiras podem danificar as folhas, os ramos e as brotações. Zoocoria. Não. Podridão aquosa ou murcha do colo, apodrecimento das raízes, antracnose e mancha-parda. Principalmente para aves. 750 a 1.500 mm. Heliófita. Sem registros. Locais quentes e ensolarados, tanto para plantio puro quanto em consórcio. Plantio puro: 7 x 6 m a 7 x 7 m. | Em consórcio: 10 x 10 m. Plantio puro: 200 plantas/ha. | Em consórcio: 100 plantas/ha. Abrangência territorial Tipo de solo Fitofisionomias naturais de ocorrência Profundidade do solo Grupo sucessional Persistência da folhagem Tolerância ao encharcamento Pragas Síndrome de dispersão de sementes Tolerância a geadas Doenças Atração em relação à fauna silvestre Precipitação Tolerância a sombra Capacidade de fixação de nitrogênio Indicação para local de plantio Espaçamentos recomendados Densidade de plantio Características ecológicas Características agronômicas GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES Setembro a novembro. Dezembro a abril; junho a julho (portanto, duas safras por ano). Não. 7.692/kg. 10 toneladas/ha. Arredondada. Projeção de copa 4 a 6 m. 5 a 7 m. | Fuste 2 m. Lento. 3 a 5 anos. Pivotante. Consumido in natura; matéria-prima para o preparo de geleias, doces, compotas, sorvetes, sucos, refrescos, picolés, licores, vinho e xaropes. O suco leitoso pode ser utilizado como medicamento caseiro para o tratamento de tuberculose e úlceras. Período de florescimento Período de frutificação Dormência de sementes Sementes/kg de Fruto Produtividade de frutos Tipo de copa Altura Crescimento Tempo para colheita Tipo de raiz FrutosNão madeireiros Produtos e uso comercial Propagação e crescimento R$ 3/litro.Comercialização da polpa GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES BIBLIOGRAFIA LÉDO, A. S. et al. Mangaba. Brasília, DF: Embrapa, 2015. 90 p. (Coleção Plantar) Disponível em: https:// ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/165360/1/PLANTAR-MANGABA-ed01-2015-MIOLO. pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. LORENZI, H. et al. Frutas brasileiras e exóticas cultivadas (de consumo in natura). São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2006. 672 p. SILVA Jr., J. F. da et al. Hancornia speciosa: mangaba. In: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Nordeste. Brasília, DF: MMA, 2018. p. 177-192. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia. embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1104669/1/Mangaba.pdf. Acesso em: 12 out. 2021. SILVA Jr., J. F. Mangaba: Hancornia speciosa Gomes. [S. l.]: Instituto Interamericano de Cooperación para la Agricultura (IICA), 2017. 28 p. Disponível em: https://www.procisur.org.uy/adjuntos/procisur_ mangaba_476.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. VIEIRA, R. F. et al. Frutas nativas da região Centro-Oeste. Brasília, DF: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2006. 320 p. Disponível em: http://www.agabrasil.org.br/_Dinamicos/livro_frutas_ nativas_Embrapa.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES MURICI (BYRSONIMA VERBASCIFOLIA - MALPIGHIACEAE) A estimativa é que o gênero Byrsonia possua mais de 200 espécies, sendo que pelo menos 100 delas ocorrem no Brasil. São árvores pequenas, de troncos tortuosos e com a coloração amarela de seus frutos como característica marcante. O murici é uma das espécies desse gênero e também conhecido como douradinha-falsa, murici-assú, orelha-de-burro e orelha-de-veado. Curiosidade: O murici é uma espécie de múltiplos usos: das sementes é possível extrair um óleo, que pode ser destinado tanto para alimentação quanto para a fabricação de cosméticos; a polpa da fruta está sendo testada para a produção de cervejas artesanais; o beneficiamento do fruto em geleias garante o valor nutricional do alimento e aumenta sua vida útil – o tempo de armazenamento desse produto ultrapassa os 120 dias; e, além disso, o fruto também já foi transformado em passas, que se mostraram ricas em fibras, carboidratos e proteínas. 5 m 1 m 7 - 8 m Nas regiões de ocorrência natural do murici, seu mercado é local. Na região Nordeste, a fruta é comercializada in natura nas feiras, juntamente com o jambo, a pitomba, a graviola e o caju. No México e na América Central, o murici é utilizado para o preparo de pratos salgados e recheios de carne. Além do fruto da árvore – o qual também pode ser matéria-prima para sucos, sorvetes e compotas –, a casca, os galhos e as folhas dessa planta têm utilização na medicina popular. O murici é uma planta pouco cultivada, e sua produção é tradicionalmente feita por extrativismo. Ela exige pouco manejo, cresce rápido, não necessita de defensivos agrícolas e o retorno dos investimentos em seu plantio acontece em média após três anos. Um murici produz cerca de 15 kg de frutos, uma produtividade média de 4.200 kg/ha. No CEASA (Ceará), o preço para o consumidor final é de R$ 7/kg, segundo dados de 2021. Além disso, os frutos dessa árvore – em virtude de seu rico valor nutritivo – têm grande potencial para serem incluídos na alimentação humana. Foto: Site Coisas da Roça GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES No Brasil: Alagoas, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, São Paulo e Tocantins. Em demais regiões: México, Bolívia e Paraguai. Solos areno-argilosos, bem drenados. Cerrado, Cerradão, Campo Sujo, Pantanal e Floresta Estacional. Rasos e profundos. Secundária inicial. Caducifólia. Não. Serra-pau (Oncideres dejeani) e ácaros fitófagos do gênero Brevipalpus. Zoocoria. Tolera temperaturas até -3 °C. Sem informação. Melífera. Quando caem, os frutos são consumidos pela fauna silvestre. Mínimo de 600 mm/ano. Heliófita. Não. Consórcio, plantios puros e bordas de florestas. Em consórcio: 5 x 8 m. | Plantios puros: 5 x 5 m ou 6 x 6 m. Em consórcio: 250 plantas/ha. Plantio puro: 277 a 400 plantas/ha. Abrangência territorial Tipo de solo Fitofisionomias naturais de ocorrência Profundidade do solo Grupo sucessional Persistência da folhagem Tolerância ao encharcamento Pragas Síndrome de dispersão de sementes Tolerância a geadas Doenças Atração em relação à fauna silvestre Precipitação Tolerância a sombra Capacidade de fixação de nitrogênio Indicação para local de plantio Espaçamentos recomendados Densidade de plantio Características ecológicas Características agronômicas GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES Agosto a novembro. Outubro a fevereiro. 4.500 kg/ha (100 a 500 frutos/planta, que pesam entre 1 a 4 g cada; o rendimento da polpa é de 60%). 3.000/kg. Sim; quebra por imersão em solução de ácido giberélico. Densa. Projeção de copa 7 a 10 m. 5 m. | Fuste 2 m. Lento a moderado. Pivotante (profunda). Casca usada para tingimento de tecidos e indústria de curtume. Extração de óleo para alimentação ou para a indústria farmacêutica e de cosméticos. Servem também como matéria-prima para artesanato. Uso medicinal. Casca: no uso popular, febrífugo, antidiarreico e adstringente; tóxica se ingerida em doses elevadas. Folhas e ramos: antissifilíticos, diuréticos, eméticos, antimicrobianos, antioxidantes, anti-hemorrágicos, cicatrizantes e anti-inflamatórios. Consumidos in natura ou em forma de doces, sucos, polpas, geleias, sorvetese licores. Uso medicinal: laxante brando, além de combater tosse e bronquite. Período de florescimento Período de frutificação Dormência de sementes Sementes/kg de Fruto Produtividade de frutos Tipo de copa Altura Crescimento Tipo de raiz Tronco Sementes Casca, folhas e ramos R$/kg (frutos in natura) Frutos Não madeireiros Produtos e uso comercial Propagação e crescimento R$ 5 a R$ 7 (preço para o consumidor).Comercialização GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, S. P. et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina, DF: Embrapa-CPAC, 1998. 464 p. ARAÚJO, R. R. et al. Byrsonima crassiflia e verbascifolia: Murici. In: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Nordeste. Brasília, DF: MMA, 2018. p. 137-146. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/ infoteca/bitstream/doc/1104683/1/Murici.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. GURGEL, F. L. O muricizeiro [Byrsonima crassifolia (L) H.B.K]: avanços no conhecimento e ações de pré- melhoramento. Brasília, DF: Embrapa Amazônia Oriental, 2016. 52 p. Disponível em: https://ainfo.cnptia. embrapa.br/digital/bitstream/item/149349/1/Muruci-cap1.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. SILVA, A. B. C. Bioatividade de extratos de folhas e frutos de Byrsonima spp (Malpighiaceae) em Lactuca sativa L. 2016. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais) – Universidade Federal de Alfenas, Alfenas, 2016. Disponível em: https://www.unifal-mg.edu.br/ppgca/wp-content/uploads/ sites/188/2021/03/Dissert.-Barbara.2016-Bioat.-extrat.-folhas-e-frutos-de-Byrsonima-spp.-em-L.-sativa- VersaoFinal_0.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. SILVA, D. B. et al. Frutas do Cerrado. Brasília, DF: Embrapa, 2001. 178 p. GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES PEQUI (CARYOCAR BRASILIENSE - CARYOCARACEAE) O pequizeiro é chamado “ouro do cerrado”, um termo que associa a coloração amarela do pequi ao seu valor econômico. Ele é nativo do Cerrado e já tem uma cadeia de produção consolidada, que vem crescendo. O pequi é muito versátil: a polpa e a amêndoa servem para a alimentação humana, e o restante dele pode ser utilizado como ração animal ou adubo. Curiosidade: A EMBRAPA Cerrados (Planaltina/DF) recomenda um tratamento para acelerar a germinação das sementes do pequi: elas devem ser imersas por 36 horas em uma solução de ácido giberélico e água, na proporção de 1 g de ácido para 1,5 litro de água. Esse procedimento faz com que o tempo de germinação, que normalmente é de 120 a 360 dias após semeadura, caia para 40 dias. 10 m 4 - 5 m 6 - 8 m Esse fruto faz parte da culinária regional e também é industrializado, na forma de extratos, conservas e óleo. Em várias regiões do Brasil, é possível encontrar esses produtos no comércio, e eles até vêm com selo de qualidade. O fruto processado e embalado a vácuo atende também ao mercado externo, e a exportação valoriza o produto em até seis vezes em comparação com as vendas ao mercado interno. Explorado majoritariamente de forma extrativista, a produção nacional de pequi é de 27.000 toneladas. Sua produtividade média é de 180 kg polpa/ha, considerando a densidade natural de suas plantas, que é de 45 indivíduos/ha. Um dos desafios do cultivo do pequi é sua germinação: ela é muito baixa. Por isso, há muitas pesquisas em torno desse tema. As principais entidades de pesquisa envolvidas são: a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP); a EMBRAPA Cerrados; a EMBRAPA CENARGEN; a Universidade Federal de Goiás (UFG); a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – campus de Montes Claros; a Universidade Federal de Uberlândia (UFU); a Agência Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiário; e a Associação dos Produtores e Beneficiadores de Frutos do Cerrado (Benfruc). Foto: Site Pinimg.com GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, São Paulo e Tocantins. Fertilidade química baixa. Bem drenado e constituído por arenito, cretáceos e quartzitos estratificados, com camadas de barro e areia cimentados e acidez elevada (pH de 4,5 a 5). Campo Cerrado, Cerrado denso e ralo, Cerradão; Mata Calcárea e “murundus”. Profundo. Secundária tardia. Semidecídua. Não. Formigas, cupins e lepidópteros. Zoocoria. Não. Podridão de raízes (Cylindrocadium sp), mal-do-cipó (Phomopsis sp) e podridão dos frutos (Botryodiplodia theobromae). Melífera. Seus frutos são consumidos por roedores (preá, paca e outros), insetos, aves e morcegos. 900 a 2.250 mm. Heliófita. Não. Recomenda-se plantar em consórcio. Indicado para sistemas silvipastoris. Em consórcio: 16 x 16 m. | Plantio puro: 9 x 9 m. Em consórcio: 35 a 40 plantas/ha. Plantio puro: 123 plantas/ha. Abrangência territorial Tipo de solo Fitofisionomias naturais de ocorrência Profundidade do solo Grupo sucessional Persistência da folhagem Tolerância ao encharcamento Pragas Síndrome de dispersão de sementes Tolerância a geadas Doenças Atração em relação à fauna silvestre Precipitação Tolerância a sombra Capacidade de fixação de nitrogênio Indicação para local de plantio Espaçamentos recomendados Densidade de plantio Características ecológicas Características agronômicas GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES Agosto a novembro. Novembro a fevereiro. 3,7 toneladas/ha/ano (30% de óleo - 1.100 kg/ha/ano). Por árvore | 2.000 frutos. 145 a 200/kg. Sim. Densa. Projeção de copa 3 a 4 m. 11 m. | Fuste Curto: 5 m. Lento, menos de 30 cm/ano. 4 a 5 anos. Nas fases iniciais é fasciculada; depois, torna-se pivotante. Alimentação humana e animal e uso medicinal. A torta da polpa pode ser aproveitada como ração ou fertilizante. R$ 11 a R$ 36/kg. Extração de óleo para uso medicinal ou para a produção de biocombustível; uso em compostagem ou em ração para animais; e fabricação de licores e de manteiga de pequi. Período de florescimento Período de frutificação Dormência de sementes Sementes/kg de Fruto Produtividade Tipo de copa Altura Crescimento Tempo para colheita Tipo de raiz Fruto Processado e embalado: Sementes In natura Não madeireiros Produtos e uso comercial Propagação e crescimento R$ 1,5 a R$ 6/kg.Comercialização GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, S P et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina, DF: Embrapa-CPAC. 1998. 464 p. BORGES, J. C. A. Características botânicas, aspectos nutricionais e efeitos terapêuticos do pequi (Caryocar brasiliense): revisão de literatura. 2011. Seminário (Mestrado em Ciência Animal) – Escola de Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2011. Disponível em: https://files. cercomp.ufg.br/weby/up/67/o/semi2011_Juliana__Carvalho_2c.pdf. Acesso em 16 fev. 2022. CARVALHO, P. E. R. Pequizeiro: Caryocar brasiliense. Colombo, PR: Embrapa, jul. 2009, 10 p. (Comunicado Técnico, 230). Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPF- 2010/46379/1/CT230.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. OLIVEIRA, E. Exploração de espécies nativas como uma estratégia de sustentabilidade socioambiental: o caso do pequi (Cariocar brasiliense Camb.) em Goiás. 2006. Tese (Doutorado) – Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília. Brasília, DF, 2006. SILVA, D. B. et al. Frutas do Cerrado. Brasília, DF: Embrapa, 2001. 178 p. SILVA, D. M. Cadeia produtiva de pequi no estado de Goiás: análise do ambiente organizacional e institucional. 2011. Estágio (Graduação em Gestão do Agronegócio) – Faculdade UnB Planaltina, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2011. Disponível em: https://bdm.unb.br/ bitstream/10483/3871/1/2011_DaniellaMenezesdaSilva.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES AÇOITA-CAVALO (LUEHEA DIVARICATA - MALVACEAE) O açoita-cavalo é uma árvore de ampla ocorrência, típica de florestas e de fácilregeneração natural nas pastagens. Rebrota rapidamente após ser cortada, ficando com arquitetura baixa. Quando plantada em áreas abertas, apresenta também muitos galhos. Para que ela forme madeira, deve ser sombreada nas fases iniciais. Tem boa indicação para consórcio com café, quando este já estiver bem formado. O açoita-cavalo em sua forma adulta, no ambiente natural de floresta, alcança até 10 metros de altura. Curiosidade: Os galhos do açoita-cavalo têm alta resistência e elasticidade. Por isso, são usados para fabricar chicotes, o que deu origem a esse nome popular da espécie. 10 m 6 m 8 m Essa árvore tem crescimento médio e atinge a fase de corte aos 10 anos. Sua madeira é bem uniforme, de cor bege clara ou acinzentada, seca rápido e tem boa aceitação em relação a tratamentos conservativos. Pelo fato de a madeira do açoita-cavalo ser boa de se trabalhar, ela é indicada para a confecção de peças torneadas e para a fabricação de saltos de sapatos. Embora essa árvore não tenha capacidade de fixação de nitrogênio, suas raízes se associam facilmente com micorrizas, o que permite que a planta tenha boas disponibilidade e absorção de nutrientes. Essa característica faz com que o açoita-cavalo seja benéfico para culturas consorciadas com ele. GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES No Brasil: Bahia, Goiás e de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. Em demais regiões da América do Sul: Bolívia, Paraguai, Peru. Secos ou úmidos, bem ou mal drenados, de textura média a argilosa. Caatinga, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombófila Densa, Floresta Estacional Decidual e Semidecidual, Pampas, Cerradão e Cerrado. Profundos ou rasos. Secundária tardia. Caducifólia. Leve. Besouros da família Scolytidae e serradores cerambicídeos. Anemocórica (vento). Sim. Não há registro. É apícola e serve de alimento e abrigo. 700 a 2.200 mm. Heliófita. Não. Em consórcio com café ou outras culturas; em divisas de propriedades; como arborizadora de carreadores; em bordas de florestas; e em encostas íngremes. Em consórcio: plantio em linhas intercalares, com distância mínima de 12 m entre cada uma (a cada 4 ou 5 ruas de café). Plantio em talhões com espécies sombreadoras: 3 x 2 m. Em consórcio: 83 plantas/ha. | Plantio puro: 1.600 plantas/ha. Abrangência territorial Tipo de solo Fitofisionomias naturais de ocorrência Profundidade do solo Grupo sucessional Persistência da folhagem Tolerância ao encharcamento Pragas Síndrome de dispersão de sementes Tolerância a geadas Doenças Atração em relação à fauna silvestre Precipitação Tolerância a sombra Capacidade de fixação de nitrogênio Indicação para local de plantio Espaçamentos recomendados Densidade de plantio Características ecológicas Características agronômicas GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES Dezembro a julho. Junho a julho. 280 mil sementes/kg 10 anos para corte. Não. Densa. Projeção de copa 8 m. 15 m. | Fuste 10 m. 5 m³/ha/ano. Lento a moderado. Aos 10 anos, alcança até 9 m. Pivotante. Melífera. Do tronco, extrai-se resina. Óleo essencial pode ser extraído das flores. A casca é muito valorizada por conter tanino ( que tem uso medicinal), sendo empregada em operações de curtume e, na medicina popular, usada contra disenteria e reumatismo. R$ 160/kg R$ 50/m³ Movelaria, hélices de avião, tacos, ripas, molduras, guarnições, peças torneadas, compensados, instrumentos musicais, forma de sapatos, lenha, carvão e mourão. Moderadamente densa (0,7 g/cm3). Textura média, resistente e flexível. Período de florescimento Período de frutificação Sementes/kg Índice Médio de Crescimento (IMC) Dormência de sementes Tipo de copa Altura Produtividade da madeira Crescimento Tipo de raiz Semente (R$/kg) Não madeireiros Madeireiros Usos Densidade Madeira para lenha (R$/m3) Características Comercialização Produtos e uso comercial Propagação e crescimento GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES BIBLIOGRAFIA BRUZIGUESSI, E. et al. Sistemas silvipastoris com árvores nativas no Cerrado. Brasília, DF: Mil Folhas do IEB, 2021. 140 p. Disponível em https://iieb.org.br/wp-content/uploads/2021/07/ Bruziguessi-et-al-2021-SSP-com-arvores-nativas-no-Cerrado.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. CAMPOS FILHO, E. M.; SARTORELLI, P. A. R. Guia de árvores com valor econômico. São Paulo: INPUT/Agroicone, 2015. Disponível em: https://www.inputbrasil.org/wp-content/uploads/2015/11/ Guia_de_arvores_com_valor_economico_Agroicone.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022. LÖF – MUDAS NATIVAS E ORNAMENTAIS. Açoita-cavalo. [S. l.]: LÖF, 2016. Disponível em: http:// www.mudasnativaslof.com.br/especies/detalhes/acoita-cavalo. Acesso em: 04 out. 2021. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 2. ed. Nova Odessa: Editora Plantarum, 1998. v. 2. 367 p. Disponível em: http://aeaesp.com. br/wp-content/uploads/2019/09/%C3%81rvores-Brasileiras-Lorenzi-volume-2_compressed.pdf. Acesso em: 04 out. 2021. REDE DE SEMENTES DO CERRADO. Açoita-cavalo. [S. l.]: Rede de sementes do Cerrado, 2020. Disponível em: https://rededesementesdocerrado.com.br/vendas/sementes-nativas/arvore/85- acoita-cavalo. Acesso em: 04 out. 2021. SOUZA, H. N. Sistematização da experiência participativa com sistemas agroflorestais: rumo à sustentabilidade da agricultura familiar na Zona da Mata Mineira. 2006. Tese (Magister Scientiae em Solos e Nutrição de Plantas) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2006. GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES ANGICO (ANADENANTHERA COLUBRINA - FABACEAE) Não conseguimos mexer neste texto porque ele é uma imagem. Além disso, o texto está cortado. Então, não foi possível lê-lo na íntegra, sendo, assim, impossível realizar qualquer revisão. Curiosidade: O angico é considerado uma planta pioneira antrópica. É uma espécie que aparece em agrupamentos contínuos, em áreas alteradas. Se o plantio dela não for controlado, essa planta pode se tornar uma invasora, inibindo a propagação de outras espécies. Por apararecer em agrupamentos contínuos, em áreas alteradas. Por outro lado, sua floração é bastante atrativa para abelhas silvestres. 16 m 10 m 8 m GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. Adaptada a solos secos, rasos ou pedregosos. Seu desempenho é melhor em solos bem drenados e de textura média a argilosa. Caatinga, Cerradão, Cerrado e Floresta Estacional Semidecidual. Rasos ou profundos. Secundária inicial. Caducifólia. Média. Frutos atacados pela broca; mudas podem sofrer ataques de formigas saúva. Barocórica (por gravidade). Sim. Não há registro. Melífera e serve de abrigo. 700 a 1.800 mm. Heliófita. Sim. Em consórcio com outras culturas, como café; em divisas de propriedades; como arborizadora de carreadores; em bordas de florestas; e em talhões puros. Em consórcio: plantio em linhas intercalares, com distância mínima de 12 m entre cada uma (a cada 4 ou 5 ruas de café). Plantio em talhões com espécies sombreadoras: 3 x 2 m. Em consórcio: 83 plantas/ha. | Plantio puro: 1.600 plantas/ha. Abrangência territorial Tipo de solo Fitofisionomias naturais de ocorrência Profundidade do solo Grupo sucessional Persistência da folhagem Tolerância ao encharcamento Pragas Síndrome de dispersão de sementes Tolerância a geadas Doenças Atração em relação à fauna silvestre Precipitação Tolerância a sombra Capacidade de fixação de nitrogênio Indicação para local de plantio Espaçamentos recomendados Densidade de plantio Características ecológicas Características agronômicas GUIA DE ÁRVORES GUIA DE ÁRVORES Dezembro a janeiro. Janeiro a julho. 10.000 a 20.000 sementes/kg. Não. Média. Projeção de copa 8 m. 8 a 16 m (DAP: 25-60 cm). | Fuste 10 m. 31 m³/ha/ano. Moderado a rápido. O corte pode ser
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