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1 Laís Flauzino | ENDOCRINOLOGIA | MEDCEL VISÃO GERAL DO TEMA: Tireoide é fundamental para tudo • Manutenção da homeostase • Regulação de consumo de energia • Estimular o metabolismo e atividade das células Se não tem hormônio, não tem estimulo – vai ter uma hipofunção daquele sistema. EIXO HIPOTÁLAMO HIPÓFISE TIREOIDE: Há toda uma regulação hormonal entre hipotálamo, hipófise e tireoide – o TRH produzido no hipotálamo estimula a adenohipófise a produzir TSH que estimula a tireoide a produzir hormônios tireoidianos (T4 e T3) e esses hormônios fazem uma alça de feedback negativo a nível hipofisário e a nível hipotalâmico. Sempre o feedback se dá pelo T3 – tem que converter o T4 em T3 para fazer o feedback. Tudo pode mexer nesse eixo. Uma questão muito importante é a somatostatina que inibe esse eixo. ANATOMIA DA TIREOIDE: • Glândula alveolar (acinar) – sem ductos • Altamente vascularizada • Parte anterior do pescoço – frente à traqueia • Lobo direito + lobo esquerdo + istmo • Embriologia: assoalho da faringe > migração > ducto tireoglosso > remanescentes? A tireoide sofreu uma migração do assoalho da faringe na evolução embriológica. Essa migração é feita através do ducto tireoglosso que vai descendo até a tireoide se posicionar no local adequado. Esse ducto tem que fechar no final – quando ele não fecha, tem os remanescentes do ducto tireoidiano (cistos). Palpação: Consistência, se tem nodulação, se está lá (ela pode ser ectópica sublingual em casos em que não há migração), palpar a cadeia cervical, se tem linfonodo. Alteração indica complementar com ultrassom de tireoide. HISTOLOGIA DA TIREOIDE: • Células foliculares – produz os hormônios tireoidianos • Células parafoliculares (células C – produzem a calcitonina) • Células endoteliais • Fibroblastos • Linfócitos • Adipócitos FISIOLOGIA DA TIREOIDE: Eixo hipotálamo – hipófise – tireoide • THR – hormônio liberador de tireotrofina • TSH – hormônio estimulante tireoide • T4 – tetraiodotironina = tiroxina • T3 – triiodotironina 2 Laís Flauzino | ENDOCRINOLOGIA | MEDCEL A somatostatina inibe a nível hipotalâmico e hipofisário. O frio estimula todo o eixo tireoidiano a produzir mais hormônio. Atenção! TRH estimula o lactotrofo da hipófise a produzir prolactina. Então um hipotireoidismo primário mais grave, o TRH estimula a produzir TSH e estimula também a produção de prolactina. Síntese hormonal: Membrana apical voltada para o coloide e a membrana basal voltada para a circulação. Circulação é onde a célula folicular vai captar os nutrientes para sintetizar o hormônio e armazenar. O nutriente fundamental é o iodo. Ele vai entrar na célula, fazer parte da síntese, vai para o coloide, volta e quando precisa ser secretado os hormônios por estimula, é secretado. Como o iodeto entra na célula? É a primeira etapa da síntese hormonal que é a captação do iodo. A proteína nis, que é a proteína simporte de sódio iodeto – ela joga um iodeto para dentro junto com um sódio. Esse simporte é passivo, mas é as custas de a bomba sódio-potássio ATPase gerar um gradiente de concentração de sódio jogando 3 sódios para fora, 2 potássios para dentro e esse sódio muito alto gera um gradiente, ele entra e leva um iodo junto. Etapas da síntese: • Captação do iodo • Oxidação do iodo • Organificação • Acoplamento Transporte com a nis – captação do iodo O iodo entrou na célula folicular ele vai ser transportado até o coloide. Na membrana apical ele vai ser transportado pela proteína pendrina. A pendrina transfere iodo para o coloide. A oxidação acontece com a enzima tireoperoxidase que fica aderida na membrana apical. E ela vai usar os peróxidos que são produzidos pelas enzimas DUOX2A e DUOX2 produzindo o hidróxido de hidrogênio (H2O2). Esse hidróxido vai oxidar o iodo. O iodo oxidado vai sofrer a organificação – ele vai se ligar a uma molécula de carbono (vai se tornar orgânico e não só um íon) – ele liga com a tireoglobulina e essa ligação também é decorrente da tireoperoxidase. A tiroglobulina iodada – o iodo vai se ligar no resíduo da tirosina da tiroglobulina. Por isso que a tiroglobulina iodada é chamada de MIT e DIT. Essa MIT e DIT são as monoiodotirosina e diiodotirosina. A tiroglobulina iodinada sob estímulo para fazer a síntese hormonal ela entra de novo no folículo e com auxílio da tireoperoxidase ela vai sofrer hidrolise e vai formar o MIT e o DIT e o MIT e o DIT vão se ligar para dar origem ao T4 e ao T3. Uma vez pronto, ele é secretado na circulação sanguínea sob estimulo. Transporte e ação dos hormônios tireoidianos: 90% T4 e 5% T3. 3 Laís Flauzino | ENDOCRINOLOGIA | MEDCEL A maioria é T4 – produzido na tireoide. E a minoria é T3. A fração livre, que é liberada no plasma (minoria) tem a ação do hormônio tireoidiano, mas a maioria sai ligada a proteínas carreadoras – esses hormônios ligados conseguem ir na corrente sanguínea e chegar no tecido. Como é a ação do hormônio tireoidiano? Sua ação é intracelular e intranuclear, ele não tem receptor na membrana. Ele altera a transcrição genica – o hormônio vai pela circulação, precisa ser transformado de T4 para T3 , o T3 entra vai no núcleo regula a transcrição genica e faz suas funções. O T4 entra tem que ser convertido em T3 pela desiodase e ai o T3 faz sua ação. • Desiodinação • Receptor retinoides • Regulação transcrição gênica Efeitos hormônios tireoidianos: Hormônio tireoidiano mexe em tudo e estimula os sistemas. HIPOTIREOIDISMO: DEFINIÇÃO E ETIOLOGIA: Síndrome decorrente da deficiência de hormônio tireoidiano. Definido conforme a causa: • Primária – glândula tireoide (95% dos casos) • Secundária (central) – hipófise • Terciária (central) – hipotálamo Das causas centrais, as causas hipofisárias são as mais comuns. EPIDEMIOLOGIA: Variável. Muito comum – é a doença autoimune endócrina mais comum. Mais frequente: • Regiões com deficiência ou excesso de iodo – a tireoide precisa do iodo para fazer o hormônio, mas ela também não lida bem com o excesso de iodo – é como se afogasse a glândula. • Sexo feminino (10x) >>> 2% x 0,2% (autoimunidade é mais comum no sexo feminino) • Aumenta com a idade Formas raras: • Hipotireoidismo congênito (1:4.000 recém- nascidos) • Hipotireoidismo central (1:20.000 indivíduos) FATORES DE RISCO: 4 Laís Flauzino | ENDOCRINOLOGIA | MEDCEL Ser do sexo feminino tem mais chances de ter doença autoimune. Uma doença autoimune leva a outra doença autoimune. Alterações cardiovasculares do hipotireoidismo: • Diminuição da frequência/inotropismo cardíaco • Redução do débito cardíaco • Insuficiência cardíaca congestiva • Aumento da resistência vascular periférica • Aumento da permeabilidade vascular • Redução de PAS / aumento da PAD (tireoide estimula, não tem não vai funcionar) LABORATÓRIO: • Redução do T4 e T3 (livres e totais) Pede T4 livre pois é mais confiável. Pode pedir T3 reverso também para alguns pcts. • Primário: aumento do TSH – primeiro a se alterar > screening A glândula não está funcionando, é necessário estimular essa glândula então TSH sobe. O TSH sobe mantendo o T4 e T3 normal dando uma chance para a pessoa. Se TSH estiver normal, a chance de estar tudo bem é muito grande – exame de screening. TSH – T4 – T3 (TSH altera primeiro, depois T4...) • Central: TSH baixo ou inapropriadamente normal – não tem resposta hipofisária do TSH (TSH de 7 tentou reagir e só conseguiu um pouquinho – se T4 e T3 estão baixos, o TSH tem que subir muito, além de 10) Screening para hipotireoidismo: Tema controverso • Todos os pacientes com sintomas sugestivos – solicita Grupos de alto risco: • Doenças autoimunes • História familiar • História de irradiação cervical • Exame físico anormal • Doença psiquiátrica, demência– depressão • Uso de medicamentos que influenciem • DCV, dislipidemia – hipotireoidismo pioram essas doenças Consequências laboratoriais: • Anemia normocítica ou macrocítica: redução da eritropoetina ou def. B12. (anemia perniciosa anda lado a lado com o hipotireoidismo da tireoidite de Hashimoto) • Risco cardiovascular aumentado: piora dislipidemia; aumento de LDL (menor captação hepática); queda discreta de HDL; aumento discreto do triglicérides; aumento da homocisteína, PCR e lipoproteína a (provas inflamatórias relacionadas a doença cardiovascular) • Hiponatremia dilucional – SIADH (retenção hídrica, dilui o sódio – quando você dosa o sódio ele está baixo, mas está baixo porque está diluído e não porque há diminuição da quantidade de sódio corpórea) • Aumento do PTH (o PTH precisa do hormônio tireoidiano para funcionar adequadamente) – baixa remodelação óssea e resistência a ação do PTH. • Aumento de CPK – aumenta o risco de fazer rabdomiólise, cuidado na hora de prescrever estatinas (tem que ter certeza que a tireoide está bem compensada) • Aumento da prolactina – o TRH estimula o lactotrofo, a prolactina aumenta tem que já olhar a tireoide • Redução taxa de filtração glomerular – o rim precisa de hormônio tireoidiano para funcionar, contribui para edema, retenção hídrica. QUADRO CLÍNICO: Redução do metabolismo basal Acúmulo de substâncias glicoproteicas (depósitos de glicosaminoglicanos) – gera edema duro, mixedema Interferentes clínicos: • Tempo de instalação, duração, intensidade • Faixa etária, sensibilidade individual A clinica é individualizada para cada pct – tem gente com TSH de 100 que está tudo ok, tem gente com TSH de 10 que não aguenta nada – sensibilidade individual. Tem gente que precisa de menos hormônio, tem uma via de sinalização mais eficiente. Laboratório não é igual gravidade. Intolerância ao frio – pode evoluir para hipotermia Idoso: atípico, depressão? Crianças em idade escolar: • Parada do crescimento • Mau desempenho escolar • Idade óssea atrasada • Ganho de peso • Causa de ganho de peso com idade óssea atrasada – uma das únicas causas disso é o hipotireoidismo, pq geralmente quando o pct ganha peso e fica baixa a velocidade de crescimento tende a aumentar, mas no hipotireoidismo descompensado o pct tem a baixa estatura, a idade óssea não avança. Obesidade não atrasa idade óssea, ao contrário, 5 Laís Flauzino | ENDOCRINOLOGIA | MEDCEL obesidade avança idade óssea – aromatização periférica • Atraso puberal Pele e fâneros: • Fria e pálida • Sudorese diminuída • Seca, áspera (glândulas sebáceas) • Fáceis apática • Queda de cabelo • Unhas quebradiças • Mixedema (não depressível) • Derrames cavitários (pleural, ascite, pericárdio) Seca, áspera, glândula sebácea não funciona Sistema cardiovascular: • Diminuição da FC • Redução da contratilidade miocárdica • Redução do débito cardíaco • Insuficiência cardíaca congestiva • Aumento da resistência vascular periférica • Aumento da permeabilidade vascular • Redução de PAS • Aumento da PAD • ECG baixa voltagem: abafamento de bulhas, derrame pericárdico • Bradicardia sinusal Pericárdio tamponado – derrame pericárdico Manifestações gastrintestinais: • Constipação intestinal • Retardo do esvaziamento gástrico • Distensão abdominal • Íleo paralítico • Anemia perniciosa • Macroglossia Sistema respiratório: • Bradipneia • Dispneia – hipoventilação • Derrame pleural • Apneia do sono Musculoesquelética: • Mialgias, câimbras, miopatias (estatinas) • Túnel do carpo – aumento da permeabilidade vascular faz edema que comprime o túnel • Diminuição do turn-over ósseo - PTH Sistema nervoso: • Fadiga, fraqueza, letargia • Hiporreflexia profunda, vertigem • Depressão, déficit de memória/atenção • Fala lentificada, rouca Sistema reprodutor: • Irregularidades menstruais • Anovulação, infertilidade • Queda de SHBG • Disfunção erétil, oligospermia Qual a principal causa de hipotireoidismo? Tireoidite de Hashimoto! HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO: • Tireoidite de Hashimoto (mais frequente) • Radioiodo • Radioterapia cervical Medicamentos: • Lítio • Ricos em iodo (amiodarona, constrastes) – efeito Wolff-Chaikoff • Dobutamina, drogas vasoativas Defeitos enzimáticos congênitos, deficiência de iodo na dieta, outras tireoidites. (causas mais raras) Outras tireoidites: • Tireoide subaguda indolor • Tireoidite pós-parto • Tireoidite subaguda dolorosa DeQuervain Toda tireoidite, principalmente as mais agudas, tem 4 etapas: • 1° - tireotoxitose – destruiu a glândula, então tem aumento de T4 e T3, acaba suprimindo TSH (é um hipertireoidismo – libera os hormônios) • 2° - eutireoidismo – começa a cair a quantidade de hormônio, 6 Laís Flauzino | ENDOCRINOLOGIA | MEDCEL • 3° evolui para hipotireoidismo pois destruiu tanto que não consegue produzir mais. • 4° recuperação – algumas glândulas voltam a produzir TIREOIDITE DE HASHIMOTO: • Tireoidite linfocítica crônica autoimune (células T citotóxicas) – inflamação por linfócito, crônica e autoimune sem estímulo exógeno, é o próprio organismo destruindo sua glândula. infiltrado autoimune acontecendo – acumulo de linfócitos. • Presença de autoanticorpos (comuns na população saudável) – antiTPO e AntiTG • Síndromes poliglandulares – uma autoimunidade gera outra (anemia perniciosa etc) • Prevalência aumenta com idade • Mais comum no sexo feminino, história familiar positiva Exame físico: • Bócio (90% dos casos) – glândula inflamada, tem uma agressão, a glândula reage com edema (sinais flogísticos) • Atrofia da glândula – de tanto que a glândula sofre, ela é destruída. USG: • Glândula hipoecoica • Pseudonódulos • Atrofia ou bócio • Aumento ou não da vascularização ao Doppler Pseudonódulos – áreas esbranquiçadas HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO: • Desordem endócrina congênita mais comum. • Hipotireoidismo transitório (maioria dos casos) • Hipotireoidismo permanente (85% malformações da tireoide) Primeiros dias de nascimento: 1. Icterícia prolongada 2. Atraso fechamento das fontanelas 3. Hipotonia – bebê molinho 4. Atraso para queda do coto umbilical Tratamento precoce é fundamental – evitar sequelas neurológicas. Começa a tratar já se laboratório der alterado. HIPOTIREOIDISMO SUBCLÍNICO: Diagnóstico apenas laboratorial (confirmar em 3-6 meses) – não tem clínica que sugere • T4l normal • TSH elevado Consequências comprovadas (TSH > 10): • Piora DLP • Piora IC • Gestantes Quando tratar? TSH ≥ 10mU/l : tratar sempre! Pct com constipação, queda de cabelo etc faz prova terapêutica – dar hormônio, se melhorar os sintomas não era tão subclínico assim. Pcts idosos deixa pois o TSH aumenta com a idade. O VR do TSH não é igual entre as idades. HIPOTIREOIDISMO NA GESTAÇÃO: 1° trimestre: • Hipertireoidismo leve • BHCG mimetiza TSH – possuem subunidade alfa em comum e essa unidade alfa em grande quantidade estimula o tireotrofo também. Então a pessoa gravida com BHCG lá em cima vai ter um hipertireoidismo, vai suprimir o TSH porque o 7 Laís Flauzino | ENDOCRINOLOGIA | MEDCEL BHCG está fazendo essa ação e vai aumentar os hormônios tireoidianos, mas não aumenta T4livre. • TSH baixo e aumento T4 e T3 • Aumento TBG – globulina ligadora do hormônio tireoidiano: o estrogênio estimula o fígado a produzir mais a tireoglobulina, acaba que a fração livre fica reduzida. • T4 e T3 totais aumentados • T4l e T3l falsamente baixos – não é hipotireoidismo central Aumento de 10% volume da glândula – 2° semestre: • TSH limite inferior • T4l e T3l baixos • T4T e T3T altos • TBG mantém alta 3° trimestre: • TSH normal • T4t e T3t altos • T4l e T3l baixos Na gestação, tem aumento da TBG que gera um T4total maior. No início, tem o pico do hCG. Esse hCG acaba estimulando o tireotrofo a estimular a tireoide – há aumento do T4 livre. Nesse momento tem hipertireoidismo relativo e TSH abaixa. Mais pra frente, conforme o hCG vai diminuindo, o T4 livre começa a diminuir pois não tem mais aquele estímulo exagerado do hCG e o TSH tende a se recuperar, mas ele pode ainda ficar mais baixo tendendo a normalizar no final – ele costuma voltar até menor do que estava antes. O TSH é mais fidedigno para guiar conduta. Na gestação, abaixo de 2,5 as chances de estar tudo bem são grandes. • Dosou TSH alto risco – vem TSH suprimido (<0,1): tem algo mais grave acontecendo. Tem que investigar hipertireoidismo. • Dosou TSH – muito alto (>10): trata. • TSH entre 0,1 e 2,5 – normal: não precisa tratar. • TSH entre 2,5 e 10 – faz anticorpo. Complicações: • Abortamento • Parto prematuro • Baixo peso ao nascer • Déficit cognitivo • Hipertensão materna COMA MIXEDEMATOSO • Hipotireoidismo extremo – descompensada • Tríade: evento precipitante + hipotermia + alteração nível de consciência • Atenção! A temperatura pode estar normal se paciente infectado – aumenta um pouquinho e faz febre • Suspeitar: idoso + frio. (nunca tratou, e no inverno o pct começa a fazer hipotermia) • Sem tratamento de longa duração. • Alta mortalidade – urgência Todo o quadro clínico do hipotireoidismo, porém em extremo. • Diagnóstico clínico de difícil suspeição (inespecífico) • Gravidade clínica não tem correlação com níveis séricos hormonais • Tratamento (emergência endócrina) – não precisa esperar resultado laboratorial 1. Tratar causa precipitante, aquecimento passivo (cobertores) 2. Hidrocortisona 50-100 mg IV 6/6h 3. Levotiroxina 500mcg ataque + 100-175 mcg/dia manutenção (via oral, se pct rebaixado usar sonda) HIPOTIREOIDISMO CENTRAL: Adenoma de hipófise – causa mais comum. • Raro (1% dos casos) • T4 baixo • TSH baixo, inapropriadamente normal ou pouco elevado (< 10mUI/l) Causas: 8 Laís Flauzino | ENDOCRINOLOGIA | MEDCEL • Tumor hipofisário • Radioterapia de sela túrcica • Cirurgia hipofisária • Doenças hipofisárias como as de depósito, • Doenças granulomatosas, • Metástases • Doenças autoimunes ou inflamatórias • Infecções • Medicamentos Pode estar associada a outras deficiências. SÍNDROME DO EUTIREOIDEO DOENTE: Em relação a tireoide está normal – está eutireoideo (nem hipo nem hiper). Está doente, mas não é da tireoide. É aquele pct doente crítico. • Conjunto de alterações na função tireoidiana em pacientes gravemente enfermos, sem disfunção tireoidiana prévia • Acomete cerca de 70-80% dos pacientes internados em UTI. Não trata – pois faz mais danos do que benefícios. Paciente grave + função tireoidiana alterada = grande chance eutireoideo doente. Deiodinases – são três tipos e são fundamentais para o hormônio tireoidiano funcionar ou não funcionar. O hormônio que funciona é o T3l. A deiodinase tira um iodo – ela converte T4 em T3 e está presente no corpo todo. Única utilidade de dosar o T3 reverso é no eutireoideo doente. • Alterações fisiológicas para proteção do organismo – não tratar! • Estado metabólico mais lento – protege o organismo que está grave, economiza energia • Simula um hipotireoidismo central TRATAMENTO DO HIPOTIREOIDISMO: • Reposição de LT4 • Meta: manter níveis hormonais normais Administração em jejum • Idealmente 60 min antes do café • Pelo menos 4 horas após a última refeição Dose: • Varia com idade, peso ideal, sexo, altura, reserva tireoidiana • 1,6 a 1,8 mcg/kg de peso ideal (se nada de tireoide, cuidado com pct obeso) Dose: • Hipotireoidismo subclínico: 25 a 50 mcg por dia. • Idoso (> 60 anos), coronariopata ou hipo grave de longa duração: Iniciar 12,5 a 25 mcg, progredir pouco a pouco.
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