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Diagnóstico de gravidez Na prática clínica, é muito importante o diagnóstico precoce da gravidez, e esse diagnóstico pode ser clínico, hormonal ou ultrassônico Diagnóstico clínico da gravidez ➜ Os sintomas da gravidez são classificados em de presunção, de probabilidade e de certeza. ➜ Sinais de presunção ↳ Amenorreia* ↪ É o sinal mais precoce ↪ O primeiro a se pensar é em gravidez, mas há outros diagnósticos diferenciais. Como: ➤ SOP ou Síndrome da anovulação crônica, hiperprolactinemia, hipotireoidismo, anorexia ↳ Náuseas ↪ Mais de 50% das mulheres sofrem de náuseas, geralmente matutinas, tendo como consequência imediata vômitos e anorexia ↪ Níveis de hCG elevado estimulam a região do cérebro responsável por enjoo e vomito ↳ Congestão mamária ↪ 5 semanas: Mamas estão congestão e doloridas ↪ 8 semanas: Auréola primária torna-se mais pigmentada e surgem os Tubérculos de Montgomery ↪ 16 semanas: É produzida secreção amarela (colostro) e o aumento da circulação venosa é comum (dilatando) - Rede de Haller ↪ 20 semanas: Surge a auréola secundária (Sinal de Hunter), que aumenta a pigmentação em volta do mamilo, devido ao aumento da progesterona ↳ Polaciúria ↪ É um sinal tardio - A medida que o útero cresce, ele comprime a bexiga ↪ No segundo e no terceiro mês de gestação, o útero, com maior volume e em anteflexão acentuada comprime a bexiga, levando à micção frequente, com emissão de quantidade reduzida de urina. No segundo trimestre, tal sintomatologia cessa, retornando nas duas últimas semanas, ao insinuar a apresentação fetal. ↳ Alterações cutâneas ↪ Estrias, cloasma gravídico (melasma - hiperpigmentação da face), linha nigra (pigmentação da linha alba) ➜ Sinais de probabilidade ↳ Amenorreia* ↪ Após 10 a 14 dias de atraso menstrual, considera-se provável sinal de amenorreia, o que nem sempre indica gravidez, pois esse s intoma também ocorre em diversas circunstâncias fisiológicas e patológicas* ↳ Aumento do volume uterino ↪ O toque combinado interfere as alterações que a gravidez imprime ao útero. Fora da gestação, o órgão é intrapélvico, localizado abaixo do estreito superior; na gravidez, expande-se ↪ Miomatose também é um fator que pode ser diagnóstico diferencial para aumento de volume uterino ↳ Alteração do formato uterino ↪ Sinal de Piskacek: Crescimento assimétrico do útero no local da implantação ↪ Sinal de Nobile-Budin: Percepção pelo toque do preenchimento do fundo-de-saco (região abaixo do colo) pelo útero gravídico (útero se torna globoso) ↪ Sinal de Osiander: Percepção do pulso da artéria vaginal ao toque vaginal, por estar hipervascularizado ↪ Sinal de Jacquemier: Ao entreabrir a vulva, destaca-se a coloração violácea da sua mucosa (vestíbulo e meato uretral), isso aumenta a probabilidade da paciente estar grávida. A mesma tonalidade da mucosa vaginal constitui o sinal de Kluge. ↪ Sinal de Hegar: Amolecimento do istmo uterino (durante o toque bimanual, a sensação é semelhante à separação do corpo da cérvice). Com a própria mão consegue dobrar o útero no canal endocervical ↪ Sinal de puzzos: Trata-se do rechaço fetal intrauterino, que se obtém ao impulsinar o feto com os dedos dispostos no fundo de saco anterior. Dessa maneira, ocorre impressão de rechaço quando o conceito se afasta e quando ele retorna. ➜ Sinais de certeza ↳ Sinal de Puzzos: Trata-se do rechaço fetal intrauterino, que se obtém ao impulsionar o feto com os dedos dispostos no fundo de saco anterior. Dessa maneira, ocorre impressão de rechaço quando o concepto se afasta e quando ele retorna. Ao toque vaginal, sente a cabeça do bebê ↳ Percepção e palpação dos movimentos ativos do feto (18 semanas) ↳ Palpação dos segmentos fetais ↳ Ausculta de BCF ↪ Trata-se do mais fidedigno dos sinais de g rav idez . Sua comprovação , com o estetoscópio de Pinard, atualmente é obtida com sinal Doppler. Diagnóstico hormonal da gravidez ➜ Melhor parâmetro para o diagnóstico de gravidez incipiente ➜ Apoia-se na produção de gonadotrofina coriônica humana (hCG) pelo ovo. Uma semana após a fertilização, o trofoblasto, implantado no endométrio, começa a produzir a hCG em quantidades crescentes, que podem ser encontradas no plasma ou na urina maternos. ➜ Há basicamente três tipos de testes para a identificação de hCG: ↳ Imunológico ↳ Radioimunológico (RIA) ↳ Enzima-imunoensaio (ELISA) ↳ Testes imunológicos ↪ O hCG é uma proteína que induz à formação de anticorpos (antissoro) em outros animais (p. ex.,coelho) e esse antissoro é utilizado para identificar hormônios no soro ou na urina. ↪ Na prática, para que o exame seja realizado, aconselha-se que o atraso menstrual ultrapasse 10 a 14 dias. Assim, a prova de inibição da hemaglutinação oferece sensibilidade de 97 a 99%. Com a nova modalidade, afirma-se que o mesmo pode ser obtido com 1 a 3 dias de amenorreia. ↳ Testes radioimunológicos ↪ Consistem na dosagem de hCG por método radioimunológico (RIA), com base na competição do hormônio em questão com traçador adequado (o próprio hormônio marcado com radioiodo), conforme a quantidade fixa de antissoro ↪ Dosagem da subunidade beta do hCG, mais específica ↪ A dosagem de β-hCG tem sensibilidade de 5 mUI/ml. ↪ O s r e s u l t a d o s s ã o o b t i d o s e m aproximadamente 4h ↳ Teste ELISA ↪ Substitui o hormônio marcado com radioisótopo por enzima, capaz de atuar sobre um substrato incolor e originar produto colorido ↪ Sua principal vantagem é o maior tempo de vida útil, pois não contém radioisótopos (de atividade limitada) ➜ Sangue x Urina ↳ Exame de urina ↪ É um exame qualitativo do hormônio hCG na urina, podendo ser feito a partir do 1º dia de atraso da menstruação. É um exame rápido e que dá o resultado em poucos minutos. O teste de farmácia é bastante seguro do ponto de vista do resultado positivo. Nestes casos, em cerca de 95% das vezes, a mulher realmente deve estar grávida. Mas quando ele dá negativo, é sempre preciso refazer - pois pode ter aparecido o que se chama de falso negativo, que acontece geralmente quando a mulher faz o exame muito no início da gestação, enquanto a concentração do hormônio hCG é baixa, portanto apenas após 15 dias depois da fecundação este teste é eficiente. ↪ Assim, em caso de resultado negativo, mas com presença de sintomas de gravidez como aumento da sensibilidade das mamas e aumento da oleosidade da pele, o ideal é repetir o teste após cerca de 3 a 5 dias, ou fazer o exame de sangue. ↪ É sensível quando está positivo, não quando está negativo ↳ Exame no laboratório ↪ Cerca de 6 dias após a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, o embrião em formação chega à parede do útero e se aloja nela. A partir deste momento, o hormônio hCG produzido pelo trofoblasto consegue alcançar a corrente sanguínea da mãe, já sendo poss íve l se r de tec tado por exames laboratoriais ultrassensíveis. O exame de sangue, que detecta a unidade beta desse hormônio, pode ser do tipo qualitativo quando indica a presença ou ausência do hormônio ou do tipo quantitativo quando indica a quantidade de hormônio presente na circulação. ➤ Em algumas s i tuações precisa-se quantificar o β-hCG, como em gravidez ectópica para saber se a gravidez está evoluindo ou não e em doença trofoblástico gestacional Diagnóstico ultrassonográfico da gravidez ➜ Com 4 a 5 semanas, na parte superior do ú tero , começa a aparecer formação arredondada, anelar, de contornos nítidos, que corresponde à estrutura ovular, denominada, em ultrassonografia, saco gestacional (SG) β-hCG positivo não necessariamente é uma gravidez viável. Pode ser gravidez ectópica, doença trofoblástico gestacional, pode ser apenas o saco embrionário e sem feto (fez o primeiro ultrassom de 4 a 5 semanas e não tem feto, é necessário repetir, se repetir, após6 semanas e não tiver embrião deve-se induzir o abortamento) ➜ A partir de 5 semanas, é possível visualizar a vesícula vitelina (VV) ➜ Com 6 semanas, o eco embrionário e sua pulsação cardíaca (BCF) ➜ 10 a 12 semanas, nota-se espessamento no SG, que representa a placenta em desenvolvimento e seu local de implantação no útero ➜ Sexagem fetal ↳ Idealmente realizado após a 10ª semana de gestação ↳ É um procedimento simples que pesquisa na amostra do sangue materno a presença do cromossomo Y fetal (presente apenas no sexo masculino), utilizando a técnica de b io log ia molecu lar denominada PCR (Polymerase Chain Reaction) ↳ É importante ressaltar que, por não ser um procedimento invasivo, não oferece risco para o feto. ↳ A coleta é realizada de forma convencional em um laboratório, e é coletado apenas um tubo de sangue.
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