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TCC-Lucas Soares

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Prévia do material em texto

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO 
GRANDE DO NORTE 
 
 
 
 
 
LUCAS SOARES VELOSO 
 
 
 
 
 
 
 
IMPLANTAÇÃO DE USINAS FOTOVOLTAICAS NA GESTÃO PÚBLICA: O CASO 
DO IFRN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL – RN 
2021 
 
 
LUCAS SOARES VELOSO 
 
 
 
 
 
 
IMPLANTAÇÃO DE USINAS FOTOVOLTAICAS NA GESTÃO PÚBLICA: O CASO 
DO IFRN 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado à 
Banca Examinadora do Curso Superior de 
Tecnologia em Gestão Pública do Instituto Federal 
de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande 
do Norte, em cumprimento às exigências legais 
como requisito parcial à obtenção do título de 
Tecnólogo em Gestão Pública. 
Orientador: Prof. Francisco Monteiro de Sales Júnior 
 
 
 
 
 
NATAL – RN 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
___________________________________________________________________ 
 
 
Página reservada para ficha catalográfica. 
Elaboração de responsabilidade da Biblioteca 
 
___________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SOARES VELOSO 
 
 
 
IMPLANTAÇÃO DE USINAS FOTOVOLTAICAS NA GESTÃO PÚBLICA: O CASO 
DO IFRN 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao 
Curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública do 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia 
do Rio Grande do Norte, em cumprimento às 
exigências legais como requisitos parcial à obtenção 
do título de Tecnólogo em Gestão Pública. 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado e aprovado em ___/___/____, 
pela seguinte Banca Examinadora: 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
___________________________________________________________________ 
Prof. Francisco Monteiro de Sales Júnior - Presidente 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte 
___________________________________________________________________ 
Prof.ª Anna Cecília Chaves Gomes - Examinadora 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte 
___________________________________________________________________ 
Prof. Augusto César Fialho Wanderley - Examinador 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À Deus, pois, sem ele eu não teria forças para essa 
longa jornada. À meus pais, por sua capacidade de 
acreditar e investir em mim, pelo cuidado e 
dedicação que me deram, em alguns momentos, a 
esperança para seguir, sua presença significou 
segurança e certeza de que não estou sozinho 
nessa caminhada. Por fim, a Maria Luiza que de 
muito bom grado me ajudou e me motivou a não 
esmorecer. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente à Deus qυе permitiu tudo isso acontecer, ао longo de minha 
vida, е não somente nestes anos de curso, mas que em todos os momentos foi e é o 
maior mestre qυе alguém pode conhecer. 
Ao meu pai Ednaldo de Araújo, o qual apesar de todas as dificuldades me 
fortaleceu, e para mim foi muito importante. Agradeço а minha mãe Jaqueline Soares, 
heroína qυе me deu apoio, incentivo nas horas difíceis, de desânimo е cansaço. E 
nos momentos de minha ausência em dedicação aos estudos, sempre fizeram 
entender qυе о futuro é feito а partir da constante dedicação no presente. 
Agradeço a Maria Luiza pelo apoio, pelo tempo dedicado a este trabalho, me 
incentivando e cuidando para que eu não desistisse ao longo do caminho. 
E também, ao meu orientador prof. Monteiro que me proporcionou essa boa 
experiência, além dos ensinamentos ao longo dessa jornada. De igual forma, às 
equipes técnicas do IFRN que possibilitaram a coleta de dados, como o Professor 
Augusto Fialho e o Engenheiro Franclin Robias. 
Por fim, ao IFRN pelo ambiente agradável, pelo cuidado e pelas muitas 
oportunidades oferecidas, hoje posso ver outros horizontes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Pesquisa de cunho exploratório e descritivo que buscou como objetivo principal 
relatar e discutir a experiência do IFRN (Instituto Federal de Educação, Ciência e 
Tecnologia do Rio Grande do Norte), enquanto autarquia federal, na implantação de 
usinas fotovoltaicas. Para isso, o presente estudo teve como base aportes 
bibliográficos que corroboraram a estruturação de todo o referencial teórico, ao qual 
abordou os seguintes temas: Sustentabilidade, Nova Gestão Pública, Energias 
Renováveis, Energia Solar e a Regulamentação dessa fonte energética. Nesse 
contexto, para coleta de dados foram realizadas entrevistas, em pesquisa de campo, 
sendo o engenheiro eletricista responsável pelo projeto um dos respondentes. Dados 
forma levantados para permitir um melhor detalhamento do projeto. Por conseguinte, 
o Instituto apresenta considerável potencial na geração de energia solar, sendo usado 
como modelo em outras instituições. Observou-se a relevância do incentivo da 
administração pública em buscar inovação na prestação do serviço. Assim a pesquisa 
tem como relevância o fato da administração pública ser referência e possibilitar a 
instituições do âmbito público e privado a inovação, ainda com potencial de 
crescimento. No mais, observa-se que é necessário que se dê continuidade às 
pesquisas e trabalhos que abordem tais temas, uma vez que esses serão úteis no 
aprimoramento e melhor desenvolvimento do projeto apresentado. 
Palavras-Chave: Energias Renováveis. Energia Fotovoltaica. Regulamentação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Exploratory and descriptive research that sought to report and discuss the 
experience of IFRN (Federal Institute of Education, Science and Technology of Rio 
Grande do Norte), as a federal authority, in the implementation of photovoltaic plants. 
To this end, the present study was based on bibliographic contributions that support 
the structuring of the entire theoretical framework, which addressed the following 
themes: Sustainability, New Public Management, Renewable Energies, Solar Energy 
and the Regulation of this energy source. In this context, for data collection they were 
designated in the field research, in which the electrical engineer responsible for the 
project participates. Thus, from this identification it was possible to raise important data 
that allowed for a better detail of the project. Consequently, the Institute has potential 
in the generation of solar energy, used as a model in other institutions. Soon there is 
a company that encourages public administration to seek innovation in servisse 
provision. Thus, a research as an extension model of public administration will enable 
the institution of the public or private sphere to innovate, still with potential for growth. 
In addition, it is observed that it is necessary to continue research and work that 
addresses such themes, since this will be useful in the improvement and better 
development of the project presented. 
Keywords: Renewable energies. Photovoltaic Energy. Regulation. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 – Usina Fotovoltaica IFRN Parelhas. 
Figura 2 – Usina Fotovoltaica IFRN Lajes. 
Figura 3 – Usina Fotovoltaica IFRN Natal – Cidade Alta. 
Figura 4 – Usina Fotovoltaica IFRN Natal – Zona Norte. 
Figura 5 – Usina Fotovoltaica IFRN Mossoró. 
Figura 6 – Localização das Usinas do IFRN espalhadas no estado do RN. 
Figura 7 – Usina Fotovoltaica IFRN Canguaretama. 
Figura 8 – Usina Fotovoltaica IFRN Currais Novos. 
Figura 9 – Usina Fotovoltaica IFRN Natal – Central. 
Figura 10 – Usina Fotovoltaica IFRN João Câmara. 
Figura 11 – Usina Fotovoltaica da Reitoria. 
Figura 12 – Usina Fotovoltaica IFRN Ceará – Mirim. 
Figura 13 – Usina Fotovoltaica IFRN São Paulo do Potengi. 
Figura 14 – Usina Fotovoltaica IFRN Apodi. 
Figura 15 – Usina Fotovoltaica IFRN São Gonçalo do Amarante. 
Figura 16 – Usina Fotovoltaica IFRN Parnamirim. 
Figura 17 – Usina Fotovoltaica IFRN Caicó.Figura 18 – Notícia sobre visita de Deputado Estadual da Paraíba a instalação da 
Usina Fotovoltaica da Reitoria. 
Figura 19 – Notícia da revista PV Magazine Latino América. 
Figura 20 – Notícia sobre o IFRN bater metas na instalação das Usinas 
Fotovoltaicas. 
Figura 21 – Usina Fotovoltaica IFRN Pau dos Ferros. 
Figura 22 – Usina Fotovoltaica IFRN Nova Cruz. 
Figura 23 – Usina Fotovoltaica IFRN Ipanguaçu. 
Figura 24 – Usina Fotovoltaica IFRN Macau. 
Figura 25 – Usina Fotovoltaica IFRN Santa Cruz. 
Figura 26 – Status do sistema da UFV da Reitoria, apresentando sua produção em 
tempo real. 
Figura 27 – Status de produção UFV da Reitoria, detalhado em geração do dia, 
mês e ano. 
 
 
Figura 28 – Status da produção de energia semanal, rendimento financeiro e CO2 
evitado. 
Figura 29 – Despesa com energia elétrica em duas situações. a) Sem gerador 
fotovoltaico funcionando; b) Com gerador fotovoltaico funcionando. 
Figura 30 – Participação da energia fotovoltaica gerada e a energia total 
consumida pelo campus. 
Figura 31 – Energia fornecida pelo gerador fotovoltaico para o sistema elétrico do 
campus Natal-Central. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica. 
CNAT Campus Natal-Central. 
CC/CA Corrente Contínua e Corrente Alternada 
COSERN Companhia Energética do Rio Grande do Norte. 
CO2 Gás Carbônico. 
DILIC Diretoria de Licitação 
EaD Educação a Distância. 
EPT Educação Profissional e Tecnológica. 
GEE Gases de Efeito Estufa. 
GWh Gigawatt-hora. 
IDEMA Instituto de Defesa do Meio Ambiente. 
IFRN Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio 
Grande do Norte. 
kWp Quilowatt-pico. 
kWh/m2 Quilowatt-hora por metro quadrado. 
MWh Megawatt-hora. 
NGP Nova Gestão Pública. 
PDI Plano de Desenvolvimento Institucional. 
ProGD Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia 
Elétrica 
RN Resolução Normativa. 
SETEC/MEC Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério 
da Educação. 
UFV Usinas Fotovoltaicas. 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14 
1.1 OBJETIVOS ..................................................................................................... 16 
1.1.1 Objetivo Geral .......................................................................................... 16 
1.1.2 Objetivos Específicos ............................................................................. 16 
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 16 
2 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DE PESQUISA .......................................... 18 
3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 19 
3.1 ENERGIA E SUSTENTABILIDADE ................................................................. 19 
3.1.1 A Nova Gestão Pública e a sua contribuição para a Sustentabilidade
 ........................................................................................................................... 22 
3.2 ENERGIAS RENOVÁVEIS .............................................................................. 24 
3.2.1 Energia Solar Fotovoltaica ..................................................................... 27 
3.3 GERAÇÃO DE ENERGIA: REGULAMENTAÇÃO ........................................... 30 
4 METODOLOGIA .................................................................................................... 35 
4.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ................................................................... 35 
4.2 UNIVERSO DE AMOSTRA ............................................................................. 36 
4.3 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS .............................................................. 36 
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................. 38 
5.1 USINAS SOLARES FOTOVOLTAICAS IFRN: INICIAÇÃO DO PROJETO ..... 38 
5.2 AQUISIÇÃO E IMPLANTAÇÃO ....................................................................... 40 
5.3 USINAS EM OPERAÇÃO ................................................................................ 45 
5.4 REGULAMENTAÇÃO ...................................................................................... 49 
5.5 IFRN COMO MODELO EM ENERGIA SOLAR ............................................... 51 
5.6 GERAÇÃO, DESEMPENHO E MANUTENÇÃO .............................................. 54 
5.7 RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO .......................................................... 57 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 61 
 
 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 64 
ANEXO I – Conta de Energia Campus Natal-Central ............................................ 68 
 
 
 
14 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O consumo de energia elétrica vem demonstrando um ritmo intenso de 
expansão no Brasil. Seu uso deriva de um crescimento considerável nos centros 
urbanos e nas indústrias automatizadas dos mais diversos segmentos. Conforme 
Silva (2012), no intermédio dos anos de 1995 e 2011, o consumo anual apresentou 
um aumento de 78% resultando em 190 mil GWh – Giga watt-hora1. Segundo as 
projeções da Empresa de Pesquisa Energética, à época, a demanda total cresceria a 
uma taxa média de 5,3% ao ano (a.a.) até 2018, chegando a 681 mil GWh ao final 
daquele período. (EPE, 2009 apud SILVA, 2012). 
Com esse aumento, a temática associou-se a debates relacionados ao meio 
ambiente devido às formas de geração de energia, algumas com altos impactos 
ambientais. A percepção dessa necessidade, apontou a utilização de fontes 
renováveis. 
O Brasil tem abraçado esta causa e explorado sua vasta diversidade de 
mananciais propícios à geração de energia por meio de fontes renováveis. Essa 
viabilidade proporciona certo diferencial quando comparado a outros países. 
Um deles é a vasta incidência de luz solar em seu território. Através desta fonte 
se consegue gerar energia através de placas fotovoltaicas que captam a luz solar e a 
transformam em energia elétrica, sendo ela (a energia com fonte na luz do sol) uma 
das principais alternativas de geração sustentável. Trata-se de uma das fontes 
renováveis de energia limpa que se mostra em ascensão atualmente, e surge como 
uma opção cada vez mais adequada. Teoricamente, enquanto houver sol, haverá 
energia solar. 
O governo brasileiro vem estimulando a utilização de fontes renováveis no setor 
privado e público a partir de incentivos e programas que auxiliam também a 
implantação de usinas fotovoltaicas. A Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL 
também tem sido partícipe nestes incentivos, sobretudo ao criar o sistema de 
compensação de energia regulamentado pela Resolução Normativa 482/2012. Nela 
 
1 Wh – Watt-hora é a quantidade de energia utilizada para alimentar uma carga com potência de 1 (um) 
Watt pelo período de 1h (uma hora). Gigawatt-hora (GWh) equivale a 109 Wh (um bilhão de Watt-hora). 
15 
 
são estabelecidas as condições para a geração e distribuição de energia elétrica. 
Decorrente dela, mais duas resoluções foram criadas até o presente momento, 
notadamente, a Resolução Normativa nº 687, de 24 de novembro de 2015 e a 
Resolução Normativa nº 786, de outubro de 2017. Há também outros programas, 
convênios, projetos e financiamentos que facilitam a utilização de energias 
renováveis. 
Dentre as organizações que fazem uso dos direitos possibilitados pelas 
resoluções está o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande 
do Norte (IFRN). O Instituto implantouusinas fotovoltaicas em todas as suas 21 
unidades, como forma de geração de energia elétrica sustentável, entretanto a sua 
22ª unidade (Campus Avançado de Jucurutu) ainda está em fase de implantação. 
O presente estudo teve por objetivo averiguar, in loco, como se deu a 
experiência do Instituto com a referida geração fotovoltaica. Buscou-se, em suma, 
descrever e analisar o modelo de geração e consumo de energia elétrica de suas 
unidades. Foi considerado um recorte temporal que se estendeu desde as primeiras 
iniciativas para a adoção do modelo em dezembro de 2013 até a entrada em regime 
da última usina implantada em meados de 2018, identificando os entraves 
encontrados no processo e os benefícios oriundos. Nesse ínterim, são apresentadas 
as tecnologias envolvidas, comparando-as ao modelo tradicional, com as diretrizes de 
sustentabilidade presentes na legislação. Também foram identificados e relatados os 
principais atores e etapas presentes no processo de adoção das usinas. 
De forma complementar, são apresentados alguns dos resultados no que tange 
à redução da conta mensal de energia elétrica junto à concessionária, sendo este um 
elemento importante na análise do impacto. Buscou-se compreender se a adoção das 
usinas fotovoltaicas nos campi do Instituto tem se mostrado exitosa. Nesta conjuntura, 
é apresentada a seguinte questão de pesquisa: 
Qual a experiência do IFRN na implantação de usinas fotovoltaicas? 
Assim, o trabalho apresenta os resultados da análise das etapas da 
implantação das usinas fotovoltaicas nos diversos campi do IFRN, e particularmente 
das posicionadas no Campus Natal-Central e Reitoria. 
 
16 
 
1.1 OBJETIVOS 
 
1.1.1 Objetivo Geral 
 
• Relatar e discutir a experiência do IFRN, enquanto autarquia federal, na 
implantação de usinas fotovoltaicas. 
 
1.1.2 Objetivos Específicos 
 
• Averiguar, in loco, como se deu a experiência do Instituto com a referida 
geração fotovoltaica; 
• Identificar importantes atores e etapas no processo de adoção de usinas de 
geração de energia fotovoltaica; 
• Apontar entraves encontrados durante a implantação; 
• Descrever o atual modelo de geração de energia elétrica no IFRN e as 
tecnologias envolvidas. 
 
1.2 JUSTIFICATIVA 
 
Nos últimos anos, a busca por fontes de energias renováveis vem se 
propagando e as formas de geração de energia elétrica estão se desenvolvendo com 
veemência, assim como as formas que possibilitam seu acesso. O artigo 3º, inciso II 
da Constituição brasileira apresenta um dos objetivos fundamentais no que tange a 
garantir o desenvolvimento nacional. Assim também, pela forma de desenvolvimento 
sustentável em que possibilita um baixo impacto ao meio ambiente, a energia solar 
fotovoltaica tem se mostrado promissora. 
Projetos como o ProGD – Programa de Desenvolvimento da Geração 
Distribuída de Energia Elétrica, lançado em 2015 pelo governo federal, são propostos 
com o intento de aprofundar as ações referentes à geração de energia elétrica com 
base em fontes renováveis, sobretudo por meio de equipamentos como painéis 
17 
 
solares. Trata-se de incentivos destinados à implantação destas tecnologias em 
organizações públicas e privadas. Intercala-se aqui o caso do IFRN, que se 
apresentou como uma das instituições pioneiras no estado do Rio Grande do Norte 
(RN) na geração de energia solar fotovoltaica. 
Na região Nordeste, onde são situadas as unidades do Instituto, esta forma de 
geração demonstra potencial, considerando a favorável condição climática e 
meteorológica disponível no território. 
A relevância acadêmica da pesquisa baseia-se no fato de que são poucos os 
estudos que abordam essas discussões voltadas à gestão pública. Esta lacuna 
literária pode ser preenchida a partir da avaliação continuada das experiências 
adotadas no serviço público. No caso do IFRN, ainda são poucas as informações 
publicadas sobre a eficiência ou não da implantação das usinas, como se dá o 
processo de coleta de seus dados, sendo limitados os dados que relatam a economia 
após o funcionamento dos geradores, deixando abertas lacunas diversas, como a real 
economia obtida pelo Instituto. 
Com relação ao âmbito social, a presente pesquisa contribui para que a 
sociedade tome ciência de que a postura sustentável pode servir de exemplo a ser 
seguido em diferentes instâncias, sendo as instituições públicas verdadeiras 
referências para tal. A sociedade pode melhor compreender as vantagens e 
desvantagem do uso das usinas implantadas. Em um viés de partilhar experiências 
relacionadas a essa área e cooperando com a amostragem de dados que podem ser 
observados como modelo para outros Institutos Federais ou qualquer outra 
organização que tenha interesse. Os resultados, em forma de experiência relatada, 
poderão ser utilizados para novas aplicações ao longo do território nacional ou até 
mesmo internacional. Assim, o estudo proporciona uma melhor interpretação do tema. 
Em uma visão educacional, considerando os objetivos do IFRN, a pesquisa 
favorece a análise da implantação das usinas fotovoltaicas, especialmente no Campus 
Natal-Central (CNAT), para que os próprios estudantes e servidores locais possam ter 
um conhecimento a mais sobre a estrutura das usinas que agregam ao patrimônio da 
mesma, já que a organização possui um curso na área de energias renováveis, o que 
facilitará a adoção de práticas pedagógicas nas aulas de diferentes cursos oferecidos 
pela Instituição. 
18 
 
2 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DE PESQUISA 
 
A presente pesquisa desenvolveu-se nos campi do Instituto Federal de 
Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN, a partir da análise 
das etapas da implantação de usinas fotovoltaicas em suas unidades. 
A Instituição foi fundada em 23 de setembro de 1909 após o momento em que 
o então Presidente Nilo Peçanha sancionou Decreto nº 7.566 para criação dos 
institutos, que no período foram chamadas Escolas de Aprendizes Artífices. E com o 
passar dos anos a instituição passou por diversas mudanças. Até que em 1967, a 
escola passou a ocupar novas instalações, no bairro Tirol, Avenida Senador Salgado 
Filho, onde funciona hoje o Campus Natal-Central do IFRN, obtendo, em 1968, a 
denominação de Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte – ETFRN. Com o 
passar dos anos, a ETFRN com os cursos básicos oferecidos até então, deram lugar 
ao ensino profissionalizante de 2° grau. Em 1994, dar-se início ao processo de 
transformação em Centro Federal de Educação Tecnológica – CEFET com a 
inauguração da Unidade de Ensino Descentralizada de Mossoró, sendo concluída em 
1999. Mas só em 2006, com o início da 1ª fase da expansão da Rede federal de 
Educação Profissional, Científica e Tecnológica, foram implantadas três novas 
unidades: Zona Norte de Natal, Ipanguaçu e Currais Novos. 
A segunda etapa começou em 2007, com a construção de outras seis unidades: 
Macau, Caicó, Apodi, João Câmara, Santa Cruz e Pau dos Ferros. Essas escolas 
foram inauguradas em 2009, com nova institucionalidade, já nasceram como campi 
do novo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte 
– IFRN. Nesta fase ainda, foram construídos os campi de Natal-Cidade Alta, Nova 
Cruz, Parnamirim e São Gonçalo do Amarante. Na terceira fase de expansão, a partir 
de 2013, foram criados mais cinco campi: Ceará-Mirim, Canguaretama, São Paulo do 
Potengi, Lajes e Parelhas. Acrescentando também a Reitoria e o Ensino a Distância 
(EaD). 
Atualmente, o IFRN possui em seus 22 campi, distribuídos por toda as regiões 
do estado do Rio Grande do Norte (RN), usinas fotovoltaicas, com grandes potenciais 
de geração de energia. 
19 
 
3 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
3.1 ENERGIA E SUSTENTABILIDADE 
 
Com o passar do tempo a energia elétrica tem se tornado um dos principais 
constituintes da sociedade moderna. Ela é necessária para proporcionar regalias, criar 
bens a partir dos recursos naturais,e também fornecer serviços dos quais se tem 
diversos benefícios (HINRICHS; KLEINBACH, 2003). 
Dentre os resultados oferecidos pela energia elétrica, encontra-se um impasse 
na maneira de sua geração. Essa dificuldade tem levantado alguns debates sobre os 
impactos ambientais negativos que o aumento na geração de energia proporciona. 
Lima (2014) afirma que há uma preocupação com a crise energética por conta da 
redução das reservas petrolíferas mundiais, dos impactos causados pelo uso de 
fontes de energia poluentes, ocasionando escassez dos recursos naturais. Somando 
a isso tudo, há aumento na demanda por oferta de energia e pelo crescimento 
populacional, recorrendo a discussões acerca de fontes alternativas, que possam 
corresponder à demanda crescente, reduzindo os impactos ambientais e utilizando 
racionalmente os recursos energéticos. 
Os impactos ambientais provocados por algumas fontes de geração e consumo 
de energia se dão, sobretudo, a partir de fontes fósseis que provocam emissões de 
poluentes, gases de efeito estufa e acarretam o aumento dos riscos os suprimentos 
de longo prazo no planeta. Sendo necessárias mudanças nesses padrões para passar 
a estimular as energias renováveis, o Brasil apresenta uma condição bastante 
favorável em relação ao resto do mundo (GOLDEMBERG; LUCON, 2007). 
Concernente a isto, Hinrichs e Kleinback (2003) afirmam que, entender o 
consumo de energia elétrica reflete em compreender os recursos necessários para 
sua geração e suas limitações, bem como as consequências ambientais da sua 
utilização. Energia, meio ambiente, sustentabilidade, e desenvolvimento econômico 
estão fortes e estreitamente correlacionados. 
A sustentabilidade, em uma compreensão substancial, se dá em um 
pensamento ecologicamente correto, em ações e programas relacionados ao meio 
20 
 
ambiente, direcionado ao consumo consciente, reciclagem, reutilização, redução, 
dentre outras. Já em sua definição geral, “Sustentabilidade é um conceito sistêmico, 
relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e 
ambientais da sociedade humana” (LARANGEIRA, 2009, p. 1). 
Concernente a isto, Scarlato e Pontin afirmam que: 
A definição de desenvolvimento sustentável que o documento apresenta e 
que se torna célebre nos anos 90 é a de um desenvolvimento que é capaz de 
garantir as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das 
gerações futuras atenderem também às suas” (SCARLATO; PONTIN, 1992, 
p.9). 
Com isso, compreende-se que as distintas vertentes da sustentabilidade 
deterão, pois, importantes resultados sobre as estratégias e os conteúdos da 
educação ambiental. Os efeitos sobre o processo educativo serão diferentes se o 
movimento para sustentabilidade global apadrinhar os mecanismos do mercado para 
reconhecer a natureza e a mudança tecnológica para desmaterializar a produção e 
limpar o ambiente, ou se está baseado em uma nova ética e na construção de uma 
racionalidade ambiental (LEFF, 1999). 
Por conseguinte, entende-se também, que quanto maior for o aproveitamento 
dos recursos, menores impactos ao meio ambiente serão provocados. O objetivo 
deveria ser o do estabelecimento de uma utilização racional e ecologicamente 
sustentável da natureza, em benefício às pessoas a sua volta, levando-as a um 
cuidado com a conservação da biodiversidade, provocando solicitude, tornando-se 
uma estratégia de desenvolvimento e mostrando a necessidade de se adotar padrões 
contratuais de gestão da biodiversidade. No tocante a isto, para que as mudanças 
sejam efetivadas, o uso consciente de recursos naturais não deve partir da 
individualidade dos cidadãos, mas da coletividade. Deve também englobar o mercado, 
assim como o Estado, que através de políticas públicas podem promover ações e 
programas voltados ao estímulo dessa conscientização (SACHS, 2008). 
Dentro desse debate, propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e 
atividades humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as suas 
economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior 
potencial no presente e, ao mesmo tempo, preservar a biodiversidade e os 
ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na 
manutenção indefinida desses ideais (LARANGEIRA, 2008). Concernente a isto, 
21 
 
Scotto (2008) afirma que, não há dúvida que a busca pela sustentabilidade 
socioambiental está muito limitada e compreendida a partir, somente, de uma 
racionalidade tecnológica e de uma globalização focada simplesmente no mercado. 
Tal conceito busca equilibrar a capacidade de reabilitação dos recursos e de 
filtração de desejos com tendência a busca pela economia. Segundo Veiga (2008), o 
crescimento da população e da produção não deve levar a humanidade a ultrapassar 
a capacidade de regeneração dos recursos e de absorção dos desejos. Nos países 
do centro, tanto a produção quanto a reprodução já deveriam estar voltadas apenas à 
reposição. 
Esse entendimento traz uma preocupação com o uso de recursos de forma não 
planejada, como afirma Veiga: 
O crescimento econômico contínuo trará cada vez mais danos ao meio 
ambiente da Terra? Ou aumentos da renda e da riqueza jogam as sementes 
de uma melhora dos problemas ecológicos? É com esta alternativa formulada 
em duas perguntas que G&K (Grossman; Krueger, 1995) abrem a introdução 
de seu pioneiro artigo. Se os métodos de produção fossem imutáveis, é óbvio 
que só seria possível responder afirmativamente à primeira pergunta. 
Todavia, há inúmeras evidências de que o processo de desenvolvimento leva 
a mudanças estruturais naquilo que as economias produzem. E muitas 
sociedades já demonstraram notável talento em introduzir tecnologias que 
conservam os recursos que lhe são escassos. Em princípio, os fatores que 
podem levar a mudanças na composição e nas técnicas da produção podem 
ser suficientemente fortes para que os efeitos ambientalmente adversos do 
aumento da atividade econômica sejam evitados ou superados. (VEIGA, 
2008, p. 114). 
Para Sachs (2008), de um modo geral, esse objetivo deveria ser o do 
estabelecimento de uma utilidade racional e ecologicamente sustentável da natureza 
em privilégio às populações locais, levando-as a incorporar o cuidado com a 
preservação da biodiversidade às suas próprias preferências, como um componente 
de estratégia de desenvolvimento. Daí a necessidade de se adotar padrões 
negociados e contratuais de gestão da biodiversidade. 
Essa necessidade tem surgido devido à falta de preservação da natureza, 
provocando alguns efeitos. Para tratar esta questão, Larangeira (2008) propõe a 
aplicação dos 3R’s: Reduzir – diminuir a quantidade de produção de lixo; Reutilizar 
– de forma a usar materiais diversas vezes, criando utilidade para os que não são 
mais necessários; e Reciclar – consistindo em transformar um produto em outro de 
forma a minimizar o consumo de matéria-prima extraída da natureza. 
22 
 
Concernente a isto, Veiga (2008) afirma ainda que o desgaste da camada de 
ozônio, o aumento do efeito estufa e a vasta perda de biodiversidade são problemas 
globais em sua própria gênese e âmago. Os diversos conflitos sociais sobre 
sustentabilidade então no cerne dessas três questões. Nelas residem as maiores 
dificuldades de preservar e expandir as liberdades substanciais de que as pessoas 
podem desfrutar sem comprometer a capacidade de as futuras gerações usufruir de 
liberdade semelhante ou maior. Complementando, Sachs afirma que: 
De maior importância, pelo lado positivo, foi a imensa reflexão sobre 
estratégias de economia de recursos (urbanos e rurais) e sobre o potencial 
para a implementação de atividades direcionadas para a eco eficiência 
(eficiência na economia) e para a produtividade dos recursos (reciclagem, 
aproveitamento de lixo, conservação de energia, água e recursos, 
manutenção de equipamentos, infraestrutura e edifícios visando à extensão 
de seu ciclo de vida)(SACHS, 2008, p.55). 
Outro detalhe importante relativo à redução de energia, bem ressaltado por 
Hinrichs e Kleinbach (2003) é que, ao se criar uma política energética, deve-se 
relacioná-la não apenas à descoberta de novas fontes e à redução do consumo de 
energia, mas também se ponderar as formas de prolongar as vidas no planeta. Para 
tanto, deve-se ter em conta o peso dos efeitos dos novos estilos de vida e das novas 
tecnologias relacionadas à energia. 
Reavendo a expansão da energia sustentável, agrega-se a ela os recursos 
energéticos pois as fontes renováveis proporcionam para um mundo um melhor tributo 
para tamanha carência de energia. Elas podem ser usadas das mais diversas 
maneiras, gerando impactos e problemas ambientais mínimos e esses ainda podem 
ser controlados com tecnologias aprimoradas (HINRICHS; KLEINBACH, 2003). 
Concernente a isto, o governo apresenta uma nova roupagem pois as políticas 
energéticas apresentam fragilidades a longo prazo. Assim, a administração pública 
utiliza a jurisprudência como ferramenta para formular políticas públicas a contribuir 
para a sustentabilidade. 
 
3.1.1 A Nova Gestão Pública e a sua contribuição para a Sustentabilidade 
 
Acerca disso, a administração pública tem se manifestado para melhor atender 
às necessidades que se mostram na área da sustentabilidade, buscando um melhor 
23 
 
desempenho. Essa forma de gestão é também considerada na Nova Gestão pública 
(NGP) que caracteriza um conjunto de argumentos e filosofias administrativas, 
apresentadas como um novo paradigma de Administração Pública em busca da 
melhoria da eficiência. Especificamente, como filosofia administrativa e como um 
padrão de desempenho organizacional específico advindo da administração pública, 
a NGP possibilitou que fosse atingido um status elevado de um corpo doutrinário que 
desfruta de uma grande aceitação, como “uma corrente de pensamento dominante” 
(MICHAEL BARZELAY, 2001, p.52 apud DASSO JUNIOR, 2014). 
Com características bem distintas dos modelos que a antecederam, a NGP foi 
concebida buscando meios para a rediscussão da forma e do papel do funcionamento 
do Estado. Concernente a isto, Gomes (2009) afirma que, no receituário da NGP, uma 
das principais recomendações é o modelo de Gestão por Resultados. Surgindo-o 
essencialmente para criticar o modelo burocrático, com o qual encontra-se um 
excessivo apego às regras, processos e procedimentos. A Nova Gestão Pública busca 
e defende a flexibilização dos meios, empenhando-se para orientar as organizações 
e seus agentes públicos, para alcançar melhores resultados. Apresentando assim 
uma roupagem que busca a melhoria em seu desempenho, flexibilizando meios para 
melhor servir a sociedade. 
Concomitante a isto, Laranjeira (2009) apresenta que uma das ações 
prioritárias da Agenda 21 brasileira (ferramenta de planejamento na área de 
sustentabilidade), a sustentabilidade urbana e rural, ainda com a preservação de 
recursos naturais e a ética política no planejamento de ferramentas para o 
desenvolvimento sustentável. Mas o ponto chave dessas ações é o planejamento de 
sistemas de produção e consumo sustentáveis, combatendo também a cultura do 
desperdício. 
Como descrito por Gomes (2009), o destaque dado à eficiência pelo movimento 
da Nova Gestão Pública provoca o fortalecimento das políticas públicas de gestão. As 
políticas são atividades identificadas, primariamente, com relação às diversas áreas, 
embora sejam políticas sistêmicas que podem influenciar todas as demais. Sendo 
assim, políticas que têm como objetivo a estrutura organizacional, o orçamento, os 
recursos humanos, o planejamento, os processos e as tecnologias, as compras 
governamentais, e, a cada vez mais, a qualidade na prestação dos serviços públicos 
e no atendimento ao cidadão têm surgido. Sano (2013) reforça que, a principal 
24 
 
dificuldade é garantir a vinculação entre as ações dos programas e as mudanças 
percebidas. A eficácia, por sua vez, propicia que as instituições avaliadas possam 
demonstrar que os resultados estão sendo alcançados. 
Ainda, Sano (2013) afirma que é preciso destacar que a avaliação sistemática, 
contínua e eficaz é uma ferramenta poderosa de gerenciamento, fornecendo assim 
aos formuladores e gestores de políticas públicas melhores condições para aumentar 
a eficiência e eficácia dos recursos aplicados. Fazendo-se necessário o 
desenvolvimento de um conjunto harmônico e sistemático que possa abranger a 
eficiência, eficácia e efetividade e suas inter-relações. 
 
3.2 ENERGIAS RENOVÁVEIS 
 
Os países têm procurado meios de geração de energia que possam ser 
explorados por maiores períodos e causem menores danos ao meio ambiente. Trata-
se de uma busca pela autossuficiência em geração de energia, aliada a uma 
diversificação da matriz energética. Ou seja, pela escassez de recursos a melhor 
opção foi a busca por fontes renováveis (PACHECO, 2006). Três possíveis nomes 
dados para qualquer energia obtida por meios renováveis são: energia renovável, 
energia alternativa ou energia limpa. As fontes primárias para produção de energia 
podem ser classificadas em renováveis e não-renováveis. São consideradas fontes 
não-renováveis aquelas que são passíveis de extinguirem-se por serem utilizadas 
com velocidade bem maior que os muitos anos necessários para sua formação (REIS 
et al., 2005). 
A Agência Nacional de Energia Elétrica afirma que: 
O consumo de energia é um dos principais indicadores do desenvolvimento 
econômico e do nível de qualidade de vida de qualquer sociedade. Ele reflete 
tanto o ritmo de atividade dos setores industrial, comercial e de serviços, 
quanto a capacidade da população para adquirir bens e serviços 
tecnologicamente mais avançados, como automóveis (que demandam 
combustíveis), eletrodomésticos e eletroeletrônicos (que exigem acesso à 
rede elétrica e pressionam o consumo de energia elétrica) (ANEEL, 2008, p. 
39). 
No início do século XXI as fontes renováveis de energia foram responsáveis 
por fornecer aproximadamente 9% da energia mundial (podendo aumentar esse 
índice para 22% se incluir todos o uso também da biomassa) sendo responsável 
25 
 
também por 8% a 10% das necessidades dos Estados Unidos (HINRICHS; 
KLEINBACH, 2003). Segundo Pacheco (2006), o novo regulamento mundial é a 
procura pela autossuficiência em produção de energia, ou seja, a procura por variadas 
fontes alternativas que possam suprir a demanda interna dos países, no caso de falta 
de combustíveis fósseis. Provenientes de ciclos naturais, as energias renováveis 
regeneram-se espontaneamente. 
O consumo da energia elétrica é um dos principais indicadores do nível de 
qualidade de vida de qualquer sociedade e do desenvolvimento econômico. Ele 
representa uma série de fatores, tanto influenciados pela capacidade da população 
para adquirir bens e serviços tecnologicamente mais avançados como 
eletrodomésticos, eletroeletrônicos (que exigem acesso à rede elétrica e pressionam 
o consumo de energia elétrica) e automóveis (que demandam combustíveis), quanto 
o ritmo de atividades dos setores industrial, comercial e de serviços (ANEEL, 2015). 
Neste contexto, o esgotamento rápido das fontes convencionais, seguido dos 
grandes impactos ao meio ambiente, são motivos que conduzem também a busca por 
opções mais abundantes e menos poluentes nomeadas de energias alternativas ou 
renováveis. 
Para que se possa criar um sentido sobre o que a energia significa é necessário 
entender suas limitações como também as consequências ambientais advindas da 
sua utilização. Energia, meio ambiente e desenvolvimento econômico estão 
fortemente conectados (HINRICHS et al., 2003). Logo, entende-se que as fontes 
renováveis decorrem de ciclos naturais, originado da conversão da radiação solar. 
As energias renováveis são provenientes de ciclos naturais de conversão da 
radiação solar, fonte primária de quase toda energia disponívelna Terra e, 
por isso, são praticamente inesgotáveis e não alteram o balanço térmico do 
planeta e se configuram como um conjunto de fontes de energia que podem 
ser chamadas de não-convencionais, ou seja, aquelas não baseadas nos 
combustíveis fósseis e grandes hidroelétricas (PACHECO, 2006, p. 5). 
Esta abordagem defende que fontes alternativas não são convencionais e 
possuem baixo impacto ambiental. Essas formas de geração de energia se 
apresentam como meios mais eficientes de compensar e realizar neutralização da 
emissão de CO2 (gás carbônico), um dos principais causadores de distúrbios no meio 
ambiente. O uso da energia oriunda de fontes limpas contribui para a não emissão de 
26 
 
gases ou quaisquer outros materiais tóxicos e nocivos ao meio ambiente, contribuindo 
para a redução da agressão à natureza. 
Uma das fontes que proporciona uma maior geração de energia é a solar, com 
grande aproveitamento, e possuindo um grande potencial. “Muita energia vem do Sol 
para a Terra, mas pouco é aproveitado. Uma parte da radiação solar fornece calor, 
outra forma os ventos, outra, os potenciais hidráulicos dos rios (pela evaporação e 
condensação), outra, as correntes marinhas” (Goldemberg e Lucon, 2007, pág. 9). 
Dentro desta ótica, Pacheco (2006) afirma que, na busca por fontes de energias 
renováveis, o Brasil se destaca com larga vantagem em relação ao resto do mundo, 
pelas grandes dimensões territoriais e pelas altas taxas de luminosidade. Pelo 
destaque nos benefícios, no Brasil existe a necessidade de se administrar as regalias 
naturais. 
Contudo, existem desafios na implementação de programas que buscam 
melhoria na eficiência e na qualidade dos serviços prestados, mesmo se tratando de 
uma tendência mais genérica do que seja a administração pública. Referente a isto, 
Morais (2009) completa afirmando que, a proposta dessa reforma é de uma 
administração pública por resultados, buscando profissionalização, produtividade, 
eficiência, qualificação do serviço público, ou seja, exigindo resultados. 
Complementando, Oliveira (2008) afirma que, com o desenvolvimento dessa nova 
filosofia de administração pública através do modelo gerencial (ou pós-burocrático), a 
função e controle governamental passa a ser discutida como instrumento de grande 
relevância, proporcionando ao Estado garantir que os conceitos de eficiência, 
efetividade e eficácia, possam ser seguidos, como proposto pelo paradigma gerencial. 
Ainda nesta mesma linha de consideração, Gomes (2009) explica que, de 
acordo com a literatura corrente, o conceito de eficiência é definido como o balanço 
entre os objetivos atingidos e os recursos utilizados para tal feito; por eficácia, 
entende-se a constatação dos objetivos a serem alcançados com o nível de qualidade 
esperado; já na efetividade, são avaliados se os resultados pretendidos foram 
alcançados, se os efeitos sociais ou econômicos esperados foram atingidos, não 
atentando-se aos recursos empregados no processo. Reavendo a necessidade que o 
setor de energias renováveis carece, mas que a administração pública tem buscado 
melhor atendê-lo. 
27 
 
A geração de energia solar fotovoltaica assume particular relevo no panorama 
atual das fontes renováveis. Segundo Proença (2007) afirma que, embora no contexto 
mundial a produção de energia elétrica recorrente a sistemas fotovoltaicos seja 
marginal quando comparada com a total produção, o mercado tem tido uma taxa de 
crescimento de 30% ao ano, e teoricamente o potencial dessa tecnologia é infindável. 
Recebendo a cada hora do Sol a Terra abriga uma grande quantidade de energia, 
chegando a ser superior à produção anual no planeta inteiro. 
 
3.2.1 Energia Solar Fotovoltaica 
 
A energia solar fotovoltaica mostra-se como uma das possíveis soluções para 
a demanda energética e, também, para problemas ambientais. Além disso, são 
diversos os benefícios que a energia solar pode gerar, sendo ela uma fonte renovável, 
praticamente inesgotável e com quase total ausência de poluição, tornando-se uma 
das alternativas promissoras e perdurável (LIMA, 2014). 
A energia solar é proveniente da luz e do calor do sol, considerada uma fonte 
renovável e sustentável, também podendo ser utilizada por diferentes tecnologias. O 
potencial da radiação solar como forma de geração de energia é praticamente 
inesgotável. A princípio, toda energia que o mundo necessita poderia ser extraída 
desta fonte. Para que se possa usufruir dessa energia limpa é necessário fazer uso 
de diversas tecnologias. A energia elétrica não é armazenada em grandes 
quantidades por sua produção ser praticamente simultânea ao seu consumo. Por isso 
a sua produção deve ser flexível, podendo se adaptar rapidamente às necessidades 
de cada momento (PROENÇA, 2007). 
Corroborando com essa ideia, Pacheco (2006) afirma que, a energia oriunda 
do sol pode ser usada diretamente no aquecimento da água, para o aquecimento do 
ambiente e para produção de eletricidade, possibilitando a redução de até 70% do 
consumo convencional. Esse tipo de fonte renovável pode ser utilizado por diversas 
indústrias e até mesmo residências para produzir sua própria energia. A maior 
diferença vai ser o tamanho do sistema. 
28 
 
A partir do discurso apresentado, evidencia-se a necessidade de compreender 
o funcionamento do sistema que permite obter eletricidade a partir do sol. O módulo 
fotovoltaico é o principal componente, sendo composto por um material semicondutor, 
o silício, constituinte da areia, que ao ser submetido a luz solar é carregado 
eletricamente. Para melhor conversão da potência associada a radiação solar com a 
potência elétrica são adicionadas substâncias semicondutoras (PROENÇA, 2007). 
Em conformidade com Machado e Miranda (2014), no aproveitamento da 
energia solar os países mais desenvolvidos são a Alemanha, a Itália, a Espanha e os 
Estados Unidos. Esses países, em 2011, corresponderam juntos a 88% da potência 
total instalada em todo mundo, sendo que no mesmo ano foram aproximadamente 35 
mil megawatts, em que somente a Alemanha deteve cerca de 50%. Este grande 
aumento advindo de programas de incentivo a utilização de energia fotovoltaicas. 
A praticidade dos módulos fotovoltaicos é tamanha, sendo capaz de 
proporcionar diversas vantagens em relação às outras formas de geração de energia, 
podendo ser explicitado através do seguinte discurso: 
A utilização da energia solar poderia trazer benefícios em longo prazo para o 
país viabilizando o desenvolvimento de regiões remotas onde o custo da 
eletrificação pela rede convencional é demasiadamente alto com relação ao 
retorno financeiro do investimento, regulando a oferta de energia em 
situações de estiagem, diminuindo a dependência do mercado de petróleo e 
reduzindo as emissões de gases poluentes na atmosfera como estabelece a 
Conferência de Kyoto (MARTINS et al., 2004, p.145). 
Muitas tecnologias desenvolveram-se desde a descoberta da possibilidade de 
geração de energia elétrica através do sol, mas ainda não se alcançou um nível 
satisfatório em que se possa equilibrar os custos, tendo em vista os módulos mais 
frequentemente encontrados no mercado possuírem eficiência em torno de 15%. 
Logo, a utilização desse sistema, por pessoas físicas era praticamente inviável 
(MACHADO; MIRANDA, 2014). 
Isso nos leva a observar que o grande desafio que foi posto a esta indústria, foi 
o de tornar os custos desta tecnologia cada vez mais competitivos, buscando alcançar 
a paridade com a rede (custos compatíveis com os praticados pelas outras tecnologias 
que vendem a rede) a médio prazo (PROENÇA, 2007). 
Outra grande desvantagem do sistema fotovoltaico é que não se pode ser 
gerada energia em período noturno. Também é importante lembrar que em um dia 
29 
 
nublado ou até mesmo chuvoso ocorre geração de energia, no entanto, sendo baixa 
a incidência de luz solar sobre as placas, a eficiência é bem menor se comparada a 
umdia ensolarado (MACHADO; MIRANDA, 2014). 
Diante de todas as desvantagens, paradoxalmente, o leque de aplicação tem 
crescido cada vez mais, resultado da descoberta de novas tecnologias que 
possibilitam o decréscimo do custo de produção das células. A disponibilidade do Sol 
como matéria-prima em praticamente todos os lados e a modularidade dos sistemas, 
que podem ser montados em qualquer escala ou tamanho, com potencial de serem 
conduzidos às áreas mais remotas, são seus principais pontos fortes. 
Para que se possa ter um melhor incentivo na diminuição dos custos, que ainda 
são altos, as placas podem possibilitar um grande fomento na indústria fotovoltaica. 
Como afirma Machado e Miranda (2014), o preço pelos sistemas fotovoltaicos é um 
dos motivos mais relevantes para a baixa procura dessa tecnologia, ainda é muito 
caro a instalação do sistema em residências, já que os módulos têm que ser 
importados, pois ainda não há indústria do segmento no Brasil. 
Apesar do grande potencial que possui o Brasil, o uso deste em sua totalidade 
é pouco aproveitado. Um detalhe importante relativo a essa capacidade é ressaltado 
por Veiga (2008): 
A Nação, refletida acima de tudo no surgimento de uma burguesia e de um 
mercado de dimensão nacional, foi à base do Estado moderno. Essa 
sequência se inverteu nos países ditos em desenvolvimento. O principal vírus 
que dissemina a inviabilidade econômica da grande maioria dos países em 
desenvolvimento atende pelo nome de miséria científico-tecnológica (VEIGA, 
2008, p. 23). 
Nesse sentido, Machado e Miranda (2014) consideram que o Brasil é um país 
favorecido nesse contexto de energia, visto que, apresenta altos níveis de radiação 
solar. Em termos comparativos, a Alemanha sendo um dos destacados usuários da 
energia solar possui uma irradiação média de 900 e 1250 kWh/m2 – Quilowatt-hora 
por metro quadrado2 por ano, enquanto no Brasil varia entre 1200 e 2400 kWh/m2. 
Possuindo esse ótimo índice de radiação solar, o Brasil possui na região 
nordeste os melhores índices, com valores típicos de 1752 a 2190 kWh/m², de 
radiação incidente por ano. Colocando o Nordeste em uma posição destaque em 
 
2 É a medida da energia elétrica produzida por metro quadrado mediante um aparelho durante seu 
funcionamento. 
30 
 
relação às demais regiões do mundo com maior potencial de energia solar 
(PACHECO, 2006). 
 
3.3 GERAÇÃO DE ENERGIA: REGULAMENTAÇÃO 
 
Com a crescente queda dos preços dos sistemas fotovoltaicos a partir de 2011, 
a ANEEL passou a assumir uma postura mais ativa concernente à elaboração de uma 
regulamentação mais adequada a esse tipo de sistema, objetivando colocar fim a 
algumas barreiras existentes na implantação dos sistemas fotovoltaicos no território 
brasileiro. Foi então que em agosto de 2011, a ANEEL definiu a geração fotovoltaica 
como estratégia e passou a elaborar um escopo para projetos de pesquisa e 
desenvolvimento (IZIDORO et al., 2014). 
Segundo Silva (2015), a análise da viabilidade econômica da energia solar deve 
partir de duas vertentes. Na primeira, a usina solar deve estar ligada diretamente à 
rede da distribuidora de energia, onde se dá o consumo. Esse é o caso da 
microgeração e da minigeração distribuída. Na segunda vertente, a usina tem uma 
escala mais elevada e está conectada, em geral, a uma linha de transmissão que 
conduz energia elétrica até a rede distribuidora e, assim, alcança o consumidor. Esse 
sistema passou a ser regulamentado pela Resolução Normativa 482/2012 da ANEEL 
que “Estabelece as condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração 
distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica, o sistema de 
compensação de energia elétrica, e dá outras providências”. 
A resolução é apresentada por Izidoro (2014) da seguinte forma: 
No Brasil, com a resolução 482/2012 da ANEEL, tem-se atualmente um 
sistema de compensação de energia, semelhante ao net-metering. A 
resolução define o sistema de compensação como um arranjo em que os 
consumidores com microgeração ou minigeração injetam energia ativa na 
rede de distribuição, cedendo-a à concessionária local, posteriormente essa 
energia é compensada através do consumo dessa unidade consumidora ou 
outra do mesmo titular, e desta vez é cedida pela concessionária. A energia 
gerada pelo consumidor abate a energia consumida proveniente da 
distribuidora, e caso seja maior que o consumo, o saldo positivo tem validade 
por 36 meses, podendo também ser utilizada em outra unidade consumidora 
do mesmo titular (que possua o mesmo CPF ou CNPJ, junto ao ministério da 
fazenda) e que esteja dentro da mesma área de concessão da unidade 
geradora (IZIDORO et al., 2014, p. 90). 
31 
 
Os sistemas fotovoltaicos interligados à rede elétrica convencional representam 
uma fonte complementar ao sistema de grande porte pertencente à rede 
disponibilizada pela concessionária. No caso do presente estudo no IFRN, a 
concessionária é a COSERN, Companhia Energética do Rio Grande do Norte. Toda 
a composição do sistema fotovoltaico é conectada em inversores e estes fazem a 
interface com a rede elétrica. As exigências com relação à qualidade, segurança e 
outros fatores devem ser exultantes por parte dos inversores para que a rede não seja 
afetada. O conjunto de composição das usinas possui um sistema anti-ilhamento, que 
é responsável a não comprometer a rede em que a usina está interligada (CÂMARA, 
2011). 
Fortalecendo a potencialidade brasileira para a energia solar, Silva (2015) 
afirma que, a capacidade para aproveitamento dessa fonte energética seguida pela 
regulamentação da ANEEL da microgeração e minigeração têm despertado o 
interesse de diversos agentes, tanto dos fabricantes quanto dos possíveis usuários da 
energia fotovoltaica. 
E mesmo antes da resolução, já existiam sistemas fotovoltaicos instalados no 
Brasil, mas esses eram pouco divulgados e até mesmo desconhecidos da grande 
massa da população nacional. A maioria desses sistemas buscava suprir 
necessidades energéticas em locais isolados através do Programa luz para todos. 
Mas com o regulamento que a resolução 482/2012 da ANEEL permitiu, novos 
horizontes foram abertos para a geração de energia elétrica por fonte solar. Foi a 
primeira resolução voltada para formas de energia distribuída no país, estabelecendo 
premissas para troca de energia entre sistemas fotovoltaicos e a rede de distribuição, 
em que o sistema de compensação de energia passou a existir (IZIDORO, 2014). 
O modelo utilizado, em que a energia fotovoltaica é injetada à rede 
convencional de energia, segundo Câmara (2011): 
Nas instalações residenciais conectadas à rede elétrica, pode-se utilizar tanto 
a energia fotogerada como a convencional. Nesse tipo de conexão, não há a 
necessidade de acumuladores de energia (baterias), pois quando se tem um 
consumo elétrico maior que a eletricidade produzida pelos módulos 
fotovoltaicos (isto ocorre normalmente ao amanhecer, durante a noite e nos 
dias sem ou com baixa radiação solar), a rede fornecerá a energia necessária 
para o perfeito funcionamento da edificação. Ao contrário, quando se tem um 
consumo elétrico baixo ou quando os módulos produzem eletricidade acima 
do que está sendo consumido pela edificação, o excesso de energia elétrica 
é injetado na rede de distribuição da concessionária. A legalização desses 
32 
 
sistemas em nosso país ainda depende de regulamentação (CÂMARA, 2011, 
p, 36). 
Quanto à injeção de energia fotogerada no sistema convencional a quantidade 
inserida na rede elétrica é contabilizada para haver um ressarcimento por parte da 
concessionária. Conforme Lima (2014), a energia fotovoltaica e seu faturamento 
podem ser medidos em cima do excedente de energia gerada injetada na rede com 
relação à demanda interna do consumidor ou sobre o total produzido por ela, como é 
o caso de alguns países europeus, em que toda energia é vendidapara a 
concessionária com uma tarifa maior que a cobrada por ela. Para este caso, procura-
se um maior controle fiscal, buscando diminuir custos, tanto que o programa europeu 
passou por revisão por causa da redução nos incentivos à energia solar. 
Concernente a isto, Izidoro (2014) apresenta o modelo relativo ao faturamento 
por uma visão diferenciada em que, o consumo de energia ativa a ser cobrada do 
consumidor terá que ser a diferença entre a energia consumida e a energia injetada 
na rede pelo sistema gerador do consumidor, e só quando o excedente não for 
utilizado na cobrança atual, a concessionária deverá descontá-lo nas cobranças dos 
meses seguintes. E caso o consumidor possua mais de uma unidade consumidora 
passível de ter seu consumo de energia compensado pelos créditos que possui, a 
prioridade de compensação de suas propriedades deve ser na ordem que o 
consumidor definir como conveniente, devendo, no entanto, priorizar a unidade 
geradora pra ter seu consumo compensado. 
Isso é reflexo do melhor desempenho da administração pública nesse meio, 
mas, com isso surge a necessidade de avaliação das políticas públicas promovidas. 
Segundo Júnior (2005), ao analisar a avaliação de desempenho, alude que tais 
conceitos possuam uma derivação de natureza econômica, afirma que a 
economicidade impõe à Administração Pública o dever de melhor empregar o uso dos 
recursos à sua disposição. Por sua vez, a eficácia exprime à obtenção de um 
determinado resultado, pondo-a em ação. Já a eficiência, reclama o balanço entre os 
custos despendidos e as vantagens alcançadas, cabendo a existência de saldo 
favorável ao balanço e ao custo-benefício. Como Oliveira (2008) afirma, a eficiência 
relaciona-se diretamente com a forma em que os recursos são utilizados 
racionalmente. Um aumento relativo na eficiência de uma atividade corresponde 
33 
 
proporcionalmente a um incremento na produtividade, pois uma ação positiva contribui 
para melhorar o que já estava sendo feito. 
Um reflexo dos incentivos trazidos pelo governo brasileiro é que a produção 
primária de energia solar gerada a partir de painéis fotovoltaicos aumentou 395% 
entre 2003 e 2013. A alavancada do setor foi tamanha que a produção originária total 
de energia cresceu 17% no mesmo período, frente a 56% das fontes renováveis. A 
título de ilustração, somente a geração de energia eólica teve um crescimento que 
superou a energia solar (SILVA, 2015). 
As usinas solares necessitam de um aporte menor que as usinas eólicas, 
principalmente pela dessemelhança entre suas estruturas. A diversidade em modos 
de instalação do sistema fotovoltaico é vasta. Segundo Câmara (2011), os módulos 
podem ser montados diretamente nas edificações ou em outros locais, como áreas 
livres, cobertura de estacionamento, dentre outros. As edificações que utilizam tal 
sistema são alimentadas por energia elétrica gerada pelos módulos, através de 
CC/CA (Corrente Contínua e Corrente Alternada), em conjunto com a rede elétrica de 
distribuição na qual estão interligadas. 
Contudo, o sistema brasileiro ainda necessita atualizar a legislação que 
regulamenta distribuição de energia dos geradores solares para a rede convencional. 
Como explica Izidoro (2014): 
Sendo assim, é possível observar que o sistema de compensação 
estabelecido no Brasil com a Resolução 482, apesar de não apresentar um 
incentivo robusto como o sistema de quotas, utilizados em outros países, tem 
se mostrado eficiente, contribuindo para a adesão de diversos consumidores 
à geração distribuída de energia, conforme observado pela grande entrada 
de sistemas fotovoltaicos em operação, especialmente residenciais e 
corporativos, de pequenas potências instaladas (que se incluem nas 
definições de mini e microgeradores da resolução) (IZIDORO et al., p. 160). 
Ainda assim, o setor elétrico brasileiro está em constante evolução, fruto tanto 
do avanço tecnológico quanto de mudanças legais e normativas. Em razão disso a 
ANEEL periodicamente faz atualizações em seu acervo, principalmente sobre a 
Infraestrutura elétrica do país (ANEEL, 2008). 
A Resolução Normativa 517, de dezembro de 2012, altera, atualiza e adiciona 
algumas considerações na Resolução 482. Institui em alguns termos aprimoramento 
da definição, anulando os da anterior e tornando válida uma mais completa. Ainda são 
34 
 
adicionadas informações relativas aos valores com relação à potência instalada, com 
relação aos diferentes tipos de consumidores (IZIDORO, 2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
4 METODOLOGIA 
 
4.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA 
 
A pesquisa teve por intento relatar e explanar a respeito das principais questões 
relacionadas à implantação e utilização de usinas de energia solar fotovoltaica no 
IFRN e as questões inerentes ao processo. 
De cunho exploratório, o trabalho utilizou uma metodologia que “tem como 
objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais 
explícito ou a construir hipóteses” (GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p. 35). Por garantir 
maior aproximação ao fato pesquisado, a fim de tornar mais claras as questões 
inerentes ao mesmo, o trabalho também se caracteriza por ser descritivo, ocasião que 
se “exige do investigador uma série de informações sobre o que deseja pesquisar” 
(TRIVIÑOS, 1987 apud GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p. 35). Esse tipo de estudo 
pretende descrever os fatos e fenômenos de determinada realidade. 
Para abordagem dessa temática, procurou-se descrever o atual modelo de 
geração e consumo de energia do IFRN, bem como as tecnologias envolvidas. 
Concomitante, buscou-se, identificar os principais agentes e etapas existentes no 
processo de adoção das usinas, e apontar os entraves encontrados durante a 
implantação. Em paralelo, buscou-se apresentar o regimento do uso das usinas de 
energia solar (Resolução Normativa Nº 482, de 17 de abril de 2012, Resolução 
Normativa nº 687, de 24 de novembro de 2015 e a Resolução Normativa nº 786, de 
outubro de 2017), e abordar quais os benefícios da adoção de políticas públicas 
voltadas a esse viés. Para tanto, fez-se necessário o uso de um vasto aporte 
bibliográfico com livros, artigos, documentos, relatórios, matérias de jornais locais, 
trazendo à tona os autores e especialistas que discutem e abordam tais assuntos, 
sendo, portanto, uma pesquisa documental. 
Nesse contexto, a pesquisa se deu em um estudo de caso sobre a adoção de 
usinas fotovoltaicas no IFRN, através de uma abordagem qualitativa, da qual buscou-
se analisar todos os dados e informações coletadas junto aos principais atores 
envolvidos no processo. 
36 
 
 
4.2 UNIVERSO DE AMOSTRA 
 
O corrente estudo procurou identificar os processos de adoção de usinas 
fotovoltaicas nas unidades do IFRN, individualizando-as. Para melhor eficiência no 
estudo, procurou-se descrever as usinas em sua eficiência no âmbito da gestão, como 
se deu um melhor aproveitamento na geração de energia. 
 
4.3 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS 
 
Para a coleta dos dados, foram realizadas entrevistas, observações in loco, 
análise documental, análise de gráficos, reportagens de jornais locais e materiais do 
portal do próprio Instituto. Buscou-se também, obter informações relevantes à 
pesquisa como o monitoramento do desempenho das usinas, e se existe 
acompanhamento e avaliação das mesmas. 
Nesse sentido, foram realizadas duas entrevistas abertas e individuais. A 
primeira com o engenheiro eletricista da reitoria do IFRN, que foi o responsável pelo 
acompanhamento da instalação e funcionamento das usinas; e a segunda com o 
coordenador do Centro de Pesquisa em Energia Fotovoltaica - IFotovoltaica, 
responsável pela avaliação de desempenho das placas, benefícios, economia, dentre 
outros. Cada entrevista teve duração média de uma hora e foram realizadas em 
ambientes do próprio IFRN. 
 
4.4 FORMA DE TRATAMENTO DOS DADOS 
 
Para tratamentodos dados foi realizado um levantamento de todas as 
informações coletadas nas entrevistas, e feita uma relação entre fatos apurados 
através delas. Também foram conciliadas as matérias encontradas no portal do 
instituto que facilitaram a compreensão dos principais acontecimentos no decorrer do 
processo de implantação. 
37 
 
A partir das observações feitas pelo coordenador do Centro de Pesquisa 
IFotovoltaica, foi identificada a planilha eletrônica que mostra o desempenho das 
placas em tempo real da Reitoria e dos campi de São Paulo do Potengi e Ceará – 
Mirim. O acesso à planilha foi realizado pela rede interna do instituto, precisando de 
permissão através de login e senha disponibilizados no portal do instituto, onde foram 
conciliados aos gráficos disponibilizados pelo engenheiro eletricista, o que reduziu a 
complexidade dos conteúdos encontrados. 
A partir dos dados coletados, foi possível correlacionar e analisar a experiência 
do Instituto com a geração de energia solar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 
5.1 USINAS SOLARES FOTOVOLTAICAS IFRN: INICIAÇÃO DO PROJETO 
 
A ideia de poder implantar um sistema de energia renovável surgiu a partir de 
diálogos entre o engenheiro eletricista do IFRN e o Reitor vigente à época, em uma 
reunião não oficial na Reitoria do Instituto. Na conversa, o Reitor apresentou a 
informação de que havia um recurso financeiro disponível junto à Secretaria de 
Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação – Setec/MEC, que é 
a responsável pela coordenação nacional de políticas de Educação Profissional e 
Tecnológica – EPT, no Brasil. A responsabilidade da secretaria é formular, 
implementar, monitorar, avaliar e induzir políticas, programas e ações na área de EPT. 
Antes da formação do Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI, o Instituto 
teve por experiência inicial a usina fotovoltaica da Reitoria, que entrou em 
funcionamento em dezembro de 2013, e passou a servir como modelo para as demais 
unidades do instituto, mesmo não havendo ainda dados que pudessem informar o seu 
desempenho ao certo. Foi apurado que existia apenas expectativas com relação à 
quantidade de energia gerada, e que havia uma previsão inicial de produção que era 
de 30% do consumo total do prédio, mas, nos meses subsequentes foram registrados 
aumentos na geração de energia que correspondia a 36% da energia consumida 
(IFRN, 2014). 
No período de constituição do PDI, o Instituto já gozava de uma curta 
experiência na geração de energia solar e com boas expectativas. Foi então que no 
sexto tópico tratou-se da Infraestrutura Física e Operacional, referenciando a 
expansão estrutural com ações de sustentabilidade nos campi. Nesse período o IFRN 
estava finalizando as obras de criação dos campi avançados de Parelhas e Lages. A 
seguir as figuras 1 e 2 apresentam os campi prontos utilizando as respectivas usinas 
fotovoltaicas. 
39 
 
Figura 1 – UFV IFRN Parelhas 
 
Fonte: Dados secundários baseados nos 
estudos de Wanderley (2017) 
Figura 2 – UFV IFRN Lajes 
 
Fonte: Dados secundários baseados nos 
estudos de Wanderley (2017) 
 
Circunstancialmente, as novas instalações já continham projetos que inserem 
conceitos de eficiência energética. Com isso, as usinas puderam entrar em 
funcionamento junto a finalização das obras, já que o PDI submetia a instalação de 
usinas que proporcionam cobrir parte da despesa com energia elétrica. Nele são 
citadas ações de sustentabilidade e ao final é descrito a necessidade “(...) da 
instalação de usinas fotovoltaicas e/ou eólicas para cobrir parcialmente a necessidade 
de energia elétrica da edificação” (PDI, 2014, p. 169). Recomendava-se que parte da 
demanda fosse ofertada por energias renováveis. 
No Plano não foi especificada a energia fotovoltaica, antes também estava a 
possibilidade da escolha de geradores de fonte Eólica. Na entrevista, o engenheiro 
eletricista esclareceu que a escolha por energia fotovoltaica foi dada a partir da 
estrutura do Instituto, pois os geradores eólicos necessitam de uma grande estrutura 
para instalação e algumas unidades do Instituto não ofereciam essas exigências. Mas 
o entrevistado deixou evidenciado o interesse do IFRN em instalação de geradores 
eólicos em algumas unidades, explicitando a preferência em campi das regiões rurais 
já que nos grandes centros seria improvável. Sabe-se que, em termos estruturais, 
alguns campi não possuíam aporte estrutural para se fazer a instalação de geradores 
eólicos, inviabilizados pelo considerável aporte estrutural necessário para seu 
funcionamento. Essa dificuldade pode ser mostrada na estrutura do campus Cidade 
Alta, localizado na região urbana de Natal- RN, como mostra a Figura 3 a seguir. 
40 
 
Figura 3 - Usina Fotovoltaica IFRN Natal - Cidade Alta. 
 
Fonte: Dados secundários baseados nos estudos de Wanderley (2017). 
Por não estar explicitado no PDI, optou-se pela energia solar fotovoltaica como 
foi citado. Na entrevista com o engenheiro eletricista da Reitoria foi explicado o porquê 
da escolha por esse modelo de geração. Ele esclarece que, dentre outras formas de 
geração, as usinas fotovoltaicas destacam-se por sua forma simples de instalação, 
podendo ser posicionadas em qualquer área em que haja incidência solar, além de 
proporcionar uma maior facilidade no manejo dos equipamentos para estudos dos 
docentes e discentes do Instituto. Havia, então, vantagem da usina fotovoltaica sobre 
a eólica, com relação à ocupação de área e também nos investimentos estruturais 
necessários para aplicação dos geradores. Isso pode ser observado em unidades 
localizadas em áreas urbanas, como apresenta as figuras 4 e 5 a seguir: 
Figura 4 - UFV IFRN Natal - Zona Norte 
 
Fonte: Dados secundários baseados nos 
estudos de Wanderley (2017) 
Figura 5 – UFV IFRN Mossoró 
 
Fonte: Dados secundários baseados nos 
estudos de Wanderley (2017) 
 
5.2 AQUISIÇÃO E IMPLANTAÇÃO 
 
41 
 
Averiguou-se que todas as usinas fotovoltaicas foram adquiridas por meio de 
licitações na modalidade pregão eletrônico. Esse modelo é regulamentado pela Lei 
10.520, de 17 de julho de 2002 que, institui, no âmbito da União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, 
modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços 
comuns, e dá outras providências. 
Foram realizadas três licitações no decorrer de quatro anos, resultando na 
compra das diversas usinas distribuídas nas 21 (vinte e uma) unidades do Instituto. 
Ainda, o Instituto possui uma 22ª unidade em implantação (Campus Avançado de 
Jucurutu. 
A primeira licitação realizada foi o Pregão Nº 16/2013, tendo por objetivo a 
aquisição e instalação de miniusinas fotovoltaicas com potência de 50 kWp – kilo-
Watt-pico3, com a finalidade de viabilizar o uso de fontes renováveis de energia no 
âmbito do IFRN. Averiguou-se que a licitação se dividiu em dois itens. No primeiro, 
expunha a compra de 30 unidades de sistemas de energia solar, comercializados pela 
Eltek Valere Sistemas de Energia Indústria e Comércio com um valor unitário de R$ 
319.000,00 (trezentos e dezenove mil reais). No segundo, atribuía-se a compra de 10 
unidades de sistemas de energia solar com custo unitário de R$ 325.000,00 (trezentos 
e vinte e cinco mil reais). Observou-se que a distinção entre os valores unitários ocorre 
em razão do modo de instalação. No primeiro item a instalação dos equipamentos 
ocorreu no telhado. Já no segundo, o sistema foi posicionado em solo. 
Em sequência, foi realizada a segunda licitação, o Pregão Nº 28/2014 com a 
finalidade de adquirir o fornecimento de microgeradores fotovoltaicos de potência 25 
kWp, para atender suas unidades. Neste certame, de mesmo modo foram 
encontrados dois itens, o primeiro trata de 15 microgeradores fotovoltaicos, vendidos 
pela Alsol Energias RenováveisS/A, com o valor unitário de R$ 191.750,00 (cento e 
noventa e um mil setecentos e cinquenta reais), para serem instalados nos telhados. 
O segundo item especificava a aquisição de 10 unidades de mesmo modo do primeiro 
item, com o diferencial do valor unitário de R$ 252.250,00 (duzentos e cinquenta e 
dois mil duzentos e cinquenta reais). Essa diferença de valores se dá pela estrutura 
 
3 Refere-se a 1000 Wp, sendo uma unidade de medida utilizada para painéis fotovoltaicos. 
42 
 
utilizada, já que no segundo item os equipamentos seriam instalados como cobertura 
de estacionamento, utilizando-se de uma estrutura metálica. 
O terceiro e último certame foi realizado através do Pregão Nº 15/2016 com 
objetivo de contratação de empresa especializada para o fornecimento de 
microgeradores fotovoltaicos de 25 kWp, para atender as unidades do instituto. 
Verificou-se que a compra também foi dividida em dois itens. O primeiro especifica 
cinco unidades de geradores fotovoltaicos, comercializados pela Alsol Energias 
Renováveis S/A (também vencedora do Pregão Nº 28/2014), com custo unitário de 
R$ 217.840,00 (duzentos e dezessete mil oitocentos e quarenta reais), para instalação 
no telhado. O segundo item classificado continha 10 unidades de geradores 
fotovoltaicos, comercializados pela Mtec. Energia, com valor de R$ 298.900,00 
(duzentos e noventa e oito mil e novecentos reais) cada, para instalação como 
cobertura de estacionamento. 
Todos os certames licitatórios continham, além da instalação dos geradores 
fotovoltaicos, todo o projeto, a autorização da concessionária, oferecendo também 
treinamento aos responsáveis em cada unidade do Instituto. Os projetos foram criados 
pelas empresas e apresentados para análise e aval do Instituto. Foi percebido que 
todo o processo licitatório ocorreu na reitoria da instituição, onde se localiza a Diretoria 
de Licitação – DILIC. 
O projeto realizado pelo IFRN foi aceito por conter diversos aspectos que se 
enquadraram na qualidade e organização requerida pela Setec/MEC. Dentre eles, 
formular, implementar, monitorar, avaliar, induzir políticas, programas e ações 
referentes à Educação Profissional e Tecnológica – EPT, alinhadas às demandas 
sociais. 
O término do projeto de instalação das usinas fotovoltaicas no IFRN foi em 
março de 2018, com a conclusão das implantações dos geradores em 20 dos seus 
campi e na Reitoria do Instituto. Com todo o processo de instalação concluído e todas 
as usinas já em processo de geração de energia fotovoltaica, o instituto conseguiu 
atingir ao todo uma capacidade instalada de 2.137,81 kWp, em uma área de ocupação 
de aproximadamente 13.641 m2. A localização das usinas pode ser observada na 
Figura 6 a seguir. 
43 
 
Figura 6 - Localização das Usinas do IFRN espalhadas no estado do RN. 
 
Fonte: Dados secundários baseados nos estudos de Wanderley (2017). 
O custo dessa adoção totalizou um investimento de R$ 16.754.610,00 
(dezesseis milhões setecentos e cinquenta e quatro mil seiscentos e dez reais). As 
usinas possuem características diferenciadas de instalação uma da outra. Como 
afirmou o engenheiro responsável pela instalação dos geradores, uma usina instalada 
no telhado necessita de uma barra de fixação da placa, e uma usina instalada no solo 
precisa de uma estrutura metálica para elevá-la e também de uma fundação de 
concreto armado. Ou seja, são utilizados materiais diferenciados na construção do 
aporte para as usinas, encarecendo-a dependendo da maneira em que é posta. 
Os custos por tipo de instalação giraram entre sete e nove reais para cada Wp 
– Watt-pico4 onde, R$ 7,00/Wp para instalação sobre a cobertura, R$ 8,00/Wp para 
instalação no solo e R$ 9,00/Wp para instalação sobre o estacionamento (contando 
com uma maior estrutura metálica). As garantias oferecidas pelas empresas para os 
equipamentos adquiridos são de: 2 anos para instalação, 5 anos para os inversores e 
25 anos para os painéis fotovoltaicos e o monitoramento a distância. 
Para acompanhamento do desempenho das placas, uma câmera termográfica 
faz imagens da radiação infravermelha permitindo a detecção dos pontos quentes, 
com aquecimento anormal do equipamento, nas células dos painéis e nas conexões 
elétricas. Esse cuidado existe para prevenir maiores danificações nos equipamentos, 
 
4 É a unidade de medida representando a potência máxima que um painel pode fornecer em condições 
ideais. Como por exemplo, ao meio-dia um painel fotovoltaico oferecerá maior potência que no início 
da manhã. 
44 
 
pois o calor avaria as placas, uma vez que elas necessitam da luminosidade para 
geração de energia. 
Constatou-se que o IFRN foi beneficiado com a adoção por uma série de 
fatores, idealizando a adoção das usinas solares fotovoltaica, entre eles o 
conhecimento proporcionado aos discentes e docentes, levando em consideração os 
cursos oferecidos pelo Instituto nas áreas referentes às energias renováveis. As 
usinas instaladas no solo facilitam estudos e pesquisas pois possuem maior acesso, 
como expem as figuras 7 e 8 a seguir: 
Figura 7 – UFV IFRN Canguaretama 
 
Fonte: Dados secundários baseados nos 
estudos de Wanderley (2017) 
Figura 8 – UFV IFRN Currais Novos 
 
Fonte: Dados secundários baseados nos 
estudos de Wanderley (2017) 
Registra-se que o IFRN disponibiliza vagas para os cursos Superior de 
Engenharia de Energia, oferecido pelo Campus Natal-Central; Superior de Tecnologia 
em Energias Renováveis, oferecido pelo Campus João Câmara; bem como o 
Mestrado Profissional em Uso Sustentável dos Recursos Naturais, oferecido pelo 
Campus Natal-Central. Os campi citados podem ser observados nas figuras 9 e 10 a 
seguir: 
45 
 
Figura 9 – UFV IFRN Natal-Central 
 
Fonte: Dados secundários baseados nos 
estudos de Wanderley (2017) 
Figura 10 – UFV IFRN João Câmara 
 
Fonte: Dados secundários baseados nos 
estudos de Wanderley (2017) 
Não apenas os discentes e docentes relacionados aos cursos usufruem das 
tecnologias, mas também todos os demais alunos e professores do Instituto, podendo 
agregar a participação do acompanhamento dos geradores (instalação, 
funcionamento e desempenho das usinas). 
 
5.3 USINAS EM OPERAÇÃO 
 
Foram implantadas no IFRN vinte e uma usinas, em suas distintas unidades. A 
única divisão que não possui geradores é o prédio do EaD – Ensino a Distância, que 
ainda assim está localizado na delimitação física do Campus Central. De mesmo 
modo, o Campus avançado de Jucurutu pois está em fase de implantação. 
A unidade que primeiro usufruiu do uso dessa fonte de energia foi a Reitoria, 
que segundo a entrevista com o engenheiro eletricista do Instituto, ao ser instalada 
tinha uma previsão inicial de produção de 30% do consumo total do prédio, todavia, 
no mês seguinte a sua instalação, ela superou em 6% na geração de energia. E assim, 
pela experiência exitosa, expandiu-se o uso de energia solar nos demais campi do 
Instituto. A Figura 11 apresenta as placas fotovoltaicas instaladas na Reitoria do 
Instituto. 
46 
 
Figura 11 - Usina Fotovoltaica da Reitoria. 
 
Fonte: Dados de Pesquisa (2019). 
As usinas foram instaladas de três formas. Para melhor esclarecer, foram 
formatados os registros em um quadro que divide as usinas por tipo de instalação, 
onde os dados contidos nele, foram fornecidos pelo coordenador do centro de 
pesquisa em energia solar fotovoltaica do IFRN - IFotovoltaica. A primeira forma de 
instalação foram as posicionadas sobre a cobertura de doze dos prédios do Instituto, 
como apresenta na tabela a seguir: 
 
Tipo de Instalação – Cobertura5 
 
Usinas 
Área Ocupada 
(aproximada) 
Número 
de Painéis 
Potência 
(kWp) 
Data 
Inaugural Investimentos 
Reitoria 390 m2 358 84,2 Dez/13 R$319.000,00 
Ceará-Mirim 800 m2 480 112,8 Mar./14 R$638.000,00 
São Paulo do 
Potengi 800 m2 480 112,8 Abr./14 R$638.000,00

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