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Podcast 04

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Podcast 
Disciplina: Energia eólica e solar 
Título do tema: Turbina e Geração eólica: introdução 
Autoria: Lílian Venturi Pinheiro 
Leitura crítica: Charles William Polizelli Pereira 
 
Abertura: 
Olá ouvintes, como estão? E o futuro da energia eólica? O que se sabe sobre o 
impacto negativo da geração de energia eólica no nordeste brasileiro? Se você 
quer entender um pouco mais sobre esse assunto, convido que fique por aqui e 
acompanhe esse podcast. 
Segundo dados do Conselho Global de Energia Eólica, o futuro da energia 
eólica é de um alto crescimento. De acordo com os dados fornecidos pelo 
conselho, o setor de energia eólica deve alcançar uma marca de 17,8 GW até o 
ano de 2023 com a construção de 252 novos parques eólicos. 
No Brasil, a região com o maior potencial de geração de energia eólica é o 
Nordeste, com 75 GW, o que representa a metade da potencial capacidade de 
todo o país. Aqui você já entendeu que não é à toa que 80% das usinas em 
operação estão localizadas nesta região, né!? 
Como a energia eólica é a energia gerada pela força dos ventos, é considerada 
também uma fonte de energia limpa. Apesar dessa característica positiva, ela 
também traz impactos negativos ao meio ambiente, como a mortalidade de 
animais, mais precisamente aves, e a supressão da vegetação nativa para a 
instalação dos parques eólicos. 
Diversos estudos têm sido realizados, especialmente acerca dos efeitos 
prejudiciais dos parques eólicos à Caatinga do Nordeste. 
Antes de falarmos sobre os impactos propriamente ditos, quero relembrar aqui 
que a Caatinga é um bioma único, formado por uma floresta seca e 
ecossistemas sensíveis e diversificados. Para terem uma ideia da importância, 
podemos pensar nas 4 mil espécies, entre flora e fauna, que vivem nesse 
ecossistema e, das quais, muitas são endêmicas, ou seja, existem apenas ali. 
Além dos diversos problemas que a Caatinga já enfrenta, pelo desmatamento 
para agricultura e urbanização, agora um novo problema está se apresentando. 
Trata-se de desmatamento e abertura de estradas para a instalação de 
parques eólicos. 
O impacto é significativo, pois atualmente, cerca de 80% da energia eólica do 
Brasil é produzida na Caatinga em função da predominância de ventos fortes e 
contínuos nesta região. 
O conflito de interesse ocorre entre o setor eólico, que envolve empresas do 
setor privado, e os governos, tanto local quanto o federal, e o de conservação 
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da Caatinga. Com objetivo de redução de custos, as empresas enxergam as 
condicionantes ambientais como um custo alto no processo de produção de 
energia eólica. Nesse sentido, as unidades de conservação significam um 
entrave para a concessão de áreas para o estabelecimento dos parques 
eólicos. Outro ponto são os estudos de impacto ambiental que sinalizam, 
muitas vezes, significativas ações de compensação ambiental e que são 
custosas. 
Então, o maior risco que a geração de energia eólica representa é de se 
colocar em oposição a proteção do ecossistema da Caatinga. 
Reforço aqui que o problema não é a geração de energia eólica em si, uma vez 
que os ventos são uma fonte renovável. O problema está no modelo adotado 
para implantação desta atividade, que causa inúmeros impactos ao meio 
ambiente e a população. 
Além dos prejuízos ambientais causados pela construção dos parques eólicos, 
há ainda os impactos de operação na geração. Para se ter uma ideia, as 
turbinas eólicas atingem até 80 metros de altura e em alguns casos as pás 
giratórias têm até 30 metros. A sua operação ainda causa ruídos e pode afetar 
a fauna com o afugentamento de animais e acidentes com impactos. 
A sobreposição de áreas de interesse desses dois setores tem sido fonte de 
discussões, onde, muitas vezes, o lado mais fraco que é o ambiental acaba 
perdendo. 
Um último reforço aqui cabe para destacar que é necessário buscar o equilíbrio 
entre custos e benefícios. Outras fontes de energia renováveis também 
causam impactos ambientais. A discussão é ampla e permanente no sentido de 
equilibrar a geração de energia para que ela ocorra de forma sustentável. 
Espero ter fornecido informações relevantes sobre este tema nesse podcast. 
Obrigada e até a próxima!

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