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INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

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Bianca Bonareli Marques de Oliveira 
RA: 1983808 
 
INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
 
 
AO JUÍZO DA VARA 2ª VARA DA COMARCA DE CAMPO MAIOR, ESTADO 
DO PIAUI. 
Processo nº ________ 
GERVÁSIO OLIVEIRA, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por 
seus advogados, vem por meio do presente, com fulcro nos arts. 133 a 137 do 
Código de Processo Civil, apresentar INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO 
DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
 
o que faz e nos argumentos de fato e de direito a seguir aduzidos. 
1 - Quadro fático 
 
 O exequente, Dermeval Lobo, deu inicio a sua 
microempresa (Sorvetes União EIRELI ME), tão logo o patrimônio de Demerval 
Lobo foi substancialmente diminuído, com sucessivas transferências de valores 
de suas contas particulares para as contas da pessoa jurídica, que já era titular 
do imóvel onde estava situada a sede. Por outro lado, as dívidas particulares de 
Demerval Lobo cresceram em proporção inversa, acarretando inúmeros 
inadimplementos com os credores. 
Gervásio Oliveira, um dos credores particulares de 
Demerval Lobo por obrigação contraída após a transformação do registro, 
ajuizou ação de cobrança para receber quantias provenientes de contrato de 
depósito. Logo após a citação do réu, o autor descobriu que as contas correntes 
do devedor tinham sido encerradas e o imóvel em que residia foi alienado para 
a EIRELI, tendo prova desse fato por meio de certidão do Registro de Imóveis 
da Comarca de Cocal, Estado do Piauí. 
 Depois disso, procurou promover o arresto de bens 
daquele. Não logrou êxito. 
 Posteriormente, do que se extrai do arrazoado que 
repousa às fls. 17/18, a credora pediu o bloqueio de ativos financeiros do 
devedor, via Bacen-Jud. O resultado, igualmente, fora insatisfatório. 
 Diante disso, requereu a pesquisa no banco de 
dados da Renavam (fl. 41). Também infrutífera. (fl. 43) 
 Com efeito, não há dúvida de que o Executado 
está manipulando, ardilosamente, os recursos financeiros da sociedade 
empresária, com o propósito único de fraudar sua credora de alimentos. 
 
2- Teoria maior 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
 
2.1. Requisitos preenchidos 
(novo CPC, art. 133, § 1º c/c Código Civil, art. 50) 
 Debate-se, agora, frente à ausência de bens da 
Executada, e o encerramento irregular de suas atividades, se há, ou não, a 
possibilidade da desconsideração da personalidade jurídica da sociedade 
empresária. 
 Cediço que a desconsideração da personalidade 
jurídica reclama que se apresente fundamento com respeito à teoria maior ou, 
de outro lado, à teoria menor. 
 A teoria maior, regra em nosso ordenamento, 
encontra-se disposta na Legislação Substantiva Civil, verbo ad verbum: 
 CÓDIGO CIVIL 
 
Art. 50 - Em caso de abuso da personalidade 
jurídica, caracterizado pelo desvio de 
finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode 
o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do 
Ministério Público quando lhe couber intervir no 
processo, que os efeitos de certas e 
determinadas relações de obrigações sejam 
estendidos aos bens particulares dos 
administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
 
 Nesse passo, a teoria menor, consoante melhor 
doutrina, atrela-se tão somente à dificuldade do recebimento de bens do 
devedor. Assim, um único pressuposto. Quanto à teoria maior, além do obstáculo 
ao recebimento do crédito, exige, além disso, provar-se o “abuso da 
personalidade jurídica”. 
 Bem por isso, urge transcrever o magistério 
de Flávio Tartuce, o qual, aludindo às lições de Fábio Ulhoa Coelho, destaca ad 
litteram: 
“Aprofundando, em relação à desconsideração da 
personalidade jurídica, a doutrina aponta a existência 
de duas grandes teorias: a teoria maior e a teoria 
menor. Ensina Fábio Ulhoa Coelho que ‘há duas 
formulações para a teoria da desconsideração: a 
maior, pela qual o juiz é autorizado a ignorar a 
autonomia patrimonial das pessoas jurídicas, como 
forma de coibir fraudes e abusos praticados através 
dela, e a menor, em que o simples prejuízo do credor 
já possibilita afastar a autonomia processual’ (Curso 
..., 2005, v. 2, p.35). Por óbvio que o Código Civil de 
2002 adotou a teoria maior. De qualquer modo, 
entendemos que o abuso da personalidade jurídica 
deve ser encarado como forma de abuso de direito, 
tendo como parâmetro o art. 187 do CC...” 
 
2.2 ABUSO DE PERSONALIDADE E DESVIO DE FINALIDADE 
O abuso de personalidade e desvio de finalidade 
ocorrem sempre que a pessoa jurídica é utilizada para encobrir ilícitos, seja da 
pessoa jurídica ou dos sócios que a compõem. 
No presente caso, fica perfeitamente caracterizado 
diante criação de inúmeras outras sociedades com o mesmo objeto social, os 
quais assumem compromissos e encargos que não dispõem de capital para 
cumprir. 
 
 
 
PEDIDOS 
Diante todo o exposto, REQUER: 
a) A desconsideração da personalidade jurídica da SORVETES UNIÃO EIRELI 
ME 
b) Passe a integrar o polo passivo da presente ação de forma solidária o Sr. 
DERMEVAL LOBO inscrito no CPF ________ , residente em ________ , com a 
devida citação; 
c) Desde já se indica à penhora os seguintes bens: I - dinheiro porventura 
existente em contas do executado (penhora on-line via BACENJUD); II - não se 
encontrando qualquer quantia em conta, requere-se a penhora do seguinte bem: 
IMOVEL SEDE DA SORVETES UNIÃO EIRELI ME 
d) Determinar, nos termos do Art. 773. do CPC, as medidas necessárias ao 
cumprimento da ordem. 
e) A inclusão do executado no cadastro de inadimplentes até que seja cumprida 
a determinação, nos termos do Art. 782, §3º do CPC; 
f) Sucessivamente, requer que a execução seja redirecionada ao SÓCIO DE 
FATO, conforme qualificação a seguir: DERMEVAL LOBO, BRASILEIRO, 
CASADO, RESIDENTE DA RUA _________, INSCRITO NO CPF DE Nº 
________, RG DE Nº_________. 
 
Das Provas: 
Anexadas a fls. 17-26 
 
Valor Da causa: R$30.000,00 (TRINTA MIL REAIS) 
 
 
Termos em que, pede e espera deferimento. 
01/09/2022 
CAMPO MAIOR.

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