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AMOSTRA VORNE

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Prévia do material em texto

MAGE 
Magistratura Estadual 
CURSO EXTENSIVO 
 
 
 
Material de 
Amostra 
 
 
 
Coordenador: 
Jamil Chaim 
 
 
 
SEJA BEM-VINDA (O) 
Olá futura colega Juíza Estadual, 
Olá futuro colega Juiz Estadual, 
Disponibilizamos para você uma amostra dos materiais e ferramentas oferecidos pelo curso prepa-
ratório do Vorne para a Magistratura Estadual. O concurso de Juiz Estadual é um dos mais difíceis 
do País, por isso, elaboramos e estruturamos conteúdos para facilitar e direcionar seu estudo rumo 
à aprovação! 
As principais dificuldades estão em dois pontos essenciais: o grau de exigência imposto pelas bancas 
e as matérias determinadas, que são diferentes daquelas que normalmente se estuda na faculdade. 
Este curso foi pensado para, juntos, superarmos esses desafios e fazer você alcançar uma prepara-
ção sólida, de médio prazo, para conseguir ser aprovada (o). 
PLANO DE METAS 
A cada semana você receberá um Plano de Metas com o mapa dos assuntos que deverá estudar. 
Esse plano foi elaborado com base no conteúdo programático do concurso de Juiz Estadual. 
Além de preparar o seu planejamento de estudos, nós analisamos, por meio de estatísticas e da 
experiência dos nossos professores, quais assuntos são tradicionalmente mais cobrados nos con-
cursos de Juiz Estadual. Assim, no mapa de estudos, você será avisado sobre alguns temas com 
os quais deverá ter mais atenção. 
No Plano de Metas haverá também algumas questões de concursos pretéritos da Magistratura Es-
tadual sobre os respectivos assuntos que estudará na semana. 
Peço um favor a você: siga rigorosamente o Plano de Metas. Isso porque ele foi exaustivamente 
pensado por Juízes Estaduais para que você cubra todo o conteúdo do edital, sem estudar a mais 
nem a menos do que o necessário. Ao final do curso, tendo cumprido efetivamente o planejamento, 
você terá todo o conhecimento teórico para fazer uma excelente prova. 
Não negligencie nenhuma matéria. Não pense que você já domina determinado assunto e deixe de 
estudá-lo. No máximo, acelere o cumprimento das metas cujo tema abordado você sinta maior se-
gurança. 
Idealmente, o conteúdo teórico deve ser estudado de segunda à sexta-feira, reservando-se o sábado 
para revisão semanal e resolução de simulados. O domingo, em tese, deve ser utilizado para des-
canso. Assim, para que você se organize diariamente, considere a quantidade de páginas dividida 
por 5 (número de dias da semana). 
Contudo, tenha CUIDADO: não à toa, delimitamos o conteúdo de forma semanal, de modo que sejam 
possíveis eventuais e necessárias flexibilizações diárias. Isto é, caso você não consiga estudar o 
volume de conteúdo diário, obtido por meio da divisão por 5 sugerida, é possível compensar nos 
próximos dias da semana. Lembre-se, então: a meta é semanal. 
Caso você precise de uma delimitação mais rígida, com distribuição de tarefas diárias e horárias, 
tente elaborar um cronograma, reservando um horário exclusivo para os estudos. Use uma planilha, 
como a exemplificada abaixo, para tentar organizar a sua rotina: 
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo 
8:00-10:00 
10:00-12:00 
14:00-16:00 
16:00-18:00 
Ciclos e semanas 
Ainda em relação ao Plano de Metas, também é importante que você saiba o seguinte: a cada 4 
semanas de conteúdo estudado, abre-se 1 semana de revisão, chamada de “semana de respiro”, 
fechando-se, assim, um ciclo. Em outras palavras, cada ciclo é composto por 5 semanas, 4 de estudo 
e 1 de revisão. A semana de respiro destina-se: 
a) à revisão dos conteúdos estudados nas quatro semanas anteriores. Decerto, em algumas
ocasiões e a depender da forma de estudo, o prazo de uma semana será insuficiente para revisar
toda a matéria acumulada nas quatro anteriores. Assim, você deve priorizar, basicamente, dois
tipos de temas: aqueles que você sentiu maior dificuldade e aqueles apontados como mais im-
portantes nos planos de metas. Uma forma rápida e eficaz de realizar revisões é ir direto para a
resolução de questões, utilizando o livro ou material grifados para correção e lembretes necessá-
rios. Se o desempenho for satisfatório, é possível seguir adiante. Se não, recomenda-se folhear
as páginas do livro, identificando grifos e anotações relevantes;
b) ao saneamento de pendências deixadas durante as quatro semanas anteriores. Res-
salte-se que essas brechas devem ser de volume pequeno (ex.: informativos de uma semana,
simulados de outra e um capítulo de doutrina). Caso o atraso seja grande e insanável na 
“semana de respiro” entre em contato com a gente através do suporte administrativo, para 
que seja avaliada a possibilidade de migração de perfil ou mesmo a necessidade de suspen-
são do curso para reorganização dos estudos por um tempo; 
c) à resolução do simulado de revisão. Como falaremos abaixo, na “semana de respiro”, será
disponibilizado um simulado de 100 questões destinado à revisão de todo o conteúdo estu-
dado durante o mês. Na semana de respiro também terá uma prova prática, ou seja, em todas
as semanas de revisão terá uma sentença.
AMOSTRA: 
Ciclo 1 
PLANO DE METAS 
ALFA Semana 1 
Disciplina Conteúdo Observação 
Direito Civil LINDB 
Direito Processual Civil Jurisdição 
Direito da Criança e do 
Adolescente 
Lições Preliminares 
Direito Penal Fontes do Direito Penal. 
Interpretação da Lei Penal. 
Princípios do Direito Penal 
Direito Administrativo Introdução ao Direito 
Administrativo 
Direito Processual Penal Do Processo Penal em Ge-
ral. Fontes do Processo Pe-
nal. Princípios e Sistemas 
de Processo Penal I 
1/05
Direito Civil 
LINDB 
✓ DOUTRINA
✓ LEI
✓ JURISPRUDÊNCIA
✓ QUESTÕES
COMO ESTUDAR 
• Estudar páginas 155/188 do livro Manual de Direito Civil – Volume Único
(Cristiano Chaves de Farias, Nelson Rosenvald e Felipe Peixoto Braga
Netto);
• Estudar (grifar, marcar, anotar): LINDB.
O QUE É IMPORTANTE? 
• Natureza de lei geral da LINDB – atual denominação;
• Vigência, revogação, vacatio legis e desuetudo;
• Hermenêutica e métodos de interpretação;
• Lacunas e mecanismos de integração;
• Irretroatividade da norma: exceções e ultratividade;
• Distinção entre coisa julgada, ato jurídico perfeito e direito adquirido: relativização
da coisa julgada e o exame de DNA nas ações de investigação de paternidade;
• Aplicação da lei estrangeira;
• Conceitos de retroatividade mínima, média e máxima;
• Conflito aparente de normas;
• Alterações promovidas pela Lei 13.665/18.
 JURISPRUDÊNCIA 
É POSSÍVEL QUE O CASSINO COBRE NO BRASIL POR DÍVIDAS DE JOGO CONTRA-
ÍDAS NO EXTERIOR 
A cobrança de dívida de jogo contraída por brasileiro em cassino que funciona legal-
mente no exterior é juridicamente possível e não ofende a ordem pública, os bons costumes 
e a soberania nacional. STJ. 3ª Turma. REsp 1628974-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, julgado em 13/6/2017 (Info 610). 
DIVÓRCIO REALIZADO NO BRASIL E BENS SITUADOS NO ESTRANGEIRO 
Em ação de divórcio e partilha de bens de brasileiros, casados e residentes no Brasil, 
a autoridade judiciária brasileira tem competência para, reconhecendo o direito à meação e 
a existência de bens situados no exterior, fazer incluir seus valores na partilha. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1410958-RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 22/4/2014 
(Info 544). 
 COMO O TEMA FOI COBRADO EM PROVAS 
1. (FUNDEP/Juiz de Direito/TJ-MG/2014) Sobre a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,
assinale a alternativa CORRETA. Parte superior do formulário
a) Realizando-se o casamento no Brasil de estrangeiros domiciliados no exterior, será aplicada a lei do
domicilio dos nubentes quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
b) O casamento de estrangeiros de diferentes nacionalidades poderá celebrar-se perante autoridades
diplomáticas ou consulares do país de qualquer um dos nubentes.
c) Tendo os nubentes estrangeiros domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei
do local da celebração do casamento.d) Tendo os nubentes estrangeiros domicilio diverso, o regime de bens, legal ou convencional, obedece
à lei do país do primeiro domicílio conjugal.
2. (FGV/Juiz de Direito/TJ-AM/2013) O fenômeno da repristinação consiste:
a) na revogação parcial de uma lei.
b) na restauração da vigência de uma lei revogada, por ter a lei revogadora perdido a vigência, e somente
ocorre em virtude de disposição expressa que a preveja.
c) na restauração da vigência de uma lei revogada, por ter a lei revogadora perdido a vigência, e ocorre
independentemente de disposição expressa que a preveja.
d) na extinção da obrigatoriedade de lei temporária.
e) na revogação de uma lei por outra que regule inteiramente a matéria de que tratava a anterior.
3. (FCC/Juiz de Direito/TJ-PE/2013) No caso de publicação para corrigir texto de lei publicado com
incorreção,
a) deverá, necessariamente, ser estabelecido um prazo para sua nova entrada em vigor, além de disci-
plinar as relações jurídicas estabelecidas antes da nova publicação.
b) deve o conflito entre os textos ser resolvido pelo juiz por equidade, porque a Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro não regula os efeitos da nova publicação de texto de lei.
c) não haverá novo prazo de vacatio legis depois da nova publicação, se ocorrer antes de a lei ter entrado
em vigor.
d) tratando-se de lei já em vigor, as correções consideram-se lei nova.
e) não se considerarão lei nova as correções, tenha ou não já entrado em vigor o texto incorreto.
Gabarito: 
1 – D 2 – B 3 – D 
QUESTÕES OBJETIVAS 
Passar na prova objetiva é o primeiro passo para ser aprovado no concurso. E nada melhor para 
estar preparado do que treinar. 
Desse modo, semanalmente, você receberá 15 questões objetivas, que abordarão os assuntos que 
você estará estudando naquela semana. É a forma encontrada para aliar teoria com a prática, apren-
dendo como as bancas de concurso cobram os assuntos. 
O mais interessante e valioso: nossos professores comentam todas as cinco alternativas de cada 
uma das 15 questões objetivas. Assim, você não apenas resolverá as questões, mas também apren-
derá com aquelas que você errou e com as que acertou, conhecendo os fundamentos teóricos de 
cada uma delas. 
 
 
 
 
 
AMOSTRA: 
DIREITO CIVIL 
 
1 - (Vunesp – Juiz de Direito – MS/2015) Assinale a alternativa correta sobre a possibilidade de aplicação 
da equidade como critério de julgamento, no direito brasileiro. 
a) Na arbitragem, é vedada a utilização da equidade como critério de julgamento. 
b) Nos casos de injúria, difamação ou calúnia, o valor da indenização será fixado por equidade sempre que 
o ofendido não puder provar prejuízo material. 
c) Nas ações de reparação por danos materiais, em regra, o arbitramento da indenização se dará por equidade 
quando o credor não demonstrar a extensão do dano. 
d) É vedada a utilização da equidade como critério de julgamento, na medida em que não constitui fonte do direito. 
e) A excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano não permite que o magistrado reduza a indenização 
por equidade. 
 
Comentários: 
Alternativa correta: letra “b”. 
Alternativa “a”: incorreta; art. 2º, caput, da Lei 9.307/96, menciona que a arbitragem poderá ser de direito ou de 
equidade, a critério das partes. 
Alternativa “b”: correta; a equidade não é meio supletivo de lacuna da lei, mas recurso que auxilia a aplicação desta. 
A equidade é aplicada quando a própria lei cria espaços ou lacunas para que o juiz formule a norma mais apropriada 
ao caso concreto; só será empregada quando a lei expressamente permitir. Art. 127 do CPC: “O juiz só decidirá por 
equidade nos casos previstos em lei”. Novo CPC art. 140, parágrafo único. Segundo o art. 953, parágrafo único, do 
CC: “Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar, equitativamente, o valor da indenização, 
na conformidade das circunstâncias do caso”. 
Alternativa “c”: incorreta; a extensão do dano deve ser comprovada nas ações de reparação de danos materiais – o 
dano emergente e o lucro cessante, art. 402 do CC – permitindo o diploma civil, no art. 944, parágrafo único, que o 
juiz decida por equidade quando a extensão do dano for desproporcional a gravidade da culpa. 
Alternativa “d”: incorreta; a equidade pode ser utilizada como critério de julgamento. A posição da equidade como 
fonte do direito não é unanime entre os juristas: ex.: Carlos Roberto Gonçalves, não é fonte; Silvio de Salvo Venosa, 
é fonte mediata ou secundária. 
Alternativa “e”: incorreta; art. 944, parágrafo único, do CC: “Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da 
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização”. 
 
 
 
 
 
 
 
2 - (Vunesp – Juiz Substituto – SP/ 2011) Assinale a alternativa correta. 
a) Se durante a vacatio legis ocorrer nova publicação de texto de lei, destinada a correção, o prazo da obri-
gatoriedade, com relação à parte corrigida, começará a correr da nova publicação. 
b) Os direitos adquiridos na vigência de lei publicada com incorreções são atingidos pela publicação do texto corrigido. 
c) As correções a texto de lei em vigor consideram-se lei nova, tornando-se obrigatórias de imediato. 
d) A lei nova que estabelece disposições gerais a par das já existentes revoga a lei anterior. 
e) A lei nova que estabelece disposições especiais a par das já existentes revoga a lei anterior. 
 
Comentários: 
Alternativa correta: letra “a”. 
Alternativa “a”: correta; no Brasil, salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de 
oficialmente publicada (vacatio legis); nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, 
se inicia em 3 meses; se houver novo texto legal de correção, antes da vigência, os prazos mencionados começarão 
a correr da nova publicação; já o novo texto de correção, depois da vigência, mesmo que destinado a correção, 
consideram-se lei nova (LINDB/art. 1°, §§ 1° ao 4°). 
Alternativa “b”: incorreta; LINDB/art. 6°, a Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, 
o direito adquirido e a coisa julgada; como a lei que corrige outra já em vigor é considerada lei nova (LINDB/art. 1°, 
§ 4°), terá ela que respeitar o direito adquirido, assim reconhecidos “os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, 
possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterá-
vel, a arbítrio de outrem” (LINDB/art. 6°, § 2°); CF/art. 5°, XXXVI, “lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico 
perfeito e a coisa julgada”. 
Alternativa “c”: incorreta; LINDB/art. 1°, § 4°, que “as correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova”. O 
efeito imediato pode ocorrer ou não, dependendo de eventual vacatio legis que venha a ter. A lei nova seguirá as 
disposições gerais quanto ao prazo de vigência. De acordo com a LINDB/art. 1°, caput, “salvo disposição contrária, 
a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente”. 
Alternativa “d” e “e”: incorretas; veja LINDB/art. 2°, § 2°):”a lei nova que estabeleça disposições gerais ou especiais 
a par das já existentes não revoga nem modifica a lei anterior. 
 
 
QUESTÕES DISCURSIVAS E SENTENÇAS 
Um curso sólido deve preparar você desde já, não apenas para a prova objetiva, mas também para 
as fases seguintes. 
Por isso, em toda semana de revisão você receberá um simulado com 1 sentença, relacionadas com 
os assuntos estudados no período. 
 
 
 
 
 
Semanalmente receberá 1 questão discursiva, relacionadas com os assuntos estudados no plano de 
metas de cada semana. 
Sugerimos que você responda esses simulados preferencialmente à mão e seguindo o mesmo tempo 
e condições de uma prova real. Caso você tenha o acompanhamento individualizado, deve enviar 
suas respostas para correção ao professor que lhe acompanha. Se você não possui acompanha-
mento individualizado, deverá enviar suas respostas por meioda área do aluno. Nossa equipe de 
professores irá corrigir o simulado em seus aspectos jurídicos e, além disso, dará também o feedback 
e as orientações necessárias para que você melhore a sua forma de escrita, tornando seu texto cada 
vez mais claro, objetivo e, consequentemente, mais agradável para o examinador que irá avaliá-la(o) 
no dia de sua prova. 
 
AMOSTRA: 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
(VORNE) O que é jurisdição e quais suas características? 
 
Padrão de resposta 
O Estado regulamenta a conduta dos particulares a partir da edição de normas abstratas e, para os 
conflitos intersubjetivos, há de prevalecer, segundo a norma estatal, a posição de um sujeito em 
relação aos demais. Entretanto, essa preponderância da posição subjetiva de um indivíduo em rela-
ção aos demais, atinente a um interesse qualquer, transformado em bem jurídico naquela relação, 
nem sempre ocorre de forma pacífica. Não raro, à pretensão de um sujeito se opõe a resistência de 
outro, deflagrando o conflito de interesses, a pretensão resistida, em outras palavras, a 
fazendo surgir a lide. 
Definir qual posição prevalece nesse conflito de interesses, pode-se afirmar, encontra-se no cerne 
da conceituação da jurisdição. Entretanto, muitas são as teorias que procuraram lançar mão de um 
conceito que se pretendia uniforme. Acordo doutrinário não há e, portanto, diversas são as possibili-
dades conceituais. 
Assim, pode-se afirmar, na esteira da Escola da Exegese e do Positivismo, que a jurisdição é o poder 
que dá atuação e proteção aos direitos subjetivos violados, destinando-se à reparação do dano causado, 
porém não servindo para preveni-lo. Sob esse aspecto, a jurisdição tem natureza privada. 
 
 
 
 
 
A partir dos ensinamentos de Ludovico Mortara, que defendia a natureza pública do processo, ju-
risdição não se relaciona com os direitos subjetivos mas, ao contrário, destina-se à confirmação do 
direito objetivo, com a vinculação do juiz ao legislador na medida em que realiza a declaração ou a 
atuação da lei. 
Com Chiovenda, pode-se afirmar que jurisdição é a função estatal voltada à atuação da vontade 
concreta da lei, havendo separação entre a ação e o direito material. A partir dos ensinamentos desse 
autor, chega ao fim a noção privatística do processo e o juiz é apresentado como substituto das 
partes (teoria da substituição), o qual afirma ou não a existência de uma vontade concreta da lei 
em relação às partes. Assim, onde não há lei, não há jurisdição, pois o juiz não cria a norma. 
A seu turno, a teoria de Carnelutti prega que a jurisdição se trata da função estatal de realizar a 
justa composição da lide, defendendo que a sentença faz lei entre as partes e tem natureza de 
norma jurídica individual. 
No cenário atual, contextualizado num Estado Democrático de Direito, pode-se afirmar que a jurisdi-
ção trata-se de uma das funções estatais, posicionada ao lado da função legiferante (Poder Legis-
lativo) e da função administrativa (Poder Executivo) e se consubstancia no poder-dever do Estado 
(derivado da soberania estatal) substituir-se aos particulares de forma imparcial por meio do juiz, com 
vistas à solução dos conflitos intersubjetivos e pacificação das relações sociais, mediante a atividade 
jurisdicional realizada por intermédio do complexo de atos do juiz no processo, restabelecendo a 
integridade do ordenamento jurídico quando violado pelos destinatários dos comandos legislativos 
ou impedindo a violação, tendo por parâmetro de correção última as normas constitucionais e os 
direitos fundamentais. 
Como características, pois, da jurisdição, pode-se citar: a) Substitutividade: o juiz, ao decidir, substitui 
a vontade dos conflitantes pela dele (Chiovenda), porém não é uma nota exclusiva da jurisdição. O 
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), por exemplo, julga conflitos de concorrência 
entre as empresas, tendo função substitutiva, mas não jurisdicional; b) Exclusividade/Definitividade: 
aptidão para a coisa julgada material. Somente a atividade jurisdicional tem a capacidade de tornar-se 
indiscutível, conformando- se na única função do Estado que pode ser definitiva; c) Imparcialidade: 
realizada por terceiro que é estranho ao conflito e não pode ser interessado no resultado do processo 
(juiz); d) Monopólio do Estado: só o Estado pode exercer a jurisdição, julgando e que dizendo quem 
pode julgar, destacando não haver necessidade de ser um órgão estatal o responsável pelo julga-
mento, motivo pelo qual a arbitragem é jurisdição, por ter sido o Estado o responsável por definir quem 
julga (mas há controvérsias sobre a natureza jurisdicional da arbitragem); e) Inércia: a jurisdição age 
 
 
 
 
 
por provocação, sem a qual não ocorre o seu exercício, em grande parte restrita à instauração do 
processo, porque, depois de instaurado, o processo deve seguir por impulso oficial; f) Unidade: a ju-
risdição é una, mas o poder pode ser dividido em pedaços, que recebem o nome de competência; g) 
Secundariedade: o recurso à jurisdição é secundário, prevalecendo a autocomposição. 
Rememorando conceitos principais: 
Conceitos (ou teorias) da jurisdição 
Na perspectiva da 
Escola da Exegese e 
Positivismo jurídico 
Poder que dá atuação e proteção aos direitos subjetivos violados. Na-
tureza privada do processo. 
Ludovico Mortara Natureza pública do processo e jurisdição como a reafirmação do di-
reito objetivo, mediante a declaração ou atuação da lei. 
Chiovenda Função voltada à atuação da vontade concreta da lei, com 
substituição das partes 
Carneluti Função de justa composição da lide, qualificada como a pretensão re-
sistida. Sentença como norma concreta individual. 
Conceito 
contemporâneo 
Função estatal derivada da soberania, representada por um poder-de-
ver do Estado substituir as partes em conflito, restabelecendo a higidez 
do ordenamento jurídico quando violado ou evitando 
a violação, com vistas à pacificação social e realização dos direitos 
fundamentais 
Características Substitutividade; exclusividade/definitividade; imparcialidade; monopó-
lio estatal; inércia; unidade; subsidiariedade 
 
 
DIREITO CIVIL 
Dissertação 
(VORNE) Discorra sobre o fenômeno da desconsideração da personalidade jurídica, abordando, ne-
cessariamente, (a) as teorias que justificam sua aplicação no Direito brasileiro, (b) as espécies in-
versa, indireta e expansiva; (c) e a sua distinção para a despersonificação ou despersonalização. 
 
 
 
 
 
Padrão de resposta 
A desconsideração da pessoa personalidade da pessoa jurídica, também chamada de disre-
gard of legal entity ou teoria do superamento da personalidade jurídica ou, ainda, teoria da penetra-
ção na pessoa jurídica, é um instituto que permite a suspensão temporária da autonomia patrimonial 
do ente coletivo, permitindo-se adentrar nos bens dos sócios para saldar as dívidas contraídas pela 
pessoa jurídica. 
Tal instituto jurídico foi criado com o fim de evitar abusos na condução dos interesses da pes-
soa jurídica, como explica Flávio Tartuce (Manual de Direito Civil: volume único. 2. ed. rev. atual. e 
ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2012, p. 148): 
A regra é de que a responsabilidade dos sócios em relação às dívidas sociais seja sem-
pre subsidiária, ou seja, primeiro exaure-se o patrimônio da pessoa jurídica para depois, 
e desde que o tipo societário adotado permita, os bens particulares dos sócios ou com-
ponentes da pessoa jurídica serem executados. 
Devido a essa possibilidade de exclusão da responsabilidade dos sócios ou administra-
dores, a pessoa jurídica, por vezes, desviou-se de seus princípios e fins, cometendo 
fraudes e lesando sociedade ou terceiros, provocando reações na doutrina e na jurispru-
dência. Visando coibir tais abusos, surgiu a figura da teoria da desconsideração da per-
sonalidade jurídica. 
(...) Tal instituto permite ao juiz não mais considerar os efeitos da personificação da soci-
edade para atingir e vincularresponsabilidades dos sócios, com intuito de impedir a con-
sumação de fraudes e abusos por ele cometidos, desde que causem prejuízos e danos 
a terceiros, principalmente credores da empresa. Dessa forma, os bens particulares dos 
sócios podem responder pelos danos causados a terceiros. Em suma, o escudo, no caso 
da pessoa jurídica, é retirado para atingir quem está atrás dele, o sócio ou administrador. 
Bens da empresa da empresa também poderão responder por dívidas dos sócios, por 
meio do que se denomina como desconsideração inversa ou invertida. 
Após declinar o conceito e as características centrais do instituto, deve o candidato adentrar 
aos questionamentos específicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LETRA A 
O questionamento exarado no primeiro item é notadamente conhecido pela grande maioria 
dos candidatos. Trate-se do paralelo muitas vezes cobrado entre a Teoria Maior e Teoria Menor da 
desconsideração da personalidade jurídica, cujo critério de distinção é a quantidade de requisitos ou 
exigências para aplicação do afastamento da personalidade. 
Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona introduzem o tema da seguinte maneira: 
O tema tem sido conhecido, pela doutrina e jurisprudência especializadas, como a di-
cotomia de teorias da Desconsideração da Personalidade Jurídica: a primeira, de-
nominada Teoria Maior, exige a comprovação de desvio de finalidade da pessoa jurí-
dica ou a confusão patrimonial; a segunda, por sua vez chamada de Teoria Menor, 
apenas decorre da insolvência do devedor e é aplicada especialmente no Direito Ambi-
ental e do Consumidor. 
A Teoria Maior está expressamente positivada no art. 50 do Código Civil de 2002: 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de 
finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, 
ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas 
e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos 
administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
Como se vê a Lei exige a presença de dois requisitos para ser deferida: 1) Abuso da perso-
nalidade jurídica; 2) Prejuízo ao credor; 
Atenção: A desconsideração da personalidade prevista no CC não pode ser deferida de ofício 
pelo juiz. Depende de prévio requerimento da parte ou do Ministério Público. 
O abuso da personalidade da pessoa jurídica, conforme se extrai da redação do art. 50 do 
CC/02, se caracteriza a partir de duas situações: 1) desvio de finalidade, que é o ato intencional dos 
sócios em fraudar terceiros utilizando a autonomia patrimonial da pessoa jurídica; 2) confusão pa-
trimonial, que se verifica quando não há uma separação nítida entre o patrimônio da pessoa jurídica 
e dos sócios. 
 
 
 
 
 
Assim, é possível representar graficamente a desconsideração da personalidade da pessoa 
jurídica: 
 
 
A seu turno, para aplicação da teoria menor, basta a configuração de um único elemento, qual 
seja o prejuízo ao credor. Tartuce assevera que esta teoria está presente na Lei n.º 9.605/1998, 
para o ressarcimento de danos ambientais, e no Código de Defesa do Consumidor. Stolze e Pamplona 
lembram, ainda, a aplicação da Teoria Menor também ao Direito do Trabalho. 
De forma esquematizada, temos a Teoria Menor: 
 
 
 
Compare as principais diferenças entre as duas teorias no quadro abaixo: 
Confusão 
Patrimonial 
Desvio de 
finalidade 
Prejuízo ao 
credor 
Abuso da 
personalidade 
jurídica 
Desconsideração 
da Personalidade 
Jurídica 
 
Prejuízo ao credor 
 
Desconsideração da 
Personalidade Jurídica 
 
 
 
 
 
Teoria MAIOR Teoria MENOR 
O Direito Civil brasileiro adotou a chamada teo-
ria maior da desconsideração. Isso porque o art. 
50 exige, além da insolvência, que se prove o 
desvio de finalidade (teoria maior subjetiva) ou 
a confusão patrimonial (teoria maior objetiva). 
No Direito do Consumidor, no Direito Ambiental 
e no Direito do Trabalho, adotou-se a teoria me-
nor da desconsideração. Isso porque, para que 
haja a desconsideração da personalidade jurí-
dica nas relações jurídicas envolvendo con-
sumo, trabalhista ou responsabilidade civil am-
biental, basta provar a insolvência 
da pessoa jurídica. 
Deve-se provar: 1) Insolvência/prejuízo ao cre-
dor 2) Abuso da personalidade (desvio de fina-
lidade ou confusão patrimonial) 
Deve-se provar apenas a insolvência. Art. 4º da 
Lei n.° 9.605/98 (Lei Ambiental). Art. 28, § 5º do 
CDC. 
 
LETRA B 
Perquiriu-se no enunciado as espécies de desconsideração da personalidade jurídica inversa, 
indireta e expansiva, sendo essas duas últimas menos conhecidas. 
Com efeito, para se entender a desconsideração da personalidade jurídica inversa ou 
invertida, é preciso que se vislumbre primeiro o movimento realizado na desconsideração comum 
ou natural. É que, nesta, o juiz, após constatar a configuração dos requisitos autorizadores, des-
considera a PESSOA JURÍDICA para atingir bens dos sócios ou administradores, que são PES-
SOAS FÍSICAS. 
Ao contrário, na inversa, desconsidera-se a personalidade da PESSOA FÍSICA, para se atin-
gir bens colocados em nome da PESSOA JURÍDICA por fraude ou abuso de direito. Conforme assi-
nala, Flávio Tartuce, o exemplo típico é a situação em que o sócio, tendo conhecimento de divórcio, 
compra bens com capital próprio em nome da empresa (confusão patrimonial). Pela desconsideração, 
tais bens poderão ser alcançados pela ação de divórcio, fazendo com que o instituto seja aplicado no 
Direito de Família. 
Nesse sentido, estabelece o Enunciado n. 283 do CJF/STJ: “É cabível a desconsideração 
da personalidade jurídica denominada ‘inversa’ para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa 
jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros”. 
1111111 
 
 
 
 
 
O Novo Código de Processo Civil também positivou a hipótese em seu art. o seu art. 133, § 
2.º: “aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade 
jurídica”. 
PJ 
 
Inversa / Comum 
 
 
PF 
Sobre a desconsideração indireta, é bom que se registre, de imediato, não se tratar de sinô-
nimo da desconsideração inversa, embora as designações sejam parecidas. Isso por que a indireta, 
diferentemente do que ocorre com a inversa, relaciona duas pessoas jurídicas ligadas entre si por vín-
culo de controle societário, ou seja, uma é controladora da outra. 
Com efeito, na desconsideração indireta existe a figura de uma empresa controladora co-
metendo fraudes e abusos por meio de outra empresa que figura como controlada ou coligada (art. 
1.097/1.101, do CC/02). Desse modo, a empresa controlada configura-se como simples “longa ma-
nus” da controladora. Assim, é possível, com a desconsideração indireta, atingir o patrimônio 
da empresa controladora, levantando-se o véu da personalidade jurídica que esconde os ilíci-
tos por ela perpetrados através de empresa interposta. Ou seja, o alvo, na desconsideração in-
direta, é o patrimônio da pessoa jurídica controladora, aparentemente “limpa”, mas que promove 
“sujeiras” por meio de empresas controladas ou coligadas. 
O Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial nº 767021/RJ aplicou a desconsideração 
indireta, nos seguintes termos: 
EMENTA PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE OMISSAO, OBSCURIDADE, CON-
TRADIÇAO OU FALTA DE MOTIVAÇAO NO ACÓRDAO A QUO. EXECUÇAO FIS-
CAL. ALIENAÇAO DE IMÓVEL. DESCONSIDERAÇAO DA PESSOA JURÍDICA. 
GRUPO DE SOCIEDADES COM ESTRUTURA MERAMENTE FORMAL. PRECE-
DENTE. (...) 3. “A desconsideração da pessoa jurídica, mesmo no caso de grupo 
econômicos, deve ser reconhecida em situações excepcionais, onde se visualiza a 
confusão de patrimônio, fraudes, abuso de direito e má-fé com prejuízo a credores. 
 
 
 
 
 
No caso sub judice, impedir a desconsideração da personalidade jurídica da agravante 
implicaria em possível fraude aos credores. Separação societária, de índole apenas 
formal, legitima a irradiaçãodos efeitos ao patrimônio da agravante com vistas a ga-
rantir a execução fiscal da empresa que se encontra sob o controle de mesmo grupo 
econômico” (Acórdão a quo).4. “Pertencendo a falida a grupo de sociedades sob 
o mesmo controle e com estrutura meramente formal, o que ocorre quando di-
versas pessoas jurídicas do grupo exercem suas atividades sob unidade geren-
cial, laboral e patrimonial, é legítima a desconsideração da personalidade jurí-
dica da falida para que os efeitos do decreto falencial alcancem as demais soci-
edades do grupo. Impedir a desconsideração da personalidade jurídica nesta 
hipótese implicaria prestigiar a fraude à lei ou contra credores. A aplicação da 
teoria da desconsideração da personalidade jurídica dispensa a propositura de 
ação autônoma para tal. Verificados os pressupostos de sua incidência, poderá 
o Juiz, incidentemente no próprio processo de execução (singular ou coletiva), 
levantar o véu da personalidade jurídica para que o ato de expropriação atinja 
terceiros envolvidos, de forma a impedir a concretização de fraude à lei ou con-
tra terceiros” (RMS nº 12872/SP, Relª Minª Nancy Andrighi, 3ª Turma, DJ de 
16/12/2002). 5. Recurso não-provido. (STJ. REsp nº 767021/RJ. Min. Rel. José Del-
gado. Julgado em 12.09.2005) 
Por fim, a desconsideração expansiva surgiu a partir da prática de comportamentos abusivos 
por parte de determinados empresários, que se utilizavam da criação de novas pessoas jurídicas, 
postas sob nome de terceiros (“laranjas”), para se esquivarem de dívidas e penalidades impostas às 
pessoas jurídicas das quais eram sócios anteriormente. 
Portanto, a desconsideração expansiva tem a finalidade de atingir o patrimônio do sócio 
oculto de determinada sociedade, que contraiu dívidas e obrigações, mas desviou para o patrimônio 
suficiente para solvê-las para outra empresa, formalmente administrada por “laranjas”, mas que, a 
bem da verdade, lhe pertence. 
Considerada a tendência da banca examinadora, a abordagem do tema merece menção obri-
gatória ao nome do precursor da teoria, qual seja prof. Rafael Mônaco, e ao case julgado pelo TCU 
no Acórdão nº 2.593/2013, posteriormente apreciado pelo STF no Mandado de Segurança 32.494-
MC/DF, relatado pelo Min. Celso de Mello e divulgado no informativo n.º 732. 
 
 
 
 
 
O pano de fundo do referido julgado era a possibilidade de o TCU estender a aplicação de pe-
nalidade em procedimento licitatório a outra pessoa jurídica distinta daquela originalmente apenada. 
A Corte de Contas, por seu Plenário, decidiu: 
“75. A aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica tem por obje-
tivo coibir o uso indevido da pessoa jurídica, levada a efeito mediante a utilização da 
pessoa jurídica contrária a sua função social e aos princípios consagrados pelo orde-
namento jurídico, afastando, assim, a autonomia patrimonial para chegar à responsabi-
lização dos sócios da pessoa jurídica e/ou para coibir os efeitos de fraude ou ilicitude 
comprovada. (…). 
76. A doutrina e a jurisprudência dos tribunais já consideram que um desdobra-
mento dessa teoria é a possibilidade de estender os seus efeitos a outras empre-
sas, diante das circunstâncias e provas do caso concreto específico. Trata-se da teoria 
da desconsideração expansiva da personalidade jurídica da sociedade, terminologia 
utilizada pelo Prof. Rafael Mônaco (…). 
77. Com a teoria da desconsideração expansiva da personalidade jurídica, é possível 
estender os efeitos da desconsideração da personalidade jurídica aos ‘sócios 
ocultos’ para responsabilizar aquele indivíduo que coloca sua empresa em nome 
de um terceiro ou para alcançar empresas de um mesmo grupo econômico (…). 
80. No âmbito administrativo, a doutrina e a jurisprudência vêm firmando entendi-
mento de ser viável a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade 
jurídica e a extensão de seus efeitos para afastar a possibilidade de uma empresa 
que tenha sido suspensa ou impedida de participar de licitação ou contratar com 
a Administração Pública, ou ainda, declarada inidônea, possa ter seus sócios in-
tegrando, direta ou indiretamente, outra pessoa jurídica que participe de licitação 
com o Poder Público.” 
Obs.: o debate enfrentado pelo Min. Celso de Mello, quando da impugnação ao referido acórdão do 
TCU, foi superado com a vigência da Lei n.º 12.846/2013, que cuida da responsabilização adminis-
trativa e civil de pessoas jurídicas, possibilitando, em seu art. 14, a desconsideração da personalidade 
jurídica pela Administração Pública “pro domo sua”, ou seja, independente de atuação jurisdicional. É 
o teor do referido dispositivo: “a personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utili-
zada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos 
nesta Lei ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das sanções 
aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de administração, ob-
servados o contraditório e a ampla defesa”. 
Em resumo, podemos sistematizar o tema da seguinte maneira: 
Desconsideração da personalidade jurídica 
Inversa Inversa Inversa 
O sócio transfere seu patrimô-
nio pessoal para a pessoa jurí-
dica ou adquire bens para si 
em nome da empresa, com o 
fim de se esquivar de obriga-
ções pessoais. Exemplo mais 
comum é o que ocorre no Di-
reito de Família: cônjuge 
blinda-se com a personalidade 
jurídica da empresa, para que 
seu patrimônio não seja parti-
lhado em ação de divórcio. 
Diz respeito a situações entre 
empresas relacionadas entre si 
como controladora e 
controlada, sendo esta última 
utilizada como “longa manus” da 
primeira para cometer ilícitos em 
prejuízo de terceiros. Nesse 
caso, o patrimônio da 
controladora poderá ser atingido 
para solver obrigações da 
controlada. 
Palavras-chave: empresas 
controladora e controlada; coli-
gação de empresas. 
Relaciona-se à hipótese em 
que sócio oculto se vale de 
“laranja”, que se constitui 
formalmente como 
administrador de pessoa 
jurídica, para esconder 
patrimônio da empresa original 
que seria atingido por 
obrigações assumidas por ela. 
Nesse caso, será possível 
desconsiderar a personalidade 
jurídica da empresa 
fraudulenta, desvelando-se o 
patrimônio do sócio oculto. 
Palavras-chave: sócio oculto, 
“laranjas”. 
LETRA C 
Para acertar a resposta ao questionamento “c”, basta que o candidato se apegue a uma ca-
racterística fundamental da desconsideração da personalidade jurídica, qual seja, o seu caráter tem-
porário ou episódico. Isso quer dizer que a desconsideração NÃO elimina a personalidade jurídica 
da empresa, com a desfazimento dos seus atos constitutivos, mas tão somente a afasta em dada 
situação concreta, com fins a evitar abuso ou prejuízo ao credor. 
Nessa linha, Fábio Ulhôa ensina: 
A teoria da desconsideração da personalidade jurídica não é uma teoria contrária à 
personalização das sociedades empresárias e à sua autonomia em relação aos 
 
 
 
 
 
sócios. Ao contrário, seu objetivo é preservar o instituto, coibindo práticas fraudulentas 
e abusivas que dele se utilizam. (...) Em virtude de sua importância fundamental para a 
economia capitalista, o princípio da personalização das sociedades empresárias (...) não 
pode ser descartado na disciplina da atividade econômica. Em consequência, a des-
consideração deve ter necessariamente natureza excepcional, episódica (...). Quer 
dizer, não se justifica o afastamento da autonomia da pessoa jurídica apenas porque 
um seu credor não pôde satisfazer o crédito que titulariza. É indispensável que tenha 
havido indevida utilização, a deturpação do instituto”. (...) A aplicação da teoria da 
desconsideração não implica a anulação ou o desfazimento do ato constitutivo 
da sociedade empresária, mas apenas a sua ineficácia episódica. (Curso de Direito 
Comercial. Vol. 2. Direito de Empresa / Fábio Ulhôa Coelho. 16ª ed. São Paulo: Saraiva,2012, p. 64). 
Flávio Tartuce sobre o tema, mais uma vez, é preciso comentando a distinção perquirida pelo 
examinador: 
Na verdade, não se pode confundir a desconsideração com a despersonificação da em-
presa. No primeiro instituto apenas desconsidera-se a regra pela qual a pessoa jurídica 
tem existência distinta de seus membros. Na despersonificação, a pessoa jurídica é 
dissolvida, nos termos do art. 51 do Código Civil. Sendo assim, no caso de ser deferida a 
desconsideração da personalidade jurídica pelo juiz da causa, deve-se manter a pessoa 
jurídica no polo passivo da demanda e incluir os sócios e administradores. 
 
Desconsideração Despersonificação/Despersonalização 
Afastamento temporário, episódico e Excep-
cional da personalidade jurídica. 
Desfazimento permanente da própria pessoa jurí-
dica, com o cancelamento dos seus atos constitu-
tivos em cartório. 
 
INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR 
Tema menos conhecido relacionado à desconsideração da personalidade jurídica diz respeito 
às concepções subjetiva e objetiva da teoria. Pela formulação SUBJETIVA, os elementos autorizado-
res da desconsideração são a fraude e o abuso de direito; pela OBJETIVA, a confusão patrimonial. 
A banca CESPE já cobrou isso no concurso para Procurador do Estado da Bahia em 2014. 
 
 
 
 
 
 
Desconsideração da personalidade jurídica 
Elementos subjetivos Elementos objetivos 
Fraude e abuso de direito Confusão patrimonial 
 
 
 
ESPELHO DE CORREÇÃO 
 
Quesitos avaliados Nota Comentários 
Aspectos microestruturais (adequação ao 
número de linhas, coesão, coerência, 
ortografia, morfossintaxe e propriedade 
vocabular); – 0,0 a 5,0; 
 - 
Conceito de desconsideração da persona-
lidade jurídica; 0,0 a 15,0; 
 
Dicotomia de teorias da Desconside-
ração da Personalidade Jurídica: 
1. Teoria Maior: menção obrigatória ao art. 
50 do CC, apontando-se os requisitos nele 
estabelecidos (abuso da personalidade 
jurídica, caracterizado pelo desvio de 
finalidade ou confusão patrimonial). 
2. Teoria Menor: cotejar os requisitos com a 
teoria menor, concluindo que, nesta, as 
exigências são menores, bastando que a 
personalidade jurídica seja óbice à 
satisfação do crédito. Aplicação no Direito 
Ambiental, do Consumidor e do Trabalho. 
– 0,0 a 20,0 
 - 
Espécies de desconsideração da 
personalidade jurídica: 
1. Inversa: apontar que há inversão do 
movimento da desconsideração natural, ou 
seja, desconsidera-se a pessoa física, para 
 
atingir bens formalmente pertencentes a 
pessoa jurídica, mas que, na verdade, 
constituem patrimônio pessoal do sócio. 
Exemplificar com aplicação no Direito de 
Família; (0,0-10,0) 
2. Indireta: abordar o tema a partir da relação
entre empresas controladora e controlada;
(0,0-15,0)
3. Expansiva: abordar o tema a partir da
ocultação de patrimônio de sócio em outra
pessoa jurídica, administrada por terceiro ou
“laranja”. Mencionar obrigatoriamente o
nome do autor Rafael Mônaco, precursor
dessa espécie no Brasil e a aplicação da
teoria pelo TCU. (0,0-15,0)
Obs.: a ausência de menção ao exemplo da 
desconsideração inversa, ao nome do autor 
da desconsideração expansiva ou à 
indicação de aplicação desta espécie pelo 
TCU resultará na perda de 3,0 pontos, para 
cada omissão. – 0,0 a 40,0 
Diferença para Despersonificação: 
Abordar o tema cotejando o caráter 
temporário, episódico e excepcional da 
desconsideração, em contraponto à 
dissolução permanente promovida pelo 
cancelamento dos atos constitutivos da 
pessoa jurídica, quando despersonificada. 
Mencionar obrigatoriamente a doutrina de 
Fabio Ulhôa Coelho ou Flávio Tartuce. 
Obs.: a ausência de menção ao exemplo ao 
nome dos autores resultará na perda de 5,0 
pontos.– 0,0 a 20,0 
NOTA 
 
 
 
 
 
AMOSTRA 
CORREÇÃO REALIZADA POR PROFESSOR 
Questão, gabarito e espelho de correção: 
Questão: 
Discorra, no âmbito do regime próprio de previdência social, sobre a aposentadoria por invalidez do 
servidor público ocupante de cargo efetivo, abordando os seguintes pontos: 
a) aposentadoria por invalidez com proventos proporcionais ou integrais e aplicabilidade do método 
de cálculo dos proventos com base na média aritmética simples das maiores remunerações; 
b) regra de transição das reformas previdenciárias relativa à aposentadoria por invalidez e 
c) a natureza taxativa ou exemplificativa do rol de doenças graves, contagiosas ou incuráveis 
previstas na lei. 
Padrão de resposta (comentários): 
1- Aposentadoria por invalidez com proventos proporcionais ou integrais e aplicabilidade do 
método de cálculo dos proventos com base na média aritmética simples das maiores re-
munerações. 
No âmbito do regime próprio de previdência social, a aposentadoria por invalidez do servidor 
público ocupante de cargo público está disciplina no art. 40, § 1º, I, da Constituição Federal, nos 
seguintes termos: 
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de 
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores 
ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e 
atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposen-
tados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc41.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc41.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc41.htm#art1
 
 
 
 
 
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, 
exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, con-
tagiosa ou incurável, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 
19.12.2003) 
De acordo com o disposto na Constituição Federal, pela Emenda Constitucional nº 41/2003, 
constatada a invalidez permanente do servidor público, a aposentadoria será concedida, em regra, 
com proventos proporcionais. No entanto, se a invalidez permanente decorrer de acidente em ser-
viço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, a aposentadoria será concedida 
com proventos integrais. 
Ocorre que o § 1º do art. 40 da Constituição Federal prevê que os proventos de aposentadoria, 
inclusive da aposentadoria por invalidez, devem ser calculados a partir dos valores fixados §§ 3º e 
17, ou seja, devem ser calculados a partir dos valores das remunerações utilizadas como base para 
as contribuições previdenciárias, devidamente atualizados: 
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão 
consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor 
aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. 
[....] 
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto 
no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da lei. 
Como o § 3º do art. 40 da Constituição Federal remete à lei a disciplina da forma de cálculo 
dos proventos de aposentadoria, foi editada a Medida Provisória nº 167/2004, posteriormente con-
vertida na Lei nº 10.887/2004 cujo art. 1º estabeleceu o método de cálculo dos proventos de aposen-
tadoria dos servidores públicos com base na média aritmética simples das maiores remunerações, 
nos seguintes termos: 
Art. 1º No cálculo dos proventos de aposentadoria dos servidores titulares de cargo efe-
tivo de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
pios, incluídas suas autarquias e fundações, previsto no § 3º do art. 40 daConstituição 
Federal e no art. 2º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, será 
considerada a média aritmética simples das maiores remunerações, utilizadas como base 
para as contribuições do servidor aos regimes de previdência a que esteve vinculado, 
correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo desde a com-
petência julho de 1994 ou desde a do início da contribuição, se posterior àquela compe-
tência. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc41.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc41.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art40%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art40%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc41.htm#art2
 
 
 
 
 
Assim, o cálculo da aposentadoria por invalidez com proventos proporcionais ocorrerá da se-
guinte forma: após o cálculo dos valores dos proventos com base na média aritmética simples das 
maiores remunerações, haverá a incidência de uma proporção entre o tempo de contribuição exis-
tente até a data de reconhecimento da invalidez permanente e o tempo necessário para aposenta-
doria voluntária por tempo de contribuição (35 anos, se homem, ou 30 anos, se mulher). 
Por sua vez, na aposentadoria por invalidez com proventos integrais, não haverá proporcionali-
dade sobre o tempo de contribuição, de modo que o cálculo dos valores dos proventos será feito com 
base na média aritmética simples das maiores remunerações, sem a incidência de uma proporção. 
No entanto, o Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento no sentido de que o método 
de cálculo dos proventos com base na média aritmética simples das maiores remunerações, não se 
aplica às aposentadorias por invalidez permanente oriundas de moléstia profissional ou doença 
grave, contagiosa ou incurável, especificados em lei, dado que os proventos, nesses casos, deverão 
ser integrais: 
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA 
POR INVALIDEZ DECORRENTE DE ACIDENTE EM SERVIÇO. PROVENTOS INTE-
GRAIS. CABIMENTO. INAPLICABILIDADE DO ART. 1º DA LEI 10.887/2004. VIOLAÇÃO 
DO ART. 535 DO CPC/73 NÃO OCORRÊNCIA. [...] II - Esta Corte Superior pacificou 
o entendimento de que a Emenda Constitucional nº 41/2003, ao extinguir o cálculo 
integral para os benefícios concedidos nos termos do art. 40, § 3º (aposentadorias) 
e § 7º (pensões) da Carta Magna e da Lei 10.887/04, excetuou, expressamente, as 
hipóteses em que o pagamento deve ser percebido integralmente, como no caso 
de servidor público aposentado por invalidez permanente, decorrente de doença 
grave, prevista no rol taxativo da legislação regente. [...] (AgInt no REsp 1579279/GO, 
Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/11/2017, DJe 
10/11/2017) 
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚ-
BLICO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ DECORRENTE DE DOENÇA GRAVE OU 
INCURÁVEL. PROVENTOS INTEGRAIS. INAPLICABILIDADE DO ART. 1º DA LEI 
10.887/2004. PRECEDENTES DO STJ. 1. Efetivamente, o acórdão recorrido encon-
tra-se em consonância com o entendimento desta Corte Superior, firme no sentido 
de que "a Lei 10.887/2004, que regulamentou a EC 41/2003, disciplinando o método 
de cálculo dos proventos de aposentadoria dos servidores públicos com base na 
média aritmética simples das maiores remunerações, não se aplica às aposentado-
rias por invalidez permanente oriundas de moléstia profissional ou doença grave, 
contagiosa ou incurável, especificados em lei, dado que os proventos, nesses ca-
sos, deverão ser integrais" (AgRg nos EDcl no REsp 1525901/CE, Rel. Ministro HUM-
BERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/10/2015, DJe 16/10/2015) [...] 
(AgInt no REsp 1591318/GO, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, jul-
gado em 16/08/2016, DJe 26/08/2016) 
2- Regra de transição das reformas previdenciárias relativa à aposentadoria por invalidez.
A Emenda Constitucional nº 70/2012 afastou, expressamente, o método de cálculo dos pro-
ventos de aposentadoria dos servidores públicos regulamentado pela Lei nº 10.887/2004 para os 
servidores que ingressaram no serviço público até a data de publicação da Emenda Constitucional 
nº 41/2003, garantindo ainda a paridade do valor dos proventos com a remuneração dos servidores 
em atividade: 
Art. 1º A Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, passa a vigorar 
acrescida do seguinte art. 6º-A: 
"Art. 6º-A. O servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclu-
ídas suas autarquias e fundações, que tenha ingressado no serviço público até a data de 
publicação desta Emenda Constitucional e que tenha se aposentado ou venha a se apo-
sentar por invalidez permanente, com fundamento no inciso I do § 1º do art. 40 da Cons-
tituição Federal, tem direito a proventos de aposentadoria calculados com base na remu-
neração do cargo efetivo em que se der a aposentadoria, na forma da lei, não sendo 
aplicáveis as disposições constantes dos §§ 3º, 8º e 17 do art. 40 da Constituição Federal. 
Parágrafo único. Aplica-se ao valor dos proventos de aposentadorias concedidas com 
base no caput o disposto no art. 7º desta Emenda Constitucional, observando-se igual 
critério de revisão às pensões derivadas dos proventos desses servidores." 
A própria Emenda Constitucional nº 70/2012 determinou a revisão das aposentadorias, e das 
pensões delas decorrentes, concedidas a partir de 1º de janeiro de 2004, limitando, no entanto, os 
efeitos financeiros a partir da data de sua promulgação, in verbis: 
Art. 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, assim como as respectivas 
autarquias e fundações, procederão, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da entrada 
em vigor desta Emenda Constitucional, à revisão das aposentadorias, e das pensões 
delas decorrentes, concedidas a partir de 1º de janeiro de 2004, com base na redação 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc41.htm#art6a
 
 
 
 
 
dada ao § 1º do art. 40 da Constituição Federal pela Emenda Constitucional nº 20, de 15 
de dezembro de 1998, com efeitos financeiros a partir da data de promulgação desta 
Emenda Constitucional. 
Assim, em relação aos servidores que ingressaram no serviço público até a data de publicação 
da Emenda Constitucional nº 41/2003, o cálculo da aposentadoria por invalidez com proventos pro-
porcionais ocorrerá da seguinte forma: após o cálculo dos valores dos proventos com base na remu-
neração do cargo efetivo, haverá a incidência de uma proporção entre o tempo de contribuição exis-
tente até a data de reconhecimento da invalidez permanente e o tempo necessário para aposenta-
doria voluntária por tempo de contribuição (35 anos, se homem, ou 30 anos, se mulher). 
Por sua vez, na aposentadoria por invalidez com proventos integrais, não haverá proporciona-
lidade sobre o tempo de contribuição, de modo que o cálculo dos valores dos proventos será feito 
com base na remuneração do cargo efetivo. 
3- A natureza taxativa ou exemplificativa do rol de doenças graves, contagiosas ou incuráveis 
previstas na lei. 
O art. 40, § 1º, I, da Constituição Federal estabelece que a aposentadoria por invalidez será 
concedida com proventos integrais quando decorrente de doença grave, contagiosa ou incurável, na 
forma da lei. 
No âmbito da Administração Pública federal, a Lei nº 8.112/1990 definiu as doenças graves, 
contagiosas ou incuráveis, nos seguintes termos: 
§ 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a que se refere o inciso I 
deste artigo, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, ce-
gueira posterior ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Par-
kinson, paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, 
estados avançados do mal dePaget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência Ad-
quirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com base na medicina especializada. 
O Supremo Tribunal firmou o entendimento no sentido de que o rol de doenças graves, conta-
giosas ou incuráveis é taxativo: 
Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA 
POR INVALIDEZ COM PROVENTOS INTEGRAIS. ART. 40, § 1º, I, DA CF. SUBMISSÃO AO 
DISPOSTO EM LEI ORDINÁRIA. 1. O art. 40, § 1º, I, da Constituição Federal assegura aos 
servidores públicos abrangidos pelo regime de previdência nele estabelecido o direito a apo-
sentadoria por invalidez com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. O benefício 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art40%C2%A71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm
 
 
 
 
 
será devido com proventos integrais quando a invalidez for decorrente de acidente em serviço, 
moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, “na forma da lei”. 2. Pertence, 
portanto, ao domínio normativo ordinário a definição das doenças e moléstias que en-
sejam aposentadoria por invalidez com proventos integrais, cujo rol, segundo a jurispru-
dência assentada pelo STF, tem natureza taxativa. 3. Recurso extraordinário a que se dá 
provimento. (RE 656860, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 
21/08/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-181 DIVULG 
17-09-2014 PUBLIC 18-09-2014) 
Logo, o servidor público que seja acometido por invalidez permanente decorrente de doença 
não prevista na legislação não poderá se aposentar com proventos integrais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ACOMPANHAMENTO (OPCIONAL) 
Você terá ao seu lado um profissional extremamente capacitado e que já percorreu o caminho pelo 
qual você quer passar. O seu coach será responsável por resolver suas dúvidas jurídicas, corrigir os 
seus simulados e para gerir a organização dos seus estudos. 
Todavia, precisamos alertar: utilize bem essa ferramenta. Não deixe ser atrapalhado pelo fato de 
estar sendo ajudado. Metaforicamente, não espere que o personal trainer levante o peso por você. 
Você estará se enganando e não é isso o que almejamos. 
Uma dica valiosa: o seu celular pode ajudar a catalisar o processo de sua aprovação, como também 
poderá enterrá-la para sempre. No momento em que abrir a primeira página do dia, desligue-se to-
talmente. Esteja na companhia solitária dos seus materiais, para que não seja tentado a interromper 
os estudos e enviar mensagem ao seu tutor sempre que aparecerem dúvidas. Muitas vezes as res-
postas estarão na página seguinte. 
Também registro o que a experiência pessoal e de trabalho nos mostra rotineiramente: a pesquisa 
faz parte do processo de aprendizagem. Duvidar -> Errar -> Pesquisar -> Acertar compõem as 
ações sequenciadas que farão a informação ser guardada por mais tempo. 
Observo, por fim, a necessidade de você informar o seu coach sempre que pretender realizar alguma 
prova. O time não pode ir jogar, sem o técnico saber e planejar antes. Com efeito, a realização de 
provas é encarada como parte da preparação do curso extensivo. Em algum momento do nosso 
programa, você irá fazer provas. A avaliação do instante ideal deverá ser construída entre você e o 
seu técnico. 
 
MATERIAIS DE APOIO 
Para cada assunto indicado no Plano de Metas será fornecido a você um material de apoio. Trata-
se de uma apostila, em formato PDF, contendo o resumo daquele tema. 
Você perceberá que nossos materiais são muito completos. Em diversos casos, eles eram os resu-
mos que nós, agora Juízes Estaduais, fizemos durante nossa preparação e que estamos melhorando 
para fornecer a você. 
 
 
 
 
 
Como utilizar o material de apoio 
a) Caso você seja um aluno iniciante ou ainda não tenha lido o livro indicado na bibliografia, utilize 
o material de apoio como segunda leitura (seja no final de semana ou na “semana de respiro”). 
A leitura da doutrina para você é necessária. 
b) Caso você seja um aluno avançado ou já tenha lido o livro indicado na bibliografia, é possível 
estudar diretamente o material de apoio, complementando-o, se for o caso, com os seus estu-
dos pretéritos. 
 
Atualização do material de apoio 
Caso haja atualizações legislativas ou complementação de conteúdo no decorrer do curso, reposta-
remos materiais, sinalizando com uma faixa lateral os pontos editados. Observe a linha na lateral, à 
esquerda desse parágrafo; os trechos novos ou alterados terão essa marcação. 
 
Apontar erros e desatualizações nos materiais de apoio 
Caso você encontre alguma desatualização legislativas ou que o material necessite uma comple-
mentação de conteúdo no decorrer do curso, você poderá entrar em contato conosco via central do 
aluno, e nos enviar suas observações, elas serão analisadas pelo nosso setor editorial e se for iden-
tificada alguma desatualização, o material será atualizado e posteriormente repostado. 
 
AMOSTRA: 
1. OBJETO 
Os direitos subjetivos da personalidade não tinham existência autônoma para os defensores 
da chamada teoria negatória. Isso porque, quando se fala em direito subjetivo, temos: sujeito ativo, 
passivo e objeto. Na verdade, haveria mera existência de direito subjetivo à personalidade. 
Ou seja, direitos da personalidade seriam direitos que têm por objeto a pessoa, e a pessoa é 
sempre sujeito e nunca objeto. Diante da impossibilidade de indicar a pessoa como objeto que sur-
giram teorias que simplesmente negaram a existência da categoria. 
O fundamento da objeção é a impossibilidade de a pessoa ser objeto de direitos. A doutrina 
contemporânea afirma que haverá titularidade do direito subjetivo pela pessoa humana, tendo a co-
letividade como sujeito passivo. O objeto não será pessoa, mas sim os atributos que decorrem 
da sua personalidade. 
 
 
 
 
 
Assim, o objeto dos direitos da personalidade são seus atributos, e não a pessoa, que 
é a titular. 
2. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
A dignidade da pessoa humana vai muito além dos direitos da personalidade. Há desdobra-
mento no Direito Penal, no Direito Administrativo, no Direito Tributário etc. No Estado de Direito, o 
princípio democrático é uma projeção do princípio da dignidade da pessoa humana, na medida 
em que democracia em sentido material significa o resguardo dos direitos fundamentais. 
O princípio da dignidade da pessoa humana vai muito além do Direito Civil e, portanto, 
muito além de uma parte do Direito Civil, que são os direitos da personalidade; agora, não pode-
mos esquecer que ele compõe esse núcleo. 
Os direitos da personalidade não são regulados de forma exaustiva no Código Civil e no 
restante do ordenamento; formam, na legislação civil, um rol meramente exemplificativo. Não é 
possível estabelecer um catálogo de direitos da personalidade, porque a sociedade vai se transfor-
mar sempre, criando novas necessidades. Então, ora você terá a criação de direitos da personali-
dade, ora a transformação dos direitos da personalidade. 
Eles têm origem na dignidade da pessoa humana, a qual tem um conteúdo positivo e ne-
gativo. O conteúdo negativo se refere à limitação da atuação estatal, que deve se abster de de-
terminados atos violadores da dignidade; também se aplica aos particulares, em se considerando a 
eficácia horizontal dos direitos humanos. O conteúdo positivo impõe atuações por parte do Es-
tado, no sentido de adotar iniciativas voltadas a maximizar e efetivar a dignidade da pessoa 
humana. 
O fundamento dos direitos da personalidade é o princípio da dignidade da pessoa hu-
mana, uma vez que os direitos da personalidade compõem o NÚCLEO NECESSÁRIO AO DE-
SENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE para que sejamos protegidos como seres humanos. 
3. CARACTERÍSTICAS 
Eles têm a característica de serem: 
a) Absolutos (relativamente): oponíveiserga omnes; 
b) Inatos: as pessoas os têm só pelo fato de serem humanas; 
c) Imprescritíveis: não há prazo para o seu exercício; não se confunde o direito subjetivo da 
personalidade com o direito subjetivo à compensação pela lesão a esse direito. O que é imprescritível 
 
 
 
 
 
é o direito subjetivo da personalidade e não a compensação. É o que pensa a maioria dos civilistas 
e é o que pensa a terceira e quarta turma do STJ, mas isso não é pacífico. A terceira e quarta turmas 
do STJ entendem que a pretensão está sujeita à prescrição no prazo de 3 anos, art. 206, § 3º, V, CC 
ou de 5 anos do art. 27 CDC. 
d) Extrapatrimoniais: significa que os direitos da personalidade não podem ser quantificados 
economicamente. Por esse motivo, prevaleceu durante algum tempo a tese da irreparabilidade do 
dano moral puro, que a doutrina contemporânea defende ser possível através da compensação. A 
indenização consiste em restabelecer a situação anterior ao dano, através da entrega do equivalente 
em dinheiro, o que é impossível no direito da personalidade, uma vez que não há equivalente mone-
tário. Porém, tem caráter patrimonial o ato de disposição do direito da personalidade e a compensa-
ção do dano; são critérios para a compensação da lesão ao direito da personalidade: 
1. Poder econômico do ofensor; 
2. Poder econômico do ofendido; 
3. Intensidade e duração do dano; 
4. Evitar o enriquecimento sem causa do ofendido. 
e) Vitalícios; 
f) Impenhoráveis: como o direito da personalidade não tem caráter patrimonial, também não 
pode ser objeto de constrição patrimonial, mas é claro que, nas facetas de patrimonialidade é cabível 
a penhora; 
g) Relativamente irrenunciáveis1: o art. 11 do CC/02 dispõe que você não pode nem renunciar 
e nem limitar o exercício, só que a doutrina civil, de forma pacífica, admite a limitação do exercício 
excepcionalmente, circunstancialmente e de forma compatível com a dignidade da pessoa humana. 
 
1 Se você não puder limitar o exercício você inviabiliza a vida em sociedade. Por exemplo: luta de vale tudo. 
Quando a pessoa sobe no ringue, está limitando o exercício da integridade física. Então o art. 11 CC, se inter-
pretado literalmente, permitiria ao perdedor de uma luta de vale tudo exigir danos morais ao vencedor. A dig-
nidade da pessoa humana tem variantes. Uma das variantes é a liberdade. E A LIBERDADE CRIA UM DI-
REITO CHAMADO AUTODETERMINAÇÃO. Então, autodeterminar-se é uma decisão que projeta o princípio 
da dignidade da pessoa humana. Só se pode interferir na autodeterminação quando houver interesse consti-
tucional em posição de supremacia que justifique essa limitação. Só que, na liberdade, o exercício de direito 
ao corpo se confronta com o direito à vida. O legislador considera que o direito à vida está numa posição inferior 
em dois casos: estupro e risco para a mãe. Uma ponderação feita pela própria legislação ordinária. 
 
 
 
 
 
h) Intransmissíveis: não se transmitem. Todavia, o direito à reparação do dano se transmite 
(art. 943, CC). Não se confunde o direito da personalidade, intransmissível, com o direito à 
compensação, que é patrimonial e transmissível. Se houver alguma ofensa ao direito da perso-
nalidade depois da morte do titular, está-se violando, por via indireta, a personalidade dos parentes 
vivos; logo, estes reclamam indenização em nome próprio, e não em nome do de cujus; sobre esse 
tema, esclarecedor o seguinte julgado: 
RECURSO ESPECIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. 
OFENDIDO FALECIDO. LEGITIMIDADE DOS SUCESSORES PARA PROPOR AÇÃO DE INDENIZA-
ÇÃO. TRANSMISSIBILIDADE DO DIREITO À REPARAÇÃO. 
[...] 
2. A questão controvertida consiste em saber se os pais possuem legitimidade ativa ad causam para 
propor ação, postulando indenização por dano moral sofrido, em vida, pelo filho falecido. 
3. É certo que esta Corte de Justiça possui orientação consolidada acerca do direito dos her-
deiros em prosseguir em ação de reparação de danos morais ajuizada pelo próprio lesado, o 
qual, no curso do processo, vem a óbito. Todavia, EM SE TRATANDO DE AÇÃO PROPOSTA 
DIRETAMENTE PELOS HERDEIROS DO OFENDIDO, APÓS SEU FALECIMENTO, A JURISPRU-
DÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA POSSUI ORIENTAÇÕES DIVERGENTES. De um 
lado, há entendimento no sentido de que “na ação de indenização de danos morais, os herdeiros da 
vítima carecem de legitimidade ativa ad causam” (REsp 302.029/RJ, 3ª Turma, Rel. Min. Nancy An-
drighi, DJ de 1º.10.2001); de outro, no sentido de que “os pais - na condição de herdeiros da vítima já 
falecida - estão legitimados, por terem interesse jurídico, para acionarem o Estado na busca de inde-
nização por danos morais, sofridos por seu filho, em razão de atos administrativos praticados por agen-
tes públicos (...)”. Isso, porque “o direito de ação por dano moral é de natureza patrimonial e, como tal, 
transmite-se aos sucessores da vítima (RSTJ, vol. 71/183)” (REsp 324.886/PR, 1ª Turma, Rel. Min. 
José Delgado, DJ de 3.9.2001). 
4. Interpretando-se sistematicamente os arts. 12, caput e parágrafo único, e 943 do Código Civil (antigo 
art. 1.526 do Código Civil de 1916), infere-se que o direito à indenização, ou seja, o direito de se exigir 
a reparação de dano, tanto de ordem material como moral, foi assegurado pelo Código Civil aos su-
cessores do lesado, transmitindo-se com a herança. ISSO, PORQUE O DIREITO QUE SE SU-
CEDE É O DE AÇÃO, QUE POSSUI NATUREZA PATRIMONIAL, E NÃO O DIREITO MO-
RAL EM SI, QUE É PERSONALÍSSIMO E, PORTANTO, INTRANSMISSÍVEL. 
5. José de Aguiar Dias leciona que não há princípio algum que se oponha à transmissibilidade 
da ação de reparação de danos, porquanto “a ação de indenização se transmite como qualquer 
outra ação ou direito aos sucessores da vítima. Não se distingue, tampouco, se a ação se funda 
em dano moral ou patrimonial. A AÇÃO QUE SE TRANSMITE AOS SUCESSORES SUPÕE O 
PREJUÍZO CAUSADO EM VIDA DA VÍTIMA” (Da Responsabilidade Civil, Vol. II, 4ª ed., Forense: Rio 
de Janeiro, 1960, p. 854). 
6. Como bem salientou o Ministro Antônio de Pádua Ribeiro, no julgamento do REsp 11.735/PR (2ª 
Turma, DJ de 13.12.1993), “o direito de ação por dano moral é de natureza patrimonial e, como tal, 
transmite-se aos sucessores da vítima”. 
7. “O sofrimento, em si, é intransmissível. A dor não é 'bem' que componha o patrimônio transmissível 
do de cujus. Mas me parece de todo em todo transmissível, por direito hereditário, o direito de ação 
 
 
 
 
 
que a vítima, ainda viva, tinha contra o seu ofensor. Tal direito é de natureza patrimonial. Leon Maze-
aud, em magistério publicado no Recueil Critique Dalloz, 1943, pág. 46, esclarece: 'O herdeiro não 
sucede no sofrimento da vítima. Não seria razoável admitir-se que o sofrimento do ofendido se prolon-
gasse ou se entendesse (deve ser estendesse) ao herdeiro e este, fazendo sua a dor do morto, de-
mandasse o responsável, a fim de ser indenizado da dor alheia. Mas é irrecusável que o herdeiro 
sucede no direito de ação que o morto, quando ainda vivo, tinha contra o autor do dano. Se o sofrimento 
é algo entranhadamente pessoal, o direito de ação de indenização do dano moral é de natureza patri-
monial e, como tal, transmite-se aos sucessores'.” (PORTO, Mário Moacyr, in Revista dos Tribunais, 
Volume 661, pp. 7/10). 
8. “O DANO MORAL, QUE SEMPRE DECORRE DE UMA AGRESSÃO A BENS INTEGRANTES DA 
PERSONALIDADE (HONRA, IMAGEM, BOM NOME, DIGNIDADE ETC.), SÓ A VÍTIMA PODE SO-
FRER, E ENQUANTO VIVA, PORQUE A PERSONALIDADE, NÃO HÁ DÚVIDA, EXTINGUE-SE COM 
A MORTE. MAS O QUE SE EXTINGUE - REPITA-SE - É A PERSONALIDADE, E NÃO O DANO 
CONSUMADO, NEM O DIREITO À INDENIZAÇÃO. PERPETRADO O DANO (MORAL OU MATE-
RIAL, NÃO IMPORTA) CONTRA A VÍTIMA QUANDO AINDA VIVA, O DIREITO À INDENIZAÇÃO 
CORRESPONDENTE NÃO SE EXTINGUE COM SUA MORTE. E assim é porque a obrigação de in-
denizar o dano moral nasce no mesmo momento em que nasce a obrigação de indenizar o dano patri-monial - no momento em que o agente inicia a prática do ato ilícito e o bem juridicamente tutelado sofre 
a lesão. Neste aspecto não há distinção alguma entre o dano moral e patrimonial. Nesse mesmo mo-
mento, também, o correlativo direito à indenização, que tem natureza patrimonial, passa a integrar o 
patrimônio da vítima e, assim, se transmite aos herdeiros dos titulares da indenização” (CAVALIERI 
FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade Civil, 7ª ed., São Paulo: Atlas, 2007, pp. 85/88). 
9. Ressalte-se, por oportuno, que, conforme explicitado na r. sentença e no v. acórdão recorrido, “o 
finado era solteiro e não deixou filhos, fato incontroverso comprovado pelo documento de fl. 14 (certi-
dão de óbito), sendo os autores seus únicos herdeiros, legitimados, pois, a propor a demanda” (fl. 154). 
Ademais, foi salientado nos autos que a vítima sentiu-se lesada moral e fisicamente com o ato praticado 
pelos policiais militares e que a ação somente foi proposta após sua morte porque aguardava-se o 
trânsito em julgado da ação penal. 
10. Com essas considerações doutrinárias e jurisprudenciais, pode-se concluir que, embora o 
dano moral seja intransmissível, o direito à indenização correspondente transmite-se causa 
mortis, na medida em que integra o patrimônio da vítima. Não se olvida que os herdeiros não 
sucedem na dor, no sofrimento, na angústia e no aborrecimento suportados pelo ofendido, 
tendo em vista que os sentimentos não constituem um “bem” capaz de integrar o patrimônio 
do de cujus. 
Contudo, é devida a transmissão do direito patrimonial de exigir a reparação daí decorrente. 
Entende-se, assim, pela legitimidade ativa ad causam dos pais do ofendido, já falecido, para 
propor ação de indenização por danos morais, em virtude de ofensa moral por ele suportada. 
[...] 
 (STJ, REsp 978.651/SP, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/02/2009, 
DJe 26/03/2009)2 
 
2 Desse julgado pode-se extrair a seguinte lição: a) os herdeiros podem exigir a compensação pelo dano moral 
sofrido pelo filho, pois a verba indenizatória já integraria seu patrimônio jurídico; b) os herdeiros também podem 
exigir reparação pelo próprio dano sofrido em decorrência do dano alheio, o chamado “dano moral por rico-
chete”. 
 
 
 
 
 
i) Coercitivos: impõe-se sua observância por toda a coletividade. A tutela inibitória visa a 
prevenir o ilícito ou fazer com que ele cesse, sendo mais eficaz para a proteção dos direitos da 
personalidade do que a tutela ressarcitória; 
j) Históricos: são carregados de forte conteúdo histórico, fruto da evolução da civilização hu-
mana. 
Além disso, imperativo não se esquecer da admissibilidade dos direitos da personali-
dade da pessoa jurídica, em especial a proteção ao nome, decorrente da tutela de sua honra 
objetiva. 
Em relação à técnica legislativa e abordagem hermenêutica dos direitos da personalidade, 
tem-se que a disciplina dos direitos fundamentais exige técnica legislativa fundada em cláusulas 
gerais que, fugindo ao rigorismo de uma normatividade excessivamente regulamentar, mostre-se 
capaz de acompanhar a evolução tecnológica e científica. 
Em síntese, a matéria é aberta; ESPERA-SE QUE O LEGISLADOR SIMPLESMENTE ORI-
ENTE O PODER JUDICIÁRIO E AS AUTORIDADES ADMINISTRATIVAS PARA UM RESULTADO 
QUE HARMONIZE OS INTERESSES COLIDENTES. 
Podem os direitos da personalidade sofrer restrições voluntárias? Sim, desde que observa-
dos os seguintes limites: 
a) A restrição não pode ser permanente; 
b) A restrição não pode ser genérica; 
c) A restrição não pode violar a dignidade do titular. 
Relativamente à repressão jurídica das ofensas, o sistema jurídico faz uso de tutelas preven-
tivas e repressivas (reparatórias), devendo prevalecer aquelas sobre estas. 
No campo reparatório, merece atenção a Teoria do Valor do Desestímulo ou Punitive 
Damage. O instituto do “punitive damages”, também conhecido como “exemplary damages”, 
“vindictive damages” ou ainda “smart money”, visa imputar uma indenização pecuniária ao 
ofensor, capaz de puni-lo pelo ato ilícito praticado, visando, assim, inibir a repetição da con-
duta danosa e, ainda, servir de exemplo para a sociedade e de ferramenta preventiva contra o 
cometimento de atos ilícitos. 
 
 
 
 
 
O STJ entende que se aplica ao direito brasileiro o punitive damage, porém, de forma 
restrita, para evitar o enriquecimento ilícito: 
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CIVIL. INDENIZAÇÃO. 
DANO MORAL. HERDEIROS. LEGITIMIDADE. QUANTUM DA INDENIZAÇÃO FIXADO EM VALOR 
EXORBITANTE. NECESSIDADE DA REDUÇÃO. RESPEITO AOS PARÂMETROS E JURISPRUDÊN-
CIA DO STJ. PRECEDENTES. 
1. Cingindo-se, a hipótese em análise, a dano à imagem da falecida, remanesce aos herdeiros legiti-
midade para sua defesa, uma vez que se trata da reparação de eventual sofrimento que eles próprios 
suportaram, em virtude dos fatos objeto da lide. 
2. O critério que vem sendo utilizado por essa Corte Superior na fixação do valor da indenização por 
danos morais, considera as condições pessoais e econômicas das partes, devendo o arbitramento 
operar-se com moderação e razoabilidade, atento à realidade da vida e às peculiaridades de cada 
caso, de forma a não haver o enriquecimento indevido do ofendido, bem como que sirva para desesti-
mular o ofensor a repetir o ato ilícito. 
3. A aplicação irrestrita das “punitive damages” encontra óbice regulador no ordenamento jurí-
dico pátrio que, anteriormente à entrada do Código Civil de 2002, vedava o enriquecimento sem 
causa como princípio informador do direito e após a novel codificação civilista, passou a pres-
crevê-la expressamente, mais especificamente, no art. 884 do Código Civil de 2002. 
4. Assim, cabe a alteração do quantum indenizatório quando este se revelar como valor exorbitante ou 
ínfimo, consoante iterativa jurisprudência desta Corte Superior de Justiça. 
5. In casu, o Tribunal a quo condenou às rés em R$ 960.000,00 (novecentos e sessenta mil reais), 
tendo dividido o valor entre as rés, arcando cada uma das litisconsortes passivas com o pagamento de 
R$ 480.000,00 (quatrocentos e oitenta mil reais) o que, considerando os critérios utilizados por este 
STJ, se revela extremamente excessivo. 
6. Dessa forma, considerando-se as peculiaridades do caso concreto, bem como os critérios adotados 
por esta Corte Superior na fixação do quantum indenizatório a título de danos morais, a indenização 
total deve ser reduzida para R$ 145.250,00 (cento e quarenta e cinco mil, duzentos e cinqüenta reais), 
devendo ser ele rateado igualmente entre as rés, o que equivale a R$ 72.625,00 (setenta e dois mil, 
seiscentos e vinte e cinco reais) por litisconsorte passiva. 
7. Evidencia-se que a parte agravante não apresentou qualquer argumento capaz de infirmar a decisão 
monocrática que pretende ver reformada, razão pela qual entende-se que ela há de ser mantida íntegra 
por seus próprios fundamentos. 
8. Agravo regimental a que se nega provimento. 
(AgRg no Ag 850.273/BA, Rel. Ministro HONILDO AMARAL DE MELLO CASTRO (DESEMBARGA-
DOR CONVOCADO DO TJ/AP), QUARTA TURMA, julgado em 03/08/2010, DJe 24/08/2010) 
O nascituro tem direitos da personalidade. Ele pode reclamar o pré-natal, a imagem, o direito 
de paternidade e alimentos gravídicos, entre outros. Doação, herança e legados também lhe podem 
ser atribuídos, condicionados ao nascimento com vida. 
 
 
 
 
 
Todas as situações jurídicas atualmente são relativas, sem exceção, ou seja, não é só o di-
reito subjetivo que é relativo, o direito potestativo e todos os direitos, inclusive o direito de alegar a 
exceção de contrato não cumprido. 
A imagem é um direito da personalidade autônomo, cuja lesão gera dano moral independen-
temente da violação de outros interesses. A súmula 403 STJ afirma que a utilização da imagem SEM 
AUTORIZAÇÃO E COM O FIM ECONÔMICO OU COMERCIAL produz um dano por si só, indepen-
dentemente de outro prejuízo. 
Súmula

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