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Laudo Insalubridade

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MODELO DE LAUDO DE INSALUBRIDADE
________________________________________________________
Avaliação quantitativa de NaOH no processo industrial de produção de papel
Junho/2020
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVO
3. A IMPORTÂNCIA DO MONITORAMENTO
4. CONSIDERAÇÕES GERAIS
	4.1 AGENTE QUÍMICO
	4.2 RISCO QUÍMICO
	4.3 LIMITE DE TOLERÂNCIA
5. CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS
1.INTRODUÇÃO
Com base no Art. 189 – Consolidação das Leis do Trabalho - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. (Redação conforme a Lei nº 6.514, de 22.12.1977) e na NR-15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES (Norma Regulamentadora 15 do MTE, Ministério do Trabalho e Emprego), onde são consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos 1,2,3,8,10,11.12 e 13 ou ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists), que se aplicam às situações no presente laudo e também relacionadas na NR-9 – PROGRAMA DE RISCOS AMBIENTAIS (Norma Regulamentadora 9 do MTE), em especial nos subitens 9.1.5, 9.1.5.1, 9.1.5.2 e 9.3.5 (MEDIDAS DE CONTROLE) e artigo 9.3.5 ítem c, “Deverão ser adotadas as medidas necessárias suficientes para a eliminação, a minimização ou o controle dos riscos ambientais quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR 15 ou, na ausência destes os valores limites de exposição ocupacional adotados pela American Conference of Governmental Industrial Higyenists-ACGIH, ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos; (109.030-5 / I1)”
Nestas condições, quando são exercidas atividades em que os limites de tolerância de agentes químicos, físicos ou biológicos estão acima dos estabelecidos na NR-15, fica caracterizada a insalubridade, assegurando ao trabalhador a percepção de adicional sobre o salário mínimo (SM), de acordo com o grau de insalubridade: grau mínimo, 10% sobre o SM, grau médio, 20% sobre o SM e grau máximo, 40% sobre o SM.
2. OBJETIVO 
Este trabalho tem a finalidade de identificar e avaliar quantitativamente a presença do agente químico, HIDRÓXIDO DE SÓDIO, NaOH (Soda Cáustica) nos postos de trabalho no processo de fabricação de papel em uma indústria, e fornecer subsídios quanto à caracterização ou não da insalubridade aos funcionários que trabalham no local avaliado, ou seja, o pagamento ou não do adicional de insalubridade. Tem também a finalidade de informar métodos de controle e prevenção de acidentes,
 
3. A IMPORTÂNCIA DO MONITORAMENTO 
A avaliação ou monitoramento deste agente demonstra sua importância, principalmente, nos seguintes aspectos: 
• Na determinação de uma estimativa da real concentração e nível do agente ambiental disperso no ambiente de trabalho e a concentração e níveis recebidos pelo trabalhador; 
• Na utilização dos dados de concentração dos contaminantes, para se fazer uma comparação com os limites de exposição, estabelecidos na legislação vigente; 
• Proporcionar subsídios concretos para a indicação do Programa de Proteção Respiratória, que indicarão os EPC’s - Equipamentos de Proteção Coletiva e EPI’s - Equipamentos de Proteção Individual apropriados; 
• Verificar-se a relação “dose-resposta” (relação da influência das concentrações medidas e os efeitos à saúde do trabalhador). 
* Além de demonstrar com maior clareza a preocupação da empresa além do cumprimento á legislação vigente (Normas Regulamentadoras), considera o bem estar de seus colaboradores e do meio ambiente.
4. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
4.1. AGENTE QUÍMICO 
Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo pela pele ou por ingestão. (NR-9 do MTE — 9.1.5.2) 
4.2. RISCOS QUÍMICOS 
São riscos causados pelas substâncias químicas presentes no ambiente de trabalho, na condição de matéria-prima, produto intermediário, produto final ou como material auxiliar, os quais, em função das condições de utilização, poderão entrar em contato com o corpo humano, interagindo em ação localizada, como no caso de queimadura ou irritação da pele, ou em ação generalizada, quando for levado pelos fluidos internos, chegando aos diferentes órgãos e tecidos do organismo. 
4.3. LIMITE DE TOLERÂNCIA 
É a intensidade/concentração máxima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente físico/químico, que não causará danos à saúde da maioria dos trabalhadores expostos, durante a sua vida laboral (NR-15).
5. CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS 
Os agentes químicos, mais por sua dimensão físico-química que por sua característica individual, são classificados em gases, vapores e aerodispersóides (estes últimos são subdivididos ainda em poeiras, fumos, névoas, neblinas, fibras); podemos entender os agentes químicos como todos as substâncias puras, compostos ou produtos (misturas) que podem entrar em contato com o organismo por uma multiplicidade de vias, expondo o trabalhador. Cada caso tem sua toxicologia específica, sendo também possível agrupá-los em famílias químicas, quando de importância toxicológica (hidrocarbonetos aromáticos, por exemplo). 
5.1. GASES E VAPORES 
GÁS 
Chamam-se gases as substâncias que a 25 graus centígrados e pressão barométrica de 760 mm de Hg encontram-se no estado gasoso. Um gás pode ser liquefeito por resfriamento ou aumento da pressão ou, então, por combinação de ambos os processos. Alguns gases são: monóxido de carbono, dióxido de carbono, nitrogênio, fosfina, arsina, fosfogênio. 
VAPOR 
Quando uma substância normalmente é líquida ou sólida a 25 graus centígrados e 760 mm de Hg e passa ao estado gasoso por mudanças de temperatura ou pressão, ou ambos ao mesmo tempo, dizemos que se trata de um vapor. Logo, um vapor é um gás, o qual está próximo do seu ponto de condensação. Alguns exemplos incluem vapores de benzeno, tolueno, percloroetileno, metanol, mercúrio, disulfeto de carbono, acetona etc. 
SOLVENTES ORGÂNICOS 
A importância de se fazer um adendo sobre os solventes é justamente pela vasta utilização deles nos ambientes de trabalho. Temos de conhecê-los bem para que possamos saber como avaliá-los e controlá-los, uma vez que a maioria das substâncias ou compostos são tóxicos e, em graus variados, causam algum prejuízo à saúde dos trabalhadores. 
5.1.1. CLASSIFICAÇÃO FISIOLÓGICA DOS GASES E VAPORES 
Os gases e vapores são classificados segundo a sua ação sobre o organismo humano em três grupos importantes: 
• Irritantes 
• Anestésicos 
• Asfixiantes 
Não quer dizer que, se uma substância é classificada em um dos grupos citados, isso não implicará que possa ter características dos outros grupos. Essa classificação baseia-se no efeito mais importante, isto é, mais significativo sobre o organismo. Por exemplo, sabemos que a maioria dos solventes está classificada como anestésica; no entanto, qualquer pessoa que já esteve exposta a um solvente do tipo (álcool, tíner, acetona) percebeu que essas substâncias também têm como propriedade irritar as vias respiratórias superiores. 
5.1.1.1. GASES E VAPORES IRRITANTES 
Existe uma grande quantidade de gases e vapores classificados nesse grupo, os quais diferem em suas propriedades físico-químicas, mas possuem uma característica comum: produzem inflamação nos tecidos com os quais entram em contato direto, tais como a pele, a conjuntiva ocular e as vias respiratórias. 
O modo de ação dos gases e vapores irritantes é determinado, principalmente, pela sua solubilidade. 
No casode irritantes gasosos altamente solúveis em água, o nariz e a garganta são os que mais sofrem com sua ação, ao passo que, nos pouco solúveis, o efeito maior é nos pulmões, pois é nesse local que a substância vai se solubilizar. 
Quanto àqueles gases de solubilidade moderada, os efeitos são mais ou menos uniformes em todo o trato respiratório. 
Esse grupo de gases e vapores irritantes divide-se em: 
Irritantes Primários 	
São aqueles cuja ação principal sobre o organismo é a irritação local e que, de acordo com o local de ação, distinguem-se em: 
· Irritantes de Ação sobre as Vias Respiratórias Superiores 
Constituem o grupo de mais alta solubilidade na água, localizando sua ação nas vias respiratórias superiores, isto é, garganta e nariz. Exemplo desse grupo: 
· Ácidos fortes, tais como: ácido clorídrico ou muriático, ácido sulfúrico, ácido nítrico. 
· Álcalis fortes, tais como: amônia e soda cáustica. 
Irritantes de Ação sobre os Brônquios
As substâncias desse grupo têm moderada solubilidade em água e, por isso, quando inaladas, podem penetrar mais profundamente nas vias respiratórias, produzindo sua irritação, principalmente, nos brônquios. Exemplos desse grupo: anidrido sulfuroso e cloro. 
Irritantes de Ação sobre os Pulmões 
Esses gases apresentam baixa solubilidade na água, podendo, portanto, alcançar os alvéolos pulmonares, onde produzirão a sua ação irritante intensa. Exemplos desse grupo: 
• Gases nitrosos (principalmente NO2 e sua forma dímera N2O4). Esses gases são produzidos no arco elétrico (solda elétrica), por combustão de nitratos, no uso de explosivos e no uso industrial de ácido nítrico. 
• Fosgênio — gás incolor, originado por decomposição térmica de tetracloreto de carbono e outros derivados halogenados. 
• Irritantes Atípicos 
Essas substâncias, apesar de sua baixa solubilidade, possuem ação irritante sobre as vias respiratórias superiores. Isso ajuda como advertência para o pessoal exposto, fazendo com que as pessoas se afastem imediatamente do local contaminado. Exemplos desse grupo: Acroleína ou aldeído acrílico (gás liberado pelos motores diesel), gases lacrimogêneos. 
• Irritantes Secundários 
Essas substâncias, apesar de possuírem efeito irritante, possuem ação tóxica generalizada sobre o organismo. Exemplo de substância desse grupo é o gás sulfídrico. 
5.1.1.2. GASES E VAPORES ANESTÉSICOS
O efeito anestésico se deve à ação depressiva sobre o sistema nervoso central. É importante ressaltar que essas substâncias são introduzidas em nosso organismo pela via respiratória, alcançando o pulmão, do qual são transferidas para o sangue, que as distribuirá para o resto do corpo. Muitas delas também podem penetrar pela pele intacta, alcançando a corrente sanguínea. 
De acordo com sua ação sobre o organismo, os anestésicos podem ser divididos em: 
• Anestésicos Primários 
São assim chamadas as substâncias que não produzem outro efeito além da anestesia, mesmo em exposições repetidas a baixas concentrações. 
Exemplos: hidrocarbonetos alifáticos (butano, propano, etano etc.), ésteres, aldeídos, cetonas.
• Anestésicos de Efeitos sobre as Vísceras 
Exposições a esse grupo podem acarretar danos ao fígado e aos rins. 
Exemplos: hidrocarbonetos clorados, tais como tetracloreto de carbono. 
• Anestésicos de Ação sobre o Sistema Formador de Sangue 
Essas substâncias acumulam-se, de preferência, nos tecidos graxos, medula óssea e sistema nervoso. 
Exemplos: hidrocarbonetos aromáticos, tais como tolueno, xileno, benzeno. 
Temos de salientar que a substância que representa o maior risco é o benzeno, que em exposições repetidas a baixas concentrações pode produzir uma anemia irreversível, podendo chegar a uma leucemia. Os homólogos, tolueno e xileno, têm efeitos anestésicos similares ao do benzeno, mas possuem efeitos tóxicos consideravelmente menores. Há muito tempo, tanto o xileno como o tolueno eram recomendados para substituírem o benzeno; todavia, atualmente o tolueno já não se recomenda mais, pois este teve seu limite de tolerância reduzido à metade e está classificado como uma substância carcinogênica classe A4 pela ACGIH. 
• Anestésicos de Ação sobre Sistema Nervoso 
- Alcoóis (metílico e etílico), ésteres de ácidos orgânicos, dissulfeto de carbono. 
Em geral, os alcoóis são altamente solúveis na água, fato que determina a sua eliminação de forma lenta. No caso do álcool etílico, a lenta eliminação contrapõe-se à rápida oxidação dentro do ciclo de combustão dos açúcares, e raramente são inaladas quantidades suficientes para produzir anestesia. 
O álcool metílico, diferentemente do etílico, é eliminado lentamente pelo organismo, o que favorece a sua ação tóxica, que está dirigida, principalmente, sobre o nervo ótico. 
5.1.1.3. AERODISPERSÓIDES
O termo aerodispersóides aplica-se a uma dispersão de sólidos ou líquidos no ar, na forma de partículas de tamanho reduzido geradas e projetadas no ambiente de trabalho mediante diversos processos industriais, e que pode se manter em suspensão por um longo tempo, permitindo a inalação do contaminante pelos expostos. Subdividem-se em: 
• Poeiras 
São partículas sólidas produzidas pelo rompimento mecânico de sólidos, como ocorre em processos de moagem, atrito, impacto etc., ou por dispersão secundária, como o arraste ou agitação de partículas sedimentadas, como, por exemplo: poeira de sílica, carvão, talco, farinha etc. 
• Fumos
São partículas sólidas produzidas por condensação ou oxidação de vapores de substâncias sólidas em condições normais, como por exemplo: fumos de soldagem, fumos presentes em fundições, processos de spray metálico a quente. 
• Névoas 
São partículas líquidas produzidas por ruptura mecânica de líquidos, como, por exemplo: névoas de água, de ácido sulfúrico, alcalinas, de pintura, névoas de lagoas de aeração forçada no tratamento de efluentes. 
• Neblinas 
São partículas líquidas produzidas por condensação de vapores de substâncias que são liquidas à temperatura normal. 
• Fibras 
São partículas sólidas produzidas por ruptura mecânica de sólidos, que se diferenciam das poeiras porque têm forma alongada, com um comprimento de 3 a 5 vezes superior ao seu diâmetro. 
Exemplos: (Animal – lã, seda, pêlo de camelo) (Vegetal – algodão, linho e cânhamo) (Mineral – asbestos, vidros e cerâmicas).
6. AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A AGENTES QUÍMICOS 
6.1. INTRODUÇÃO 
Os agentes químicos presentes na atmosfera ocupacional podem classificar-se de várias maneiras, mas três delas são importantes para a Higiene Ocupacional, principalmente para procedimentos de avaliação e da proteção necessária: segundo seu estado físico, seus efeitos e suas vias de penetração (respiratória, dérmica, digestiva) no organismo. Os agentes químicos podem estar dispersos na atmosfera ocupacional na forma de aerodispersóides sólidos ou líquidos e como gases ou vapores. 
O presente laudo aborda a avaliação da exposição ocupacional dos trabalhadores ao agente químico HIDRÓXIDO DE SÓDIO (NaOH), de uma industria de produção de papel e celulose. Esse agente químico é utilizado no processo, que é todo automatizado, como alvejante e como reagente em diferentes fases. Como o processo é automatizado, o contato com os trabalhadores ocorre somente em casos de vazamentos, transbordo ou manutenção e limpeza do sistema. A freqüência deste processo varia de acordo com programação e necessidade da empresa. 
O NaOH possui ação corrosiva sobre os tecidos da pele, olhos e mucosas. O produto não é inflamável, mas pode causar danos à fauna e à flora. Esse agente químico em altas concentrações proporciona risco à saúde dos trabalhadores, portanto sua concentração e exposição do trabalhador devem ser controladas e respeitadas as diretrizes da Norma Regulamentadora NR 15 – Atividades Insalubres. 
6.2. OBJETIVO 
Avaliar quantitativamente o vapor, inalado durante o processo de limpeza e manutenção de equipamentos, através da coleta do ar, em amostradores específicos, na zona respiratória do funcionário, em diferentes pontos no local de trabalho,onde são exercidas as atividades. 
Comparar os resultados obtidos com os critérios e procedimentos fundamentados no capítulo V da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), Lei 6.514 de 22/12/1977, Portaria 3.214 de 08/06/78 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), nas Normas Regulamentadoras 9 e 15 e com os critérios internacionais da ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Hygienists organização dedicada aos aspectos técnicos e administrativos da Saúde Ocupacional e Ambiental preconizada pela NR 09. 
6.3. PROCEDIMENTOS DA AVALIAÇÃO: 
O planejamento da Avaliação foi dividido em 5 etapas: 
• Estratégia de Amostragem; 
• Metodologias e métodos; 
• Medição instrumental de campo definido por normas específicas; 
• Análises Laboratoriais; 
• Interpretação dos Resultados. 
6.4. CARACTERIZAÇÃO DO TEMPO DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES IDENTIFICADOS 
Habitual e Permanente: freqüente, comum, usual, todos os dias, ininterrupto, continuo, o dia todo, toda a jornada de trabalho 100% do tempo; 
Habitual e Intermitente – freqüente, comum, usual, todos os dias, com atividade não continua, que apresenta interrupções durante a jornada de trabalho; 
Ocasional e Permanente: eventual, casual, em dias alternados ou qualquer dia com atividade contínua durante a jornada de trabalho, freqüente; 
Ocasional e intermitente: eventual, casual, em dias alternados ou qualquer dia com atividade não continua, que apresenta interrupções durante a jornada de trabalho; 
Esporádica: eventual, casual, em dias alternados ou qualquer dia com atividade não continua, de curta exposição, que apresenta interrupções durante toda a jornada de trabalho. 
6.5. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA 
6.5.1. GRAU DE RISCO
Em conformidade com a Norma Regulamentadora – NR - 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, Quadro I, com redação dada pela Portaria nº 1, de 12/05/95 e Portaria nº 9, de 21/05/96 a empresa se enquadra da forma em que segue: 
 
Grau de risco: 3
Código de atividade: 17.10-9
Atividade: FABRICAÇÃO DE PAPEL E CELULOSE
6.5.2. DESCRIÇÃO DO PROCESSO 
Nessa empresa é produzido papel marrom.
A matéria prima para fabricação do papel é produzida na própria empresa partir de madeira de pinus que é transformada em celulose.
Os equipamentos são projetados para não ter contato com os colaboradores, mas ocorre o contato com NaOH devido a vazamentos, limpeza de equipamentos em paradas, transbordos de tanques. Para esses casos são utilizados EPIs para todos colaboradores das áreas. Os EPIs são os seguintes: protetor facial, luva e roupa especial para produtos químicos.
O processo alcalino responsável pela maior parte da polpa que se fabrica nos dias de hoje (Shereve e Brink Jr., 1997). 
A produção de celulose pelo método Kraft (forte, em alemão) é o dominante no Brasil e no mundo em geral pelo fato de gerar poucos resíduos além de que o licor negro, principal subproduto do processo, pode ser totalmente reaproveitado, o que torna este processo ecologicamente correto (COSTA apud Fávero e Maitan, s/d).
O processo Kraft ocorre com várias reações químicas e as matérias primas são recuperadas e a matéria orgânica é queimada para geração de energia, segue abaixo as principais reações químicas do processo.
O processo desde a chegada da madeira até a fabricação do papel é conforme mostra o esquema abaixo: Figura 2 – SEQUÊNCIA DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO
O NaOH está presente de forma significativa nos processos de Cozimento, Lavagem e no Sistema de Recuperação de Produtos Químicos. A partir da Lavagem a quantidade de Soda já não é representativa.
O digestor é contínuo tipo Esco onde é feito o cozimento da madeira com hidróxido de sódio e sulfeto de sódio.
6.5.3. AMBIENTE DE TRABALHO
O ambiente de trabalho no processo de limpeza e manutenção dos equipamentos da empresa é realizado em ao ar livre, em tanques, ou linhas de alimentação.
 
Vale ressaltar, com base no ambiente citado, que há riscos adicionais a que os trabalhadores estão expostos, como ruído, por exemplo. 
Este trabalho tratará especificamente na quantificação de NaOH na fabricação de papel. 
 Figura 3 – DIGESTOR PARA PRODUÇÃO DE PAPEL
6.5.4. IDENTIFICAÇÃO DO AGENTE
Para efeito deste laudo, será avaliado quantitativamente o agente químico HIDRÓXIDO DE SÓDIO (NaOH) presente no processo de fabricação de papel e celulose. 
6.5.4.1. DESCRIÇÃO
O Hidróxido de Sódio, ou soda cáustica, nas condições ambientes é um sólido de cor branca leitosa, inodoro, não inflamável e não volátil. Caracteríza-se por ser uma Base de Arrhenius, muito forte com PH 14 (sol. 0,5%). É utilizado no tratamento de efluentes (correção de PH), tratamento de celulose (fabricação de papel), fabricação de detergentes e sabões, borrachas remanufaturadas, catalisador de hidrólise de nitrilas, ésteres e cloretos de acila, fabricação de vidros opacos e industria alimentícia. 
6.5.4.2. PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS
• Estado Físico: Sólido higroscópico; 
• Cor: branco leitoso; 
• Odor: inodoro; 
• Ponto de ebulição: 1390º C; 
• Ponto de fusão: 322 º C; 
• Ponto de fulgor: Não tem; 
• Limite de explosividade inferior/superior: não tem;
• Pressão de vapor: 13 mm Hg (solução de 50% de NaOH a 60 ºC); 
• Densidade do vapor: 2,93 g/cm3; 
	
• Densidade específica: 2,13 g/cm3; 
• Solubilidade: Completamente miscível em água. Solúvel em alcoóis (etanol, metanol e glicerol).Insolúvel em acetona e no éter.
6.5.4.3. CLASSIFICAÇÃO
Caracteriza-se por ser uma Base de Arrhenius muito forte, portanto, é utilizada para neutralizar ácidos fortes ou tornar rapidamente alcalino um meio reacional, mesmo em poucas concentrações. Sua obtenção origina-se da eletrólise de cloreto de sódio (NaCl) em meio aquoso.
• Sólido; 
• Composto inorgânico; 
• Corrosivo; 
• Não volátil. 
6.5.4.4. INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS
Efeitos de Exposição Aguda 
O hidróxido de sódio é muito reativo e corrosivo, por isso deve ser manipulado com o máximo de cuidado. Seus efeitos podem ser vistos independente da via de contaminação:
Ingestão
A ingestão de soda cáustica é extremamente perigosa porque pode causar graves queimaduras e perfurações nos tecidos da boca, garganta, esôfago e estômago.   Caso isso ocorra, não se deve ingerir nada além de grandes volumes de água; o vômito deve ser evitado (se for espontâneo, deve-se deixar as vias respiratórias desobstruídas), e o serviço médico deve ser procurado imediatamente.
Inalação
A presença de borrifos de NaOH no ar pode provocar pneumonia química, a depender do tempo de exposição e da concentração. Com esse tipo de contaminação, o melhor a ser feito é levar a vítima para um local arejado. Se a mesma não estiver respirando, deve-se forçar reanimação e, se possível, administrar oxigênio puro. Em seguida, procurar atendimento médico.
Contato com a pele
Pode causar desde vermelhidão e ardência a queimaduras severas. Portanto, deve-se lavar o local atingido com água corrente e procurar serviço médico, mesmo com pequenas contaminações.
Contato com os olhos
O NaOH pode provocar queimaduras muito graves no tecido ocular, assim, deve-se lavar os olhos por, pelo menos, 20 minutos com água corrente deixando as pálpebras bem abertas. Sendo imprescindível, também, serviço médico apropriado.Figura 4 – QUEIMADURA COM NaOH
Efeitos de Exposição Crônica 
A superexposição repetida ou prolongada pode causar distúrbios do sistema nervoso central. Há evidencia de que o cloreto de metileno possa causar câncer em seres humanos. 
6.5.4.5. LIMITES DE TOLERÂNCIA
Segundo a NR 15, entende-se por Limite de Tolerância (LT), a concentração ou intensidade máxima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral. 
Já o valor teto é um valor pré-determinado no qual o agente químico não deverá ultrapassar em nenhum momento na jornada de trabalho do trabalhador. 
No caso do NaOH, o limite de exposição ocupacional pela ACGIH, NIOSH e OSHA, (valor teto) é de 2 ppm.
6.5.4.6 MEDIDAS DE CONTROLEMedidas de controle de engenharia 
Os tanques de armazenamento ou manipulação devem possuir dique de contenção de capacidade equivalente a 1,5 vezes à capacidade do tanque. Utilizar ventilação exaustora onde houver geração de névoas.
Equipamentos de proteção individual apropriado
Proteção respiratória
Sob condições normais, não há necessidade, pois o produto não é volátil. Em situações especiais, usar máscara (semi-facial) com filtro contra poeiras, máscara facial inteira com linha de ar, ou ainda, conjunto autônomo de ar respirável.
Proteção das mãos
Luvas impermeáveis de borracha ou outro material resistente.
Proteção dos olhos 
Óculos de proteção contra respingos.
Proteção da pele e do corpo
	
Avental em PVC ou em borracha, roupa anti-ácido (PVC ou Tyvek) e botas em borracha ou em PVC.
Precauções especiais 
Dotar os locais de manuseio da soda, com conjunto de chuveiro de emergência e de lava olhos.
6.5.4.7. PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO
Estratégia de amostragem 
Através da pesquisa em cada posto de trabalho nas áreas de manutenção e utilização de NaOH, identificou-se o agente para amostragem e quantificação.
Tamanho da equipe e área a ser amostrada. 
Definição do método de amostragem. Método que definirá o tipo de equipamento de medição utilizado, o amostrador, o tempo de coleta, o volume e a vazão para cada agente pesquisado. 
Grau de confiança desejado.
Critérios escolhidos para a otimização 
De acordo com o conceito de Maximum Risk Employee (MRE), ou seja, avaliação da exposição do indivíduo supostamente mais exposto ou do local ou ponto de maior exposição ao agente, NaOH. 
Fatores de evidência do MRE como proximidade da fonte do contaminante, mobilidade no ambiente, linhas de corrente de ar no local e hábitos operacionais. 
Determinação da Zona de Amostragem 
AMOSTRAGEM INDIVIDUAL
A coleta individual compreende em colocar o conjunto de amostragem junto ao corpo do trabalhador, fixando o amostrador pertinente para cada agente a ser analisado à altura da zona respiratória, que o acompanha durante o período de coleta das amostras. 
Zona respiratória é aquela que compreende uma distância de até 20 cm das narinas até o ouvido. Em algumas circunstâncias, pode haver diferença de concentração entre o lado direito e lado esquerdo, neste caso, posiciona-se o amostrador do lado que se espera maior concentração. 
A coleta individual é feita na zona de exposição normal do trabalhador, ou seja, abaixo do nariz. 
A coleta no ambiente em geral, deve-se observar a localização dos pontos de origem da dispersão do contaminante para não situar o aparelho na trajetória do poluente, determinado pelas correntes de ar. 
AMOSTRAGEM ESTÁTICA 
A coleta estática (ponto fixo) compreende em fixar o conjunto de amostradores em um local fixo, de forma que se possa quantificar a contaminação do ambiente na área próximas à fonte emissora do agente químico. 
6.4.5. METODOLOGIA PARA QUANTIFICAÇÃO DO AGENTE QUÍMICO
Método Utilizado na Avaliação do Hidróxido de Sódio
Método NIOSH 1005 - Cromatografia de Gás com Detector de Ionização de Chama 
Amostrador: dois tubos de carvão ativo de 100/50 mg ligados em série referência SKC 226-01 
Vazão de amostragem: de 0,01 a 0,2 L/min 
Volume de ar amostrado: máximo de 2,5 L 
Condicionamento para transporte: de rotina. Separar os tubos após a amostragem. 
Estabilidade: não determinada 
Limite de quantificação: 15Jg. Para obter o limite de quantificação para OVM, multiplicar o limite em tubo 
O tempo de amostragem é obtido pelo cálculo:
	Tempo = 
	Volume de ar amostrado 
	Vazão de amostragem 
Observação: o tempo de amostragem pode variar de acordo com a estratégia de amostragem, não podendo ultrapassar os valores de vazão e volume fornecidos pelo método citado acima.
Descrição da Aparelhagem Utilizada na Amostragem 
Bomba Universal de Amostragem 
Marca: Gilian 
Modelo – Gilair 5 
Numero de série: 20080602007 
Data da Calibração: 09/04/2010 
Número do Certificado: 1032-2010-5 
	6.4.6. Registro de dados das Amostragens MEMÓRIA DE AMOSTRAGEM 01 
	
Agente: Cloreto de metileno 
	
Método: NIOSH 1005 - Cromatografia de Gás 
	Equipamento: Bomba Universal de Amostragem Pessoal 
	Nº. 20080602007 
	Data Calibração: 09/04/2010 
	Marca: GilAir 
	Modelo: GilAir - 5 
	Calibrador: Gilibrator 2 
	N º Série: 0402050-S 
	Data Calibração: 29/04/2010 
	Tipo do Amostrador: Dois tubos de carvão ativo de 100/50 mg ligados em série referência SKC 226-01 
	Nº. da Amostra: 82637.1 
	Vazão (l/min) Média: 0,05 
	Inicial: 0,05 
	Final: 0,05 
	Volume de Ar Coletado(L): 2,32 
	Data de Amostragem: 25/04/2011 
	Horário Inicial: 10h10min 
	Horário Final: 10h56min 
	Tempo Total da amostragem: 46 minutos 
6.4.7. Gráfico dos Resultados da Amostragem
7. PLANILHA DE RECONHECIMENTO E CARACTERIZAÇÃO DO RISCO
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Este laudo contribuirá de maneira significativa para: 
A elaboração e condução do PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional; 
Orientações úteis na elaboração de programas instituídos pelo MTE em caráter obrigatório, conforme as NR's - Normas Regulamentadoras NR-9, NR-7 e NR 15 respectivamente; 
Gestão da prevenção de acidentes, de passivos trabalhistas e de orientação ao trabalho da área de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. 
Orientações ao preenchimento do Perfil Profissiográfico Previdenciário, conforme exigências da IN 118/abril de 2005 do INSS. 
*A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica desse documento. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). 
*A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documento de comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo estará sujeita à penalidade prevista no art. 133 desta Lei. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). 
FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICA: 
Cada ser humano possui diferentes níveis de sensibilidade ao longo de seu ciclo de vida e reage de maneira diferente aos limites estabelecidos por lei. 
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL: 
Os pareceres foram fundamentados na Portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho, dentro de suas Normas Regulamentadoras, NR 15 anexo nº1 e na ausência destes, adotaram-se os valores estabelecidos pela ACGIH – American Conference of Governmental Industrial Hygienists.
ANEXOS 
Relatório Análise do Laboratório - Relatório de Análise n° 82637.07.11 
Certificado de Calibração – Bomba de Amostragem 
Certificado de Calibração – Calibrador de Vazão 
FISPQ - Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico (Cloreto de Metileno) 
Certificado de Vida Útil de Cartuchos do fabricante 
CA - Certificado de Aprovação do Respirador Utilizado 
Anexo 1 - Resultado de Análise do Laboratório
Anexo 2 - Certificado de Calibração da Bomba de Amostragem
Anexo 3 - Certificado de Calibração do Calibrador
Anexo 4 – FISPQ – Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos
Anexo 5 – Certificado de Vida Útil do Cartucho (EPI)
Anexo 6 - Certificado de Aprovação (CA)
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