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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA POLITÉCNICA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA EMILIO CORDOBA JANSSEN THOMAS MESSIAS ROSSIRE PROCEDIMENTO DE CÁLCULO DE UM PÓRTICO ROLANTE COM CAPACIDADE DE 10 TONELADAS CURITIBA 2014 EMILIO CORDOBA JANSSEN THOMAS MESSIAS ROSSIRE PROCEDIMENTO DE CÁLCULO DE UM PÓRTICO ROLANTE COM CAPACIDADE DE 10 TONELADAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em engenharia mecânica da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Mecânico em 2014. Orientador: Prof. Dr. João Elias Abdalla Filho CURITIBA 2014 EMILIO CORDOBA JANSSEN THOMAS MESSIAS ROSSIRE PROJETO DE UM PÓRTICO ROLANTE COM CAPACIDADE DE 10 TONELADAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em engenharia mecânica da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Mecânico em 2014. COMISSÃO EXAMINADORA _____________________________________ Prof. Dr. João Elias Abdalla Pontificia Universidade Católica do Paraná _____________________________________ Prof. Dr. Key Fonseca de Lima Pontificia Universidade Católica do Paraná _____________________________________ Prof. Dr. Hsu Yang Shang Pontificia Universidade Católica do Paraná Curitiba, 05 de Junho de 2014. RESUMO O tema deste trabalho é o dimensionamento de um pórtico rolante para uma empresa em que há a necessidade semanal de carregamentos e descarregamentos de cargas em caminhões. Foram analisadas as necessidades e restrições impostas ao projeto, assim como área de movimentação do pórtico e as solicitações de serviço. Com base em literatura especializada e nas normas brasileiras, NBR 8400(1984) - Cálculo de equipamento para levantamento e movimentação de cargas- e NBR 8800(2008) - Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios - foram dimensionados os principais componentes, como motores, rolamentos, rodas, cabos, entre outros. A análise estrutural foi realizada com auxílio de um software de elementos finitos, para obter resultados mais precisos de tensões e deformações. Todas os componentes do pórtico rolante foram desenhados em software CAD auxiliando a visualização da montagem e possíveis interferências entre componentes. Palavras-chave: Pórtico Rolante. NBR-8400. NBR-8800. Descarregamento. Carregamento. Elementos finitos. ABSTRACT The theme of this work is designing a gantry crane for a company in which there is the weekly need of loading and unloading cargo on trucks. The needs and constraints imposed on the project, as well as movement area of the gantry crane and service requests were analyzed. Based on literature and Brazilian standards NBR-8400 (1984)-Calculation of equipment for lifting and load handling- and NBR- 8800 (2008)-Design of steel structures and composite structures of steel and concrete buildings- were sized key components such as motors, bearings, wheels, cables, among others. Structural analysis was performed using a finite element software for more accurate results of stresses and strains. All the components of the gantry crane were designed in CAD software helping to visualize the assembly and possible interference between components. Key-words: Gantry crane. NBR-8400. NBR-8800. Unloading. Loading. Finite elements. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1- Pórtico univiga. ............................................................................................. 17 Figura 2- Pórtico dupla viga. ........................................................................................ 17 Figura 3-Planta da fábrica. ........................................................................................... 18 Figura 4- Dimensões área do pórtico. ......................................................................... 20 Figura 5- Curva de levantamento e de descida quando Sl e Sg são de sinais contrários. ..................................................................................................................... 24 Figura 6-Gancho forjado. ............................................................................................. 30 Figura 7-Esquemas de cabeamento. .......................................................................... 31 Figura 8-Forças no tambor. ......................................................................................... 32 Figura 9-Ilustração do tambor de enrolamento do cabo. ............................................ 35 Figura 10-Ilustração ângulo máximo no tambor.......................................................... 35 Figura 11 -Resistência ao rolamento ........................................................................... 38 Figura 12- Nomenclatura das dimensões da seção. .................................................. 47 Figura 13-Ilustração do tombamento. .......................................................................... 48 Figure 14- Posicionamento da carga na roldana. ....................................................... 49 Figure 15- Malha utilizana na simulação das tensões presentes no tambor em serviço........................................................................................................................... 50 Figure 16- Forças atuantes e fixação da estrutura utilizadas na simulação. ............. 50 Figura 17– Demonstração da criação das linhas. ....................................................... 51 Figura 18 -Imagem do motorredutor do trolley ............................................................ 58 Figura 19 -Imagem do motorredutor do pórtico. ......................................................... 60 Figura 20 -Imagem das rodas do pórtico .................................................................... 61 Figura 21 -Imagem das rodas do trolley ...................................................................... 61 Figura 22-Parafusos do trolley ..................................................................................... 64 Figura 23-Parafusos da viga principal e coluna. ......................................................... 65 Figura 24- Malha da roldana ........................................................................................ 65 Figura 25-Distribuição de tensões na roldana(Isométrica). ........................................ 66 Figura 26- Distribuição de tensões na roldana(frontal). .............................................. 67 Figura 27-Resultado simulação das tensões presentes no içamento........................ 68 Figura 28-Malha da estrutura do pórtico ..................................................................... 68 Figura 29-Fixação do pórtico no software SolidWorks Simulation. ............................ 69 Figura 30- Distribuição de tensões na estrutura com carga centralizada. ................. 70 Figura 31-Deslocamento dos pontos da estrutura com carga centralizada. ............. 70 Figura 32-Distribuição de tensões na estrutura com carga lateral. ............................ 71 Figura 33- Deslocamento dos pontos da estrutura com carga centralizada. ............ 72 LISTA DE TABELAS Tabela 1- Tensões admissíveis à tração ou compressão simples. ............................ 25 Tabela 2- Coeficientes de segurança a flambagem. .................................................. 26 Tabela 3- Medidas padrão do gancho. ........................................................................ 30 Tabela 4-Coeficiente de resistência ao rolamento. ..................................................... 38 Tabela 5-Carga relativa ................................................................................................40 Tabela 6-Resultado do diâmetro do cabo. .................................................................. 52 Tabela 7- Resultado do diâmetro do tambor. .............................................................. 52 Tabela 8-Rolamentos escolhidos. ............................................................................... 53 Tabela 9-Dados do movimento de içamento. ............................................................. 54 Tabela 10-Dados do motor de içamento. .................................................................... 55 Tabela 11- Dados do redutor utilizado no içamento. .................................................. 55 Tabela 12- Dados utilizados para o cálculo da potência do motor de translação do trolley. ........................................................................................................................... 56 Tabela 13- Dados utilizados para o cálculo da potência do motor de translação do pórtico. .......................................................................................................................... 56 Tabela 14-Resultados obtidos para a translação do trolley. ...................................... 56 Tabela 15-Resultados obtidos para a translação do pórtico. ..................................... 57 Tabela 16- Dados do redutor de translação do trolley. ............................................... 57 Tabela 17-Dados do motor de translação do trolley. .................................................. 58 Tabela 18- Dados do motor de translação do pórtico. ................................................ 59 Tabela 19- Dados do redutor usado na translação do pórtico. .................................. 59 Tabela 20- Dimensões escolhidas para as rodas do trolley. ...................................... 60 Tabela 21- Resultados da resistência ao tombamento. ............................................. 62 Tabela 22- Resultados do teste de flambagem das pernas. ...................................... 62 Tabela 23- Resultados do teste de flambagem da viga I ........................................... 63 Tabela 24-Configurações e tensões dos principais parafusos presentes no pórtico. 64 Tabela 25-Resultados obtidos das tensões admissíveis segundo a NBR-8400 para cada configuração necessária de parafuso................................................................. 64 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS NBR Norma Brasileira Regulamentadora. CAD Computer Aided Design. 𝜎 Tensão normal 𝜏 Tensão de cisalhamento Mx Coeficiente de majoração Sg Solicitações devidas aos pesos próprios dos elementos Sl Solicitações devidas a carga de serviço a Tensão admissível 𝜎𝑒 Tensão de escoamento 𝜏𝑎 Tensão de cisalhamento admissível 𝜎𝑥 Tensão normal no eixo x 𝜎𝑦 Tensão normal no eixo y 𝜏𝑥𝑦 Tensão de cisalhamento no plano xy 𝜎𝑐𝑝 Tensão de comparação 𝜎𝑥 Tensão normal no eixo x 𝜎𝑦 Tensão normal no eixo y 𝜏𝑥𝑦 Tensão de cisalhamento no plano xy 𝜎𝑟 Tensão de ruptura 𝜎𝐶𝑎𝑏𝑜 Tensão admissível no cabo de aço 𝑇 Tração 𝐴𝑟 Área da secção metálica 𝐷𝑒 Diâmetro mínimo do tambor ou da polia 𝐻1 Coeficiente que relaciona o grupo do mecanismo com a configuração do equipamento 𝐻2 Coeficiente que relaciona o número de polias no circuito e o número de inversões do sentido de enrolamento 𝑑𝑐 Diâmetro do cabo V Velocidade de elevação 𝐷𝑡𝑎𝑚𝑏𝑜𝑟 Diâmetro do tambor 𝑛 Velocidade de rotação 𝑙𝑡 Comprimento do tambor 𝑎1 Distância entre entre os ranhuramentos 𝑎2 Distância entre o flange externo do tambor e o final do ranhuramento 𝑛𝑟𝑡 Número total de ranhuras do tambor 𝑛𝑟𝑢 Número de ranhuras úteis 2P Potência necessária para o içamento Fs Carga de serviço Vl Velocidade de içamento da carga ᶯ Eficiência do sistema 𝑅𝐻𝑇 Redução necessária para o tambor 𝑤𝑀𝑇 V𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑛𝑎 𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 𝑤𝑇𝑏 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑜 𝑡𝑎𝑚𝑏𝑜𝑟 𝑃𝑁𝐵𝑅 Potência necessária segundo a norma NBR 𝑀1 Momento na roda do trolley devido ao atrito 𝜂𝐻 Eficiência do conjunto ξ Coeficiente de resistência ao rolamento 𝑇𝐻𝑅 Torque na roda devido à resistência ao rolamento 𝐹𝑉 Força Vertical 𝐹𝐼 Força causada pela inercia 𝑚 Massa total com a carga nominal suspensa mais equipamentos e estrutura 𝑎 Aceleração TR Torque na roda FH Força resultante do carregamento horizontal DR Diâmetro da roda 𝑛𝑅 Velocidade angular das rodas 𝑉𝑑𝑒𝑠𝑒𝑗𝑎𝑑𝑎 Velocidade do trolley 𝑃𝐻𝑇 Potência do motor de deslocamento horizontal do trolley Cr Carga relativa 𝐶𝑟𝑇 Conjugado relativo 𝐶𝑉 Torque do motor para o pórtico operando sem a carga útil 𝐶𝑐 Torque do motor para o pórtico trabalhando com a carga útil 𝑃𝑚𝑡𝑇 Potência térmica equivalente 𝑃𝑎 Potência de aceleração 𝑃𝑟 Potência de regime 𝑡𝑎 Tempo de aceleração 𝑡𝑟 Tempo de regime 𝑡𝑓 Tempo de frenagem 𝑃𝑉𝑇 Potência real do motor do ponto de vista térmico 𝑟𝑚 Quocinte entre potência de catálogo,conforme intermitência e a potência de regime Fr Carga média sobre uma roda b Largura do trilho Dr Diâmetro de uma roda Plim Pressão limite sobre uma roda C1 Coefiente em função da rotação da roda C2 Coeficiente em função do grupo de mecanismo Lh Vida do rolamento a1 Confiabilidade no rolamento n Rotação no rolamento C Capacidade de carga básica dinâmica P1 Carga no rolamento As Área superficial Q Fator de redução total relacionado a flambagem local 𝛾 Coeficiente de segurança 𝝌 Fator de redução Kx Coeficiente de flambagem 𝐸 Modulo de elasticidade 𝜆0 Esbeltez reduzido 𝐹𝑟𝑑 Força admissível L Maior comprimento destravado lateralmente H Distância entre as faces internas das mesas menos os raios de concordância Fy Resistência ao escoamento do material W Massa total do equipamento carregado Fi Força causada pela aceleração ou desaceleração 𝐹𝑖 Pré-torque At Área da transversal Sp Tensão de prova do material 13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 16 2 OBJETIVOS .................................................................................................... 19 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...................................................... 19 4 PROCEDIMENTOS DE CÁLCULO ............................................................... 20 4.1 ANÁLISE DAS DIMENSÕES DA REGIÃO QUE O PÓRTICO OCUPA ....... 20 4.2 ANÁLISE DAS FORÇAS DEVIDO AO CARREGAMENTO .......................... 21 4.3 DIMENSIONAMENTO E CONFIGURAÇÃO DO PÓRTICO ......................... 21 4.3.1 Classe de utilização ...................................................................................... 21 4.3.2 Estado de carga ............................................................................................. 21 4.3.3 Estado de tensões......................................................................................... 22 4.3.4 Classificação em grupos da estrutura dos equipamentos e seus elementos .................................................................................................................... 22 4.3.5 Coeficiente de majoração Mx ...................................................................... 22 4.3.6 Solicitações que interferem no cálculo da estrutura do equipamento.. 23 4.3.7 Casos de solicitação..................................................................................... 25 4.3.8 Método de cálculo ......................................................................................... 25 4.3.9 Classe de funcionamento ............................................................................ 28 4.3.10 Estado de solicitação ...................................................................................28 4.3.11 Classificação dos mecanismos em grupos............................................... 29 4.3.12 Verificação em relação à ruptura. ............................................................... 29 4.3.13 Gancho ........................................................................................................... 30 4.3.14 Sistema de cabeamento ............................................................................... 31 4.3.15 Cabo ................................................................................................................ 31 4.3.16 Diâmetro mínimo das polias e do tambor .................................................. 32 4.3.17 Velocidade de elevação ................................................................................ 33 4.3.18 Passo do tambor ........................................................................................... 33 4.3.19 Comprimento do tambor .............................................................................. 34 4.3.20 Reações causadas pelo movimento de levantamento da carga. ........... 36 4.3.21 Potência do motor de içamento .................................................................. 36 4.3.22 Redução necessária ..................................................................................... 36 4.3.23 Métodos de cálculo da potência do motor de translação. ...................... 37 14 4.3.24 Reações causadas pelos movimentos horizontais da carga. ................ 37 4.3.25 Torque necessário nas rodas motoras. ..................................................... 39 4.3.26 Velocidade angular das rodas ..................................................................... 39 4.3.27 A potência do motor de translação: ........................................................... 40 4.3.28 Redução necessária ..................................................................................... 42 4.3.29 Inversor de frequência.................................................................................. 42 4.3.30 Freios .............................................................................................................. 43 4.3.31 Acessórios ..................................................................................................... 43 4.3.32 Rodas .............................................................................................................. 43 4.3.33 Rolamentos .................................................................................................... 43 4.3.34 Flambagem das colunas do pórtico. .......................................................... 44 4.3.35 Flambagem da alma do perfil I. ................................................................... 46 4.3.36 Resistência ao tombamento ........................................................................ 47 4.3.37 Análise estrutural do pórtico rolante. ........................................................ 48 4.3.38 Roldana ........................................................................................................... 48 4.3.39 Tambor ............................................................................................................ 49 4.3.40 Estrutura do pórtico ...................................................................................... 51 5 RESULTADOS ................................................................................................ 52 5.1 DETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO DO CABO E TAMBOR. ......................... 52 5.1.1 Determinação do tambor utilizado.............................................................. 52 5.2 DETERMINAÇÃO DOS ROLAMENTOS. ...................................................... 53 5.3 POTÊNCIA MOTOR DE IÇAMENTO ............................................................. 54 5.4 ESCOLHA DO MOTOR DE IÇAMENTO ....................................................... 54 5.5 REAÇÔES CAUSADAS PELOS MOVIMENTOS HORIZONTAIS DA CARGA. ........................................................................................................................ 55 5.6 ESCOLHA DOS MOTORES E REDUTORES DO TROLLEY ...................... 57 5.7 ESCOLHA DOS MOTORES E REDUTORES DO PÓRTICO ...................... 59 5.8 RODAS DO TROLLEY E COLUNAS DO PÓRTICO ..................................... 60 5.9 RESISTÊNCIA A TOMBAMENTO ................................................................. 61 5.10 FLAMBAGEM NAS COLUNAS DO PÓRTICO. ............................................. 62 5.11 FLAMBAGEM ALMA PERFIL I. ...................................................................... 62 5.12 PARAFUSOS .................................................................................................. 63 5.13 ROLDANA ....................................................................................................... 65 5.14 TAMBOR ......................................................................................................... 67 15 5.15 ESTRUTURA DO PÓRTICO. ......................................................................... 68 5.15.1 Carga centralizada ........................................................................................ 69 5.15.2 Carga lateral ................................................................................................... 71 6 CONCLUSÃO ................................................................................................. 73 7 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 75 ANEXOS ....................................................................................................................... 76 16 1 INTRODUÇÃO Como a empresa Metalúrgica Tupi realiza frequentemente carregamentos e descarregamentos em caminhões e possui muitos gastos com a terceirização dessas movimentações, surgiu a necessidade de adquirir um sistema próprio para movimentação de cargas. Vários sistemas foram analisados, porém o sistema que melhor se enquadrou com as necessidades da empresa e ao local de instalação foi o pórtico rolante. Com o equipamento já definido e sabendo as cargas críticas que costumam ser movimentadas o dimensionado do equipamento foi realizado. O primeiro sistema de movimentação de cargas foi desenvolvido nos anos de 1880. Esse sistema era operado com a força do operador. Alguns mecanismos de potência foram desenvolvidos, mecanismos que utilizavam eixos de acionamento que percorriam trilhos com múltiplas embreagens, para transferir a força dos eixos para o carro e guincho. O primeiro guindaste com três motores elétricos foi utilizado em 1890 pela companhia Whiting Corporation, os guindastes eram limitados com a máxima carga de 40 toneladas. Os projeto dos guindastes costumavam mudar em média a cada 20 anos, as variações de seus modelos foram basicamente: 1880 – Guindaste operado com força manual 1900 – Guindaste elétrico com um motor para cada movimento 1920 – Padrões de guindastes foram estabelecidos, levando em conta suas solicitações. 1940 – Guindastes com caixas de engrenamento, rolamentos de rolos e padrões de design. 1960 – Guindastes com acionamentos mais suaves, mais segurança no manejo das cargas e operação remota. Com o passar dos anos o pórtico rolante foi criado sendo uma variação de outros sistemas de içamento, que com diferentes configurações pode atender a diversas necessidades. Os pórticos possuem uma grande liberdade de movimentação de cargas, pois o equipamento anda sobre um trilho e seu carro também possui o movimento de translação. Podem ser constituídos por uma ou duas vigas conforme sua carga de trabalho ou a área de movimentação. A Figura 1 é um exemplo de um pórtico monoviga comercial e a Figura 2 é um exemplo de portico com duas vigas. 17 Figura 1- Pórtico univiga.Fonte: Demag cranes,2014. Figura 2- Pórtico dupla viga. Fonte: Os autores, 2014. 18 Os pórticos são muito utilizados em áreas externas ou em grandes barracões. A facilidade da movimentação de cargas com a utilização de pórticos é muito grande, pois as velocidades de içamento e de translação são controladas por um operador tornando o processo de movimentação de cargas mais eficiente e prático. O pórtico será de uso interno como mostra a Figura 3, sua principal solicitação será para carregamento e descarregamento de equipamentos em caminhões para o transporte. Figura 3-Planta da fábrica. Fonte: Os autores, 2013. O dimensionamento do pórtico é principalmente baseado na norma NBR 8400, os principais requisitos no projeto do pórtico são: A área de movimentação de carga; A altura máxima dos equipamentos que serão içados; A carga máxima a ser movimentada; A velocidade de içamento e de translação do pórtico; 19 2 OBJETIVOS Este trabalho tem como objetivo o dimensionamento dos principais componentes de um pórtico rolante que realize o carregamento e descarregamento de cargas em caminhões. Este sistema deve obedecer as restrições de projeto, como carga máxima, área de instalação do sistema entre outras restrições imposta pela empresa analisada. O dimensionamento deve ser realizado com base nas normas NBR 8400 ano 1984, NBR 8800 ano 2008, NBR 11723 ano 1979 e literaturas especializadas. Para melhor precisão nos resultados de tensões e deslocamentos da estrutura o uso de um programa de elementos finitos deve ser utilizado. As análises foram restritas apenas às solicitações estáticas. 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para dimensionar o equipamento primeiramente foram analisadas as necessidades e restrições impostas pela empresa. As principais restrições foram: Carga máxima a ser içada Frequência de utilização Àrea de movimentação Àrea de instalção Dimensões do barracão A carga máxima a ser içada é um compressor com 8 toneladas, desta maneira foi considerado o projeto de um pórtico com 10 toneladas de capacidade máxima. A frequência de utilização do pórtico é baixa, costuma operar 20 horas por semana. À área de instalação do pórtico é interna sem a presença de vento. As dimensões foram obtidas através de uma planta fornecida pela empresa. O dimensionamento do pórtico foi dividido em duas partes principais: Trolley Estrutura do pórtico A primeira parte concentrou o cálculo de todos os componentes mecânicos, como rodas, eixos, motores, redutores e rolamentos, uma vez que os componentes 20 do pórtico seguem o mesmo raciocínio do trolley. Os resultado obtidos para os eixos e principais vigas podem ser encontrados no anexo 5 e 6 respectivamente. Na segunda parte foi dimensionada a estrutura do pórtico com o auxílio de um programa CAE, e foram analisadas as colunas principais e as vigas, onde o pórtico tranlada, em relação a flambagem. Para o auxílio no dimensionamento foram utilizadas 3 normas regulamentadoras. A NBR-8400 foi usada no cálculo das carga de serviço, potência de içamento, velocidades de movimentação do pórtico, condições de resistência do componentes para diversos tipos de solicitação. A NBR-8800 foi utilizada para os cálculos de flambagem, da alma da viga principal onde tranlada o trolley e das colunas de sustentação. A NBR-11723 possibilitou o cálculo da poténcia térmica necessária dos motores de translação. 4 PROCEDIMENTOS DE CÁLCULO 4.1 ANÁLISE DAS DIMENSÕES DA REGIÃO QUE O PÓRTICO OCUPA Para a determinação da área que o pórtico rolante deve alcançar, deve ser analisado o volume que os equipamentos a serem içados ocupam e também a região utilizada pelo caminhão que será carregado. Com a observação da planta da empresa pode ser visualizado o espaço para o caminhão se posicionar e também o espaço para o posicionamento dos equipamentos. A área onde o pórtico irá se situar possui um comprimento de aproximadamente 28 m e 8 m de largura como demonstra a Figura 4. Figura 4- Dimensões área do pórtico. 21 Fonte: Os autores, 2014. 4.2 ANÁLISE DAS FORÇAS DEVIDO AO CARREGAMENTO A análise deve ser feita levando em conta a maior carga a ser içada, essa carga será a base para o dimensionamento do restante do equipamento. Entre todos os equipamentos içados o que causa maior solicitação possui 8 toneladas, então o pórtico será dimensionado para uma carga máxima de 10 toneladas. 4.3 DIMENSIONAMENTO E CONFIGURAÇÃO DO PÓRTICO 4.3.1 Classe de utilização A classe de utilização é caracterizada pela frequência com que o equipamento é utilizado, esta caracterização serve de base nos cálculos estruturais. Para cada classe é estipulado um número teórico de ciclos que o equipamento irá efetuar durante sua vida útil. Com base nos ciclos o número de variações de tensões nos elementos para o cálculo de fadiga é determinado. Para o caso da empresa para a qual o pórtico está sendo projetodo, a classe de utilização que melhor se enquadra, utilizando a Tabela 1 do anexo 1, é a classe A, utilização ocasional não regular seguida de longos períodos de repouso. 4.3.2 Estado de carga O estado de carga caracteriza a utilização do equipamento com a carga máxima ao longo de sua vida útil. Esta categoria caracteriza a severidade de serviços impostos ao equipamento, começando em P=0 até P=1, sendo P=0 o içamento excepcional da carga nominal e P=1 quando o equipamento regularmente levanta a carga nominal. A norma NBR 8400 traz ao todo quatro classes de estado de carga que são demonstradas na Tabela 2 do anexo 1. Como na maioria das solicitações impostas ao equipamento a carga é aproximadamente de 1/3 da carga máxima e raramente levanta a carga nominal, o estado de carga que se classifica o equipamento projeto é o estado 1 (leve). 22 4.3.3 Estado de tensões Os estados de cargas não correspondem aos estados de tensões de todos os elementos das estruturas, alguns elementos estão submetidos a estados de tensões maiores ou menores do que os impostos pelas cargas levantadas. Assim há a necessidade da classificação destes elementos utilizando a Tabela 3 do anexo 1. Igualmente ao estado de carga as classificações vão de P=0 a P=1. Para critérios de segurança o estado de tensões na qual se enquadra o equipamento é o estado 1 (leve), onde as tensões máximas são raramente impostas aos elementos, e em geral as tensões tem 1/3 das tensões máximas. 4.3.4 Classificação em grupos da estrutura dos equipamentos e seus elementos Para determinar a fadiga dos elementos ou equipamentos que compõe o pórtico, devem ser analisados os estados de carga e a classe de utilização, frequência com que são utilizados. Com a classe de utilização e os estados de cargas determinados, classificam-se as estruturas ou seus elementos em seis grupos com a utilização da Tabela 4 do anexo 1. Como a classe da estrutura e elementos é a classe 1 (leve), e a classe de utilização que melhor se enquadra é a A, a classificação em grupos tanto da estrutura como de elementos é o grupo 2. 4.3.5 Coeficiente de majoração Mx Para classificar o equipamento em relação à severidade de trabalho, o coeficiente de majoração é utilizado. Equipamentos utilizados em siderurgia recebem coeficientes com o mínimo de 1,20. A Tabela 5 do anexo 1 traz os valores dos coeficientes para aplicações não siderúrgicas. O grupo do equipamento é o grupo 2 com seu respectivo coeficiente de majoração Mx = 1, significando que o equipamento realiza trabalhos sem muitos esforços e sem muita frequência. 23 4.3.6 Solicitações que interferem no cálculo da estrutura do equipamento Para o cálculo da estrutura são determinadas as tensões presentes durante o seu funcionamento. Estas tensões são determinadas com base nas seguintes solicitações: 1. Principaisexercidas sobre a estrutura do equipamento suposto imóvel, no estado de carga mais desfavorável. 2. Devidas aos movimentos verticais. 3. Devidas aos movimentos horizontais. 4. Devidas aos efeitos climáticos. 4.3.6.1 Solicitações principais As solicitações principais são: Devidas aos pesos próprios dos elementos Sg. Devidas a carga de serviço Sl. 4.3.6.2 Solicitações devidas aos movimentos verticais Essas solicitações são provocadas devido ao içamento da carga de serviço e de choques verticais que ocorrem devido ao rolamento na translação horizontal. O coeficiente é caracterizado pela velocidade de içamento da carga, a Tabela 6 do anexo 1 demonstra 3 faixas de velocidades para pórticos rolantes. Para o projeto o coeficiente dinâmico utilizado é de 1,15, pois a velocidade de içamento é de 0,25 m/s. Com o coeficiente de majoração classificado a Figura 5 pode ser utilizada para as solicitações do pórtico no momento da subida e descida da carga, sendo na subida o momento em que o equipamento é mais solicitado. 24 Figura 5- Curva de levantamento e de descida quando Sl e Sg são de sinais contrários. Fonte: Norma NBR 8400, 2014 4.3.6.3 Solicitações devidas aos movimentos horizontais As solicitações causadas pelos movimentos horizontais são: Os efeitos da inércia devidos as acelerações ou desacelerações dos movimentos de direção, de translação, de orientação e de levantamento de lança, calculáveis em função dos valores destas acelerações ou desacelerações. As reações horizontais transversais provocadas pela translação direta. Efeitos de choque. Para o cálculo dos esforços horizontais é necessário a determinação das acelerações e desacelerações que o equipamento será submetido para atingir as velocidades necessárias. As massas movimentadas devem ser levadas em conta para determinação dos esforços. A norma NBR 8400 recomenda que o esforço horizontal seja no mínimo 1/30 da carga sobre as rodas motoras e no máximo de 1/4 desta carga. 25 4.3.7 Casos de solicitação Para os cálculos existem três tipos de solicitações: Caso 1 – serviço normal sem vento Caso 2 – serviço normal com vento limite de serviço Caso 3 – solicitações excepcionais Como o equipamento será de uso interno, não existira a presença da força do vento na estrutura, assim o caso 1 se enquadra ao projeto. 4.3.8 Método de cálculo Para as três causas de falhas existentes do equipamento: Ultrapassagem do limite de escoamento. Ultrapassagem das cargas críticas de flambagem. Ultrapassagem do limite de resistência a fadiga. A norma NBR 8400 determina um coeficiente de segurança para as diferentes tensões presentes nos elementos da estrutura. Para aços com 𝜎𝑒/𝜎𝑟 < 0,7 as próximas relações são válidas. Onde: 𝜎𝑒 – Tensão de escoamento do material 𝜎𝑟 – Tensão de ruptura do material 4.3.8.1 Elementos solicitados a tração ou compressão simples. Para os elementos que sofrem solicitações de tração ou compressão simples, as tensões não devem ultrapassar 𝜎𝑎 como mostra a Tabela 1. O caso utilizado no projeto como dito anteriormente é o caso 1. Tabela 1- Tensões admissíveis à tração ou compressão simples. Casos de solicitação Caso I Caso II Caso III Tensão admissível a 𝜎𝑒 1.5 𝜎𝑒 1.33 𝜎𝑒 1.1 Fonte: Norma NBR 8400, 2014 26 4.3.8.2 Elementos solicitados ao cisalhamento puro. Os elementos que sofrem solicitações ao cisalhamento puro possuem uma tensão admissível ao cisalhamento dado pela Equação (1): 𝜏𝑎 = 𝜎𝑎 √3 (1) 4.3.8.3 Elementos solicitados a esforços combinados. Cada uma das duas tensões normais,𝜎𝑥 e 𝜎𝑦 devem ser iguais ou menores que 𝜎𝑎. Esforço de cisalhamento 𝜏𝑥𝑦 deve ser igual ou menor que 𝜏𝑎. Tensão de comparação 𝜎𝑐𝑝 dada pela Equação (2) deve ser igual ou inferior a 𝜎𝑎. 𝜎𝑐𝑝 = √𝜎𝑥2 + 𝜎𝑦2 − 𝜎𝑥𝜎𝑦 + 3𝜏𝑥𝑦2 ≤ 𝜎𝑎 (2) Para tração e compressão combinada com cisalhamento a Equação (3) deve ser utilizada. √𝜎2 + 3𝜏2 ≤ 𝜎𝑎 (3) 4.3.8.4 Verificação dos elementos submetidos à flambagem. Para elementos submetidos a flambagem admite-se a mesma segurança que é adotada em relação ao limite de escoamento. A tensão crítica de flambagem não deve exceder a tensão limite admitida. A Tabela 2 demonstra os coeficientes para todos os casos de solicitação. Tabela 2- Coeficientes de segurança a flambagem. Casos de solicitação Coeficiente I 1,5 II 1,33 III 1,1 Fonte: Norma NBR 8400, 2014 27 O coeficiente de 1,5 deve ser utilizado, pois a solicitação do equipamento é normal sem vento. 4.3.8.4.1 Verificação dos elementos à fadiga. A maioria das falhas ocorrem em elementos submetidos a cargas que variam com o tempo, e não com solicitações estáticas. Para a verificação à fadiga levam-se em conta os seguintes parâmetros: O número convencional de ciclos e o diagrama de tensões a que está submetido o elemento. O material empregado e o efeito de entalhe no ponto considerado A tensão máxima a que está submetido o elemento. A relação entre a tensão mínima e a tensão máxima. 4.3.8.5 Junções aparafusadas. Para junções aparafusadas a norma NBR 8400 ressalta: “As verificações a efetuar supõem um aparafusamento realizado em boas condições, isto é, utilizando-se parafusos calibrados (torneados ou estampados), cujo comprimento do corpo liso seja igual à soma das espessuras das peças a montar, sendo obrigatório o uso de arruelas. Os furos devem ser abertos e mandrilhados com tolerância adequada. Os parafusos não calibrados são somente aceitos para junções secundárias, não transmitindo grandes esforços, e são proibidos nas junções submetidas à fadiga.” 4.3.8.6 Parafusos solicitados a tração. Quando os parafusos estão submetidos a tração, a tensão para tração no fundo do filete deve respeitar a Equação (4): 𝜎 = 0,65 𝜎𝑎 (4) 28 4.3.8.7 Parafusos solicitados ao cisalhamento. A tensão deve ser calculada na parte não roscada e não deve exceder as seguintes restrições dadas pelas equações (5) e (6): Cisalhamento simples 𝜏 = 0,6 𝜎𝑎 (5) Cisalhamento duplo 𝜏 = 0,8 𝜎𝑎 (6) Nota: A parte roscada dos parafusos não deverá ser submetida ao cisalhamento. 4.3.8.8 Parafusos solicitados ao cisalhamento e tração combinados não podem ter tensões superiores que as admissíveis para cada caso de solicitação. No cisalhamento simples as Equações (7), (8) e (10) devem ser respeitadas. Para o cisalhamento duplo as Equações (7), (9) e (10) devem ser utilizadas. 𝜎 ≤ 0,65𝜎𝑎 (7) e 𝜏 ≤ 0,6 𝜎𝑎 (8) 𝜎 ≤ 0,65𝜎𝑎 (7) e 𝜏 ≤ 0,8 𝜎𝑎 (9) √𝜎2 + 3𝜏2 ≤ 𝜎𝑎 (10) 4.3.9 Classe de funcionamento A classe de funcionamento caracteriza o tempo médio em horas de funcionamento diário do mecanismo. A Tabela 7 do anexo 1 demonstra as classes de funcionamento com seus respectivos tempos médios. Para o projeto, a classe de funcionamento que se enquadra é de V2, classe que refere-se como utilização regular. 4.3.10 Estado de solicitação O estado de solicitação caracteriza a utilização de um mecanismo ou elemento de mecanismo, quanto aos esforços submetidos. A Tabela 8 do anexo 1 demonstra os três grupos de estados de solicitação P=0, P=1/3, P=2/3 (P=1 29 corresponde a um serviço contínuo em plena carga, este estado usualmente não é utilizado em mecanismos). Estado de solicitação que o projeto se encaixa é o estado 2, mecanismos ou elementos de mecanismos submetidos a tempos iguais de solicitações reduzidas, médias e máximas. 4.3.11 Classificação dos mecanismos em grupos A classificação dos mecanismos em grupos é feita a partir das classes de funcionamento e dos estados de solicitação. Com a utilização da Tabela 9 do anexo 1 é possível confrontar o estado de solicitação com sua respectiva classe de funcionamento. Como no estadode solicitação o projeto se enquadra no estado 2, e a classe de funcionamento é a V2 logo o grupo de funcionamento é 2m. 4.3.12 Verificação em relação à ruptura. Para a determinação das tensões admissíveis nos cálculos, deve ser utilizado a Equação (11), que relaciona a tensão de ruptura do material com coeficientes de segurança. Os coeficientes são determinados em função dos casos de solicitação e do grupo que o mecanismo se enquadra. 𝜎𝑎 = 𝜎𝑟 𝑞𝐹𝑆𝑟 (11) Onde: 𝜎𝑟 – Tensão de rutura do material. q – Coeficiente dependente do grupo de mecanismo. FSr – Coeficiente devido ao caso de solicitação do equipamento Os coeficientes q e Fsr são determinados utilizando a Tabela 10 e 11 respectivamente do anexo 1. 30 4.3.13 Gancho O guia de projeto chamado Crane handbook da Whiting Corporation, traz informações das dimensões de ganchos forjados que vão de 5 a 200 toneladas. A Figura 6 ilustra as variações que o gancho sofre em função das cargas e a Tabela 3 demonstra os valores das dimensões. Figura 6-Gancho forjado. Fonte: Crane handbook,2013. Tabela 3- Medidas padrão do gancho. Fonte: Crane handbook,2013. 31 4.3.14 Sistema de cabeamento Em pórticos rolantes são comumente utilizados três tipos de cabeamento, o exponencial, o simples ou o gêmeo, como ilustrado na Figura 7. Figura 7-Esquemas de cabeamento. Fonte: Os autores,2013 O sistema de cabeamento gêmeo caracteriza-se pela existência de uma polia equalizadora, o que garante que a força de tração no cabo seja constante ao longo do mesmo, e o bloco do gancho sempre permanece paralelo ao plano horizontal. O estudo será desenvolvido com base em um cabeamento gêmeo de quatro cabos, o que faz com que a velocidade de elevação seja metade da velocidade de enrolamento dos cabos, resultando também em uma redução na força de tração em cada um dos cabos de sustentação. 4.3.15 Cabo O cabo é formado por fios de aço, obtidos por trefilação. Um conjunto desses fios forma uma perna e um conjunto delas é novamente trançado em volta de uma alma, formando então o cabo final. Devido à construção do cabo, quando ele é dobrado, as fibras externas tendem a sofrer altas cargas de tração, dependendo do 32 ângulo da dobra.O cabo utilizado foi o de 6x37, que significa que ele é composto por 6 tranças principais ao redor do centro, cada uma composta por 37 arames. O livro Shigley’s Mechanical Engineering Design recomenda o Coeficiente de segurança de 6 para os cabos utilizados em pontes rolantes. Ele também demonstra a Equação (12) para o cálculo de tensão em cabos através da área da seção do cabo e da tração no mesmo. A Figura 1 do anexo 3 contém os dados da área da secção metálica e da tensão de ruptura do cabo utilizado. 𝜎𝐶𝑎𝑏𝑜 = 𝑇 𝐴𝑟 (12) Onde: Ar - Área da secção metálica. T - Força de tração sofrida pelo cabo A Figura 8 representa a distribuição das forças de compressão no cabo e nas ranhuras do tambor de enrolamento. Figura 8-Forças no tambor. Fonte: Collins, 2013 4.3.16 Diâmetro mínimo das polias e do tambor A escolha das polias e dos tambores é feita a partir da determinação do diâmetro mínimo de enrolamento de um cabo, que segundo a norma NBR 8400 é dada pela Equação (13). É importante respeitar o diâmetro mínimo de enrolamento 33 de um cabo pois se o mesmo for dobrado demais as fibras externas do cabo sofrem uma solicitação de tração muito grande, o que pode diminuir a vida útil e a segurança do equipamento. 𝐷𝑒 ≥ 𝐻1𝑥𝐻2𝑥𝑑𝑐 (13) Onde: De - Diâmetro mínimo do tambor ou da polia H1 - Coeficiente que relaciona o grupo do mecanismo com a configuração do equipamento. H2 - é o coeficiente que relaciona o número de polias no circuito e o número de inversões do sentido de enrolamento. Os coeficientes H1 e H2 foram retirados da norma NBR-8400 das Tabelas 28 e 29 respectivamente. 4.3.17 Velocidade de elevação A velocidade de rotação do tambor pode ser encontrada a partir da velocidade tangencial do tambor através Equação (14). 𝑉 = 𝜋𝑥𝑛𝑥𝐷𝑡𝑎𝑚𝑏𝑜𝑟 (14) Onde : V - Velocidade de elevação . n - Rotação do tambor. 𝐷𝑡𝑎𝑚𝑏𝑜𝑟 - Diâmetro do tambor. 4.3.18 Passo do tambor Para calcular o passo da espiral em que o cabo vai enrolar no tambor a Equação (15) é fornecida pelo Crane handbook. '8/1 dcP (15) Onde: P - Passo dc – Diâmetro do cabo 34 4.3.19 Comprimento do tambor Para determinar o comprimento do tambor é levado em consideração a altura que a carga será içada, isso impacta no comprimento do cabo e nas voltas necessárias para enrolar o cabo. A Equação (16) é utilizada para determinação do comprimento total do tambor. 𝑙𝑡 = 𝑎1 + 2𝑥𝑎2 + 𝑛𝑟𝑡 (16) Onde: 𝑙𝑡 - Comprimento do tambor. 𝑎1 - Distância entre entre os ranhuramentos. 𝑎2 - Distância entre o flange externo do tambor e o final do ranhuramento. 𝑛𝑟𝑡 - Número total de ranhuras do tambor. Conhecendo-se a altura de elevação desejada é possível calcular o número de ranhuras úteis segundo a Equação (17). 𝑛𝑟𝑢 = 𝑛𝑐𝑥ℎ𝑙 𝜋𝑥𝐷𝑡𝑎𝑚𝑏𝑜𝑟 (17) Onde: ℎ𝑙 - Altura de elevação 𝑛𝑐 – Redução desenvolvida pelo cabeamento 𝐷𝑡𝑎𝑚𝑏𝑜𝑟 - Diâmetro do tambor. A norma NBR 8400 recomenda que além das ranhuras que seriam realmente usadas sejam colocadas 4 voltas a mais como segurança como demonstra a Equação (18). 𝑛𝑟𝑡 = 𝑛𝑟𝑢 + 4 (18) A Figura 9 é um esboço do tambor de enrolamento com as medidas que compoem o comprimento total representadas. 35 Figura 9-Ilustração do tambor de enrolamento do cabo. Fonte: Os autores,2013. A norma NBR 8400 recomenda o uso de 𝑎1= 100 mm e 𝑎2 = 125 mm como base para os cálculos, no entanto após a configuração final do equipamento estes valores devem ser verificados. Para uma vida útil longa do cabo de aço algumas restrições em relação ao raio de enrolamento e ângulos de curvatura da corda devem ser analisados. A Figura 10 demonstra o ângulo máximo que o cabo pode possuir para que não haja deterioração antes do tempo previsto. Figura 10-Ilustração ângulo máximo no tambor. Fonte: Crane handbook,2013. 36 4.3.20 Reações causadas pelo movimento de levantamento da carga. Durante a utilização do pórtico a reação que apresenta a maior influência é o próprio peso da carga, mas há também as reaçãos causadas pela aceleração e desaceleração da carga durante o içamento, a Figura 5 demonstra essas forças. A norma NBR-8400 a fornece Equação (19), que é confiável para o cálculo da potência necessária para o levantamento. 4.3.21 Potência do motor de içamento Para realizar o cálculo da potência necessária para o içamento da carga foi utilizada a Equação (19), fornecida pela norma NBR-8400. A equação relaciona a velocidade de elevação com a carga de serviço e a eficiência do sistema de transmissão. Foi considerada uma eficiência de 0,99 para as polias. x FsxVl P 1000 2 (19) Onde: Fs – Carga de serviço em N Vl – Velocidade de içamento da carga em m/s ᶯ - Eficiência do sistema, deve ser levado em consideração a eficiência de polias e redutores. 4.3.22 Redução necessária Para calcular a redução a velocidade de rotação do motor foi dividida pela velocidade desejada no tambor de enrolamento resultando na Equação (20). 𝑅𝐻𝑇 = 𝑤𝑀𝑇 𝑤𝑇𝑏 (20) Onde: 𝑅𝐻𝑇 − 𝑅𝑒𝑑𝑢çã𝑜 𝑛𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠á𝑟𝑖𝑎. (𝐴𝑑𝑖𝑚𝑒𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙) 𝑤𝑀𝑇 − 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑛𝑎 𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟. (𝑅𝑃𝑀) 𝑤𝑇𝑏 − 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑜 𝑡𝑎𝑚𝑏𝑜𝑟. (𝑅𝑃𝑀) 37 4.3.23 Métodos de cálculo da potência do motor de translação. As solicitações devidas aos movimentos horizontais são os efeitos da inércia causados pela aceleração do equipamento, as reações transversais provocadas pelo movimento do mesmo, e os efeitosde choques. Como a velocidade escolhida para o pórtico é inferior ao limite de 0,7m/s sugerido pela norma NBR-8400, os efeitos causados por choques não foram considerados. A norma fornece uma equação para estimar a potência do motor de forma simples, mas observa que a potência encontrada desta forma pode, na maioria dos casos ser insuficiente. Portanto o cálculo irá levar em consideração três formas de se calcular a potência, primeiramente será encontrada a potência segundo a equação fornecida pela norma, em seguida faremos os cálculos das resultantes horizontais e por último segundo a potência térmica necessária durante um ciclo completo de movimento da carga. A Equação (21) é fornecida pela norma, mas pode chegar a um valor inferior à potência necesária. 𝑃𝑁𝐵𝑅 = 1,2𝑥 𝑀1𝑥𝑛𝑅𝑇 9550𝑥𝜂𝐻𝑇 (21) Onde: 𝑃𝑁𝐵𝑅 − 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑛𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠á𝑟𝑖𝑎 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎 𝑁𝐵𝑅 − 8400. (𝑘𝑊) 𝑀1 − 𝑀𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑛𝑎 𝑟𝑜𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑡𝑟𝑜𝑙𝑙𝑒𝑦 𝑑𝑒𝑣𝑖𝑑𝑜 𝑎𝑜 𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜(𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑜 𝑟𝑜𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜). (𝑁. 𝑚) 𝑛𝑅𝑇 − 𝑅𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑟𝑜𝑑𝑎. (𝑅𝑃𝑀) 𝜂𝐻𝑇 − 𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜. (𝐴𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙) 4.3.24 Reações causadas pelos movimentos horizontais da carga. As reações horizontais são causadas pela resistência ao rolamento das rodas nos trilhos durante o movimento do carrinho, e podem ser obtidas calculando-se a deformação sofrida pelas rodas e pelo trilho. Para facilitar o cálculo foi utilizado um valor tabelado, encontrado em Eléments de Machines de G. Nicolet. O coeficiente é dado em cm. A Figura 11 mostra a deformação, em escala aumentada, sofrida pelo trilho e pelas rodas durante a movimentação. Tal deformação dissipa energia e cria uma resistência ao movimento do pórtico. 38 Figura 11 -Resistência ao rolamento Fonte: Os autores,2014. A Tabela 4 contém os valores do coeficiente de resistência ao rolamento para as combinações mais comuns de materiais para as rodas e o trilho. Tabela 4-Coeficiente de resistência ao rolamento. ξ (cm) Aço de alta dureza sobre aço de alta dureza 0,0005 à 0,001 Ferro fundido sobre aço de alta dureza 0,05 Aço de baixa dureza sobre aço de baixa dureza 0,05 Fonte: G.Nicolet et E.Trottet, 1971. A Equação (22) relaciona o coeficiente ξ com a carga vertical nas rodas para encontrar o torque de resistência nas rodas motoras. 𝑇𝐻𝑅= ξx𝐹𝑉 (22) Onde: ξ − Coeficiente de resistência ao rolamento (m) 𝑇𝐻𝑅− 𝑇𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑛𝑎 𝑟𝑜𝑑𝑎 𝑑𝑒𝑣𝑖𝑑𝑜 à 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑜 𝑟𝑜𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜. (𝑁) 𝐹𝑉 − 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑉𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙. (𝑁) Os efeitos da inércia são causados pela aceleração do trolley, e dão resultado à uma força contraria ao movimento conforme a Equação (23): 39 𝐹𝐼 = 𝑚𝑥𝑎 (23) Onde: 𝐹𝐼 − 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑐𝑎𝑢𝑠𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑖𝑛𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎 (𝑁) 𝑚 − 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑐𝑜𝑚 𝑎 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑠𝑢𝑠𝑝𝑒𝑛𝑠𝑎 𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑝𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑘𝑔) 𝑎 − 𝐴𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜. ( 𝑚 𝑠2 ) 4.3.25 Torque necessário nas rodas motoras. Com o a força resultante do carregamento horizontal é possível calcular o torque necessário na roda para que o trolley ou o pórtico consiga desempenhar a aceleração prevista através da Equação (24). TR = FH∗DR 2 + 𝑇𝐻𝑅 (24) Onde: TR − 𝑇𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑛𝑎 𝑟𝑜𝑑𝑎. (𝑁 ∗ 𝑚) FH − 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑜 𝑐𝑎𝑟𝑟𝑒𝑔𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ℎ𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙. (𝑁) DR − 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑟𝑜𝑑𝑎. (𝑚) 4.3.26 Velocidade angular das rodas A velocidade de rotação das rodas pode ser encontada relacionando-se a velocidade desejada com o diâmetro das rodas como demonstrado pela Equação (25). 𝑛𝑅 = 𝑉𝑑𝑒𝑠𝑒𝑗𝑎𝑑𝑎 𝐷𝑅𝑥𝜋 (25) Onde: 𝑛𝑅 − 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑎𝑠 𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠. (𝑅𝑃𝑀) DR − 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑟𝑜𝑑𝑎. (𝑚) 𝑉𝑑𝑒𝑠𝑒𝑗𝑎𝑑𝑎 − 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑗𝑎𝑑𝑎. ( 𝑚 𝑚𝑖𝑛 ) 40 4.3.27 A potência do motor de translação: A Equação (26) é o modo de calcular a potência solicitada para atingir o torque causado pela resistência ao rolamento e pela inércia do equipamento carregado com sua carga máxima de trabalho, levando em consideração a eficiência do sistema de transmissão. 𝑃𝐻 = TRT𝑥𝑛𝑅𝑥2𝑥𝜋 𝜂𝐻𝑥60 (26) Onde: 𝑃𝐻𝑇 − 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ℎ𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙. (𝑊) TR − 𝑇𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑛𝑎 𝑟𝑜𝑑𝑎. (𝑁 ∗ 𝑚) 𝑛𝑅 − 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑎𝑠 𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠. (𝑅𝑃𝑀) 𝜂𝐻 − 𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜. (𝐴𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙) Deve-se também verificar a condição de aquecimento do motor, considerando os tempos de aceleração, de regime e a carga relativa, conforme (2) Ernst. 1972. A Tabela 5 contém valores da carga relativa em relação à potência de catálogo e potência de regime. Tabela 5-Carga relativa Fonte: NBR-8400. O conjugado relativo leva em consideração o equipamento operando em vazio e com a carga máxima e pode ser determinado através da Equação (27). 𝐶𝑟𝑇 = 𝐶𝑉+𝐶𝑐 2𝑥𝐶𝑐 (27) Onde: 𝐶𝑟𝑇 − 𝐶𝑜𝑛𝑗𝑢𝑔𝑎𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜. (𝐴𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙) Carga relativa (CrT) 0,55 0,60 0,70 0,80 Rm 0,74 0,74 0,76 0,83 41 𝐶𝑉 − 𝑇𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑝ó𝑟𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑠𝑒𝑚 𝑎 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 ú𝑡𝑖𝑙. (𝑁. 𝑚) 𝐶𝑐 = 𝑇𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑝ó𝑟𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑎 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 ú𝑡𝑖𝑙. (𝑁. 𝑚) Como o tempo de aceleração e de frenagem são iguais a Equação (28) pode ser usada para se calcular a potência térmica equivalente. 𝑃𝑚𝑡𝑇 = √ (𝑃𝑎+𝑃𝑟) 2𝑥𝑡𝑎+𝑃𝑟 2𝑥𝑡𝑟+((𝑃𝑎−𝑃𝑟)𝑥𝜂𝐻𝑇 2) 2 𝑥𝑡𝑓 𝑡 (28) Onde: 𝑃𝑚𝑡𝑇 − 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒. (𝑘𝑊) 𝑃𝑎 − 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜. (𝑘𝑊) 𝑃𝑟 − 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑔𝑖𝑚𝑒. (𝑘𝑊) 𝑡𝑎 − 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜. (𝑠) 𝑡𝑟 − 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑔𝑖𝑚𝑒. (𝑠) 𝑡𝑓 − 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚. (𝑠) A potência de aceleração é a potência necessária durante o período de aceleração, Equação (29), e a potência de regime é a necessária para manter o movimento depois que o mesmo já atingiu a velocidade final, Equação (30). 𝑃𝑎 = TR𝑥𝑛𝑅 𝑥2𝑥𝜋 𝜂𝐻𝑥60 (29) 𝑃𝑟 = THR 𝑥𝑛𝑅 𝑥2𝑥𝜋 𝜂𝐻𝑥60 (30) Onde: 𝑃𝑎 − 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜. (𝑘𝑊) 𝑃𝑟 − 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑔𝑖𝑚𝑒. (𝑘𝑊) 𝑛𝑅 − 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑎𝑠 𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠. (𝑅𝑃𝑀) 𝜂𝐻 − 𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜. (𝐴𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙) TR − 𝑇𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑛𝑎 𝑟𝑜𝑑𝑎. (𝑁 ∗ 𝑚) 𝑇𝐻𝑅− 𝑇𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑛𝑎 𝑟𝑜𝑑𝑎 𝑑𝑒𝑣𝑖𝑑𝑜 à 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑜 𝑟𝑜𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜. (𝑁) 42 Sabendo-se a potência térmica equivalente é possível calcular a potência real do ponto de vista térmico através da Equação (31) 𝑃𝑉𝑇 = 𝑃𝑚𝑡𝑇𝑥𝑟𝑚 (31) Onde: 𝑃𝑉𝑇 − 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑖𝑠𝑡𝑎 𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑜. (𝑘𝑊) 𝑟𝑚 − 𝑄𝑢𝑜𝑐𝑖𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑡á𝑙𝑜𝑔𝑜, 𝑐𝑜𝑛𝑓𝑜𝑟𝑚𝑒 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒 𝑎 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑔𝑖𝑚𝑒. 4.3.28 Redução necessária A redução necessária para que o trolley e o pórtico se movimentem na velocidade desejada pode ser calculada com uso da Equação (32): 𝑅𝐻𝑇 = 𝑤𝑀𝑇 𝑤𝑅𝑇 (32) Onde: 𝑅𝐻𝑇 − 𝑅𝑒𝑑𝑢çã𝑜 𝑛𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠á𝑟𝑖𝑎. (𝐴𝑑𝑖𝑚𝑒𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙) 𝑤𝑀𝑇 − 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑛𝑎 𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟. (𝑅𝑃𝑀) 𝑤𝑅 − 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑎𝑠 𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠. (𝑅𝑃𝑀) 4.3.29 Inversor de frequência O uso de um inversor de frequência é recomendado para controlar a aceleração do trolley, pois além depermitir um controle da velocidade de rotação dos motores evita choques mecânicos na partida, o que permite um controle melhor da aproximação da carga no ponto em que se quer descarregar além de evitar super aquecimento dos motores. 43 4.3.30 Freios Um sistema de freios, tanto para a elevação da carga quanto para a movimentação horizontal deve ser aplicado para tornar a operação mais suave. Em pontes e pórticos rolantes são comumente utilizados freios de sapatas, freios a disco ou freios eletromagnéticos. A utilização dos freios pode ser no eixo do motor onde o torque necessário é menor. 4.3.31 Acessórios Amortecedores, que são encontrados na forma de molas ou até mesmo borracha dura, devem ser colocados nos quatro cantos da estrutura do trolley para amortecer eventuais choques no fim de curso. Além disso é importante colocar um raspador na frente de cada uma das rodas, para manter o trilho sempre livre de sujeira e com isso diminuir os esforços causados pela resistência ao rolamento e aumentar a vida útil do equipamento. 4.3.32 Rodas Para a determinação das dimensões das rodas do trolley a norma fornece a Equação (33), que relaciona a carga com a largura e a pressão limite do material. 21lim xcxcP bxDr Fr (33) Onde: Fr – Carga média sobre uma roda b – Largura do trilho Dr – Diâmetro de uma roda Plim – Pressão limite sobre uma roda C1 – Coefiente em função da rotação da roda C2 – Coeficiente em função do grupo de mecanismo 4.3.33 Rolamentos Para os cálculos dos rolamentos o catálogo NSK ROLAMENTOS foi utilizado. O catálogo ajuda a fazer a melhor escolha do rolamento para cada situação 44 desejada, podendo ser calculada a vida útil de cada rolamento em horas. Para rolamentos de esferas a Equação (34) é valida, já para rolamentos de rolos cilíndricos a Equação (35) deve ser usada. 3 P1 C 60xn xa1x610 Lh (34) 3 10 6 160 110 P C xn xxa Lh (35) Onde : Lh – Vida do rolamento em horas. a1 – Confiabilidade. n – Rotação em RPM. C – Capacidade de carga básica dinâmica e N. P1 – Carga no rolamento em N. 4.3.34 Flambagem das colunas do pórtico. As colunas que servem de sustentação do pórtico sofrem tensões de compressão, podendo sofrer flambagem localizada, por isso uma verificação deve ser feita considerando-se critérios impostos pela norma NBR 8800 (2008). A relação (b/t) entre a largura e a espessura da viga que está sujeita à flambagem deve ser comparada com a relação (b/t)lim, que pode ser vista no anexo 2, na Figura 31. Quando (b/t) < (b/t)lim o valor de Q pode ser considerado igual a 1 segundo o anexo F da norma NBR 8800 (2008). A Equação (36) demonstra a força axial de compressão resistente, Ncr de uma barra com estados limites últimos de instabilidade por flexão, por torção, flexo-torção e de flambagem local. escAsQNcr *** (36) Onde : As – Área superficial. Q – Fator de redução total relacionado a flambagem local. 45 𝜎𝑒𝑠𝑐 – Tensão de escoamento do material. 𝛾 – Coeficiente de segurança 𝝌 – Fator de redução relacionado com a resistência a compressão. 4.3.34.1 Força de flambagem elástica. A força axial de flambagem elástica, Nc de uma barra com seção transversal simétrica é dada pela Equação (37). 𝑁𝑐 = 𝜋2∗𝐸∗𝐼 (𝐾𝑥∗𝐿)² (37) Onde : Kx – Coeficiente de flambagem, que pode ser encontrado no anexo 2 Figura 1. 𝐸 – Módulo de elasticidade 𝐼 – Momento de inércia L - Comprimento 4.3.34.2 Índice de esbeltez reduzido Para determinar o fator de redução é necessário a determinação de 𝜆0. O índice de esbeltez do perfil define o valor do fator de redução utilizado no cálculo da flambagem. A Equação (38) demonstra os fatores levados em conta para o cálculo do índice de esbeltes. 𝜆0 = √ 𝑄𝑥𝐴𝑠𝑥𝜎𝑒𝑠𝑐 𝑁𝑐 (38) Onde: 𝑄 - Fator de redução total relacionado a flambagem local 𝐴𝑠 –Área da seção 𝜎𝑒𝑠𝑐 – Tensão admissível 𝑁𝑐 – Força axial de flambagem elástica 46 4.3.34.3 Fator de redução 𝝌 Conforme o índice de esbeltez aumenta o fator de redução diminui, essa relação pode ser observada na Figura 2 do anexo 2. Como o índice de esbeltez para a viga de sustenção é 1,59, a Equação (39) deve ser utilizada. 𝜆0 > 1,5 ∶ 𝑥 = 0,877 𝜆0² (39) 𝜆0 – Índice de esbeltez reduzido 4.3.35 Flambagem da alma do perfil I. Com o auxílio da norma NBR 8800, pode ser verificada a resistência a flambagem da alma do perfil I onde translada o trolley. A flambagem da alma por compressão e a flambagem lateral da alma devem ser verificadas. Para o cálculo da flambagem por compressão Equação 40 define a força máxima admissível. 𝐹𝑟𝑑 = 24𝑥𝑇𝑤3𝑥√𝐸𝑥𝑓𝑦 𝜸𝑨𝟏𝑥ℎ (40) A flambagem lateral da alma para o caso onde (h/Tw)/(l/bf)<=1,70. Neste caso a rotação da mesa comprimida não é impedida e a Equação 41 deve ser utilizada. 𝑭𝒓𝒅 = 𝑪𝒓𝒙𝑻𝒘𝟑𝒙𝒕𝒇 𝜸𝑨𝟏𝒙𝒉² 𝒙 [𝟎, 𝟑𝟕𝒙 ( 𝒉 𝑻𝒘 𝒍 𝒃𝒇 ) 𝟑 ] (41) Onde: Frd – Força admissível Cr – é igual a 32E quando Msd < Mr e a 16E quando Msd>= Mr na seção da força (Msd é o momento fletor solicitante de cálculo e Mr é o momento fletor correspondente ao início do escoamento, sem considerar a influência das tensões residuais). 47 L – é o maior comprimento destravado lateralmente, envolvendo a seção de atuação da força concentrada, considerando as duas mesas. H – é a distância entre as faces internas das mesas menos os raios de concordância no caso de perfis laminados, ou a distância entre as faces internas das mesas no caso de perfis soldados. Fy – Resistência ao escoamento do material. A Figura 12 demonstra a nomenclatura das dimensões da seção. Figura 12- Nomenclatura das dimensões da seção. Fonte: Os autores, 2014. 4.3.36 Resistência ao tombamento Para o cálculo da resistência ao tombamento do pórtico durante sua aceleração ou desaceleração, a força de inércia deve ser utilizada para realizar o somatório dos momentos ao redor do ponto de rotação conforme a Equação (42). A Figura 13 ilustra as forças que agem no tombamento do pórtico. 48 Figura 13-Ilustração do tombamento. Fonte: Os autores, 2014. 𝐹𝑖 ∗ 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑣𝑎çã𝑜 = 𝑊 𝑥 𝑎 (42) Onde : W – Peso total do equipamento carregado Fi – Força causada pela aceleração ou desaceleração, utilizando a massa do carregamento. 4.3.37 Análise estrutural do pórtico rolante. A realização da análise estrutural do pórtico rolante deve ser feita visando obter as tensões causadas em todas as estruturas que compõe o equipamento e também as deformações que estarão presentes no pórtico nas piores condições de solicitação. A análise foi realizada através de um software computacional denominado SolidWorks Simulation. Através desta ferramenta CAE foi possível um melhor refinamento das estruturas, podendo assim obter um produto que atenda às necessidades impostas a ele sem um superdimensionameto excessivo. 4.3.38 Roldana O diâmetro mínimo de enrolamento do cabo é a base para o dimensionamento da roldana. As outras dimensões construtivas foram determinadas com a utilização de um software CAE (SolidWorks Simulation). Com a ferramenta 49 CAE obtém-se alta precisão nos resultados de tensões e deformações do componente, já que a roldana recebe metade da solicitação de içamento. Para a simulação é necessária a criação de uma malha fina na peça, pois ela contém muitos pontos em que pode haver concentração de tensões. Como o cabo não tem contato com a circunferência toda da roldana a força deve ser aplicada apenas na metade da circunferência, como a Figura 14 demonstra. Figura 14- Posicionamento da carga na roldana. Fonte: Os autores, 2014. 4.3.39 Tambor Como a roldana o tambor também irá suportar metade da carga de serviço. A distribuição da tensão de contatoentre o tambor e o cabo é maior nas primeiras voltas de enrolamento, isso ocorre devido ao atrito existente entre o tambor e a corda. A fixação é feita simulando a soldagem dos flanges no eixo. Além da tensão de contato entre o cabo e o tambor existe a tensão de torção transmitida do eixo ao tambor, essa tensão é diretamente proporcional a carga máxima de serviço e ao diâmetro do tambor. 50 A malha utilizada no tambor foi similar à da roldana, malha bastante fina nos pontos de curvatura. A Figura 15 mostra a malha utiliza na simulação do tambor. Figura 15- Malha utilizana na simulação das tensões presentes no tambor em serviço. Fonte: Os autores, 2014. A Figura 16 ilustra as forças consideras na simulação juntamente aos pontos de fixação. As setas nas ranhuras do tambor presentes na Figura 16 demonstram a existência de duas forças, força de contato perpendicular à superfície de contato e torção devido a transmissão da carga ao eixo do tambor. No furo no centro do flange está ilustrada a fixação do tambor. Figura 16- Forças atuantes e fixação da estrutura utilizadas na simulação. Fonte: Os autores, 2014. 51 4.3.40 Estrutura do pórtico A análise estrutural do pórtico rolante foi realiza com o software CAE (SolidWorks Simulation). Este programa possui um recurso para análise de estruturas metálicas. Para utilizar este recurso é necessário representar a estrutura por linhas como a Figura 17 demonstra, e fornecer para cada linha sua propriedade física e geométrica. Essa simulação cria elementos de viga, esses elementos são resistentes a cargas axiais, de curvatura, de cisalhamento e de torção ao contrário das treliças que resistem apenas a cargas axiais. Dois cenários de casos extremos foram criados para simular a carga içada no pórtico. O primeiro cenário foi com a carga concentrada no centro do pórtico e o segundo na lateral em cima das colunas de sustentação. Figura 17– Demonstração da criação das linhas. Fonte: Os autores, 2014. 52 5 RESULTADOS 5.1 DETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO DO CABO E TAMBOR. Com base nas considerações e cálculos apresentados anteriormente foi possível encontrar os resultados específicos para o projeto desejado. Inicialmente foi encontrado o diâmetro do cabo de aço utilizando-se a Equação 12, o diâmetro mínimo encontrado é de aproximadamente 24mm para um coeficiente de segurança igual a 6. O cabo utilizado é de 1 1/16’’ como demonstra a Tabela 6, pois comercialmente é mais fácil de ser encontrado. Tabela 6-Resultado do diâmetro do cabo. Diâmetro cabo (mm) 27 mm (1 1/16’’) Fonte: Os autores, 2014. 5.1.1 Determinação do tambor utilizado. Em seguida através da página 33 da norma NBR-8400 foram estabelecidos os seguintes parâmetros: H1=18 H2=1 Utilizando a Equação (13) o diâmetro mínimo do tambor foi estabelecido e se encontra na Tabela 7. Tabela 7- Resultado do diâmetro do tambor. Diâmetro do tambor (mm) 470 mm Fonte: Os autores, 2014. Sabendo que a altura de elevação é de 8 metros e que a redução desenvolvida pelo sistema de cabeamento é de 2:1 o comprimento do cabo que deve ser enrolado no tambor para permitir a elevação desejada é de 16 metros. Utilizando as Equações (16) e (17) foi possível determinar: 𝑛𝑟𝑡 = 25 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑠 53 O passo do tambor foi determinado com base no crane handbook a partir da Tabela 14 da página 84. mmdcP 30'8/1 Em seguida, com a Equação (15) foi determinado o comprimento total do tambor segundo a norma: 𝑙𝑡 ≥ 800𝑚𝑚 𝑙𝑡 = 840𝑚𝑚 5.2 DETERMINAÇÃO DOS ROLAMENTOS. Sabendo que a classe de utilização do equipamento exige vida de 9600 horas (10 anos de uso com uma média de 4 horas por dia) e o diâmetro interno dos rolamentos de acordo com o diâmetro dos eixos foi possível calcular Cr com as Equações (32) e (33) e selecionar o rolamento adequado no catálogo da SKF. A vida elevada dos rolamentos se deve principalmente à baixa velocidade de rotação do tambor. A Tabela 8 contém os dados dos rolamentos. Tabela 8-Rolamentos escolhidos. Rolamentos N º D es cr iç ão D en o m in aç ão Q u an ti d ad e Ti p o d ( m m ) D ( m m ) B ( m m ) P ( N ) C r (N ) C 0r ( N ) R o ta çã o ( R PM ) V id a (h ) 1 eixo do tambor 6318 2 Esferas 90 190 43 32775 143000 107000 10,16 136.265 2 Polia NU2311EM 1 Cilindros 55 120 43 32775 189000 215000 10,16 564.159 3 Rodas do trolley NU306ET 16 Cilindros 30 90 23 17637,5 53000 15000 47,75 13.667 4 Rodas do pórtico NU2206 20 Cilindros 30 62 20 231100 33000 33000 34,38 16.022 Vida mínima (10 anos Trabalhando 4 horas por dia) 9.600 Fonte: Os autores, 2014. 54 5.3 POTÊNCIA MOTOR DE IÇAMENTO Para efetuar os cálculos das reações foram utilizadas velocidades e acelerações recomendadas pela norma NBR-8400. A Tabela 9 contém os dados utilizados nesta seção. A carga vertical (Fs) considera foi o peso da carga multiplicado pelo coeficiente de segurança fornecido pela norma, resultando em um total de 131100 N. Foi selecionada uma velocidade de elevação (Vl) de 0,25 m/s. A eficiência do redutor usado para o içamento é de 90%. Tabela 9-Dados do movimento de içamento. Içamento Fs (N) 65.550 Vl (m/s) 0,25 η 0,9 Velocidade do motor (RPM) 1700 Velocidade do tambor (RPM) 10,15 Potência (kW) 18,20 Potência (c.v.) 24,11 Fonte: Os autores, 2014. Após escolher a velocidade de elevação da carga foi possível calcular a velocidade de rotação do tambor com a Equação (14), a redução através da Equação (20) e finalmente a potência necessária pela Equação (19). Assim foi determinado que a potência necessária para o içamento é de 17,66 kW ou 23,39 c.v.. O valor de potência encontrado a partir da equação fornecida pela norma é um pouco acima dos encontrados comercialmente para a mesma categoria, que variam de 18 à 20 c.v. normalmente. 5.4 ESCOLHA DO MOTOR DE IÇAMENTO Para o levantamento foi escolhido um motor da marca WEG modelo W22 Plus de 25 c.v. com motofreio e um redutor Geremia modelo GH90 3R com redução de 84,82. A Tabela 10 contém os dados do motor de içamento, e a Tabela 11 os dados do redutor. 55 Tabela 10-Dados do motor de içamento. WEG W-22 Plus Potência (c.v.) 25 Massa (kg) 133 Tensão (V) 380 Nº de polos 8 Fonte: Os autores, 2014. Tabela 11- Dados do redutor utilizado no içamento. Geremia GH90 3R Redução 84,82 Torque Máximo(N.m) 4300 Pe (c.v.) 24 Pe (kW) 17,66 η 0,94 Massa (kg) 278 Fonte: Os autores, 2014. 5.5 REAÇÔES CAUSADAS PELOS MOVIMENTOS HORIZONTAIS DA CARGA. Para efetuar os cálculos das reações foram utilizadas velocidades e acelerações recomendadas pela norma NBR-8400. A Tabela 12 contém todos os dados utilizados nos cálculos da potência dos motores do trolley, e a Tabela 13 os dados utilizados nos cálculos dos motores do pórtico. O tempo de regime (𝑡𝑟) se refere ao tempo em que o motor atua sem acelerar ou desacelerar a carga, o tempo de aceleração (𝑡𝑎) é o tempo que o equipamento leva para acelerar até a velocidade desejada. O ciclo completo foi considerado como o tempo que o equipamento leva para realizar um carrregamento e descarregamento, considerando o tempo médio de movimentação da carga, aproximado do tempo que o sistema de movimentação de carga atual leva para carregar e descarregar o caminhão mas considerando a velocidade de movimentação do pórtico. A velocidade máxima de translação foi escolhida de forma que o cálculo desconsiderasse o efeito de choques de fim de curso. A velocidade é de 0,63m/s para o trolley e para o pórtico. A aceleração foi selecionada a partir da velocidade, considerando as acelerações recomendadas pela norma para a velocidade escolhida. As forças verticais utilizadas são o somatório da carga total dopórtico mais o peso dos componentes. No caso do trolley a carga é de 110000 N e no caso do pórtico completo de 231100 N. 56 Tabela 12- Dados utilizados para o cálculo da potência do motor de translação do trolley. Translação do Trolley Velocidade máxima de translação (m/s) 0,63 Aceleração do trolley (m/s2) 0,12 Diâmetro das rodas (m) 0,2 ξ (cm) 0,001 Força vertical no trolley (N) 110.000 Massa do trolley carregado (kg) 11.000 tempo de aceleração do trolley (s) 5,25 tempo de regime (s) 1 Tempo total de um ciclo completo (s) 40 Fonte: Os autores, 2014. Tabela 13- Dados utilizados para o cálculo da potência do motor de translação do pórtico. Translação do pórtico Velocidade máxima de translação (m/s) 0,63 Aceleração do trolley (m/s2) 0,12 Diâmetro das rodas (m) 0,35 ξ (cm) 0,001 Força vertical na base (N) 231.100 Massa do pórtico carregado (kg) 23.110 tempo de aceleração do pórtico (s) 5,25 tempo de regime (s) 5 Tempo total de um ciclo completo (s) 50 Fonte: Os autores, 2014. Os resultados obtidos seguindo a metodologia de cálculo apresentada anteriormente pode ser visto na Tabela 14 para o trolley e Tabela 15 para o pórtico. Tabela 14-Resultados obtidos para a translação do trolley. Translação do trolley Torque no trolley devido ao rolamento (N.m) 27,5 Força causada pela inércia (N) 660 Torque na roda do trolley (N.m) 60,5 Conjugado Relativo 0,553 Velocidade angular das rodas do trolley (RPM) 47,74 Potencia mínima do motor (kW) 0,322 Redução necessária 35,60 Cr 0,55 Pa (kW) 0,3025 Pr (kW) 0,1375 PmtT (kW) 0,135 𝑃𝑉𝑇(kW) 0,100 Pnbr (kW) 0,175 Fonte: Os autores, 2014. 57 Tabela 15-Resultados obtidos para a translação do pórtico. Translação do pórtico Torque no pórtico devido ao rolamento (N.m) 57,775 Força causada pela inércia (N) 1386,6 Torque na roda do pórtico (N.m) 179,1025 Conjugado Relativo 0,53 Velocidade angular das rodas do pórtico (RPM) 34,38 Potencia mínima do motor (kW) 0,686 Redução necessária 49,45 Cr 0,55 Pa (kW) 0,645 Pr (kW) 0,208 PmtT (kW) 0,250 𝑃𝑉𝑇(kW) 0,185 Pnbr (kW) 0,265 Fonte: Os autores, 2014. As potências mínimas encontradas foram superiores às encontradadas pelo método fornecido pela norma, mas foram condizentes com a potência encontrada em equipamentos comerciais do mesmo porte, cerca de 0,5 c.v. para o trolley e 1 c.v. para o pórtico. Como o ciclo térmico do motor é um ciclo que exige alta potência do motor por pouco tempo e tem um tempo de pausa ou de carregamento mais leve a potência térmica necessária foi baixa, como esperado. 5.6 ESCOLHA DOS MOTORES E REDUTORES DO TROLLEY Para a escolha do motor deve ser considerada a eficiência do conjunto que irá transmitir a potência para a roda do trolley. Foram escolhidos redutores de engrenagens helicoidais, mais eficientes que redutores de coroa e sem fim, da marca Geremia, modelo GK02 BR com motofreio, o que garante o travamento em caso de falta de energia ou desligamento da máquina. As informações do redutor se encontram na Tabela 16. Tabela 16- Dados do redutor de translação do trolley. Geremia GK02 BR Redução 34,54 Torque Máximo 200 N.m Pe 1,50 c.v. Pe 1,10 KW η 0,94 Massa 18 kg Fonte: Os autores, 2014. 58 Como o motor será ligado diretamente ao redutor e o redutor será ligado diretamente à roda a única perda de potência será no próprio redutor. Também é importante observar que o torque máximo é superior ao torque encontrado no eixo das rodas. Calculando a nova potência com a eficiência do conjunto e aplicando o coeficiente de segurança de 1,2 sugerido pela norma NBR-8400, foi encontrada a nova potência de 0,43 cv em cada roda motora do trolley. Como esta potência é superior à potência térmica mínima para realizar o serviço sem superaquecer ela foi escolhida como a potência mínima necessária. Foram então escolhidos dois motores trifásicos 380V de quatro polos com 0,5 c.v. da marca WEG, modelo W22 Plus, já com freio acoplado ao eixo traseiro do motor. As informações do motor se encontram na Tabela 17. Tabela 17-Dados do motor de translação do trolley. WEG W-22 Plus Potência 0,5 c.v. Massa 5,5 kg Tensão 380 V Nº de polos 4 Fonte: Os autores, 2014. A Figura 18 é uma imagem do conjunto de transmissão do trolley. Figura 18 -Imagem do motorredutor do trolley. Fonte: Os autores, 2014. 59 5.7 ESCOLHA DOS MOTORES E REDUTORES DO PÓRTICO Para a escolha dos motores de translação do pórtico o mesmo raciocínio do item anterior foi utilizado. Foram então escolhidos dois motores trifásicos 380V de quatro polos com 1 c.v. da marca WEG, modelo W22 Plus, já com freio acoplado ao eixo traseiro do motor. As informações do motor se encontram na Tabela 18. Tabela 18- Dados do motor de translação do pórtico. WEG W-22 Plus Potência (c.v.) 1 Massa (kg) 8,5 Tensão (V) 380 Nº de polos 4 Fonte: Os autores, 2014. Foi escolhido também o redutor de engrenagens helicoidais GK02 BR da marca geremia. As informações do redutor se encontram na Tabela 19. Tabela 19- Dados do redutor usado na translação do pórtico. Geremia GK02 BR Redução 52,19 Torque Máximo (N.m) 200 Pe (c.v.) 1 Pe (kW) 0,75 η 0,94 Massa (kg) 18 Fonte: Os autores, 2014. A Figura 19 é uma imagem do conjunto de transmissão do pórtico 60 Figura 19 -Imagem do motorredutor do pórtico. Fonte: Os autores, 2014. 5.8 RODAS DO TROLLEY E COLUNAS DO PÓRTICO Com a Equação (32) demonstrada anteriormente os diâmetros das rodas foram determinados. A Tabela 20 contém os valores mínimos obtidos para os diâmetros das rodas e os valores de pressão limite e carga utilizados para calcular o valor mínimo do diâmetro. Tabela 20- Dimensões escolhidas para as rodas do trolley. Rodas N º D es cr iç ão D ia m et ro m ín im o La rg ur a Q u an ti d ad e Fo rç a To d as R o d as ( N ) P lim ( d aN /m m ²) 1 Trolley 199,64 100 8 70.550 0,72 2 Portico 348,78 150 10 231.100 0,72 Fonte: Os autores, 2014. 61 A Figura 20 é um esboço da disposição das rodas do pórtico e a Figura 21 é o esboço da disposição das rodas do trolley. Figura 20 -Imagem das rodas do pórtico Fonte: Os autores, 2014. Figura 21 -Imagem das rodas do trolley. Fonte: Os autores, 2014. 5.9 RESISTÊNCIA A TOMBAMENTO Os resultados obtidos mostram que o comprimento mínimo da base necessária para a estabilidade do equipamento nas acelerações ou desacelerações 62 é de 0,41 m. Este valor é obedecido já que o valor utilizado é de aproximadamente 3 metros. A Tabela 21 demonstra os dados utilizados para o cálculo. Tabela 21- Resultados da resistência ao tombamento. A ltu ra d e el ev aç ão (m ) P es o ca rr eg am en to (N ) La rg ur a A ne ce ss ár ia (m ) P es o do eq ui pa m en to ca rr eg ad o (N ) Fi (N ) A ce le ra çã o (m /s ²) 8 100.000 0,415 23.1100 12.000 0,12 Fonte: Os autores, 2014. 5.10 FLAMBAGEM NAS COLUNAS DO PÓRTICO. A força de compressão necessária para a flambagem do perfil elasticamente e plasticamente demonstrado por Ncr e NC, é menor do que a força de compressão exercida sobre a viga, desta maneira a estrutura está segura em relação a flambagem localizada nas colunas do pórtico. O menor coeficiente de segurança é em relação a flambagem elástica com o valor de 36,9. Todos os valores utilizados para o cálculo das flambagens estão disponíveis na Tabela 22. Tabela 22- Resultados do teste de flambagem das colunas. Módulo elasticidade (mPa) Momento de Inércia (𝑚𝑚4) Kx L (mm) Resistencia
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