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Teoria dos Títulos de Crédito

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TEORIA DOS TÍTULOS 
DE CRÉDITO
Pilares da Atividade Empresarial
A atividade empresarial e o direito empresarial exigem três pilares fundamentais: 
a) a rapidez; 
b) a segurança; 
c) o crédito.
O que é o crédito?
Representa a confiança no cumprimento das obrigações, o que facilita extremamente as
transações comerciais, que nem sempre representam trocas imediatas de valores. 
Sem o crédito, a atividade empresarial não teria chegado ao nível atual de desenvolvimento. 
A palavra crédito deriva do latim creditum, que por sua vez advém de credere, que significa
confiar, ter fé. 
Sentido Moral: O crédito representaria a confiança que alguém desperta em outrem.
O crédito se traduz na confiança que uma pessoa inspira a outra de que cumprirá, no futuro,
uma obrigação contraída no presente. 
Facilitou as operações comerciais, tornando-as mais rápidas e amplas, ao conferir poder de
compra a quem não tem o dinheiro necessário para realizá-la.
Conceitos econômicos de crédito:
A ideia essencial de todas essas acepções é a da troca de um bem atual por um bem futuro. 
Sentido Jurídico: O crédito representa o direito a uma prestação do devedor. 
O crédito é a ― transação entre duas partes, na qual uma delas (o credor) entrega a outra (o
devedor) determinada quantidade de dinheiro, bens ou serviços, em troca de uma promessa de
pagamentoǁ (Maria Bernadete Miranda).
a) Crédito é a troca no tempo e não no espaço (Charles Guide); 
b) Crédito é a permissão de usar capital alheio (Stuart Mill); 
c) Crédito é o saque contra o futuro;
d) Crédito confere poder de compra a quem não dispõe de recursos para realizá-lo (Werner
Sombart); 
e) Crédito é a troca de uma prestação atual por prestação futuraǁ. 
Elementos do crédito
Na relação jurídica de crédito, haverá sempre uma troca no tempo, isto é, uma pessoa entrega
um bem atual em troca de um bem futuro (uma prestação futura).
Sérgio Carlos Covello identifica quatro elementos do crédito: 
 Crédito = confiança + tempo 
a) Confiança; 
b) Prazo; 
c) Interesse: a remuneração pela concessão do crédito, ou seja, os juros pagos pelo crédito, o que se
aplica sempre ao crédito bancário, mas não a todas as espécies de crédito. 
d) Risco: ele efetivamente é inerente a todo tipo de crédito, mas se insere na ideia mais ampla de
tempo e confiança.
Classificação do crédito
Em função da garantia assegurada ao credor: 
a) Crédito real: a garantia assenta em determinado bem móvel (penhor) ou imóvel (hipoteca) do
devedor ou de terceiro, que fica vinculado ao cumprimento da obrigação. Não havendo o
cumprimento da obrigação, o credor poderá receber o produto da venda do bem dado em
garantia. 
b) Crédito pessoal: a garantia assenta em todo o patrimônio da pessoa, e não em um bem
determinado; é a chamada garantia fidejussória (aval e fiança). Nesses casos, além do devedor
original, soma-se um garantidor, que amplia as chances de recebimento do crédito.
Quanto à finalidade de sua utilização: 
a) Créditos de consumo: os valores recebidos são aplicados na satisfação das necessidades
pessoais do beneficiário do crédito, como, por exemplo, para aquisição de bens de consumo
(carros, eletrodomésticos...). 
b) Crédito de produção: os valores recebidos são utilizados na produção de certos bens ou no
desenvolvimento de certa atividade econômica, isto é, são usados na geração de novas riquezas,
como, por exemplo, o crédito rural ou o crédito industrial.
Quanto ao prazo para o cumprimento das obrigações: 
a) Crédito de curto prazo (inferior a um ano); 
b) Crédito de médio prazo (entre um e três anos); 
c) Crédito de longo prazo (acima de três anos).
Quanto ao sujeito que recebe o crédito (devedor): 
a) Crédito público: quando o Poder Público é o beneficiário do crédito e se torna devedor. 
b) Créditos privados: quando particulares assumem a condição de devedores, nas mais variadas
situações. 
Podem se subdividir em créditos individuais, industriais, agrícolas ou marítimos, de acordo com a
sua destinação.
Quanto ao local de obtenção do crédito: 
a) Crédito Interno: obtido dentro do território nacional; 
b) Crédito Externo: obtido fora do território nacional. 
Quanto ao seu instrumento (à sua forma de representação): 
Representado juridicamente por um instrumento que pode ser: 
a) Um contrato; 
b) Um título de crédito: mais utilizado nas operações em que se pretende fazer o crédito circular.
Conceito de Título de Crédito
O título de crédito "é um documento que atesta uma operação de crédito, cuja posse é
necessária para o exercício do direito que dele deriva e para investir outras pessoas desse
direito."
O título de crédito é "o documento de um direito literal destinado à circulação, idôneo para
conferir de modo autônomo a titularidade de tal direito ao proprietário do documento e necessário
e suficiente para legitimar o possuidor ao exercício do próprio direito."
O título de crédito é "um documento criado segundo determinados requisitos de forma,
obedecendo a uma particular lei de circulação, contendo incorporado a ele o direito do legítimo
possuidor a uma prestação em dinheiro ou em mercadorias, que nele é mencionada."
O título de crédito é "o documento necessário para constituir, exercer e transferir o direito literal e
autônomo nele incorporado."
"Título de crédito é o documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele
mencionado."
Conceito Clássico de Título de Crédito
Nele estão presentes os três elementos essenciais de um título de crédito (a autonomia das
obrigações, a literalidade e a cartularidade ou incorporação), que devem ser preenchidos para
que um documento seja considerado um título de crédito. 
Pelo conceito legal o título que não contenha as formalidades essenciais é ineficaz, embora
tenha valor probatório e possa ser aperfeiçoado. 
Função do Título de Crédito
A função fundamental do título de crédito é a circulabilidade. 
Nasceram e se desenvolveram com a finalidade precípua de facilitar a circulação de direitos, com
segurança, a partir das operações de crédito. 
Trata-se de instrumento de mobilização de economias individuais e de sua transformação em
capital produtivo. 
É um bem móvel, sujeito às normas que regem os bens móveis e à disciplina dos direitos reais. 
Negociabilidade: o beneficiário do título pode negociá-lo a qualquer momento, mesmo e
principalmente antes do vencimento, facilitando-se sobremaneira a circulação do crédito. 
Executividade: caso precise cobrar judicialmente o título, já buscará sua satisfação por meio do
processo de execução.
Cambiariedade dos títulos de crédito: possibilidade de mudança do credor, ante a possibilidade
de livre transferência do crédito. 
A negociabilidade ocorre, por exemplo, por meio do endosso e da tradição, com possibilidade de
garantia pelo aval. 
A executividade confere a possibilidade de o beneficiário executar imediatamente a obrigação,
independentemente de processo de conhecimento, pois o título de crédito é um título executivo
extrajudicial. 
Os títulos de crédito possuem eficácia processual abstrata, pois permitem a realização da
execução sem a necessidade de qualquer nova demonstração da existência do crédito.
O título de crédito é um documento; 
Permite o exercício de um direito com certas características especiais. 
Há uma necessária ligação entre o título e o direito que ele representa. 
Instrumento extremamente eficaz para circulação de riquezas.
O crédito, por si só, não cria direitos. 
Antes de o crédito ser constituído, um negócio jurídico deu origem às obrigações patrimoniais
que findaram pactuadas para pagamento futuro. 
Tal negócio é que criou direitos.
Síntese
Atributos dos Títulos de Crédito
Funções dos Títulos de Crédito
Provar a existência da obrigação. 
Eventualmente, serve até para constituir a obrigação em si. 
Podem desempenhar o papel de meio técnico para o exercício de direitos de crédito (simplificam
o exercício desses direitos, dando mais certeza e segurança aos credores - Essa não é sua
função principal). 
Permitemque a simples transferência do documento transfira o direito ali representado,
assegurando à circulação dos direitos de crédito o máximo de simplicidade e segurança. 
A função primordial: Facilitar e agilizar a circulação de riquezas, permitindo o melhor
desempenho das atividades econômicas. 
Destinam-se "a tornar mais simples, rápida e segura a movimentação de bens e direitos."
Exigências para essa circulação de riquezas na economia moderna: 
a) a simplificação das formalidades; 
b) a certeza do direito que se adquire; 
c) a segurança na circulação.
Títulos de Crédito Típicos e Atípicos
Existe uma classificação que divide os títulos de crédito em: 
a) Típicos (nominados): são aqueles criados por uma legislação específica, que os regulamenta.
Ex.: Letra de câmbio, nota promissória, cheque, duplicata, cédulas e notas de crédito. 
b) Atípicos (inominados): são aqueles criados pela vontade dos próprios particulares segundo
seus interesses. 
Os particulares podem criar novos tipos de títulos de crédito não previstos em lei? 
Os títulos atípicos, embora sejam títulos de crédito, não são títulos executivos, na medida em que
a executividade pressupõe um reconhecimento legal específico.
• Como não são regulados por uma legislação específica, devem obedecer as normas do Código
Civil que tratam sobre títulos de crédito.
• Embora baseados na autonomia privada, os títulos atípicos possuem certos limites impostos pelo
Código Civil: 
• Um documento criado pelos particulares só valerá como título de crédito se contiver a data da
emissão, a indicação precisa dos direitos que confere e a assinatura do emitente (CC - Art. 889). Em
contrapartida, nenhum título atípico poderá ser ao portador (trará inscrito o nome do beneficiário).
Características dos Títulos de Crédito
a) Disciplinado pelo direito comercial/empresarial
b) Bem móvel 
c) Natureza pro solvendo 
d) Circulação 
e) Títulos de apresentação
f) Obrigação quesível 
g) Título de resgate 
h) Executividade
i) Presunção de liquidez e certeza
j) Formalismo
k) Solidariedade cambiária

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