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TÍTULOS DE CRÉDITOS

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1. Origem dos Títulos de Crédito
A palavra crédito deriva do latim creditum, que por sua vez, advém de credere, que significa confiança ou ato de fé. Assim, o crédito representaria a confiança que alguém tem no outro. Na definição de Marlon Tomazette:
O crédito representa, em uma ideia geral, a confiança no cumprimento das obrigações, o que facilita extremamente as transações comerciais, que nem sempre representam trocas imediatas de valores. Sem o crédito, a atividade empresarial não teria chegado ao nível atual de desenvolvimento. Foi ele que permitiu a expansão e o desenvolvimento das principais atividades econômicas existentes no mundo moderno. (TOMAZETTE, 2013. p. 25)
Ao buscarmos na história, verificamos que as relações comerciais passam ao longo do tempo por processos de aperfeiçoamento necessários e que alavancam de forma considerável o modo produtivo, fazendo com que novos negócios sejam possíveis. O surgimento dos títulos de crédito se deu através desse mesmo fenômeno, onde a moeda, já insuficiente para alcançar o desenvolvimento da produção, passa por um processo de desmaterialização, da qual surgiria as cartulas capazes de postecipar o adimplemento de uma obrigação. Foi na Idade Média que começaram a aparecer documentos e papéis, que reuniam os direitos de crédito de seus titulares e as obrigações de seus emitentes. Então, surge o que hoje conhecemos como Títulos de Crédito, em que constam os direitos e deveres entre credores e devedores.
2. Conceito de Títulos de Crédito
O conceito clássico acerca de Títulos de Crédito, foi formulado por Vivante, na célebre definição apresentada, é o “documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado” e assim expressa o Art. 887 do Código Civil de 2002. a Teoria de Vivante (Cesare Vivante), na qual sustenta o duplo sentido da vontade. Através de sua teoria, Vivante buscava explicar qual os ânimos do devedor quando da entrega do título, de maneira que para ele existem duas vontades, “uma originária de pessoalidade com o credor principal e outra que se concretiza pela liberdade de circulação do crédito. Assim, em relação ao credor principal existe uma relação contratual e em relação a terceiros possuidores um fundamento na obrigação de firma, pois é através deste ato que expressa a sua vontade de se obrigar.” 
Crédito 
O crédito é um desses artifícios que atestam a inventividade humana. não existe na realidade física concreta; os seres humanos, ao longo de sua evolução histórica, criaram o conceito de crédito e sua prática social, otimizando as relações econômicas e a circulação de bens. trata-se de uma evolução do contrato, ou seja, da percepção de que é melhor o ajuste, a convenção, do que a disputa física. Superou-se o estado de natureza no qual impera a força física a conquista para se ingressar em estágios mais afetos ao Direito: a confiança do contrato, o benefício da coprestação. Claro que a forma básica das relações negociais está fundada na execução presente das prestações: As partes estabelecem o contrato e executam as prestações de imediato. Com a invenção do crédito – e sua assimilação pela sociedade- há uma apropriação do futuro: troca-se uma prestação executada por uma prestação futura e a faculdade de exigir a execução futura dessa prestação. O credito na mais e do que uma faculdade jurídica ou, pelo lado oposto, uma obrigação jurídica: o credito de um e o debito de outro.
Títulos 	
Em sua origem latina, a palavra titulus traduz-se por inscrição, refere-se, portanto, ao texto que dá identidade ou adjetivação a coisa, ao fato ou a pessoa. O titular, via de consequência, é o beneficiário de um título, ou seja, de uma inscrição. Na expressão título de crédito, título e o documento em que se inscreve um crédito, tanto quanto de um débito. Mas o título não é um mero documento; e um instrumento representativo do crédito. Documento é o gênero é instrumento, à espécie. por documento tem-se qualquer registro material do fato jurídico, a incluir a declaração assinada, sua cópia (presumindo se verdadeira quando autenticada). O instrumento, no entanto, e um documento que foi especialmente confeccionado para fazer a prova de um ato, como ensinado por Moacyr Amaral Santos. O título de crédito e um instrumento que deve atender as exigências legais para que seja valido. 
Outros títulos 
Nem todos os títulos que narram a existência de um crédito submetem se ao direito cambiário. Muitos submetem se ao direito comum ou há outras regras específicas, disposta em lei própria. é o caso, por exemplo, dos ingressos para espetáculos teatrais, que não são títulos de crédito, em sentido estrito. Waldirio Bulgarelli Refere-se há uma diferenciação entre títulos de crédito é “comprovantes de legitimação e os títulos de legitimação” ,sendo os primeiros aqueles em que o direito do titular não deriva do documento ,mas de um contrato ,constituindo-se em simples prova (como ,por exemplo ,as passagens de ônibus ,os recibos de depósitos ,as fichas entregues nos guichês dos bancos etc.) Devendo ser apresentados para o cumprimento da obrigação; os segundos, documentos também meramente probatórios, caracterizam-se por serem transferíveis, operando a cessão independente de notificação, ficando, portanto, o devedor obrigado a cumprir a obrigação, como no caso dos vales postais, e outros.
3. Características Essenciais Dos Títulos De Crédito
 Do regime jurídico disciplinador pode-se extrair três princípios essenciais da caracterização dos Títulos de Crédito: cartularidade, literalidade e autonomia.
Cartularidade
Este princípio surgiu com a criação do próprio Título de Crédito, significando a materialização ou incorporação de um direito de crédito no documento, ou seja, a cártula é essencial à existência do direito nela contido, sendo necessária à sua apresentação para sua exigibilidade. Sendo assim, o exercício dos direitos representados por um Título de Crédito pressupõe a sua posse, quer dizer, somente quem exibe a cártula, papel em que se lançaram os atos cambiários constitutivo de crédito, pode pretender a satisfação do direito documentado pelo título. A pretensão de exercício do direito necessita da apresentação do título fisicamente, como forma de comprovação que daquele possuidor foi cessada a circulação, inexistindo a cártula inexiste o direito. Um exemplo concreto de observância desse princípio é a exigência de exibição do original do título de crédito na instrução da petição inicial de execução. Não basta a apresentação de cópia autêntica do título, porque o crédito pode ter sido transferido a outra pessoa e apenas o possuidor do documento será legítimo titular do direito creditório.
Literalidade
Etimologicamente, a palavra literal significa rigorismo, isto é, algo está subordinado ao rigor das palavras ou restrito a uma questão formal. A partir desse conceito, podemos inferir que esse princípio somente é válido àquilo que está, literalmente, expresso no título, visto que, só tem importância para as relações jurídico cambiais o que se apresenta na cártula. Então, esses aspectos da literalidade são responsáveis pela facilitação na circulação do crédito documentado em Título de Crédito. Com isso, fica evidente a importância desse princípio no cumprimento da sua principal função, que é a circulação do crédito, já que se configura como a certeza que o portador do título tem sobre o conteúdo e de seu crédito. Em vista disso, este princípio assegura o devedor, assim como o credor, pois não poderá aquele que se obriga a pagar determinada quantia ser exigido a pagar valor a mais, e muito menos se eximir de pagar a quantia total, já que o valor dever do devedor e de direito do credor será o que estiver escrito. Dessa maneira, constata-se que o Título de Crédito somente será válido se obedecer aos critérios e requisitos exigidos pela lei, entretanto, para a questão da literalidade só será considerado válido o que estiver escrito no título, ou seja, a sua literalidade.
Autonomia
Este princípio é o mais importante do direito cambial, pois eleconcede ao título uma independência da obrigação que o gerou, ou seja, segundo esse princípio, quando um único título documenta mais de uma obrigação, a eventual invalidade de qualquer uma dela não prejudica as demais relações abrangidas, isto é, o título não deixará de exercer suas obrigações Para o autor Ricardo Negrão ao expor sobre assunto diz: “A autonomia é a característica dos títulos de crédito que garante a independência obrigacional das relações jurídicas subjacentes, simultâneas ou sobrejacentes à sua criação e circulação e impede que eventual vício existente em uma relação se comunique às demais ou invalide a obrigação literal inscrita na cártula. Assumidas.”
Abstração
A abstração é encontrada em alguns Títulos de Crédito e consiste no total desligamento do título ao negócio que lhe deu origem, quer dizer, mantêm-se independentes umas das outras. É uma formulação que dá relevância à ligação entre o Título de Crédito e sua relação.
Contudo, é importante considerar que, quando se realiza a transferência do título para terceiros de boa-fé, automaticamente opera-se o desligamento entre o documento e a relação originária, e através disso, o devedor fica impossibilitado de exonerar-se de suas obrigações cambiárias, por razões de irregularidade, nulidade ou vícios. Logo, a abstração complementa junto com a inoponibilidade das exceções pessoais, a proteção do credor e devedor.

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