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Displasia Congênita do Quadril

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1 
Khilver Doanne Sousa Soares 
 Displasia Congênita de Quadril 
Problema 32; 5º período; “O quadril que estala”; 1. Discutir os principais defeitos congênitos ósseos com ênfase em displasia congênita de quadril; 2. Rever e estudar as 
principais manobras do exame físico (Barlow e Ortolani); 3. Analisar as principais patologias osteomusculares na infância.
 
O termo “displasia do desenvolvimento do 
quadril” (DDQ) se refere a um espectro de 
patologias do desenvolvimento da articulação 
imatura do quadril. Antes chamada de luxação 
congênita do quadril, a DDQ descreve com maior 
precisão as variadas apresentações do distúrbio, 
abrangendo tanto displasias leves quanto 
luxações acentuadas. 
O termo displasia acetabular se refere às 
anomalias de morfologia e desenvolvimento do 
acetábulo. A subluxação do quadril é definida 
como a presença de contato parcial entre a 
cabeça do fêmur e o acetábulo; e a luxação do 
quadril, como a ausência de contato entre as 
superfícies articulares do quadril. 
Embora sua etiologia continue 
desconhecida, as DDQs têm como resultado final 
o aumento da frouxidão articular, o que causa 
falha na manutenção da estabilidade da 
articulação femoroacetabular. Esse aumento da 
instabilidade resulta provavelmente de uma 
combinação de fatores hormonais, mecânicos e 
genéticos. 
As DDQs são mais comuns entre pacientes do sexo 
feminino (80%) 
Qualquer condição que provoque a 
diminuição do espaço intrauterino e, em 
consequência, a redução do espaço para que o 
feto se movimente normalmente pode estar 
associada às DDQs. Entre essas condições, estão 
oligodramnia, peso elevado ao nascer e primeira 
gestação. A alta taxa de associação entre as 
DDQs e outras anormalidades da moldagem 
intrauterina, como torcicolo e metatarso aduzido, 
sustenta a teoria de que o fenômeno de 
constrição exerce um papel patogênico. O quadril 
esquerdo é acometido com maior frequência. Na 
posição fetal mais comum, esse quadril é 
habitualmente forçado à adução pelo sacro 
materno. 
Nas DDQs, podem se desenvolver diversas 
alterações anatômicas secundárias capazes de 
evitar a redução. O tecido adiposo no fundo da 
cavidade, conhecido como pulvinar, e o ligamento 
redondo podem se hipertrofiar, impedindo a 
redução da cabeça do fêmur. Com frequência, o 
ligamento acetabular transverso também se 
torna mais espesso, o que efetivamente diminui 
a abertura do acetábulo. Além disso, o tendão 
encurtado do iliopsoas se tensiona ao longo da 
parte anterior do quadril, conferindo um formato 
de ampulheta à cápsula do quadril, o que 
restringe o acesso ao acetábulo. Com o tempo, a 
cabeça deslocada do fêmur pressiona a borda do 
acetábulo e o labrum, fazendo com que o labrum 
se dobre para dentro e se torne mais espesso. 
O formato normal da cabeça do fêmur e do 
acetábulo depende de uma redução concêntrica 
entre os dois. Quanto mais tempo o quadril 
permanecer luxado, mais provável é que o 
acetábulo de desenvolva de forma anormal. Sem 
a cabeça do fêmur para moldá-lo, o acetábulo vai 
se tornando cada vez mais raso - com teto 
oblíquo e parede medial mais espessa. 
Achados Clínicos 
As DDQs são assintomáticas em recém-
nascidos, e é necessário investigá-las por meio de 
manobras específicas. O exame físico deve ser 
feito com o bebê despido e em posição supina. 
A manobra provocativa de Barlow avalia o 
potencial de luxação de quadris não deslocados. 
O examinador faz a adução do quadril flexionado 
e empurra a coxa posteriormente, de maneira 
2 
Khilver Doanne Sousa Soares 
suave, em um esforço para deslocar a cabeça do 
fêmur. Em testes positivos, sente-se o quadril 
deslizar para fora do acetábulo. À medida que se 
diminui o empuxo proximal, é possível sentir o 
quadril deslizar de volta para o acetábulo. 
 
Fonte: KLIEGMAN, Robert M. et. al. Nelson Tratado de 
Pediatria. 20. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. O teste 
provocativo de Barlow é realizado com os joelhos e os 
quadris do paciente flexionados. A, Segurando os 
membros do paciente cuidadosamente, com a coxa em 
adução, o examinador aplica uma força posterior direta. 
B, Esse teste é positivo nos casos de quadril deslocável. 
O teste de Ortolani é o oposto da manobra 
de Barlow: o examinador tenta reduzir quadris 
luxados. Ele segura a coxa da criança entre o 
polegar e o indicador e, com o quarto e o quinto 
dedos, ergue o trocanter maior, ao mesmo tempo 
que faz a abdução do quadril. Quando o teste é 
positivo, a cabeça do fêmur desliza para dentro 
da cavidade com um leve “ruído” surdo, que é 
palpável, mas, em geral, inaudível. A manobra deve 
ser realizada de forma suave e não forçada. 
 
Fonte: KLIEGMAN, Robert M. et. al. Nelson Tratado de 
Pediatria. 20. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. Manobra 
de Ortolani é o sinal da esfera da cabeça do fêmur se 
movendo para dentro e para fora do acetábulo. A, O 
examinador segura a coxa do paciente e, suavemente, 
faz a abdução do quadril, ao mesmo tempo que ergue o 
trocanter maior com dois dedos. B, Quando o teste é 
positivo, a cabeça deslocada do fêmur retorna ao 
acetábulo, com um solavanco palpável, quando o quadril 
é abduzido. 
O “estalo” do quadril é a sensação (ou som) 
experimentada com maior frequência ao fim da 
abdução nas manobras de Barlow e Ortolani para 
identificar DDQs. 
Quando o bebê chega aos 2 a 3 meses de 
vida, os tecidos moles começam a se comprimir, 
e os testes de Ortolani e Barlow deixam de ser 
confiáveis. Nessa faixa etária, é necessário que o 
examinador busque outros achados físicos 
específicos, como abdução limitada do quadril, 
encurtamento aparente da coxa, localização 
proximal do trocanter maior, assimetria das 
pregas das nádegas e das coxas e posição do 
quadril. A abdução limitada é o sinal mais 
confiável de luxação do quadril nessa idade. 
O encurtamento da coxa - sinal de Galeazzi 
- é mais bem observado colocando-se os dois 
quadris em flexão de 90 graus e comparando-se 
a altura dos joelhos para verificar se há 
assimetria. 
3 
Khilver Doanne Sousa Soares 
 
Fonte: KLIEGMAN, Robert M. et. al. Nelson Tratado de 
Pediatria. 20. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. 
Assimetria das pregas da coxa em criança com displasia 
do desenvolvimento do quadril. 
 
Fonte: KLIEGMAN, Robert M. et. al. Nelson Tratado de 
Pediatria. 20. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. Sinal de 
Galeazzi positivo em criança com displasia do 
desenvolvimento do quadril não tratada. 
 
Fonte: KLIEGMAN, Robert M. et. al. Nelson Tratado de 
Pediatria. 20. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. Teste de 
Klisic. A, Em quadris normais, a linha imaginária traçada 
da ponta do indicador posicionado na crista ilíaca do 
paciente até o dedo médio posicionado no trocanter 
maior deve apontar para o umbigo. B, Em quadris 
luxados, a linha traçada entre as pontas dos dois dedos 
corre abaixo do umbigo, porque o trocanter maior está 
anormalmente alto. 
Ultrassonografia 
Por ser superior à radiografia para analisar 
estruturas cartilaginosas, a ultrassonografia é o 
teste diagnóstico de escolha nas DDQs antes do 
aparecimento do núcleo de ossificação da cabeça 
do fêmur. Até a 4ª semana de vida, entretanto, 
deve-se preferir o exame físico à 
ultrassonografia, dada a alta taxa de 
ultrassonografias falso-positivas nessa faixa 
etária. Além de mostrar a relação estática entre 
o fêmur e o acetábulo, a ultrassonografia fornece 
dados dinâmicos sobre a estabilidade da 
articulação do quadril. A ultrassonografia pode ser 
usada para monitorar o desenvolvimento do 
acetábulo, em particular nas crianças em 
tratamento com o suspensório de Pavlik. 
Radiografia 
O exame radiográfico é indicado em 
lactentes logo que a epífise femoral proximal se 
ossifique, normalmente entre 4 e 6 meses de 
vida. Nessa idade, a radiografia provou ser mais 
eficaz, menos custosa e menos dependente do 
operador que a ultrassonografia. 
 
 
4 
Khilver Doanne Sousa Soares 
 
Fonte: KLIEGMAN, Robert M. et. al. Nelson Tratado de 
Pediatria. 20. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,2018. A-C, 
Medições radiográficas são úteis na avaliação de 
displasias do desenvolvimento do quadril. A linha de 
Hilgenreiner atravessa as cartilagens trirradiadas. A linha 
de Perkins, traçada na borda lateral do acetábulo, é 
perpendicular à de Hilgenreiner. O núcleo de ossificação 
da cabeça do fêmur deve estar localizado no quadrante 
inferior medial da interseção dessas duas linhas. A linha 
de Shenton desenha uma curva ao longo da metáfise 
femoral e se conecta harmoniosamente com a borda 
interna do púbis. Em crianças com luxação ou subluxação 
do quadril, essa linha se divide em dois arcos separados, 
sendo classificada como “interrompida”. O índice 
acetabular é o ângulo que se forma entre a linha traçada 
ao longo da borda do acetábulo e a linha de Hilgenreiner. 
Em crianças sem anormalidades, tem em média 27,5°, 
diminuindo com a idade. 
O objetivo da conduta das DDQs é obter e 
manter uma redução concêntrica da cabeça do 
fêmur no acetábulo, de modo a proporcionar o 
ambiente ideal para o desenvolvimento normal 
tanto da cabeça do fêmur quanto do acetábulo. 
Quanto mais tarde for feito o diagnóstico de 
DDQ, mais difícil será alcançar esse objetivo, 
menor será o potencial de remodelamento do 
acetábulo e do fêmur proximal e mais complexo 
será o tratamento necessário. 
Recém-nascidos com teste de Barlow 
positivo (quadril reduzido, mas deslocável) ou teste 
de Ortolani positivo (quadril luxado, mas passível de 
redução) devem, na maioria das vezes, ser 
tratados com o suspensório de Pavlik tão logo o 
diagnóstico tenha sido feito. A conduta de recém-
nascidos com menos de 4 semanas de vida está 
menos definida. Uma parcela significativa desses 
quadris se normaliza em 3 a 4 semanas, e por 
esse motivo, antes de tomar decisões relativas ao 
tratamento muitos médicos preferem reexaminar 
esses recém-nascidos depois de algumas 
semanas. 
A displasia acetabular, a luxação e a 
subluxação podem ser facilmente tratadas com 
o suspensório de Pavlik. Embora outras órtoses 
estejam disponíveis (aparelho de von Rosen, 
travesseiro de Frejka), o suspensório de Pavlik 
continua a ser o mais utilizado em todo o mundo. 
Se um quadril com teste de Ortolani positivo for 
mantido no suspensório de Pavlik, em tempo 
integral, por 6 semanas, a instabilidade se resolve 
em 95% dos casos. Depois de 6 meses de vida, a 
taxa de falha terapêutica se torna maior que 
50%, porque é difícil manter no suspensório de 
Pavlik crianças que são cada vez mais ativas e já 
engatinham. Dado o risco de paralisia do nervo 
femoral, a flexão excessiva não é recomendada. 
As tiras posteriores são projetadas para estimular 
a abdução. Normalmente, são ajustadas para 
possibilitar a adução quase neutra, uma vez que 
a abdução forçada pelo suspensório pode causar 
necrose avascular da epífise do fêmur. 
 
Fonte: KLIEGMAN, Robert M. et. al. Nelson Tratado de 
Pediatria. 20. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. Fotografia 
de um suspensório de Pavlik. 
 
 
5 
Khilver Doanne Sousa Soares 
 
REFERÊNCIAS 
KLIEGMAN, Robert M. et. al. Nelson Tratado de 
Pediatria. 20. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. 
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