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Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ)

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1 DISPLASIA DO DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL (DDQ) 
Gizelle Felinto 
INTRODUÇÃO 
➢ DEFINIÇÃO → a displasia do desenvolvimento do quadril é uma 
ampla faixa de anormalidades anatômicas do quadril, sendo de 
natureza congênita ou desenvolvidas nos primeiros meses de vida 
da criança 
• Manifesta-se de diversas formas → pode se manifestar 
desde formas mais leves até formas mais graves 
• Caso não seja tratada, a deformidade é progressiva 
➢ CONCEITOS: 
• Displasia: 
▪ Achado radiográfico de obliquidade aumentada e perda 
da concavidade do acetábulo 
▪ Ou seja, o quadril displásico fica reto, não tendo mais 
sua conformidade côncava. Assim, quando o acetábulo 
fica reto, a cabeça do fêmur começa a luxar 
▪ Displasia acetabular → é caracterizada pelo 
acetábulo imaturo, com a concavidade rasa, que pode 
acarretar a Subluxação ou a luxação da cabeça do 
fêmur 
• Subluxação → cabeça do fêmur deslocada, mas ainda 
apresentando contato com a cavidade acetabular 
• Luxação → ocorre perda total da congruência articular 
▪ A cabeça do fêmur sai totalmente do acetábulo 
EPIDEMIOLOGIA 
➢ 1 – 1,5/1000 → estudos mais recentes indicam que a cada 1000 
crianças nascidas, cerca de 1 a 1,5 apresentam displasia do 
desenvolvimento do quadril 
➢ Há grande variação geográfica e racial 
➢ Incidência: 
• A incidência aumenta quando a Ultrassonografia é utilizada 
para fazer o exame de crianças 
• Maior incidência em meninas (8:1 – proporção de 8 meninas 
para cada 1 menino): 
▪ Isso ocorre porque um dos fatores de risco para a 
doença é a frouxidão ligamentar, que é mais comum no 
sexo feminino 
• Incidência maior no quadril esquerdo: 
▪ Isso ocorre devido à posição intrauterina, pois, 
geralmente, a criança fica como quadril esquerdo em 
contato com o cóccix da mãe, o que acaba 
pressionando a região e causando a displasia 
ETIOLOGIA 
➢ É influenciada por elementos hormonais e genéticos 
➢ É multifatorial, podendo ter as seguintes causas: 
• Frouxidão ligamentar 
• Posicionamento pré-natal 
• Posicionamento pós-natal (bebês embalados com as 
pernas em extensão): 
▪ É muito comum ter-se um alto índice de displasia na 
América do Norte, pois, geralmente, nesses locais os 
bebês são embalados em forma de “charuto”, com as 
pernas em extensão, o que predispõe à luxação do 
quadril 
• Predileção racial: 
▪ Negros e asiáticos apresentam baixa incidência: 
✓ Na África, por exemplo, as mães seguram as 
crianças em panos com o quadril em abdução, o 
que favorece o contato da cabeça do fêmur com o 
acetábulo 
▪ Há alta incidência em norte-americanos → devido ao 
fato de os bebês serem embalados em forma de 
“charuto” 
 
➢ Condições associadas: 
• Torcicolo Congênito → aumenta-se o risco de displasia para 
14 a 20% 
• Metatarsus Adductus → aumenta-se o 
risco de displasia para 1,5 a 10% 
• Oligodrâmnio nas Primiparas (mães de 
primeira viagem) → pois diminui o 
 
- Quadril Normal → é côncavo 
- Quadril Displásico → é plano 
- Quadril Subluxado → ainda há contato da cabeça do fêmur com a articulação 
- Quadril Luxado → cabeça do fêmur sem contato com a articulação 
 
Critérios de Wynne-Davies 
Servem para avaliar a frouxidão ligamentar. Assim, solicita-se ao paciente que 
faça as seguintes manobras: 
(A) Encostar o polegar no antebraço → pacientes com frouxidão ligamentar 
conseguem encostar 
(B) Extensão do punho → hiperextensão 
(C) Extensão do cotovelo → hiperextensão 
(D) Extensão do joelho → hiperextensão (> 15°) 
(E) Dorsiflexão do pé → esses pacientes apresentam esse movimento > 60° 
 
 
 
 
 
Posição Pré-Natal 
Geralmente, quando se analisa o 
ultrassom, as crianças apresentam-se 
nas seguintes posições: 
(A) Dupla flexão do quadril → isso 
diminui o risco de displasia 
(B) Um dos quadris em extensão → 
aumenta-se o risco de displasia 
para 2% 
(C) Dupla extensão do joelho → 
aumenta-se o risco de displasia 
para 20% 
 
2 DISPLASIA DO DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL (DDQ) 
Gizelle Felinto 
espaço intraútero da criança, fazendo com que ela fique 
mais apertada no útero, o que predispõe que ela tenha um 
maior contato do quadril com o cóccix e acabe 
desenvolvendo a displasia 
• Artrogripose → é uma patologia na qual ocorre uma 
deformidade nas articulações do crescimento da criança 
FISIOPATOLOGIA 
➢ A displasia do desenvolvimento do quadril é uma desordem 
progressiva, caso não seja tratada 
➢ Essa displasia apresenta alterações anatômicas distintas → 
muitas dessas desordens são inicialmente reversíveis, caso 
sejam diagnosticadas e tratadas precocemente 
➢ Pode ocorrer deslizamento repetido entre a cabeça do fêmur 
e o acetábulo → ou seja, podem ocorrer luxações recorrentes. 
Por isso, é necessário que o médico sempre acompanhe essa 
criança de perto 
➢ O quadril é instável ao nascimento: 
• Pode reduzir espontaneamente e se desenvolver de forma 
normal 
• Porém, um fator que costuma impedir essa redução é o 
tendão do músculo Iliopsoas: 
▪ Quando o quadril luxa, 
o tendão do iliopsoas 
vai para dentro da 
articulação, fazendo 
com que a cabeça do 
fêmur não volte para o 
acetábulo, impedindo essa redução do quadril 
➢ ALTERAÇÕES ANATÔMICAS: 
• Hipertrofia do Lábrum → é o que ocorre de mais importante 
na fisiopatologia da displasia do desenvolvimento do quadril 
▪ O lábrum é uma continuidade do acetábulo, abraçando 
a cabeça do fêmur e fazendo parte da cápsula articular. 
Assim, o lábrum serve como um estabilizador 
▪ Quando o lábrum começa a hipertrofiar, ele vai 
causando uma inversão, ocupando o lugar da cabeça do 
fêmur no acetábulo → o lábrum fica bastante espesso, 
e quando a cabeça do fêmur começa a sair (luxar), ele 
entra e ocupa o lugar no acetábulo 
▪ Ou seja, a principal causa da displasia do 
desenvolvimento do quadril é a hipertrofia do labrum, 
que causa uma consequente luxação da cabeça do 
fêmur 
• Alterações da cabeça femoral e acetábulo: 
▪ Perda da concavidade acetabular → torna-se mais 
plano, pois o acetábulo necessita da cabeça do fêmur o 
empurrando para que ele tenha o formato côncavo (nas 
crianças, a cartilagem trirradiada do acetábulo ainda 
não se encontra ossificada, por isso que ela precisa 
desse suporte da cabeça do fêmur para esse formato 
côncavo) 
• Espessamento do acetábulo 
• Cabeça femoral adquire um formato mais oval e achatado 
medialmente 
• Cartilagem atrofiada ou ausente → a partir do momento em 
que se tem uma luxação, a cartilagem acaba perdendo o seu 
suprimento de líquido sinovial, tornando-se uma cartilagem 
atrofiada, ou até mesmo desaparecendo 
• Esclerose subcondral 
• Formação de cistos e osteófitos → ou seja, inicia-se um 
processo de artrose 
 
QUADRO CLÍNICO 
➢ NEONATOS: 
• Em toda criança que nasce, independentemente do local em 
que houve esse nascimento (hospital de grande porte ou 
hospital do interior), deve-se realizar algumas manobras, 
que são a manobra de Ortolani e a manobra de Barlow, 
que são responsáveis por testar se o quadril desse neonato 
é instável 
• Manobra de Ortolani: 
▪ Avalia luxação 
▪ O que é→ Quando o quadril está luxado e o médico vai 
reduzi-lo. Ou seja, quando um recém-nascido com o 
quadril luxado é examinado e com essa manobra de 
Ortolani a cabeça femoral é reduzida com o acetábulo 
▪ Como é feita: 
✓ Geralmente, faz-se 
abdução apenas de 
um quadril ou dos 
dois quadris ao 
mesmo tempo 
✓ Com a criança em 
posição supina (decúbito dorsal), faz-se a flexão 
do quadril a 90° e a dupla abdução do quadril (ou 
apenas de um lado), e com o indicador faz-se uma 
pressão no trocanter maior para a região 
Normal Hipertrofia 
 
Radiografia em incidência anteroposterior (AP) 
- Trata-se de um osso imaturo, pois vê-se a fise de crescimento da cartilagem trirradiada 
aberta (círculos azuis) 
- A cabeça do fêmur, que deveria estar articulada no acetábulo (seta verde), se encontra 
no ilíaco (seta amarela) → quando issoocorre, o organismo do indivíduo cria nessa região 
do osso ilíaco um neoacetábulo para acoplar essa cabeça do fêmur. Dessa forma, uma 
criança com uma deformidade como essa consegue andar 
 
 
3 DISPLASIA DO DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL (DDQ) 
Gizelle Felinto 
superior (anteriorização do quadril). Assim, 
sente-se um “click”, que é quando a cabeça 
femoral retorna para o acetábulo (redução do 
quadril) 
▪ Sinal de Ortolani → ao realizar a manobra o médico 
sente um “click” palpável (não audível) 
• Manobra de Barlow: 
▪ É o contrário da manobra de Ortolani 
▪ Avalia instabilidade 
▪ Como é feita → com a criança em posição supina e 
com o quadril reduzido, coloca-se o quadril em adução 
(junta-se as pernas do bebê) e faz-se uma pressão do 
joelho para posterior. Com essa manobra, ocorre a 
luxação da cabeça do fêmur 
▪ Sinal de Barlow → ao realizar a manobra ocorre 
luxação da cabeça femoral com retorno à posição após 
diminuir a pressão 
• As manobras de Ortolani e de Barlow são feitas 
simultaneamente. Assim, a partir do momento em que se faz 
a Ortolani, logo em seguida já se pode fazer a Barlow 
➢ CRIANÇAS > 3 MESES: 
• Limitação da abdução do lado afetado (Sinal de Hart): 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ É o principal sinal de luxação do quadril 
▪ Deve-se abduzir ambos os quadris simultaneamente 
▪ A criança não consegue abrir os dois quadris, pois o 
quadril com displasia não abre completamente, pelo 
fato de não estar articulado. Já o outro quadril 
consegue abduzir totalmente 
• Sinal de Galleazzi (encurtamento da coxa – assimetria do 
joelho): 
▪ Como é feita a 
manobra → com a 
criança em decúbito 
dorsal, faz-se a flexão do 
quadril e a flexão do 
joelho a 90°. Assim, 
olha-se de frente para a criança para analisar a altura 
do joelho, e o joelho mais baixo encontra-se luxado, pois 
a luxação é para posterior 
• Descolamento proximal do trocanter maior 
• Assimetria das pregas glúteas e poplíteas (Sinal de Peter 
Bade): 
▪ Olha-se o bebê de 
frente e de costas 
▪ Quando se tem mais 
pregas isso significa 
que o quadril está 
luxado, pois toda a 
articulação sobe e 
forma-se mais pregas 
cutâneas 
➢ CRIANÇAS COM MARCHA: 
• A marcha pode ser tardia, mas estudos mais recentes não 
consideram esse atraso significativo 
• Lado afetado aparenta ser mais curto 
• Apoio do pé nas pontas dos dedos no lado acometido → para 
tentar equilibrar esse encurtamento do lado afetado 
• Marcha de Trendelenburg → a pelve cai quando o quadril 
afetado aduz 
▪ Marcha em que a criança 
tente a “pender” para o lado, 
pois, além de o quadril estar 
encurtado, possivelmente 
essa criança também tem 
uma insuficiência do músculo 
glúteo médio 
▪ Ou seja, a criança se apoia 
com a ponta do pé, e devido à 
insuficiência do glúteo médio ela pende o quadril 
▪ Atenção → é diferente do Sinal de Trendelenburg 
• Sinal de Trendelenburg: 
 
▪ Como é feita → pede-se para que a criança levante 
uma das pernas 
▪ Criança com quadril normal → quando a criança 
levanta a perna, as asas do ilíaco de ambos os quadris 
ficam da mesma altura 
▪ Criança com quadril displásico → quando a criança 
levanta a perna, devido à deficiência do músculo glúteo 
médio, o quadril da criança pende para o lado 
DIAGNÓSTICO 
➢ ULTRASSONOGRAFIA (USG): 
• Indicada para neonatos 
• Deve ser utilizada somando-se aos achados clínicos 
• Avalia a relação entre a cabeça do fêmur e o acetábulo 
• É útil para identificar falhas no tratamento inicial 
• Se negativa → não descarta apresentação tardia da doença 
Normal Displásico 
 
4 DISPLASIA DO DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL (DDQ) 
Gizelle Felinto 
▪ Assim, deve-se ficar acompanhando essa criança, pois 
ela pode desenvolver a displasia aos 3 meses de idade, 
por exemplo 
• Método de Graf → o transdutor é posicionado sobre o 
trocanter maior 
▪ Nesse método, traçam-se 
3 linhas que criam 2 
ângulos (alfa e beta): 
✓ Ângulo alfa → 
quando esse ângulo 
aumenta, significa 
que a cabeça do fêmur está subluxando (saindo da 
articulação) 
o Assim, em uma criança com displasia do 
quadril, ao ser realizado o USG, observa-se 
que há um aumento do ângulo alfa 
▪ Classificação de Graf: 
✓ Tipo 1 = normal 
✓ Tipo 2 = quadril imaturo ou com pequeno grau de 
anormalidade 
✓ Tipo 3 = subluxação 
✓ Tipo 4 = luxação (perda total da congruência 
articular) 
 
➢ RADIOGRAFIA: 
• Só é utilizada a partir de 3 a 6 meses de idade, pois é 
apenas nesse período que ela começa a evidenciar 
alterações: 
▪ Antes desse período o fêmur proximal ainda não está 
ossificado. Assim, após os 3 meses de idade a 
cartilagem trirradiada começa a ossificar, sendo 
apenas após os 3 meses de idade que o fêmur proximal 
começa a aparecer no raio-x 
▪ Se o raio-x fosse feito antes dos 3 meses de idade da 
criança, não se conseguiria ver a cabeça do fêmur 
• Com a radiografia é necessário traçar algumas linhas: 
 
▪ Linhas: 
✓ Linha de Hilgenreiner → através das cartilagens 
trirradiadas 
o É a primeira linha traçada, cruzando as duas 
cartilagens trirradiadas 
✓ Linha de Perkin → perpendicular (90°) à linha de 
Hilgenreiner, na altura da margem lateral do 
acetábulo (tangenciando a borda superior do 
acetábulo) 
✓ Linha/Arco de Shenton → linha curva que 
contorna o trocanter menor, o colo do fêmur e a 
margem púbica 
o Ou seja, é um arco que se inicia no colo do 
fêmur e vai progressivamente até o forame 
obturatório 
o Quando ocorre a luxação da cabeça do 
fêmur, que se desloca para cima, ao se fazer 
esse arco de Shenton, ele irá do colo do 
fêmur até o acetábulo = displasia do 
desenvolvimento do quadril 
▪ Ao se traçar as linhas de Hilgenreiner e a de Perkin: 
✓ Forma-se 4 quadrantes: 
o Súpero-medial 
o Súpero-lateral 
o Ínfero-lateral 
o Ínfero-medial → onde se localiza a epífise 
da cabeça do fêmur em indivíduos normais 
✓ Em uma radiografia normal, de um quadril sem 
displasia, a epífise da cabeça femoral deve estar 
no quadrante ínfero-medial 
• Índice Acetabular: 
 
▪ Ângulo entre a linha de Hilgenreiner e a superfície 
acetabular → traça-se uma linha que liga a borda 
inferior do acetábulo à sua borda superior, formando-
se esse ângulo com a linha de Hilgenreiner 
▪ Valores normais: 
✓ Neonato = 27,5° 
✓ 6 meses = 23,5° 
✓ 2 anos = 20° 
▪ O limite do normal é 30° 
▪ Displasia do desenvolvimento do quadril = grau do 
índice acetabular > 30° 
✓ Quanto maior esse ângulo, mais Displásico é o 
acetábulo 
TRATAMENTO 
➢ O tratamento da displasia do desenvolvimento do quadril é de 
acordo com a idade da criança 
 
 
Método de Graf 
- Vê-se esse “Y” (seta azul) e no meio dele tem-se a cabeça do fêmur 
Quadrante 
Súpero-medial 
Quadrante 
Súpero-lateral 
Quadrante 
Ínfero-medial 
Quadrante 
Ínfero-lateral 
 
5 DISPLASIA DO DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL (DDQ) 
Gizelle Felinto 
➢ NEONATOS ATÉ 6 MESES: 
• Suspensório/Colete de Pavlik: 
 
▪ O que é → é um suspensório que passa pela linha 
axilar e apresenta duas faixas: 
✓ Faixa anterior → faz a flexão do quadril (essa 
flexão não pode ser > 120°) 
o Cuidado! → se for dada uma flexão muito 
acentuada, pode-se lesar o nervo femoral da 
criança 
✓ Faixa posterior → faz a abdução do quadril 
✓ Quando se tem a flexão e a abdução do quadril, 
isso favorece o contato da cabeça do fêmur com 
o acetábulo, fazendo com que não ocorra a 
luxação 
▪ Quando iniciar o tratamento: 
✓ Tratamento imediato → em crianças com sinal de 
Ortolani e/ou de Barlow positivo 
o Aplica-se o colete e inicia-se o 
acompanhamento semanal com USG 
✓ Tratamento posteriormente → quando a criança 
é clinicamente normal, mas tem ultrassom 
positivo 
o Deve-se solicitar novo USG em 6 semanas 
→ se o USG continuar positivo, deve-se 
iniciar o tratamento com o suspensório 
▪ Após a colocação do colete: 
✓ Deve-se manter por 6 semanas 
✓ Realiza-se o acompanhamento semanalda 
criança com: 
o Ultrassonografia (USG) 
✓ A criança utiliza o suspensório 24h por dia (não se 
tira nem para a criança tomar banho) 
✓ Orienta-se os pais quanto à higiene da criança 
▪ Quando a criança completa 3 a 4 meses → solicita-
se o Raio-x para que sejam traçadas as linhas 
✓ Raio-x sem alterações → pode-se realizar o 
acompanhamento da criança anualmente 
▪ Falha no tratamento: 
✓ Exemplo → quadril continua luxando ou quando o 
quadril luxa e não se consegue reduzir 
✓ Conduta → Tratamento Cirúrgico: 
1. Redução fechada sob anestesia: 
❖ Não se consegue realizar essa redução 
fechada quando o tendão do músculo 
iliopsoas interpõe e impede essa 
redução 
2. Redução aberta → caso não se consiga a 
redução fechada 
 
➢ CRIANÇAS DE 6 MESES A 2 ANOS: 
• Essa mudança de tratamento se deve ao fato de que as 
crianças com mais de 6 meses já conseguem retirar o 
suspensório de Pavlik sozinhas, tornando o tratamento difícil 
• Objetivos do tratamento: 
▪ Obter e manter a redução → manter a articulação no 
local 
▪ Poupar a cabeça femoral → evita-se que ocorra 
necrose ou que se desenvolva uma artrose, por 
exemplo 
• Não se deve esperar a ossificação para realizar a redução 
(porém, esse dado diverge entre os estudos) 
• Tração pré-redução → pode-se realizar uma tração antes 
da redução, para ver se é possível ganhar um pouco mais de 
comprimento para posteriormente realizar-se a redução 
• Redução Fechada: 
▪ Como é feita: 
✓ Faz-se sob anestesia 
✓ Flexão maior que 90° e abdução gradual 
✓ Levantamento gradual do trocanter 
✓ Redução palpável 
✓ Deve-se realizar os testes de amplitude do 
movimento e de estabilidade ao final da redução 
fechada 
✓ Posteriormente, coloca-se um gesso pélvico 
podalico: 
o A criança fica 
com flexão do 
quadril, dupla 
abdução e com 
um corte no 
gesso para 
que sejam 
feitas suas 
necessidades 
fisiológicas e a higiene de sua região íntima 
o Esse tratamento é bastante difícil, 
principalmente em relação à higiene, pois, às 
vezes, pode acabar caindo urina e fezes 
nesse gesso 
o Coloca-se esse gesso para manter a 
redução 
o Esse tipo de gesso também é muito utilizado 
em fraturas de fêmur 
• Redução Aberta: 
▪ Indicações: 
✓ Quadril instável após a redução fechada (Ex: faz-
se a redução fechada e o quadril continua 
luxando) 
✓ Alguns centros de tratamento indicam nos 
seguintes casos também: 
o Quando há espaço articular aumentado entre 
a cabeça do fêmur e o acetábulo → pois 
pode-se suspeitar de que há alguma 
alteração nesse espaço, como uma sinovite 
ou um tendão que esteja interpondo 
 
6 DISPLASIA DO DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL (DDQ) 
Gizelle Felinto 
o Como primeira opção de tratamento para a 
displasia em crianças de 6 meses a 2 anos 
▪ Como é feita: 
✓ O acesso cirúrgico pode ser medial ou anterior 
→ alguns profissionais consideram o acesso 
anterior mais seguro 
▪ Em alguns casos, é necessária a realização de uma 
Osteotomia para o encurtamento do fêmur: 
✓ Faz-se um corte no fêmur da criança, encurtando-
se esse osso para que se consiga a redução 
✓ É indicada nos seguintes casos: 
o Quando há pressão excessiva na cabeça do 
fêmur após a redução 
o Em crianças > 2 anos 
➢ CRIANÇAS > 2 ANOS: 
• Nessas crianças, as luxações costumam ser mais 
acentuadas, podendo haver um encurtamento femoral muito 
significativo → esse encurtamento pode limitar a redução, 
pois se ele for > 9cm, não se pode tracionar o membro mais 
que 9cm (não se consegue ganhar tudo isso na tração), caso 
contrário ocorrerá a lesão do nervo ciático da criança 
• Osteotomia → para o encurtamento do fêmur 
▪ Nos casos em que há um encurtamento acentuado do 
membro, pois na tração, quando se quer ganhar um 
pouco de tamanho, pode-se acabar lesando o nervo 
ciático 
▪ Muitas vezes, essa osteotomia para o encurtamento do 
fêmur é necessária na osteotomia pélvica 
• Osteotomia Pélvica (Salter ou Pemberton): 
▪ Osteotomia de Salter → é a mais utilizada 
✓ Retira-se uma parte do osso ilíaco e aumenta-se 
o espaço do acetábulo, para fazer com que a 
cabeça do fêmur de articule da melhor forma 
▪ Indicação → quando a cobertura acetabular é 
insuficiente 
▪ Serve para aumentar essa cobertura do acetábulo 
• Após o tratamento da displasia do quadril → quando um lado 
fica mais curto que o outro, deve-se realizar uma nova 
osteotomia para colocar um fixador e ganhar o comprimento 
que foi retirado no encurtamento para a redução do quadril 
• Atenção → Osteotomia Pélvica + Encurtamento Femoral 
▪ Podem predispor à luxação posterior do quadril 
COMPLICAÇÕES 
➢ Necrose Avascular → é a principal complicação 
• A artéria do ligamento redondo, que fica na fóvea/centro da 
cabeça do fêmur, na criança é responsável por 98% da 
irrigação dessa cabeça do fêmur. Assim, a partir do 
momento em que ocorre a luxação, pode haver o 
rompimento ou a compressão do ligamento, levando à 
necrose da cabeça do fêmur 
• Isso difere do adulto, pois essa artéria do ligamento redondo 
só é responsável por 2% da irrigação da cabeça do fêmur, 
sendo as artérias circunflexas responsável pela maior parte 
(98%) dessa irrigação 
➢ Redução Inadequada → é a complicação mais comum 
• O médico realiza uma iatrogenia, ao não conseguir reduzir 
da forma adequada, deixando o quadril subluxado, que vai 
evoluir mau prognóstico 
➢ Recidiva 
➢ Displasia Acetabular Residual → quando mesmo reduzindo-se 
o quadril, e deixando-o articulado, o acetábulo ainda tende a ser 
displásico (mas isso é raro de ocorrer) 
• O quadril tende a ser oblíquo e fica querendo sair do lugar

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