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HEMATOLOGIA PEDIÁTRICA

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HEMATOLOGIA PEDIÁTRICA 
HEMOGRAMA 
O principal exame para que seja possível observar valores 
e informações tanto quantitativas como qualitativas dos 
glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas chama-
se hemograma. Um exame de baixo custo, mais solicitado 
pelos médicos e pouco invasivo. 
Na interpretação do hemograma devemos considerar toda 
a história clinica daquele paciente, assim como o exame 
físico, variações interlaboratoriais, ou seja, entre próprios 
laboratórios, o tipo de anticoagulante utilizado e também 
a qualidade do esfregaço, hemólise do material, tempos 
de coleta e realização do exame. 
ERITROGRAMA 
A primeira divisão do hemograma é feita pela contagem 
ou pela análise das diferentes células que compõe sangue 
sendo o eritograma, ou seja, a análise das células vermelha 
ou glóbulos vermelhos ou ainda eritrócitos, daí o nome de 
eritrograma. Nesse exame está incluso os valores de HT ou 
hematócrito, os valores de HB ou hemoglobina e ainda os 
valores hematimétricos. Lembrando que esse exame é um 
reflexo do que está ocorrendo na medula óssea e podem 
variar conforme idade, sexo, sempre sendo necessário que 
se tenha uma correlação com a história clínica e exame 
físico da paciente. 
As hemácias, que são as células do eritrograma, possuem 
um formato homogêneo, são bicôncavas e de tamanho 8 
micrometros. Sua vida útil é de cerca de 120 dias e função 
é de transporte de gases, principalmente de oxigênio para 
os tecidos do corpos e de dióxido de carbono dos tecidos 
para os pulmões. São as células mais abundantes sangue e 
apresentam características diferentes conforme o período 
da vida: fetal, neonatal e após os 06 meses de vida. 
 
O primeiro índice hematimétricos é o hematócrito que é 
descrito como o percentual de hemácias total em relação 
ao volume sanguíneo total, ou seja, em outras palavras é 
quantidade de hemácias presentes no volume plasmático 
total de sangue, expresso em porcentagem. Nos homens é 
de 40 – 52% e nas mulheres é de 36 – 46%. Sendo homens 
fisiologicamente possuem maiores quantidades. 
Valores diminuídos de hematócrito indicam perde de uma 
quantidade expressiva de hemácias no sangue como em 
casos de hemorragias e sangramentos, ou em casos tipos 
de hemólise, em que se tem a destruição dos eritrócitos 
no sangue por diversos fatores. 
Já valores aumentados do hematócrito podem indicar ou 
um aumento excessivo da quantidade de hemácias, em 
casos de policitemia por exemplo, ou o mais comum que 
são a diminuição do volume plasmático que aumenta a 
concentração de hemácias, muito comum em casos de 
queimaduras ou desidratação. Lembrando que em casos 
de dengue, quanto maior for o hematócrito mais aquela 
criança está comprometida. 
É importante lembrar um outro valor importante presente 
no eritrograma que é o valor do reticulócitos. Essas células 
são denominadas de hemácias jovens e sem núcleos, em 
que posteriormente produzidas na medula óssea sofrem 
um processo de diferenciação dando origem as hemácias 
maturas ou eritrócitos. Os valores dessas células são muito 
importantes já que determinam a atividade da medula no 
indivíduos, em que se tem valores diminuídos podem ser 
indicativos de falha na produção da medula óssea como os 
casos de hipoplasia e aplasia. No entanto, valores elevados 
podem ser um indicativo de que existem problemas mais 
relacionados aos glóbulos vermelhos em si, como os casos 
de hemólises em que se tem uma destruição maciça dos 
glóbulos vermelhos, fazendo com que a medula tenha um 
aumento na produção de reticulócitos na tentativa de que 
compense essa destruição, muito comum em anemias do 
tipo hemolíticas. 
Os valores são fundamentais e podem variar conforme o 
desenvolvimento: em recém-nascidos os valores normais 
são de 2,5 – 6,5%, enquanto após os 15 dias de vida, esses 
valores diminuem para 0,5 – 1,5%. 
O VCM também chamado de Volume Corpuscular Médio é 
um índice que tem como objetivo avaliar o volume dessas 
células vermelhas. É calculado a partir do hematócrito x10 
dividido pela quantidade total de eritrócitos no plasma do 
indivíduo. Casos de hemácias com volumes pequenos ou 
diminuídos chama-se microcitose (<80) e em casos em que 
se tem volumes aumentados chama macrocitose (>100) 
sendo as causas para essas alterações inúmeros tipos de 
anemias denominadas de microcíticas e macrocíticas. São 
os valores de referência entre 82 – 98 fL. 
O HCM chamado de Hemoglobina Corpuscular Média é a 
avaliação da quantidade média de hemoglobina em cada 
hemácia. Sendo calculada pegando o valor hemoglobina 
x10 dividido pela quantidade total de eritrócitos. Valores 
aumentados podem indicar anemias hipercrômicas e os 
valores diminuídos indicativos de anemias hipocrômicas, 
sendo os valores de referência de 27 – 33 pg. 
 
O CHCM chamado também de Concentração Hemoglobina 
Corpuscular Média que é um indicativo quantidade total 
de hemoglobina presente em um determinado volume de 
hemácias. Sendo calculada pegando os valores de Hb x100 
dividindo pela quantidade do hematócrito, em que se tem 
os valores aumentados um indicativo de hemólise já que 
se tem muita hemoglobina no plasma sanguíneo para uma 
quantidade pequena de hemácias, enquanto valores mais 
diminuídos são indicativos de anemias microcíticas do tipo 
hipocrômicas. 
E o RDW que é um índice que avalia a variação do tamanho 
das hemácias, ou seja, quando se tem hemácias grandes 
como os reticulócitos e quando se tem hemácias maturas 
que são menores, mostrando um grau elevado diferença 
entre o tamanho das hemácias, uma discrepância entre as 
hemácias maiores e as menores. São os valores referência 
11,8 - 15,0%. Geralmente está aumentado em casos de 
anemias causadas por deficiência de ferro, anemia do tipo 
falciforme em que se tem hemólises e em casos também 
de doença da hemoglobina H. 
“Anemia falciforme é uma doença hereditária (passa dos 
pais para os filhos) caracterizada pela alteração dos 
glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com 
uma foice, daí o nome falciforme. Essas células têm sua 
membrana alterada e rompem-se mais facilmente, 
causando anemia.” – Sociedade Brasileira de Hematologia. 
Portanto, são inúmeras as variações que se podem ter em 
casos de hemácias, seja alterações na cor, no tamanho, na 
forma e também na distribuição dos glóbulos vermelhos 
no sangue: 
Tamanho – anisocitose (microcitose ou macrocitose) em 
que se mede pelos valores de VCM. 
Coloração – depende da quantidade de hemoglobina em 
que valores elevados de Hb formam hemácias com a cor 
mais vermelha em hipercromia e valores diminuídos de Hb 
fazem hemácias menos vermelhas e mais azul em casos de 
hipocromia. São medidos pelo HCM. 
Forma – poiquilocitose (hemácias em foice, esquizócitos, 
em lagrima, em alvo, esferócitos e ovalócitos). 
Distribuição – aglutinação, rouleaux. 
 
ANEMIAS: ALTERAÇÕES NAS HEMÁCIAS 
As alterações das hemácias portanto, podem ser de vários 
tipos e motivadas por diversas causas, seja alterações no 
tamanho, na cor e também na forma dessas hemácias em 
que se tem inúmeras anemias relacionadas, como um tipo 
de exemplo comum é a anemia falciforme em que hemácia 
tem uma forma de foice. 
Logo, a anemia é definida como uma situação em que há a 
redução de hemoglobina e/ou de massa eritrocitária com 
variações segundo idade, sexo e altitude em relação nível 
do mar. Em outras palavras é definida como a diminuição 
de glóbulos vermelhos ou da concentração de Hb abaixo 
de 2 desvios-padrão em relação à média da idade e sexo. 
 
A classificação das anemias podem ser variadas, segundo 
a definição. Em casos de valores alterados na hemoglobina 
do sangue, se tem consequentemente alterações também 
na cor das hemácias, levando a classificação de anemias 
do tipo hipercrômicas, normocromicas ou hipocrômicas 
quando os valores de Hb estão aumentados, normais ou 
diminuídos, respectivamente. Determinado pelos valores 
de HCM. 
Existe ainda outra classificação de anemias segundo esses 
valores
de massa eritrocitárias ou volume eritrocitário que 
é determinado pelos valores de VCM em que se tem em 
casos de VCM diminuído anemias microcíticas, em casos 
de VCM normais anemias normocíticas e em casos ainda 
de valores de VCM aumentados anemias macrocíticas. Os 
principais exemplos em pediatria são: 
Microcíticas: Deficiência de Ferro e Talassemia. 
Normocíticas: Doenças Crônicas e Inflamações agudas. 
Macrocíticas: Deficiência de ácido fólico e vitamina B-12 
em casos de Anemia Megaloblástica. 
E há ainda uma última classificação das anemias chamada 
classificação fisiológica em que relaciona-se a quantidade 
de eritrócitos ou de Hb com o grau de produção ou ainda 
de destruição dos glóbulos vermelhos. O primeiro tipo de 
anemia fisiológica é causada por déficit de produção dos 
glóbulos vermelhos como em casos de neoplasias, como 
em doenças inflamatórias crônicas, infecções agudas ou 
inflamações graves. Em geral, problemas na medula óssea. 
O segundo tipo de anemia fisiológica é aquela ocasionada 
por uma produção ineficaz dos glóbulos vermelhos, seja 
por inúmeros fatores, principalmente ausência de algumas 
substancias ou componentes que auxiliam na formação da 
massa eritrocitária como deficiência de ferro, ácido fólico 
vitamina B12 e oligoelementos. Casos de Talassemia são 
os mais comuns. 
“O ácido fólico, também conhecido por vitamina B9 ou 
folato, é uma vitamina que faz parte do complexo B e que 
participa em várias funções no organismo, principalmente 
na formação das células responsáveis pelo crescimento e 
desenvolvimento humano.” 
E o terceiro tipo de anemia fisiológica é aquela ocasionada 
por uma elevada destruição das hemácias, são chamadas 
de anemias hemolíticas. Podem ser causadas por vários 
fatores como: anormalidades na forma das hemácias em 
casos de esferocitose, anemia falciforme, estomacitose, 
eliptocitose, em casos de deficiência enzimática como 
G6PD e ainda a piruvato quinase, em casos de 
incompatibilidade materna fetal como em casos de 
eritoblastose fetal, infecções, além de uso de 
medicamentos e doenças de colágeno. 
 
Existe um tipo de anemia chamada de Anemia Fisiológica 
que como próprio nome já diz, não é um quadro patologia 
e acontece em geral nos recém-nascidos até os 3 meses de 
idade. Esse quadro de anemia caracteriza-se por menor 
quantidade de hemácias no sangue, assim como menores 
quantidades de hemoglobina devido a diminuição no rim 
da produção de eritropoietina que é o hormônio provoca 
o amadurecimento das hemácias. 
Essa diminuição da eritropoietina faz com que se tenham 
uma diminuição na eritropoiese na medula óssea e logo 
faz com que menores quantidades de hemácias seja feita 
pela medula óssea, mais especificamente, quantidades 
menores de reticulócitos que posteriormente irão levar a 
um processo de amadurecimento dando origem então aos 
glóbulos vermelhos. 
Lembrando que é normal valores de Hb 9,5 – 11 g/dl para 
recém-nascidos até os 03 meses de idade. 
Lembrando sempre que juntamente com o hemograma é 
necessário sempre avaliar juntamente sinais, antecedente 
realizar uma boa anamnese, um exame físico ideal, já que 
o diagnóstico de anemia por exemplo, não é dado forma 
exclusiva pelos valores quantitativos de hemácias e de Hb 
já que podem ser inúmeros tipos de anemias e inúmeras 
causas distintas. 
 
“A equimose é o extravasamento de sangue dos vasos 
sanguíneos da pele que se rompem formando uma área de 
cor roxa e, normalmente, está relacionada a traumas, 
contusões ou efeito colateral de alguns medicamentos, por 
exemplo.” 
“Petéquias são as pequenas manchas marrom-arroxeadas 
causadas pelo sangramento sob a pele, podendo ocupar 
uma pequena área devido a um trauma físico simples ou 
se espalhar devido a doenças de coagulação do sangue.” 
EXAMES LABORATORIAIS PARA ERITRÓCITOS 
São vários os exames pedidos para investigar distúrbios na 
células vermelhas do sangue, especialmente por conta das 
anemias serem as mais variadas possíveis, de causas muito 
diversas e com marcadores específicos. 
O primeiro, mais simples e mais barato exame é chamado 
de hemograma que estabelece valores como hematócrito 
hemoglobina, VCM, HCM e até o RDW avaliando de forma 
quantitativa e qualitativa os eritrócitos presentes sangue 
e pede-se ainda os valores do reticulócitos a fim de avaliar 
o funcionamento da medula óssea. 
Em casos de suspeita de anemia por deficiência de ferro é 
pedido os marcadores desse mineral como os valores de 
ferro circulante e a ferritina que é uma proteína produzida 
no fígado e geralmente encontram-se elevadas em casos 
de infecções ou inflamações. 
Pode-se pedir uma eletroforese de hemoglobina para ter 
uma verificação da quantidade de hemoglobina, além dos 
valores séricos dessa molécula no sangue. É feito esse tipo 
de exame principalmente quando suspeita-se de casos de 
talassemia ou anemia falciforme, em geral, de deficiência 
de hemoglobina ou hemoglobinopatias. 
Pode-se pedir o Coombs direto e indireto que indicam em 
casos de anemia hemolítica que permite a identificação de 
anticorpos no sangue que atacam os eritrócitos, em geral, 
é pedido quando se suspeita de anemias hemolíticas do 
tipo autoimunes. 
A fragilidade osmótica é pedida quando suspeita-se casos 
de esferocitose hereditária por exemplo, em que devido as 
alterações na membrana das hemácias ocorre alterações 
na capacidade de aguentar a pressão osmótica, tendo um 
rompimento mais prematuro de membrana e logo uma 
hemólise. 
Quando suspeita-se de anemias por ausência de enzimas 
que levam a anemias fisiológicas de deficiência produção 
de glóbulos vermelhos pede-se justamente a dosagem das 
enzimas eritrocitárias especificas como a G6PD, podendo 
em alguns casos provocar hemólise. Sendo essa enzima é 
detectada pelo Teste do Pezinho ampliado. 
Pode-se pedir um mielograma é feito quando se tem uma 
suspeita de deficiência na medula óssea como em casos de 
falência medulares primarias e secundarias, casos ainda de 
aplasia, mielodisplasia, neoplasias e infecções. 
Pode-se ainda dosar o ácido fólico e a vitamina B12 caso 
suspeita-se de anemias macrocíticas e/ou megaloblástica 
pede-se sorologias para doenças, sangue oculto nas fezes 
que podem indicar anemia ferropriva e pesquisas do tipo 
genéticas quando se suspeita de anemias hereditárias. 
POLICITEMIA 
É justamente a condição patológica contraria a anemia em 
que se tem valores elevados de massa eritrocitária e ainda 
de Hb. Em geral, considera-se policitemia valores de Hb > 
18,5 para homens e maiores que 16,5 para mulheres. 
As causas podem ser primarias como algumas doenças dos 
rins, policitemia primária familiar e policitemia vera em 
que a policitemia ocorre por si próprio. Ou podem ser de 
origem secundaria, como consequência de algum tipo de 
complicação como tumores no SNC, altitudes elevadas, 
cardiopatias congênitas cianóticas, transfusão feto fetal e 
assim por diante. 
 
LEUCOGRAMA 
Assim como o hemograma, o leucograma é um exame que 
possui como função avaliar quantitativamente e também 
qualitativamente a presença de glóbulos brancos sangue 
periférico. Sendo necessário, assim como no hemograma 
que a interpretação seja correlacionada com a história da 
doença do paciente, com uma anamnese e exame físico 
bem realizado. 
A média de leucócitos para um indivíduo caucasiano que 
se encontra normal é de 6.000 – 7.000 mm cúbicos, sendo 
que no nascimento os valores de neutrófilos são elevados 
até as primeiras 72 horas por serem células imunes inatas 
que previne contra infecções imediatas, após as 72 horas 
aos 4 anos ocorre um predomínio de linfócitos e após os 4 
anos o predomínio volta a ser dos neutrófilos. 
Os valores de eosinófilos e monócitos tendem a ser bem 
maiores em recém-nascido do que em pessoas adultas no 
justamente para proteção imediata. 
É importante sempre considerar variações para os valores 
dessas células do sangue, principalmente no leucograma 
já que podem haver modificações conforme
o sexo, idade 
e até mesmo na etnia. Por exemplo, indivíduos negros tem 
uma quantidade menor de até 20% de leucócitos do que a 
etnia branca, assim como apresenta cerca de 200 – 600 
menos neutrófilos do que a etnia branca. 
ALTERAÇÕES LEUCOCITÁRIAS 
Assim como no hemograma, pode ocorrer alterações nos 
leucócitos também, podendo ser alterações quantitativas 
qualitativas ou específicas como casos de neutropenia. 
As alterações quantitativas dizem a respeito como próprio 
nome já diz, de alterações na quantidade de células, sendo 
a nomenclatura comum: em casos de aumento celular é 
usado a terminação “FILIA”, ou seja, em casos por exemplo 
de neutrófilos elevados, usa-se neutrofilia, em caso de os 
eosinófilos serem aumentados, usa-se eosinofilia. Quando 
se tem diminuição dos valores de células, utiliza-se outra 
terminação “PENIA”, ou seja, neutrófilos diminuído é um 
sinônimo de neutropenia, assim como eosinopenia ou de 
linfopenia no caso dos linfócitos. 
As alterações qualitativas estão relacionadas com a forma 
ou qualidade daqueles glóbulos brancos podendo possuir 
casos de atipias, blastos, granulações toxicas, desvios ou a 
esquerda ou à direita e parasitas. Esses termos serão mais 
explicados posteriormente. 
E uma condição em especial chama atenção que são casos 
de neutropenia, ou seja, quantidades reduzidas neutrófilo 
no sangue, tanto segmentados como bastões. Valores que 
são muito baixos de neutrófilos podem indicar infecções 
graves e repetitivas, assim como suscetibilidade imensa do 
indivíduo em adquirir novas infecções, principalmente as 
bacterianas, ainda mais quando associada a febre alta. 
Muito Grave: < 200 mm 
Grave: < 500 mm 
Moderada: 500 – 1000 mm 
Leve: 1000 – 1500 mm 
Outro termo utilizado para descrever um aumento geral 
das células de defesa é LEUCOCITOSE que pode indicar um 
aumento tanto de neutrófilos, como eosinófilos, linfócitos 
e monócitos. O aumento dessas células são indicativos de 
processo infeccioso ou inflamatório no organismo. 
NEUTRÓFILOS 
São as células de defesa mais abundante após os 4 anos de 
vida até o fim dela, correspondem a primeira linha defesa 
juntamente com os macrófagos realizando fagocitose e a 
quimiotaxia, principalmente contra agentes bacterianos. 
São células com núcleo multilobulado podendo ter dois ou 
três lóbulos, com citoplasma abundante e acidófilo e com 
granulações delicadas e claras perto do núcleo evidente e 
bastante arroxeado. Alterações podem aparecer nessas 
células, como já discutido, valores diminuídos indicam um 
quadro de neutropenia e valores aumentados indicam 
casos de neutrofilia. 
A neutrofilia como já dito é um aumento quantitativo dos 
neutrófilos no sangue devido ao aumento da produção das 
células na medula óssea em razão de alguma infecção por 
exemplo. Considera-se neutrofilia valores acima de 8000 
mm para os adultos, 7000 mm para os prematuros e mais 
que 13000 para recém-nascidos à termo. 
O termo “desvio para a esquerda” é utilizado em casos de 
neutrofilia em que ocorre o aumento dos bastões que são 
os neutrófilos jovens encontrados no sangue, análogos aos 
reticulócitos encontrados nas hemácias. O aumento de 6% 
ou mais desses bastões são indicativos de infecções, em 
especial, de infecções bacterianas, já que indica medula 
está produzindo mais células de defesa contra algo. 
 
REAÇÃO LEUCEMÓIDE 
Define-se reação leucemóide quando se tem valores dos 
leucócitos maiores do que 50.000 leucócitos mm cubico de 
sangue associado com aumento de células jovens ou não 
maturas que são bastões por exemplo. 
No entanto, essa reação pode ser confundida muita das 
vezes com leucemia. O que diferencia cada caso é que na 
reação leucemóide apresenta desvio escalonado em que 
se tem um aumento das células de defesa em decorrência 
de alguma anormalidade, já nos casos de leucemia não há 
presença de desvio escalonado. 
As principais causas para uma reação leucemóide são as 
infecções piogênica graves, doenças inflamatórias, além 
de insuficiência hepática, acidose diabética e também em 
alguns casos a Síndrome de Down. 
“O desvio à esquerda pode ser definido como aumento de 
neutrófilos não segmentados ou imaturos (mielócitos, 
metamielócitos e bastões) no sangue periférico. Está 
associado principalmente a infecções bacterianas, quando 
há consumo de neutrófilos, de modo que a medula óssea é 
estimulada a liberar células imaturas. 
Quando não ocorre a reação escalonada, significa que há 
a invasão de células malignas na medula óssea (leucemia), 
podendo acontecer a nível de mieloblasto (leucemia 
mielóide aguda ou crônica), linfoblasto (leucemia 
linfática), monoblasto (leucemia monocítica).” 
EOSINÓFILOS 
São células mediadores do processo inflamatório, especial 
aqueles processos provocados por reações alérgicas ou os 
causados por parasitoses. São células com tamanho de 8 – 
12 micrometros, citoplasma abundante, rico em grânulos 
eosinofilicos e núcleo bilobulado de cromatina densa. 
Outras causas para o aumento dos eosinófilos chamada de 
eosinofilia é principalmente em pediatria reação alérgica e 
parasitose, mas podem ocorrer em micoses, doenças do 
tipo infecciosas, doenças reumatologias, e assim diante. 
Os valores para determinar quadros de eosinofilia são bem 
relativos e podem variar conforme idade, sexo e etnia, mas 
em geral são: 
Leve: 500 – 1500 células por mm cubico 
Moderada: 500 – 1500 células por mm cúbico 
Grave > 5000 células por mm cúbico 
OBS: existe uma condição especial denominada também 
de Síndrome Hipereosinofílica que é quando ocorre casos 
de eosinofilia, no entanto, não se sabe a causa secundaria 
que veio a provocar esse aumento exacerbado de células 
eosinofilicas no sangue. 
 
LINFÓCITOS 
Os linfócitos são células de defesa abundante no sangue 
de indivíduos normais quanto a imunidade e apresentam 
se por meio de três populações distintas: os linfócitos T, os 
linfócitos B e os linfócitos NK. 
Os linfócitos T ou CD3 são aqueles envolvidos na resposta 
imunológica mediada por células, possuem função não só 
de auxiliar a atividade dos linfócitos B como também uma 
atividade supressora. São subdivididos em linfócitos CD4 
que são os linfócitos helper responsáveis por produzir as 
citocinas para recrutar células de defesa (60% - 70%) e os 
linfócitos CD8 que apresentam caráter supressor de matar 
literalmente o antígeno (30% - 40%). 
Os linfócitos B são aqueles que auxiliam na resposta tipo 
humoral através da produção de anticorpos. Corresponde 
a cerca de 5% - 15% dos linfócitos. 
E os linfócitos NK, são os menos abundantes, atual para 
destruir os antígenos, independente do processo chamado 
de histocompatibilidade, agindo diretamente sobre célula 
tumoral ou infectada por vírus. Chamada de Natural Killer. 
As causas para uma linfocitose que corresponde aumento 
dos linfócitos, são inúmeras principalmente casos que se 
tem infecções virais e bacterianas, algumas doenças mais 
parasitarias como Malária e Doença de Chagas. E alguns 
outros casos mais atípicos de leucocitose podem ocorrer 
como a mononucleose mediada pelo Vírus Epstein–Barr 
conhecido como herpes humana do tipo 4. 
MONÓCITOS 
Os monócitos são células que participam do processo de 
fagocitose de células mortas, corpos estranhos, além de 
realizar uma apresentação de antígenos, destruição dos 
microrganismos e células tumorais. 
São células ovais, com um núcleo grande com cromatina 
delicada, possui um citoplasma abundante, granulações 
finais e podem apresentar pequenos vacúolos. Casos de 
monocitose são indicados quando os valores > 800 mm. 
As causas principais para monocitose são infecções do tipo 
crônicas, Malária, Carcinomas, Endocardites, além de caso 
neoplasia mielóide, síndromes mieloplásicas, entre outras. 
 
BASÓFILOS 
Correspondem cerca de 0,5% dos linfócitos. Produzem os 
vários mediadores inflamatórios como a histamina e ainda 
possuem receptores do tipo IgE na membrana citoplasma 
para esses anticorpos específicos.
Valores acima de 100 – 
150 células por mm cubico são considerados casos comuns 
de basofilia. 
As principais causas para aumento dos basófilos são casos 
de leucemia mielóide aguda e crônica, além de Distúrbios 
Mieloproliferativos, hipodiroidismo, hiperlipidemia, casos 
de reações de hipersensibilidade imediata e até varicela. 
NEUTROPENIA 
A neutropenia é definida como uma queda no número de 
neutrófilos no sistema sanguíneo. Como já se sabe, esses 
valores podem variar conforme a idade do indivíduo, em 
geral, para crianças menores de 1 ano considera-se casos 
de neutropenia valores inferiores a 1000 mm cúbico, já em 
crianças maiores de 1 ano até a vida adulta, valores menor 
que 1500 mm cúbico são considerados neutropenia. 
Leve: 1000 – 1500 células por mm cúbico 
Moderada: 500 – 1000 células por mm cúbico 
Grave: < 500 células por mm cúbico 
As principais causas na diminuição dos neutrófilos são a 
produção inadequada dessas células pela medula óssea, a 
destruição pelos macrófagos da medula e por outros tipos 
de células, liberação medular defeituosa, redistribuição do 
sistema vascular, retenção no baço e sobrevida diminuída 
ou do rápido regresso para os tecidos. 
Essas causas podem ser subdividas ainda em diversos tipos 
de categorias, como por exemplo, quando a neutropenia é 
adquirida, ou seja, não é inerente do indivíduo, ele não 
possui essa diminuição resultante de caráter genético. As 
neutropenias adquiridas podem ser sem doença base em 
casos de uso de medicamentos como Ibuprofeno e como 
a catamazepina, exposição a metais pesados ou causas do 
tipo idiopática. Quando é adquirida com doença base os 
principais casos são de leucemias, linfomas, infecções, 
deficiência de vitamina B12 e ácido fólico, má absorção, 
entre outras. 
Existem casos de neutropenia que o indivíduo apresenta 
um fenótipo anormal, ou seja, já nasceu com esse tipo de 
alteração, sendo portador de síndromes como exemplo a 
Anemia de Fanconi, Osteopertrose, entre outras. Nesses 
casos a neutropenia é considerada do tipo congênita. 
Outros casos de neutropenia com fenótipo normal como 
já citados anteriormente, no entanto, que apresentam um 
quadro de infecções recorrentes ou repetidas levam nesse 
caso a suspeitas de imunodeficiência como neutropenia 
cíclica, agranulocitose infantil que consiste na queda dos 
valores de granulocitos no sangue como neutrófilos, além 
de basófilos e eosinófilos. Esses indivíduos possuem uma 
anormalidade nessas células, são imunocomprometidos e 
susceptíveis a infecções recorrentes, são caracterizados 
como indivíduos com anormalidades da resposta primaria 
ou imunodeficiência primária. 
E por fim, aqueles indivíduos com fenótipo normal que não 
apresentam infecções graves ou repetidas, mas possuem 
uma história previa de neutropenia, diferentemente dos 
casos de neutropenia adquirida, nesses casos já possuem 
um histórico de queda dos neutrófilos, mesmo não tendo 
quadros de infecções. Podemos estar diante de casos de 
neutropenia crônica ou até de neutropenia benigna do 
tipo familiar. 
“A neutropenia familiar crônica benigna é sugerida por 
uma história de neutropenia de longa data sem risco 
aumentado de infecção. Esses pacientes não apresentam 
aumento da contagem de leucócitos com infecção, mas 
apresentam febre e outros sintomas, como taquicardia, 
quando infectados.” 
LINFOCITOPENIA 
Quadros de linfocitopenia são caracterizado por números 
muito baixos de linfócitos na corrente sanguínea. Valores 
absolutos de linfócitos abaixo de 1000 células por mm em 
adultos e crianças mais velhas e valores abaixo de 2500 
células em crianças no primeiro ano de vida. As causas 
podem ser hereditárias como Síndrome Imunodeficiência 
Congênita. 
As causas adquiridas para diminuição dos linfócitos dentro 
da corrente sanguínea são o stress, uso de acetilcolina, a 
Síndrome de Cushing, Sarcoidose, Carcionoma, alcoolismo 
sepse fúngicas e bacteriana, entre outras. 
PANCITOPENIA 
É caracterizada pela presença de três anormalidades junta 
que são a anemia, a leucopenia e a trombocitopenia. Pode 
ocorrer por substituição em situações como leucemia ou 
linfomas ou por insuficiência da medula óssea. Pode ainda 
ocorrer por retenção das células no baço aumentado ou 
pela destruição de células maduras. 
As causas para essa condição clínica podem ser tanto tipo 
hereditárias como em casos de Anemia de Fanconi, além 
de Osteopertrose, Distúrbios Metabólicos e Disceratose 
Congênita. E as causas adquiridas são infiltração medular 
por neoplasias, infecções agudas no caso de leishmaniose 
e infecções crônicas, Hiperesplenismo e Doença Enxerto 
versus hospedeiro. 
Lembrando que muitas das vezes casos de Leishmaniose 
principalmente em crianças podem ser confundidos com 
os quadros de dengue por apresentarem anemias, além de 
diminuição dos leucócitos que são as células brancas do 
sangue configurando a leucopenia e diminuição valores de 
plaquetas configurando a trombocitopenia. 
“A pancitopenia corresponde à diminuição de todas as 
células do sangue, ou seja, é a diminuição no número de 
hemácias, leucócitos e plaquetas, o que provoca sinais e 
sintomas: palidez, cansaço, hematomas, sangramentos, 
febre e tendência a infecções.” 
ANORMALIDADES MORFOLÓGICAS 
Assim como as hemácias apresentavam anormalidades em 
sua forma como casos de hemácias em foices, hemácias 
diminuídas de volume, esferocitose, hemácias em S, entre 
outras alterações. As outras células do sangue também 
apresentam alterações morfológicas, como os leucócitos 
que são as células brancas do sangue. 
Os leucócitos podem apresentar granulações toxicas que 
são causadas por doenças infecciosas, inflamatórias ou as 
doenças autoimunes, toxemia, e a gestação podem fazer 
com que o citoplasma dos leucócitos apresentem grânulos 
extremamente tóxicos. Outra alteração são Corpúsculos 
de Dohle que são as inclusões citoplasmáticas azuis 
encontradas mais comuns em neutrófilos. As causas 
podem ser doenças infecciosas, doenças inflamatórias, 
doenças autoimunes, assim como a gestação e uso de 
fator estimulante de colônias. 
 
E por fim, outra alteração comum nos leucócitos são os 
Grânulos de Alder-Relly que constituem inclusões muito 
azuladas ou azurofílicas no citoplasma. As principais causa 
Síndromes mielodisplásicas, mutações mieloperoxiase e a 
Síndrome de Chediak-Higashi. 
 
Nos neutrófilos especialmente pode ocorrer aumento do 
número de segmentos presentes no seu interior, como se 
fossem o aumento dos lóbulos. Essa condição é chamada 
de hipersegmentação nos neutrófilos caracterizada em 
que mais de 5% dos neutrófilos apresentam 5 ou mais de 
lóbulos. Podem ocorrer em casos de deficiência vitamina 
B12 ou de ácido fólico, em casos de anemia ferropriva, no 
uso de corticoides, queimaduras extensas e insuficiência 
renal crônica. 
 
PLAQUETAS 
As plaquetas são aquelas famosas células responsáveis por 
controlar o sangramento, contribuindo para manter toda 
a hemostasia corpórea adequada. Os valores normais das 
plaquetas são em torno de 150.000 – 450.000 células por 
mm cúbico de sangue. 
Plaquetopenia Leve – 100.000 – 150.000 
Plaquetopenia Grave - < 50.000 
Risco Hemorrágico Alto - < 10.000 
As principais causas para redução do número de plaquetas 
são falha na produção, quando a medula apresenta-se em 
aplasia (geralmente nesses casos aparece diminuição nos 
valores também de glóbulos vermelhos e brancos), casos 
de dengue pode ocorrer produção de anticorpos causam 
uma destruição em massa das plaquetas, provocando os 
quadros de destruição periférica. 
A Púrpura Trombocitopênica Idiopática, é a causa mais 
comum de plaquetopenia na infância e ocorre quando em 
após quadros de infecções virais ou vacinas (Hepatite B) o 
organismo passa a produzir anticorpos contra as plaquetas 
que venham a acometer o organismo. Nesse caso especial 
os valores de plaquetas são sempre menores que 100.000 
para que se possa falar sobre. 
“Doença autoimune caracterizada por
níveis baixos de 
plaquetas, células sanguíneas que previnem sangramento. 
A PTI (púrpura trombocitopênica idiopática) pode ocorrer 
quando o sistema imunológico ataca por engano as 
plaquetas. Em crianças, pode ocorrer depois de uma 
infecção viral. Em adultos, pode ser crônica. Os sintomas 
comuns incluem surgimento de hematomas, hemorragias 
e pequenas manchas vermelho-púrpuras na parte inferior 
das pernas. Em crianças, a PTI costuma desaparecer sem 
tratamento. Os adultos geralmente precisam de 
tratamento com medicamentos para a hemorragia. 
Raramente, o baço pode precisar ser removido.” 
 
Podem ocorrer quadros de Púrpuras Congênitas em que o 
indivíduo já nasce com uma condição patológica diminuída 
do número de plaquetas. Nesses casos, deve-se tomar um 
cuidado a mais para não confundir com PTI já que todo o 
tratamento realizado é diferente. 
O VPM ou também denominado de Volume Plaquetário 
Médio é um fator importante para o diagnóstico desses 
quadros de púrpuras congênitas que são causadas por 
síndromes específicas: 
VPM elevado – Síndrome de Bernard-Souller 
VPM diminuído – Síndrome de Wiskott-Aldrich 
Lembrando que assim como os eritrócitos, as plaquetas 
são classificadas conforme seu volume, logo, quando esses 
valores de volume estão aumentados encontram-se casos 
de plaquetas grandes ou macroplaquetas e quando estão 
com volume diminuído encontram-se casos de plaquetas 
pequenas ou microplaquetas. 
PLAQUETOPENIA POR MEDICAMENTOS 
A plaquetopenia causada por medicamentos é um tipo 
comum de plaquetopenia adquirida, são inúmeros tipos 
de medicamentos que pode atuar reduzindo os valores 
absolutos dessas células. No entanto, para que se tenha 
uma confirmação de que a plaquetopenia é causada pelo 
uso de medicamentos é necessário seguir quatro critérios. 
1. A medicação precede a trombocitopenia, tendo uma 
normalização das plaquetas após a suspensão da mesma 
medicação. 
2. Única medicação utilizada antes da trombocitopenia 
com a suspensão, as plaquetas normalizam e mesmo após 
utilizar outros medicamentos, as plaquetas permanecem 
com os valores normais. 
3. Exclusão de outras causas de plaquetopenia. 
4. Novo contato com essa medicação em questão faz com 
que se tenha novamente a redução no número desse tipo 
de célula provocando a trombocitopenia. 
TROMBOCITOSE 
São quadros de plaquetas elevadas com valores acima de 
600.000 plaquetas por no mínimo 3 meses consecutivos da 
criança. A causa mais comum de trombocitose, podendo 
ser equivalente a cerca de até 78% dos casos é infecções 
ou quadros infecciosos. Em geral, quadros de infecções 
levam ao aumento dos glóbulos brancos e plaquetas, já os 
valores de eritrócitos podem ser variados dependendo da 
infecção presente. Tanto infecções bacterianas como as 
infecções virais. 
Outras causas como doenças hematológicas, doenças tipo 
inflamatórias, lesões teciduais que necessitam de vários 
mecanismos de coagulação e neoplasias podem provocar 
trombocitose, assim como plaquetopenia. 
LEMBRETE: importante saber que a causa principal casos 
de trombocitopenia é a PTI ou Purpura Trombocitopênica 
Auto Imune e a causa principal de trombocitose são esses 
quadros de infecções bacterianas ou virais.

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