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1 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi Sistemas orgânicos integrados OBJETIVOS: 1. Discutir a morfofisiologia do fígado 2. Compreender a fisiopatologia da cirrose hepática 3. Entender a hipertensão portal Fígado O fígado é a maior glândula no corpo, pesando aproximadamente 1,4 kg em um adulto de porte médio. Sua função digestória é produzir bile, um líquido alcalino verde que é armazenado na vesícula biliar e secretado no duodeno, onde os sais de bile emulsionam as gorduras no intestino delgado; ou seja, a decomposição dos nutrientes gordurosos em partículas minúsculas, do mesmo modo que o detergente decompõe uma poça de pingos de gordura em uma assadeira. Essas partículas menores são mais acessíveis para as enzimas digestórias do pâncreas. O fígado também desempenha muitas funções metabólicas, tais como: • absorver glicose do sangue rico em nutrientes que retorna do tubo digestório e armazenar esse carboidrato como glicogênio para o uso subsequente pelo corpo; • processar gorduras e aminoácidos e armazenar certas vitaminas; • desintoxicar muitos venenos e fármacos no sangue; • produzir as proteínas do sangue. Anatomia O fígado é quase totalmente recoberto pelo peritônio visceral e é completamente coberto por uma camada de tecido conjuntivo denso irregular que se encontra profundamente ao peritônio. Dividido em dois lobos principais – um lobo hepático direito grande e um lobo hepático esquerdo menor – pelo ligamento falciforme, uma prega do mesentério. Embora muitos anatomistas considerem que o lobo direito inclui o lobo quadrado inferior e o lobo caudado posterior, de acordo com a morfologia interna (principalmente a distribuição dos vasos sanguíneos), os lobos quadrado e caudado mais apropriadamente pertencem ao lobo hepático esquerdo. O ligamento falciforme se estende da face inferior do diafragma entre os dois lobos principais do fígado até o seu aspecto superior, ajudando a suspender o fígado na cavidade abdominal. Na margem livre do ligamento falciforme está o ligamento redondo, um remanescente da veia umbilical do feto; este cordão fibroso se estende do fígado ao umbigo. Os ligamentos coronários direito e esquerdo são extensões estreitas do peritônio parietal que suspendem o fígado do diafragma. As partes da vesícula biliar incluem o amplo fundo da vesícula biliar, que se projeta inferiormente além da margem inferior do fígado; o corpo da vesícula biliar, a parte central; e o colo da vesícula biliar, a parte afunilada. O corpo e o colo se projetam superiormente. Problema 12 S6P2 2 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi Histologia Histologicamente, o fígado é composto por vários componentes: Hepatócitos: Os hepatócitos são as principais células funcionais do fígado e realizam uma grande variedade de funções metabólicas, secretoras e endócrinas. São células epiteliais especializadas com 5 a 12 lados que compõem aproximadamente 80% do volume do fígado. Os hepatócitos formam arranjos tridimensionais complexos chamados lâminas hepáticas. As lâminas hepáticas são placas de hepatócitos de uma célula de espessura limitada em ambos os lados por espaços vasculares revestidos por células endoteliais chamados sinusoides hepáticos. As lâminas hepáticas são estruturas irregulares altamente ramificadas. Os sulcos nas membranas celulares entre hepatócitos vizinhos fornecem espaços para os canalículos (descritos a seguir) para os quais os hepatócitos secretam bile. A bile, um líquido amarelo, marrom ou verde oliva secretado pelos hepatócitos, atua tanto como um produto de excreção quanto como uma secreção digestória. Canalículos de bile: Os canalículos de bile são pequenos ductos entre os hepatócitos que coletam a bile produzida pelos hepatócitos. Dos canalículos de bile, a bile passa para os dúctulos biliares e, em seguida, para os ductos biliares. Os ductos biliares se unem e, por fim, formam os ductos hepáticos esquerdo e direito, que são maiores e se unem e saem do fígado como o ducto hepático comum. O ducto hepático comum junta-se ao ducto cístico da vesícula biliar para formar o ducto colédoco. Por ele, a bile entra no duodeno do intestino delgado para participar da digestão. Sinusoides hepáticos: Os sinusoides hepáticos são capilares sanguíneos altamente permeáveis entre fileiras de hepatócitos que recebem sangue oxigenado de ramos da artéria hepática e sangue venoso rico em nutrientes de ramos da veia porta do fígado. Recorde-se de que a veia porta do fígado traz o sangue venoso dos órgãos gastrintestinais e baço para o fígado. Os sinusoides hepáticos convergem e entregam o sangue a uma veia central. A partir das veias centrais, o sangue flui para as veias hepáticas, que drenam para a veia cava inferior. Em contraste com o sangue, que flui em direção à veia central, a bile flui na direção oposta. Nos sinusoides hepáticos também estão presentes fagócitos fixos chamados células estreladas do fígado, que destroem eritrócitos e leucócitos envelhecidos, bactérias e outros materiais estranhos do sangue venoso que drena do canal alimentar. Juntos, o ducto biliar, um ramo da artéria hepática e um ramo da veia hepática são chamados tríade portal. 3 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi 4 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi Os hepatócitos, o sistema de ductos biliares e os sinusoides hepáticos podem ser organizados em unidades anatômicas e funcionais de três maneiras diferentes: Lóbulo hepático: No seu centro está a veia central, e irradiando para fora dele estão fileiras de hepatócitos e sinusoides hepáticos. Localizada nos três cantos do hexágono está uma tríade portal. Este modelo baseia-se em uma descrição do fígado de porcos adultos. No fígado humano é difícil encontrar estes lóbulos hepáticos bem definidos circundados por camadas espessas de tecido conjuntivo. Lóbulo portal: Este modelo enfatiza a função exócrina do fígado, isto é, a secreção biliar. Por conseguinte, o ducto biliar de uma tríade portal é considerado o centro do lóbulo portal. O lóbulo portal tem uma forma triangular e é definido por três linhas retas imaginárias que ligam três veias centrais que estão mais próximas à tríade portal. Este modelo não ganhou ampla aceitação. Ácino hepático: Nos últimos anos, a unidade estrutural e funcional preferida do fígado é o ácino hepático. Cada ácino hepático é uma massa ligeiramente oval que inclui partes de dois lóbulos hepáticos vizinhos. O eixo curto do ácino hepático é definido por ramos da tríade portal – ramos da artéria hepática, veia e ductos biliares – que correm ao longo da margem dos lóbulos hepáticos. O eixo longo do ácino é definido por duas linhas curvas imaginárias, que ligam duas veias centrais mais próximas ao eixo curto. Os hepatócitos do ácino hepático estão dispostos em três zonas ao redor do eixo curto, sem fronteiras nítidas entre eles. As células na zona 1 são as mais próximas aos ramos da tríade portal e as primeiras a receber oxigênio, nutrientes e toxinas que chegam pelo sangue que entra. Estas células são as primeiras a captar a glicose e armazená-la como glicogênio após uma refeição e clivam o glicogênio em glicose durante o jejum. Também são as primeiras a mostrar alterações morfológicas após a obstrução do canal biliar ou exposição a substâncias tóxicas. As células da zona 1 são as últimas a morrer se a circulação for prejudicada e as primeiras a se regenerar. As células da zona 3 são as mais distantes dos ramos da tríade portal e são as últimas a mostrar os efeitos da obstrução biliar ou exposição a toxinas, as primeiras a mostrar os efeitos da circulação prejudicada, e as últimas a se regenerar. As células da zona 3 são também as primeiras a mostrar evidências de acúmulo de gordura. As células da zona 2 têm características estruturais e funcionais intermediárias entre as células das zonas 1 e 3. O ácino hepático é a menor unidade estrutural e funcionaldo fígado. Sua popularidade e apelo se baseiam no fato de proporcionar uma descrição e interpretação de (1) padrões lógicos de armazenamento e liberação de glicogênio e 5 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi (2) efeitos tóxicos, degeneração e regeneração em relação à proximidade das zonas acinares com os ramos da tríade portal. A túnica mucosa da vesícula biliar é composta por epitélio colunar simples disposto em pregas semelhantes às do estômago. A parede da vesícula biliar carece de uma tela submucosa. A túnica muscular média da parede é constituída por fibras de músculo liso. A contração das fibras musculares lisas ejeta o conteúdo da vesícula biliar para dentro do ducto cístico. O revestimento exterior da vesícula biliar é o peritônio visceral. As funções da vesícula biliar são armazenar e concentrar a bile produzida pelo fígado (até dez vezes) até que ela seja necessária no intestino delgado. No processo de concentração, a túnica mucosa da vesícula biliar absorve água e íons. Suprimento sanguíneo O fígado recebe sangue proveniente de duas fontes. Pela artéria hepática obtém sangue oxigenado, e pela veia porta do fígado recebe sangue venoso contendo nutrientes recém absorvidos, fármacos e, possivelmente, microrganismos e toxinas do canal alimentar. Ramos tanto da artéria hepática quanto da veia porta do fígado levam o sangue para os vasos sinusoides hepáticos, onde o oxigênio, a maior parte dos nutrientes e determinadas substâncias tóxicas são absorvidas pelos hepatócitos. Os produtos dos hepatócitos e os nutrientes necessários por outras células são secretados de volta para o sangue, que então drena para a veia central e, por fim, para uma veia hepática. Como o sangue do canal alimentar passa pelo fígado como parte da circulação porta hepática, o fígado é frequentemente o local para metástases de câncer que se originam no canal alimentar. Funções do fígado e da vesícula biliar Os hepatócitos secretam diariamente de 800 a 1.000 mℓ de bile, um líquido amarelo, marrom ou verde oliva. Ele tem um pH entre 7,6 e 8,6 e é constituído principalmente por água, sais biliares, colesterol, um fosfolipídio chamado lecitina, pigmentos biliares e vários íons. PROVAS DE FUNÇÃO HEPÁTICA: As provas de função hepática (PFH) são exames de sangue para medir a presença de determinadas substâncias químicas liberadas pelos hepatócitos. Estas incluem a globulinase albumina, a alanina aminotransferase (ALT), a aspartato aminotransferase (AST), a fosfatase alcalina (ALP), a gamaglutamil-transpeptidase (GGT) e a bilirrubina. As PFH são utilizadas para avaliar e monitorar doenças ou danos hepáticos. As causas mais comuns de elevação nas enzimas hepáticas incluem anti-inflamatórios não esteroides, hipolipemiantes, alguns antibióticos, álcool etílico, diabetes, infecções (hepatite viral e mononucleose), cálculos biliares, tumores do fígado e uso excessivo de fitoterápicos, como cava-cava, confrei, poejo, raiz do dente-de-leão, solidéu (escutelária) e éfreda. O principal pigmento biliar é a bilirrubina. A fagocitose dos eritrócitos envelhecidos libera ferro, globina e bilirrubina (derivada do heme). O ferro e a globina são reciclados; a bilirrubina é secretada na bile e, por fim, é decomposta no intestino. Um de seus produtos de degradação – a estercobilina– dá às fezes a sua coloração marrom normal. A bile é parcialmente um produto de excreção e parcialmente uma secreção digestória. Os sais biliares, que são sais de sódio e sais de potássio dos ácidos biliares (principalmente ácidos quenodesoxicólico e cólico), desempenham um papel na emulsificação, a fragmentação de grandes glóbulos lipídicos em uma suspensão de pequenos glóbulos lipídicos. Os pequenos glóbulos lipídicos apresentam uma área de superfície muito grande que possibilita que a lipase pancreática realize mais rapidamente a digestão dos triglicerídios. Os sais biliares também ajudam na absorção de lipídios após a sua digestão. Embora os hepatócitos liberem bile continuamente, aumentam sua produção e secreção quando o sangue do sistema porta contém mais ácidos biliares; assim, conforme a digestão e a absorção prosseguem no intestino delgado, a liberação de bile aumenta. Entre as refeições, depois que a maior parte da absorção ocorreu, a bile flui para dentro da vesícula biliar para armazenamento, porque o músculo do esfíncter da ampola hepatopancreática fecha a entrada para o duodeno. 6 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi O esfíncter circunda a ampola hepatopancreática. Além de secretar bile, que é necessária para a absorção das gorduras dietéticas, o fígado desempenha outras funções vitais: Metabolismo de carboidratos: O fígado é especialmente importante na manutenção de um nível normal de glicose no sangue. Quando a glicose no sangue está baixa, o fígado cliva o glicogênio em glicose e libera glicose para a corrente sanguínea. Também converter determinados aminoácidos e o ácido láctico em glicose, e pode converter outros açúcares, como a frutose e a galactose, em glicose. Quando a glicemia está elevada, como ocorre logo depois de uma refeição, o fígado converte a glicose em glicogênio e triglicerídios para armazenamento Metabolismo de lipídios: Os hepatócitos armazenam alguns triglicerídios; clivam ácidos graxos para gerar ATP; sintetizam lipoproteínas, que transportam ácidos graxos, triglicerídios e colesterol de e para as células do corpo; sintetizam colesterol; e utilizam o colesterol para produzir sais biliares Metabolismo de proteínas: Os hepatócitos desaminam (removem o grupo amino, NH2) dos aminoácidos, de modo que eles possam ser utilizados para a produção de ATP ou ser convertidos em carboidratos ou gorduras. A amônia (NH3) resultante é então convertida em ureia, que é muito menos tóxica e é excretada na urina. Os hepatócitos também sintetizam a maior parte das proteínas plasmáticas, como a alfaglobulina e betaglobulina, a albumina, a protrombina e o fibrinogênio Processamento de fármacos e hormônios: O fígado desintoxica substâncias, como o álcool etílico, e excreta medicamentos como a penicilina, a eritromicina e as sulfonamidas na bile. Também pode alterar quimicamente ou excretar hormônios tireóideos e esteroides, como estrogênio e aldosterona Excreção de bilirrubina. A bilirrubina, derivada do grupo heme de eritrócitos envelhecidos, é absorvida pelo fígado a partir do sangue e secretada na bile. A maior parte da bilirrubina da bile é metabolizada no intestino delgado por bactérias e eliminada nas fezes Síntese de sais biliares. Os sais biliares são utilizados no intestino delgado durante a emulsificação e absorção de lipídios Armazenamento: Além do glicogênio, o fígado é o principal local de armazenamento de determinadas vitaminas (A, B12, D, E e K) e minerais (ferro e cobre), que são liberadas do fígado quando necessárias em outras partes do corpo Fagocitose. As células estreladas do fígado fagocitam eritrócitos envelhecidos, leucócitos e algumas bactérias Ativação da vitamina D: A pele, o fígado e os rins participam na síntese da forma ativa da vitamina D. Bilirrubina A bilirrubina é um produto de degradação do núcleo heme, principalmente da hemoglobina. O seu metabolismo, há diversas etapas que dependem do fígado, como captação, conjugação e excreção biliar, de modo que as bilirrubinas também podem oferecer uma visão geral da função do órgão. Devido à sua associação à hemólise, ao transporte plasmático e à própria função hepática, as alterações de seus níveis séricos devem ser analisadas individualmente. Em geral, seus níveis totais representam um balanço entre a produção e a excreção hepática. 7 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi Cirrose hepática A cirrose hepática é o estágio terminal de todas as doenças hepatocelulares. Após a morte celular e a deposição de tecido fibroso no parênquima hepático, há perda de sua arquitetura lobular e vascularnormal e formação de nódulos de regeneração. Geralmente, há diminuição do tamanho e aumento da consistência do fígado, além de suas bordas se tornarem rombas e sua superfície ter aspecto irregular. Qualquer doença crônica que acometa o fígado pode resultar em cirrose a partir da instalação de necrose hepatocelular difusa e da consequente tentativa de regeneração dos hepatócitos. Este processo dinâmico de destruição-regeneração leva a modificações na matriz extracelular que culminam em deposição progressiva de tecido fibrótico em substituição ao parênquima funcionante. Surge, assim, uma significativa desorganização arquitetônica e vascular dos lóbulos hepáticos que acaba por gerar graves danos funcionais. Todas as funções do órgão são diminuídas; assim, advêm complicações como perda de massa proteica, desnutrição, ginecomastia, ascite, hipertensão portal, tendência a hemorragia, encefalopatia hepática, síndrome hepatorrenal, icterícia etc. Estudos de autópsias mostram que a cirrose hepática está presente em 3,5 a 5% dos indivíduos – 15% dos etilistas desenvolvem cirrose, a oitava causa de morte nos Estados Unidos. Etiologia da cirrose Metabólica Erros congênitos ou adquiridos do metabolismo. 1. Tirosinemia Distúrbio primário no metabolismo da tirosina e da metionina. O fígado está envolvido tanto aguda quanto cronicamente. 2- Galactosemia Erro inato no metabolismo de hidratos de carbono. Os sintomas iniciam-se após a ingestão de lactose e galactose, enquanto a hepatomegalia e a icterícia são achados frequentes. 3- Glicogenoses Doenças hereditárias raras, caracterizadas pelo acúmulo excessivo de glicogênio em vários tecidos do organismo. 4- Doença de Wilson Acúmulo de quantidades tóxicas de cobre no fígado, no cérebro, nas córneas e nos rins. Geralmente se manifesta na infância ou na adolescência, e as formas de apresentação incluem desde hepatomegalia assintomática até formas de hepatite aguda, fulminante, crônica e cirrose. 8 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi 5- Hemocromatose Aumento da absorção de ferro, levando ao acúmulo desse metal no organismo. Escurecimento da pele, diabetes mellitus, insuficiência cardíaca e cirrose hepática devem levar à investigação da doença. 6- Deficiência de alfa-1-antitripsina Doença familiar que pode acometer pulmões e fígado. 7- Esteato-hepatite não alcoólica Caracteriza-se pela presença de processo inflamatório no lóbulo (hepatite) e de esteatose macrovesicular. Na persistência de aminotransferases alteradas, marcadores virais e autoimunes negativos, é dita como um dos principais diagnósticos na ausência de alcoolismo. Em obesos, hipertensos, diabéticos e portadores da síndrome metabólica, há maior prevalência no desenvolvimento da doença com possível evolução para cirrose e hepatocarcinoma. Viral As hepatites virais são a principal causa de cirrose hepática em nosso meio, sendo o vírus da hepatite C a principal etiologia, em geral relacionado à contaminação por material de uso intravenoso ou sangue infectado. O vírus da hepatite A não está relacionado à cirrose, ao passo que o vírus da hepatite B, apesar da resolução espontânea na maioria dos casos, pode levar a cronicidade e cirrose. Quando infecta o portador do vírus da hepatite B, o vírus delta também pode levar a cirrose hepática. Alcoólica Em geral, após 10 anos de consumo, o álcool pode levar a cirrose hepática. As mulheres são mais suscetíveis do que os homens, e há importante fator de suscetibilidade genética individual envolvido. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento, em ordem decrescente de importância, são quantidade de etanol ingerida, tempo de ingestão, continuidade, dano hepático “inicial”, sexo feminino, fator genético e desnutrição. Induzida por toxinas e fármacos Resultado de drogas como metotrexato, alfametildopa, isoniazida etc. Autoimune Resultado de hepatite crônica autoimune. Biliar Além da atresia congênita das vias biliares extra-hepáticas, principal causa de cirrose entre crianças, as estenoses adquiridas também podem levar a cirrose hepática, como a colangite esclerosante primária, a cirrose biliar primária e a estenose cicatricial das vias biliares. A cirrose biliar primária é rara e ocorre mais em mulheres (90 a 95%), entre 30 e 65 anos, sendo os sintomas mais comuns a fadiga e o prurido. Um anticorpo antimitocôndria positivo em título acima de 1:40 é diagnóstico. Obstrução do fluxo venoso hepático Como ocorre na síndrome de Budd-Chiari, na doença hepática veno-oclusiva e, mais raramente, na pericardite constritiva. Criptogênica De origem indeterminada, ocorre quando não se consegue determinar a etiologia da cirrose. Pode variar de 10% até um terço dos casos, dependendo do estudo. 9 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi Quadro clínico Pode se manifestar de várias maneiras, desde sintomas inespecíficos, como fadiga crônica, até quadros emergenciais, como as hemorragias digestivas. Tudo depende da etiologia, da presença de complicações e da gravidade da doença. Alterações nas provas de função hepática ou citopenias em exames de rotina feitos em assintomáticos podem ser as manifestações iniciais. Os sintomas relacionados à perda da função hepatocitária incluem perda de peso, cansaço, déficits neurológicos de concentração e memória e alterações do ciclo menstrual e da libido. Ginecomastia, icterícia, ascite, esplenomegalia, telangiectasias, spiders/aranhas vasculares e eritema palmar são sinais que devem ser pesquisados, assim como adejo (asterix ou flapping) e hálito hepático. As manifestações clínicas das complicações, como hipertensão portal com hemorragia digestiva, retenção de líquidos com edema, ascite ou insuficiência renal, ou a encefalopatia hepática em suas formas mais graves, também podem abrir o quadro clínico. Classificação Entre as várias classificações propostas para a cirrose hepática, destacaremos a morfológica e a funcional. Classificação morfológica Morfologicamente, a cirrose pode ser classificada como micronodular, macronodular, mista ou septal incompleta. Alguns autores acreditam que, a partir da classificação morfológica, também se possa chegar à etiologia da cirrose, que pode ser desconhecida em até 30% dos pacientes. Cirrose micronodular Outrora chamada de cirrose de Laènnec, é aquela com nódulos de regeneração pequenos, de 0,1 a 0,3 cm de diâmetro. Ocorre classicamente na fase inicial da cirrose alcoólica e, posteriormente, transforma-se em macronodular. Cirrose macronodular É aquela com nódulos de regeneração maiores, de até 0,5 cm. Foi chamada de pósnecrótica, irregular e pós-colapso. 10 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi Cirrose mista Talvez seja a forma mais comum, em áreas com micronódulos e macronódulos. Cirrose septal incompleta Os nódulos são maiores, atingindo até 1 cm de diâmetro, e a fibrose portal é proeminente. Elastografia hepática Trata-se de um método não invasivo de maior sensibilidade e especificidade para graduação do nível de fibrose hepática entre portadores de hepatopatias crônicas. Apesar de não ser mais acurado que a biópsia, é amplamente usado por ser um exame com muito menos risco. É realizado por ressonância magnética (mais comum) ou ultrassonografia (menos usada em nosso meio). Classificação funcional A classificação funcional envolve duas classificações importantes e muito utilizadas e, com base em critérios clínicos e laboratoriais, visa determinar a gravidade de cada caso. Os tipos mais utilizados são a classificação de Child- Pugh e o Model for End-stage Liver Disease (MELD). Child- Pugh: O MELD é outro sistema de avaliação da doença hepática crônica, em que são utilizados valores de bilirrubina sérica, creatinina e INR. Convém lembrar o método mnemônico BIC (Bilirrubina, INR, Creatinina). A fórmula usada para calcular o MELD é: Diagnóstico O diagnóstico deve basear-se nostrês aspectos utilizados para classificar a doença: aspectos clínicos, como sintomas, sinais e alterações laboratoriais; etiologia da doença; padrão histológico, determinado por exame anatomopatológico de fragmento de biópsia hepática ou elastografia. Assim, nos casos avançados em que as complicações da cirrose já se impõem, paralelamente ao seu tratamento, deve-se pesquisar a etiologia da cirrose e classificá-la morfologicamente. 11 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi Tratamento Cirrose não tem tratamento definitivo, exceto o transplante hepático. Baseia-se, inicialmente, na correção do fator etiológico, quando possível, como abstenção de álcool, tratamento adequado das hepatites virais e suspensão de drogas que agridam o fígado. Os pacientes bem compensados clinicamente devem ser monitorizados frequentemente quanto a complicações possíveis, como o hepatocarcinoma (ultrassonografia e alfafetoproteína semestral), a hipertensão portal (endoscopia digestiva alta e ultrassonografia com Doppler) e a disfunção renal. Também devem evitar todo tipo de agressão hepática e situação de estresse, já que possuem pouca reserva funcional, abstendo-se de bebidas alcoólicas e de drogas e substâncias sabidamente hepatotóxicas. A dieta deve ser hipercalórica, normoproteica e rica em vitaminas, como o ácido fólico. Os pacientes com complicações da cirrose devem seguir tratamento específico discutido em cada tópico, lembrando que cirrose avançada ou complicações prévias como HDA, PBE e síndrome hepatorrenal não tem como tratamento definitivo, o transplante hepático. hipertensão portal O sistema porta inicia-se nos sinusoides do pâncreas, do baço, dos intestinos e da vesícula biliar e percorre um sistema sem válvulas formado pela veia porta e suas tributárias, mesentéricas superior e inferior e esplênica, chegando aos sinusoides hepáticos; é o único sistema do nosso corpo contido entre sinusoides. Um sistema porta ou sistema venoso portal ocorre quando um leito capilar venoso drena para outro leito capilar venoso sem a passagem pelo coração; o sistema porta hepatis é o principal exemplo. Anatomicamente, a veia porta tem entre 6 e 6,5 cm de extensão e até 0,8 cm de diâmetro, formada pela junção das veias mesentérica superior e esplênica, sendo que esta recebe a veia mesentérica inferior. Em sua fisiologia, o fígado recebe cerca de 1.500 mL de sangue a cada minuto, sendo a veia porta responsável por 75% desse fluxo e a artéria hepática, apenas 25%, porém ela fornece aproximadamente 60% do oxigênio consumido pelo órgão. A pressão portal normalmente é baixa, em torno de 10 a 15 cm de água pela baixa resistência dos sinusoides hepáticos. Sofre influência de respiração, postura e pressão intra-abdominal e eleva-se anormalmente quando há resistência ao fluxo sanguíneo no sistema, podendo chegar a níveis superiores a 25 a 30 cm de água, que definem Hipertensão Portal (HP). 12 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi Etiologia A HP, em sua maioria, decorre da resistência ou obstrução ao fluxo sanguíneo no sistema porta, proporcionando uma classificação anatômica quanto ao local da obstrução em relação ao fígado. Mais raramente, pode decorrer de aumento anormal do fluxo sanguíneo portal, como em casos de fístulas arteriovenosas, da artéria hepática para a veia porta. A causa mais comum de HP no Brasil é a cirrose hepática, causada por vírus, álcool ou outras condições. A obstrução ao fluxo sanguíneo ocorre tanto no espaço porta como nos sinusoides e nas veias hepáticas. A fibrose portal causada evolutivamente pela doença compromete o espaço portal, assim como os nódulos de regeneração alteram o fluxo das veias hepáticas, somando-se às alterações estruturais para aumento da resistência vascular. Na cirrose também se observa alteração da microcirculação hepática, com anastomoses intra-hepáticas entre ramos das veias porta e hepática e entre ramos da veia porta e da artéria hepática, assim como capilarização dos sinusoides, como tentativa de facilitar o fluxo sanguíneo. Outra causa da HP, a mais comum em alguns estados do Nordeste, é a esquistossomose em sua forma hepatoesplênica. Nessa patologia, a presença de ovos, vermes e granulomas nos espaços portais causa processo 13 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi inflamatório que resulta em fibrose desse espaço (fibrose de Symmers), obstruindo os ramos venosos intra- hepáticos da veia porta. Em oposição ao paciente cirrótico, o portador da esquistossomose tem o parênquima hepático preservado, assim como o fluxo sanguíneo total, dependente do aporte arterial, sendo a HP pré-sinusoidal na maioria, com componente de bloqueio intra-hepático dos ramos portais e de hiperfluxo pela esplenomegalia. Fisiopatologia O fluxo sanguíneo no sistema porta e sua resistência vascular constituem um equilíbrio que determina a pressão desse sistema, fazendo que esta possa aumentar nos casos de resistência ou obstrução vascular ou aumento real do fluxo sanguíneo. Na maioria dos casos, o aumento da resistência é responsável pela HP, visto que o sistema tem capacidade de adaptar-se às variações de pressão, podendo esta localizar-se em qualquer segmento do eixo esplenoportal, da circulação intra-hepática e da drenagem venosa supra-hepática. O gradiente de pressão entre veia porta e veia cava varia entre 1 e 5 mmHg; variações acima desses níveis já são consideradas HP por definição. Porém, clinicamente, esta só se torna significativa quando o gradiente excede os 10 mmHg, com o surgimento de circulação colateral exuberante, principalmente de varizes esofágicas. O sangramento das varizes decorrentes da HP é visualizado quando o gradiente é superior a 12 mmHg. Quadro clínico As manifestações clínicas apresentam-se em alterações específicas de cada doença de base, ou em quatro maiores consequências clínicas. Circulação colateral portossistêmica Alteração mais característica da HP, resultante de anastomoses naturais entre vasos do sistema portal e da circulação sistêmica, gerando dilatação de veias do plexo hemorroidário, da parede abdominal e da junção esofagogástrica. O surgimento das veias dilatadas na parede abdominal, próximas à cicatriz umbilical (“cabeça de medusa”), é um importante sinal clínico de HP. Ao exame clínico, pode-se evidenciar sopro venoso na região do epigástrio ou mesogástrio, denotando circulação intensa nos vasos umbilicais e paraumbilicais no ligamento falciforme e na região periumbilical, acentuado na inspiração, na sístole ou com o paciente em pé. A síndrome de Cruveilhier-Baumgarten corresponde a aumento da resistência ao fluxo sanguíneo no sistema porta hepatis, resultando em aumento de HP. Sopro venoso pode ser auscultado como resultado das conexões colaterais entre o sistema porta e o remanescente da veia umbilical. É mais audível com o estetoscópio no epigástrio, aumenta durante a manobra de Valsalva e diminui aplicando-se pressão acima da cicatriz umbilical. 14 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi As varizes esofagogástricas decorrem da circulação colateral entre veia gástrica esquerda e sistemas ázigos e hemiázigos, na maioria das vezes assintomáticas (40% dos pacientes com cirrose assintomática já apresentam varizes de esôfago, e aqueles que não apresentam as desenvolvem a uma taxa de 6% ao ano) até o primeiro episódio de sangramento. Até 60% dos pacientes com cirrose hepática desenvolvem varizes de esôfago, um terço destes desenvolverá sangramento nos primeiros dois anos do diagnóstico, e até 70% dos que sangraram e não tiveram seguimento ressangrarão. A precipitação de ruptura das varizes esofagogástricas está relacionada, principalmente, a doença hepática descompensada (classificação de Child-Pugh), calibre do vaso (médio e grosso calibres) e sinais da cor vermelha na superfície das varizes. A manifestação do sangramento se faz normalmente por hematêmese precedida ou seguida de melena, podendoser por melena isolada ou enterorragia. Nos pacientes com sangramento decorrente do plexo hemorroidário comprometido, o quadro clínico se faz por hematoquezia ou enterorragia, e no exame proctológico se pode lagrar o mamilo congesto e sangrante. Outras áreas de shunt descritas são: para o sistema venoso, de Retzius (retroperitônio), conectando as veias cólicas com a lombar e as intercostais inferiores; veias pancreáticas conectando a esplênica e a renal esquerda; numerosos canais venosos que comunicam o fígado com o diafragma (veias de Sappey). Esplenomegalia Normalmente indolor, a esplenomegalia é visualizada em até 80% dos pacientes, sem correlação entre o grau da doença e o tamanho do baço. Os quadros de dor no hipocôndrio esquerdo devem ser investigados para a presença de infarto esplênico ou trombose da veia esplênica. Além da víscera palpável ao exame físico, exames laboratoriais podem mostrar trombocitopenia, leucopenia e anemia, isoladamente ou associadas, a primeira a mais prevalente, decorrentes do hiperesplenismo. Encefalopatia hepática Trata-se de uma condição complexa encontrada nos portadores de HP associada a cirrose, caracterizada por sinais e sintomas neuropsiquiátricos, como alterações de personalidade, confusão, coma, convulsão, hiper-reflexia, hálito hepático e flapping, e desencadeada normalmente por hemorragias digestivas, infecções agudas, distúrbios hidroeletrolíticos, constipação, ingestão de grande quantidade de proteínas, piora da função hepática e pós- derivações cirúrgicas. Deve-se a dificuldade de degradação da amônia pelo fígado doente. 15 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi A amônia é a principal neurotoxina caracterizada que precipita a encefalopatia hepática. O trato gastrintestinal é a sua fonte primária, e a amônia entra na circulação via veia porta. É produzida pelos enterócitos a partir da glutamina e pelo catabolismo das fontes nitrogenadas (proteína ingerida e ureia secretada) pelas bactérias colônicas. O fígado intacto clareia quase toda a amônia da veia porta, convertendo-a em glutamina e prevenindo a sua entrada na circulação. O aumento da amônia sérica na doença hepática é consequência da função hepática prejudicada e do shunt sanguíneo em torno do fígado. A perda muscular também contribui, pois o músculo é um sítio extra-hepático importante de remoção da amônia Ocorrem, devido a hiperamonemia, diminuição do transporte de aminoácidos do sangue para o cérebro e aumento na osmolaridade intracelular nos astrócitos (levando a edema cerebral). Têm sido propostos, também, o aumento do tônus do sistema neurotransmissor inibitório GABA-benzodiazepínico no desenvolvimento da encefalopatia hepática e o aumento não específico na permeabilidade da barreira hematoencefálica. 16 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi Ascite Trata-se do acúmulo patológico de fluido na cavidade peritoneal. Na HP, é facilmente identificada clinicamente, acompanhada, em geral, de hemodiluição, redução de volume urinário e edema. Tem importância, inclusive, na estratificação dos cirróticos (classificação de Child-Pugh) e como marcadora de piora da função hepática quando surge abruptamente ou aumenta de volume. Pode causar desconforto, dor e restrição respiratória e, nos casos mais delicados, evoluir com infecção, levando a quadro de peritonite bacteriana. O desenvolvimento da HP é o primeiro passo para retenção de líquido no quadro de cirrose. Pressão portal acima de 12 mmHg parece ser requerida para retenção fluida, mas a hipertensão sinusoidal é associada a tal fato. Pacientes com cirrose e ascite têm diminuição marcada da resistência vascular sistêmica e da pressão arterial média, além de aumento no débito cardíaco, resultando em circulação hiperdinâmica. O principal território onde ocorre a vasodilatação é a circulação arterial esplâncnica. O Óxido Nítrico (NO) parece ser o mediador primário na vasodilatação (atividade endotelial de NO-sintase aumentada nos vasos arteriais; níveis séricos aumentados de nitrito e nitrato em cirróticos), e a produção de NO pode ser estimulada por endotoxinas ou produtos bacterianos oriundos do trato gastrintestinal, pois estes são menos eficientemente clareados devido ao shunt portossistêmico e à função celular reticuloendotelial diminuída. A progressiva vasodilatação nos cirróticos leva à ativação de vasoconstritores endógenos, retenção de sódio e água e aumento da vasoconstrição renal. A redução da pressão nos barorreceptores da carótida e do rim, induzida pela vasodilatação, resulta na ativação dos mecanismos neuro-humorais para retenção de sódio no sentido de restaurar a pressão de perfusão para a normalidade. Estes incluem o sistema renina-angiotensina-aldosterona, o sistema nervoso simpático e o hormônio antidiurético. O efeito é a ávida retenção de sódio e água, pois o paciente é efetivamente depletado de volume, mesmo com o aumento dos estoques de sódio extracelular, do volume plasmático e do débito cardíaco. A ativação do sistema vasoconstritor tende a reduzir o fluxo sanguíneo renal. A perfusão renal pode, inicialmente, ser mantida devido aos vasodilatadores como prostaglandinas e, talvez, NO. No entanto, a progressão da doença hepática sobrepõe o efeito protetor, levando a hipoperfusão renal progressiva, declínio gradual na taxa de filtração glomerular e, em alguns, síndrome hepatorrenal. O exame de maior valor na avaliação do paciente com ascite é a paracentese diagnóstica. Por meio dela, pode-se avaliar o valor da glicose no líquido (normal na peritonite bacteriana espontânea e diminuída na peritonite secundária), amilase (ascite pancreática), celularidade total e diferencial (aumento de polimorfonucleares igual ou maior que 250 é diagnóstico de peritonite bacteriana espontânea), cultura do líquido e, de maior importância, as proteínas totais e albumina no líquido. O gradiente de albumina soro-ascite avalia a etiologia da ascite com especificidade de 98% e é calculado subtraindo-se a albumina do líquido ascítico da albumina sérica (colhida no mesmo dia da paracentese). Valores igual ou maior que 1,1 g/dL são sugestivos de ascite causada por HP, enquanto valores menores que 1,1 g/dL sugerem ascite não associada a HP. Diagnostico: Devemos suspeitar de hipertensão porta em todo paciente que apresente uma combinação dos seguintes achados: ascite, esplenomegalia, encefalopatia ou varizes esofagogástricas. Os exames laboratoriais iniciais nos ajudam a identificar a existência ou não de disfunção hepatocelular associada e incluem a dosagem sérica de albumina, o hemograma completo, as provas de função hepática e a determinação do TAP. • Ultrassonografia-Doppler • Endoscopia digestiva alta (procurar presença de varizes esofagogástricas (esofagianas e/ou gástricas)) • Angio-TC e ressonância magnética • Angiografia • ELASTOGRAFIA TRANSITÓRIA (FIBROSCAN)
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