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A1 NEUROPSICOLOGIA

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA 
CAMPUS CABO FRIO 
CURSO DE PSICOLOGIA 
 
DISCIPLINA: NEUROPSICOLOGIA. 
PROFESSORA: FLÁVIO CARVALHO. 
 
 
 
ESTUDO DO CASO PHINEAS GAGE 
 
 
 
 
POR 
ELIZA DE OLIVEIRA RODRIGUES 
LILIAN DO NASCIMENTO LOPES DIONIZIO 
MARGARETH VENTURA DA CUNHA 
RODRIGO RIBEIRO DA SILVA 
SARA DOS SANTOS CARNEIRO 
 
 
 
Cabo Frio 
2022 
ELIZA DE OLIVEIRA RODRIGUES – 20191107134 
LILIAN DO NASCIMENTO LOPES DIONIZIO – 20041374754 
MARGARETH VENTURA DA CUNHA – 20141108226 
RODRIGO RIBEIRO DA SILVA – 20191100892 
SARA DOS SANTOS CARNEIRO – 20191107947 
 
 
 
 
ESTUDO DO CASO PHINEAS GAGE 
 
 
 
 
 
 
Professor: Flávio Carvalho. 
 
 
 
 
 
 
Cabo Frio 
2022 
O CASO PHINEAS DE GAGE 
 Phineas Gage foi um operário da Nova Inglaterra, de 25 anos, que trabalhava em 
uma construção de trilhos de trem, quando sofreu um grave acidente. Na tentativa de 
remover uma pedra, houve uma explosão em que uma barra de ferro, de 1 metro de 
comprimento e 6kg, é disparada e atinge Gage, de modo a perfurar seu rosto abaixo do 
olho e sair no crânio, pelo lado esquerdo na região do córtex pré-frontal. O operário 
convulsionou, mas logo recobrou sua consciência. Não à toa, seu caso ganhou destaque 
mundial e foi importante para a evolução da neurociência e da compreensão da mente. 
Gage foi transportado por uma carroça até ser apresentado ao médico da cidade, 
o Dr. Harlow, que passou a acompanhar seu caso. Na época, o que mais causou-lhe 
espanto foi a capacidade do próprio Phineas em descrever o que havia acontecido com 
ele, ainda com a barra atravessada em seu crânio, aparentemente com raciocínio e 
memória preservados, mesmo tendo visivelmente perdido massa encefálica. O médico 
relatou que “o topo da cabeça parecia algo semelhante a um funil invertido, como se 
algum corpo em forma de cunha tivesse passado de baixo para cima”. 
Harlow comenta ainda que ele estava exausto devido a hemorragia. Posterior-
mente, o tratou e protegeu a ferida contra infecções. Embora o cuidado fosse realizado 
regularmente, o paciente teve uma anemia em decorrência da hemorragia, passou por uma 
cirurgia para remover uma infecção e enfrentou um abcesso e muita febre até que seu 
ferimento, de fato, se curasse. Em aproximadamente dois meses, Phineas se recuperou e 
estava pronto para retornar à casa de seus pais. O próprio médico apontou sua cura como 
um milagre, se utilizando da seguinte frase: “eu o tratei, mas Deus o curou”. 
Nesse contexto, mesmo Gage tendo sobrevivido, seu caso teve outra reviravolta e 
tornou-se mais um desafio para os médicos da época. O rapaz estava vivo, mas, assim 
que retornou ao convívio com os pais, pôde-se notar as alterações em seu comportamento. 
Gage era um jovem atlético, metódico, organizado e responsável por controlar as 
explosões de pólvora no solo. Phineas mudou após o acidente, apesar de manter algumas 
funções intactas, como a capacidade de falar – linguagem; suas funções motoras; e a 
visão, pois apesar de tê-la perdido no olho atingido, enxergava perfeitamente com o 
direito. 
Após a lesão que atingiu seu encéfalo, Gage tornou-se irritadiço, irreverente e por 
vezes obsceno; e seus sonhos e planos para o futuro não tinham mais a mesma constância. 
Passou a ser descrito como inescrupuloso, tornando-se irreconhecível para seus amigos. 
Ademais, mesmo tendo a capacidade física de trabalhar por meio período, logo foi 
dispensado do trabalho, também por tais inadequações em seu comportamento. Ou seja, 
houve um comprometimento à parte censora de sua personalidade, que se evidencia pela 
perda da preocupação com as convenções sociais, morais e éticas. 
 Em suma, o rapaz não pôde mais trabalhar na construção, e, assim, tentou se 
adaptar em fazendas, como capataz; chegou a se encaixar no circo, como uma aberração 
e tiveram notícias suas como cocheiro na América do Sul por volta da década de 60, 
quando sua saúde começa a se deteriorar. Acredita-se que ele exibia-se em teatros junto 
à haste que havia perfurado seu cérebro. Phineas retornou para casa, onde adoeceu e, após 
um ciclo de convulsões, faleceu em maio de 1860, aos 37 anos. 
 Diante do exposto, fazendo um apanhado teórico, verifica-se que há, de fato, 
correlação entre a área lesionada com a alteração do comportamento de Gage. Isto porque 
o córtex pré-frontal recebe – da amígdala, giro do cíngulo, córtex parahipocampal e 
hipocampo – informações sensoriais, emocionais e relacionadas à memória, empatia e à 
resposta comportamental. Além disso, o córtex dorsolateral do CPF possui extensas 
conexões – com o visual temporal, parietal e unimodal – que também implica na 
aprendizagem e atenção e, portanto, na tomada de decisão. O dano nessa região, portanto, 
leva a déficits na tomada de decisão, o que explicaria a impulsividade e o 
comprometimento do controle inibitório presente em Gage. 
Em suma, as lesões no lobo frontal associam-se a sintomas de distúrbios do 
comportamento e disfunção executiva, haja vista que esta região do encéfalo trata-se do 
substrato anatômico e funcional da formação da personalidade. Assim, é comum que a 
capacidade cognitiva seja preservada, mas as interações com o meio psicossocial tornam-
se distorcidas, como ocorreu com operário. Entre os sintomas, destacam-se a 
impulsividade com manutenção parcial da autocrítica, a desinibição e os comportamentos 
inapropriados (BAHIA, V. S. et al. 2013). 
 Sendo assim, verifica-se que o caso de Gage foi paradigmático e trouxe à ciência 
o desejo e o desafio de compreender porque algumas de suas faculdades foram mantidas, 
enquanto outras se deterioraram e se transformaram tão bruscamente, levando-a a se 
debruçar na organização e no funcionamento cerebral. A partir disso, constatou-se a 
ligação entre uma lesão cerebral específica e uma limitação da racionalidade, e que, 
realmente, determinadas áreas do encéfalo estavam ligadas ao comportamento humano, 
às condutas sociais, dentre outras funções e características que conferem ao humano sua 
personalidade e subjetividade. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BAHIA, V. S. et al. Prefrontal damage in childhood and changes in the development 
of personality: A case report. Dementia & Neuropsychologia [online]. 2013, v. 7, n. 1 
[Acessado 18 Abril 2022] , pp. 132-135. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1980-
57642013DN70100019>. ISSN 1980-5764. https://doi.org/10.1590/S1980-
57642013DN70100019. 
 
BUTMAN, J.; ALLEGRI, R. F. A Cognição Social e o Córtex Cerebral. Psicologia: 
Reflexão e Crítica [online]. 2001, v. 14, n. 2 [Acessado 14 Abril 2022] , pp. 275-279. 
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-79722001000200003>. Epub 18 Abr 
2002. ISSN 1678-7153. https://doi.org/10.1590/S0102-79722001000200003. 
 
FILHO, P. M. Mr. Phineas Gage e o acidente que deu novo rumo à neurologia. Rev 
Bras Neurol. 50(2):33-5, 2014. 
 
TELES, R. V. O Grande Legado De Phineas Gage. Dementia & Neuropsychologia 
[online]. 2020, v. 14, n. 4 [Acessado 14 Abril 2022], pp. 419-421. Disponível em: 
<https://doi.org/10.1590/1980-57642020dn14-040013>. Epub 11 Dez 2020. ISSN 1980-
5764. https://doi.org/10.1590/1980-57642020dn14-040013. 
 
https://doi.org/10.1590/S0102-79722001000200003
https://doi.org/10.1590/1980-57642020dn14-040013

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