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Livro Texto - Unidade I

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APRESENTAÇÃO
A disciplina de Políticas Públicas voltadas à Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente estuda 
e discute os programas nacionais do Ministério da Saúde voltados para a assistência à criança e ao 
adolescente, além de acentuar as leis nacionais que os protegem enquanto indivíduos, visando zelar e 
propor medidas para garantir o adequado crescimento e desenvolvimento.
O livro-texto pauta seu conteúdo em parâmetros legais, destacando o dever da família, da sociedade, 
dos órgãos de proteção a crianças e adolescentes e, ainda, o papel exercido pelo Estado para proteger 
essa população, em especial à de maior vulnerabilidade social.
Seguindo orientações do Ministério da Saúde, vamos aprender o quão importante é prevenir 
quando o assunto é saúde. Nesse contexto, evidenciamos as políticas de promoção destinadas a 
campanhas de vacinação.
INTRODUÇÃO
A partir da Portaria nº 1.130, de 5 de agosto de 2015 (BRASIL, 2015), o Ministério da Saúde instituiu 
as diretrizes da Política Nacional de Atenção integral à Saúde da Criança e do Adolescente (Pnaisc), no 
âmbito do Sistema único de Saúde (SUS).
A criação dessa política pública abrangente tem como objetivo executar e garantir cuidados essenciais 
à saúde da criança e do adolescente como indivíduos portadores de direitos. O programa se estabelece 
pautado em sete eixos principais: 
– Atenção humanizada e qualificada à gestação, ao parto, ao nascimento e 
ao recém-nascido. 
– Aleitamento materno e alimentação complementar saudável. 
– Promoção e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento integral. 
– Atenção a crianças com agravos prevalentes na infância e com doenças crônicas.
– Atenção à criança em situação de violências, prevenção de acidentes e 
promoção da cultura de paz.
– Atenção à saúde de crianças com deficiência ou em situações específicas 
e de vulnerabilidade. 
– Vigilância e prevenção do óbito infantil, fetal e materno. 
Tais princípios visam articular os programas focados nessa população com as demais ações 
existentes, atendendo ao anseio de iniciativas sociais e organismos de proteção à criança e ao 
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adolescente. Segundo dados do Portal Brasil (2016), entre 1990 e 2015, o Brasil reduziu em 73% 
suas taxas de mortalidade infantil. O gráfico a seguir ilustra essa situação:
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Figura 1 - Taxa de mortalidade infantil por mil nascidos vivos - Brasil (2000 a 2015) 
A ONU creditou o avanço no combate à mortalidade infantil no Brasil ao fortalecimento do SUS e 
às políticas de assistência social, como o programa de transferência de renda Bolsa Família. A Unicef 
acentua que houve uma combinação de estratégias responsáveis pelo combate de forma efetiva à 
mortalidade infantil (ONU, 2015).
Com as referências deste livro-texto, será possível analisar o panorama social e de saúde pública em 
que estão inseridas as crianças e os adolescentes brasileiros. Notaremos que a diminuição do quadro de 
mortalidade infantil está associada à execução de políticas sociais inclusivas.
Todavia, ainda há muito que se fazer, sobretudo quanto ao entendimento do que é a infância e a 
adolescência, quais são as metas do milênio e qual lugar o Brasil quer ocupar quando comparado a 
outras nações. 
Assim, é vital refletir sobre o papel dos profissionais da enfermagem nesse contexto: como podem 
promover melhorias nos serviços para atender às especificidades do público? Estudaremos como o 
Poder Público deve se posicionar e como os agentes de saúde devem conduzir essas políticas de saúde, 
transformando-as em ações cotidianas.
O objetivo deste livro-texto é destacar informações científicas para o planejamento e a execução de 
medidas que tenham impacto positivo na saúde, no desenvolvimento e no crescimento da população de 
crianças e adolescentes brasileiros de forma saudável, principalmente naqueles que ainda se encontram 
em situação de maior vulnerabilidade social. 
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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
Unidade I
1 PANORAMA ATUAL DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA NO BRASIL 
Para assimilarmos os resultados das ações executadas pelos profissionais de saúde para a população 
de crianças e adolescentes brasileiros, é essencial conhecer os diversos aspectos aos quais este grupo 
está submetido, em especial às situações de vulnerabilidade e fatores de risco específicos dessa faixa 
etária. Nesse contexto, a mortalidade infantil é o principal parâmetro, trata-se de um indicador global 
que acompanha o grau de vulnerabilidade aos quais o grupo está exposto.
A mortalidade infantil está intrinsecamente ligada ao nível de desenvolvimento social do país e à 
região em que a criança nasceu. 
As nações desenvolvidas denotam baixo índice de mortalidade, situação bem diferente de países 
em desenvolvimento, reconhecidos como social e economicamente periféricos, que apresentam as 
maiores taxas. Os principais indicadores para os casos de mortalidade infantil se concentram na 
fragilidade ou inexistência de boa assistência pré-natal ao recém-nascido, além de dificuldades 
primárias, como ausência de saneamento básico e desnutrição. 
 Segundo o relatório da Unicef intitulado Situação mundial da infância 2015:
No momento em que uma criança chega ao mundo, até mesmo sua segurança 
depende de sorte em relação ao local de nascimento e às condições de vida 
de sua família – e a desigualdade estende-se ao longo da infância, e além 
dela (UNICEF, 2014, p. 3).
A ONU (2015) acompanha a quantidade mundial de mortalidade infantil. Em 2015, divulgou que a 
cada mil nascidos vivos no mundo, 49,4 falecem. 
 Saiba mais
Para ter mais informações sobre a taxa de mortalidade infantil no 
mundo e a expectativa de vida ao nascer em cada país, leia: 
MAPA comparativo entre países. Taxa de mortalidade infantil. 
Index Mundi, [s.d.]. Disponível em: <https://www.indexmundi.com/
map/?v=29&l=pt>. Acesso em: 8 mar. 2018.
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Unidade I
No Brasil, esse índice está em 22 a cada mil nascidos vivos. Embora o Brasil não esteja entre os líderes 
neste ranking, o quadro é alarmante. Para compreendê-lo, é preciso examinar as especificidades que 
traduzem nossa formação como nação.
Em apontamentos realizados pela Unicef no relatório sobre a Infância e a Adolescência no Brasil, 
ressalta-se que:
O Brasil possui uma população de 201,5 milhões de pessoas, das quais 59,7 
milhões têm menos de 18 anos de idade (PNAD, 2013). Mais da metade 
de todas as crianças e os adolescentes brasileiros são afrodescendentes, e 
mais de um terço dos 821 mil indígenas do País são crianças (CENSO, 2010) 
(UNICEF, 2014).
A tabela a seguir apresenta a distribuição da população infantojuvenil no País por região:
Tabela 1 
Grandes regiões População total População entre 0 e 19 anos
% da população entre 0 e 19 
anos sobre a população total
Região Norte 17.523.777 6.411.579 36,6%
Região Nordeste 56.640.710 18.564.043 32,8%
Região Sudeste 85.916.158 23.128.103 26,9%
Região Sul 29.290.154 7.796.413 26,6%
Região Centro-Oeste 15.489.302 4.646.559 30,0%
Brasil 204.860.101 60.546.697 29,6%
Fonte: Fundação Abrinq (2017, p. 9).
O gráfico e a tabela a seguir destacam a situação de infantojuvenis conforme a situação de domicílio:
17,5%
82,5%
Urbano
Rural
Figura 2 
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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
Tabela 2 
Grandes regiões População rural População urbana
Região Norte 1.763.626 4.647.953
RegiãoNordeste 5.538.899 13.025.144
Região Sudeste 1.748.483 21.379.620
Região Sul 1.059.247 6.737.166
Região Centro-Oeste 491.746 4.154.813
Brasil 10.602.001 49.944.696
Fonte: Fundação Abrinq (2017, p. 10).
Com base nas informações acentuadas, podemos concluir que a grande concentração está na região 
Norte e que a maioria de crianças e adolescentes centralizada nas regiões Norte e Nordeste habita, em 
maior parte, a zona rural de suas cidades. Nas regiões Sul e Sudeste, a concentração maior está na área 
urbana dessas cidades. Esse recorte geográfico também nos ajuda a compreender as estatísticas da 
mortalidade infantil no país, pois as regiões Norte e Nordeste, historicamente, apresentam condições 
sociais mais precárias que o Sudeste e o Sul.
Ao discutirmos as taxas de mortalidade infantil no Brasil, não podemos deixar de considerar as 
especificidades das populações indígenas. Diversas pesquisas indicam que as crianças indígenas 
possuem maior vulnerabilidade se comparadas às não indígenas, e seus índices regionais de 
mortalidade infantil também são maiores. Ao refletirmos sobre tal constatação, é importante 
considerar os traços culturais desse grupo, além das questões sociais que os permeiam. Há tribos 
indígenas que praticam o infanticídio quando a criança apresenta algum problema de saúde ou 
de desenvolvimento, em gestações gemelares (nas quais apenas uma das crianças tem sua vida 
poupada), em infrações de regras de parentesco etc. 
 Saiba mais
Para ampliar seus conhecimentos sobre o infanticídio praticado pelos 
povos indígenas, leia: 
PINEZI, A. K. M. Infanticídio indígena, relativismo cultural e direitos 
humanos: elementos para reflexão. Aurora, São Paulo, 8, 2010. Disponível em: 
<http://www.pucsp.br/revistaaurora/ed8_v_maio_2010/artigos/download/
ed/2_artigo.pdf>. Acesso em: 2 mar. 2018.
A violação de direitos de crianças e adolescente é identificada na sistemática vulnerabilidade 
das políticas sociais, de saúde, de educação e de lazer, pois esses setores, ao não serem bem 
estruturados, reforçam as múltiplas violências sobre essa população. A alta taxa de homicídios de 
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adolescentes no Brasil traduz as condições sociais vulneráveis nas quais crianças e adolescentes 
se encontram: 
De 1990 a 2014, o número de homicídios de brasileiros de até 19 anos 
mais que dobrou: passou de 5 mil para 11,1 mil casos ao ano (DATASUS, 
2014). Isso significa que, em 2014, a cada dia, 30 crianças e adolescentes 
foram assassinados. As vítimas têm cor, classe social e endereço. São 
em sua maioria meninos negros, pobres, que vivem nas periferias e nas 
áreas metropolitanas das grandes cidades. A taxa de homicídio entre 
adolescentes negros é quase quatro vezes maior do que aquela entre 
os brancos: 36,9 a cada 100 mil habitantes, contra 9,6 entre os brancos 
(DATASUS, 2013). Dos adolescentes que morrem no País, 36,5% são 
assassinados. Na população total, esse percentual é de 4,8% (ÍNDICE 
DE HOMICÍDIOS NA ADOLESCÊNCIA NO BRASIL, 2015). Esse cenário 
perturbador coloca o Brasil em segundo lugar no ranking dos países com 
maior número de assassinatos de meninos e meninas de até 19 anos, 
atrás apenas da Nigéria (UNICEF, 2014).
Esses observações não deixam dúvida do abismo social existente no Brasil e de como crianças e 
adolescentes são amplamente atingidos por seus aspectos. Nos mapas a seguir, é possível identificar a 
concentração geográfica de crianças e adolescentes em situação de pobreza ou extrema pobreza em 
nosso país.
2,5 | (54%)
0,9 | (28,4%)
8,0 | (60,6%)
4,5 | (27,8%)
1,2 | (23,1%)
Brasil = 17,3 milhões (40,2%)
Figura 3 – Pobres
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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
0,9 | (19,7%)
0,1 | (5%)
3,4 | (26,3%)
0,9 | (5,9%)
0,2 | (5,2%)
Brasil = 5,8 milhões (13,5%)
Figura 4 – Extremamente pobres
 Lembrete
A mortalidade infantil está intrinsecamente ligada ao nível de 
desenvolvimento social do país e à região em que a criança nasceu.
1.1 Indicadores demográficos, socioeconômicos e morbimortalidade 
destacando os principais problemas de saúde por faixa etária
Hoje, o Brasil tem cerca de 60,5 milhões de crianças e adolescentes (de 0 a 19 anos). A maior 
parte está centralizada demograficamente no Sudeste, totalizando 18,6 milhões. Contudo, quando 
comparamos essa fração à população total, a maior concentração ocorre nas regiões Nordeste e Norte, 
que são afetadas severamente pelos baixos níveis dos indicadores sociais, desprotegendo ainda mais 
esses habitantes. 
Quando pensamos em indicadores sociais, pensamos em como se dá o acesso de qualidade a aspectos 
como: educação, assistência social, saúde, saneamento básico, lazer e segurança. Historicamente, o 
acesso a esses setores são mais difíceis nas regiões Norte e Nordeste se comparados ao Sul e ao Sudeste.
Nessa perspectiva, o relatório da Fundação Abrinq (2017, p. 9-25) aponta que:
Na região Norte, por exemplo, o número de crianças e adolescentes 
representa 36,6% da população total, enquanto no Nordeste essa proporção 
soma 32,8%. No Sudeste, o número de crianças e adolescentes corresponde 
a 26,9% do total.
Ao observar tais relatos, notamos que crescer e se desenvolver no Norte e no Nordeste é desafiador. É 
importante ressaltar que também há problemas nas outras regiões, especificamente quanto à violência 
e ao trabalho infantil, causados pela constante falta de acesso a direitos básicos, como saúde e escola 
de qualidade. 
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Unidade I
Quanto menor o desenvolvimento social local, maiores serão as dificuldades de desenvolvimento 
enfrentadas pela população.
 Saiba mais
Para ter acesso a dados detalhados de indicadores específicos da 
situação de crianças e adolescentes em vários segmentos sociais, acesse: 
<https://observatoriocrianca.org.br/>.
 Observação
Observatório da Criança e do Adolescente é uma ferramenta de busca 
que organiza informações de diversas fontes sobre a qualidade de vida e 
bem-estar da população de 0 a 18 anos.
Destacamos a seguir relevantes dados estatísticos sobre crianças e adolescentes brasileiros:
Em 2014, a grande maioria da população infantojuvenil estava localizada na 
área urbana: 82,57%, com apenas 17,43% na área rural. A distribuição por 
faixa etária na área urbana é a seguinte: 20,54% (de 0 a 4 anos), 22,13% (de 
5 a 9 anos), 23,88% (de 10 a 14 anos) e 16,02% (de 15 a 17 anos). Na área 
rural, a distribuição por faixa etária é de 3,96% (de 0 a 4 anos), 4,66% (de 5 
a 9 anos), 5,47% (de 10 a 14 anos) e 3,33% (de 15 a 17 anos). 
Na área urbana, observa-se que de 2008 para 2014 houve uma diferença 
proporcional de 1,16% e 1,40% nas faixas etárias de 0 a 4 anos e de 15 
a 17 anos, respectivamente, o que indica aumento populacional. Houve 
diminuição da população nas faixas etárias de 5 a 9 anos (-0,03%) e de 10 a 
14 anos (-0,87%). Na área rural, os dados indicam diferenças proporcionais 
negativas, o que representa diminuição na população infantojuvenil em 
todas as faixas etárias: de 0 a 4 anos (-0,46%), de 5 a 9 anos (-0,73%), de 10 
a 14 anos (-0,45%), e de 15 a 17 anos (-0,02%).
A população infantojuvenil brasileira está distribuída, segundo dados das 
fontes oficiais, por raça/cor conforme declarado por cada entrevistado. 
Neste sentido, os dados de 2014 mostram que as 54.494.819 crianças 
e adolescentes estão assim divididos: a maioria, declarada parda, é de 
27.289.171 (50,07%), seguida de 23.237.051 brancos (42,64%); 3.547.854 
desta população declararam-se pretos (6,51%), 258.918 declararam-se 
indígenas (0,48%), e 161.825, amarelos (0,30%).
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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
A série histórica de 2008 para 2014 mostra uma diminuiçãona população 
infantojuvenil declarada branca (-2.527.901), parda (-817.704) e amarela 
(-60.156). Por outro lado, houve um aumento da população autodeclarada 
preta (591.659), e indígenas (117.894).
 A projeção da série histórica revela uma diminuição na população infantojuvenil 
na faixa etária de 0 a 17 anos entre 2000 e 2029, passando de 31.320.914 para 
22.946.751 crianças e adolescentes do sexo masculino, o que representa uma 
diferença percentual de -26,74%, e de 30.562.379 para 22.230.630 crianças e 
adolescentes do sexo feminino, diferença percentual de -27,26%.
Em relação à população do sexo masculino na faixa etária de 0 a 6 anos, a 
projeção é de que a população diminua em 28,85%, caindo de 12.022.065 
para 8.554.106 crianças de 2000 para 2029. Na faixa etária de 7 a 14 anos, 
a diminuição projetada será de 25,47%, passando de 13.807.821 para 
10.291.623 no ano 2029. Já na faixa etária de 15 a 17 anos, passará de 
5.491.028 no ano 2000 para 4.101.022 adolescentes no ano 2029, diminuindo 
em 25,31%.
Em relação à população do sexo feminino na faixa etária de 0 a 6 anos, a 
projeção é de que a população diminua em 29,19%, caindo de 11.677.792 
para 8.269.372 crianças de 2000 a 2029. Na faixa etária de 7 a 14 anos, a 
diminuição projetada será de 26,09%, caindo de 13.495.259 no ano 2000 
para 9.974.777 em 2029. Finalmente, na faixa etária de 15 a 17 anos, o 
número passará de 5.389.328 para 3.986.481 adolescentes no ano 2029, 
diminuição total de 26,03%.
Os dados revelam um crescimento na população infantojuvenil indígena 
tanto na área urbana (44,46%), passando de 73.508 para 106.190, quanto 
na área rural (126,21%), passando de 67.516 para 152.728 crianças e 
adolescentes. Quando recortados por faixa etária na área urbana, verifica-se 
que em 2014 22.865 estavam na faixa etária de 0 a 4 anos de idade; 25.553, 
de 5 a 9 anos; 30.417, de 10 a 14 anos; e 27.355, de 15 a 17 anos. Quanto à 
área rural, a população infantojuvenil apresenta a seguinte distribuição: de 
0 a 4 anos, 50.520; de 5 a 9 anos, 51.761; de 10 a 14 anos, 34.710; e de 15 
a 17 anos, 15.737.
A série histórica evidencia um significativo aumento na população indígena 
tanto do sexo masculino, de 63.781 em 2008 para 129.667 em 2014 (103,3%), 
como do sexo feminino, que passou de 77.243 em 2008 para 129.251 em 
2014 (67,86%). O crescimento desta população pode ser observado em 
todas as faixas etárias. Os dados indicam queda na taxa bruta de natalidade 
no Brasil, indo de 16,56 em 2007 para 14,66 em 2014 (-1,90).
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Neste mesmo período, no entanto, apresentaram aumento nas suas taxas 
de natalidade os seguintes estados: Espírito Santo (0,02%), Rio de Janeiro 
(0,39%), Paraná (0,36%), Santa Catarina (0,28%), Rio Grande do Sul (0,73%), 
Mato Grosso do Sul (0,20%) e Mato Grosso (1,19%). As demais unidades da 
Federação apresentaram queda nas suas taxas de natalidade. As maiores 
quedas da taxa bruta de natalidade foram verificadas em Alagoas (-8,65), 
Roraima (-7,24), Bahia (-6,25), Amapá (7,14), Piauí (5,93) e Sergipe (5,93) 
(IMAS, 2016, p. 77-78).
1.2 Comitês de prevenção do óbito 
Em 2013, cerca de dois em cada três arranjos familiares residentes em domicílio particular 
tinham ao menos uma criança, adolescente ou jovem de 0 a 29 anos de idade. Do ponto de vista do 
rendimento mensal familiar per capita, são núcleos mais vulneráveis, uma vez que o ganho mensal 
familiar per capita médio desses conjuntos sem pessoas nesta faixa etária é quase duas vezes maior 
do que naqueles em que há ao menos um indivíduo de 0 a 29 anos (BRASIL, 2009a).
Mesmo sendo um grupo populacional que tende a diminuir, tanto em termos absolutos quanto 
em percentuais, é importante destacar a relevância das políticas públicas de saúde, educação, 
trabalho e proteção social que são voltadas a esse público, bem como a preocupação com a 
qualidade de equipamentos e serviços sociais ofertados. O grupo de crianças, adolescentes e 
jovens é tão amplo e heterogêneo que, para realizar uma análise mais substantiva, é preciso 
fazê-la em partes (BRASIL, 2009a).
A vida e a saúde de crianças e adolescentes estão entre os direitos fundamentais garantidos no 
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e eles estão associados ao acesso a serviços de saneamento 
básico. Em 2004, 53,7% das crianças com até 14 anos de idade residiam em domicílios com esgotamento 
sanitário impróprio, ou seja, não havia rede geral ou fossa séptica ligada à rede coletora de esgoto. 
Em 2013, esse indicador passou para 44,5%. Considera-se que, quando as três formas de saneamento 
(água, esgoto ou lixo) são inadequadas no domicílio – e de forma simultânea –, isto é, quando não há 
abastecimento de água por meio de rede geral, o esgotamento sanitário não se dá via rede geral ou 
fossa séptica ligada à rede coletora e o lixo não é coletado, há maior exposição da população residente 
ao risco de doenças, especialmente as crianças (BRASIL, 2009a). 
Em 2004, essa situação foi observada para 15,5% de crianças e adolescentes com até 14 anos de 
idade, diminuindo para 9,8% em 2013, sendo mais agravante para os residentes na região Norte (20,7%) 
e Nordeste (17,0%) (BRASIL, 2009a). 
Um indicador que reflete as condições sanitárias a que a população está exposta corresponde à 
proporção de óbitos por doença diarreica aguda nas crianças menores de 5 anos. Pelos dados do Sistema 
de Informações de Mortalidade (SIM) sobre aspectos demográficos, em vinte anos esse indicador 
diminuiu consideravelmente, passando de 9,3% dos óbitos de crianças com menos de 5 anos, em 1991, 
para 1,6% em 2011 (BRASIL, 2009a).
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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
A queda nesse indicador foi mais significativa para as regiões Sul e Sudeste, e na região Sul 
registrou-se o menor valor (0,7%), em 2011. Relacionado com a maior proporção de crianças vivendo 
em domicílios com saneamento inadequado, as regiões Norte (2,7%) e Nordeste (2,3%) apresentaram 
maior proporção de mortes por doença diarreica aguda em crianças com até 5 anos. O gráfico a seguir 
denota essa situação: 
9,3
14,4
12,0
6,1
8,8 9,3
4,4 4,9
6,7
2,5 2,5
4,2
1,6
2,7 2,3
0,9 0,7
1,6
1991
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
2001 2011
0
0
%
Figura 5 
 Observação
Em 2016, o Ministério da Saúde lançou uma série de ações para reduzir 
em 20% as mortes de bebês e crianças indígenas com até 5 anos. 
Apesar do declínio observado no Brasil, a mortalidade infantil permanece 
como uma grande preocupação em Saúde Pública. Os níveis atuais são 
considerados elevados e incompatíveis com o desenvolvimento do País, 
havendo sérios problemas a superar, como as persistentes e notórias 
desigualdades regionais e intraurbanas [...]. 
Essas mortes precoces podem ser consideradas evitáveis, em sua maioria, 
desde que garantido o acesso em tempo oportuno a serviços qualificados de 
saúde. Decorrem de uma combinação de fatores biológicos, sociais, culturais 
e de falhas do sistema de saúde. As intervenções dirigidas à sua redução 
dependem, portanto, de mudanças estruturais relacionadas às condições de 
vida da população, assim como de ações diretas definidas pelas políticas 
públicas de saúde (BRASIL, 2009a, p. 7).
No campo da enfermagem, podemos considerar que a redução nos números da mortalidade infantil 
é resultado de intenso trabalho de pesquisa e formação profissional. Para Barbeiro et. al. (2015, p. 2-3), 
A taxa de mortalidade fetal (TMF) é considerada um dos melhores indicadores 
de qualidade de assistência prestada à gestante e ao parto. Em relação a esse 
prognóstico, basta verificar os números ocorridos e registrados na primeira 
década do século XXI.
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Unidade I
[...] 
De acordo com os últimos dados no Brasil, entre2001 e 2011, o número 
absoluto de óbitos fetais (considerando peso de 500 g ou idade gestacional 
de 22 semanas), caiu de 38.759 para 31.613. A TMF no Brasil possui algumas 
limitações, sendo recomendado seu uso apenas para as unidades da Federação 
nas quais a TMF seja calculada pelo método direto. Ainda assim, pode ser 
estimada grosseiramente usando as estatísticas vitais: a TMF caiu de 12,3/1.000 
nascimentos para 10,7/1.000 nascimentos neste período. No início da década de 
2000, 30,0% da informação sobre peso ao nascer era ignorada, mas, em 2011, 
esse percentual caiu para 9,0% e cerca de 30,0% dos óbitos fetais no Brasil 
tinham, nesse ano, peso igual ou maior que 2.500 g (BARBEIRO et al., 2015, p. 3).
Vejamos o excerto a seguir: 
As iniciativas de investigação de óbitos datam do início do século XX, 
com a organização dos Comitês de Morte Materna nos Estados Unidos. 
Diversas experiências no mundo apontam a estruturação de comitês de 
mortalidade e investigação de óbitos como uma estratégia importante para 
a compreensão das circunstâncias de ocorrência dos óbitos, identificação 
de fatores de risco e definição das políticas de saúde dirigidas à redução da 
mortalidade materna e infantil. 
[...] 
Os Comitês de Prevenção do Óbito Infantil e Fetal são organismos 
interinstitucionais, de caráter eminentemente educativo e formativo, com 
atuação sigilosa. [...] São instrumentos de gestão que permitem avaliar 
a qualidade da assistência à saúde prestada à gestante, ao parto e ao 
nascimento e à criança no primeiro ano de vida, para subsidiar as políticas 
públicas e as ações de intervenção (BRASIL, 2009a, p. 46).
De acordo com o Ministério da Saúde, os Comitês de Prevenção do óbito atuam com os 
seguintes objetivos:
Geral 
– Avaliar as circunstâncias de ocorrência dos óbitos infantis e fetais e propor 
medidas para a melhoria da qualidade da assistência à saúde e demais ações 
para sua redução. 
Específicos 
– Avaliar a situação e distribuição dos óbitos infantis e fetais e seus componentes.
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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
– Envolver e sensibilizar os gestores, os profissionais de saúde e a sociedade 
civil sobre a importância e a magnitude da mortalidade infantil e fetal, sua 
repercussão sobre as famílias e a sociedade como um todo. 
– Conhecer as circunstâncias de ocorrência dos óbitos para identificar 
possíveis problemas nos diferentes níveis de assistência.
 – Definir e caracterizar os óbitos infantis evitáveis como eventos-sentinela, ou 
seja, óbitos que não deveriam ocorrer com uma adequada assistência à saúde. 
– Estimular a investigação dos óbitos pelos serviços de saúde, segundo os 
critérios preconizados. 
 – Avaliar a qualidade da assistência prestada à gestante e à criança pelos 
serviços de saúde. 
– Estimular processo de educação continuada dos profissionais de saúde 
para o correto preenchimento dos registros de saúde, como a Declaração de 
Nascidos Vivos e a Declaração de Óbito, além dos registros de atendimento 
nos prontuários ambulatorial e hospitalar, Cartão da Gestante e Caderneta 
de Saúde da Criança.
– Estimular processo de aprendizagem crítico, contextualizado e transformador 
dos profissionais de saúde, por meio da responsabilização e discussão dos 
óbitos ocorridos na sua área de atuação.
– Identificar e recomendar estratégias e medidas de atenção à saúde 
necessárias para a redução da mortalidade infantil e fetal, com destaque 
para as mortes por causas evitáveis.
– Divulgar a magnitude e a importância da mortalidade infantil e fetal na 
forma de relatórios, boletins, publicações, reuniões e eventos científicos 
(BRASIL, 2009a, p. 47-48).
A seguir acentuamos um exemplo de caso clínico de uma criança que veio a falecer:
Criança do sexo masculino, 5 meses, em aleitamento artificial, pesando 3.800 g, 
foi admitida com história de diarreia há 4 dias, com várias dejeções/dia e vômitos 
ocasionais. Mãe estava oferecendo soro caseiro, porém nas últimas 12 horas a 
criança começou a gemer e a vomitar tudo o que lhe era oferecido. Ao exame 
de admissão no pronto atendimento, apresentava-se hipoativa, olhos encovados, 
fontanela deprimida, pele com turgor diminuído, respiração irregular, com 
taquicardia (FC = 160 bpm), pulsos finos, perfusão capilar diminuída e abdome 
escavado. Foi entubada e iniciou-se hidratação venosa, porém a criança 
apresentou parada cardiorrespiratória 20 minutos após a admissão e não 
respondeu às manobras de reanimação (BRASIL, 2009a, p. 42-43).
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Unidade I
A classificação de Wigglesworth é utilizada em diversos países do mundo para análise do óbito 
perinatal (fetais e neonatais precoces). Aponta os principais grupos de causas de óbito perinatal, 
considerando o peso ao nascer e a relação com as circunstâncias do óbito e o momento da assistência 
à saúde. Utiliza informações clínicas que podem ser obtidas por meio da análise de prontuários, 
selecionando os aspectos passíveis de intervenção pelos serviços (BRASIL, 2009a, p. 76).
Vejamos o grupos de causas de óbito perinatal e sua classificação: 
1) Anteparto: morte fetal que ocorre antes do trabalho de parto. 
Taxas elevadas: falhas na atenção pré-natal e condições maternas adversas. 
2) Malformação congênita. 
Taxas elevadas: falhas no diagnóstico/terapia na gravidez (lesões 
potencialmente tratáveis). 
3) Imaturidade: nascidos vivos com menos que 37 semanas de gestação, sem 
hipóxia/anóxia; todos os nascidos vivos com peso ao nascer menor que 1000 g. 
Taxas elevadas: falhas no manejo obstétrico e pré-natal/neonatal. 
4) Asfixia: perda fetal intraparto; óbito fetal sem maceração; fresh stillbirth, 
ou seja, natimorto recente (menos que 12 horas); óbitos neonatais por 
hipóxia, exceto peso ao nascer menor que 1000 g. 
Taxas elevadas: falhas no manejo obstétrico e/ou reanimação neonatal. 
5) Causas específicas: óbitos por infecções especificas (TORSCH), causas 
típicas de prematuridade em recém-nascidos, outros. 
Taxas elevadas: falhas na assistência pré-natal e assistência ao RN 
[recém-nascido] (BRASIL, 2009a, p. 76).
O quadro a seguir apresenta os principais instrumentos para coletar as informações sobre o óbito infantil:
Quadro 1 
Instrumentos de coleta e de análise de dados Objetivos
DO para investigação 
DO Epidemiológica
Identificar o óbito e orientar os procedimentos e as fontes de 
informação para a investigação do óbito.
Cópia da Declaração de Nascido Vivo (DN) 
DNV Epidemiológica
Complementar a identificação do caso e orientar para as fontes de 
informação para a investigação do óbito.
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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
I1 = Ficha de Investigação do Óbito Infantil – 
Serviço de saúde ambulatorial 
I2 = Ficha de Investigação do Óbito Infantil – 
Serviço de saúde hospitalar 
F1 = Ficha de Investigação do Óbito Fetal – 
Serviço de saúde ambulatorial 
F2 = Ficha de Investigação do Óbito Fetal – 
Serviço de saúde hospitalar
Coletar dados referentes à assistência da mãe e da criança em 
serviços de saúde nos registros do atendimento na atenção básica, 
urgência/emergência e hospitalar.
I3 = Ficha de Investigação do Óbito Infantil – 
Entrevista domiciliar 
F3 = Ficha de Investigação do Óbito Fetal – 
Entrevista domiciliar
Coletar as informações verbais do(s) cuidador(es) da criança 
falecida (mãe ou familiar responsável) acerca da história de vida 
e de saúde da mãe e da criança e da assistência em serviços de 
saúde, inclusive durante a doença que levou à morte.
AV1 = Autópsia Verbal – Formulário 1: 
criança menor de um ano
Coletar as informações verbais do(s) cuidador(es) da criança 
falecida (mãe ou familiar) para esclarecer a causa da morte 
quando mal definida ou desconhecida.
IF4 = Ficha de coleta de dadosde Laudo 
de Necropsia
Coletar dados registrados nos Institutos Médicos Legais (IML) 
ou Serviços de Verificação de Óbito (SVO) e nos relatórios de 
encaminhamento médico para esses serviços.
IF5 = Ficha de Investigação do Óbito Infantil e 
Fetal – Síntese, Conclusões e Recomendações
Reunir e organizar de forma sumária os principais dados coletados 
para análise e interpretação, com a identificação dos problemas e 
as recomendações específicas para o caso. Organizar os dados para 
inserção e correção de campos no Sistema de Informações sobre 
Mortalidade (SIM) e no Sistema de Informações sobre Nascidos 
Vivos (Sinasc).
IF6 = Planilha Municipal de Vigilância do Óbito 
Infantil e Fetal
Organizar os eventos investigados para acompanhamento e 
monitoramento da investigação dos óbitos e para avaliação 
situacional da mortalidade fetal e infantil para subsidiar o 
planejamento e as intervenções de saúde local e regional.
Fonte: Brasil (2009a, p. 65).
 Lembrete
Quanto menor o desenvolvimento social local, maiores serão as 
dificuldades de desenvolvimento enfrentadas pela população.
1.3 A morbimortalidade entre crianças, adolescentes e jovens brasileiros 
A violência ganha espaço quando analisamos a causa de morte entre crianças, adolescentes 
e jovens. Há um grupo específico que é alvo dessa estatística: negros em situação de grande 
vulnerabilidade social.
Vejamos o que relata o Mapa da Violência 2016 sobre as vítimas de homicídio por arma de 
fogo (HAF):
Como vimos constatando desde o primeiro Mapa da Violência, divulgado em 
1998, a principal vítima da violência homicida no Brasil é a juventude. Na faixa de 
15 a 29 anos de idade, o crescimento da letalidade violenta foi bem mais intenso 
do que no resto da população. [...] No conjunto da população, o número de HAF 
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passou de 6.104, em 1980, para 42.291, em 2014: crescimento de 592,8%. Mas, 
na faixa jovem, este crescimento foi bem maior: pula de 3.159 HAF, em 1980, para 
25.255, em 2014: crescimento de 699,5%.
[...]
Fato altamente preocupante: segundo estimativas do IBGE, os jovens de 15 
a 29 anos de idade representavam, aproximadamente, 26% da população 
total do país no período analisado. Mas a participação juvenil no total de 
HAF mais que duplica o peso demográfico dos jovens: 58% (WAISELFSZ, 
2016, p. 49). 
Agora vamos apresentar dados que detalham a distribuição dos HAF no ano de 2014, segundo as 
idades simples das vítimas.
Tabela 3 – Número de homicídios por AF – Brasil, 2014*
Ano
Vítimas
Total Jovem Juvenil
1980 6.104 3.159 51,8
1981 6.452 3.325 51,5
1982 6.313 3.118 49,4
1983 6.413 3.215 50,1
1984 7.947 4.061 51,1
1985 8.349 4.482 53,7
1986 8.803 4.750 54,0
1987 10.717 5.711 53,3
1988 10.735 5.760 53,7
1989 13.480 7.513 55,7
1990 16.588 9.193 55,4
1991 15.759 8.560 54,3
1992 14.785 7.718 52,2
1993 17.002 9.317 54,8
1994 18.889 10.455 55,3
1995 22.306 12.168 54,6
1996 22.976 12.428 54,1
1997 24.445 13.680 56,0
1998 25.674 14.643 57,0
1999 26.902 15.475 57,5
2000 30.865 18.252 59,1
2001 33.401 19.800 59,3
2002 34.160 20.567 60,2
2003 36.115 21.755 60,2
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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
2004 60.900 20.827 60,9
2005 33.419 20.336 60,9
2006 34.921 20.939 60,0
2007 34.147 20.546 60,2
2008 35.676 21.475 60,2
2009 36.624 21.912 59,8
2010 36.792 21.843 59,4
2011 36.737 21.594 58,8
2012 40.077 23.867 59,6
2013 40.369 23.984 59,4
2014* 42.291 25.255 59,7
Total 830.420 481.683 58,0
∆ % 1980/2003 491,7 588,7 16,4
∆ % 2003/2014* 17,1 16,1 -0,9
∆ % 1980/2014* 592,8 699,5 15,4
*2014: dados preliminares
Fonte: Waiselfsz (2016, p. 49).
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69
Idades simples
Brasil 2014
80,0
70,0
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0T
ax
as
 d
e 
HA
F 
(p
or
 1
00
 m
il)
29 anos
15 anos
20 anos = 67,4
Figura 6 – Taxas de homicídio por AF (por 100 mil) por idade simples
Tabela 4 – Taxas de HAF (por 100 mil) por idade simples – Brasil, 2014*
Idade Taxa Idade Taxa Idade Taxa
0 0,5 24 57,2 48 10.1
1 0,4 25 53,1 49 11,0
2 0,3 26 48,6 50 9,4
3 0,3 27 47,4 51 10,6
4 0,4 28 43,0 52 7,3
5 0,3 29 41,9 53 8,2
6 0,5 30 38,6 54 7,3
7 0,4 31 39,9 55 7,3
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8 0,3 32 32,6 56 6,2
9 0,3 33 31,4 57 7,3
10 0,3 34 29,2 58 5,5
11 0,5 35 27,3 59 5,4
12 1,1 36 25,5 60 5,4
13 4,0 37 23,6 61 5,1
14 9,7 38 22,5 62 4,9
15 21,2 39 19,5 63 3,9
16 39,2 40 17,7 64 3,2
17 54,5 41 17,7 65 3,7
18 60,6 42 15,3 66 4,0
19 63,8 43 15,0 67 4,6
20 67,4 44 14,8 68 3,4
21 64,2 45 13,4 69 3,9
22 58,2 46 12,9 70 e + 2,5
23 55,6 47 12,6 *2014: dados preliminares
Fonte: Waiselfsz (2016, p. 50).
Pode ser vista a enorme concentração de mortalidade nas idades jovens, com pico nos 20 anos de 
idade, quando os homicídios por AF atingem a impressionante marca de 67,4 mortes por 100 mil jovens. 
Mas a escalada de violência começa nos 13 anos de idade, quando as taxas iniciam uma pesada espiral, 
passando de 1,1 HAF, nos 12 anos, para 4,0, nos 13 anos, quadruplicando a incidência da letalidade e 
crescendo de forma contínua até os 20 anos de idade (WAISELFSZ, 2016, p. 51). 
Tabela 5 – Número e taxas de HAF nas Ufs (por 100 mil) segundo 
faixa etária – Brasil, 2014*
UF/região/faixa 
etária
Número Taxas (por 100 mil)
<1 a 14 15 a 29 30 a 59 60 e + <1 a 14 15 a 29 30 a 59 60 e +
Acre 3 60 47 5 1,2 27,6 17,7 8,8
Amapá 4 95 43 0 1,8 44 16 0
Amazonas 10 449 273 16 0,9 41,8 19,7 5,2
Pará 40 1.333 836 56 1,8 62,1 28,8 7
Rondônia 4 167 194 14 0,9 36,9 27,8 8,8
Roraima 2 22 20 3 1,4 15,5 10,8 8,6
Tocantins 2 97 57 6 0,5 26,1 10,1 3,4
Norte 65 2.223 1.470 100 1,3 48,1 23,5 6,3
Alagoas 26 1.123 615 54 3,1 124 50,3 15,2
Bahia 64 2.818 1.433 77 1,8 75,8 24 3,9
Ceará 88 2.487 1.125 75 4,4 108,1 33,8 6,1
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Maranhão 23 950 643 33 1,2 52,8 27,8 4,3
Paraíba 25 754 430 33 2,7 76,9 28,3 6,3
Pernambuco 29 1.530 863 75 1,4 67,3 24,2 5,7
Piauí 11 280 151 10 1,4 34,1 12,5 2,5
Rio Grande do Norte 18 871 3831 20 2,4 95,3 28,1 5
Sergipe 8 550 317 20 1,5 95,8 37,1 7,7
Nordeste 292 11.363 5.960 397 2,2 79,5 27,9 5,5
Espírito Santo 26 838 398 28 3,1 92,5 24,5 5,3
Minas Gerais 44 2.107 1.102 71 1 42,5 12,7 2,4
Rio de Janeiro 60 2.032 1.296 73 2 54,9 18,7 2,5
São Paulo 42 1.647 1.457 105 0,5 18,1 7,7 1,6
Sudeste 172 6.794 4.252 277 1 34,4 11,8 2,2
Paraná 27 1.195 787 48 1,2 45,9 16,8 3,1
Rio Grande do Sul 21 1.080 892 55 1 43,9 18,8 2,8
Santa Catarina 7 254 210 21 0,6 16,6 7,1 2,2
Sul 55 2.529 1.888 124 1 38,4 15,2 2,8
Distrito Federal 15 445 216 10 2,4 62,7 17,6 3,2
Goiás 19 1.245 652 35 1,3 77,5 24,3 4,2
Mato Grosso 7 454 350 28 0,9 57,7 26,1 8,2
Mato Grosso do Sul 11 202 131 7 1,8 32,5 12,1 2,2
Centro-Oeste 52 2.346 1.349 80 1,5 63 21,3 4,4
Brasil 636 25.255 14.920 978 1,4 51,6 18,1 3,5
*2014: dados preliminares
Fonte: Waiselfsz (2016, p. 52).
Essas informações também são reiteradas pelo levantamento feito na síntese de indicadores sociais 
do IBGE:
Atualmente, um fator de risco que atinge especialmente a população jovem 
é a violência. Os resultados das tábuas de mortalidade projetada para o ano 
de 2012 evidenciaram a maior mortalidade masculina no grupo de adultos 
jovens, de 15 a 29 anos de idade, em relação à população feminina. Este 
fenômeno pode ser explicado pela maior incidência dos óbitos por causas 
violentas, que atingem com maior intensidade a população masculina 
(TÁBUAS..., 2013), com reflexos importantes nas diferenças de expectativa 
de vida entre homens e mulheres (IBGE, 2014, p. 36). 
Na análise do Imas (2016, p. 129), podemos entender a dimensão desses homicídiospor estado e por 
faixa etária:
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Os dados de 2008 indicam que foram registradas 4.090 mortes na faixa 
etária de 5 a 17 anos por causas externas por homicídios, sendo 713 registros 
na faixa etária de 5 a 14 anos e 3.377 casos na faixa etária de 15 a 17 anos. 
Em 2014, os dados indicam 5.714 registros, dos quais 856 na faixa etária de 
5 a 14 anos e 4.858 na faixa etária de 15 a 17 anos. Os estados do Ceará, 
Bahia e Rio de Janeiro registraram em 2014 os maiores números de casos de 
mortalidades por causas externas por homicídios, respectivamente, de 615, 
626 e 550 registros, totalizando 1.719 mortes. 
Por conta desse cenário, foi sancionada a Lei nº 13.431/07, resultado de um projeto de 
lei proposto pela deputada Maria do Rosário (PT-RS) e mais dez outros deputados. Com sua 
instituição, crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência puderam contar com um 
sistema de garantias nos inquéritos e no curso dos processos. A lei normatiza mecanismos para 
prevenir a violência contra menores, assim como estabelece medidas de proteção para a tomada 
de depoimentos (IMAS, 2016). 
A violência tem ocupado destaque nos debates sobre a condição de vida de crianças e adolescentes, 
hoje é vista como uma questão de saúde pública. Nos grandes centros urbanos, as taxas de atendimentos 
médicos provocados pela violência aumentaram consideravelmente, tornando-se referência em 
especialização médica de atendimento e socorro a feridos por arma de fogo. No Rio, por exemplo, a 
violência supera locais onde há conflitos e guerras civis.
A violência vem aterrorizando cidadãos. E isso tem produzido reflexos na 
rotina dos hospitais de emergência e unidades de saúde.
Uma rotina de guerra. Com números de guerra. De janeiro a março de 2017, 
601 pessoas feridas a tiros foram atendidas nas emergências da região 
metropolitana, 30% a mais do que no mesmo período de 2016.
O número de feridos a bala vem crescendo tanto que algumas unidades de 
saúde estão sendo obrigadas a se adaptar, inclusive as UPAs, as unidades 
de pronto atendimento, equipadas para atender casos menos complexos. 
Médicos e enfermeiros estão sendo treinados (ROTINA..., 2017). 
Além da violência, há indicadores de saúde pública muito importantes que compõem as taxas de 
mortalidade, morbimortalidade e expectativa de vida de crianças e adolescentes brasileiros. Segundo 
o Plano Nacional de Saúde 2016-2019 (BRASIL, 2016b, p. 10), o perfil da morbidade brasileira é 
caracterizado pela crescente prevalência e incidência de doenças crônicas não transmissíveis que 
já poderiam ter sido eliminadas, coexistindo com as doenças classificadas como emergentes e 
reemergentes, bem como pela alta carga de acidentes e violência e, consequentemente, com reflexo 
nos indicadores das taxas de mortalidade.
Nessa conjuntura, as crianças e os adolescentes são os mais vulneráveis, são os mais atingidos por 
essas estatísticas. As mortes causadas por doenças imunopreviníveis ganham relevância, e todas as 
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ações preventivas estão no Programa Nacional de Imunização, que fixa as campanhas de vacinação 
(BRASIL, 2016a).
O Brasil possui um calendário nacional de vacinação disponibilizado pelo SUS em todas as unidades 
básicas de saúde e que acompanham os cuidados iniciados no pré-natal.
A imagem a seguir possui gráficos que refletem a importância da adesão às práticas de imunização 
para diminuir as taxas de morbimortalidade:
50
40
30
20
10
0
500
400
300
200
100
0
5000
4000
3000
2000
1000
0
120
100
80
60
40
20
0
-92%
-73%
-49%
-97%
2001
2001
2001
2001
2013
2013
2013
2013
39
385
4164
108
3
104
2109
3
Tétano neonatal
(número de casos)
Meningite por Haemophilus influenzae
(número de casos)
Doença meningocócica
(número de casos)
Rubéola congênita
(número de casos)
Figura 7 
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
2010
79,1
15,4
2011
84
25,1
2012
86,3
26
2013
91,6
29,2
2014
86,3
35,6
Cobertura (%)
Doses aplicadas
(milhões)
Figura 8 – Vacinação contra influenza: cobertura e doses aplicadas em grupos prioritários
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 Saiba mais
Para saber mais sobre os componentes e causas da mortalidade infantil 
no Brasil, leia: 
BRASIL. Saúde Brasil 2011: uma análise da situação de saúde e a 
vigilância da saúde da mulher. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 
2012a. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_
brasil_2011.pdf>. Acesso em: 7 mar. 2018.
No Brasil, a TMI [taxa de mortalidade infantil] vem apresentando tendência 
constante de queda, com uma redução de 26,6 óbitos infantis por mil 
nascimentos em 2000 para 16,2/1.000 NV [nascidos vivos] em 2010, o que 
representa uma diminuição de 39% neste período. Esta queda ocorreu em 
todas as regiões brasileiras, com destaque para a região Nordeste, com 48% 
de redução, passando de 38,4/1.000 NV para 20,1/1.000 NV no mesmo 
período (BRASIL, 2012a, p. 168, grifo nosso). 
O gráfico a seguir evidencia essa situação:
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Norte 33,2 31,0 29,1 28,3 27,0 26,4 25,9 24,4 23,2 22,8 21,8
Nordeste 38,4 34,7 32,9 31,6 27,6 27,0 25,4 23,9 21,8 21,4 20,1
Sudeste 19,6 18,3 17,4 17,0 16,3 15,5 15,0 14,4 14,1 13,8 13,1
Sul 16,9 16,0 15,7 15,4 14,7 13,6 13,1 12,6 12,5 11,8 11,3
Centro-Oeste 21,8 21,1 20,0 19,5 19,5 18,9 17,7 17,5 16,9 16,9 15,9
Brasil 26,6 24,8 23,5 22,9 21,0 20,3 19,4 18,5 17,5 17,2 16,2
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40
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30
25
20
15
10
5
0
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Figura 9 – Tendência da taxa de mortalidade infantil (TMI) – Brasil e regiões (de 2000 a 2010)
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Nas últimas três décadas, o Brasil experimentou sucessivas transformações 
nos determinantes sociais das doenças e na organização dos serviços de 
saúde. [...] Nesse período, os coeficientes de mortalidade infantil foram 
substancialmente reduzidos, com taxa anual de decréscimo de 5,5% 
nas décadas de 1980 e 1990 e 4,4% no período 2000-2008, atingindo 
vinte mortes por 1.000 nascidos vivos em 2008. [...] Apesar de todo esse 
progresso, a mortalidade de crianças menores de 5 anos ainda é sete 
vezes maior que em países com os menores coeficientes, e a prevalência 
de déficit de altura é três vezes maior que a encontrada em populações 
bem nutridas, indicando a necessidade de novos avanços (VICTORA et 
al., 2011, p. 32-44). 
Vejamos a redução significativa da mortalidade infantil no País nas últimas décadas por região:
60
50
40
30
20
10
0 Norte Nordeste Sudeste
Região
Sul Centro-Oeste
1974-75
1989
1996
2006-07
Pr
ev
al
ên
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a 
de
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al
tu
ra
 (%
)
Figura 10 – Prevalência de déficit de altura por região e ano
As mortes neonatais foram responsáveis por 68% das mortes infantis. 
Déficits de altura entre crianças menores de 5 anos diminuíram de 
37%, em 1974-1975, para 7%, em 2006-2007. As diferenças regionais 
referentes aos déficits de altura e à mortalidade de crianças foram 
igualmente reduzidas. O acesso à maioria das intervenções de saúde 
dirigidas às crianças foi ampliado, quase atingindo coberturas 
universais, e as desigualdades regionais de acesso a tais intervenções 
foram severamente reduzidas. A duração mediana da amamentação 
aumentou de 2,5 meses nos anos 1970 para 14 meses em 2006-2007 
(VICTORA et al., 2011, p. 32). 
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Agora destacamos as principais causas da mortalidade infantil no Brasil e o decréscimo que ocorreu 
nas últimas décadas:
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20
15
10
5
0
Perinatal Má-formação 
congênitaInfecções 
respiratórias
Diarreia Outras 
infecções
1990
2000
2007
M
or
ta
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ad
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(p
or
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na
sc
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 v
iv
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)
Figura 11 – Mortalidade infantil por causa e ano
As razões para a melhora desses coeficientes incluem: modificações 
socioeconômicas e demográficas; [...] melhoria na educação das mulheres 
e redução nas taxas de fecundidade; intervenções externas ao setor de 
saúde (programas condicionais de transferência de renda e melhorias no 
sistema de água e saneamento); [...] promoção da amamentação, hidratação 
oral e imunizações; criação do SUS e [...] do Programa de Saúde da Família 
(VICTORA et al., 2011, p. 32). 
2 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) E O CONSELHO TUTELAR 
“Durante muito tempo, a infância foi marginalizada pela sociedade e no seio familiar, subjugada à 
vontade e poderio adulto, ficando inclusive em uma situação de invisibilidade social, visto que não era 
vista como um ator social” (LELIS; LELIS, 2014, p. 36).
A criança começou a ter seus direitos reconhecidos a partir do século XX. Em 1923, publicou-se o 
primeiro documento internacional em defesa da criança, por reconhecimento à sua vulnerabilidade, 
o qual foi incluído à Declaração dos Direitos da Criança, conhecida como Declaração de Genebra 
(LIMA, 2012).
A reformadora social Eglantyne Jebb iniciou seu interesse pelas ciências sociais quando se instalou 
na cidade de Cambridge, Reino Unido. Fundou e dirigiu a União Internacional de Proteção à Infância. 
Era conhecida por ter uma “vontade de ferro”, e ela sabia despertar nos outros o sentimento de 
responsabilidade e consciência social. Acreditava na solidariedade humana e no poder da ação individual 
mais do que em uma reforma radical ou intervenção das autoridades. Segundo ela, o nível de um país 
mede-se pela proteção da qual usufruem os mais vulneráveis. Entende-se por vulnerável a condição de 
fragilidade observada desde o nascimento até o amadurecimento emocional, fase em que crianças e 
adolescentes são dependentes de adultos para viver e sobreviver. 
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Acentuamos o texto da primeira Declaração de Direitos da Criança, redigido por Eglantyne Jebb:
À criança devem ser concedidos os meios necessários para seu 
desenvolvimento normal, tanto material como espiritual.
A criança que tem fome deve ser alimentada, a criança que está doente deve 
receber os cuidados de saúde necessários, a criança que está atrasada deve 
ser ajudada, a criança delinquente deve ser recuperada, e o órfão e a criança 
abandonada devem ser protegidos e abrigados. 
A criança deve ser a primeira a receber o socorro em tempos de crise ou emergência.
À criança devem ser dadas todas as ferramentas para que ela se torne capaz 
de sustentar-se, e deve ser protegida contra toda forma de exploração.
A criança deve ser criada na consciência de que seus talentos devem ser 
colocados a serviço de seus semelhantes (LELIS; LELIS, 2014, p. 37). 
No Brasil, em 1978 (Ano Internacional da Criança), o impulso de proteção à criança ganhou 
visibilidade e, a “partir desse momento, instituições não governamentais criaram alianças em favor dos 
direitos de crianças e adolescentes, culminando com a política pública traduzida no Estatuto da Criança 
e do Adolescente” (LIMA, 2012).
No artigo 2º do Estatuto da Criança e do Adolescente, “considera-se criança, para os efeitos desta 
Lei, a pessoa até 12 anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre 12 e 18 anos de idade” 
(BRASIL, 1990).
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi engendrado pela Lei nº 8.069, de 13 de junho de 1990 
(BRASIL, 1990), com o objetivo de criar condições de exigibilidade para os direitos da criança e do adolescente, 
que estão definidos no artigo 227 da Constituição Federal, estipulando que é dever da família, da sociedade e 
do Estado assegurar-lhes seus direitos. Também prevê que todos têm o dever de colocar crianças e adolescentes 
a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Em outras 
palavras, tudo o que for direito de crianças e adolescentes é dever dos adultos.
 Saiba mais
Conheça a lei que regulamenta o Estatuto da criança e do adolescente 
na íntegra: 
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da 
Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, 1990. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm>. Acesso em: 9 mar. 2018.
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Unidade I
Recém-nascidos e bebês precisam de alguém para alimentá-los e trocar suas fraldas, ou seja, são 
completamente dependentes. Conforme o bebê cresce, desenvolve funções corporais e cognitivas e, 
gradativamente, começa a tornar-se independente. Aos poucos, aprende a andar, a comer e a vestir-se 
sem ajuda. Contudo, mesmo conseguindo executar as tarefas do dia a dia, ainda necessitam dos adultos 
para protegê-los física e emocionalmente.
Art. 3º. A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais 
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que 
trata esta lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as 
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, 
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade 
(BRASIL, 1990). 
A adolescência é uma fase na qual se inicia o amadurecimento psíquico, que costuma começar 
ao mesmo tempo em que ocorre a maturação sexual, chamada de puberdade. É uma etapa de novas 
descobertas e de experimentação, servindo como uma espécie de treino para a vida adulta. Como não há 
consenso entre o exato início da adolescência, usaremos a faixa etária definida no ECA (BRASIL, 1990), 
originando-se aos 12 e terminando aos 18 anos. 
Uma das principais características desse estágio é a construção da identidade própria, pois a criança 
assume a personalidade dos pais, ou seja, gosta do que os pais gostam. Para formar sua identidade, 
é preciso descontruir a identidade paterna e assumir a identidade de grupo. Por isso, é comum que 
adolescentes façam o que seus amigos fazem, testando seus limites com os pais ou responsáveis. Além de 
receber condições dignas de vida, é vital que seus pais ou responsáveis imponham-lhe limites, evitando 
que coloquem suas vidas em risco.
Art. 4º. É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do 
Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos 
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, 
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária (BRASIL, 1990).
Figura 12 
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Vejamos o que diz a lei no caso de os adultos responsáveis pela criança ou adolescente não seguirem 
tal obrigação: “Art. 5º. Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, 
por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais” (BRASIL, 1990).
Em seu Título V, o ECA traz definições sobre o Conselho Tutelar, sua formação, área de atuação, 
competências, atribuições e escolha dos conselheiros. Define que o Conselho Tutelar goza de 
autonomia funcional, não tendo nenhuma relação de subordinação com qualquer outro órgão 
do Estado, pois realiza um trabalho de fiscalização a todos os entes de proteção à criança. “Art. 
131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela 
sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta 
Lei” (BRASIL, 1990).
 Observação
São considerados entes de proteçãoà criança: família, comunidade 
e Estado.
O ECA define que cada município deverá ter, no mínimo, um conselho formado por cinco 
conselheiros. Tais integrantes devem ser membros da comunidade, residir no município, ter mais de 
21 anos e possuir reconhecida idoneidade moral. Cabe a eles atender e aconselhar pais, crianças e 
adolescentes, visando sempre à proteção dos direitos da criança e do adolescente.
 Saiba mais
Conheça mais sobre o Conselho Tutelar: 
GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Comentários dos 
artigos 131 a 140 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Rio Grande do 
Sul, [s.d.]. Disponível em: <https://www.mprs.mp.br/media/areas/infancia/
arquivos/comentart.pdf>. Acesso em: 6 mar. 2018.
2.1 Conceito, objetivo, aplicabilidade, ações específicas
O ECA é uma lei federal, um conjunto de normas do ordenamento jurídico brasileiro que cria 
condições de exigibilidade para os direitos da criança e do adolescente, que estão definidos no artigo 
227 da Constituição Federal (BRASIL, 1988). É o marco legal e regulatório dos direitos humanos de 
crianças e adolescentes.
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Unidade I
 Observação
Ordenamento jurídico é como se chama a disposição hierárquica 
das normas jurídicas dentro de um sistema normativo. Essas normas 
regulamentam as regras e princípios de um grupo ou sociedade.
Com o objetivo de amparar a criança e o adolescente de modo integral, o ECA é uma lei que visa à 
proteção dos menores de 18 anos, preparando-os para a vida adulta em sociedade por meio da promoção 
de desenvolvimento físico, mental, moral e social condizentes com os princípios constitucionais da 
liberdade e da dignidade. 
Art. 4º. É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do 
Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos 
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, 
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária. 
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a 
proteção à infância e à juventude (BRASIL, 1990). 
Além desses preceitos, o ECA aborda questões de políticas de atendimento, medidas protetivas ou 
socioeducativas, entre outras providências. Todavia, muitas vezes é preciso que o Estado, a família e a 
sociedade não só cumpram a lei, mas que ocupem o lugar da criança quando houver descumprimento 
da lei, denunciando qualquer contravenção por ela. Ao Estado, que se faça cumprir a lei. À família, que 
trate com dignidade e respeito suas crianças. À sociedade, que denuncie a lesão aos direitos que devem 
ser assegurados pelo Estado e respeitado por todos, dando voz às crianças, caladas pelo medo e ameaças 
de seus agressores (MIÃO, 2010).
2.2 Atuação do enfermeiro diante do ECA
Como um membro da sociedade, o enfermeiro deve denunciar o não cumprimento do ECA. Deve 
prestar cuidados à criança e ao adolescente, tratando-os com respeito e dignidade.
“Art. 7º. A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação 
de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em 
condições dignas de existência” (BRASIL, 1990).
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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
O enfermeiro possui diversas atribuições, desde ações assistenciais e gerenciais até ações de 
pesquisa. Ele e sua equipe são os membros do quadro de saúde que permanecem em contato direto 
com o paciente e sua família por mais tempo durante a internação hospitalar. Desse modo, devem 
garantir que todos os direitos de seus pacientes sejam assegurados. 
Pautando-se no ECA, Lima (2012, p. 1) destaca os direitos da criança e do adolescente hospitalizado: 
– proteção à vida e à saúde, com absoluta prioridade e sem qualquer forma 
de discriminação; 
– serem hospitalizados quando necessário ao tratamento, sem distinção de 
classe social, condição econômica, raça ou crença religiosa; 
– não serem ou permanecerem hospitalizados desnecessariamente por 
qualquer razão alheia ao melhor tratamento; 
– serem acompanhados por sua mãe, pai ou responsável, durante o período 
de hospitalização, bem como receber visitas; 
– não serem separados de sua mãe ao nascer; 
– receberem aleitamento materno sem restrições; 
– não sentirem dor quando houver meios para evitá-la; 
– terem conhecimento adequado de sua enfermidade, dos cuidados 
terapêuticos e diagnósticos, respeitando sua fase cognitiva, além de 
receberem amparo psicológico, quando se fizer necessário;
– desfrutarem de alguma forma de recreação, programas de educação para 
a saúde, acompanhamento do curriculum escolar durante a hospitalização; 
– que seus pais ou responsáveis participem ativamente do tratamento e 
prognóstico, recebendo informações sobre os procedimentos aos quais 
serão submetidos; 
– receberem apoio espiritual e religioso, conforme a prática familiar; 
– não serem objeto de ensaio clínico, provas diagnósticas e terapêuticas, sem 
o consentimento informado de seus pais ou responsáveis e o seu próprio, 
quando tiverem discernimento para tal; 
– receberem todos os recursos terapêuticos disponíveis para sua cura 
e reabilitação; 
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Unidade I
– proteção contra qualquer forma de discriminação, negligência ou maus-tratos; 
– respeito à integridade física, psíquica e moral; 
– preservação da própria imagem, identidade, autonomia de valores, dos 
espaços e objetos pessoais;
– não serem utilizados pelos meios de comunicação de massa, sem a expressa 
vontade de seus pais ou responsáveis ou da própria vontade, resguardando-
se a ética; 
– confidência dos seus dados clínicos, bem como o direito de tomarem 
conhecimento deles, arquivados na instituição pelo prazo estipulado em lei; 
– terem morte digna, junto a seus familiares, quando esgotados os recursos 
terapêuticos disponíveis;
– terem seus direitos constitucionais e os contidos no Estatuto da Criança e 
do Adolescente respeitados pelos hospitais, integralmente.
 Saiba mais
Para conhecer melhor os direitos da criança hospitalizada, leia: 
AQUINO, F. M. et al. A produção científica nacional sobre os direitos 
da criança hospitalizada. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 10, n. 3, 
p. 796-804, 2008. Disponível em: <http://www.fen.ufg.br/revista/v10/n3/
v10n3a25.htm>. Acesso em: 10 mar. 2018.
Figura 13 
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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
É importante salientar que o cuidado à saúde não se restringe à atenção terciária, mas a qualquer 
local onde há pessoas. Por exemplo, o enfermeiro de uma creche deve acompanhar o crescimento 
e desenvolvimento de todas as crianças por meio de avalições rotineiras, observando necessidades 
especiais, estimulando e orientando os responsáveis pela criança. Podemos citar o enfermeiro escolar, 
que orienta e auxilia crianças e adolescentes com seus problemas de saúde, desde questões relacionadas 
ao início da vida sexual até dores de barriga.
Há também o cuidado no campo da pesquisa. Quando examina um assunto, o enfermeiro busca a 
excelência em seu cuidado. Por se tratar de um grupo vulnerável, crianças e adolescentes que participam 
como sujeitos de pesquisas estão amparados pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Essa 
resolução regulamenta a pesquisa em seres humanos e obriga o uso de um instrumento que formalize 
o consentimento livree esclarecido dos pais ou responsáveis pela criança ou adolescente para que eles 
possam participar da pesquisa (BRASIL, 1996). 
2.3 Acompanhamento da criança e do adolescente saudável
O crescimento e a evolução psicomotora de uma criança constituem a principal medida para avaliar 
se suas necessidades essenciais de nutrientes, sociais e de afeto estão sendo atendidas. Se ela cresce e 
se desenvolve, é uma criança saudável.
O crescimento depende de fatores genéticos e ambientais. Para tal, a criança e o adolescente 
precisam desfrutar de um espaço saudável, com saneamento básico, um local social que crie condições 
de cuidados adequadas, nutrição apropriada às suas necessidades corporais etc. 
As medidas antropométricas da criança e do adolescente e seu controle em gráficos de 
crescimento são o principal passo para verificar a adequação do crescimento, que deve ser gradual 
e contínuo.
A Caderneta de Saúde da Criança utiliza como parâmetros para avaliação 
do crescimento de crianças (menores de 10 anos) os seguintes gráficos: 
perímetro cefálico (de 0 a 2 anos), peso para a idade (de 0 a 2 anos, de 2 a 
5 anos e de 5 a 10 anos), comprimento/estatura para a idade (de 0 a 2 anos, 
de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos), índice de massa corporal (IMC) para a idade 
(de 0 a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos) (BRASIL, 2012b).
Essa avaliação deve ser realizada periodicamente, a fim de detectar riscos de desnutrição e obesidade 
infantis e agir preventivamente, evitando os agravos que podem decorrer dos distúrbios alimentares. O 
Ministério da Saúde adota o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) como base de dados 
para esse controle. Este sistema acompanha o estado nutricional de todas as faixas etárias e forma um 
extenso registro sobre o estado nutricional. 
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Unidade I
Quadro 2 – Índices antropométricos 
Índice Conceito Uso Material utilizado
Peso para 
idade (P/I)
Expressa a relação entre a 
massa corporal e a idade 
cronológica da criança.
É o acompanhamento do ganho de 
peso, refletindo a situação global 
da criança; porém, não diferencia o 
comprometimento nutricional atual 
ou agudo dos pregressos ou crônicos. 
Complementa a avaliação com outro 
índice antropométrico.
Balança
Peso para 
estatura (P/E)
Indica a harmonia entre as 
dimensões de massa corporal 
e estatura.
É usado tanto para identificar o 
emagrecimento da criança como 
o excesso de peso.
Balança e régua 
antropométrica
Estatura para 
idade (E/I)
Destaca o crescimento linear 
da criança.
É considerado o indicador mais 
sensível para aferir a qualidade 
de vida de uma população.
É o índice que melhor indica o efeito 
cumulativo de situações adversas 
sobre o crescimento da criança. 
Régua antropométrica
Índice de Massa 
Corporal (IMC) 
para idade
Expressa a relação entre o 
peso da criança e o quadrado 
da estatura.
É aplicado para identificar o excesso 
de peso entre crianças e tem a 
vantagem de ser um índice que será 
utilizado em outras fases do curso 
da vida.
Balança, régua 
antropométrica e 
calculadora
Perímetro 
cefálico/idade
Expressa a relação entre o 
perímetro cefálico da criança 
até 2 anos e sua idade.
É usado para verificar eventos 
graves relacionados ao sistema 
nervoso central.
Fita métrica
Adaptado de: Brasil (2011a).
Como observado no quadro anterior, acompanhar o crescimento por meio da antropometria é fácil, 
tem baixo custo e é eficiente, por isso tem ampla utilização.
O desenvolvimento da criança e do adolescente é avaliado por marcos de desenvolvimento, ou seja, 
tarefas específicas conforme a idade, as mudanças físicas, cognitivas e sociais. Por exemplo: espera-se 
que crianças entre 4 e 5 anos contem ou inventem pequenas histórias e tenham um comportamento 
predominantemente egocêntrico; entre 7 e 9 anos, que comecem a ter influência de seus amigos, 
diminuindo a influência de seus pais ou responsáveis.
 Saiba mais
Para obter informações mais detalhadas sobre a Caderneta de Saúde da 
Criança, leia: 
BRASIL. Caderneta de Saúde da Criança. Passaporte da cidadania. 
Brasília: Ministério da Saúde, 2007a. Disponível em: <http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_crianca_5ed.pdf>. 
Acesso em: 4 mar. 2018.
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O cronograma de visitas de rotina proposto pelo Ministério da Saúde para as crianças que não foram 
classificadas como de alto risco é o seguinte: 1ª semana, 1º mês, 2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês, 12º mês, 
18º mês e 24º mês. A partir dos 2 anos de idade, as consultas de rotina podem ser anuais, próximas ao 
mês de aniversário (BRASIL, 2012b).
O teste do pezinho identifica a fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito e hemoglobinopatias, 
como anemia falciforme e traço falciforme. O objetivo primário é a detecção e tratamento precoce, 
prevenindo o retardo mental, infecções e outras complicações que podem ocasionar a morte em 
crianças com hemoglobinopatias. O teste deve ser realizado logo após o nascimento, entre o 
3º e 5º dia, conforme estabelecido no Programa de Triagem Neonatal do Ministério da Saúde. 
Esse documento tem como objetivo detectar seis doenças: fenilcetonúria (PKU), hipotireoidismo 
congênito (HC) primário, doenças falciformes (DF) e outras hemoglobinopatias, fibrose cística 
(FC), hiperplasia adrenal congênita (HAC) ou hiperplasia congênita da suprarrenal e deficiência de 
biotinidase (DB) (BRASIL, 2002b).
Durante o atendimento da criança e do adolescente saudável, seja em visita domiciliar, seja 
em consulta na Unidade Básica de Saúde, é vital que o enfermeiro avalie sinais de situações de 
risco, condições ambientais, fatores sociais e familiares desfavoráveis, desnutrição, crescimento e 
desenvolvimento inadequados etc. Nesse contexto, é essencial saber a opinião dos pais, pois eles 
são os cuidadores principais. A convivência traz dados importantes que nem sempre podem ser 
observados durante a consulta.
No primeiro exame, o enfermeiro deve realizar a avaliação física e a análise de anamnese 
com detalhe. Durante a anamnese, é necessário identificar os fatores de risco, como: ausência 
de acompanhamento pré-natal ou controle incompleto, problemas na gestação, parto ou 
nascimento, prematuridade, baixo peso ao nascer, icterícia neonatal grave, hospitalização no 
período neonatal, doenças graves como meningite, trauma cranioencefálico e convulsões, 
parentesco entre os pais, casos de deficiência ou doença mental na família, fatores de risco 
ambientais como depressão materna, uso abusivo de substâncias psicoativas (álcool e drogas) 
entre os moradores da residência, violência doméstica e suspeita de abuso sexual. Após a coleta 
de dados, o enfermeiro elabora um plano de cuidados visando à adaptação ao ambiente social 
do recém-nascido. Para tal, deve tornar o ambiente saudável e fazer as primeiras orientações e 
aconselhamentos pertinentes.
Nas demais consultas, o enfermeiro acompanha as mudanças e faz as devidas orientações e os 
cuidados necessários.
O sinais vitais constituem uma importante medida do funcionamento do organismo e devem ser 
aferidos em toda consulta. A frequência respiratória reflete a capacidade do organismo em inspirar, 
expirar e trocar gases. Em recém-nascidos, principalmente se forem prematuros, os movimentos podem 
ser irregulares, intermitentes e arrítmicos.
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Tabela 6 – Frequência respiratória normal, segundo a 
Organização Mundial da Saúde (OMS)
Idade Frequência respiratória
De 0 a 2 meses Até 60 mrm*
De 2 a 11 meses Até 50 mrm
De 12 meses a 5 anos Até 40 mrm
De 6 a 8 anos Até 30 mrm
Acima de 8 anos Até 20 mrm
*Movimentos respiratórios por minuto
Adaptada de: Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (2007 apudBRASIL, 2012b, p. 37).
A frequência cardíaca expressa a capacidade de o coração bombear sangue aos órgãos e levar os nutrientes 
e oxigênio necessários para as células do corpo. Nos lactentes, verifica-se a ausculta do pulso apical, pois é 
mais difícil palpar os pulsos periféricos. É possível auscultar sopros nos primeiros dias de vida no recém-nascido 
devido ao não fechamento completo da comunicação interatrial necessária na circulação intrauterina.
Tabela 7 – Frequência cardíaca normal
Idade Variação Média normal
Recém-nato 70 a 170 120
11 meses 80 a 160 120
2 anos 80 a 130 110
4 anos 80 a 120 100
6 anos 75 a 115 100
8 anos 70 a 110 90
10 anos 70 a 110 90
Fonte: Dieckmann; Brownstein; Gausche-Hill (2000, p. 43-45 apud BRASIL, 2012b, p. 65).
A pressão arterial destaca a força que o sangue deve fazer para passar pelas artérias e depende da força de 
contração do coração, do volume de líquido circulante e do diâmetro do vaso. Como os demais sinais vitais, a 
aferição deve ser feita com a criança descansada, de preferência no colo da mãe ou do responsável, local em que se 
sente segura, pois a respiração, a frequência cardíaca e a pressão arterial são alteradas por estresse e movimentação.
Tabela 8 – Classificação da pressão arterial em menores de 18 anos
Média das duas últimas de três aferições da pressão arterial na consulta Definição
PA sistólica e diastólica < percentil 90 Normal
PA sistólica média e/ou diastólica média entre o percentil 90 e 95 Normal alta
PA sistólica média e/ou diastólica média > percentil 95 Alta ou hipertensão arterial
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia (2006 apud BRASIL, 2012b, p. 69).
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A temperatura deve ser medida com uso de termômetro e, no caso de avaliação da temperatura axilar, 
pode ser mais fácil aferi-la com a criança no colo da mãe ou do responsável. Os limites considerados 
normais variam conforme a localização do termômetro. A temperatura axilar varia de 35,9 a 36,7 ºC; já 
a temperatura oral, de 35,8 a 37,2 ºC; e a temperatura retal, menos utilizada devido ao desconforto que 
pode causar, de 36,2 a 38 ºC.
 Saiba mais
Para mais informações sobre o exame físico na criança, leia: 
VASCONCELOS, J. de M. B.; PEREIRA, M. A.; OLIVEIRA, E. F. de. Exame 
físico na criança: um guia para o enfermeiro. Rev. Bras. Enferm., Brasília, 
v. 52, n. 4, p. 529-538, out./dez. 1999. Disponível em: <http://www.scielo.
br/pdf/reben/v52n4/v52n4a06.pdf>. Acesso em: 5 mar. 2018.
A partir dos 10 anos, deve-se avaliar os sinais da puberdade, como a presença de pelos pubianos e 
axilares e o desenvolvimento das mamas e da genitália masculina. Análises de dados antropométricos 
também são necessárias e a anotação no gráfico de IMC por idade é fundamental para acompanhar o 
crescimento e a evolução saudável do adolescente.
Nessa fase, as preocupações com o corpo começam a tomar dimensão maior. Alguns jovens adotam 
dietas emagrecedoras pouco recomendáveis e, em alguns casos, adquirem distúrbios alimentares como 
reflexo do descontentamento com o próprio corpo ou como reação às mudanças físicas e emocionais 
características da puberdade e da adolescência.
 Saiba mais
Conheça os critérios de Tanner para meninas e meninos em: 
BRASIL. Orientações para o atendimento à saúde do adolescente: 
menina. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
orientacoes_atendimento_adolescnte_menina.pdf>. Brasília: Ministério da 
Saúde, [s.d.]c. Acesso em: 5 mar. 2018.
BRASIL. Orientações para o atendimento à saúde do adolescente: 
menino. Brasília: Ministério da Saúde, [s.d.]d. Disponível em: <http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_atendimento_adolescnte_
menino.pdf>. Acesso em: 5 mar. 2018.
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Unidade I
Situações de risco e possíveis vulnerabilidades devem ser comunicadas aos responsáveis 
sempre que detectadas, realizando as devidas orientações e acompanhamento do caso. Alterações 
de crescimento e desenvolvimento devem ser assistidas pelo médico, conforme protocolos fixados 
pelo Ministério da Saúde.
 Lembrete
Além de cumprir a lei, o Estado, a família e a sociedade devem ocupar o 
lugar da criança quando houver transgressão da lei, denunciando qualquer 
contravenção por ela.
3 A CRIANÇA E O ADOLESCENTE NA ESCOLA
A partir do sexto ano de vida, a criança deve, obrigatoriamente, frequentar uma escola. Devido às 
características sociais que se iniciam de forma mais intensa nessa faixa etária, observamos a escola 
como o meio de convívio social mais importante, pois é lá que o jovem passa a maior parte do tempo 
social, ou seja, em grupo. 
É nessa época que a criança inicia seu período de educação formal. Passa a pensar com lógica, 
embora de modo predominantemente concreto, sua memória e sua habilidade com a linguagem 
aumentam e seus ganhos cognitivos melhoram sua capacidade de tirar proveito da educação formal. Os 
amigos assumem papel fundamental, e a criança começa a compreender a constância de gênero, o que 
faz com que meninos e meninas “não se misturem”. A partir dessa idade, a influência dos pais diminui 
gradativamente, enquanto a influência de amigos aumenta, em especial na adolescência, quando 
o jovem tem a necessidade de construção de sua própria identidade. Essa diminuição da influência 
dos progenitores ocorre de maneira gradativa e tem seu ápice na adolescência. Em geral, por volta 
dos 10 anos, alguns adultos ainda possuem certo poder de persuasão, sendo ouvidos e até mesmo 
procurados por meninos e meninas para receberem orientação. Aos 13 anos, os adultos passam a não 
ser considerados confiáveis. Por conta dessa característica, indica-se que orientações sobre saúde sejam 
iniciadas desde o começo da vida social, período no qual ainda há confiança e empatia com os pais, e 
devem ser englobadas em toda a vida escolar da criança e do adolescente.
Nesse contexto, observamos a importância de um ambiente escolar saudável, que pense desde a 
nutrição adequada até o desenvolvimento biopsicossocial e que incentive dietas saudáveis, jogos que 
promovam o convívio social, o respeito às diferenças e o estímulo de atividades físicas e ações de 
aperfeiçoamento cognitivo.
3.1 Programa de Saúde na Escola (PSE)
É um programa do Ministério da Educação e do Ministério da Saúde instituído em 2007 pelo Decreto 
Presidencial nº 6.286. Seu objetivo principal é o aumento da qualidade de vida da população por meio de 
ações que articulem educação e saúde de crianças, adolescentes, jovens e adultos da educação pública 
brasileira (BRASIL, 2007b).
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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
Para alcançar esses propósitos, o PSE foi constituído por cinco componentes: 
• avaliação das condições de saúde de crianças, adolescentes e jovens que estão na escola pública;
• promoção da saúde e de atividades de prevenção;
• educação permanente e capacitação dos profissionais da educação e da saúde e de jovens;
• controle e avaliação da saúde dos estudantes;
• monitoramento e avaliação do programa (BRASIL, 2007b).
As ações devem ser parte integrante do projeto político-pedagógico da escola, levando-se em 
consideração as diferenças socioculturais regionais, o respeito à competência político-executiva 
dos estados e municípios e a autonomia dos educadores e da equipe pedagógica. Devem ser 
realizadas por meio de medidas de promoção, prevenção e atenção à saúde, enfrentando as 
vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes da rede 
pública de ensino (BRASIL, 2009b).
Nas escolas, o trabalho de promoção da saúde com os estudantes, e 
também com professores e funcionários, precisa ter como ponto de 
partida “o que eles sabem” e “o que eles podem fazer”, desenvolvendo

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