Buscar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AULA 07 – NORMAS FUNDAMENTAIS DO DIREITO PROCESSUAL
1. Juiz natural:
O juiz deve ser competente e as regras de competência devem ser previamente estabelecidos, razão pela qual o nosso ordenamento veda os tribunais de exceção.
Art. 5º, XXXVII e LIII – CF/88:
XXXVIII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
Dimensões:
· Formal/objetiva: O juiz deve ser competente; 
· Substancial/subjetiva: O magistrado não deve ter interesses na causa (imparcialidade objetiva) e o magistrado deve se manter equidistante das partes (imparcialidade subjetiva). 
Impedimento e suspeição (arts. 144 e 145, CPC): O magistrado seria impedido ou suspeito no caso de comprovação de parcialidade do juiz. Nessas hipóteses é vedado ao magistrado exercer o controle jurisdicional, havendo a presunção de que ele é parcial (violação ao princípio do juiz natural). 
As hipóteses de impedimento e suspeição serão estudadas na disciplina Direito Processual Civil I. 
OBS: Imparcialidade não se confunde com neutralidade, uma vez que os pré-conceitos interferem na interpretação humana. 
Varas especializadas: É possível a criação de varas para julgar causas especiais – varas de proteção à mulher vítimas de violência, varas de proteção ao idoso, entre outras. Essas varas especializadas não ferem o princípio do juiz natural, já que as regras do CPC são vagas e abstratas. 
Promotor natural: O promotor também precisa ser imparcial. Alguns doutrinadores defendem que o princípio do juiz natural se estende ao juiz natural justamente pelo fato da constituição mencionar “autoridade competente” e não “juiz competente”. Todavia, decisão recente do STF declarou expressamente que não há que se falar em “princípio do promotor natural”, mas tão somente em “juiz natural”. Mesmo assim, no âmbito administrativo, a perspectiva do promotor natural se faz presente. 
Fredie Didier Jr. é um defensor da aplicação do princípio do juiz natural no âmbito administrativo. 
2. Princípio da motivação das decisões judiciais e livre convencimento motivado/ persuasão racional do juiz: 
Expresso no art. 93, IX, CF e no art. 11, CPC. 
Art. 93, IX – CF: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
O art. 93, IX, CF engloba, também, o princípio da publicidade, conforme discutido na aula passada.
Art. 11 – CPC/15: Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. 
Em suma, o juiz precisa explicitar as razões pelas quais decidiu de uma forma e não de outra. A fundamentação corresponde ao embasamento da decisão judicial. 
Esse princípio é importante para que as partes compreendam o porquê um pleito foi negado e, dessa forma, podem mais facilmente fundamentar suas razões recursais. Ademais, tal fundamentação importante para o órgão que vai revisar aquela decisão.
Há, também, um controle social (ponto de vista externo) no que concerne à imparcialidade do juiz. 
Do princípio da motivação das decisões judiciais decorre o livre convencimento motivado. Destarte, o magistrado é livre para apreciar os autos, desde que fundamentado. 
Art. 371 – CPC/15: O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento. 
Livre convencimento: meio-termo entre o sistema de prova tarifada (cada prova, um valor/peso) e o sistema da íntima convicção (o magistrado pode julgar através da sua íntima convicção, independentemente das provas). Nesse viés, o juiz, desde que fundamente a sua decisão, pode preferir uma prova testemunhal a pericial. 
3. Adequação/flexibilidade/elasticidade:
Princípio implícito e decorrente de uma série de outros princípios (como o da inafastabilidade e o da eficiência). 
Processo não é um fim em si mesmo, servindo de um mecanismo de efetivação do direito material. 
De acordo com o princípio da adequação, o processo deve se adequar ao direito que está sendo discutido, sob pena de se negar a efetividade da tutela jurisdicional. 
Esse princípio apresenta algumas dimensões:
· Legislativa (Dimensão prévia e abstrata): O legislador, no momento em que está elaborando as normas processuais, deve levar em conta o direito material que vai ser objeto de proteção. Por exemplo, as leis relacionadas ao pagamento de pensão alimentícia apresentam procedimentos mais simples e céleres; 
· Jurisdicional: Se dirige à figura do julgador, ao órgão jurisdicional. Um magistrado, a luz do caso concreto, pode realizar adaptações que julgar necessário. Por exemplo, quando o magistrado inverte o ônus da prova em virtude da vulnerabilidade de uma das partes ou a concessão de uma tutela antecipada; 
· Negocial: A adequação deveria dos negócios jurídicos processuais. As partes podem, portanto, negociar sobre diversos procedimentos processuais, adaptando-os a luz do caso concreto; 
O princípio da adequação se manifesta sob diferentes critérios/aspectos:
· Subjetivo: O processo deve se adequar aos sujeitos do processo. Os processos em que idosos, a título exemplificativo, figuram como partes têm prioridade de tramitação. Alguns escritórios ainda costumam fazer a distinção entre “idosos” e “superidosos”; 
· Teleológico (telus = fins): O processo deve se adequar aos fins sociais que visa. Ex: A Lei dos Juizados Especiais foi criada para tutelar causas menos relevantes (princípio da informalidade, princípio da oralidade...) fora da Justiça Comum; 
· Objetivo: O processo deve se adequar (I) à natureza do direito material que está sendo discutido (ex: ações de alimentos), (II) à evidência do direito material discutido (ex: mandado de segurança – as provas devem ser apresentadas logo) e (III) à situação de urgência (ex: concessão de tutela antecipada). 
4. Boa-fé processual:
Há uma preocupação dos operadores do direito em inserir aspectos éticos no processo.
Expresso no art. 5 do Código de Processo Civil.
Art. 5º - CPC/15: Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. 
O princípio da boa-fé processual reflete a fase de evolução do Direito Processual conhecida como Neoprocessualismo (uma das marcas do NCPC). 
A boa-fé aqui mencionada é a boa-fé objetiva, ou seja, uma norma de conduta, um padrão mínimo ético de conduta que deve ser observado no curso do processo. 
As partes devem agir de boa-fé para com o juiz e para também em relação à outra parte. 
A boa-fé objetiva trata-se de uma cláusula geral, uma vez que se trata de um conceito extremamente amplo e genérico. Dessa cláusula geral, nascem algumas regras de proteção ao princípio da boa-fé, inclusive como forma de concretizá-lo. Nesse viés, ascendem deveres de cooperação – entre as partes e perante as autoridades.
5. Cooperação:
Expresso no art. 6 do CPC, corresponde a um desdobramento do princípio da boa-fé objetiva. 
Art. 6º - CPC/15: Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
Esse artigo engloba, também, os princípios da duração razoável do processo e da efetividade.
Princípio dispositivo x Princípio inquisitivo: Antes, havia a predominância do princípio dispositivo no Direito Civil; e a do princípio inquisitivo, no Direito Penal. Com o tempo, passou-se a compreender o papel atuante do magistrado no Direito Civil, assim como há garantias fundamentais das partes no Direito Penal que merecem destaque. 
Hoje, a visão predominante é a do processo cooperativo, ou seja, todos devem contribuir para a produção de processo justo e efetivo (partes e o juiz = união dos princípios dispositivoe inquisitivo).
Processo cooperativo = princípio dispositivo + princípio inquisitivo.
São deveres das partes: Esclarecimento, lealdade e proteção; São deveres do órgão jurisdicional: Esclarecimento, consulta, prevenção e auxílio. 
	DEVERES DAS PARTES
	DEVERES DO ÓRGÃO JURISDICIONAL
	ESCLARECIMENTO
	LEALDADE
	PROTEÇÃO
	ESCLARECIMENTO
	CONSULTA
	PREVENÇÃO
	AUXÍLIO
	As partes precisam ser claras no que estão propondo.
	As partes não podem litigar de má-fé no processo.
	As partes não devem causar danos ao processo (como praticar um ato para procrastiná-lo). 
	O magistrado, diante de alguma dúvida, deve pedir esclarecimentos às partes e esclarecer as suas próprias decisões.
	O magistrado tem o dever de consultar as partes sobre matérias que elas ainda não tiveram a oportunidade de se manifestar no processo
	O magistrado tem o dever de prevenir às partes de eventuais irregularidades processuais. Além de apontar esses defeitos, o magistrado tem o dever de advertir às partes acerca das consequências da não observância de determinados ônus processuais.
	Dever que o magistrado tem de ajudar a parte a superar obstáculos existentes no processo. Parte da doutrina considera-o inexistente devido à violação do princípio do juiz natural
6. Proteção da confiança:
Subprincípio implícito do princípio da segurança jurídica.
Um indivíduo tem a sua ação pautada na confiança de uma norma legal, a qual não pode ser posteriormente frustrada. 
Se um indivíduo pratica uma conduta com base em um ato legal. Se posteriormente esse ato for declarado ilegal, não se pode frustrar a confiança do indivíduo na prática daquela conduta (efeitos irretroativos). 
7. Autorregramento da vontade: 
Princípio implícito em virtude da ausência de previsão legal.
Decorre do direito fundamental à liberdade, sendo muito forte no âmbito do direito material.
Trata-se do direito dos indivíduos regularem suas ações com base na sua vontade.
Essa liberdade se estende ao Direito Processual. 
O autorregramento da vontade já existia no CPC/73, mas se tornou mais evidente a partir do CPC/15. 
Ex: Negócios jurídicos processuais (art. 190 – NCPC), estímulo à resolução consensual de conflitos (art. 3º, §§ 2º e 3º - NCPC), arbitragem (art. 3º, § 1º - NCPC), etc. 
Art. 190 – CPC/15: Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
Art. 3º - CPC/15: 
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
Nesse viés, a conciliação, a mediação e arbitragem não são impostas, mas resultantes do autorregramento da vontade das partes envolvidas no litígio. 
8. Primazia da decisão de mérito:
O órgão julgador deve priorizar o julgamento do mérito (análise de mérito).
Expresso nos arts. 4º e 6º do NCPC.
Art. 4º - CPC/15: As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
Art. 6º - CPC/15: Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
Art. 317 – CPC/15: Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício.
9. Duplo grau de jurisdição:
Há uma discussão doutrinária acerca da natureza do duplo grau de jurisdição: seria uma garantia constitucional? Alguns defendem não se tratar de uma garantia constitucional, enquanto outros afirmam se tratar por estar relacionado à ideia de Estado Democrático de Direito. 
O STF se manifestou e entendeu que não se trata de uma garantia constitucional, pois há casos em que esse princípio não é observado. 
Trata-se de um princípio ligado ao sistema recursal, isto é, a possibilidade de recurso a tribunais superiores.
Existem, todavia, casos em que são julgados desde o início pelo STF, não permitindo, portanto, recurso. 
O princípio do duplo grau de jurisdição tem sofrido muitas críticas, das quais Diana Perez discorda da maioria (1, 2 e 3). 
· Muitos culpam o duplo grau de jurisdição pela morosidade processual (o que impacta na duração razoável do processo – na prática não tão razoável assim); 
· Há a quebra da unidade jurisdicional pois um juiz decide de uma forma e outro juiz, de outra forma;
· Há um desprestígio das decisões proferidas na 1ª instância pois há sempre possibilidade de reforma;
· Normalmente, os órgãos de 2ª instância não têm contato com as partes e com as provas produzidas nos autos; 
10. Regra da instauração do processo por iniciativa da parte e desenvolvimento por impulso oficial (Próxima aula).

Mais conteúdos dessa disciplina