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SEFAZ-BA
SECRETARIA DO ESTADO DA FAZENDA DA BAHIA
Pós-edital
ECONOMIA E FINANÇAS PÚBLICAS
FINANÇAS PÚBLICAS E ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO
Livro Eletrônico
PRESIDENTE: Gabriel Granjeiro
VICE-PRESIDENTE: Rodrigo Teles Calado
COORDENADORA PEDAGÓGICA: Élica Lopes
ASSISTENTES PEDAGÓGICAS: Francineide Fontana, Kamilla Fernandes e Larissa Carvalho
SUPERVISORA DE PRODUÇÃO: Emanuelle Alves Melo
ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Giulia Batelli, Juliane Fenícia de Castro e Thaylinne Gomes Lima
REVISOR(A): Camilla Machado
DIAGRAMADOR: Washington Nunes Chaves
CAPA: Washington Nunes Chaves
Gran Cursos Online
SBS Quadra 02, Bloco J, Lote 10, Edifício Carlton Tower, Sala 201, 2º Andar, Asa Sul, Brasília-DF
CEP: 70.070-120
Capitais e regiões metropolitanas: 4007 2501 
Demais localidades: 0800 607 2500 Seg a sex (exceto feriados) / das 8h às 20h
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TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – De acordo com a Lei n. 9.610, de 19.02.1998, nenhuma parte deste livro pode 
ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada em um sistema de recupe ração de informações ou transmitida 
sob qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do detentor dos direitos 
autorais e do editor.
© 04/2019
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MANUEL PIÑON
Atualmente, exerce o cargo de Auditor-Fiscal da 
Receita Federal do Brasil e é Professor, voltado 
para a área de concursos públicos.
Foi aprovado nos seguintes concursos públicos:
1 – Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil – 
AFRFB 2009/2010;
2 – Analista de Finanças e Controle – AFC (hoje, 
Auditor Federal de Finanças e Controle) da Con-
troladoria-Geral da União – CGU (hoje, Ministé-
rio da Transparência) em 2008; e
3 – Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional – AFTN 
(Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil) em 
1998.
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ECONOMIA E FINANÇAS PÚBLICAS
Finanças Públicas e Economia do Setor Público
Prof. Manuel Piñon
1. Déficit Público e Dívida Pública..................................................................6
1.1. Introdução ..........................................................................................6
1.2. Déficit Público ......................................................................................8
1.2.1. Resultado (Superávit/Déficit) Primário ................................................10
1.2.2. Resultado (Superávit/Déficit) Nominal ................................................10
1.2.3. Resultado(Superávit/Déficit) Operacional ............................................11
1.3. O Financiamento do Déficit Público .......................................................12
1.4. NFSP – Necessidade de Financiamento do Setor Público ..........................14
1.5. Conceitos de Dívida Pública do Brasil ....................................................15
1.6. Dívida Pública no Brasil: Causas, Efeitos, Gerenciamento e Evolução .........17
1.7. Relação Entre Déficit Público, Poupança Interna e Resultado das Contas 
do Setor Externo ......................................................................................22
2. Inflação ...............................................................................................25
3. Política Fiscal ........................................................................................38
4. Pacto Federativo e Federalimo Fiscal ........................................................49
Resumo ...................................................................................................58
Mapa Mental ............................................................................................68
Exercícios ................................................................................................69
Gabarito ..................................................................................................91
Gabarito Comentado .................................................................................92
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ECONOMIA E FINANÇAS PÚBLICAS
Finanças Públicas e Economia do Setor Público
Prof. Manuel Piñon
Olá, amigo(a) concurseiro(a)!
O nosso objetivo hoje nesta aula é fazer a transição, ou seja, fechar o estudo da 
parte de Economia e iniciar os tópicos de Finanças Públicas do nosso edital, sendo 
que parte desses assuntos já foi vista parcialmente em aulas anteriores.
Vamos nos esforçar bastante hoje, pois, como diria Michael John Bobak: “Todo 
progresso acontece fora da zona de conforto”.
Boa aula!
Prof. Manuel Piñon
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Finanças Públicas e Economia do Setor Público
Prof. Manuel Piñon
1. Déficit Público e Dívida Pública
1.1. Introdução
Amigo(a), a atividade financeira do Estado existe para atender às necessidades 
de sua sociedade organizada. Assim, o Estado, seja ele a União, os Estados, o DF 
ou os Municípios, é na verdade o sujeito, ou seja, todos os entes da Federação são 
titulares do dever de garantir a manutenção da estrutura administrativa estatal, de 
modo a satisfazer as necessidades públicas, usando, para isso, os recursos públicos.
O bem comum, por meio do atendimento das necessidades públicas, como, por 
exemplo, da educação, da saúde, da segurança, da alimentação, da habitação, 
do transporte, do lazer etc., é obrigação do Estado atender, como cansa a nossa 
CF/1988 de reforçar. 
E como obter dinheiro para suprir essas necessidades?
O financiamento das atividades públicas é obtido por diversas fontes, tais como:
• a arrecadação de receitas públicas;
• os empréstimos tomados pelo governo (crédito público);
• os recursos transferidos por outra entidade; e
• a emissão de moeda (senhoriagem).
Dentre as receitas públicas, destaca-se a receita tributária, já que, sem dúvida, 
essa á principal financiadora do Estado. 
Mas aqui vale registrar que o Governo “recebe” também outras receitas, como, 
por exemplo, do aluguel dos seus imóveis ou dos dividendos de estatais como a 
Petrobras ou ainda de leilões e concessões como os realizados pela ANP – Agência 
Nacional do Petróleo na camada pré-sal.
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Já a fonte oriunda de recursos transferidos por outra entidade vale dizer que é 
mais usual para os Estados e os Municípiosque realizam convênios com a União 
para aplicarem recursos em determinada obra ou programa de governo. 
Um dos princípios orçamentários mais significativos é o princípio do equilíbrio, 
que visa dar transparência maior à obtenção de recursos, ou seja, o orçamento 
sempre deve estar equilibrado, uma vez que se trata de uma demonstra-
ção contábil.
Dispositivos constitucionais contidos no art. 166, § 3°, II, da Constituição Fede-
ral tratam da necessidade de se indicar os recursos disponíveis para o atendimento 
às emendas ao projeto de lei orçamentária ou aos projetos que a modifiquem, de 
forma a manter o equilíbrio entre receitas e despesas.
Apesar de equilibrado, o orçamento pode ser deficitário, o que significa que con-
tém autorizações de despesas acima dos recursos previstos, estabelecendo moda-
lidades de financiamento do déficit. 
A Constituição Federal prevê a contratação de operações de crédito para 
a cobertura do excesso de gastos em relação à receita primária. Contudo, 
não há sentido em orçamento superavitário, uma vez que significaria exigência, à 
sociedade, de contribuição financeira sem justificativa.
A gestão fiscal visando ao equilíbrio orçamentário apoia-se no seguinte:
Receita Pública: representa os ingressos de recursos que entrarão para os 
cofres públicos, servindo para financiar as atividades estatais;
Despesa Pública: representa a aplicação desses recursos, ou seja, de que 
forma o Governo irá gastar os recursos arrecadados, obtidos junto à sociedade, 
quando estiver executando suas ações;
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A Dívida Pública representa os compromissos assumidos pelo Governo no pas-
sado, perante a sociedade, e que deverão ser de alguma forma financiados pela 
obtenção de novos recursos no futuro;
E o Orçamento Público, que vai permitir ao Governo controlar seus fluxos de 
receita e de despesa, com impactos sobre o montante da dívida pública.
Vale lembrar que o Setor Público corresponde à presença o Governo nas três 
esferas: a União, os Estados e o Distrito Federal e os Municípios, bem como os três 
Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). 
O Governo interfere na economia por meio da Tributação (T) e dos Gastos Pú-
blicos (G). 
Fazendo-se um encontro de contas, ou seja, considerando o que o Governo co-
bra da sociedade por meio da Tributação (T) em comparação com o seu retorno 
por meio dos Gastos Públicos (G), o Governo poderá apresentar, durante um 
determinado período de tempo, as seguintes situações: 
1 – se os Gastos Públicos forem superiores à Tributação (G > T), teremos o 
temido déficit fiscal; 
2 – por sua vez, se os Gastos Públicos forem no mesmo montante da Tributação 
(G = T), teremos o equilíbrio no orçamento público (é o famoso zero a zero);
3 – mas, se os Gastos Públicos forem inferiores à Tributação (G < T), teremos 
tão desejado superávit fiscal. 
1.2. Déficit Público
Déficit Público é o nome que se dá para a situação em que o valor total das 
despesas públicas é maior que valor total das receitas públicas.
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Embora essa conceituação do déficit público, em termos de diferença entre 
as receitas e despesas de setor público, seja de definição simples e de fácil com-
preensão, ela também pode ser elaborada de modo mais aprofundado, por 
meio da inclusão de diversos componentes do processo orçamentário que 
são indispensáveis para a determinação das causas do déficit, permitindo 
uma avaliação mais apurada da política fiscal de um Governo. 
Desse modo, “embutidos” na definição de déficit, temos certos fatores que apa-
rentemente estavam “escondidos”:
1 – os métodos de financiamentos utilizados;
2 – a contribuição de déficits passados para o atual déficit;
3 – o impacto das dívidas interna e externa sobre o déficit;
4 – a necessidade de emissão de moeda;
5 – o efeito da inflação sobre a receita e os gastos do governo;
6 – o efeito de variações nas taxas de juros;
7 – a cobrança de imposto inflacionário;
8 – a existência de erros e omissões nas contas governamentais.
Como podemos ver, o déficit público (também chamado de governamental) en-
globa diversas características do processo orçamentário, cuja análise é fundamen-
tal para a determinação das causas do “rombo”.
Alguns desses fatores são: a contribuição do déficit passado para o atual, o 
efeito da inflação sobre a receita e despesa do governo e o efeito da variação das 
taxas de juros.
A partir dos fatores mencionados acima, é possível chegar aos outros conceitos 
de déficit, derivados do público, como, por exemplo:
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1.2.1. Resultado (Superávit/Déficit) Primário
Representa a origem e a fonte de realimentação do déficit público e, consequen-
temente, da dívida pública, desconsiderando seus respectivos juros. 
É o resultado das contas públicas que inclui o Tesouro Nacional, a Previdência 
Social e o Banco Central, além de constituir o melhor método de avaliação do im-
pacto da política fiscal.
De modo simplificado, podemos dizer que o déficit primário (também 
chamado de déficit fiscal) ocorre quando os gastos do governo superam a arreca-
dação de tributos no período considerado.
É muito comum ouvirmos nos noticiários a respeito da meta de superávit pri-
mário do Governo. É verdade, o Governo tenta de todo modo gerar o tal superávit 
primário, ou seja, ter um valor maior de arrecadação de tributos do que seus gas-
tos (exceto juros) justamente para pagar os juros dos seus credores (aqueles que 
compraram seus títulos públicos tipo Tesouro Direto, por exemplo). 
Podemos concluir, portanto, que uma situação de déficit primário é muito grave, 
é como se você tivesse uma dívida com um Banco X, mas gastasse todo o seu salá-
rio sem conseguir pagar nada ao Banco X. A consequência é o aumento da dívida, 
como uma bola de neve.
Vamos ver agora outra “modalidade” de déficit: o déficit nominal.
1.2.2. Resultado (Superávit/Déficit) Nominal
Representa a diferença entre as receitas de despesas públicas, em especial a 
parcela referente aos juros nominais incidentes sobre a dívida interna e externa. É 
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também obtido por meio da soma dos incrementos da base monetária e do incre-
mento da dívida internae da dívida externa expressa em moeda nacional.
Quando se fala em déficit nominal ou total, inclui-se mais uma despesa nas 
contas: o gasto do governo com as dívidas passadas. O Estado pode ter emitido 
dinheiro ou pegado empréstimo para pagá-las. No último caso, vendeu títulos da 
dívida pública a brasileiros ou estrangeiros, para quem precisa pagar juros.
Vale destacar que o déficit nominal é também chamado de Necessida-
des de Financiamento do Setor Público (NFSP), já que corresponde à quan-
tidade de empréstimos a que o setor público precisa recorrer. 
1.2.3. Resultado(Superávit/Déficit) Operacional
Consiste no deflacionamento dos valores monetários das variáveis orçamen-
tárias e financeiras, bem como pelo cálculo dos juros por meio da taxa de juros real 
esperada para um determinado período. 
Em outras palavras, podemos dizer que o déficit operacional, do qual se ouve 
falar mais em tempos de inflação alta, inclui nos gastos o pagamento dos juros (ju-
ros reais, ou seja, descontada a inflação do período). Isso porque, com o aumento 
de preços, a moeda nacional perde poder de compra. Em períodos de inflação ele-
vada, pode ser que os juros pagos ao final do período sequer cubram essa perda. 
Nesse caso-limite, o governo sairá ganhando da transação, já que vai devolver 
menos poder de compra do que pegou emprestado. Sendo assim, os juros não po-
dem entrar com sinal negativo nas suas contas. 
Por isso, o déficit operacional é, muitas vezes, considerado a medida mais ade-
quada dos resultados do governo.
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1.3. O Financiamento do Déficit Público
Para financiar o déficit, seja para qualquer conceito utilizado, o governo recorre a 
duas fontes de recursos: a emissão de moeda e a venda de títulos da dívida pública. 
Emissão de moeda: ocorre através de criação de moeda pelo Banco Central 
para financiar dívida do Tesouro Nacional. Esse procedimento traz a vantagem de 
não gerar déficits futuros e não ter que elevar a taxa de juros. Porém, traz a des-
vantagem de gerar pressão inflacionária, em face da colocação de moeda 
em quantidade superior à necessidade da economia.
Colocação de títulos da dívida pública: possibilita ao governo trocar título, 
ativo financeiro não monetário, por moeda que está em circulação para financiar 
seu déficit. Esse procedimento traz, também, vantagem e desvantagem.
Como vantagem, a venda de títulos públicos evita a ocorrência de pressões 
inflacionárias, uma vez que não necessita recorrer à emissão de moeda. Mas traz 
também desvantagem, uma vez que a colocação de títulos públicos à disposição 
no mercado implica em oferecer taxas de juros atrativas, com impacto no total do 
endividamento e no custo do seu financiamento. 
O importante é sabermos que tais procedimentos implicam em riscos e normal-
mente trazem consequências desastrosas para a economia. 
Vamos vê-las!
A persistente emissão de moeda como forma de enfrentar o déficit público estimula 
o processo inflacionário a perseguir trajetória ascendente, com riscos de ocorrência 
de hiperinflação. 
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Essa receita que o governo passa a obter com a emissão de moeda para pagar 
suas contas é chamada de receita de senhoriagem (vem de senhorio, ou me-
lhor, de “signorage”). Se um desses três termos aparecer em sua prova, não se 
assuste, é apenas o governo usando a sua maquininha de fabricar dinheiro.
Nessa situação, a taxa de inflação chega a superar dois dígitos mensais, provoca 
sérios danos na estrutura produtiva, dentre os quais a perda do valor da moeda 
nacional, e sua consequente substituição como meio de troca. 
O exemplo clássico é a inflação da Alemanha no ano de 1923, quando em janei-
ro 1 dólar valia 18 mil marcos e, no final do ano, em novembro, a cotação passou 
a ser 1 dólar por 4,2 trilhões de marcos e as mercadorias passaram a ser trocadas 
por outras mercadorias, já que a moeda não valida mais nada.
Em menor escala, vivemos situação com alguma semelhança no Brasil até a 
implantação do Plano Real. 
Por outro lado, o forte financiamento do déficit público, a partir da colo-
cação de títulos, pode chegar numa situação em que o montante de títulos atin-
ge um valor tão expressivo que exige cada vez mais taxas de juros elevadas para 
atrair o credor privado, gerando dúvidas sobre a capacidade de o governo honrar 
os seus compromissos e impulsionando cada vez mais a elevação da taxa de juros, 
com impacto sobre o serviço da dívida pública (amortização e juros). É um ciclo 
vicioso, pois a dívida cresce porque a taxa de juros sobe e essa taxa de juros sobe 
porque a dívida cresce.
No Brasil, temos como exemplo o crescimento da dívida interna no final do ano 
1989, sob o governo José Sarney, cuja taxa de juros elevada era a única forma de 
manter os credores adquirindo títulos do governo, levando posteriormente o gover-
no Collor de Mello, no início de 1990, a bloquear os ativos financeiros por 18 meses.
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1.4. NFSP – Necessidade de Financiamento do Setor Público
De modo bem simples, podemos dizer que a NFSP representa a necessidade do 
setor público em se financiar por meio de dívida.
A NFSP também é chamada de déficit nominal ou resultado nominal, e corres-
ponde à variação nominal dos saldos da dívida interna líquida mais os fluxos exter-
nos efetivos, convertidos para reais pela taxa média de câmbio de compra.
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De acordo com a definição oficial apresentada pelo Banco Central, temos as 
seguintes conceituações:
NFSP – conceito nominal: calculada a partir da variação mensal da Dívida 
Fiscal Líquida (DFL). 
NFSP – conceito operacional: conceito nominal excluída a atualização mo-
netária incidente sobre a DLSP (para o cálculo da atualização monetária mensal, 
utiliza-se como deflator o IGP-DI centrado ao final do mês – média geométrica do 
IGP-DI do mês e do mês subsequente). 
NFSP – conceito primário: conceito nominal excluídas as despesas de juros 
nominais incidentes sobre a DLSP, calculadas pelo critério de competência, e incluí-
das as receitas de juros relativas às reservas internacionais (utiliza-se a taxa média 
de câmbio de compra para converter os valores expressos em dólarespara reais). 
NFSP – Juros reais: representa a diferença entre os encargos financeiros to-
tais (juros nominais) e a parcela de atualização monetária no mês.
1.5. Conceitos de Dívida Pública do Brasil
Amigo(a), vamos ver agora uma síntese dos conceitos relevantes sobre dívida 
pública no Brasil a partir das definições adotadas pelo Banco Central do Bra-
sil e pela Secretaria do Tesouro Nacional. 
Dívida Pública Bruta: dívida do setor público não financeiro e do Banco Cen-
tral com o sistema financeiro (público e privado), o setor privado não financeiro e 
o resto do mundo.
Dívida Pública Líquida: Dívida Pública Bruta menos a soma dos créditos do 
setor público não financeiro e do Banco Central. Deve-se mencionar ainda que, di-
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ferentemente de outros países, o conceito de dívida líquida utilizado no Brasil con-
sidera os ativos e passivos financeiros do Banco Central, incluindo, dessa forma, a 
base monetária.
Dívida Pública Mobiliária do Governo Federal (DPMF): total dos títulos 
públicos federais fora do Banco Central. Inclui, além dos títulos de emissão do Te-
souro Nacional, os títulos de emissão do Banco Central. Como se trata de dívida 
consolidada, os títulos de emissão do Tesouro Nacional pertencentes à carteira do 
Banco Central não entram.
Dívida Pública Mobiliária do Governo Federal Interna (DPMFi): total dos 
títulos públicos federais fora do Banco Central em poder do público. Inclui, além 
dos títulos de emissão do Tesouro Nacional, os títulos de emissão do Banco Central. 
Dívida Mobiliária dos Governos Estaduais e Municipais: total dos títulos 
emitidos pelos tesouros desses entes da Federação.
Dívida Externa Bruta: soma da dívida externa bruta do setor público não fi-
nanceiro, das três esferas de Governo e do Banco Central.
Dívida Externa Líquida: Dívida Externa Bruta menos as aplicações em moe-
da estrangeira. Como o Banco Central está incluído, as reservas internacionais do 
Banco Central também são consideradas como aplicações e, portanto, deduzidas 
do total.
Dívida Mobiliária Externa: Dívida Reestruturada (Bradies) mais Dívida Sobe-
rana (títulos de emissão voluntária).Dívida Contratual Externa: BID/BIRD, Clube 
de Paris e Agências Governamentais.
Dívida Pública Federal: DPMFi + Dívida Mobiliária Externa + Dívida Contratual 
Externa
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Finanças Públicas e Economia do Setor Público
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1.6. Dívida Pública no Brasil: Causas, Efeitos, Gerenciamento 
e Evolução
Vamos traçar um histórico sobre a gestão das finanças públicas no Brasil 
e seu impacto na dívida pública.
Começando pela década de 70, as finanças do setor público eram norteadas por 
uma grande multiplicidade orçamentária: a existência do Orçamento Geral 
da União, o orçamento das empresas estatais, o orçamento monetário e a 
conta da dívida. Até o final da década, as receitas e despesas das empresas es-
tatais não haviam sido agregadas em um orçamento consolidado. 
Na verdade, somente com a criação da Secretaria de Controle das Empresas 
Estatais (SEST) em 1979 é que o governo pôde ter um conhecimento preciso do 
número total de entidades estatais e fazer um orçamento geral das empresas esta-
tais para o ano seguinte. 
O orçamento monetário, destinado somente ao BACEN, funcionava como 
uma ferramenta de controle do passivo monetário e não monetário que era utiliza-
do, de uma forma geral, para política cambial, subsídios, linhas de crédito, dentre 
outros programas. 
Observe que cada orçamento era aprovado por uma autoridade pública 
diferente e em momentos também diferentes, o que causava a total desar-
ticulação entre as políticas econômicas implementadas pelo governo. 
Como se não bastasse, havia ainda a conta da dívida que, a partir do iní-
cio da década de 70, funcionou de forma autônoma e garantiu a cobertura 
dos juros e amortizações (serviço da dívida) sempre através da emissão 
de novos títulos. Esse processo ficou conhecido como o “giro da dívida in-
terna”. 
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Era impossível efetuar um controle eficaz da política monetária e do endivida-
mento público sem que antes fosse realizada uma reforma que fortalecesse o 
Banco Central e reordenasse o controle financeiro do governo. 
A dívida foi evoluindo em função de diversos fatores, inclusive em função de 
si própria e do financiamento de gastos extraorçamentários. Obviamente não se 
soube o quanto do crescimento da dívida foi devido a cada fator. 
Por fim, observa-se que a estratégia adotada pelo governo, ao longo da década 
de 70, foi de utilização da autoridade monetária como banco de fomento, no pro-
cesso de desenvolvimento econômico, como forma de atender a meta de “cresci-
mento com endividamento”. Grandes volumes de recursos eram levantados sem 
elevação na carga tributária, ou seja, sem desestabilizar o regime militar vigente. 
A contrapartida era sempre a expansão monetária ou elevação da dívida. Com 
o segundo choque do petróleo em 1979, o governo deparou-se com uma crise que 
forçou um ajuste na economia brasileira e, consequentemente, nas finanças públi-
cas. 
Já estamos no período entre os anos de 80 e 94, que foi caracterizado por in-
tensas divergências entre economistas. Enquanto alguns defendiam o ajuste fiscal 
acima de tudo, os demais não davam importância ao déficit, e buscavam o comba-
ter apenas a inércia inflacionária.
Quando foi feito o primeiro acordo com o FMI, ainda no período dos governos 
militares, tivemos a implementação de políticas econômicas de cunho essencial-
mente voltado para o combate à inflação de demanda. Estas não alcançaram êxito 
na busca pela estabilidade e os teóricos que defendiam essa linha de pensamento 
perderam sua credibilidade. 
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Tivemos então a implementação de diversos planos econômicos ela-
borados por economistas ditos heterodoxos, os quais não tinham grande 
preocupação com o déficit fiscal brasileiro. Todos eles – o Plano Cruzado, 
Bresser, Verão, Collor I e Collor II – não obtiveram sucessos duradouros 
na busca pela estabilização. 
O fim do ciclo militar no Brasil surgiu de uma aliança entre o PMDB (Tancredo 
Neves) e a Frente Liberal (José Sarney). Com a morte do presidente eleito, Sarney 
foi quem assumiu a função, mas nãopôde desempenhá-la de forma satisfatória, 
pois não contou com o apoio dos deputados e senadores peemedebistas. 
O que elevou ainda mais a fragilidade política do governo Sarney foi a eclosão 
de demandas populares por investimentos e gastos públicos, demandas essas que 
eram anteriormente sufocadas pelo regime autoritário. 
Com a implementação de diversas alterações na legislação a partir de 1985 e 
com a promulgação da Constituição Federal de 1988, vieram diversas mudanças 
institucionais. 
Do ponto de vista das finanças públicas, destacamos alguns pontos po-
sitivos, como a extinção da conta-movimento do Banco do Brasil (autofi-
nanciamento), a incorporação do orçamento monetário ao OGU (Orçamen-
to Geral da União), tornando o orçamento uno, a extinção das funções de 
fomento do Banco Central, a criação da STN (Secretaria do Tesouro Nacio-
nal), a incorporação das despesas com pagamentos de juros da dívida ao 
OGU, e alguns pontos negativos, como a elevação do repasse de verbas a 
Estados e Municípios, a sobrecarga do sistema previdenciário e uma eleva-
ção no volume de receitas vinculadas. 
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Esse último ponto destacado provocou a redução na margem de manobra do 
Poder Executivo no que tange à alocação de recursos, um dos problemas do fede-
ralismo fiscal. 
Todos esses fatores somados aos impactos da crise externa e a ação dos hetero-
doxos (keynesianos) contribuíram para uma elevação no déficit já a partir de 1987, 
quando se passou a observar uma combinação de níveis de arrecadação constantes 
e gastos públicos crescentes. 
A partir do governo de Fernando Collor, o Brasil experimentou uma grande aber-
tura econômica acompanhada de um processo de privatização.
Naquele momento, observou-se que, embora a inflação provesse recursos para 
o governo, essa mesma inflação depreciava o valor dos tributos e, portanto, a pró-
pria receita pública. Esse fenômeno foi chamado “efeito Tanzi”. Ele foi amenizado 
no Brasil através de uma profunda indexação das obrigações tributárias. 
Com a implantação do Plano Real em 1994, a condução das contas públicas 
passou a ter outra vertente, expurgando-se a inflação como uma das grandes res-
ponsáveis pelas distorções nos resultados das contas públicas no país. 
As contas públicas no país têm se comportado de forma relativamente positiva. 
Dentre o conjunto de medidas tomadas pelo Governo Federal e pelo Banco 
Central após a grave crise financeira vivida no fim dos anos de 1998/1999 estão 
o estabelecimento da delimitação dos saldos de resultado primário das contas pú-
blicas em relação ao total do Produto Interno Bruto – PIB, o regime de metas de 
inflação assim como a promulgação de Lei de Responsabilidade Fiscal, o que pode, 
aos poucos, especialmente a partir da metade do primeiro mandato do Presidente 
Lula, reorientar a formação da dívida pública a partir das sucessivas ocorrências de 
déficits. 
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O estabelecimento de metas de cumprimento de resultado primário positivo 
(superávit) em percentual do PIB capacitou o governo a gerar saldos para paga-
mentos cada vez maiores dos juros da dívida (resultado operacional), diminuindo 
evolução da dívida pública. 
O regime de metas de inflação funcionou e ainda funciona com um parâmetro 
para estabelecimento de níveis máximos de variação dos preços no país. 
Essa política tendeu a reduzir a necessidade de subida das taxas de juros pelo 
Banco Central, via-se apenas a sinalização de que, caso ocorressem picos inflacio-
nários, a autoridade monetária encontrar-se-ia disposta a elevar a taxa de juros. 
O resultado da política embasa-se apenas na confiança da ação do Bacen, quan-
do necessário, reduzindo assim a necessidade da subida dos juros. 
Pela análise das contas públicas, a elevação dos juros tende a aumentar as ne-
cessidades de financiamento do setor público sob o conceito operacional e conse-
quentemente nominal, diminuindo a capacidade do governo de realizar políticas de 
estímulo ao crescimento via investimentos públicos. 
Finalmente, a promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabeleceu 
norma de Finanças Públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, pro-
curou promover sensíveis melhoras nas contas públicas e consequente diminuição 
de déficits via prevenção de risco e desvios capazes de afetar o equilíbrio das con-
tas, especialmente através do cumprimento de metas de resultado de receitas e 
despesas. 
Não se pode afirmar que essa série de medidas impediu por completo o cresci-
mento da dívida pública, haja vista a série de políticas assistencialistas implemen-
tadas pelo governo central, bem como as turbulências sofridas pelo país advindas 
do exterior.
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Não obstante, verifica-se a tendência da diminuição das NFSP no conceito no-
minal em relação ao PIB, passando de cerca de 10% em 2002 para cerca de 2% 
em 2007. 
A dívida líquida do setor público brasileiro, como porcentagem do PIB, teve um 
comportamento explosivo desde a implantação do Plano Real, saltando de 32,5% 
em 1994 para mais de 57% em 2002. 
Outro fator de aumento na relação dívida / PIB foi o reconhecimento de dívidas 
até então não contabilizadas (os chamados “esqueletos”, tais como o Fundo de 
Compensação da Variação Salarial do Sistema Financeiro da Habitação). 
Evolução Recente da Dívida Pública Brasileira
1981/1984 – Elevação da relação dívida/PIB, num contexto de forte déficit 
fiscal e estagnação econômica;
1985/1989 – Queda da relação dívida/PIB (graças ao crescimento do PIB);
1990/1994 – Queda da relação dívida/PIB (NFSP operacionais nulas);
1995/1998 – Déficits fiscais elevados e crescimento da dívida;
1999/2002 – Elevados superávits primários, mas com crescimento da dívida;
2003/2012 – Retorno da queda relação dívida/PIB;
2014/2018 – Déficits fiscais e crescimento da dívida.
1.7. Relação Entre Déficit Público, Poupança Interna e 
Resultado das Contas do Setor Externo
Ainda não existe consenso entre os economistas sobre a relação entre déficit 
público, déficit em transações correntes e poupança nacional. 
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Muitos usam o argumento de que o déficit público resulta em déficit em transa-ções correntes do balanço de pagamentos (déficits gêmeos). 
Nessa linha de raciocínio, em teoria, as ideias que ajudaram na defesa da liber-
dade total para os fluxos cambiais foram a chamada “teoria dos déficits gêmeos” 
– segundo a qual o déficit externo de um país era consequência do seu déficit fiscal.
Entretanto, os mecanismos através dos quais o déficit público causa um déficit 
externo não são, em geral, demonstrados nos estudos sobre o tema.
Por outro lado, acabamos de conhecer o conceito de déficit público. Podemos 
ver que o déficit público nada mais é do que uma espécie de poupança negativa do 
setor público, ou seja, quando o governo gasta mais do que arrecada.
Bem, o déficit público tem íntima relação com a poupança interna. Lembrando 
a igualdade entre Investimento e Poupança, temos que: 
I = Sp + Sg + Se
Onde: 
Sp = poupança do setor privado;
Sg = poupança do governo; e
Se = poupança externa. 
Assim, a poupança interna é dada pela soma Sp + Sg, ou seja, pela soma da 
poupança do setor privado com a poupança do setor público. 
Em uma situação de déficit público, a poupança privada precisa ultrapassar o 
seu valor para que o saldo da poupança interna seja positivo.
Na verdade, o financiamento do déficit público é feito internamente, via exces-
so de poupança privada em relação ao investimento privado, e externamente, por 
meio das poupanças dos demais países.
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Em relação à poupança externa, precisamos lembrar que o balanço de paga-
mentos demonstra o saldo das transações econômicas realizadas entre os residen-
tes do país com os residentes dos demais países.
Na situação em que o balanço de pagamentos apresente resultado ne-
gativo, o país deve cobrir o déficit com reservas internacionais. Se as reser-
vas não cobrirem o déficit apresentado, o país tem que recorrer a empréstimos no 
sistema financeiro internacional para cumprir seus compromissos.
Na verdade, um país utiliza poupança externa quando o seu balanço de paga-
mentos demonstra que houve déficit em transações correntes. Assim podemos 
entender que poupança externa aparece para “cobrir o rombo” das transações cor-
rentes.
Já em contexto de superávit, o resultado possibilita ao país aumentar 
sua conta de reservas internacionais. 
Dentre os bancos integrantes desse sistema financeiro, cita-se o Fundo Monetá-
rio Internacional – FMI, que, como vimos, é uma instituição criada com a finalidade 
de zelar pela estabilidade financeira e econômica e prestar assistência aos países 
com dificuldades no balanço de pagamentos.
Tenha em mente que o saldo da variação das reservas internacionais sempre 
iguala, com o sinal trocado, o saldo do balanço de pagamentos. Nesse sentido, se 
houve variação negativa das reservas internacionais, isso significa que o saldo do 
BP foi positivo.
No Brasil, temos reflexos relevantes da participação do setor externo na econo-
mia, especialmente no que diz respeito à quantidade de reservas, à taxa de juros, 
ao câmbio e à política fiscal e do investimento.
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O déficit em conta-corrente do balanço de pagamentos corresponde à poupança 
externa, ou seja, a poupança externa é demonstrada por meio do déficit na conta de 
transações correntes no balanço de pagamentos ou, em outras palavras, pelo saldo 
da conta de transações correntes líquidas dos investimentos estrangeiros diretos.
2. Inflação
Amigo(a), lembre-se do ano de 1994, ano em que, além de ganharmos o Tetra, 
também foi o ano do Plano Real. O Plano Real conseguiu estabilizar os preços, e a 
inflação foi reduzida ao nível aproximado dos países desenvolvidos.
Se, por sorte, você não vivenciou a época em que os preços de quase todos os 
produtos eram aumentados diariamente, às vezes até mais de uma vez no mesmo 
dia, hoje você já pode ver que o tema aumento de preços e inflação ainda aparece 
no noticiário.
Mas o que é mesmo a inflação?
Claro que todos nós sabemos que é o aumento de preços. 
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Mas e o que é a inflação para a Teoria Econômica?
O fenômeno da inflação não é pacífico na teoria econômica no que diz respeito 
à sua conceituação. Em geral, é definido como o aumento continuado, perma-
nente e generalizado dos níveis de preços em uma economia.
Observe bem: o aumento de preços, para que possa ser considerado o fenôme-
no inflação, tem que atender cumulativamente a três requisitos:
Continuado/Permanente: a elevação dos preços ocorre, seja diária ou sema-
nalmente, e a expectativa é de que vai continuar ocorrendo persistentemente;
Generalizado: a elevação dos preços tem que atingir todos os produtos/servi-
ços de uma economia de forma geral.
Vamos ver os principais tipos de inflação expressos em seu edital, classificados 
de acordo com a Teoria Econômica em função das suas causas. 
A inflação é o efeito. Assim, os economistas tipificaram a mencionada classificação 
em função da causa desse efeito inflacionário.
INFLAÇÃO DE DEMANDA
Ocorre quando a demanda agregada supera a oferta agregada por bens e ser-
viços. 
Em outras palavras, refere-se ao excesso de procura de produtos/serviços pelos 
consumidores em relação à produção disponível de bens e serviços pelas empresas 
na economia.
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É aquela estória: quando tem muita gente procurando algo escasso, o preço 
sobe. Agora imagine uma economia que não produza de um modo geral os bens e 
serviços na quantidade suficiente que as pessoas querem comprar.
O que acontece?
Os preços sobem de modo contínuo, persistente e generalizado. 
Ou seja, o excesso de demanda (procura) em relação ao que é ofertado na eco-
nomia inflacionou (aumentou os preços) o mercado de bens e serviços.
Pode-se dizer ainda a inflação de demanda é causada pelo crescimento dos 
meios de pagamento, que não é acompanhado pelo crescimento da produção. 
Ocorre apenas quando a economia está próxima do pleno emprego, ou seja, 
não pode aumentar substancialmente a oferta de bens e serviços no curto prazo. 
Ou seja, as empresas não podem produzir mais do que estão produzindo no curto 
prazo.
Suas causas podem ser as mais diversas, dentre elas:
• aumento dos gastos governamentais;
• choque de demanda (euforia);
• excessode moeda;
• excesso de crédito.
Questão 1 (FCC/TCE-CE/AUDITOR/2015) Para combater uma inflação o governo 
pode
a) aumentar a demanda agregada o que pode levar a um aumento de desemprego.
b) reduzir a oferta agregada o que pode levar a um aumento de desemprego.
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c) aumentar a demanda agregada o que pode levar a uma queda de desemprego.
d) reduzir a demanda agregada o que pode levar a uma queda de desemprego.
e) reduzir a demanda agregada o que pode levar a um aumento de desemprego.
Letra e.
A causa mais comum de inflação no mundo é o excesso de demanda em relação à 
capacidade de oferta de uma economia. Claro que existe também a inflação de cus-
tos (choque de custos como tivemos no Brasil em 2015) e a inercial (como tivemos 
no Brasil até 1994 – Plano Real).
Mas, sem dúvida, é uma demanda superaquecida a principal causa de inflação.
Seguindo essa linha de pensamento, reduzir a demanda agregada é a medida mais 
indicada nessa situação, mas isso também pode gerar um efeito indesejado, que é 
o aumento do desemprego.
INFLAÇÃO DE CUSTO (OU DE OFERTA)
Ocorre quando o aumento do custo de produção é repassado aos preços para o 
consumidor. Depende de um mercado concentrado. Assim, quanto maior a concen-
tração do mercado (menor concorrência), mais os empresários possuem o poder de 
repassar o aumento dos custos para os preços finais.
Em outras palavras, pode-se dizer que a inflação de custos tem suas causas nas 
condições de oferta de bens e serviços na economia. O nível da demanda perma-
nece o mesmo, mas os custos de certos fatores importantes aumentam, levando à 
retração da oferta e provocando um aumento dos preços de mercado.
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A inflação de custo pode ser causada, ainda, pelo choque de oferta quando fe-
nômenos inesperados afetam a produção (como a quebra de uma safra causada 
por fenômenos naturais).
Questão 2 (FCC/AL-MS/ECONOMISTA/2016) O aumento de preços causado por 
pressões autônomas de grupos específicos de agentes econômicos caracteriza o 
conceito de inflação de
a) custos.
b) demanda.
c) demanda e inercial.
d) expectativas.
e) expectativa e de demanda.
Letra a.
O examinador refere-se claramente à inflação de custos, que pode se dar por pres-
sões autônomas em setores específicos da economia.
Um exemplo clássico é um forte aumento do preço do petróleo no mercado mun-
dial. Como tal produto é a base energética da produção de uma economia como o 
Brasil, um aumento significativo de seu preço tende a gerar pressão inflacionária.
INFLAÇÃO INERCIAL
Esse tipo de inflação tem sua cauda no efeito psicológico dos agentes, quando 
acreditam na elevação dos níveis de preço e agem de tal modo que a inflação de 
fato se concretize.
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Em outras palavras, está relacionada às expectativas dos agentes e sua memó-
ria inflacionária. Presente em economias com preços indexados.
Pode-se dizer ainda que é a aquela em que a inflação presente é uma função da 
inflação passada.
Sua causa é, portanto, a inércia inflacionária, que é a resistência que os preços 
de uma economia oferecem às políticas de estabilização que atacam as causas pri-
márias da inflação.
Seu grande vilão é a “indexação”, que é o reajuste do valor das parcelas de con-
tratos pela inflação do período passado.
INFLAÇÃO MONETÁRIA
A inflação cuja causa é monetária, como o próprio nome sugere, vem da emis-
são de moeda/meios de pagamentos, é causada pelo crescimento dos meios de 
pagamento, que não é acompanhado pelo crescimento da produção. Basicamente 
é a emissão exagerada e até certo ponto descontrolada de moeda por parte do 
governo.
Dentro desse contexto, a inflação da moeda é estreitamente relacionada com a 
inflação de demanda, pois, quando o governo pratica a emissão de moeda (aumen-
tando a base monetária), cria na população, a curto prazo, a ideia do aumento do 
poder aquisitivo.
INFLAÇÃO REPRIMIDA
Os preços não sobem ou sobem pouco devido às medidas governamentais de 
contenção como tabelamento de preços, racionamento etc.
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INFLAÇÃO ESTRUTURAL
Ocorre pela elevação dos custos de produção; porém, ao contrário da inflação 
de custo, é causada pela configuração da infraestrutura existente no local (estra-
das, transporte, energia etc.), que afeta os custos dos processos de produção, dis-
tribuição e fornecimento.
Os economistas da chamada corrente estruturalista dizem que a inflação em pa-
íses em vias de desenvolvimento é essencialmente causada por pressões de custos 
derivados de questões estruturais como a agrícola e a de comércio internacional.
Para eles, de modo distinto, a inflação de demanda é acarretada basicamente 
por uma certa defasagem entre a quantidade ofertada e a quantidade demandada, 
sendo essa última bem maior do que a primeira, causando dessa forma uma pres-
são nos preços em função de um certo patamar de demanda reprimida.
IMPOSTO INFLACIONÁRIO
É a desvalorização contínua dos recursos em poder dos contribuintes 
(que não estão aplicados em nenhum investimento), como, por exemplo, o dinhei-
ro depositado em conta-corrente, visto que, ao longo do tempo, devido à alta dos 
preços, passam a ter um poder de compra cada vez menor.
Uma característica importante do imposto inflacionário é o seu caráter alta-
mente regressivo, pois as classes com renda mais baixa são as mais prejudicadas 
por possuírem poucas possibilidades de aplicar seus escassos recursos no mercado 
financeiro para se proteger da inflação.
Como o imposto inflacionário acaba sendo uma tributação indireta, não 
pode ter sua “alíquota” aumentada indiscriminadamente (grandes taxas de infla-
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ção), pois isso causaria uma retração da demanda por depósitos em conta-corren-te, que não são indexados (encaixes bancários) e, consequentemente, o governo 
perderia uma de suas fontes de financiamento (emissão de moeda).
Questão 3 (FGV/TCM-SP/AGENTE-FISCAL/2015) Considere a seguinte situação: a 
variação nominal da base monetária representa apenas a recomposição, pelas pes-
soas, da perda do valor real de seus encaixes monetários provocado pela inflação.
A receita dessa emissão monetária feita pelo governo, definida também como a 
taxa de inflação esperada multiplicada pelo valor real da base monetária, é o(a):
a) Receita Intertemporal do Governo;
b) Imposto Inflacionário;
c) Senhoriagem Monetária;
d) Custo de Oportunidade da Senhoriagem;
e) Equivalência Ricardiana.
Letra b.
Quando temos um contexto inflacionário, a receita decorrente da emissão monetá-
ria feita pelo governo, definida também como a taxa de inflação esperada multipli-
cada pelo valor real da base monetária, é chamada de imposto inflacionário.
Guarde que consideramos imposto inflacionário a receita que o governo ganha 
quando emite moeda para recompor a perda do valor real dos chamados encaixes 
monetários do público.
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RECEITA DE SEIGNIORAGE
A receita de “seignorage” ou de senhorio é o lucro do governo decorrente do 
monopólio da emissão de moeda (aumento da base monetária).
A seigniorage é necessária, pois, com a inflação e o consequente aumento ge-
neralizado de preços, torna-se necessário aumentar o volume de dinheiro no mer-
cado, e isso é feito através da emissão de moeda.
EFEITO TANZI
O efeito Tanzi é a perda real do valor da arrecadação tributária em virtude 
da inflação quando ocorre inflação no interregno entre a ocorrência do fato 
gerador do tributo e o seu recolhimento aos cofres governamentais.
Soluções adotadas no Brasil, em períodos de inflação, para atenuar o efeito Tanzi:
• Redução do prazo de recolhimento dos tributos
• Indexação da base de cálculo e do imposto a recolher (o valor a ser cobrado 
do imposto era expresso em UFIR, cujo valor se alterava de acordo com a 
inflação).
Questão 4 (INÉDITA/2018) A inflação, por provocar deslocamentos de renda den-
tro da economia em favor do setor público, tem gerado o que se costuma denomi-
nar de imposto inflacionário, entretanto essa mesma inflação provoca outros efei-
tos sobre o sistema tributário, modificando os impactos previstos em sua definição 
original. Acerca desse tema, julgue o item a seguir.
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A perda de valor real da receita de um tributo em função da inflação, denominada 
efeito Tanzi, não pode decorrer da perda de valor da base de cálculo ou da defa-
sagem entre a ocorrência do fato gerador e a data da apuração do imposto e do 
espaço de tempo existente entre a apuração e o recolhimento do valor do imposto 
aos cofres públicos.
Errado.
A perda de valor real da receita de um tributo em função da inflação pode, sim, 
decorrer da perda de valor da base de cálculo ou da defasagem entre a ocorrência 
do fato gerador e a data da apuração do imposto e do espaço de tempo existente 
entre a apuração e o recolhimento do valor do imposto aos cofres públicos.
Isso pode ocorrer em função do chamado efeito Tanzi, um dos efeitos perversos da 
inflação contra o próprio governo, que representa a perda de poder aquisitivo da 
moeda que ocorre em situação de inflação alta, entre a data do fato gerador de um 
tributo e a data do seu efetivo recolhimento aos cofres públicos.
CURVA DE PHILLIPS E EQUAÇÃO DE FISHER
É muito comum aparecerem questões de prova sobre inflação mencionando dois 
economistas e suas teorias: Phillips e Fisher.
Vamos conhecer um pouquinho suas ideias!
A chamada “curva de Phillips” é um conceito da economia, mais especificamente 
da macroeconomia, que relaciona inflação com desemprego. Através dessa análise, 
pode-se ver como se relacionam esses dois conceitos.
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A teoria desenvolvida por Phillips dizia que a relação da inflação e da 
taxa de desemprego é inversamente proporcional, ou seja, quando cresce 
a inflação, cai a taxa de desemprego.
Essa teoria foi comprovada a partir da análise de curto período das taxas de in-
flação e desemprego no Reino Unido no período de 1957 a 1961 e, posteriormente, 
analisando curtos períodos das mesmas informações nos EUA, pôde-se comprovar 
o funcionamento desta teoria.
No entanto, posteriormente, economistas, ao analisarem mais profundamente, 
perceberam que não é uma regra geral, que essa relação só se aplica dessa 
forma quando a taxa de inflação está acima do esperado, sendo que, a médio 
prazo, essa taxa superior acaba sendo a taxa esperada, invalidando essa relação. 
Verificou-se que a relação correta se dava entre a taxa de desemprego e a 
variação em si da taxa de inflação.
Assim, pela chamada “curva de Phillips”, esperava-se que uma inflação alta 
manteria um desemprego menor. Ou seja, que se poderia “escolher” entre um de-
semprego de 5% com uma inflação de 1%, ou um desemprego de 4% com inflação 
de 2%, e assim por diante. Isso com fundamento lógico na constatação de que, 
com inflação mês a mês, aumentando os preços dos produtos fabricados mês após 
mês, e mantendo-se fixos os salários por um ano todo, fica cada vez mais fácil às 
empresas manter e até contratar mais empregados.
Por sua vez, o economista Irving Fisher, em 1962, ampliou o estudo de 
Phillips para avaliar a relação entre a taxa de desemprego e a inflação.
Resumidamente, de acordo com Fisher, ao investir, os agentes levam em 
consideração a taxa de juros real, e não nominal.
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Nessa linha de raciocínio, como, ao investir, eles não sabem a inflação que ocor-
rerá no período em que estarão pagando esses juros ou abrindo mão deles (custo 
de oportunidade), eles se pautam pela inflação esperada.
Assim, de acordo com o chamado efeito Fisher, para dada taxa de juros, 
quanto maior a inflação esperada, menor os juros reais e, assim sendo, 
maior é o investimento.
Questão 5 (FCC/TCE-PR/AC/2011) Em relação à curva de Phillips ampliada pelas 
expectativas, é correto afirmar que
a) choques de oferta não afetam a taxa de inflação, porque nesse modelo a inflação 
é predominantemente de demanda.b) a persistência do desemprego abaixo da taxa natural só é possível se a inflação 
for decrescente e valerem as expectativas adaptativas.
c) não há trade-off entre a taxa de inflação e a taxa de desemprego, considerando 
expectativas adaptativas.
d) uma política de combate à inflação que tenha credibilidade perante os agentes 
econômicos manterá o nível de desemprego próximo de sua taxa natural, na versão 
forte da teoria das expectativas racionais.
e) a curva sanciona o uso de políticas fiscais expansionistas para reduzir perma-
nentemente a taxa de desemprego.
Letra d.
Amigo(a), vamos analisar as alternativas e escolher a correta.
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�a) Errada. Repare que tanto um choque de oferta quanto um choque de demanda 
afetam a inflação.
�b) Errada. Pode ocorrer, a título de exemplo, uma política de incentivo ao consu-
mo por parte do Governo, gerando inflação crescente, mas a taxa de desemprego 
permanecer abaixo do nível natural por certo tempo.
�c) Errada. Sempre terá que ser feita, no curto prazo, uma escolha entre desem-
prego e inflação, em se tratando de expectativas adaptativas.
�d) Certa! Sim, é verdade que, em se tratando de expectativas racionais, pode o 
governo conseguir conciliar redução de desemprego com redução de inflação.
e) Errada. A política fiscal só tem efeito na inflação no curto prazo.
REGIME DE METAS PARA INFLAÇÃO
O Brasil adotou o regime de metas para inflação desde 1999. Nos últimos anos, 
tivemos grande dificuldade do Governo em atingir a meta de 4,5% ao ano para 
inflação (centro da meta) ou até mesmo o seu limite máximo de 6,5% ao ano, já 
que, para 2015 e 2016, a inflação ficou próxima de 10%. Em 2017, conse-
guimos atingir a meta e, para 2018, tudo indica que também conseguire-
mos.
Mas você sabe o que é esse tal de regime de metas para a inflação?
Bem, vamos conceituá-lo para você:
O regime de metas para a inflação é um regime monetário no qual o 
Banco Central se compromete a atuar de forma a garantir que a inflação 
efetiva esteja em linha com uma meta pré-estabelecida, anunciada publi-
camente.
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Mas, amigo(a), tecnicamente você sabe quais elementos caracterizam um regi-
me de metas para a inflação?
Então vamos saber agora!
O regime de metas para a inflação caracteriza-se geralmente por quatro 
elementos básicos:
1) conhecimento público de metas numéricas de médio prazo para a inflação;
2) comprometimento institucional com a estabilidade de preços como objetivo 
primordial da política monetária;
3) estratégia de atuação pautada pela transparência para comunicar claramente 
ao público sobre os planos, os objetivos e as razões que justificam as deci-
sões de política monetária; e
4) mecanismos para tornar as autoridades monetárias responsáveis pelo cum-
primento das metas para a inflação.
Portanto, o regime de metas para a inflação envolve mais do que o anúncio pú-
blico de metas numéricas para a inflação. A transparência e a prestação de contas 
regulares à sociedade e aos seus representantes são elementos essenciais desse 
regime.
3. Política Fiscal
A política macroeconômica envolve a atuação do governo sobre a capacidade 
produtiva e despesas planejadas, com objetivo de permitir que a economia opere 
a pleno emprego, com baixas taxas de inflação e uma distribuição justa de renda.
A política econômica é entendida como o conjunto de ações – ou a inação 
– do Governo relativa(s) aos componentes monetário, fiscal, cambial e de 
rendas.
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O componente monetário refere-se às intervenções do Banco Central no mer-
cado monetário, aumentando ou diminuindo a quantidade de moeda em circulação, 
buscando manter as taxas de juros de curto prazo em um patamar que não com-
prometa o crescimento da economia.
O componente fiscal compreende aquelas decisões que o Governo toma 
sobre gastos e tributos, e que determinam as necessidades de financia-
mento do setor público.
Já a intervenção do Governo no mercado de câmbio por meio de medidas 
regulatórias busca criar as condições para a integração competitiva da economia 
aos mercados internacionais, de forma a incorporar ganhos tecnológicos que per-
mitam a manutenção de um parque industrial no estado da arte.
Por último, mas não menos importante, a determinação legal do salário mínimo, 
pelo impacto sobre a renda de diversas categorias profissionais e sobre os rendi-
mentos de aposentados e pensionistas.
Vamos agora nos aprofundar na política fiscal!
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Guarde que a política fiscal corresponde a todos os instrumentos de que o 
Governo dispõe para arrecadação de tributos e o controle de suas despe-
sas, ou seja, são variações no orçamento público com o objetivo de modifi-
car seus agregados, tais como a receita/despesa pública e o investimento.
Outro conceito para política fiscal é: denominação dada à política de tributa-
ção (receitas) e gastos (despesas) que um governo adota em determinado 
momento.
Para combater o déficit público, uma política fiscal pode optar pela re-
dução das despesas e/ou aumento de receitas pela majoração de impos-
tos, mas, além da questão do nível de tributação, a política tributária, por 
meio da manipulação da estrutura e alíquotas de impostos, é utilizada para 
estimular (ou inibir) os gastos de consumo do setor privado.
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A política fiscal praticada pelo Governo tem a capacidade de interferir na econo-
mia sob diferentes formas.
Se, por um lado, o objetivo da política econômica for reduzir a taxa de 
inflação, as medidas fiscais normalmente utilizadas são a diminuição de gastos 
públicos e/ou o aumento da carga tributária (o que inibe o consumo). Ou 
seja, visam diminuir os gastos da coletividade. É a chamada política fiscalredu-
cionista ou contracionista.
Assim, a política fiscal constitui, também, um instrumento útil para o 
combate ao processo inflacionário. Em situação de excesso de demanda 
frente a determinado quadro de oferta de bens e serviços, a procura excessiva 
pode ser contraída através de redução dos gastos públicos, bem como por 
meio da elevação dos tributos.
Nesse aspecto, a adoção de medidas de contração de gastos públicos afeta ne-
gativamente o consumo, enquanto o aumento da carga tributária também indireta-
mente reduz os níveis de consumo.
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Mas, por outro lado, se o objetivo for um maior crescimento e emprego, 
os instrumentos fiscais são os mesmos, mas em sentido inverso, para ele-
var a demanda agregada. É a chamada política fiscal expancionista.
Considerando ser o objetivo da política fiscal impulsionar a produção e 
o emprego, os gastos públicos provocam efeito multiplicador na economia.
Nesse sentido, ao ampliar seus gastos, o governo está aumentando a 
demanda, por consequência estimulando a estrutura produtiva a elevar 
sua oferta.
Dessa forma, quando, por exemplo, o governo contrata uma empresa emprei-
teira para a construção de uma estrada, conduz essa empresa a gastos com aqui-
sição de insumos e equipamentos, pagamento de salários e outras prestações de 
serviços etc.
Por sua vez, os fornecedores e os trabalhadores contratados efetuam outros 
gastos a partir das remunerações recebidas com outros agentes econômicos, e as-
sim por diante.
Questão 6 (INÉDITA/2018) Com relação à política fiscal, seus instrumentos e ob-
jetivos, julgue o item subsecutivo.
O SIMPLES Nacional, por oferecer regime de tributação favorecido para as empre-
sas nele enquadradas, caracteriza política fiscal expansionista com base na redução 
do gasto público.
Errado.
Na verdade, O SIMPLES Nacional, por oferecer regime de tributação favorecido 
para as empresas nele enquadradas, caracteriza política fiscal expansionista com 
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base na redução da tributação, e não com base na redução do gasto público, como 
disse o examinador. Na verdade, existe uma redução do gasto apenas por parte das 
empresas optantes do SIMPLES Nacional não tendo impacto nos gastos do governo.
Fazendo um link entre resultado fiscal, inflação e taxa de juros, em nossa eco-
nomia contemporânea, a presença de constantes déficits públicos (resultado fiscal 
negativo), normalmente gerados por descontrole nos gastos públicos, gera a que-
da da confiança dos investidores e, em consequência, a retirada do selo de bom 
pagador pelas agências internacionais de rating, gerando, assim, aumento de taxa 
de juros.
Assim, para reverter esse ciclo vicioso, a primeira medida a ser tomada é a ge-
ração de superávit, usando os instrumentos de política fiscal restritiva devidos, que 
também contribuem para conter a inflação.
Guarde então que a aplicação de uma política fiscal restritiva contribui para 
a redução da inflação, possibilitando maior flexibilidade ao Banco Central 
para conduzir a política monetária, fazendo com que a meta de inflação seja 
alcançada e que a taxa de juros possa ser reduzida.
A combinação de responsabilidade fiscal com meta de inflação é o caminho para 
que, simultaneamente, déficit público, inflação e taxa de juros diminuam.
Vale chamar a sua atenção agora para um assunto cobrado em provas: a cha-
mada função estabilizadora do sistema tributário composta pela influência 
da política fiscal e seus respectivos estabilizadores automáticos!
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Calma, não se assuste! Vamos sem medo...
Saiba que um estabilizador automático é qualquer ação do sistema econômi-
co que tende a reduzir mecanicamente as forças de recessão e/ou da expansão da 
demanda, sem que sejam necessárias medidas discricionárias de política econômica.
Calma que vou explicar de outro modo...
Os dois principais tipos de política fiscal usados pelo governo são as políticas 
discricionárias fiscais (aquelas que são deliberadas e aprovadas em uma base 
caso a caso, dependendo da situação econômica), e os estabilizadores automá-
ticos, que são projetados para entrar em vigor automaticamente ao certo situa-
ções, como um sobreaquecimento da economia ou um período de fraco desempe-
nho econômico.
O importante é entender o benefício dos estabilizadores automáticos, e 
esse benefício é o fato de que eles não precisam ser objeto de debate e de 
procedimentos burocráticos antes de tomar efeito para que eles possam 
lidar com situações econômicas mais rapidamente.
De início, saiba que os principais estabilizadores automáticos das economias são:
1) as variações automáticas nas receitas fiscais, associadas à própria composi-
ção dessas receitas;
2) os subsídios de desemprego e outras transferências sociais do Estado.
Vamos então analisar esses dois tópicos e destrinchá-los! Vamos por partes!
Em primeiro lugar, a atuação das variações das receitas fiscais como es-
tabilizador automático está associada ao peso e à influência dos impostos 
progressivos sobre os agentes econômicos (impostos que aumentam mais 
do que proporcionalmente face a aumentos do rendimento dos contribuin-
tes).
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Um bom exemplo de imposto progressivo é o Imposto de Renda: quanto mais 
você ganha, maior a alíquota!
Voltando então: no caso de uma economia entrar em recessão, a diminuição do 
rendimento dos contribuintes a ela associada implica, logicamente, em uma dimi-
nuição automática das receitas fiscais, sem que tenha de haver qualquer interven-
ção do Estado.
A ideia aqui é que, se a renda em geral cai, a arrecadação com tributos cai!
Tranquilo?
Tratando-se de impostos progressivos, como o Imposto de Renda, a diminuição 
mais do que proporcional de receitas fiscais, associada à diminuição do rendimento 
e respectivo efeito no rendimento disponível, contribui desde logo para a suaviza-
ção do impacto da recessão em causa.
Ficou claro?
Confesso que não entendi isso na primeira vez que estudei esse assunto... en-
tão vou explicar de novo para aqueles ainda sem segurança no tema.
Veja: no caso dos impostos progressivos, o efeito da arrecadação é maior que a 
simples queda geral da economia.

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