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Aula 00 AFRFB 2009 ECONOMIA E FINANÇAS PÚBLICAS EM EXERCÍCIOS

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CURSO ON-LINE – ECONOMIA E FINANÇAS PÚBLICAS EM EXERCÍCIOS 
P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR: MARLOS FERREIRA 
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AULA DEMONSTRATIVA- AULA 00 
CURSO ECONOMIA E FINANÇAS PÚBLICAS PARA A RECEITA 
FEDERAL DO BRASIL EM QUESTÕES COMENTADAS 
 
Olá, pessoal! 
Enfim, a tão esperada autorização do concurso da Receita Federal do 
Brasil para os cargos de Auditor Fiscal da Receita e Analista 
Tributário. É hora, portanto, de intensificar os estudos que o esforço 
está cada vez mais próximo de ser devidamente recompensado. 
Para quem ainda não me conhece, meu nome é Marlos Vargas 
Ferreira, sou Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, do concurso 
de 2003 e trabalho atualmente em Belo Horizonte-MG. Sou autor dos 
livros Economia para Concursos – 2a edição, Economia – Questões, 
Economia –questões CESPE/UNB, Finanças Públicas para Concursos e 
Finanças Públicas – Questões, todos lançados pela Editora Campus 
nos anos de 2006 a 2008. Ministro também aulas de Economia e 
Finanças Públicas em alguns cursinhos preparatórios de Belo 
Horizonte-MG, para os mais diversos concursos: Receita Federal do 
Brasil, Banco Central, Secretaria do Tesouro Nacional, Polícia Federal, 
dentre outros. 
Lançaremos então um curso de questões comentadas de Economia e 
Finanças Públicas com a seguinte exposição: 
AULA 01: Introdução às Contas Nacionais. Sistema de Contas 
Nacionais do Brasil. Regimes Cambiais e Balanço de Pagamentos. 
AULA 02: Macroeconomia Keynesiana. Política Fiscal. Política 
Monetária, Inflação e Curva de Phillips. 
AULA 03: Modelos IS-LM e Mundell-Fleming. Economia Intertemporal. 
Economia Brasileira. 
AULA 04: Finanças Públicas: Os princípios teóricos de tributação. 
Bens Públicos, externalidades, Funções do Setor Público. Governo. 
Impostos, Taxas, Contribuições fiscais e parafiscais. Definições. Tipos 
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de Impostos: Progressivos, Regressivos, Proporcionais. Indiretos e 
diretos. Impacros sobre o consumidor e a indústria de cada tipo de 
imposto. Carga Fiscal: Progressiva, Regressiva e Neutra. Carga Fiscal 
òtima. Efeitos da Inflação e do crescimento econômico nos tributos. 
Efeitos da ausência ou do excesso de cobrança do imposto. Receita e 
Despesa Públicas. Classificação da Receita Orçamentária. Ajuste 
Fiscal. Déficit Público: Resultado Nominal, Operacional e Primário. 
Necesidades de Financiamento do Setor Público. Lei de 
Responsabilidade Fiscal. Sistema Tributário Nacional. Finanças 
Públicas Brasileiras. 
Todas as aulas contêm questões dos anos de 2007, 2008 e 2009 dos 
concursos mais recentes de todas as bancas examinadoras, 
levemente modificadas, quando oportuno e conveniente, para dar 
mais proximidade à forma cobrada pela ESAF. Dessa forma, as 
questões aqui comentadas são diferentes daquelas relacionadas nos 
nossos livros Economia- Questões e Finanças Públicas - Questões, 
lançados pela Editora Campus em 2007. 
Esse curso se destina, principalmente, àqueles que já dedicaram 
esforços no campo da teoria econômica, seja nos livros, apostilas ou 
cursinhos preparatórios. O curso procurou esboçar as questões que 
vêm sendo mais cobradas pela ESAF nos últimos três anos, levando-
se em conta também a nítida preferência pelo tema de Contas 
Nacionais, Macroeconomia Keynesiana e, como tem aparecido em 
todas as últimas provas dessa banca, Economia Brasileira 
Contemporânea. 
Serão mais de cento e cinquenta questões literalmente comentadas! 
Então, mãos à obra com a aula demonstrativa: 
Vejamos uma questão do concurso mais recente elaborado pela ESAF 
que versa sobre política monetária, tema que tem voltado a aparecer 
com freqüência nas provas dessa banca examinadora! 
01- (ESAF-APO-SP-2009) No que diz respeito à Política Monetária, 
identifique a opção incorreta. 
a) De acordo com a teoria da preferência pela liquidez, a taxa de juros se 
ajusta para equilibrar a oferta e a demanda por moeda. 
b) A curva de demanda agregada mostra a quantidade de bens e 
serviços demandada a cada nível de preços. 
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c) Se a taxa de juros estiver acima da taxa de equilíbrio, haverá excesso de 
oferta da moeda, forçando a queda na taxa de juros. 
d) A taxa de juros real corresponde à taxa de juros nominal recebida, 
descontada a perda de valor da moeda, isto é, a inflação no período de 
aplicação. 
e) Estabilizadores automáticos são alterações da política monetária 
que estimulam a demanda agregada quando a economia entra em 
recessão sem que os formuladores de políticas públicas tenham que 
tomar qualquer ação deliberada. 
Gabarito: E 
A assertiva A está correta porque a inclinação ascendente da curva 
LM pode ser compreendida da seguinte forma: uma taxa mais alta de 
juros reduz a demanda por moeda ao passo que o incremento da 
demanda agregada aumenta a demanda por moeda. Por conseguinte, 
para um certo nível de oferta de moeda (M/P), a demanda por moeda 
só pode ser igual à oferta se qualquer aumento da taxa de juros (que 
tende a reduzir a demanda por moeda) for compensado por um 
aumento da demanda agregada (que tende a aumentar a demanda 
por moeda). 
Da mesma forma que na curva IS, na curva LM, pontos ao longo da 
curva representam situações de equilíbrio no mercado monetário. Se 
o mercado monetário estiver em equilíbrio, isto é, se a demanda (L) 
for igual à oferta ( M/P), o mercado de títulos também deve estar em 
equilíbrio. 
A assertiva B está correta porque o modelo de demanda agregada 
chamado modelo IS-LM é uma interpretação relevante da teoria 
Keynesiana. Reside em uma forma útil de avaliar os efeitos das 
políticas macroeconômicas sobre a demanda agregada. 
O modelo IS-LM assume diversas combinações entre renda (Y) e taxa 
de juros (i) que equilibram o mercados de bens e serviços da 
economia assim como outra infinidade de pontos renda e taxa de 
juros capazes de equilibrar o mercado de moedas. Mostra também a 
quantidade de bens e serviços demandados a cada nível de preços (Y 
= C + I + G). 
A assertiva C está correta porque pontos à direita ou abaixo da 
curva LM sinalizam EDM (excesso de demanda por moeda), 
caracterizando excesso de oferta de títulos, isto é, os bancos 
comerciais através de sua estratégia comercial não estão tendo 
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sucesso na captação de recursos sendo levados a incrementar a 
rentabilidade dos títulos para que os agentes se sintam tentados a se 
desfazer do ativo líquido, a moeda, em benefício dos títulos. 
Já pontos à esquerda ou acima da citada curva sinalizam contextos 
de EOM (excesso de oferta de moeda), o que caracteriza excesso de 
demanda de títulos, pois todos os agentes da economia estão 
aplicados em títulos públicos sendo que a única estratégia para 
reconduzir ao equilíbrio é a queda na taxa de juros. 
 
 
 
 
 
A assertiva D está correta porque a taxa de juros real é aquela 
taxa de juros nominal descontado o efeito da inflação ou correção 
monetária do período. 
A assertiva E está incorreta porque o IR assim como o seguro-
desemprego são dois estabilizadores automáticos e representam um 
tipo de política fiscal que não registra nenhuma defasagem interna, 
que é o intervalo que transcorre entre o choque econômico e a ação 
política em resposta a esse choque. O sistema do IR reduz 
automaticamente os impostos quando a economia se encontra em 
recessão, sem mudança da legislação tributária, porque pessoas 
físicas e jurídicas pagam menos impostos quando suas rendas 
diminuem. Da mesma forma, o seguro-desemprego eleva 
automaticamente as transferências quando a economia atravessa 
uma recessão, uma vez que o desemprego aumenta. 
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Agora, observem uma questão tipicamente keynesiana do último 
concurso da Receita Federal, pois o tipo de cobrança nesse tópico 
mudou o perfil: até 2005, eram questões tipicamente de aplicação da 
fórmula com números e exigiam do candidato muito tempo e cálculo. 
A partir de 2005, o perfil se alterou para questões literais. 
 
 
 
 
02- (ESAF/AFRF-2005) Suponha: 
c = papel moeda em poder do público/M1 
d = 1 – c 
R = encaixes totais dos bancos comerciais/depósitos à vista 
M1= meios de pagamentos 
B = base monetária 
M1 = m.B 
c = d 
Considere que no período 1 o valor para R foi de 0,5 enquanto que no 
período 2 esse valor passou para 0,6. Considerando que não houve 
variações nos outros coeficientes de comportamento, pode-se afirmar que o 
valor de m apresentou, entre os períodos 1 e 2: 
a) uma queda de 4,100% 
b) um aumento de 6,250% 
c) uma queda de 6,250% 
d) um aumento de 4,100% 
e) uma queda de 8,325% 
Gabarito:”C” 
Da fórmula já conhecida, temos: 
m = = 1_______ : 
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 1 – (1-c) (1 – r) 
 
Percebe-se que c =d e sendo d = 1-c, logo: 
 
c = 1- c => 2c = 1 => c=1/2 => c = 0,5 
É suficiente agora retornarmos à fórmula do multiplicador: 
m = = 1_______ = 1,33333.... 
 1 – (1-0,5) (1 –0,5) 
 
Assumindo que r = 0,6, temos: 
 
m = = 1_______ = 1,25. 
 1 – (1-0,5) (1 –0,6) 
 
A variação percentual de m é igual a: 
(1,25/1,333333) – 1 = - 0, 0625 => queda de 6,25%. 
 
Como não poderia ser diferente, vamos a uma questão de Contas 
Nacionais, que é a vedete dos concursos realizados pela ESAF nas 
provas de carreira não fiscal e, principalmente, nas provas de carreira 
fiscal, notadamente, a Receita Federal do Brasil. 
03- (ESAF/ESPECIALISTA/MPOG-2008) Considere os seguintes 
dados, extraídos de um sistema de contas nacionais de uma 
economia hipotética: 
Exportações de bens e serviços não fatores: 100; 
Importações de bens e serviços não fatores: 200; 
Renda líquida enviada ao exterior: 50; 
Variação de estoques: 50; 
Formação bruta de capital fixo: 260; 
Depreciação: 10; 
Saldo do governo em conta corrente: 50. 
Com base nestas informações, é correto afirmar que a poupança 
externa e a poupança líquida do setor privado são, respectivamente: 
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a) 50 e 50. 
b) 100 e 150. 
c) 50 e 100. 
d) 100 e 50. 
e) 150 e 100. 
Gabarito: “E” 
Comentários: 
Atenção para essa questão bem recente. Fácil, mas é necessário 
entender a sistemática desde o início, pois se utiliza de uma 
identidade e uma conta do sistema de contas nacionais. A ESAF tem 
se especializado nessa questão e podemos perceber questões 
idênticas elaboradas por essa banca para a prova da ENAP/2006, 
STN/2005, comentadas literalmente no nosso livro Economia em 
questões, da editora Campus, no capítulo sobre Contas Nacionais. 
Através da identidade macroeconômica investimento(I) igual à 
poupança (S), temos que a formação bruta de capital fixo mais a 
variação de estoques corresponde ao somatório das poupanças do 
setor privado, do setor governo e do resto do mundo. Daí, vem que 
FBCF + Ve - D = Spl + Sg + Se. 
260 + 50 – 10 = Spl + 50 + Se, que será descoberta a partir da 
conta das transações correntes com o resto do mundo. Senão, 
vejamos: 
Conta das transações correntes com o resto do mundo 
Débito (aplicações dos recursos) Crédito (origens dos recursos) 
+ Exportação bens/serviços 
+ Rendas recebidas do exterior 
+ Importação bens/serviços 
+ Rendas enviadas ao exterior 
+ Saldo das transações correntes 
com o resto do mundo 
Total de recebimentos Utilização dos recebimentos 
 
Ora, a poupança externa ou passivo externo líquido ou saldo 
deficitário do BP em transações correntes se resume ao montante de 
importações (200) menos o volume das exportações (100) mais a 
renda líquida enviada ao exterior (50). Surge, então, uma poupança 
externa de 150. 
Se = M – X + RLEE 
Agora, basta que retornemos à equação anterior. 
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260 + 50 – 10 = Spl + 50 + Se 
300 = Sp + 50 + 150 
Spl = 100 
A assertiva “E” está correta. 
 
E, finalmente, sobre assunto de Finanças Públicas, temos aqui uma 
questão de Finanças Públicas recente e Economia Brasileira, provável 
tema dos tópicos de Economia da prova da ESAF. 
 
04- Sobre o primeiro governo Lula, podemos afirmar, exceto: 
a) O governo Lula se pautou, assim como o seu antecessor Fernando 
Henrique Cardoso (FHC), em uma política de obtenção de superávits 
primários como condição sine qua non para a estabilidade econômica 
e crescimento sustentado. 
b) O perfil de ajuste fiscal se deu em cima de um caráter 
concentrador de renda. 
c) Sobre a qualidade da composição do gasto público, a crítica que se 
faz ocorre em virtude da redução das taxas de investimento. 
d) A política executada pelo primeira gestão Lula é tipicamente 
expansionista. 
Gabarito: D 
A assertiva A está correta porque a estabilização da relação dívida 
pública/PIB é tida como necessária para acalmar o “mercado”, 
atender aos preceitos do FMI, repercutindo nas quedas do risco Brasil 
e da taxa de juros. O superávit primário, meta maior do governo 
Lula, implica em aumento de carga tributária ou pelo menos 
manutenção da elevada carga de tributos além de queda dos gastos 
primários, que são as despesas de custeio e investimento, tão 
necessários em um país com demandas sociais tão exacerbadas em 
termos de produtos e serviços oferecidos pelo Estado (educação, 
saúde, saneamento....). Essa política fiscal contracionista (aumento 
de impostos e queda de gastos públicos) se traduzirá em um ônus 
político e social gigantesco para o futuro próximo. 
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A assertiva B está correta porque a política fiscal tem arcado com 
o ônus maior dos desequilíbrios oriundos da política de estabilidade 
inflacionária, decorrente do manejo de câmbio e juros. São múltiplas 
as dimensões das restrições impostas à política fiscal, dentre elas a 
perda do papel anticíclico e indutor do crescimento e ainda a 
diminuição do seu caráter redistributivo. Um primeiro aspecto a 
destacar nesse perfil de ajuste fiscal é o seu caráter concentrador de 
renda. O aumento das despesas, das quais o maior foi o relativo aos 
juros, ampliou o caráter regressivo do gasto público. O fato do 
aumento desse tipo de gastos ter sido financiado por ampliação de 
carga tributária num regime reconhecidamente regressivo constitui 
um fator adicional de concentração da renda. 
A assertiva C está correta porque, dada a maior dificuldade para 
conter as despesas correntes, grande parte delas sujeitas a 
vinculações e obrigatoriedades de origem constitucional, os cortes 
terminaram por se concentrar nos investimentos. Estes últimos 
atingiram seus menores patamares já observados na história 
contemporânea do país, criando um sério constrangimento à 
retomada do crescimento. 
A assertiva D está incorreta porque um aspecto decisivo da 
política fiscal na sua relação com o crescimento refere-se ao seu 
caráter contracionista. De um lado, retira-se poder de compra – via 
carga tributária – de segmentos sociais com alta propensão a 
consumir, de outro, transfere-se esses recursos, sob a forma de 
pagamento de juros, aos detentores da dívida pública, pertencentes a 
segmentos sociais de menor inclinação ao gasto em consumo que 
certamentetransformação essa renda recebida em ativos financeiros. 
Até breve e bons estudos! 
Fiquem com Deus! 
Marlos

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