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POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL - Moralidade

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POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL 
Bruna Silva Nascimento, Emily Christina da Silva Freitas, Vinícius Andrade Felix
Por que os requisitos relacionados com a lógica racional-estratégica podem ser insuficientes para a eficácia de uma política pública?
Considerando os elementos imprescindíveis à formulação tática de programas de políticas públicas baseadas na lógica racional-estratégica é explícito que eles devem ser pautados pela racionalidade, não podendo haver brecha para que a moralidade tenha impactos significativos tanto na elaboração quanto na execução dos projetos. O exemplo dado por Paixão representa exatamente como a moralidade pode gerar custos tanto financeiros quanto humanos para a execução de um projeto que no fim não trará resultados significativos.
 Apesar da aparência de sucessibilidade, o projeto da “Guerra às Drogas" apresentado pelo governo de Ronald Reagan, se mostra falho ao levar em maior consideração os anseios morais da população geral, ignorando os caminhos realmente adequados para um programa que de fato seja eficiente na questão do tóxico. 
 Mesmo contando com todos os requisitos, o programa não obteve sucesso em relação aos objetivos pré estabelecidos. Podemos dizer que a falha do programa esteve justamente em focar nas questões estruturais do tráfico partindo de um princípio moral que atravessa a barreira do público/privado e cria uma problemática que se baseia em decisões pessoais. A reação do governo foi atacar pontos que julgavam cruciais na manutenção e prosperidade do mercado dos tóxicos, que foi a produção, a distribuição e principalmente o consumo desses elementos e com isso eles fizeram com que este mesmo mercado se reformulasse e passasse por uma limpa, onde só os grandes permaneceram e aumentaram seus lucros.
 Se analisarmos a contraproposta apresentada pelo autor, neste caso a da descriminalização das drogas, seria um programa muito mais efetivo, que traria benefícios à sociedade como um todo, tanto com a questão da tributação quanto pela economia de dinheiro público com políticas ineficientes e com maior foco das forças policiais e jurídicas em demandas realmente necessárias.
O que de fato existiu desde a declaração da guerra às drogas foi o contrário do que se esperava, visto que as drogas nunca estiveram tão acessíveis e baratas como antes. Tudo isso justamente devido a uma falta de uma lógica racional-estratégica, e uma intervenção da moralidade no meio da criação e modulação das políticas públicas voltadas a essa pauta. Assim como nos EUA a falha dessas políticas públicas invadidas de moralidade, tem causado consequências graves tanto no social quanto no econômico do Brasil, sendo que os governos gastam para haver operações que na maioria das vezes só trazem mortes e o problema nunca é resolvido de fato. A guerra às drogas criada com base no modelo proibicionista que visa perseguir a abstinência como meta única, ignora a realidade de que existem pessoas que usam drogas e que não querem ou não conseguem interromper o uso.
 Contudo, essa intensa aplicação do modelo proibicionista, faz com que o Estado se aparte do usuário, dificultando assim a oferta de tratamento e serviços sociais. Com a proibição, o Estado entrega nas mãos dos agentes econômicos (Traficantes), que atuando na clandestinidade não se obriga a qualquer tipo de controle, norma, visto que são eles que decidem quais as drogas vão comercializar, qual preço será vendido, qual o grau tóxico, e para quem e onde serão vendidas. A verdade é que a ilegalidade proporciona a compra e a venda dessas substâncias.

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