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Aulas Gravadas Aula 1: 16/08 Distribuição dos Íons nos líquidos corporais: Meio Extracelular: maior concentração de sódio (Na+); cálcio (Ca+); Cloro (Cl-); bicarbonato Meio Intracelular: potássio (K+) e Fosfato (P) Membranas Celulares: Componente lipídico: fosfolipídios, colesterol e glicolipídios que possui uma alta permeabilidade a substâncias lipossolúveis (conseguem atravessar a bicamada) como o CO2, O2, ácidos graxos, hormônios esteroides e baixa permeabilidade a componentes hidrossolúveis como íons, glicose e aminoácidos (precisam de um transportador como o canal iônico) Componente proteico: proteínas integrais –enzimas, transportadores, canais iônicos- e proteínas periféricas – receptores, antígenos de superfície- Transportes de Membrana Transporte Passivo: a favor do gradiente de concentração; busca o equilíbrio; a energia vem do gradiente da própria molécula; depende de energia Difusão Simples: Difunde a favor do seu gradiente eletroquímico (caminha do meio mais concentrado para o menos concentrado); Os não eletrólitos conseguem atravessar a membrana por serem lipossolúveis, como o CO2, O2, ácidos graxos e hormônios esteroides; Os eletrólitos (íons –Na+; K+; Cl-) atravessam a membrana através de canais iônicos que são ativados por voltagem (alteração de carga abre o canal), ligantes (sítio de ligação –hormônios, neurotransmissores) e estriamento. Difusão Facilitada: Depende de uma proteína carreadora Ex: a D-glicose possui um transportador GLUTs; a glicose se liga ao seu carreador o qual sofre uma alteração conformacional e a glicose é liberada no meio intracelular A favor do seu gradiente (do mais para o menos) Transporte Ativo: contra o gradiente de concentração; gera desequilíbrio; precisa de uma fonte de energia Transporte Ativo Primário: Depende de um carreador (proteína de membrana) que nesse caso sempre será uma ATPase (bombas/enzima) de cálcio, de sódio e potássio Um ou mais solutos sendo transportados contra o seu gradiente eletroquímico (do meio menos concentrado para o mais) Requer energia, a qual é proveniente da enzima que gera o ATP ATPase: a hidrólise do ATP, liberando um fosfato que irá se ligar a um sítio de ligação (fosforilação). Após esse processo, ocorre uma mudança da afinidade do sítio de ligação onde o soluto se liga ao sítio. O fosfato é removido e ocorre uma diminuição do sítio ao soluto, liberando o fosfato no meio intracelular e a ATPase está pronta para uma nova fosforilação. Bomba de Sódio e Potássio: alta concentração de sódio no meio extra e de potássio no meio intra. Contra o gradiente eletroquímico. Bomba de Cálcio: do meio menos concentrado (intra) para o mais concentrado (extra). O retículo endoplasmático armazena cálcio Transporte Ativo Secundário: Depende de um carreador (proteína transportadora) Transporte de dois ou mais solutos ocorre acoplado Um desses solutos move a favor do seu gradiente e o outro contra o seu gradiente eletroquímico Requer energia que é proveniente do transporte ativo primário Co-transporte/Simporte: 2 solutos que são transportados na mesma direção, um a favor e outro contra. Ex: co-transporte de Na+ - glicose no intestino delgado, a energia que a glicose usa para sair da célula é proveniente do transporte ativo primário da energia do Na+, onde sua energia é utilizada pela glicose para que ela saia da célula por difusão facilitada, através da molécula carreadora GLUT Contratransporte/Antiporte: solutos são transportados em direções opostas, um a favor e outro contra. Ex: Contratransporte de Ca+2 – Na+ na célula muscular Transporte de Água: através das aquaporinas que são canais para a água Osmose: fluxo de água através de uma membrana semipermeável devido a diferença as concentração do soluto Pressão Osmótica: diferença da concentração de soluto gera diferença de pressão osmótica através da membrana, essa diferença é a força impulsora para o fluxo osmótico de água. Potenciais: Potencial de Difusão: Diferença de potencial gerada através da membrana, Quando um soluto com carga (um íon) se difunde a favor do seu gradiente de concentração Potencial de Equilíbrio: É o potencial de difusão que equilibra ou se opõe precisamente à tendência para a difusão a favor do seu gradiente de concentração; Potencial de membrana que impede difusão adicional daquele íon em qualquer direção através da membrana; As forças químicas e elétricas atuantes sobre um íon são iguais e opostas, e nenhuma difusão efetiva adicional pode ocorrer Gradiente Químico: causado pela existência de diferentes concentrações de íons do lado interior e exterior da membrana Gradiente Elétrico: componente elétrico que é causado pela diferença de carga elétrica existente na membrana lipídica Potencial de Repouso: Diferença de potencial que existe através da membrana das células excitáveis (nervosas e musculares) em repouso; gerado por potenciais de difusão, resultantes das diferenças de concentração dos diversos íons através da membrana celular. No período em que a célula está em repouso, há uma maior permeabilidade ao potássio através de canais de vazamento, que vão para o meio extracelular e por possuir cargas positivas o meio intracelular fica mais negativo. O cloreto não possui um movimento significativo, mas mesmo assim há entrada no meio intracelular através de canais para o cloreto. No período em que a célula está em repouso, ela se torna menos permeável ao Na+ e ao Ca+ Canais de vazamento de K+ encontram-se abertos e os dependentes de voltagem (K+ e Na+) fechados Potencial de Ação: Fenômeno das células excitáveis (nervosas e musculares) e consiste na rápida despolarização, seguida por repolarização e hiperpolarização do potencial de membrana Ocorre uma rápida variação do potencial de membrana, seguida por retorno do repouso da membrana Conduz todas as informações sensoriais e motoras ao SNC Despolarização: o potencial de membrana fica menos negativo devido aos canais de Na+ dependentes de voltagem estarem abertos, então o sódio está entrando na membrana, o potencial de membrana vai de -60mV para +30mV por estar ganhando cargas positivas Repolarização: o potencial de membrana fica mais negativo devido aos de Na+ estarem fechados, enquanto os canais de K+ estão abertos, então ocorre a saída de cargas positivas K+, deixando o meio intracelular mais negativo, com a diferença de potencial de +20mV para -70mV. Hiperpolarização: o potencial de membrana fica mais negativo, os canais de Na+ estão fechados e os canais de K+ estão abertos, fazendo com que mais cargas positivas saem da membrana. Após esse processo a membrana da célula se fecha para retornar ao potencial de repouso. Limiar: valor do potencial de membrana a partir do qual é inevitável a geração do potencial de ação Aula 2: 17/08 Neurofisiologia O sistema nervoso é dividido em SNC (encéfalo, medula espinhal) SNP (autônomo, simpático, parassimpático, motor, sensorial). Neurobiologia Celular: possui duas classes de células: Células da Glia: possuem componentes no SNC Astrócitos: regula o microambiente dos neurônios no SNC: os pedículos fazem contato com os capilares e com a meninge pia-máter limitando a difusão livre (entrada) das substâncias para o SNC e tamponam o ambiente extracelular dos neurônios (incorporam íons K+ e neurotransmissores e os metaboliza); fornecem suporte mecânico ao SNC devido aos filamentos gliais do citoplasma. Oligodendrócito: isola eletricamente (envolve) os axônios dos neurônios formando as bainha de mielina (aumenta a velocidade de condução do potencial de ação); suporte mecânico para o tecido do SNC Micróglias: fagócitos (quando o SNC sofre lesão, ajudam a remover os produtos celulares da lesão) Células Ependimárias: formam o epitélio que separa o SNC do líquido cerebrospinal; Ependimócitos: localizados no ventrículo e no canal central da medula; possuem formato cuboide com microvilosidades e cílios que ajudam no fluxo de líquido cerebrospinal. Tanicitos: localizados no 3º ventrículo, estendem-se até os vasos sanguíneos próximos ao hipotálamo; transportam hormônios do líquido cerebrospinal até os capilares do sistema vascular hipotálamo-hipofisário Células do epitélio coroide (ventrículos): plexo coroide; produção e secreção de líquido cerebrospinal Células da Glia: componentes do SNP Células de Schawnn: isola eletricamente os axônios dos neurônios (bainha de mielina) aumentando a condução do potencial de ação, a condução é saltatória. Células Satélites: encapsulam os corpos celulares dos neurônios nos gânglios regulando o microambiente semelhante aos Astrócitos. Células Neuronais ou Neurônios Neurônios são unidades sinalizados para todas as respostas comportamentais Tem como função receber, processar e enviar as informações Divisão do neurônio: dendritos (recebe a informação), corpo celular ou soma, axônio (condução do potencial de ação que é gerado no cone axônico) e terminação pré-sináptica (liberação de neurotransmissores) Neurônios unipolares: bem simples, possui corpo celular e o axônio, geralmente encontrado em animais invertebrados Neurônio bipolar: possui dois prolongamentos que são os dendritos, axônio, corpo celular e terminação pré-sináptica, encontrado no sistema visual Neurônio pseudounipolar: na fase embrionária era bipolar e a partir da junção dos prolongamentos tornou-se um; encontrado no SNP Multipolar: possui vários prolongamentos; SNC Função dos Neurônios: Sensoriais (aferentes): conduzem as informações para o sistema nervoso central através do potencial de ação. A informação da dor é conduzida através de um neurônio sensorial, que entra em uma via e chega até o córtex. Motores (eferentes): conduzem as informações do SNC para os músculos e glândulas Interneurônio: localizado entre um neurônio e outro; pode ser de relé ou projeção (comprimento longo do axônio) ou local (comprimento curto do axônio). Sinapses Local onde a informação é transmitida de uma célula para outra Informação: mecanismo elétrico (sinapses elétricas) e mecanismo químico (sinapse química) Tipos de Sinapses: Sinapse Elétrica: a corrente flua de uma célula excitável para a seguinte através de junções abertas (formados por proteínas onde há passagem de íon); encontrada no músculo cardíaco e alguns tipos de músculo liso; são ativadas de uma só vez (contração de forma coordenada) quando há sinapse elétrica. É um tipo de sinapse rápida, pois a passagem dos íons pelas junções, gera diferença de potencial que conduz a sinapse elétrica. Sinapse Química: célula pré-sináptica (neurônio) e célula pós-sináptica (neurônio, células do músculo liso, cardíaco). Na terminação da célula pré-sináptica existem vesículas que armazenam os neurotransmissores (substâncias químicas), os quais são liberados na fenda pré-sináptica (espaço entre a membrana dos neurônios pré e pós sinápticas) através de exocitose (liberação de substâncias para o meio extracelular). Após esse processo, o neurotransmissor se liga a um receptor de membrana (uma proteína) para que ocorra o mecanismo de ação. Para que ocorra a liberação dos neurotransmissores o potencial de ação precisa ser gerado no cone axônico e conduzido até a terminação pré-sináptica, durante a passagem pela terminação, canais de Ca2+ dependentes de voltagem vão se abrir e vão para o meio intracelular. O cálcio vai contribuir com a condução das vesículas até a membrana, que é o processo de exocitose (liberação de neurotransmissores para a fenda sináptica). Transmissão Sináptica: Axodendríticas: terminação pré-sináptica de um neurônio fazendo sinapse com um dendrito Axossomática: terminação pré-sináptica de um neurônio fazendo sinapse com um corpo celular Axoaxônica: terminação pré-sináptica de um neurônio fazendo sinapse com a terminação pré-sináptica de um outro neurônio Dendrodentríticas: sinapses entre dendritos (comum em sinapse elétrica) Placa motora ou junção neuromuscular: sinapse entre um neurônio motor e uma fibra de um músculo esquelético, nesse caso o neurotransmissor sempre será a acetilcolina e sempre vai ser excitatório. A acetilcolina liberada se liga a um receptor (colinérgico nicotínico) e a partir da entrada e da saída ocorre aa despolarização resultando na contração muscular. A partir do potencial de ação canais de Ca2+ dependentes de voltagem se abrem, o Ca2+ conduz as vesículas, que contém acetilcolina, até a membrana, onde a acetilcolina é liberada na fenda sináptica e se liga ao seu receptor. Somação Temporal: quando a mesma fibra pré-sináptica dispara potenciais de ação em rápida sucessão, os potenciais se somam. Ocorre quando dois potenciais graduados de um neurônio pré-sináptico ocorrem próximos no tempo. Os neurotransmissores são excitatórios. Somação Espacial: quando dois ou mais sinais de entrada pré-sinápticos são simultâneos, seus potenciais individuais se somam, onde a despolarização fica maior. Sinapses Excitatórias: Potenciais pós-sinápticos excitatórios (PPSE) Entradas sinápticas que despolarizam (mais +) a célula pós-sináptica Trazem seu potencial de membrana para o valor mais próximo de seu limiar, com maior probabilidade de gerar um potencial de ação Neurotransmissores excitatórios: acetilcolina, noradrenalina, adrenalina, glutamato, serotonina Sinapses Inibitórias: Potenciais pós-sinápticos inibitórios (PPSI) Entradas sinápticas hiperpolarizam (mais -) a célula pós-sináptica Afastam o potencial de membrana de seu limiar e menor probabilidade de gerar um potencial de ação Neurotransmissores inibitórios: GABA, glicina, acetilcolina, noradrenalina, adrenalina, serotonina Aula 3: 23/08 Sistema Nervoso Sistema Nervoso Periférico: Somático (Voluntário, pois está sob o consciente do indivíduo) Neurônios sensoriais (aferentes): pele, músculo e articulações, todos levam as informações até o SNC Neurônios motores somáticos: (eferentes): saem do SNC e inervam músculos esqueléticos Sistema Nervoso Autônomo ou Visceral (involuntário) Neurônios sensoriais (aferentes): órgãos viscerais Neurônios motores do sistema nervoso autônomo (eferentes): simpático (noradrenalina), parassimpático (acetilcolina), entérico Sistema Nervoso Central Medula Espinhal: possui inervações (nervos (coleção de axônios) espinhais); apresenta 3 meninges importantes para a proteção, a 1ª é a pia-máter (células da Glia), 2ª aracnoide, 3ª dura-máter. Entre as meninges existe um espaço que compreende o liquido cefalorraquidiano. A coluna vertebral é importante na sustentação da estrutura corporal e na condução dos nervos espinhais. Neurônios sensoriais (aferentes) levam informação para a medula espinhal (SNC). Neurônios motores (eferentes) levam a informação do SNC para outras áreas. Neurônio motor somático: sempre vai liberar acetilcolina e a resposta será a contração do músculo esquelético. Neurônio motor autonômico: neurônio pré-ganglionar faz sinapse com neurônio pós-ganglionar, o qual libera neurotransmissores (acetilcolina ou noradrenalina) que vão realizar contração do músculo liso ou cardíaco, estimulação ou inibição da secreção glandular. Vias Neurais (sinapses entre neurônios): Ascendentes (sensoriais): informações chegam até o córtex Descendentes (motoras): informações saem do córtex-motor Tronco Encefálico (encefálico): Bulbo: regula pressão sanguínea e a respiração; coordenam os reflexos da deglutição, tosse e vômito Ponte: regula a respiração; retransmite informações dos hemisférios cerebrais para o cerebelo Mesencéfalo: participa no controle dos movimentos oculares; controlemotor dos músculos esqueléticos; retransmissão (vias neurais) essencial dos sinais auditivos e visuais Cerebelo: coordenação, planejamento e execução dos movimentos, manutenção da postura, coordena os movimentos da cabeça e dos olhos, integra informação sensorial, motora e equilíbrio Sistema Nervoso Autônomo (simpático e parassimpático) Quando se fala de sistema nervoso autônomo temos neurônios pré-ganglionares, gânglio (apresenta corpos celulares dos neurônio pós-ganglionar). O neurônio pré-ganglionar faz sinapse com o neurônio pós-ganglionar, para que isso aconteça tem que ter a liberação de acetilcolina. O neurotransmissor liberado (acetilcolina) precisa se ligar a um receptor no neurônio pós-ganglionar, que é o receptor colinérgico nicotínico. O neurônio pós-ganglionar inerva músculo liso, cardíaco e as glândulas, o neurotransmissor liberado pelo neurônio pós-ganglionar do sistema parassimpático vai liberar a acetilcolina, que vai se ligar ao receptor no musculo liso, cardíaco e glândulas, que é o receptor colinérgico muscarínico. Em resumo, a acetilcolina possui dois receptores: colinérgico nicotínico (presente no gânglio e músculo esquelético) e o receptor colinérgico muscarínico (presente no órgão alvo como músculo liso, cardíaco e glândulas). O sistema Simpático, em sua maioria, libera a noradrenalina. Receptores para noradrenalina presente no músculo liso, cardíaco e nas glândulas são os adrenérgicos. No coração, a acetilcolina diminui a frequência cardíaca, enquanto a noradrenalina aumenta a frequência cardíaca. Os neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso simpático são eferentes (saem da medula do SNC) Síntese e Liberação da Acetilcolina Situação ocorrendo em um neurônio pré e pós ganglionar: ocorre a liberação de acetilcolina que se liga ao receptor colinérgico nicotínico. Em caso de um neurônio pós ganglionar a célula alvo será um músculo liso, cardíaco ou uma glândula e o receptor será o colinérgico muscarínico. Para que a síntese e a liberação ocorra, tem que ocorrer um potencial de ação, o qual inicia no cone axônico, é conduzido até a terminação pré-sináptica onde canais de cálcio se abrem para conduzir as vesículas que contém acetilcolina até a membrana e ocorre a liberação por exocitose e se encaminha para a fenda sináptica, onde a acetilcolina se liga ao seu receptor. A acetilcolina é degradada, através da enzima acetilcolinesterase, em acetato, que vai para o organismo, e colina que é recaptada e armazenada em vesícula por meio da enzima colina-O-acetiltransferase. Síntese e Liberação de Noradrenalina Neurônio pós-ganglionar com uma célula alvo. Síntese: A tirosina é a molécula precursora, a qual é convertida em dopa (tirosina hidroxilase), que é convertida em dopamina (aminoácido descarboxilase), que é convertida em noradrenalina (dopamina hidroxilase). A dopamina entra na vesícula e lá dentro é convertida em noradrenalina pela enzima dopamina hidroxilase. O potencial de ação precisa acontecer e chegar até a terminação pré-sináptica, onde os canais de cálcio se abrem e conduzem, junto com outras proteínas, a vesícula que contém noradrenalina até a membrana, a exocitose acontece e a noradrenalina vai para aa fenda sináptica. Liberação: noradrenalina se liga a receptores, para ter o mecanismo de ação, alfa1, beta1, beta2 e beta3, nesse caso, na célula alvo. Também há receptores para noradrenalina na terminação pré-sináptica que são os alfa2 (diminui a liberação de noradrenalina) e beta2 (aumenta a liberação de noradrenalina). Parte da noradrenalina possui transportadores na própria célula alvo e ela é degradada, pela enzima catecol-O-metil transferase, gerando um metabólito que é eliminado pelo organismo. Outra parte da noradrenalina vai para o plasma sanguíneo e atua em outras células, se ligando a receptores. Outra parte da noradrenalina é recaptada para dentro da terminação pré-sináptica, onde pode seguir para ser metabolizada ou pode ser transportada para dentro da vesícula (possui um transportador) onde fica armazenada até ter um novo estímulo para ser liberada. Aula dia 30/08: Mecanismo de Ação Sistema nervoso autônomo possui dois grupos de receptores para noradrenalina e adrenalina Receptores acoplados a sistemas efetores através de uma proteína G (lenta): receptor adrenérgico (noradrenalina) e colinérgico muscarínicos. É lento porque o neurotransmissor tem que se ligar a um receptor. Receptores acoplados diretamente a um canal iônico (rápido): receptor colinérgico nicotínico (acetilcolina) Mecanismo de ação para receptores acoplados a proteína G: Sistema adenilato-ciclase/AMPc (enzima adenilato-ciclase) Receptores beta1, beta2 e beta3 adrenérgicos: Receptor alfa2 adrenérgico: não tem ativação da proteína quinase devido a inibição do AMPc Receptor colinérgico muscarínicos M2 e M4: para a acetilcolina, utilizam o sistema adenilato-ciclase AMPc com efeito inibitório para o AMPc. O mecanismo de ação é o mesmo representado acima. Sistema fosfolipase C/trifosfato de inositol (enzima fosfolipase C) Receptores alfa1 adrenérgico: enzima fosfolipase C catalisa a liberação diacilglicerol e trifosfato de inositol (libera cálcio do retículo endoplasmático) Receptor colinérgicos muscarínicos M1, M3 e M5 para a acetilcolina utilizam o mecanismo descrito acima Regulação de canal iônico Receptores colinérgicos muscarínico: receptor do tipo M2 é encontrado no músculo cardíaco (célula alvo). O canal para o K+ (mais concentrado no meio intra) está fechado. Quando a acetilcolina se liga ao receptor M2, as subunidades gama e beta sofrem uma alteração conformacional, fazendo com que os canais de K+ se abram e o K+ saia da célula (cargas +) e o meio intracelular se torna mais negativo (hiperpolarização), assim, o efeito da acetilcolina, no coração, é inibir a atividade elétrica. Receptores acoplados diretamente a um canal iônico: Receptor colinérgico nicotínico: encontrado nos corpos celulares dos neurônios pós-ganglionares (SNAutonômo). Quando a acetilcolina se liga ao receptor que é um canal iônico, ele se abre permitindo entrada de Na+ e saída de K+, no entanto, como a quantidade de sódio que entra é maior e a perda de potássio é menor, ocorre uma despolarização. Uso de neurotransmissores carbamatos e organofosforatos Na imagem ao lado temos uma terminação pré- sináptica que após a passagem do potencial de ação, os canais de cálcio dependentes de voltagem foram abertos e o cálcio entra na membrana e conduz as vesículas que contém o neurotransmissor acetilcolina, o qual se liga a receptores de membrana. A acetilcolina é degrada pela ação da enzima acetilcolinesterase. O carbamato e o organofosforato modificam a conformação da acetilcolinesterase e, assim, não ocorre a degradação da acetilcolina. Com isso, há um aumento da acetilcolina. Neurotoxina botulínica Nesse caso, trata-se da junção neuromuscular (terminação pré-sináptica e músculo esquelético). A acetilcolina está armazenada em vesículas que são transportadas por proteínas. Ela é liberada e se liga a um receptor no músculo esquelético. No caso da toxina a botulínica, ela se liga a um receptor (endocitose) que vai formar uma vesícula. Após esse processo a toxina vai degradar as proteínas que auxiliam na condução da vesícula que contém a acetilcolina, sendo assim, a acetilcolina não é liberada e a musculatura sofre relaxamento. Aula dia 30/08: Sistemas Sensoriais Sistema somato-sensorial: relacionado ao tato, a pressão na pele e estímulos dolorosos Sistema visual Sistema auditivo: orelha interna relacionada ao som Sistema vestibular: orelha interna relacionada ao equilíbrio Sentidosquímicos: olfato e paladar Cada informação sensorial tem sua via neural Sistema somato-sensorial: Processa informações sobre: Tato: provocado pela estimulação mecânica da superfície do corpo Propriocepção: deslocamentos mecânicos dos músculos e das articulações Dor: estímulos nocivos (que lesam os tecidos) químicos, mecânicos ou térmicos Sensações térmicas: estímulos frios ou quentes Receptores: Nociceptores: respondem a estímulos nocivos e são separados em duas classes Térmicos ou mecânicos: são inervados por fibras afetentes (neurônio sensorial leva informação para o SNC)) do tipo Adelta, pouco mielinizadas e respondem a estímulos mecânicos como dor aguda (em pontada) e térmica, ou seja, dor rápida. Polimodais: são inervados por fibras aferentes do tipo C, não mielinizadas e respondem a estímulos muito intensos, de natureza mecânica, química, do frio e do calor, ou seja, dor lenta Dor: experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano tissular (no tecido) que tem função fundamental para a integridade do indivíduo e a sobrevivência da espécie. Receptores da dor são os nociceptores, que são terminações livres de fibras periféricas aferentes do tipo de Adelta e C, as quais respondem aos estímulos nocivos. Vias ascendentes nociceptivas: a informação chega até o córtex somato-sensorial Via neoespinotalâmica: dor rápida originada nos nociceptores das fibras periféricas Adelta. Via paleoespinotalâmica: dor lenta originada nos nociceptores das fibras periféricas C. Neoespinotalâmica: As fibras periféricas Adelta fazem uma sinapse com o neurônios presentes na medula. Os axônios desses neurônios chegam até o tálamo e fazem sinapse com esses neurônios, as terminações pré- sinápticas presentes no tálamo chegam até o córtex somato-sensorial. Então a sinapse ocorre na medula espinhal e no tálamo. Paleoespinotalâmica: os nociceptores das fibras periféricas do tipo C fazem sinapse com neurônios presentes na medula espinhal. Esses axônios, onde tem as terminações pré-sinápticas desse neurônios, chegam até no núcleo da rafe (bulbo) e fazem sinapse. Então esses a terminação pré-sináptica desse axônios/neurônios chegam até o tálamo e fazem sinapse com os neurônios que estão presente no tálamo para que a informação chegue até o córtex somato-sensorial. Então a sinapse ocorre na medula espinhal e no tálamo. Via descendente: para controlar a dor. No mesencéfalo há uma região chamada matéria cinzenta periaquedutal (relacionada a ansiedade), onde neurônios saem de lá e chegam até o núcleo da rafe do bulbo, e vão liberar a encefalina (analgésico endógeno) e uma sinapse entre o neurônios presentes no núcleo da rafe acontece. Então a terminação pré-sináptica desse neurônio chega até a medula espinhal e vai liberar a serotonina (neurotransmissor) e essa libera mais encefalina. Tipos de dor: De acordo com a localização Somática: pele, músculos, ossos e articulações Visceral: vísceras torácicas e abdominais Referida: dor experimentada em regiões distintas do tecido lesado. Ex: infarto (dor no peito) De acordo com a sua causa Nociceptiva: resulta da estimulação física ou química os nociceptores devido a uma lesão tecidual Neuropática: resulta da lesão de estruturas nervosas do sistema nervoso periférico ou central. De acordo com a duração: Dor aguda: dura o tempo da lesão, tem uma localização bem definida. Ex: picada de inseto Dor crônica: persiste além do tempo para a cura da lesão, é difusa e mal delineada. Ex: queimadura Aula dia 31/08: Sistema Motor Refere-se às vias neurais (descendentes, saem do córtex motor) que controlam a sequência e o padrão de contração dos músculos esqueléticos. Contrações resultam em posturas, reflexos, locomoção e movimentos voluntários. Está organizado de forma a executar essas contrações coordenadas, em grande parte, por meio de reflexos, que são integrados na medula espinhal. Unidade motora: Neurônio motor único e as fibras musculares que inerva Movimentos oculares: controle fino e preciso (neurônio motor inervam poucas fibras musculares esqueléticas) Movimentos grandes e amplos: músculos posturais (neurônio motor inervam milhares de fibras musculares) Fibras musculares esqueléticas: Fibras intrafusais: presença de receptor fuso muscular, em paralelo as fibras extrafusais, o qual detecta variação do comprimento Fibras extrafusais: localizadas fora do fuso muscular Estrutura do Fuso Muscular: É um receptor que corrige a variação do comprimento do músculo, encontra-se em paralelo Neurônio motor alfa (inerva as fibras extrafusais), oriundo da medula espinhal (SNC) O fuso é composto por dois tipos de fibras muscular; a fibra de cadeia nuclear (neurônios sensoriais – aferentes- do grupo II) e fibra de saco nuclear (neurônios sensoriais –aferentes- do grupo Ia) Neurônio motor gama estático: responde enquanto o fuso permanecer estirado Neurônio motor gama dinâmico: responde a rápida alteração de velocidade do comprimento do fuso Reflexos da medula espinhal Respostas motoras estereotípicas a tipos específicos de estímulos Arco reflexo (circuito neuronal): receptores sensoriais, neurônios sensoriais, interneurônios, medula espinhal e neurônio motor que inerva o músculo. Receptor sensorial capta as informações, neurônio sensorial leva a informação até a medula espinhal onde encontra os interneurônios que vão fazer sinapse com os neurônios sensoriais e com neurônio motor que inerva o músculo esquelético Reflexo do estiramento (miotático ou patelar): as fibras extrafusais se estiram e o fuso muscular, detecta a informação e acompanha o movimento por estar em paralelo as fibras. Através de potencial de ação, a informação é conduzida por um neurônio sensorial (fibras aferentes do grupo Ia) até chegar a medula espinhal. Na medula, as fibras do grupo Ia fazem sinapse com um neurônio motor alfa. Como é músculo esquelético, o neurotransmissor é a acetilcolina e os receptores são colinérgicos nicotínicos, ocorre a despolarização, devido a entrada de sódio, e como resposta a contração do músculo. As fibras aferentes do grupo Ia fazem sinapse com neurônios motores alfa, os quais inervam os músculos sinérgicos (possui a mesma função do músculo que sofreu estiramento) que também contraem-se. Fibras aferentes do tipo Ia (neurônios aferentes) fazem sinapse com interneurônios inibitório, os quais liberam neurotransmissor inibitório, sendo assim, o neurônio motor alfa sofre uma hiperpolarização (diminui as chances de acontecer um potencial de ação), o neurotransmissor (acetilcolina) não é liberado e os músculos antagônicos (possui função inversa) relaxam. Fibras: extrafusais Estímulo: estiramento das fibras extrafusais Resposta: contração dos músculos sinérgicos e relaxamento dos músculos antagonistas Neurotransmissor: acetilcolina Reflexo Tendinoso de Golgi (miotático inverso): não tem a participação do fuso muscular. O receptor de estiramento é o órgão tendinoso de golgi que detecta a contração do músculo, pois quando o músculo contrai, o receptor se estira por estar localizado na extremidade do músculo. Assim, neurônios sensoriais do grupo que são fibras aferentes do grupo Ib levam a informação até a medula espinhal. Os neurônios sensoriais fazem sinapse com neurônios inibitórios que liberam neurotransmissores inibitórios e com isso o potencial de ação não é gerado, devido a membrana do neurônio estar hiperpolarizada, e a acetilcolina não é liberada e o músculo sinérgico sofre estiramento (relaxa). Os neurônios aferentes do grupo Ib fazem sinapse com neurônios inibitórios alfa que inervam o músculo sinérgico que também relaxam. Neurônios aferentes do tipo Ib fazem sinapse com interneurônios excitatórios, os quais liberam neurotransmissorexcitatório e assim, o neurônio motor alfa tem a condução potencial de ação até a terminação pré-sináptica que chega aos músculos antagônicos que contraem-se. Reflexo de Flexão-Retirada: envolve a dor, que através dos neurônios aferentes (sensoriais) a informação é conduzida até a medula espinhal. Ao pisar em um objeto cortante, por exemplo, o primeiro reflexo é o de retirada, e no lado em que o indivíduo tocou o objeto ocorre uma flexão ipsilateral (mesmo lado) para afastar o membro do objeto cortante. Para que essa flexão ocorra, o músculo flexor tem que contrair e o músculo extensor tem que relaxar. No lado contralateral, ocorre uma extensão contralateral, onde o músculo extensor tem que contrair e o extensor tem que relaxar. Na medula: a informação da dor é captada por neurônios sensoriais que fazem com interneurônios excitatórios, os quais fazem sinapse com neurônios motores alfa que inervam o músculo flexor, há passagem do potencial de ação, liberação de acetilcolina e o músculo flexor se contrai. No entanto, os neurônios sensoriais fazem sinapse com interneurônios inibitórios, os quais fazem sinapse com neurônios motores alfa que inervam os músculos extensores, com isso não há geração/condução do potencial de ação, não há liberação de acetilcolina e o músculo extensor relaxa. Reações posturais: sequência de atos reflexos que culminam com o ajuste da postura corporal: Reações de endireitamento: sequência de eventos que leva a rotação do corpo para se pôr em pé Reações de sustentação: extensão das patas (durante e depois da queda) A postura e o movimento podem ser controlados através de vias neurais (sinapse entre neurônios) que saem do tronco cerebral e do córtex cerebral que chegam até a medula espinhal Cerebelo: regula o movimento e a postura Controla o equilíbrio e movimentos oculares Controla o planejamento e iniciação dos movimentos Gânglios da base: participa do planejamento e execução dos movimentos Córtex motor: controla os movimentos voluntários através das vias descendentes
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