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1 Isabela Freitas – 3º Termo de Medicina Veterinária (UniSalesiano) Neurofisiologia Função do SNC: atua como um centro integrador, processando todas as informações dos impulsos recebidos. É nessa região que as decisões são tomadas e ordens são geradas e enviadas ao órgão efetor. Neurônio: é a unidade funcional do sistema nervoso, está relacionado com a propagação do impulso nervoso. Constituído por: corpo celular (onde está presente o núcleo e organelas, os prolongamentos partem desse local) e prolongamentos (dendritos e axônio). • Dendritos (esses prolongamentos garantem a recepção dos estímulos, levando o impulso nervoso em direção ao corpo celular). • Axônio (esse prolongamento garante a condução do impulso nervoso, cada neurônio possui apenas 1 axônio. Envolvendo o axônio, está um isolamento elétrico chamado bainha de mielina, que é formada por 2 tipos celulares: oligodendrócitos, no SNC e células de Schwann no SNP. Os locais onde há falha nessa bainha são chamados de nódulos de Ranvier). Os neurônios são células excitáveis, ou seja, conseguem responder a estímulos com modificações da diferença de potencial elétrico na membrana celular. A modificação desse potencial pode propagar- se pela membrana, fenômeno conhecido como impulso nervoso. É por meio do impulso nervoso que os neurônios conseguem transmitir informações de um neurônio para outro, para glândulas ou músculos. O neurônio atua garantindo a recepção e transmissão de informações. Funções: receber sinalizações de terminações pré- sinápticas, integrar sinalizações, transmitir impulsos de potencial de ação e sinalizar a célula adjacente. Os neurônios geram sinais elétricos por meio de breves e controladas mudanças na permeabilidade de suas membranas celulares a íons específicos como NA+ e K+. Tipos de neurônios de acordo com a morfologia • Multipolares: possui mais de dois prolongamentos celulares, é o mais comum. • Bipolares: possui apenas um axônio e um dendrito, pode ser encontrado na mucosa olfatória, na retina e nos gânglios coclear e vestibular. • Pseudounipolares: possui um prolongamento que se divide em dois, encontrado nos gânglios espinais. Tipos de neurônios de acordo com a sua função • Neurônio motor: responsável por conduzir impulsos nervosos para órgãos efetores, como músculos e glândulas. • Neurônio sensorial: recebem estímulos, os quais podem ser provenientes do próprio organismo ou do meio ambiente. • Interneurônios: garantem a conexão entre neurônios. Células da Glia são diversos tipos celulares presentes no SNC, que são capazes de se multiplicar através de mitose. Elas atuam como células de suporte aos neurônios, suas funções são: sustentação e isolamento dos neurônios, transporte de substâncias nutritivas aos neurônios, participação no equilíbrio iônico do fluido extracelular e remoção de excretas e fagocitose de restos celulares. • Podemos encontrar nas células da glia os seguintes tipos celulares: astrócitos, micróglia, oligodendrócitos e ependimárias. Fibras e nervos: As fibras nervosas são constituídas por um axônio, mielinizado ou não. O tecido conjuntivo que reveste um axônio e suas bainhas envoltórias é chamado de endoneuro. As fibras nervosas organizam-se em feixes, casa feixe é envolvido por uma bainha conjuntiva denominada perineuro, vários feixes agrupados paralelamente formam um nervo. O nervo também é envolvido por uma bainha de tecido conjuntivo, chamada epineuro. 2 Isabela Freitas – 3º Termo de Medicina Veterinária (UniSalesiano) Os nervos não contêm os corpos celulares dos neurônios; esses corpos celulares localizam-se no sistema nervoso central ou nos gânglios nervosos, que podem ser observados próximos à medula espinhal. Quando partem do encéfalo, são chamados de cranianos; quando partem da medula espinhal, denominam raquidianos. Os nervos permitem a comunicação dos centros nervosos com os órgãos receptores (sensoriais) ou, ainda, com os órgãos efetores (músculos e glândulas). De acordo com o sentido da transmissão do impulso nervoso, os nervos podem ser: • Sensitivos ou aferentes: quando transmitem os impulsos nervosos dos órgãos receptores até o sistema nervoso central; • Motores ou eferentes: quando transmitem os impulsos nervosos do sistema nervoso central para os órgãos efetores; • Misto: quando possuem tanto fibras sensitivas quanto fibras motoras. São os mais comuns no organismo. -> Os nervos podem ser classificados de acordo com o tipo de neurônio que apresentam, em: nervos sensitivos ou aferentes, nervos motores ou eferentes e nervos mistos. Os nervos chamados de sensitivos ou aferentes contêm apenas fibras nervosas, também chamadas de neurofibras, de neurônios sensitivos. Já os nervos chamados de motores ou eferentes contêm apenas neurofibras de neurônios motores, enquanto os nervos mistos contêm neurofibras de neurônios sensitivos e também de neurônios motores. De acordo com a região do sistema nervoso central onde estão unidos, os nervos podem ser classificados em nervos cranianos (nervos que saem do encéfalo) e nervos raquidianos ou espinhais (nervos que saem da medula). Os nervos cranianos unem o encéfalo aos órgãos dos sentidos e aos músculos. Já os nervos raquidianos unem a medula espinhal às células sensoriais e a músculos de diversas partes do corpo. Esses nervos se comunicam com a medula espinhal através de aberturas existentes nas vértebras. Em cada um desses espaços há um par de nervos em cada lado da vértebra. Cada nervo raquidiano se une à medula através das “raízes” do nervo e uma dessas “raízes” une-se à parte dorsal da medula, sendo chamado de raiz dorsal, enquanto a outra raiz se une à parte ventral da medula, sendo chamada de raiz ventral. A raiz dorsal de um nervo raquidiano é constituída por neurofibras sensitivas e a raiz ventral é constituída somente por neurofibras motoras. Dessa forma, se a raiz dorsal de um nervo raquidiano for lesada, a parte do corpo que está ligada a esse nervo perderá a sensibilidade, sem sofrer paralisia muscular. Já se a raiz ventral de algum nervo raquidiano for lesionada, haverá paralisia dos músculos que estão unidos a esse nervo, porém sem perda das sensações de pressão, temperatura, dor, etc. Axônios aferentes -> raiz dorsal -> medula espinhal Medula espinhal -> axônios eferentes -> raiz ventral Cada nervo raquidiano se liga à medula por dois conjuntos de fibras nervosas: a raiz dorsal e a raiz ventral Animais como os peixes e anfíbios possuem dez pares de nervos cranianos; enquanto répteis, aves e mamíferos possuem doze pares. É importante lembrar que o número de nervos espinhais varia de acordo com a espécie de mamífero. 3 Isabela Freitas – 3º Termo de Medicina Veterinária (UniSalesiano) Funções da medula espinhal A medula espinhal é responsável por conduzir informações de diversas regiões do organismo para o cérebro e deste para outras regiões. Essas informações são transmitidas por meio dos chamados impulsos nervosos. Além disso, ela atua de forma independente do cérebro, sendo responsável pelos chamados atos reflexos, que são respostas involuntárias rápidas do organismo mediante determinados estímulos. Sistema nervoso O sistema nervoso pode ser dividido em central e periférico. O sistema nervoso central é formado por encéfalo e medula espinhal (recebe estímulos, comando e executa respostas), enquanto o periférico é formado por nervos cranianos, espinais, gânglios e terminações nervosas (conduzem estímulos ao SNC – aferente-sensorial, e levam respostas aos órgãos efetuadores - eferente-motor. O SNP é dividido em sistema nervoso somático e sistema nervoso autônomo, de acordo com sua atuação. • Sistema Nervoso Somático: regula as ações que estão sob o controle da nossavontade, ou seja, ações voluntárias. Atua sob a musculatura esquelética de contração voluntária. • Sistema Nervoso Autônomo: atua de modo integrado com o sistema nervoso central. Geralmente, exerce o controle de atividades de independem da nossa vontade, ou seja, ações involuntárias como as atividades realizadas pelos órgãos internos. Atua sob a musculatura lisa e cardíaca O Sistema Nervoso Autônomo tem como função regular as atividades orgânicas, garantindo a homeostase do organismo. Ele apresenta duas subdivisões: • Sistema Nervoso Simpático: estimula o funcionamento dos órgãos; é formado pelos nervos espinhais da região torácica e lombar da medula. Os principais neurotransmissores liberados são a noradrenalina e a adrenalina. Luta ou fuga! • Sistema Nervoso Parassimpático: inibe o funcionamento dos órgãos; é formado pelos nervos cranianos e espinhais das extremidades da medula. O principal neurotransmissor liberado é a acetilcolina. Quando estamos calmos! Potencial de Membranas e Potencial de ação Como o citoplasma contém, proporcionalmente menor quantidade de íons positivos que o líquido externo, a superfície interna da membrana é negativa em relação à externa. Dentro da célula, o K+ – cátion do potássio – é o principal íon, e o íon do sódio, Na+ , domina o meio extracelular. Os íons não são distribuídos equilibradamente no líquido intracelular e no extracelular, ocorrendo um desequilíbrio elétrico entre os meios. O desequilíbrio elétrico é chamado de diferença de potencial de membrana, resultado da distribuição desigual das cargas. -> Líquido extracelular (LEC) e líquido intracelular (LIC). A membrana celular age como um isolante, separando os meios celulares e impedindo a livre circulação de íons, o que ajuda a criar um equilíbrio eletroquímico. Se um canal de vazamento de K+ existir na membrana celular, tornando a célula permeável a esse íon, o K+ irá sair da célula, visto que ele estará se movendo a favor de seu gradiente de concentração (afinidade). 4 Isabela Freitas – 3º Termo de Medicina Veterinária (UniSalesiano) Entretanto, os ânions que estavam dentro das células não poderão fazer o mesmo percurso, porquanto a membrana é permeável somente ao íon de K+ (permeabilidade seletiva). Logo, com a saída dos cátions intracelulares, a célula permanecerá negativa e o seu exterior positivo. O neurônio em repouso não envia e nem recebe sinais elétricos. Os canais de vazamento são 100x mais permeáveis ao K+ do que ao Na+. Lei do tudo ou nada A estimulação de um neurônio segue a lei do tudo ou nada. Isso significa que ou o estímulo é suficientemente intenso para excitar o neurônio, desencadeando o potencial de ação, ou nada acontece. Não existe potencial de ação mais forte ou mais fraco; ele é igual independente da intensidade do estímulo. O menor estímulo capaz de gerar potencial de ação é denominado estímulo limiar. A velocidade de propagação do estímulo nervoso na membrana de um neurônio varia entre 10cm/s e 1m/s. Essa velocidade, no entanto, é insuficiente para coordenar as ações de animais de grande porte. A propagação rápida dos impulsos nervosos é garantida pela presença da bainha de mielina que recobre as fibras nervosas. Nas fibras nervosas mielinizadas, o impulso nervoso, em vez de se propagar continuamente pela membrana do neurônio, pula diretamente de um nódulo de Ranvier para outro. Nesses neurônios mielinizados , a velocidade de propagação do impulso pode atingir velocidades de até 200 m/s (720 km/h). Potencial de Membrana Quando uma célula recebe elétrons fica carregada negativamente, já quando ela doa, fica carregada positivamente. Podemos dizer então, que cada uma dessas células apresenta um potencial elétrico. Quando temos duas células com diferentes potenciais elétricos, dizemos que existe entre elas uma diferença de potencial (d.d.p). Consequentemente, se ligarmos essas duas células através de um fio condutor, no caso o axônio, haverá uma corrente elétrica (impulso nervoso) no sentido da célula que possui mais elétrons (potencial negativo) para a que possui menos (potencial positivo). As células apresentam d.d.p. entre seu meio interno (intercelular) e externo (extracelular). Esse fenômeno é conhecido como potencial de membrana, existente sob duas formas: o potencial de repouso e o potencial de ação, que veremos abaixo. Potencial de Repouso: ocorre a alternância entre o transporte passivo e ativo de íons. Há a entrada passiva de íons sódio (Na+), que posteriormente são expulsos ativamente, ao mesmo tempo em que íons potássio (K+) entram ativamente. Em seguida, o K+ sai passivamente da célula, tornando o meio externo positivo em relação ao meio interno. Com isso, a célula fica polarizada. Quando está em repouso, a diferença de potencial (d.d.p.) do neurônio é aproximadamente -75 mV, indicando que o interior da célula está negativo em relação ao meio exterior. O potencial de repouso ocorre quando o potencial de membrana não é alterado por potenciais de ação. O potencial de repouso está entre -65 e -90 mV. Potencial de Ação: consiste em uma variação brusca do potencial de membrana, provocada por um estímulo. Quando uma célula nervosa é excitada por um estímulo que atinja o seu limiar de despolarização (-65mV), um potencial de ação é gerado dentro da lei do tudo ou nada. O potencial de ação é caracterizado por três etapas diferentes: despolarização, repolarização e hiperpolarização. Despolarização (entrada de sódio): quando uma célula excitável (neurônio) recebe um estímulo nervoso do tipo limiar ou supralimiar, sua d.d.p. de repouso é elevada até o limitar de despolarização ou o ultrapassa, respectivamente, desencadeando o potencial de ação. Neste momento, na membrana celular abrem canais de sódio (Na+). Com isso, grande quantidade de sódio entra na célula, tornando seu interior mais positivo e seu exterior mais negativo. Este mecanismo é conhecido como despolarização e a d.d.p. nesta fase é aproximadamente +45mv. Repolarização (saída de potássio): a entrada de grande quantidade de Na+ na célula estimula o fechamento dos canais de Na+ e a imediata abertura de canais de K+, ocorrendo a saída de K+. Nesta fase, a bomba de sódio-potássio funciona transportando ativamente três moléculas de Na+ para o exterior e recolocando duas moléculas de K+ no interior da célula, tornando seu interior mais negativo e seu exterior mais 5 Isabela Freitas – 3º Termo de Medicina Veterinária (UniSalesiano) positivo. O transporte ativo de íons envolve gasto de energia, nesse caso, ocorre o aumento da atividade metabólica celular para a obtenção de maior suprimento energético. Na célula, uma molécula de adenosina trifosfato (ATP) é quebrada, liberando um fosfato inorgânico (Pi), uma molécula de adenosina difosfato (ADP) e energia, necessária para o transporte dos íons. A repolarização faz com que o potencial de membrana volte a ser negativo, retornando a sua d.d.p. normal de potencial de repouso (-75 mV). Hiperpolarização (saída do excesso de potássio): quando uma célula recebe um estímulo inibitório, ocorre a saída do íon potássio (K+) e a entrada do íon cloro (Cl), tornando o meio interno da célula mais negativo e o meio externo mais positivo, inibindo a propagação do potencial de ação. A hiperpolarização dura alguns milissegundos e, nesta fase, a d.d.p. pode chegar até a -90mV. Propagação do PA: O PA é gerado na zona de gatilho do neurônio e sempre se propaga no sentido da despolarização, ele também se propaga ao longo do axônio sem diminuição do sinal, é fiel do início ao fim! Quando este impulso nervoso, potencial de ação, percorre o axônio, o potencial salta de um nódulo para outro; este processo é conhecido como condução saltatória. Tal fenômenofaz com que o impulso nervoso seja conduzido muito mais rapidamente que em axônios não mielinizados. Nas fibras mielinizadas o PA só se desenvolve nos nodos de Ranvier. Sob a bainha não há canais iônicos. Sinapses: Neurônios em Comunicação A comunicação de um neurônio com o corpo celular ou dendritos do outro, ou mesmo com a membrana de uma célula muscular, ocorre através de uma região conhecida como sinapse (do grego, synapsis = ação de juntar). A maioria das sinapses são químicas (comunicação é feita através de mensageiros químicos - neurotransmissores), também existe as sinapses elétricas (ocorre um fluxo direto de íons entre as células). Em alguns casos pode ocorrer de acontecer as duas sinapses juntas! Um único axônio pode ter várias ramificações, permitindo-lhe fazer sinapses em várias células pós- sinápticas. Da mesma forma, um único neurônio pode receber milhares de entradas sinápticas de muitos neurônios pré-sinápticos — transmissores — diferentes. Dentro do terminal do axônio de uma célula transmissora há muitas vesículas sinápticas. Elas são esferas ligadas a membrana e repletas de moléculas de neurotransmissor. Há um pequeno espaço entre o terminal do axônio do neurônio pré-sináptico e a membrana da célula pós-sináptica, e este espaço é chamado de fenda sináptica. Quando um potencial de ação, ou impulso nervoso, chega ao terminal do axônio, ele ativa canais de cálcio voltagem-dependentes na membrana da célula. O Ca2+, que está presente em uma concentração muito maior fora do neurônio do que dentro dele, invade a célula. O Ca2+ permite que as vesículas sinápticas se fundam com a membrana do axônio terminal, liberando o neurotransmissor dentro da fenda sináptica. As moléculas de neurotransmissor se difundem através da fenda sináptica e se ligam às proteínas receptoras na célula pós-sináptica. A ativação de receptores pós-sinápticos leva à abertura ou fechamento de canais iônicos na membrana celular. Isto pode ser despolarização — tornar o interior da célula mais positivo — ou hiperpolarização — tornar o interior da célula mais negativo — dependendo dos íons envolvidos. Em alguns casos, estes efeitos sobre o comportamento do canal são diretos: o receptor é um receptor ionotrópico. Em outros casos, o receptor não é um canal iônico em si, mas ativa canais iônicos através de uma via de sinalização. 6 Isabela Freitas – 3º Termo de Medicina Veterinária (UniSalesiano) Potenciais pós-sinápticos excitatórios e inibitórios Quando um neurotransmissor se liga ao seu receptor em uma célula receptora, ele faz com que canais iônicos se abram ou se fechem. Isto pode produzir uma mudança localizada no potencial da membrana— a tensão através da membrana — da célula receptora. Em alguns casos, a alteração torna a célula alvo mais propensa a disparar seu próprio potencial de ação. Neste caso, a mudança no potencial de membrana é chamada de potencial excitatório pós-sináptico, ou PEPS. Em outros casos, a mudança torna a célula alvo menos propensa a disparar um potencial de ação e é chamada de potencial inibitório pós-sináptico, ou PIPS. Um PEPS é despolarizante: torna o interior da célula mais positivo, trazendo o potencial de membrana mais perto de seu limite para disparar um potencial de ação. Às vezes, um único PEPS não é grande o suficiente para trazer o neurônio ao limite, mas ele pode se somar a outros PEPSs para desencadear um potencial de ação. Os PIPSs têm o efeito oposto. Ou seja, eles tendem a manter o potencial de membrana do neurônio pós- sináptico abaixo do limiar de disparo de um potencial de ação. PIPSs são importantes porque podem neutralizar, ou anular, o efeito excitatório dos PEPSs. Uma sinapse apenas pode funcionar efetivamente se há alguma maneira de "desligar" o sinal uma vez que ele foi enviado. A terminação do sinal deixa que a célula pós-sináptica retorne ao seu potencial de repouso normal, pronta para a chegada de novos potenciais de ação. Do sinal ao final, a fenda sináptica deve ser liberada de neurotransmissores. Há algumas maneiras diferentes de fazer isso. O neurotransmissor pode ser quebrado por uma enzima, reabsorvido pelo neurônio pré-sináptico, ou pode simplesmente se difundir. Em alguns casos, o neurotransmissor pode ser também "limpado" pelas células gliais próximas. Término de sinais Qualquer coisa que interfira no processo que encerram o sinal sináptico pode ter efeitos fisiológicos significantes. Por exemplo, alguns inseticidas matam insetos por inibir uma enzima que quebra o neurotransmissor acetilcolina. Em um exemplo mais positivo, drogas que interferem com a recaptação do neurotransmissor serotonina no cérebro humano são usados como antidepressivos, por exemplo, Prozac. Sinapses químicas A sinalização sináptica é muito flexível. Por exemplo, um neurônio transmissor pode regular, para mais ou para menos, a quantidade de neurotransmissor que liberará em resposta à chegada do potencial de ação. Similarmente, uma célula receptora pode alterar o número de receptores que coloca em suas membranas e quão prontamente responderá à ativação desses receptores. Essas mudanças podem fortalecer ou enfraquecer a comunicação em uma sinapse em particular. Células pré-sinápticas e pós-sinápticas podem mudar dinamicamente seu comportamento de sinalização baseadas em seu estado interno ou nas pistas que recebem de outras células. Esse tipo de plasticidade, ou capacidade de mudança faz da sinapse um local chave para alterar a força de circuitos neuronais e tem um papel no aprendizado e memória. A plasticidade sináptica está também envolvida no vício. Adicionalmente, diferentes células pré-sinápticas e pós-sinápticas produzem neurotransmissores e receptores de neurotransmissores diferentes, com diferentes interações e diferentes efeitos na célula pós-sináptica. Sinapses elétricas Em todas as sinapses elétricas, diferentemente das sinapses químicas, na uma conexão física direta entre os neurônios pré e pós-sinápticos. Essa conexão 7 Isabela Freitas – 3º Termo de Medicina Veterinária (UniSalesiano) assume a forma de um canal chamado de junção, que permite que uma corrente — íons — passe diretamente de uma célula para a outra. Sinapses elétricas transmitem sinais mais rapidamente que sinapses químicas. Algumas sinapses são tanto químicas quando elétricas. Nessas sinapses, a resposta elétrica ocorre antes da resposta química. Nenhum outro tecido ilustra tão bem o conceito de trabalho em equipe quanto o tecido nervoso. A transmissão de informação pelas células nervosas lembra uma verdadeira corrida de revezamento, em que um neurônio fica conectado a outro, cada qual executando determinado papel no circuito por eles organizado. Três tipos de neurônios podem ser reconhecidos com relação à atividade que desenvolvem: • Neurônios sensoriais: transmitem impulsos dos receptores sensoriais (por exemplo, nos órgãos do sentido) aos outros neurônios do percurso. • Neurônios de associação (interneurônios): recebem a mensagem dos neurônios sensoriais, processam-na e transferem um comando para as células nervosas seguintes do circuito. Alguns circuitos nervosos podem não ter esse tipo de neurônio. • Neurônios efetores (ou motores): são os que transmitem a mensagem para as células efetoras de resposta, isto é, células musculares ou glandulares que respondem por meio de contração ou secreção, respectivamente. Suponha que você receba uma pancada no joelho, logo a baixo da rótula ou da patela (nomes dados a um osso que fica na frente do joelho). A pancada estimula um receptor localizado no interior do músculo da coxa (o quadríceps). Esse receptor está ligado aos dendritos de um neurônio sensorial – aferente – também chamado de neurônio sensitivo,que recebe a mensagem e a encaminha para o corpo celular e, deste, para o axônio. Por sua vez, o axônio do neurônio sensorial estabelece uma sinapse com um neurônio motor – eferente (um neurônio de resposta). O axônio do neurônio motor é conectado ao músculo quadríceps e encaminha a resposta “mexa-se”. De imediato, esse músculo se contrai e você movimenta a perna. Perceba que o ato de mexer a perna para frente envolve o trabalho de apenas dois neurônios: o sensorial e o motor. No entanto, para que isso possa acontecer, é preciso que o músculo posterior da coxa permaneça relaxado. Então, ao mesmo tempo, o axônio do neurônio sensorial estabelece uma sinapse com um interneurônio (neurônio de associação) que, por sua vez, faz uma conexão com um segundo neurônio motor. O axônio desse neurônio motor se dirige para o músculo posterior da coxa, inibindo a sua contração. 8 Isabela Freitas – 3º Termo de Medicina Veterinária (UniSalesiano) Mecanismo da neurotransmissão química 1. Chegada do impulso nervoso ao terminal pré- sináptico 2. Abertura de canais de Ca2 Voltagem dependentes 3. Influxo de Ca2 (2º mensageiro) 4. Exocitose dos NT 5. Interação NT-receptor pós-sináptico causando abertura de canais iônicos NT dependentes -> entrada de Na+ -> despolarização -> PA 6. Os NT são degradados por enzimas Neurotransmissores x Neuromoduladores Atualmente diversas moléculas foram recém- descobertas e isso levou a necessidade de se estipular padrões para que essas moléculas se encaixem como neurotransmissores (NTs) ou neuromoduladores (NMs). Atualmente as seguintes características são consideradas para a inclusão da nova molécula na classe dos (NTs): • Os neurotransmissores devem ser sintetizados dentro do neurônio ao contrário dos neuromoduladores. • Os NTs devem ser encontrados na terminação pré-sináptica e secretado em quantidades suficientes para surtir efeitos no local de ação; • Os NTs devem imitar a ação de um transmissor endógeno, quando este for aplicado exogenamente; • Os NTs devem apresentar mecanismos específicos para sua remoção. Neurotransmissores Aminoácidos • Acido-gama-amino-butírico (GAMA) • Glicina (Gly) • Glutamato (Glu) • Asparato (Asp) Aminas • Acetilcolina (Ach) • Adrenalina • Noroadrenalina • Dopamina (DA) • Serotonina (5-HT) • Histamina Purinas • Adenosina • Trifosfato de adenosina (ATP) Neuromoduladores Peptídeos • Gastrinas: gastrina, colecisticinina • Hormônios da Neurohipófise: vasopressina, ocitocina • Opioides • Secretinas • Somatostatinas • Taquicininas • Insulinas Gases • Óxido nítrico (NO) • Monóxido de carbono (CO) Neurotransmissores excitatórios e inibitórios Alguns neurotransmissores são considerados "excitatórios," provocando a deflagração de um potencial de ação no neurônio alvo. Outros são considerados "inibitórios," dificultando a deflagração de algum potencial de ação no neurônio alvo. 9 Isabela Freitas – 3º Termo de Medicina Veterinária (UniSalesiano) NT Inibitórios NT excitatórios Gaba Glutamato Endorfina Adrenalina (β1, β2, α1...) Dopamina (D2) Acetilcolina Serotonina (5HT1) Dopamina (D1) Serotonina (5HT4) Receptores colinérgicos: Muscarínicos e Nicotínicos Podem ser diferenciados entre si com base em suas diferentes afinidades para fármacos que mimetizam a ação da acetilcolina. Receptores Muscarínicos: esses receptores, além de ligarem a acetilcolina, também reconhecem a muscarina, um alcaloide que está presente em certos cogumelos venenosos. Os receptores muscarínicos apresentam baixa afinidade pela nicotina. São diferenciadas subclasses de receptores muscarínicos: M1, M2, M3, M4 e M5. Esses receptores são encontrados em gânglios do sistema nervoso periférico e nos órgãos efetores autonômicos, como coração, músculos lisos, cérebro e glândulas exócrinas. Hiperpolarização! • M1 – Neurônios; Células parietais gástricas • M2 – Células cardíacas; Neurônios; Músculo liso. • M3 – Bexiga; Glândulas exócrinas; Músculo lis • M4 – Neurônios • M5 – Neurônios Receptores Nicotínicos: são estruturas pentaméricas, que atuam como alvo do tipo canal iônico. Todas as cinco subunidades – α (alfa); β (beta); γ (gama); δ (delta); ε (epsolon) - possuem estruturas semelhantes, mas com leves diferenças. Entre cada subtipo, inclusive, pode haver diferenças moleculares. Sabe-se que existem 09 tipos de subunidades α, 04 tipos de subunidade β, e 01 tipo de cada uma das demais. Despolarização! Os receptores nicotínicos podem ser divididos em três classes principais: • receptores nicotínicos musculares – molécula principal: (α1)2β1δε - localizados na junção neuromuscular esquelética; • receptores nicotínicos ganglionares – molécula principal: (α3)2(β4)3 - responsáveis pela transmissão nos gânglios simpáticos e parassimpáticos; • receptores nicotínicos dos SNC – moléculas principais: (α4)2(β2)3 e (α7)5 espalhados por todo o cérebro, em localização e composição molecular variada. Sinalizações que alteram o potencial de repouso • NT -> abertura ou fechamento dos canais iônicos -> altera o potencial de membrana. • Alteração -> natureza do receptor ativado pelo NT • Potencial + positivo -> (PEPS) • Potencial + negativo -> (PIPS) Canais Dependentes de Voltagem Os canais que se abrem em resposta a uma mudança no potencial da membrana são chamados de canais dependentes de voltagem. Essa mudança no potencial elétrico ocorre devido ao movimento de íons através da membrana, o que providencia energia para a abertura do canal. Canal de Cálcio Dependente de Voltagem: a estrutura é parecida com a do canal de sódio dependente de voltagem. O aumento no nível de cálcio dentro de neurônio gera a ativação de enzimas e, por fim, a liberação de neurotransmissores na fenda sináptica Canal de Potássio Dependente de Voltagem: a estrutura é parecida com a do canal de sódio dependente de voltagem, mas é composto por quatro polipeptídeos. O "pore loop" desse canal o torna mais permeável a potássio do que a sódio. Pode ser bloqueado por: • Tetraetilamonio • 4-aminopiridina Antagonista e Agonista Agonista refere-se às ações ou estímulos provocados por uma resposta, referente ao aumento (ativação) ou diminuição (inibição) da atividade celular. Sendo uma droga receptiva. Agonista inverso causa uma ação oposta do agonista. Os denominados antagonistas agem como bloqueadores dos receptores, ou seja, diminuem as respostas dos neurotransmissores, presentes no organismo. O antagonismo pode diminuir ou anular o efeito do agonista.
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