Buscar

Neurofisiologia Animal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

1 Isabela Freitas – 3º Termo de Medicina Veterinária (UniSalesiano) 
Neurofisiologia 
Função do SNC: atua como um centro integrador, 
processando todas as informações dos impulsos 
recebidos. É nessa região que as decisões são 
tomadas e ordens são geradas e enviadas ao órgão 
efetor. 
Neurônio: é a unidade funcional do sistema nervoso, 
está relacionado com a propagação do impulso 
nervoso. Constituído por: corpo celular (onde está 
presente o núcleo e organelas, os prolongamentos 
partem desse local) e prolongamentos (dendritos e 
axônio). 
• Dendritos (esses prolongamentos garantem a 
recepção dos estímulos, levando o impulso 
nervoso em direção ao corpo celular). 
• Axônio (esse prolongamento garante a 
condução do impulso nervoso, cada neurônio 
possui apenas 1 axônio. Envolvendo o axônio, 
está um isolamento elétrico chamado bainha 
de mielina, que é formada por 2 tipos 
celulares: oligodendrócitos, no SNC e células 
de Schwann no SNP. Os locais onde há falha 
nessa bainha são chamados de nódulos de 
Ranvier). 
Os neurônios são células excitáveis, ou seja, 
conseguem responder a estímulos com modificações 
da diferença de potencial elétrico na membrana 
celular. A modificação desse potencial pode propagar-
se pela membrana, fenômeno conhecido como 
impulso nervoso. É por meio do impulso nervoso que 
os neurônios conseguem transmitir informações de 
um neurônio para outro, para glândulas ou músculos. 
O neurônio atua garantindo a recepção e transmissão 
de informações. 
Funções: receber sinalizações de terminações pré-
sinápticas, integrar sinalizações, transmitir impulsos 
de potencial de ação e sinalizar a célula adjacente. 
Os neurônios geram sinais elétricos por meio de 
breves e controladas mudanças na permeabilidade de 
suas membranas celulares a íons específicos como 
NA+ e K+. 
 
 
Tipos de neurônios de acordo com a morfologia 
• Multipolares: possui mais de dois 
prolongamentos celulares, é o mais comum. 
• Bipolares: possui apenas um axônio e um 
dendrito, pode ser encontrado na mucosa 
olfatória, na retina e nos gânglios coclear e 
vestibular. 
• Pseudounipolares: possui um prolongamento 
que se divide em dois, encontrado nos 
gânglios espinais. 
Tipos de neurônios de acordo com a sua função 
• Neurônio motor: responsável por conduzir 
impulsos nervosos para órgãos efetores, 
como músculos e glândulas. 
• Neurônio sensorial: recebem estímulos, os quais 
podem ser provenientes do próprio 
organismo ou do meio ambiente. 
• Interneurônios: garantem a conexão entre 
neurônios. 
Células da Glia são diversos tipos celulares presentes 
no SNC, que são capazes de se multiplicar através de 
mitose. Elas atuam como células de suporte aos 
neurônios, suas funções são: sustentação e 
isolamento dos neurônios, transporte de substâncias 
nutritivas aos neurônios, participação no equilíbrio 
iônico do fluido extracelular e remoção de excretas e 
fagocitose de restos celulares. 
• Podemos encontrar nas células da glia os 
seguintes tipos celulares: astrócitos, micróglia, 
oligodendrócitos e ependimárias. 
Fibras e nervos: As fibras nervosas são constituídas por 
um axônio, mielinizado ou não. O tecido conjuntivo 
que reveste um axônio e suas bainhas envoltórias é 
chamado de endoneuro. As fibras nervosas 
organizam-se em feixes, casa feixe é envolvido por 
uma bainha conjuntiva denominada perineuro, vários 
feixes agrupados paralelamente formam um nervo. O 
nervo também é envolvido por uma bainha de tecido 
conjuntivo, chamada epineuro. 
 
 
2 Isabela Freitas – 3º Termo de Medicina Veterinária (UniSalesiano) 
 
Os nervos não contêm os corpos celulares dos 
neurônios; esses corpos celulares localizam-se no 
sistema nervoso central ou nos gânglios nervosos, que 
podem ser observados próximos à medula espinhal. 
Quando partem do encéfalo, são chamados de 
cranianos; quando partem da medula espinhal, 
denominam raquidianos. 
Os nervos permitem a comunicação dos centros 
nervosos com os órgãos receptores (sensoriais) ou, 
ainda, com os órgãos efetores (músculos e glândulas). 
De acordo com o sentido da transmissão do impulso 
nervoso, os nervos podem ser: 
• Sensitivos ou aferentes: quando transmitem 
os impulsos nervosos dos órgãos receptores 
até o sistema nervoso central; 
• Motores ou eferentes: quando transmitem os 
impulsos nervosos do sistema nervoso central 
para os órgãos efetores; 
• Misto: quando possuem tanto fibras 
sensitivas quanto fibras motoras. São os mais 
comuns no organismo. 
-> Os nervos podem ser classificados de acordo com o tipo 
de neurônio que apresentam, em: nervos sensitivos ou 
aferentes, nervos motores ou eferentes e nervos mistos. 
Os nervos chamados de sensitivos ou aferentes 
contêm apenas fibras nervosas, também chamadas de 
neurofibras, de neurônios sensitivos. Já os nervos 
chamados de motores ou eferentes contêm apenas 
neurofibras de neurônios motores, enquanto os 
nervos mistos contêm neurofibras de neurônios 
sensitivos e também de neurônios motores. 
De acordo com a região do sistema nervoso central 
onde estão unidos, os nervos podem ser classificados 
em nervos cranianos (nervos que saem do encéfalo) e 
nervos raquidianos ou espinhais (nervos que saem da 
medula). Os nervos cranianos unem o encéfalo aos 
órgãos dos sentidos e aos músculos. 
Já os nervos raquidianos unem a medula espinhal às 
células sensoriais e a músculos de diversas partes do 
corpo. Esses nervos se comunicam com a medula 
espinhal através de aberturas existentes nas 
vértebras. Em cada um desses espaços há um par de 
nervos em cada lado da vértebra. Cada nervo 
raquidiano se une à medula através das “raízes” do 
nervo e uma dessas “raízes” une-se à parte dorsal da 
medula, sendo chamado de raiz dorsal, enquanto a 
outra raiz se une à parte ventral da medula, sendo 
chamada de raiz ventral. A raiz dorsal de um nervo 
raquidiano é constituída por neurofibras sensitivas e a 
raiz ventral é constituída somente por neurofibras 
motoras. Dessa forma, se a raiz dorsal de um nervo 
raquidiano for lesada, a parte do corpo que está 
ligada a esse nervo perderá a sensibilidade, sem sofrer 
paralisia muscular. Já se a raiz ventral de algum nervo 
raquidiano for lesionada, haverá paralisia dos 
músculos que estão unidos a esse nervo, porém sem 
perda das sensações de pressão, temperatura, dor, 
etc. 
Axônios aferentes -> raiz dorsal -> medula espinhal 
Medula espinhal -> axônios eferentes -> raiz ventral 
Cada nervo raquidiano se liga à medula por dois 
conjuntos de fibras nervosas: a raiz dorsal e a raiz 
ventral 
Animais como os peixes e anfíbios possuem dez pares 
de nervos cranianos; enquanto répteis, aves e 
mamíferos possuem doze pares. É importante lembrar 
que o número de nervos espinhais varia de acordo 
com a espécie de mamífero. 
 
 
 
 
3 Isabela Freitas – 3º Termo de Medicina Veterinária (UniSalesiano) 
Funções da medula espinhal 
A medula espinhal é responsável por conduzir 
informações de diversas regiões do organismo para o 
cérebro e deste para outras regiões. Essas 
informações são transmitidas por meio dos chamados 
impulsos nervosos. Além disso, ela atua de forma 
independente do cérebro, sendo responsável pelos 
chamados atos reflexos, que são respostas 
involuntárias rápidas do organismo mediante 
determinados estímulos. 
Sistema nervoso 
O sistema nervoso pode ser dividido em central e 
periférico. O sistema nervoso central é formado por 
encéfalo e medula espinhal (recebe estímulos, 
comando e executa respostas), enquanto o periférico 
é formado por nervos cranianos, espinais, gânglios e 
terminações nervosas (conduzem estímulos ao SNC – 
aferente-sensorial, e levam respostas aos órgãos 
efetuadores - eferente-motor. 
 
O SNP é dividido em sistema nervoso somático e 
sistema nervoso autônomo, de acordo com sua 
atuação. 
• Sistema Nervoso Somático: regula as ações que 
estão sob o controle da nossavontade, ou 
seja, ações voluntárias. Atua sob a 
musculatura esquelética de contração 
voluntária. 
• Sistema Nervoso Autônomo: atua de modo 
integrado com o sistema nervoso central. 
Geralmente, exerce o controle de atividades 
de independem da nossa vontade, ou seja, 
ações involuntárias como as atividades 
realizadas pelos órgãos internos. Atua sob a 
musculatura lisa e cardíaca 
 
O Sistema Nervoso Autônomo tem como função 
regular as atividades orgânicas, garantindo a 
homeostase do organismo. Ele apresenta duas 
subdivisões: 
• Sistema Nervoso Simpático: estimula o 
funcionamento dos órgãos; é formado pelos 
nervos espinhais da região torácica e lombar 
da medula. Os principais neurotransmissores 
liberados são a noradrenalina e a adrenalina. 
Luta ou fuga! 
• Sistema Nervoso Parassimpático: inibe o 
funcionamento dos órgãos; é formado pelos 
nervos cranianos e espinhais das 
extremidades da medula. O principal 
neurotransmissor liberado é a acetilcolina. 
Quando estamos calmos! 
 
Potencial de Membranas e Potencial de ação 
Como o citoplasma contém, proporcionalmente 
menor quantidade de íons positivos que o líquido 
externo, a superfície interna da membrana é negativa 
em relação à externa. Dentro da célula, o K+ – cátion 
do potássio – é o principal íon, e o íon do sódio, Na+ , 
domina o meio extracelular. Os íons não são 
distribuídos equilibradamente no líquido intracelular e 
no extracelular, ocorrendo um desequilíbrio elétrico 
entre os meios. O desequilíbrio elétrico é chamado de 
diferença de potencial de membrana, resultado da 
distribuição desigual das cargas. 
-> Líquido extracelular (LEC) e líquido intracelular (LIC). 
A membrana celular age como um isolante, separando 
os meios celulares e impedindo a livre circulação de 
íons, o que ajuda a criar um equilíbrio eletroquímico. 
Se um canal de vazamento de K+ existir na membrana 
celular, tornando a célula permeável a esse íon, o K+ 
irá sair da célula, visto que ele estará se movendo a 
favor de seu gradiente de concentração (afinidade). 
 
 
4 Isabela Freitas – 3º Termo de Medicina Veterinária (UniSalesiano) 
Entretanto, os ânions que estavam dentro das células 
não poderão fazer o mesmo percurso, porquanto a 
membrana é permeável somente ao íon de K+ 
(permeabilidade seletiva). Logo, com a saída dos 
cátions intracelulares, a célula permanecerá negativa 
e o seu exterior positivo. O neurônio em repouso não 
envia e nem recebe sinais elétricos. 
Os canais de vazamento são 100x mais permeáveis ao 
K+ do que ao Na+. 
Lei do tudo ou nada 
A estimulação de um neurônio segue a lei do tudo ou 
nada. Isso significa que ou o estímulo é 
suficientemente intenso para excitar o neurônio, 
desencadeando o potencial de ação, ou nada 
acontece. Não existe potencial de ação mais forte ou 
mais fraco; ele é igual independente da intensidade 
do estímulo. O menor estímulo capaz de gerar 
potencial de ação é denominado estímulo limiar. 
A velocidade de propagação do estímulo nervoso na 
membrana de um neurônio varia entre 10cm/s e 
1m/s. Essa velocidade, no entanto, é insuficiente para 
coordenar as ações de animais de grande porte. 
A propagação rápida dos impulsos nervosos é 
garantida pela presença da bainha de mielina que 
recobre as fibras nervosas. Nas fibras nervosas 
mielinizadas, o impulso nervoso, em vez de se 
propagar continuamente pela membrana do 
neurônio, pula diretamente de um nódulo de Ranvier 
para outro. Nesses neurônios mielinizados , a 
velocidade de propagação do impulso pode atingir 
velocidades de até 200 m/s (720 km/h). 
Potencial de Membrana 
Quando uma célula recebe elétrons fica carregada 
negativamente, já quando ela doa, fica carregada 
positivamente. Podemos dizer então, que cada uma 
dessas células apresenta um potencial elétrico. 
Quando temos duas células com diferentes potenciais 
elétricos, dizemos que existe entre elas uma diferença 
de potencial (d.d.p). Consequentemente, se ligarmos 
essas duas células através de um fio condutor, no caso 
o axônio, haverá uma corrente elétrica (impulso 
nervoso) no sentido da célula que possui mais 
elétrons (potencial negativo) para a que possui menos 
(potencial positivo). 
As células apresentam d.d.p. entre seu meio interno 
(intercelular) e externo (extracelular). Esse fenômeno 
é conhecido como potencial de membrana, existente 
sob duas formas: o potencial de repouso e o potencial 
de ação, que veremos abaixo. 
Potencial de Repouso: ocorre a alternância entre o 
transporte passivo e ativo de íons. Há a entrada 
passiva de íons sódio (Na+), que posteriormente são 
expulsos ativamente, ao mesmo tempo em que íons 
potássio (K+) entram ativamente. Em seguida, o K+ sai 
passivamente da célula, tornando o meio externo 
positivo em relação ao meio interno. Com isso, a 
célula fica polarizada. 
Quando está em repouso, a diferença de potencial 
(d.d.p.) do neurônio é aproximadamente -75 mV, 
indicando que o interior da célula está negativo em 
relação ao meio exterior. O potencial de repouso 
ocorre quando o potencial de membrana não é 
alterado por potenciais de ação. 
O potencial de repouso está entre -65 e -90 mV. 
Potencial de Ação: consiste em uma variação brusca do 
potencial de membrana, provocada por um estímulo. 
Quando uma célula nervosa é excitada por um 
estímulo que atinja o seu limiar de despolarização 
(-65mV), um potencial de ação é gerado dentro da lei 
do tudo ou nada. O potencial de ação é caracterizado 
por três etapas diferentes: despolarização, 
repolarização e hiperpolarização. 
Despolarização (entrada de sódio): quando uma célula 
excitável (neurônio) recebe um estímulo nervoso do 
tipo limiar ou supralimiar, sua d.d.p. de repouso é 
elevada até o limitar de despolarização ou o 
ultrapassa, respectivamente, desencadeando o 
potencial de ação. Neste momento, na membrana 
celular abrem canais de sódio (Na+). Com isso, grande 
quantidade de sódio entra na célula, tornando seu 
interior mais positivo e seu exterior mais negativo. 
Este mecanismo é conhecido como despolarização e a 
d.d.p. nesta fase é aproximadamente +45mv. 
Repolarização (saída de potássio): a entrada de grande 
quantidade de Na+ na célula estimula o fechamento 
dos canais de Na+ e a imediata abertura de canais de 
K+, ocorrendo a saída de K+. Nesta fase, a bomba de 
sódio-potássio funciona transportando ativamente 
três moléculas de Na+ para o exterior e recolocando 
duas moléculas de K+ no interior da célula, tornando 
seu interior mais negativo e seu exterior mais 
 
 
5 Isabela Freitas – 3º Termo de Medicina Veterinária (UniSalesiano) 
positivo. O transporte ativo de íons envolve gasto de 
energia, nesse caso, ocorre o aumento da atividade 
metabólica celular para a obtenção de maior 
suprimento energético. Na célula, uma molécula de 
adenosina trifosfato (ATP) é quebrada, liberando um 
fosfato inorgânico (Pi), uma molécula de adenosina 
difosfato (ADP) e energia, necessária para o 
transporte dos íons. A repolarização faz com que o 
potencial de membrana volte a ser negativo, 
retornando a sua d.d.p. normal de potencial de 
repouso (-75 mV). 
Hiperpolarização (saída do excesso de potássio): quando 
uma célula recebe um estímulo inibitório, ocorre a 
saída do íon potássio (K+) e a entrada do íon cloro (Cl), 
tornando o meio interno da célula mais negativo e o 
meio externo mais positivo, inibindo a propagação do 
potencial de ação. A hiperpolarização dura alguns 
milissegundos e, nesta fase, a d.d.p. pode chegar até a 
-90mV. 
 
Propagação do PA: O PA é gerado na zona de gatilho 
do neurônio e sempre se propaga no sentido da 
despolarização, ele também se propaga ao longo do 
axônio sem diminuição do sinal, é fiel do início ao fim! 
Quando este impulso nervoso, potencial de ação, 
percorre o axônio, o potencial salta de um nódulo 
para outro; este processo é conhecido como condução 
saltatória. Tal fenômenofaz com que o impulso 
nervoso seja conduzido muito mais rapidamente que 
em axônios não mielinizados. 
Nas fibras mielinizadas o PA só se desenvolve nos 
nodos de Ranvier. Sob a bainha não há canais iônicos. 
Sinapses: Neurônios em Comunicação 
A comunicação de um neurônio com o corpo celular 
ou dendritos do outro, ou mesmo com a membrana 
de uma célula muscular, ocorre através de uma região 
conhecida como sinapse (do grego, synapsis = ação de 
juntar). 
A maioria das sinapses são químicas (comunicação é 
feita através de mensageiros químicos - 
neurotransmissores), também existe as sinapses 
elétricas (ocorre um fluxo direto de íons entre as 
células). Em alguns casos pode ocorrer de acontecer 
as duas sinapses juntas! 
Um único axônio pode ter várias ramificações, 
permitindo-lhe fazer sinapses em várias células pós-
sinápticas. Da mesma forma, um único neurônio pode 
receber milhares de entradas sinápticas de muitos 
neurônios pré-sinápticos — transmissores — 
diferentes. 
Dentro do terminal do axônio de uma célula 
transmissora há muitas vesículas sinápticas. Elas são 
esferas ligadas a membrana e repletas de moléculas 
de neurotransmissor. Há um pequeno espaço entre o 
terminal do axônio do neurônio pré-sináptico e a 
membrana da célula pós-sináptica, e este espaço é 
chamado de fenda sináptica. 
Quando um potencial de ação, ou impulso nervoso, 
chega ao terminal do axônio, ele ativa canais de cálcio 
voltagem-dependentes na membrana da célula. O 
Ca2+, que está presente em uma concentração muito 
maior fora do neurônio do que dentro dele, invade a 
célula. O Ca2+ permite que as vesículas sinápticas se 
fundam com a membrana do axônio terminal, 
liberando o neurotransmissor dentro da fenda 
sináptica. 
As moléculas de neurotransmissor se difundem 
através da fenda sináptica e se ligam às proteínas 
receptoras na célula pós-sináptica. A ativação de 
receptores pós-sinápticos leva à abertura ou 
fechamento de canais iônicos na membrana celular. 
Isto pode ser despolarização — tornar o interior da 
célula mais positivo — ou hiperpolarização — tornar o 
interior da célula mais negativo — dependendo dos 
íons envolvidos. Em alguns casos, estes efeitos sobre 
o comportamento do canal são diretos: o receptor é 
um receptor ionotrópico. Em outros casos, o receptor 
não é um canal iônico em si, mas ativa canais iônicos 
através de uma via de sinalização. 
 
 
 
 
 
 
6 Isabela Freitas – 3º Termo de Medicina Veterinária (UniSalesiano) 
Potenciais pós-sinápticos excitatórios e inibitórios 
Quando um neurotransmissor se liga ao seu receptor 
em uma célula receptora, ele faz com que canais 
iônicos se abram ou se fechem. Isto pode produzir 
uma mudança localizada no potencial da membrana— 
a tensão através da membrana — da célula receptora. 
Em alguns casos, a alteração torna a célula alvo mais 
propensa a disparar seu próprio potencial de ação. 
Neste caso, a mudança no potencial de membrana é 
chamada de potencial excitatório pós-sináptico, ou 
PEPS. 
Em outros casos, a mudança torna a célula alvo 
menos propensa a disparar um potencial de ação e é 
chamada de potencial inibitório pós-sináptico, ou 
PIPS. 
Um PEPS é despolarizante: torna o interior da célula 
mais positivo, trazendo o potencial de membrana 
mais perto de seu limite para disparar um potencial 
de ação. Às vezes, um único PEPS não é grande o 
suficiente para trazer o neurônio ao limite, mas ele 
pode se somar a outros PEPSs para desencadear um 
potencial de ação. 
Os PIPSs têm o efeito oposto. Ou seja, eles tendem a 
manter o potencial de membrana do neurônio pós-
sináptico abaixo do limiar de disparo de um potencial 
de ação. PIPSs são importantes porque podem 
neutralizar, ou anular, o efeito excitatório dos PEPSs. 
Uma sinapse apenas pode funcionar efetivamente se 
há alguma maneira de "desligar" o sinal uma vez que 
ele foi enviado. A terminação do sinal deixa que a 
célula pós-sináptica retorne ao seu potencial de 
repouso normal, pronta para a chegada de novos 
potenciais de ação. 
Do sinal ao final, a fenda sináptica deve ser liberada 
de neurotransmissores. Há algumas maneiras 
diferentes de fazer isso. O neurotransmissor pode ser 
quebrado por uma enzima, reabsorvido pelo neurônio 
pré-sináptico, ou pode simplesmente se difundir. Em 
alguns casos, o neurotransmissor pode ser também 
"limpado" pelas células gliais próximas. 
Término de sinais 
Qualquer coisa que interfira no processo que 
encerram o sinal sináptico pode ter efeitos fisiológicos 
significantes. Por exemplo, alguns inseticidas matam 
insetos por inibir uma enzima que quebra o 
neurotransmissor acetilcolina. Em um exemplo mais 
positivo, drogas que interferem com a recaptação do 
neurotransmissor serotonina no cérebro humano são 
usados como antidepressivos, por exemplo, Prozac. 
Sinapses químicas 
A sinalização sináptica é muito flexível. Por exemplo, 
um neurônio transmissor pode regular, para mais ou 
para menos, a quantidade de neurotransmissor que 
liberará em resposta à chegada do potencial de ação. 
Similarmente, uma célula receptora pode alterar o 
número de receptores que coloca em suas 
membranas e quão prontamente responderá à 
ativação desses receptores. Essas mudanças podem 
fortalecer ou enfraquecer a comunicação em uma 
sinapse em particular. 
Células pré-sinápticas e pós-sinápticas podem mudar 
dinamicamente seu comportamento de sinalização 
baseadas em seu estado interno ou nas pistas que 
recebem de outras células. Esse tipo de plasticidade, 
ou capacidade de mudança faz da sinapse um local 
chave para alterar a força de circuitos neuronais e tem 
um papel no aprendizado e memória. A plasticidade 
sináptica está também envolvida no vício. 
Adicionalmente, diferentes células pré-sinápticas e 
pós-sinápticas produzem neurotransmissores e 
receptores de neurotransmissores diferentes, com 
diferentes interações e diferentes efeitos na célula 
pós-sináptica. 
 
Sinapses elétricas 
Em todas as sinapses elétricas, diferentemente das 
sinapses químicas, na uma conexão física direta entre 
os neurônios pré e pós-sinápticos. Essa conexão 
 
 
7 Isabela Freitas – 3º Termo de Medicina Veterinária (UniSalesiano) 
assume a forma de um canal chamado de junção, que 
permite que uma corrente — íons — passe 
diretamente de uma célula para a outra. 
Sinapses elétricas transmitem sinais mais 
rapidamente que sinapses químicas. Algumas sinapses 
são tanto químicas quando elétricas. Nessas sinapses, 
a resposta elétrica ocorre antes da resposta química. 
 
Nenhum outro tecido ilustra tão bem o conceito de 
trabalho em equipe quanto o tecido nervoso. A 
transmissão de informação pelas células nervosas 
lembra uma verdadeira corrida de revezamento, em 
que um neurônio fica conectado a outro, cada qual 
executando determinado papel no circuito por eles 
organizado. 
Três tipos de neurônios podem ser reconhecidos com 
relação à atividade que desenvolvem: 
• Neurônios sensoriais: transmitem impulsos dos 
receptores sensoriais (por exemplo, nos 
órgãos do sentido) aos outros neurônios do 
percurso. 
• Neurônios de associação (interneurônios): 
recebem a mensagem dos neurônios 
sensoriais, processam-na e transferem um 
comando para as células nervosas seguintes 
do circuito. Alguns circuitos nervosos podem 
não ter esse tipo de neurônio. 
• Neurônios efetores (ou motores): são os que 
transmitem a mensagem para as células 
efetoras de resposta, isto é, células 
musculares ou glandulares que respondem 
por meio de contração ou secreção, 
respectivamente. 
Suponha que você receba uma pancada no joelho, 
logo a baixo da rótula ou da patela (nomes dados a 
um osso que fica na frente do joelho). 
A pancada estimula um receptor localizado no interior 
do músculo da coxa (o quadríceps). Esse receptor está 
ligado aos dendritos de um neurônio sensorial – 
aferente – também chamado de neurônio sensitivo,que recebe a mensagem e a encaminha para o corpo 
celular e, deste, para o axônio. Por sua vez, o axônio 
do neurônio sensorial estabelece uma sinapse com 
um neurônio motor – eferente (um neurônio de 
resposta). 
 
O axônio do neurônio motor é conectado ao músculo 
quadríceps e encaminha a resposta “mexa-se”. De 
imediato, esse músculo se contrai e você movimenta a 
perna. Perceba que o ato de mexer a perna para 
frente envolve o trabalho de apenas dois neurônios: o 
sensorial e o motor. No entanto, para que isso possa 
acontecer, é preciso que o músculo posterior da coxa 
permaneça relaxado. 
Então, ao mesmo tempo, o axônio do neurônio 
sensorial estabelece uma sinapse com um 
interneurônio (neurônio de associação) que, por sua 
vez, faz uma conexão com um segundo neurônio 
motor. O axônio desse neurônio motor se dirige para 
o músculo posterior da coxa, inibindo a sua contração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 Isabela Freitas – 3º Termo de Medicina Veterinária (UniSalesiano) 
Mecanismo da neurotransmissão química 
 
1. Chegada do impulso nervoso ao terminal pré-
sináptico 
2. Abertura de canais de Ca2 Voltagem 
dependentes 
3. Influxo de Ca2 (2º mensageiro) 
4. Exocitose dos NT 
5. Interação NT-receptor pós-sináptico causando 
abertura de canais iônicos NT dependentes -> 
entrada de Na+ -> despolarização -> PA 
6. Os NT são degradados por enzimas 
Neurotransmissores x Neuromoduladores 
Atualmente diversas moléculas foram recém-
descobertas e isso levou a necessidade de se estipular 
padrões para que essas moléculas se encaixem como 
neurotransmissores (NTs) ou neuromoduladores 
(NMs). Atualmente as seguintes características são 
consideradas para a inclusão da nova molécula na 
classe dos (NTs): 
• Os neurotransmissores devem ser 
sintetizados dentro do neurônio ao contrário 
dos neuromoduladores. 
• Os NTs devem ser encontrados na terminação 
pré-sináptica e secretado em quantidades 
suficientes para surtir efeitos no local de ação; 
• Os NTs devem imitar a ação de um 
transmissor endógeno, quando este for 
aplicado exogenamente; 
• Os NTs devem apresentar mecanismos 
específicos para sua remoção. 
 
 
Neurotransmissores 
Aminoácidos 
• Acido-gama-amino-butírico (GAMA) 
• Glicina (Gly) 
• Glutamato (Glu) 
• Asparato (Asp) 
Aminas 
• Acetilcolina (Ach) 
• Adrenalina 
• Noroadrenalina 
• Dopamina (DA) 
• Serotonina (5-HT) 
• Histamina 
Purinas 
• Adenosina 
• Trifosfato de adenosina (ATP) 
 
Neuromoduladores 
Peptídeos 
• Gastrinas: gastrina, colecisticinina 
• Hormônios da Neurohipófise: vasopressina, 
ocitocina 
• Opioides 
• Secretinas 
• Somatostatinas 
• Taquicininas 
• Insulinas 
Gases 
• Óxido nítrico (NO) 
• Monóxido de carbono (CO) 
Neurotransmissores excitatórios e inibitórios 
Alguns neurotransmissores são considerados 
"excitatórios," provocando a deflagração de um 
potencial de ação no neurônio alvo. Outros são 
considerados "inibitórios," dificultando a deflagração 
de algum potencial de ação no neurônio alvo. 
 
 
 
 
9 Isabela Freitas – 3º Termo de Medicina Veterinária (UniSalesiano) 
NT Inibitórios NT excitatórios 
Gaba Glutamato 
Endorfina Adrenalina (β1, β2, α1...) 
Dopamina (D2) Acetilcolina 
Serotonina (5HT1) Dopamina (D1) 
 Serotonina (5HT4) 
 
Receptores colinérgicos: Muscarínicos e Nicotínicos 
Podem ser diferenciados entre si com base em suas 
diferentes afinidades para fármacos que mimetizam a 
ação da acetilcolina. 
Receptores Muscarínicos: esses receptores, além de 
ligarem a acetilcolina, também reconhecem a 
muscarina, um alcaloide que está presente em certos 
cogumelos venenosos. Os receptores muscarínicos 
apresentam baixa afinidade pela nicotina. São 
diferenciadas subclasses de receptores muscarínicos: 
M1, M2, M3, M4 e M5. Esses receptores são 
encontrados em gânglios do sistema nervoso 
periférico e nos órgãos efetores autonômicos, como 
coração, músculos lisos, cérebro e glândulas 
exócrinas. Hiperpolarização! 
• M1 – Neurônios; Células parietais gástricas 
• M2 – Células cardíacas; Neurônios; Músculo 
liso. 
• M3 – Bexiga; Glândulas exócrinas; Músculo lis 
• M4 – Neurônios 
• M5 – Neurônios 
Receptores Nicotínicos: são estruturas pentaméricas, 
que atuam como alvo do tipo canal iônico. Todas as 
cinco subunidades – α (alfa); β (beta); γ (gama); δ 
(delta); ε (epsolon) - possuem estruturas semelhantes, 
mas com leves diferenças. Entre cada subtipo, 
inclusive, pode haver diferenças moleculares. Sabe-se 
que existem 09 tipos de subunidades α, 04 tipos de 
subunidade β, e 01 tipo de cada uma das demais. 
Despolarização! 
Os receptores nicotínicos podem ser divididos em três 
classes principais: 
• receptores nicotínicos musculares – molécula 
principal: (α1)2β1δε - localizados na junção 
neuromuscular esquelética; 
• receptores nicotínicos ganglionares – molécula 
principal: (α3)2(β4)3 - responsáveis pela 
transmissão nos gânglios simpáticos e 
parassimpáticos; 
• receptores nicotínicos dos SNC – moléculas 
principais: (α4)2(β2)3 e (α7)5 espalhados por 
todo o cérebro, em localização e composição 
molecular variada. 
Sinalizações que alteram o potencial de repouso 
• NT -> abertura ou fechamento dos canais 
iônicos -> altera o potencial de membrana. 
• Alteração -> natureza do receptor ativado 
pelo NT 
• Potencial + positivo -> (PEPS) 
• Potencial + negativo -> (PIPS) 
Canais Dependentes de Voltagem 
Os canais que se abrem em resposta a uma mudança 
no potencial da membrana são chamados de canais 
dependentes de voltagem. Essa mudança no potencial 
elétrico ocorre devido ao movimento de íons através 
da membrana, o que providencia energia para a 
abertura do canal. 
Canal de Cálcio Dependente de Voltagem: a estrutura é 
parecida com a do canal de sódio dependente de 
voltagem. O aumento no nível de cálcio dentro de 
neurônio gera a ativação de enzimas e, por fim, a 
liberação de neurotransmissores na fenda sináptica 
Canal de Potássio Dependente de Voltagem: a estrutura é 
parecida com a do canal de sódio dependente de 
voltagem, mas é composto por quatro polipeptídeos. 
O "pore loop" desse canal o torna mais permeável a 
potássio do que a sódio. Pode ser bloqueado por: 
• Tetraetilamonio 
• 4-aminopiridina 
Antagonista e Agonista 
Agonista refere-se às ações ou estímulos provocados 
por uma resposta, referente ao aumento (ativação) ou 
diminuição (inibição) da atividade celular. Sendo uma 
droga receptiva. Agonista inverso causa uma ação 
oposta do agonista. 
Os denominados antagonistas agem como 
bloqueadores dos receptores, ou seja, diminuem as 
respostas dos neurotransmissores, presentes no 
organismo. O antagonismo pode diminuir ou anular o 
efeito do agonista.

Outros materiais