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Ética e bioética - Saúde da Mulher - UFRJ

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ÉTICA E BIOÉTICA NO CUIDADO À MULHER E AO RECÉM NASCIDO BASES CONCEITUAIS
ÉTICA
Vem do grego, ethos – “lugar onde se habita” – “morada” – “modo de ser” ou “caráter”.
ÉTICA ≠ MORAL
→ Um tipo de saber chamado “ética” tem por objetivo o caráter, o modo de ser a partir do qual os homens enfrentam
a vida; o modo de ser do qual o homem e mulher se apropriam durante suas vidas.
→ Esta apropriação pode se dar através de repetições de atos que geram hábitos (virtudes ou vícios).
→ No meio profissional: ou eu sou bom ou eu não sou, e uma vez que eu não sou bom no que eu faço eu cometo um
erro ético e moral, pois eu terei um código de ética dizendo quais são as boas práticas no meu exercício
profissional e eu não posso ferir o outro através da minha práxis profissional.
→ A moral é compreensão da ética.
ÉTICA APLICADA AO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO DE ENFERMAGEM
LEGISLAÇÕES INDISPENSÁVEIS
LEI DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA ENFERMAGEM
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM
➢ Lei federal n° 7.498, de 25 de junho de 1986: dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem
➢ Decreto 94.406, de 08 de junho de 1987: regulamenta e lei 7.498/86
CÓDIGO DE ÉTICA
➢ Resolução COFEN 311/2007: aprova a reformulação do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem
OUTRAS...
➢ Resolução COFEN n° 233 – 1999: dispõe sobre a atuação de Enfermeiros na Assistência à mulher no ciclo
gravídico puerperal.
➢ Portaria n° 569, de 1º de junho de 2000: Art. 1º - institui o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento,
no âmbito do SUS.
➢ Legislação do SUS, Lei n° 8.080/90
BIOÉTICA:
➢ Ética aplicada relacionada à vida.
➢ A terminologia “bioética” surgiu com Van Rensselaer POTTER (EUA) em 1971, bioquímico e professor de
oncologia da Escola Médica da Universidade de Wisconsin, publicou o livro Bioethics: Bridge to The Future.
➢ Esse livro foi mais tarde reconhecido como a obra de origem da bioética, campo de atuação científica, normativa
e institucional estabelecido no final da década nos EUA da América do Norte.
➢ O nascedouro sistemático da bioética no século XX foi nos EUA.
➢ “Como biólogo especialista em imunologia do câncer, Potter utilizou de seu conhecimento sobre os processos
naturais para problematizar a capacidade de adaptação humana em um contexto de aceleradas mudanças
ambientais.” (CUNHA, 2016).
➢ A consolidação da bioética como ética aplicada ocorreu, sobretudo, após a publicação do relatório Belmont
Report (1978) – orientações éticas para a realização de pesquisas biomédicas e comportamentais envolvendo
seres humanos nos EUA. Não havia delimitações éticas sobre pesquisa em seres humanos, lembrando que a
primeira e segunda guerra mundial foram atrocidades. No período do holocausto, a pesquisa com seres humanos
era terrível e outras pesquisas, como para medicamentos, vírus. Hoje para estabelecer metas e delimitações éticas
de cunho legal veio após meados do séc. XX, após a guerra, em 1947, com o grande código de ética chamado de
Nuremberg, onde se deu um basta de pesquisa com seres humanos que eram nocivos.
➢ A publicação da Encyclopedia of Bioethics, em 1978, e do livro Principles of Biomedical Ethics, em 1973,
consolidaram na esfera acadêmica a identidade biomédica que perdura até hoje.
➢ Potter entendeu a bioética como: uma nova ciência interdisciplinar com o objetivo de melhorar a qualidade de
vida das pessoas, permitindo que as mesmas participem do processo de evolução biológica e da preservação do
equilíbrio universal.
➢ Potter propôs a bioética: como uma ciência voltada para a sobrevivência e para a qualidade de vida do ser
humano, diante das diversas ameaças a sua vida e a vida do planeta.
➢ Envolve: o controle da população; fomento a paz; medidas contra a pobreza; maior consciência ecológica;
proteção da vida animal; bem estar da humanidade e consequentemente a sobrevivência da espécie humana e do
planeta como um todo.
➢ Precisamos entender o ser humano desde o seu nascimento, até o período gestacional e a sua senescência.
➢ Como conceituar a bioética?
“Bioética é um neologismo derivado das palavras gregas “bios” (vida) e “ethike” (ética). Pode-se defini-la
como o estudo sistemático das dimensões morais – incluindo visão, decisão, conduta e normas morais – das
ciências da vida e da saúde, utilizando uma variedade de metodologias éticas num contexto interdisciplinar”.
➢ No século XX muita coisa aconteceu com relação à vida reprodutiva, como a compreensão do processo de
fecundação, fertilização, compreensão do que é espermatozoide e óvulo, contraceptivos e tudo isso relacionado a
vida da saúde da mulher.
SISTEMATIZAÇÃO DA BIOÉTICA E DESDOBRAMENTO NO SÉCULO XX
PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX - tempo marcado pelas Grandes Guerras Mundiais e pesquisas em seres
humanos não controladas e legisladas.
SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX - tempo caracterizado por diversos fenômenos e avanços biomédicos, sociais
e culturais.
SETEMBRO DE 1992 - Universidade de Washington, Seattle - Conferência sobre o “nascimento da bioética” - 1°
grande momento para a ‘nova ética’.
ACONTECIMENTOS IMPORTANTES:
➢ Progresso das ciências biomédicas;
➢ Interrogações acerca da capacidade do ser humano administrar tal poder;
➢ Crescente consciência dos direitos humanos inalienáveis;
➢ Queda do mito da neutralidade ética da ciência;
➢ Necessidade de repensar a relação do ser humano com o planeta;
➢ Pesquisa em Seres Humanos;
➢ Transplantes - Coração (Christian Barnard, 1967) - muitas perguntas em meio à perplexidade do avanço médico.
OUTROS AVANÇOS:
➢ Estrutura molecular do DNA (1953);
➢ Técnicas de reanimação (1954);
➢ Transplante renal (1955);
➢ Fecundação animal in vitro (1955);
➢ Pílula anticoncepcional (1960);
➢ Nova definição de morte (1975);
➢ Fertilização In-vitro e Transferência de Embriões (FiVET) - 1978;
➢ Clonagem da Ovelha Dolly (1996);
➢ Engenharia genética e eugenia;
➢ Reprodução assistida e destino dos embriões humanos;
➢ Manipulação dos genes; Mapeamento do DNA etc.
➢ Vacina para COVID-19.
COMO SE APLICA OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA BIOÉTICA?
Décadas de 1970 e 1980 - 4 princípios básicos
1. Princípio da Autonomia - Capacidade de atuar com conhecimento de causa e sem qualquer coação ou influência
externa.
2. Princípio da beneficência - requer o atendimento do médico e/ou geneticista aos interesses das pessoas
envolvidas nas práticas de cuidado, para que tenham garantido o seu bem-estar, evitando na medida do possível,
quaisquer danos.
3. Princípio da não maleficência - desdobramento da beneficência - obrigação de não produzir dano intencional.
4. Princípio da justiça - distribuição dos benefícios, no que se refere à prática médica pelos profissionais de saúde -
os iguais deverão ser tratados igualmente.
O relatório de Belmont trouxe uma orientação sobre os princípios básicos, mas eles não são os únicos e existem outros
princípios.
O paciente que tenha sua cognição preservada e que consegue alcançar o entendimento, deve ser devidamente
orientado pela equipe terapêutica ele delibera ou não se ele deseja o tratamento.
Ortotánasea, distanásea, aborto – assuntos relacionados a mulher e RN.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL SOBRE BIOÉTICA E DIREITOS HUMANOS – UNESCO 2005
A Conferência Geral, tendo presente a Constituição da UNESCO, adotada em 16 de Novembro de 1945.
Tendo igualmente presente que a identidade de um indivíduo inclui dimensões biológicas, psicológicas, sociais,
culturais e espirituais.
Proclama os princípios a seguir e adota e presente Declaração
Artigo 3 - Dignidade Humana e Direitos Humanos
a) A dignidade humana, os direitos humanos e as liberdades fundamentais devem ser respeitados em sua totalidade.
b) Os interesses e o bem-estar do indivíduo devem ter prioridade sobre o interesse exclusivo da ciência ou da
sociedade.
Artigo 10 - Igualdade, Justiça e Equidade
A igualdade fundamental entre todos os seres humanos em termos de dignidade e de direitos.
Deve ser respeitada de modo que todos sejam tratados de forma justa e equitativa.
Artigo 11 - Não-Discriminação e Não-Estigmatização
Nenhum indivíduo ou grupo deve ser discriminadoou estigmatizado por qualquer razão, o que constitui violação à
dignidade humana, aos direitos humanos e liberdades fundamentais.
Artigo 14 - Responsabilidade Social e Saúde
b) Considerando que usufruir o mais alto padrão de saúde atingível é um dos direitos fundamentais de todo ser
humano, sem distinção de raça, religião, convicção política, condição política, condição econômica ou social, o
progresso da ciência e da tecnologia deve ampliar:
(iv) a eliminação da marginalização e da exclusão de indivíduos por qualquer que seja o motivo; (UNESCO, 2005)
Violência contra a mulher - feminicídio
Violência obstétrica (atinge também o RN e muitas vezes atinge a família toda) – ela pode ser institucional, ou
feita pelo próprio profissional de saúde
Discriminação e preconceito relacionados às questões de gênero – TRANS, lésbicas, mulheres negras,
quilombolas, indígenas
BASES ÉTICAS APLICADAS E ATUAÇÃO DA ENFERMEIRA NO CUIDADO INTEGRAL À SAÚDE DA
MULHER E DO RN:
➢ A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e a qualidade de vida da pessoa, família e
coletividade;
➢ O profissional de enfermagem atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, com
autonomia e em consonância com os preceitos éticos e legais.
➢ O profissional de enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos humanos, em todas as suas
dimensões.
➢ O profissional de enfermagem exerce suas atividades com competência para a promoção do ser humano na sua
integralidade, de acordo com os princípios da ética e da bioética.
Fazer o melhor para que a mulher e o seu bebe tenha uma qualidade de vida e que seja da melhor maneira possível.
Em todas as dimensões = do bebê, criança, mulher, à mulher idosa.
➢ Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia,
negligência ou imprudência.
➢ Prestar assistência de enfermagem sem discriminação de qualquer natureza.
➢ Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade do ser humano, em todo seu ciclo vital, inclusive nas
situações de morte e pós-morte.
➢ Registrar no prontuário da paciente as informações inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar.
Na saúde da mulher vamos receber nos hospitais, nos ambulatórios, nas ESFs, mulheres CISS (mulheres hetero),
mulheres TRANS, mulheres lésbicas e precisamos assegurar o respeito, dignidade, privacidade e confidencialidade.
Sem discriminação tbm no aspecto religioso!!! A questão religiosa às vezes interfere muito na questão do tratamento e
precisamos ter uma habilidade de escuta e atenção não discriminadora, e não excludente em relação a essa mulher que
traz muitas vezes orientações da sua religião que se contrapõem a nossa orientação profissional. E a mulher precisa ter
sempre autonomia nas suas decisões, tendo a palavra final!!!
O pudor é a capacidade que cada um tem de se autopreservar e muitas vezes isso é violado – erro ético!
COM BASE NA ABORDAGEM INTEGRAL ÀS MULHERES NAS SUAS DIVERSAS ETAPAS DE VIDA:
CONSULTA DE ENFERMAGEM:
PNAISM: Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher
O PNAISM foi crescendo na sua ampliação! Hoje ela fala de mulheres idosas, mulheres em situação de privação de
liberdade (sistema carcerário) e isso antes não era contemplado.
➢ Realizar a Sistematização da Assistência de Enfermagem;
➢ Solicitar exames de rotina e encaminhar para tratamento;
➢ Proceder às Ações de Enfermagem conforme a demanda do tratamento;
➢ Acompanhar e apoiar a mulher e sua família durante o processo de diagnóstico e tratamento;
➢ Buscar integrar o cuidado destinado à mulher junto à equipe de saúde;
➢ Realizar ações educativas para as mulheres suas famílias;
➢ Elaborar atividades com grupos de apoio interdisciplinares, grupos de sala de espera, com gestantes, idosas,
drogadictas, adolescentes, e outros;
➢ Oferecer educação continuada, apoio e supervisão a equipe de enfermagem e aos agentes de saúde.
Sempre coloca-se ao lado da mulher, de sua família e de sua comunidade ressaltando os aspectos éticos e
humanizados.
ALGUNS TEMAS ESPECÍFICOS DESDE A CONCEPÇÃO
➢ Privacidade e confidencialidade;
➢ Dignidade Humano;
➢ Mistanásia e falta de acesso aos sistemas de saúde;
➢ Ortotanásia e kalotanásia; Espiritualidade;
➢ Cuidados Paliativos;
➢ Mal formação genética e congênita;
➢ UTI Neonatal e suas complexidades;
➢ A criança e seus processos de adoecimento e ou cronicidades;
➢ Fim de vida e morte;
➢ Luto por perda gestacional;
➢ Luto por perda neonatal;
➢ O luto dos pais, irmãos e família;
➢ O luto do profissional de saúde.
SEXUALIDADE HUMANA
CORPOREIDADE:
Em relação a mulher estamos a todo momento tratando de corporeidade! O corpo da mulher é o que está sendo
conversado!
A nossa corporeidade é a expressão de comunicação, relação e presença.
Não animalizado é quando se fala de instinto e de movimentos de consciência.
A nossa corporeidade traz uma dialética de mistério, pq o meu corpo expressa o que eu sou, mas o meu corpo não
expressa tbm tudo o que sou não e eu sou capaz de me comunicar e ao mesmo tempo me ocultar.
Quando vejo uma mulher na sua expressão corporal, eu preciso entender que ela não é só o corpo dela não e tem os
aspectos emocionais, psíquicos e sociais, os aspectos de consciência em relação até que ponto essa mulher está
revelando quem ela é quando eu examino e toco o seu corpo, e entender esse corpo que eu estou examinando eu
preciso do consentimento dessa mulher para fazer, pois esse corpo é sagrado e é dela.
Quando recebo uma mulher para atender, eu estou diante de um corpo que eu vou examinar, vou fazer um diagnóstico
de enfermagem, vou oferecer uma terapêutica específica de enfermagem, mas eu estou diante de uma pessoa inteira
que tem uma história e que traz uma expressão de vida familiar e coletiva. Por isso eu preciso olhar ela com tanto
respeito e individualidade.
➢ ONU – Desenvolvimento Sustentável AGENDA 2030 – POR UM PLANETA 50-50 EM 2030 – UM PASSO
DECISIVO PELA IGUALDADE DE GÊNERO
➢ ONU Mulheres: 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres
Filmes:
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Solitário anônimo
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