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Tarcísio José Pereira
Leitura e Produção de Texto
Brasília-DF
2014 
Copyright © 2014 Faculdade Projeção
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS - É proibida à reprodução total ou parcial, de qualquer 
forma ou por qualquer meio. A violação dos direitos de autor (Lei nº 9.610/98) é crime 
estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal. 
Faculdade Projeção
Presidente: Prof. Oswaldo Luiz Saenger
Diretora Geral das Unidades Educacionais: Profª. Catarina Fontoura Costa
Diretor Acadêmico da Educação Superior: Prof. José Sérgio de Jesus
Coordenador dos Cursos do Pronatec: Prof. Luiz Augusto Ramos Pedro
Autor: Tarcísio José Pereira
Revisão ortográfica: Thays Almeida Lacerda
Capa: Comunicata
Diagramação: Fernando Brandão
Normalizador: Luís Eduardo Gauterio Fonseca
ISBN: 978-85-68518-10-6
1º Edição - 2014 / Brasília-DF
Impresso no Brasil
 P436 
Pereira, Tarcísio José
 Leitura e produção de texto / Tarcísio José Pereira.
Brasília, Projeção, 2014. 
124 p. : 23 cm.
Material didático-pedagógico do Pronatec - Projeção.
ISBN: 978-85-68518-10-6 
1. Gramática 2. Funções da linguagem 3. Comunicação 
I. Título. 
 
CDU 811.134.3
Catalogação-na-fonte
Serviço de Regulamentação e Normas Técnicas - Biblioteca Central / FaPro
Bibliotecário Luís Eduardo Gauterio Fonseca. CRB 01/1597
Faculdade Projeção
CNB 14 - A/E 5, 6 e 7 - SAMDU Norte 
Taguatinga (DF) CEP 72115-150
Tel. (61) 3451-3873
Site: http://www.fapro.edu.br/
Apresentação
Caro estudante,
A disciplina Leitura e Produção de Texto tem como objetivo principal 
levar a uma discussão e aprendizado; acerca da língua portuguesa, por 
meio de uma analise dos conceitos básicos aliando a teoria à prática para 
que você, educando, possa repensar e melhorar a sua prática de leitura e 
produção textos; uma vez que, a língua é mutável e adaptável a cada ação 
do dia a dia.
Trabalhar a língua materna, no nosso caso língua portuguesa, de 
forma prazerosa é um dos objetivos dessa disciplina, assim como romper 
com os bloqueios que adquirimos ao longo do tempo, e aprender a usá-
la de forma correta nas diferentes ocasiões. Também, aprender o que é 
a variação linguística, lembrando sempre que a norma culta é o foco do 
nosso trabalho.
Assim essa disciplina encontra-se dividida em seis unidades, onde 
serão trabalhadas: comunicação, gramática, coesão e coerência; funções 
da linguagem, leitura e produção de texto; e, por im, texto, contexto e 
informações. Para que assim, você, possa aprofundar nas questões da 
língua e reletir sobre esta.
Bons Estudos!
Sumário 7
Sumário
1 COMUNICAÇÃO ......................................................................................... 11
1.1 Ponto de partida ............................................................................................................... 11
1.2 Roteiro do conhecimento .............................................................................................. 11
1.2.1 Agentes da comunicação ............................................................................................... 14
1.2.2 A comunicação na atualidade ...................................................................................... 16
1.2.3 Tipos de comunicação .................................................................................................... 19
1.3 O que aprendemos? ........................................................................................................ 21
1.4 Na prática ........................................................................................................................... 21
1.5 Glossário ............................................................................................................................. 22
1.6 Referências ......................................................................................................................... 23
2 ELEMENTOS GRAMATICAIS ....................................................................... 27
2.1 Ponto de partida ............................................................................................................... 27
2.2 Roteiro do Conhecimento .............................................................................................. 27
2.2.1 Acentuação Gráfica .......................................................................................................... 28
2.2.2 Crase .................................................................................................................................... 30
2.2.3 Substantivos ...................................................................................................................... 36
2.2.4 Adjetivos ............................................................................................................................. 39
2.2.5 Pronomes ............................................................................................................................ 42
2.2.6 Pontuação........................................................................................................................... 60
2.3 Na prática ........................................................................................................................... 64
2.4 O que aprendemos? ........................................................................................................ 67
2.5 Referências ......................................................................................................................... 68
3 COESÃO E COERÊNCIA ............................................................................... 73
3.1 Ponto de Partida ............................................................................................................... 73
3.2 Roteiro do conhecimento .............................................................................................. 73
3.2.1 Coerência ............................................................................................................................ 73
3.2.2 Coesão ................................................................................................................................. 76
3.3 Glossário ............................................................................................................................. 78
3.4 Na prática ........................................................................................................................... 78
3.5 O que aprendemos? ........................................................................................................ 80
3.6 Referências ......................................................................................................................... 80
Leitura e Produção de Texto8
4 FUNÇÕES DA LINGUAGEM......................................................................... 85
4.1 Ponto de partida ............................................................................................................... 85
4.2 Roteiro do conhecimento .............................................................................................. 85
4.2.1 Função Referencial ou Denotativa............................................................................... 86
4.2.2 Função Conativa ou Apelativa ...................................................................................... 86
4.2.3 Função Emotiva ou Expressiva ..................................................................................... 87
4.2.4 Função Metalinguística................................................................................................... 88
4.2.5 Função Fática ..................................................................................................................... 89
4.2.6 Função Poética .................................................................................................................. 90
4.3 Glossário .............................................................................................................................91
4.4 Na prática ........................................................................................................................... 91
4.5 O que aprendemos? ........................................................................................................ 94
4.6 Referências ......................................................................................................................... 94
5 LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO ............................................................. 99
5.1 Ponto de partida ............................................................................................................... 99
5.2 Roteiro do conhecimento .............................................................................................. 99
5.3 O ato de ler .......................................................................................................................101
5.4 Redação e os bloqueios para o seu desenvolvimento .........................................102
5.5 Tipos de redação ............................................................................................................103
5.5.1 Descrição ..........................................................................................................................103
5.5.2 Narração ............................................................................................................................104
5.5.3 Dissertação .......................................................................................................................105
5.6 Na prática .........................................................................................................................107
5.7 O que aprendemos? ......................................................................................................110
5.8 Referências .......................................................................................................................111
6 TEXTO, CONTEXTO E INFORMAÇÃO ........................................................ 115
6.1 Ponto de partida .............................................................................................................115
6.2 Roteiro do Conhecimento ............................................................................................115
6.2.1 Percepção .........................................................................................................................116
6.2.2 Linguagem e diversidade linguística ........................................................................116
6.2.3 Texto e Contexto ............................................................................................................118
6.3 Na prática .........................................................................................................................121
6.4 O que aprendemos ........................................................................................................121
6.5 Referências .......................................................................................................................121
1
COMUNICAÇÃO
1.1 Ponto de partida
1.2 Roteiro do conhecimento
 1.2.1 Agentes da comunicação
 1.2.2 A comunicação na atualidade
 1.2.3 Tipos de comunicação
1.3 O que aprendemos?
1.4 Na prática
1.5 Glossário
1.6 Referências
Le
it
u
ra
 e
 P
ro
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u
çã
o
 d
e 
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xt
o
Comunicação 11
 1 COMUNICAÇÃO
 1.1 Ponto de Partida
Caro estudante,
Você sabe o que é comunicação? Quais são os elementos da 
comunicação? E o que é ruído? Já parou para pensar que nós nos 
comunicamos o tempo todo?
Estamos iniciando a nossa jornada na Leitura e Produção de Texto 
em Língua Portuguesa. Aqui na primeira unidade veremos o que é a 
comunicação, os elementos que compõem a comunicação, um pouco da 
sua história; dentre outros elementos essenciais para tal processo. Nessa 
unidade também será trabalhado o conceito de comunicação e os ruídos 
que podem diicultá-la.
Ao inal desta unidade você estará apto a:
• Identiicar os elementos que compõem o processo de comunicação;
• Compreender o que é e como se faz a comunicação;
• Ser capaz de comunicar-se de maneira clara;
• Veriicar se no ato da comunicação houve ruído ou não;
• Trabalhar com meios diversiicados de comunicação.
Convido-te para, ao inal da disciplina, realizar as atividades sugeridas 
com o objetivo de ixar o conteúdo ensinado de forma eiciente, onde você 
poderá por em prática o que foi aprendido ao longo da unidade.
 1.2 Roteiro do Conhecimento
Você sabe o que é comunicação? Sabe quando há uma 
comunicação? Com que frequência você se comunica? 
Sempre há compreensão no processo de comunicação?
Segundo o Dicionário Aurélio comunicação signiica: “Ação de 
comunicar, estar em comunicação com alguém. Aviso, mensagem, 
informação: comunicação de uma notícia. Transmissão da informação no 
interior de um grupo, considerada em suas conexões com a estrutura desse 
grupo. Meio de ligação: vias de comunicação”.
Como primeiro enfoque do conceito de comunicação, pode-se 
começar pela sua etimologia. A palavra deriva do latim communicare, 
que signiica “partilhar algo, pôr em comum”. Portanto, a comunicação 
Leitura e Produção de Texto12
é um fenômeno inerente à relação que os seres vivos mantêm quando se 
encontram em grupo. Por meio da comunicação, as pessoas ou os animais 
obtêm notícias/informações sobre o seu entorno e podem partilhar com 
os outros. 
Também, pode-se dizer que comunicação é “a forma como as 
pessoas se relacionam entre si, dividindo e trocando experiências, idéias, 
sentimentos, informações, modiicando mutuamente a sociedade onde 
estão inseridas. Sem a comunicação, cada um de nós seria um mundo 
isolado”. (VASCONCELOS, 2009).
A etimologia da palavra sugere que se trate de um conceito 
eminentemente social na sua origem. Assim sendo, em primeiro lugar 
diz respeito ao homem. Em segundo , trata-se de um fenômeno concreto, 
objetivo, que ocorre quando um ser A transfere uma informação a um ser 
B. Em terceiro, a comunicação seria um processo ativo, ou seja, envolve 
na sua essência um propósito, que é o de se inluenciar outro ser, modiicar 
seu comportamento, obter uma resposta.
Assim, podemos dizer que é por meio da através comunicação que os 
seres humanos e os animais partilham informações entre si tornando o ato 
de comunicar uma atividade essencial para a vida em sociedade.
Desde o princípio dos tempos, a comunicação foi de importância 
vital, sendo uma ferramenta de integração, instrução, de troca mútua e 
desenvolvimento. A história da comunicação começa com o grunhido 
do homem, a partir daí a imitação de animais, sons não somente com a 
boca, mais com as mãos e objetos passaram a fazer parte do processo de 
comunicação.
Para Vasconcelos (2009):
Os homens encontraram uma forma de associar um som ou objeto a 
um gesto ou ação. Assim nasceu o signo, que é qualquer coisa que faça 
referência a outra coisa, dando-lhe uma signiicação. Os signos podem ser 
representados por símbolos (objetos físicos que dão signiicação moral. Ex.: 
bandeira e hino nacional, mulher cega segurando uma balança, alianças do 
casal)e sinais (indícios que possibilitam conhecer, reconhecer ou prever algo. 
Ex.: Sinais de trânsito, sinais ortográicos, sinais de luzes nos aeroportos, 
nas traseiras dos carros, luz de freio etc. O homem também descobre seus 
sinais: pegadas humanas na praia são indícios de que alguém esteve ali, dor 
nas articulações é indício de que vai chover). A atribuição de signiicados a 
determinados signos é a base da linguagem.
Comunicação 13
Consulte o site www.fumdham.org.br para 
saber mais sobre as figuras rupestres, onde 
se encontram algumas dessas figuras aqui no 
Brasil e suas visitações.
Assim nascem os primeiros alfabetos, a partir de imagens que 
direcionavam aos sons, desenhos, e signos diversos. Como uma forma 
alternativa de comunicação os alfabetosservem para deixar recados, 
transmitir informações mais distantes e ixá-la por mais tempo, como as 
iguras rupestres que os homens das cavernas deixaram a milhões de anos.
Pinturas rupestres
w
w
w
.f
u
m
d
h
am
.o
rg
.b
r
No caso dos seres humanos, a comunicação é um ato próprio da 
atividade psíquica, que deriva do pensamento, da linguagem e do 
desenvolvimento das capacidades psicossociais de relação. A troca de 
mensagens (que pode ser verbal ou não verbal) permite ao indivíduo 
inluenciar os de mais e ser inluenciado, por sua vez.
A comunicação ocorre quando interagimos com outras pessoas, 
utilizando a linguagem, sendo esta verbal (as palavras), não verbal (gestos, 
movimentos, expressões corporais e faciais, sons, cores, etc.), mistas e 
digitais. Também pode acorrer a junção de duas formas de linguagens no 
processo de comunicação. 
A Pinacoteca no estado de São Paulo, também, pode 
ser um excelente local de estudo e aprofundamento 
da comunicação. Confira http://www.pinacoteca.
org.br/pinacoteca-pt/ 
Leitura e Produção de Texto14
O processo comunicativo implica a emissão de sinais (sons, gestos, 
indícios, etc.) com a intenção de dar a conhecer uma mensagem. Para que a 
comunicação seja bem-sucedida, o receptor deve ser capaz de descodiicar 
a mensagem e de interpretá-la. O processo reverte-se assim que o receptor 
responde e passa a ser o emissor (sendo que o emissor original passa a ser 
o receptor do ato comunicativo).
 1.2.1 Agentes da comunicação
Os agentes da comunicação são os elementos necessários para que 
dois ou mais indivíduos possam comunicar-se de forma clara e que se 
façam entender e serem entendidos no processo de comunicação. Contudo, 
às vezes, podem aparecer problemas no processo de comunicação, quando 
isso ocorre dizemos que houve ruído na comunicação.
QUEM?
 DIZ O QUE?
 EM QUE CANAL?
 PARA QUEM?
 E COM QUAL EFEITO?
É necessária a intervenção de, pelo menos, dois indivíduos, um que 
emita e outro que receba; algo tem que ser transmitido pelo emissor ao 
receptor; para que emissor e receptor se comuniquem, é fundamental que 
esteja disponível um canal de comunicação; a informação a transmitir tem 
que estar «traduzida» num código conhecido, quer pelo emissor, quer pelo 
receptor; inalmente todo o ato comunicativo se realiza num determinado 
contexto e é determinado por esse contexto.
POR QUE A COMUNICAÇÃO É TÃO IMPORTANTE?
Pesquisas revelam que um norte-americano comum 
gasta cerca de 70% do seu tempo ativo ouvindo, 
falando, lendo e escrevendo; nessa ordem. Isto quer 
dizer que gastam-se de dez a onze horas, por dia, 
todos os dias, em comportamentos de comunicação 
verbal.
Comunicação 15
Comunicação é o processo pelo qual os seres humanos trocam entre 
si informações. Nesta breve deinição temos já implicitamente presentes 
os elementos nucleares do ato comunicativo: o emissor, o receptor («seres 
humanos») e a mensagem («informações»). De fato, em qualquer ato 
comunicativo encontramos alguém que procura transmitir a outrem uma 
dada informação.
Além desses três elementos nucleares, é costume considerar outros 
três: o código, o canal e o contexto. Nenhum ato comunicativo seria 
possível, na ausência de qualquer um desses elementos. A comunicação 
pode ser afetada pelo ruído, que é uma perturbação que diiculta o normal 
desenvolvimento do sinal durante o processo (por exemplo, distorções a 
nível sonoro, a afonia do falante, a ortograia defeituosa).
Emissor: emite, codiica a mensagem.
Receptor: recebe, decodiica a mensagem.
Mensagem: conteúdo transmitido pelo emissor.
Código: conjunto de signos usado na transmissão e recepção da 
mensagem.
Contexto: contexto relacionado a emissor e receptor.
Canal: meio pelo qual circula a mensagem.
Ruído: Tudo o que diiculta a comunicação, interfere a transmissão e 
perturba a recepção ou compreensão da mensagem; tudo o que possibilita 
a perda de informação durante o transporte da mensagem entre o emissor 
e o receptor.
No esquema abaixo é possível analisar o modelo de como ocorre o 
processo de comunicação: 
Leitura e Produção de Texto16
Acreditamos que o maior problema que possa existir durante 
um processo de comunicação seja o ruído. Dessa forma, também em 
comunicação, há de se realizar um mínimo de planejamento, a im de 
evitar os distúrbios causados pela intromissão de ruídos.
Problemas podem ocorrer no processo de comunicação, tanto por 
parte do emissor, quanto por parte do receptor.
Problemas de comunicação da 
parte do emissor
Problemas de comunicação da parte 
do receptor
• Incapacidade verbal;
• Falta de coerência;
• Uso de frases longas para 
impressionar;
• Acúmulo de detalhes irrelevantes;
• Ausência de espontaneidade;
• Manifestação evidente de linguagem 
afetada;
• Uso de termos técnicos, gírias, 
regionalismos e desconhecidos pelos 
receptores;
• Excesso de adjetivos, advérbios e 
frases feitas.
• Nível de conhecimento insuiciente;
• Distração;
• Falta de disposição para entender;
• Níveis cultural, social, intelectual, 
econômico e de escolaridade 
diferentes do emissor;
A comunicação também pode sofrer inluência de quem se fala 
(emissor), do meio (contexto), da cultura do falante e do ouvinte (emissor, 
receptor), do grau de formação dos falantes, o meio em que se transmite 
a mensagem (canal) e uma gama de variações que podem inluenciar 
diretamente no processo de comunicação.
 1.2.2 A Comunicação na Atualidade
 Hoje, a comunicação ganhou novos status dentro de um espaço social-
geográico-político dos falantes, onde a informatização do conhecimento 
também foi uma ferramenta que inluenciou e inluencia a comunicação 
entre os falantes. Ao mesmo tempo em que a informática inclui uma 
linguagem, ela também exclui uma variação signiicativa das expressões 
linguísticas populares.
Comunicação 17
Consulte a obra de Marcos Bagno, 
“o preconceito linguístico: O que é? E como se 
faz?” para aprofundar na sociolinguística e nos 
principais preconceitos linguísticos e regionais.
Existem áreas do conhecimento como a sociolinguística que é 
responsável pelo estudo da língua e suas complexidades nas formas 
faladas dentro das sociedades. Contudo, ainda há descompassos entre a 
gramática, a linguística e a sociolinguística.
Estamos vivendo uma nova referência de mundo. Um mundo com 
novo cenário político, socioeconómico, geográico e tecnológico que 
passa por transformações culturais e religiosas; em grande velocidade, e 
são decisivas para a construção desta nova sociedade e reconiguração das 
identidades culturais.
Segundo Melo (1998, p.30)
O volume e a velocidade das informações em circulação afeta 
decisivamente o universo cultural da humanidade, produzindo mutações 
no comportamento dos indivíduos e das comunidades. Todos se perguntam 
como sobreviver num panorama tão caótico e ao mesmo tempo tão excitante.
Com essa airmação do autor podemos perceber que o mundo 
tecnológico vem modiicando as relações sociais e consequentemente o 
modo de comunicação entre os indivíduos, essas novas relações baseada 
na tecnologia, também reletiram no modo de escrever e de falar dos seus 
usuários.
É importante saber que a recepção das mídias não acontece da mesma 
maneira. As intenções, as situações e os meios são diferentes. As categorias 
de mediações deinidas por Orozco (1997, p.113-123 apud TRIGUEIRO, 
2001), no processo midiático são as seguintes:
 • Mediações Individuais: provenientes das experiências de cada 
um como sujeito cognitivo e comunicativo.
 • Mediações Institucionais: são as participações nas várias 
organizações tais como família, escola, trabalho, igreja, sindicato, 
participação política e outras que possam inluenciar na recepção das 
mídias. Quando o estudo de recepção é feito com crianças torna-se 
necessário observar as instituições da família, da escola e os amigos.
Leitura e Produção de Texto18
 • Mediações Situacionais: é importante entender a situação da 
recepção. Como são ocupados os espaços sociais eculturais 
na recepção. Quais os fatores atuantes durante e depois da 
recepção. Cada ambiente, cada espaço cria uma determinada 
situação de recepção. Também inluencia na recepção o estado de 
espírito do sujeito receptor. Como, com quem e quando acontece a 
recepção.
 • Mediações Referenciais: estão relacionadas com a identiicação 
pessoal no contexto social do sujeito receptor, assim como: faixa 
etária, gênero, grau de escolaridade e classe socioeconómica; 
todas são variáveis importantes nas pesquisas de recepção.
 • Mediações Tecnológicas: o receptor de TV ou de rádio inluencia 
na modalidade de ver ou ouvir um determinado programa que, 
sem dúvida, interfere na recepção. Não é a mesma coisa assistir 
a um ilme num aparelho de TV de 20 polegadas com som em 
mono e assistir ao mesmo ilme em um aparelho de 50 polegadas 
com sistema de som estéreo, ou ainda ao mesmo ilme numa sala 
de cinema com modernas instalações num shopping center. Um 
programa de rádio é diferente de um programa de televisão, que é 
diferente de um ilme no cinema.
A partir da utilização das tecnologias também apareceram as 
derivações linguísticas como os –ês, como é o caso do “fufuxês”, 
“amiguês”, “internetês”, etc. Assim, podemos dizer que a língua é viva 
e ela pode se adaptar a diferentes contextos, acrescentando (como no 
caso de empréstimos de palavras), modiicando (como no caso dos –ês) e 
extinguindo (como no caso da última reforma ortográica).
Você pode visitar o Museu da Língua Portuguesa 
que fica em São Paulo. Consulte o site: http://www.
museudalinguaportuguesa.org.br/ 
Não podemos esquecer que geograicamente temos uma variação 
linguística muito grande, que inluencia tanto na fala quanto na escrita 
daqueles que vivem aqui no Brasil.
Por esse motivo há uma série de mitos que Bagno (2009), em sua 
obra vai relatar e desmistiicar, como por exemplo, “onde se fala melhor o 
português é no Maranhão”. Esse mito por muito tempo foi disseminado e 
Comunicação 19
colocado como sendo verdade absoluta. Ora, se no Maranhão é onde se fala 
melhor o português pelo simples fato de eles conjugarem corretamente o tu, 
então quer dizer que todos que nasceram em outros estados que não seja o 
Maranhão não sabem falar corretamente o português, consequentemente, 
todos os professores de língua portuguesa de outros estados aprenderam 
errado e ensinam errado nas escolas?! E preciso tomar cuidado com 
airmações equivocadas como essa. 
Existe a norma culta padrão da língua portuguesa e a norma não culta; 
por isso que se deve ter cautela em fazer certas airmações sobre a língua 
portuguesa, esta permanece sempre aberta a uma ininidade de possibilidades 
de uso, não excluindo nenhuma forma de fala, desde que o processo de 
comunicação – entender e ser entendido – não sofra nenhum ruído.
 1.2.3 Tipos de comunicação
Existe a comunicação do dia a dia, a comunicação ESPONTÂNEA 
informal entre as pessoas, por meio da fala, do gesto, do telefonema, da 
carta. E existe a comunicação PROFISSIONAL. A atividade do jornalista, 
do publicitário, do desenhista, escritor, fotógrafo e os de mais proissionais. 
A diferença é que a última exige aprendizado técnico e teórico. Há 4 
formas distintas de comunicação PROFISSIONAL no mercado. Elas se 
distinguem pela inalidade, pelos objetivos.
Comunicação persuasiva: representada pela propaganda, pela 
publicidade, pelo discurso político. Seu objetivo é persuadir, convencer, 
vender uma ideia.
Comunicação artístico-cultural: representada pelo cinema, teatro, 
novela, rádio, show, circo, folclore. O objetivo é o entretenimento, a 
cultura e a arte. Literatura, poesia, pintura, escultura e todas as artes 
tradicionais.
Comunicação Jornalística: representada pelo jornal, revista, TV, 
rádio, pelas agências de notícias. O objetivo é informar o que acontece, 
de acordo com o critério público do fato.
Comunicação educativa: representada pelos livros didáticos, pelos 
telecursos, pelas aulas, palestras, cursos de línguas. O objetivo é ensinar, 
transmitir conhecimento. 
Segundo o órgão sensorial usado pelo receptor para capturar a 
mensagem, existe, naturalmente, 5 categorias de comunicação humana:
Comunicação visual: sinalização de trânsito, rodoviária, ferroviária, 
marítima, aeroviária, escrita, gestos, desenho, propaganda, fotograia, 
pintura, escultura.
Leitura e Produção de Texto20
Comunicação sonora (ou auditiva): fala, música, cornetas, apitos, 
sinos, buzinas, alarmes, aplausos, gritos, vaias.
Comunicação tátil: escrita braile, aperto de mãos, abraços, beijos. 
Comunicação olfativa: odores (perfume) na função de mensagens. É 
mais usada pelos animais.
Comunicação gustativa: sabores como mensagens (oferecer à 
namorada bombons de chocolate prediletos).
A SONORA é a mais prática, econômica e fácil. Especialmente por 
meio da fala, que não requer instrumento artiicial algum, utiliza apenas o 
aparelho vocal humano. Mas vantajosa mesmo, no entanto, é a combinação 
da visual com a sonora, para formar a poderosa comunicação audiovisual 
(cinema, TV, show). 
Segundo a quantidade de pessoas envolvidas no processo da 
comunicação, desde a menor até a maior, a comunicação humana pode ser:
Intrapessoal: quando uma pessoa se comunica consigo mesma 
(agenda, diário, lembrete na porta do quarto).
Interpessoal: quando a pessoa se comunica com outra (conversa 
entre dois colegas).
Intergrupal: quando as mensagens circulam entre grupos (turmas de 
alunos, bancadas de partidos, nações). 
Intragrupal: quando as mensagens circulam dentro de um grupo 
(alunos elegendo o representante de turma). 
Comunicação de massa: quando as mensagens são dirigidas ao 
grande público por meio do rádio, TV, cinema, jornal, revista. É a mais 
ampla porque pode atingir simultaneamente até bilhões de pessoas nos 
mais diferentes pontos do Mundo (nas Olimpíadas, Copa do Mundo). 
A comunicação humana pode ser direta, quando o emissor e receptor 
de frente um para o outro e próximos; e indireta, quando o emissor está 
distante do receptor e precisa usar um meio artiicial (carta, telefone, 
e-mail, rádio, televisão) para alcançá-lo.
Você pode consultar o canal da BBC no youtube para visualizar 
os avanços nos meios de comunicação. Consulte: https://
www.youtube.com/user/BBCBrasil D
IC
A
S
Comunicação 21
Para que haja comunicação, evidentemente não é preciso que o 
receptor responda ao emissor, ou seja, que exista uma troca de mensagens. 
Você pode mandar uma carta, um e-mail, e não obter resposta. Quando a 
comunicação é de mão única, ou pelo menos quando o emissor emite muito 
mais do que recebe (um general falando à tropa) temos a comunicação 
unidirecional. Pelo contrário, a comunicação bidirecional é aquela de 
mão dupla, em que a participação do emissor e do receptor é mais ou 
menos equivalente (conversa, reunião, debate).
A comunicação humana pode ser dividida em particular ou fechada 
(entre namorados, por exemplo), e pública ou aberta (comício na praça, 
televisão).
 1.3 O que aprendemos?
Nesta unidade você aprendeu que:
• O processo de comunicação vem desde os tempos das cavernas;
• A deinição de comunicação vem do latim e signiica partilhar;
• Há elementos chamados agentes da comunicação;
• O ruído é tudo aquilo que diiculta o processo de comunicação;
• Na atualidade existem vários tipos de comunicação;
• A cultura está ligada também às maneiras de se comunicar;
• Existe uma variedade de tipo de comunicação.
 1.4 Na prática
1) O que é comunicação?
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
2) Explique o processo de comunicação.
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________
Leitura e Produção de Texto22
3) Quem são os agentes da comunicação?
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
 4) Correlacione a primeira coluna de acordo com a segunda e marque 
a alternativa correta.
a) Emissor ( ) Conjunto de signos usado na transmissão e 
 recepção da mensagem.
b) Receptor ( ) Aquele que envia a mensagem.
c) Mensagem ( ) Qualquer perturbação na comunicação.
d) Código ( ) O meio pelo qual circula a mensagem.
e) Canal ( ) Aquele que decodiica a mensagem.
f) Ruído ( ) O conjunto de informações transmitidas.
 
Complete as lacunas e marque a alternativa correspondente.
A ______________ ocorre quando interagimos com outras pessoas, 
utilizando a __________________, sendo esta ________________ 
(as palavras), _________________ (gestos, movimentos, expressões, 
corporais e faciais, sons, cores, etc.,) Mistas e __________________.
a) Linguagem – Verbal – Comunicação – Digitais – Não Verbal
b) Não Verbal – Digitais – Linguagem – Comunicação – Verbal
c) Comunicação – Linguagem – Verbal – Não Verbal – Digitais
d) Digitais – Linguagem – Não Verbal – Verbal – Comunicação
e) Verbal – Não Verbal – Linguagem – Comunicação – Digitais
 1.5 Glossário
Informação: É um conjunto organizado de dados, que constitui uma 
mensagem sobre um determinado fenômeno ou evento. A informação 
permite resolver problemas e tomar decisões, tendo em conta que o seu 
uso racional é à base do conhecimento. Como tal, outra perspectiva indica-
nos que a informação é um fenômeno que confere signiicado ou sentido 
Comunicação 23
às coisas, já que por meio de códigos e de conjuntos de dados, forma os 
modelos do pensamento humano.
Signos: Sinal ou símbolo de algo. Unidade linguística que contém 
um signiicante (forma ou imagem acústica) e um signiicado (conceito). 
Os signos podem ser: Signos naturais: não são produzidos pelo homem. 
São “coisas” e “eventos“ que o homem passa a interpretar como signos. 
Ex.: nuvens negras (chuva vindoura); voo de certas aves (mau agouro), 
sintomas de doença. Signos artiiciais: são criados pelo homem para que 
funcionem no processo da comunicação. Caracterizam-se, portanto, pela 
intenção. Ex.: apitos de juiz, sinal de trânsito, signos linguísticos.
Sociolinguística: É uma das subáreas da Linguística e o seu estudo 
é a língua em uso dentro das comunidades de fala, correlacionando 
aspectos sociais e linguísticos. É ainda relevante citar que é uma ciência 
que focaliza os empregos linguísticos concretos e heterogêneos no sentido 
das múltiplas possibilidades da língua, ou seja, apresenta um dinamismo 
inerente.
 1.6 Referências
Aurélio. Disponível em:< http://www.dicionariodoaurelio.com/
Comunicacao.html> acesso em: 17/ago/2014
BEKIN, S. F. Conversando sobre Endomarketing. São Paulo: Makron, 
1995.
BOSCO, J. B. Redação Empresarial. São Paulo: Atlas, 1998
BRASIL. <www.fumdham.org.br> acesso em: 17/ago/2014>
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008 -2013, <http://
www.priberam.pt/DLPO/signo> acesso em 19/ago/2014.
OROZCO, Guillermo Gomes. La investigación en comunicación 
desde la perspectiva cualitativa. México: Instituto Mexicano para el 
Desarrolio Comunitário, A.C. 1997, p. 113-123
PORTAL EDUCAÇÃO – Cursos Online : Mais de 1000 cursos online 
com certiicado <http://www.portaleducacao.com.br/marketing/arti-
gos/55128/agentes-de-comunicacao#ixzz3ArrUnKtL> acesso em 19/
ago/2014TRIGUEIRO,Osvaldo. O Estudo Cientíico Da Comunicação: 
Avanços Teóricos E Metodológicos Ensejados pela Escola Latino-
Leitura e Produção de Texto24
-Americana. PCLA – Volume 2 – Número 2: janeiro / fevereiro / mar-
ço 2001. Disponível em: < http://www2.metodista.br/unesco/PCLA/
revista6/artigo%206-3.htm> acesso em: 19/ago/2014.
VASCONCELOS, Ana. O que é comunicação? <http://ana-intervalo.
blogspot.com.br/2009/02/o-que-e-comunicacao.html> acesso em: 
17ago/2014>
Anotações
2
ELEMENTOS GRAMATICAIS
2.1 Ponto de partida
2.2 Roteiro do Conhecimento
 2.2.1 Acentuação Gráfica
 2.2.2 Crase
 2.2.3 Substantivos
 2.2.4 Adjetivos
 2.2.5 Pronomes
 2.2.6 Pontuação
2.3 Na prática
2.4 O que aprendemos?
2.5 Referências
Le
it
u
ra
 e
 P
ro
d
u
çã
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e 
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xt
o
Elementos Gramaticais 27
 2. ELEMENTOS GRAMATICAIS
 2.1 Ponto de Partida
Caro estudante,
Vamos agora trabalhar os elementos gramaticais da Língua Portuguesa 
dando-lhe subsídios para um aprofundamento nas normas da escrita da 
língua.
Nessa unidade será tratada a acentuação gráica, crase, substantivos, 
adjetivos, pontuação, dentre outras categorias. A gramática da língua 
portuguesa é parte fundamental e integrante para uma boa comunicação, 
principalmente a escrita (não verbal).
Ao im da unidade você estará apto a:
 • Empregar as normas adequadas padrão da gramática normativa;
 • Identiicar as categorias da gramática de acordo com a sua 
necessidade;
 • Trabalhar as diferentes classes gramaticais dentro do texto;
 • Aplicar as normas da língua no contexto do dia a dia;
 • Utilizar a gramática normativa na elaboração de documentos;
 • Aprofundar os conhecimentos obtidos sobre a gramática.
Então, mãos a obra e bons estudos!
 2.2 Roteiro do Conhecimento
Trabalhar a gramática é mergulhar no mundo das palavras e 
aprofundar nas regras que compõem a escrita da língua portuguesa. Uma 
vez adquirida, essa ferramenta servirá como um facilitador no processo de 
aprendizado da mesma e na desenvoltura da escrita em língua portuguesa.
A língua materna, no nosso caso língua portuguesa, assim como em 
todos os idiomas, há uma normatização que rege a escrita que vem para 
facilitar de modo a não confundir, por exemplo, palavras com mesmo som 
e escrita diferentes, (homófonas), palavras com escritas iguais, porém, 
com sons diferentes (homógrafas).
Nesse contexto, vemos que a gramática é parte essencial da língua e 
que ela vem para padronizar o modo de escrever dos falantes. Lembrando 
que existem os acordos ortográicos e que esses acordos são renovados 
de tempos em tempos, como o recente acordo da língua portuguesa que 
entrou em vigor no ano de 2009. A língua é viva, e por isso sempre há 
necessidade de modiicações.
Leitura e Produção de Texto28
 2.2.1 Acentuação gráfica
De acordo com o Novo Acordo Ortográico, em vigor desde 2009, 
temos a seguir as regras de acentuação gráica.
MONOSSílAbAS TôNICAS
Acentuamos todas as palavras monossílabas tônicas terminadas em 
a(s), e(s), o(s).
Pá, pós, já, pés.
Os ditongos monossilábicos abertos éi(s), éu(s), ói(s) também são 
acentuados.
Céu, véu, dói, réis.
PAlAvRAS OxíTONAS
Acentuamos as oxítonas terminadas em a(s), e(s), o(s), em/ens.
Amapá, compôs, reféns, bambolê.
Nas palavras oxítonas, os ditongos abertos éi(s), éu(s), ói(s) também 
são acentuados.
Herói, troféus, papéis.
Oxítonas terminadas em i(s) e u(s) também são acentuadas.
Piauí, tuiuiú.
PAlAvRAS PAROxíTONAS
Acentuamos as paroxítonas terminadas em l, n, r, x, i(s), u(s), ps, ã(s), 
ão(s), um(uns).
Lavável, pólen, repórter, tórax, lápis, bônus, bíceps, ímãs, 
sótão, álbum.
Paroxítonas terminadas em ditongos orais (seguidos ou não de s) são 
acentuadas.
Vácuo, insônia, subúrbio.
ATENÇÃO
Ditongos abertos éi(s), ói(s), éu(s) não são mais acentuados nas 
palavras paroxítonas.
Ideia, apoia, colmeia.
ATENÇÃO
Não utilizamos mais acentos no i e no u quando, nas palavras 
paroxítonas, estas letras vierem depois de um ditongo.
Feiura, baiuca, bocaiuva.
Elementos Gramaticais 29
PAlAvRAS PROPAROxíTONAS
Todas as proparoxítonas são acentuadas.
Matemática, trânsito, farmacêutico, estético.
lETRAS I E U NA SEgUNdA vOgAl dO hIATO
Estas letras receberão acento se estiverem sozinhas na sílaba, na 
segunda vogal do hiato e sem nh após estas letras.
Caída, traíram, faísca, carnaúba.ATENÇÃO
É preciso, no entanto, icar atento às regras de I e U para as oxítonas e 
paroxítonas antes de acentuar palavras que se encaixem nesta regra.
vERbOS TER E vIR
Na terceira pessoa do plural destes verbos, estas palavras serão 
acentuadas.
Eles têm, eles vêm.
Nos derivados de ter e vir (manter, intervir, convir, etc) a terceira 
pessoa do singular terá acento agudo e a terceira pessoa do plural terá 
acento circunlexo.
Ele mantém, eles intervêm.
ACENTOS dIfERENCIAIS
Os acentos diferenciais serão obrigatórios nas palavras pôr (verbo) 
e pôde (passado do verbo poder).
O acento diferencial é opcional somente em dêmos/
demos (presente subjuntivo do verbo dar) e fôrma/forma (recipiente).
PAlAvRAS COM AS REPETIçõES OO, EE
Não são acentuadas.
Voo, veem, perdoo.
Curiosidade: Você pode consultar a Academia 
Brasileira de Letras pelo site http://www.academia.
org.br e saber mais informações.
Leitura e Produção de Texto30
 2.2.2 Crase
Crase é a fusão de duas vogais da mesma natureza. No português 
assinalamos a crase com o acento grave (`). Observe:
Obedecemos ao regulamento.
 ( a + o )
Não há crase, pois o encontro ocorreu entre duas vogais diferentes. 
Mas:
Obedecemos à norma.
 ( a + a )
Há crase pois temos a união de duas vogais iguais ( a + a = à )
Regra geral:
Haverá crase sempre que:
I. o termo antecedente exija a preposição a;
II. o termo consequente aceite o artigo a.
Fui à cidade.
( a + a = preposição + artigo )
( substantivo feminino )
Conheço a cidade.
( verbo transitivo direto – não exige preposição )
( artigo )
( substantivo feminino )
Vou a Brasília.
( verbo que exige preposição a )
( preposição )
( palavra que não aceita artigo )
ObSERVAÇÃO:
Para saber se uma palavra aceita ou não o artigo, basta usar o seguinte 
artifício:
I. se pudermos empregar a combinação da antes da palavra, é sinal de 
que ela aceita o artigo.
II. se pudermos empregar apenas a preposição de, é sinal de que não 
aceita.
Ex: Vim da Bahia. (aceita)
 Vim de Brasília (não aceita)
 Vim da Itália. (aceita)
 Vim de Roma. (não aceita)
Elementos Gramaticais 31
Nunca ocorre crase:
1) Antes de masculino.
Caminhava a passo lento.
 (preposição)
2) Antes de verbo.
Estou disposto a falar.
 (preposição)
3) Antes de pronomes em geral.
Eu me referi a esta menina.
(preposição e pronome demonstrativo)
Eu falei a ela.
(preposição e pronome pessoal)
4) Antes de pronomes de tratamento.
Dirijo-me a Vossa Senhoria.
(preposição)
ObSERVAÇÃO:
1. Há três pronomes de tratamento que aceitam o artigo e, obviamente, 
a crase: senhora, senhorita e dona.
Dirijo-me à senhora.
2. Haverá crase antes dos pronomes que aceitarem o artigo, tais 
como: mesma, própria...
Eu me referi à mesma pessoa.
5) Com as expressões formadas de palavras repetidas.
Venceu de ponta a ponta.
 (preposição)
ObSERVAÇÃO:
É fácil demonstrar que entre expressões desse tipo ocorre apenas a 
preposição:
Caminhavam passo a passo.
 (preposição)
No caso, se ocorresse o artigo, deveria ser o artigo o e teríamos o 
seguinte: Caminhavam passo ao passo – o que não ocorre.
Leitura e Produção de Texto32
6) Antes dos nomes de cidade.
Cheguei a Curitiba.
 (preposição)
ObSERVAÇÃO:
Se o nome da cidade vier determinado por algum adjunto adnominal, 
ocorrerá a crase.
Cheguei à Curitiba dos pinheirais.
 (adjunto adnominal)
7) Quando um a (sem o s de plural) vem antes de um nome plural.
Falei a pessoas estranhas.
(preposição)
ObSERVAÇÃO:
Se o mesmo a vier seguido de s haverá crase.
Falei às pessoas estranhas.
(a + as = preposição + artigo)
Sempre ocorre crase:
1) Na indicação pontual do número de horas.
Às duas horas chegamos.
(a + as)
Para comprovar que, nesse caso, ocorre preposição + artigo, basta 
confrontar com uma expressão masculina correlata.
Ao meio-dia chegamos.
(a + o)
2) Com a expressão à moda de e à maneira de.
A crase ocorrerá obrigatoriamente mesmo que parte da 
expressão (moda de) venha implícita.
Escreve à (moda de) Alencar.
3) Nas expressões adverbiais femininas.
Expressões adverbiais femininas são aquelas que se referem a verbos, 
exprimindo circunstâncias de tempo, de lugar, de modo...
Chegaram à noite.
(expressão adverbial feminina de tempo)
Elementos Gramaticais 33
Caminhava às pressas.
(expressão adverbial feminina de modo)
Ando à procura de meus livros.
(expressão adverbial feminina de im)
ObSERVAÇÃO:
No caso das expressões adverbiais femininas, muitas vezes 
empregamos o acento indicativo de crase (`), sem que tenha havido a 
fusão de dois as. É que a tradição e o uso do idioma se impuseram de tal 
sorte que, ainda quando não haja razão suiciente, empregamos o acento 
de crase em tais ocasiões.
4) Uso facultativo da crase
Antes de nomes próprios de pessoas femininos e antes de pronomes 
possessivos femininos, pode ou não ocorrer a crase.
Ex: Falei à Maria.
 (preposição + artigo)
 Falei à sua classe.
 (preposição + artigo)
 Falei a Maria.
 (preposição sem artigo)
 Falei a sua classe.
 (preposição sem artigo)
Note que os nomes próprios de pessoa femininos e os pronomes 
possessivos femininos aceitam ou não o artigo antes de si. Por isso mesmo 
é que pode ocorrer a crase ou não.
Casos especiais:
1) Crase antes de casa.
A palavra casa, no sentido de lar, residência própria da pessoa, se não 
vier determinada por um adjunto adnominal não aceita o artigo, portanto 
não ocorre a crase.
Por outro lado, se vier determinada por um adjunto adnominal, aceita 
o artigo e ocorre a crase. Ex:
Volte a casa cedo.
(preposição sem artigo)
Volte à casa dos seus pais.
(preposição com artigo)
(adjunto adnominal)
Leitura e Produção de Texto34
2) Crase antes de terra.
A palavra terra, no sentido de chão irme, tomada em oposição ao 
mar ou ar, se não vier determinada, não aceita o artigo e não ocorre a 
crase. Ex:
Já chegaram a terra.
(preposição sem artigo)
 Se, entretanto, vier determinada, aceita o artigo e ocorre a crase. Ex:
Já chegaram à terra dos antepassados.
(preposição + artigo)
(adjunto adnominal)
3) Crase antes dos pronomes relativos.
Antes dos pronomes relativos quem e cujo não ocorre crase. Ex:
Achei a pessoa a quem procuravas.
Compreendo a situação a cuja gravidade você se referiu.
Antes dos relativos qual ou quais ocorrerá crase se o masculino 
correspondente for ao qual, aos quais. Ex:
Esta é a festa à qual me referi.
Este é o ilme ao qual me referi.
Estas são as festas às quais me referi.
Estes são os ilmes aos quais me referi.
4) Crase com os pronomes demonstrativos aquele (s), aquela (s), 
aquilo.
Sempre que o termo antecedente exigir a preposição a e vier seguido 
dos pronomes demonstrativos: aquele, aqueles, aquela, aquelas, 
aquilo, haverá crase. Ex:
Falei àquele amigo.
Dirijo-me àquela cidade.
Aspiro a isto e àquilo.
Fez referência àquelas situações.
5) Crase depois da preposição até.
Se a preposição até vier seguida de um nome feminino, poderá ou 
não ocorrer a crase. Isto porque essa preposição pode ser empregada 
sozinha (até) ou em locução com a preposição a (até a). Ex:
Chegou até à muralha.
(locução prepositiva = até a)
(artigo = a)
Elementos Gramaticais 35
Chegou até a muralha.
(preposição sozinha = até)
(artigo = a)
6) Crase antes do que.
Em geral, não ocorre crase antes do que. Ex: Esta é a cena a que me 
referi.
Pode, entretanto, ocorrer antes do que uma crase da preposição a com 
o pronome demonstrativo a (equivalente a aquela).
Para empregar corretamente a crase antes do que convém pautar-se 
pelo seguinte artifício:
I. se, com antecedente masculino, ocorrer ao que / aos que, com o 
feminino ocorrerá crase;
Ex: Houve um palpite anterior ao que você deu.
 ( a + o )
 Houve uma sugestão anterior à que você deu.
 ( a + a )
 II. se, com antecedente masculino, ocorrer a que, no femininonão 
ocorrerá crase.
Ex: Não gostei do ilme a que você citou.
 (ocorreu a que, não tem artigo)
 Não gostei da peça a que você citou. 
 (ocorreu a que, não tem artigo)
ObSERVAÇÃO:
O mesmo fenômeno de crase (preposição a + pronome demonstrativo a) 
que ocorre antes do que, pode ocorrer antes do de. Ex:
Meu palpite é igual ao de todos.
(a + o = preposição + pronome demonstrativo)
Minha opinião é igual à de todos.
(a + a = preposição + pronome demonstrativo)
7) há / a
Nas expressões indicativas de tempo, é preciso não confundir a graia 
do a (preposição) com a graia do há (verbo haver).
Para evitar enganos, basta lembrar que, nas referidas expressões:
a (preposição) indica tempo futuro (a ser transcorrido);
há (verbo haver) indica tempo passado (já transcorrido). Ex:
Daqui a pouco terminaremos a aula.
há pouco recebi o seu recado.
Leitura e Produção de Texto36
 2.2.3 Substantivos
Os Substantivos são classes de palavras que nomeiam os seres, objetos, 
fenômenos, lugares, qualidades, ações, dentre outros. São termos que podem 
ser lexionados em gênero (masculino e feminino), número (singular e 
plural) e grau (aumentativo e diminutivo).
SUbSTANTIvO SIMPlES
São substantivos formados por apenas um radical.
• Exemplos: casa, amor, roupa, livro, felicidade,…
SUbSTANTIvO COMPOSTO
São substantivos formados por dois ou mais radicais, podendo ocorrer 
composição por justaposição ou composição por aglutinação.
 • Exemplos (composição por justaposição): passatempo, arco-íris, 
beija-lor, segunda-feira, malmequer,…
 • Exemplos (composição por aglutinação): aguardente, idalgo, 
planalto, vinagre, …
SUbSTANTIvO PRIMITIvO
São substantivos cuja origem reside em palavras de outras línguas 
(latim, árabe, grego, francês, inglês,…). Os substantivos primitivos dão 
origem aos substantivos derivados.
• Exemplos: folha, chuva, algodão, pedra, quilo,…
SUbSTANTIvO dERIvAdO
São substantivos que derivam de substantivos primitivos existentes 
na língua portuguesa. Podendo ocorrer derivação preixal, suixal, 
parassintética, regressiva e imprópria.
• Exemplos: território, chuvada, jardinagem, açucareiro, livraria,…
SUbSTANTIvO COMUM
São substantivos que nomeiam genericamente, sem especiicar, seres 
da mesma espécie, que partilham características comuns.
• Exemplos: mãe, computador, papagaio, uva, planeta,…
SUbSTANTIvO PRóPRIO
São substantivos escritos com letra maiúscula que nomeiam seres 
individuais e especíicos. Estes substantivos particularizam os seres 
dentro de sua espécie, distinguindo-os dos restantes.
• Exemplos: Flávia, Brasil, Carnaval, Nilo, Serra da Mantiqueira,…
Elementos Gramaticais 37
SUbSTANTIvO COlETIvO
São substantivos que, escritos no singular, indicam um conjunto de 
coisas ou de seres da mesma espécie.
 • Exemplos: rebanho (conjunto de ovelhas), cardume (conjunto 
de peixes), pomar (conjunto de árvores de fruto), arquipélago 
(conjunto de ilhas), constelação (conjunto de estrelas),…
SUbSTANTIvO CONCRETO
São substantivos que nomeiam seres com existência própria, como 
objetos, pessoas, animais, vegetais, minerais, lugares, …
• Exemplos: mesa, cachorro, samambaia, chuva, Felipe,…
SUbSTANTIvO AbSTRATO
São substantivos que nomeiam conceitos, conceptualizações 
abstratas e realidades imateriais, como qualidades, noções, estados, ações, 
sentimentos e sensações de outros seres.
• Exemplos: beleza, pobreza, crescimento, amor, calor,…
SUbSTANTIvO COMUM dE dOIS gêNEROS
São substantivos que apresentam uma só forma para o gênero 
masculino e o gênero feminino.
 • Exemplos: o estudante/a estudante, o jovem/a jovem, o artista/a 
artista,…
SUbSTANTIvO SObRECOMUM
São substantivos que nomeiam pessoas e apresentam um só gênero 
para o masculino e o feminino.
• Exemplos: a vítima, a pessoa, a criança, o gênio, o indivíduo,…
SUbSTANTIvO EPICENO
São substantivos que nomeiam animais e apresentam um só gênero 
para o masculino e o feminino.
• Exemplos: a formiga, o crocodilo, a mosca, a baleia, o besouro,…
SUbSTANTIvO dE dOIS NúMEROS
São substantivos que apresentam uma só forma para o singular e para 
o plural.
• Exemplos: o lápis/os lápis, o tórax/os tórax, a práxis/as práxis,…
Leitura e Produção de Texto38
gêNERO dOS SUbSTANTIvOS
De acordo com o gênero (feminino e masculino) das palavras 
substantivas, elas são classiicadas em:
 • Substantivos biformes: apresentam duas formas, ou seja, uma 
para o masculino e outra para o feminino; por exemplo, professor 
e professora; amigo e amiga.
 • Substantivos Uniformes: Há somente um termo que especiique 
os dois gêneros (masculino e feminino), sendo classiicados 
em: epicenos, sobrecomum e comum dos dois gêneros.
 1. Epicenos: Palavra que apresenta somente um gênero e refere-
se aos animais, por exemplo, foca (macho ou fêmea).
 2. Sobrecomum: Palavra que apresenta somente um gênero 
e refere-se às pessoas, por exemplo, criança (masculino e 
feminino).
 3. Comum dos dois gêneros: Termo que se refere aos dois gêneros 
(masculino e feminino), identiicado por meio do artigo que o 
acompanha, por exemplo, “o artista” e “a artista”.
NúMERO dOS SUbSTANTIvOS
De acordo com o número do substantivo, eles são classiicados em:
 • Singular: Palavra que designa uma única coisa, pessoa ou um 
grupo, por exemplo: bola, mulher.
 • Plural: Palavra que designa várias coisas, pessoas ou grupos, por 
exemplo: bolas, mulheres.
gRAU dOS SUbSTANTIvOS
De acordo com o grau dos substantivos, eles são classiicados 
em aumentativo e diminutivo:
Aumentativo
Palavra que indica o aumento do tamanho de algum ser ou alguma 
coisa. Divide-se em:
 • Analítico: Substantivo acompanhado de um adjetivo que indica 
grandeza, por exemplo, casa grande.
 • Sintético: Substantivo com acréscimo de um suixo indicador de 
aumento, por exemplo, casa-rão.
diminutivo
Palavra que indica a diminuição do tamanho de algum ser ou alguma 
coisa. Divide-se em:
Elementos Gramaticais 39
 • Analítico: Substantivo acompanhado de um adjetivo que indica 
pequenez, por exemplo, casa pequena.
 • Sintético: Substantivo com acréscimo de um suixo indicador de 
diminuição, por exemplo, cas-inha.
• Quanto ao gênero, os substantivos de origem 
grega terminados em “ema” e “oma” são 
masculinos, por exemplo, teorema, poema.
• Quanto ao gênero, há os substantivos chamados 
de “gênero duvidoso ou incerto”, ou seja, aqueles 
utilizados para os dois gêneros sem alterar o 
significado, por exemplo, o personagem e a 
personagem.
• Existem alguns substantivos que, variando de 
gênero, mudam seu significado, por exemplo, 
“o cabeça” (líder), “a cabeça” (parte do corpo 
humano)
 2.2.4 Adjetivo
Adjetivos são palavras que caracterizam um substantivo, conferindo-
lhe uma qualidade, característica, aspecto ou estado. Podem ser simples, 
sendo formados por apenas um radical, ou compostos, sendo formados 
por dois ou mais radicais.
Exemplos de adjetivos simples:
• A maçã é vermelha.
• O menino é muito bonito.
• Minha mãe está zangada.
Exemplos de adjetivos compostos:
• Meu vestido verde-escuro está estragado.
• Meu pai é franco-brasileiro.
• Que menino mal-educado!
Os adjetivos variam em gênero (masculino e feminino), em número 
(singular e plural) e em grau (normal, comparativo e superlativo).
Leitura e Produção de Texto40
gêNERO dOS AdJETIvOS
Relativamente ao gênero, os adjetivos podem ser biformes ou 
uniformes.
Os adjetivos biformes apresentam duas formas, uma para o gênero 
masculino e outra para o gênero feminino.
Exemplos
• Helena é uma menina simpática.
• Paulo é um menino simpático.
• A blusa é vermelha.
• O casaco é vermelho.
Os adjetivos uniformes apresentam sempre a mesma forma, quer no 
gênero feminino, quer no gênero masculino. Normalmente, os adjetivos 
terminados em -e, -z, -m e -l são adjetivos uniformes.
Exemplos
• Helena é uma menina feliz.
• Paulo é um menino feliz.
• A blusa é azul.
• O casaco é azul.
NúMERO dOS AdJETIvOS
Para a formação do plural dos adjetivos simples, são utilizadas as 
mesmasregras de formação do plural dos substantivos, sendo a principal 
regra acrescentar a letra s no inal da palavra.
Exemplos
• A pera madura.
• As peras maduras.
• O homem resmungão.
• Os homens resmungões.
Para a formação do plural dos adjetivos compostos, apenas o último 
elemento varia em número, indo para o plural:
Exemplos
• Minha tia é afro-brasileira.
• Minhas tias são afro-brasileiras.
• Este aluno é mal-educado!
• Estes alunos são mal-educados!
Elementos Gramaticais 41
Contudo, o adjetivo composto se mantém invariável no plural se for 
formado por um substantivo no último elemento.
Exemplos
• A parede é amarelo-canário.
• As paredes são amarelo-canário.
• O tecido é vermelho-sangue.
• Os tecidos são vermelho-sangue.
gRAU dOS AdJETIvOS
Relativamente ao grau, os adjetivos podem estar no grau normal, 
comparativo ou superlativo; indicando diferentes intensidades com que 
um adjetivo pode caracterizar um substantivo.
grau normal: O Mateus é inteligente.
grau comparativo de superioridade: O Mateus é mais inteligente 
que o Bruno.
grau comparativo de inferioridade: O Mateus é menos inteligente 
que a Camila.
grau comparativo de igualdade: O Mateus é tão inteligente 
quanto a Luana.
grau superlativo relativo de superioridade: O Mateus é o mais 
inteligente da turma.
grau superlativo relativo de inferioridade: O Mateus é o menos 
inteligente da turma.
grau superlativo absoluto analítico: O Mateus é muito inteligente. 
grau superlativo absoluto sintético: O Mateus é inteligentíssimo.
fORMAçãO dOS AdJETIvOS
Quanto à sua formação, os adjetivos podem ser simples ou compostos; 
conforme explicado acima, mas também podem ser primitivos ou 
derivados.
Adjetivos primitivos são adjetivos cuja origem não reside em outras 
palavras da língua portuguesa, mas sim em palavras de outras línguas. 
Exemplos: feliz, bom, azul, triste, grande,…
Leitura e Produção de Texto42
Adjetivos derivados são adjetivos cuja origem reside em outras 
palavras da língua portuguesa, ou seja, derivam de substantivos ou verbos. 
Exemplos: magrelo, avermelhado, apaixonado,…
Os adjetivos pátrios, que nomeiam as pessoas conforme o local onde 
nascem ou vivem, são adjetivos derivados, dado que têm quase sempre 
sua origem no nome do lugar ao que se referem.
Exemplos: baiano, paulista, pernambucano, cearense,…
AdJETIvO PáTRIO
Os adjetivos podem se referir a cidades, países, continentes, etc. 
exprimindo a nacionalidade. Ex.: Amazonense (do Amazonas), baiano (da 
Bahia), catarinense (de Santa Catarina), etc.
lOCUçãO AdJETIvA
A locução adjetiva é toda expressão (duas ou mais palavras) que 
aparecem no lugar de um adjetivo. Ex.: amor de mãe, casa de campo, 
avaliação por mês. A locução adjetiva sempre começa com uma preposição.
A maioria das locuções adjetivas é substituída por um adjetivo 
correspondente. Ex.: amor materno, casa campestre, avaliação mensal.
 2.2.5 Pronomes
PRONOMES PESSOAIS dO CASO RETO
Pronomes pessoais do caso reto são aqueles que substituem os 
substantivos, assumindo majoritariamente a função de sujeito da oração. 
Podem, contudo, assumir a função de predicativo do sujeito. Os pronomes 
pessoais do caso reto indicam ainda as pessoas do discurso, ou seja, quem 
fala (eu e nós), com quem se fala (tu e vós) e de quem se fala (ele, ela, 
eles, elas).
Pronomes pessoais retos:
• 1.ª pessoa do singular – eu.
• 2.ª pessoa do singular – tu.
• 3.ª pessoa do singular – ele, ela.
• 1.ª pessoa do plural – nós.
• 2.ª pessoa do plural – vós.
• 3.ª pessoa do plural – eles, elas.
Exemplos
• Eu escrevi o texto.
• Tu escreveste o texto.
Elementos Gramaticais 43
• Ele escreveu o texto.
• Nós escrevemos o texto.
• Vós escrevestes o texto.
• Eles escreveram o texto.
Para que se evitem repetições desnecessárias, pode ocorrer a omissão 
do pronome pessoal do caso reto nos enunciados, uma vez que a pessoa 
do discurso é marcada pela desinência verbal indicada pelos pronomes 
pessoais do caso reto.
Exemplos
• Cursei veterinária, mas nunca segui a proissão. (eu)
• Passeamos muito no domingo passado. (nós)
• Gostaste do jogo? (tu)
PRONOMES PESSOAIS dO CASO RETO ENQUANTO 
PREdICATIvO dO SUJEITO
Os pronomes pessoais do caso reto podem assumir a função de 
predicativo do sujeito nos predicados nominais, havendo a existência de 
um verbo de ligação. Este verbo deverá concordar com o pronome pessoal 
reto que desempenha a função de predicativo do sujeito.
Exemplos
• A responsável sou eu.
• A responsável é ela.
dúvIdAS NA UTIlIzAçãO dOS PRONOMES PESSOAIS dO 
CASO RETO
Para eu, para tu, para mim e para ti
As expressões para eu e para tu deverão ser usadas quando assumem 
a função de sujeito, sendo seguidas de uma ação, ou seja, de um verbo no 
ininitivo.
Exemplos
• Façam silêncio para eu telefonar para este cliente.
• Para eu fazer isso, vou precisar da sua ajuda.
• Vê se tem algum erro para tu corrigires.
É errado dizer “Ela comprou este caderno para eu.” ou “Ela comprou 
este caderno para tu.”. Não se pode usar preposição com os pronomes 
retos eu e tu. Com preposições têm que ser usados os pronomes oblíquos 
correspondentes: mim e ti.
Leitura e Produção de Texto44
Exemplos
• Ela comprou este caderno para mim.
• Ela comprou este caderno para ti.
vi ele, ajudei ele, encontrei ele ou vi-o, ajudei-o, encontrei-o
É comum ouvirmos, na linguagem oral, as seguintes construções 
frásicas: “Ajudei ele na arrumação do armário.” e “Encontrei ela na 
praia.”. Contudo, estas construções estão erradas! Nestas frases, os 
pronomes ele e ela não estão se referindo ao sujeito da ação, por isso não 
podem ser utilizados pronomes pessoais do caso reto. Têm que ser usados 
os pronomes oblíquos correspondentes: o e a.
Exemplos
• Ajudei-o na arrumação do armário.
• Encontrei-a na praia.
ATENÇÃO
Além dos pronomes pessoais do caso reto, existem também pronomes 
pessoais oblíquos que assumem, majoritariamente, a função de objeto 
direto ou objeto indireto de uma oração, podendo ser tônicos ou átonos.
PRONOMES PESSOAIS OblíQUOS
Os pronomes pessoais oblíquos assumem, majoritariamente, a 
função de objeto direto ou objeto indireto, podendo ser tônicos ou átonos.
PRONOMES PESSOAIS OblíQUOS TôNICOS
Os pronomes pessoais oblíquos tônicos são sempre precedidos de uma 
preposição, como: para, a, de e com. Devem ser usados quando, na frase, 
o substantivo que substituem tem função de objeto indireto. As formas 
contraídas comigo, contigo, conosco,… podem ainda assumir a função de 
adjunto adverbial de companhia.
Exemplos de pronomes pessoais oblíquos tônicos:
1.ª pessoa do singular – mim, comigo.
2.ª pessoa do singular – ti, contigo.
3.ª pessoa do singular – ele, ela.
1.ª pessoa do plural – nós, conosco.
2.ª pessoa do plural – vós, convosco.
3.ª pessoa do plural – eles, elas.
Elementos Gramaticais 45
Exemplos
• Você comprou esta blusa para mim? (objeto indireto)
• Você sabe que eu gosto de ti. (objeto indireto)
• Amanhã vou ao cinema contigo. (adjunto adverbial)
PRONOMES PESSOAIS OblíQUOS áTONOS
Os pronomes pessoais oblíquos átonos não são precedidos de uma 
preposição. Podem ser usados quando, na frase, o substantivo que 
substituem tem função de objeto direto (o, a, os, as) ou de objeto indireto 
(lhe, lhes).
Exemplos de pronomes pessoais oblíquos átonos
1.ª pessoa do singular – me.
2.ª pessoa do singular – te.
3.ª pessoa do singular – o, a, lhe.
1.ª pessoa do plural – nos.
2.ª pessoa do plural – vos.
3.ª pessoa do plural – os, as , lhes.
Exemplos
 • Eu comprei-o numa loja no centro da cidade. (objeto direto)
 • O diretor ligou-lhe, mas ele não atendeu o telefone. (objeto 
indireto)
A ligação dos pronomes pessoais oblíquos átonos aos verbos pode 
ser feita por meio de próclise (antes do verbo), mesóclise (intercalado no 
meio do verbo) ou ênclise (depois do verbo).
Exemplos
• não me deram (próclise);
• oferecer-nos-ão (mesóclise);
• ofereceram-me (ênclise).
Além disso, conforme o verbo a que estão ligados, os pronomes 
pessoais oblíquos átonos sofrem alterações para: no, na, nos, nas, lo, la, 
los, las.Exemplos
• Fizeram-nos esperar muito!
• Ela vai seduzi-lo rapidamente.
Leitura e Produção de Texto46
ATENÇÃO
Existem também pronomes pessoais retos que assumem a função de 
sujeito de uma oração.
PRONOME AdJETIvO
Pronomes adjetivos acompanham, determinam e modiicam os 
substantivos, ou seja, atribuem particularidades e características ao 
substantivo, como se fossem adjetivos. Tal como os substantivos que 
determinam, variam em gênero (masculino e feminino), número (plural e 
singular) e pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoa do discurso).
Exemplos
 • Minha prima chega hoje da Europa. (Determina o substantivo 
comum prima.)
 • Suas dúvidas serão respondidas pela professora. (Determina o 
substantivo comum dúvidas.)
 • Aqueles estudantes passaram no exame com distinção. (Determina 
o substantivo comum estudantes.)
 • Este livro é muitíssimo bom. (Determina o substantivo comum 
livro.)
ATENÇÃO
A classiicação em pronome adjetivo não invalida outras classiicações 
como possessivo, demonstrativo,…
Exemplos
• Aquela caneta é azul. (pronome demonstrativo adjetivo)
• Meu ilho é indisciplinado. (pronome possessivo adjetivo)
Pronomes são palavras que substituem ou determinam os substantivos. 
Assim, podem assumir a função de pronomes substantivos ou de pronomes 
adjetivos.
PRONOMES INTERROgATIvOS
Pronomes interrogativos são utilizados para interrogar, ou seja, para 
formular perguntas de modo direto ou indireto. Referem-se sempre à 3.ª 
pessoa gramatical e possuem uma signiicação indeterminada, que apenas 
é esclarecida pela resposta dada à interrogação.
Exemplos – interrogação direta:
• Quem ganhou a competição?
• Qual o motivo desta confusão?
Elementos Gramaticais 47
Exemplos – interrogação indireta:
• Gostaria de saber quem ganhou a competição.
• Diga-me, por favor, qual o motivo desta confusão.
Os pronomes interrogativos existentes são: que, quem, qual e quanto, 
sendo que os pronomes que e quem são invariáveis, o pronome qual pode 
variar em número para quais e o pronome quanto pode variar em gênero e 
número para quanta, quantos e quantas.
Exemplos com os pronomes invariáveis que e quem:
• Que é este embrulho?
• Que são estes embrulhos?
• Que é esta caixa?
• Que são estas caixas?
• Quem é este garoto?
• Quem são estes garotos?
• Quem é esta garota?
• Quem são estas garotas?
Exemplos com os pronomes variáveis qual e quanto:
• Qual é o propósito deste trabalho?
• Quais são os propósitos deste trabalho?
• Qual é a vantagem deste trabalho?
• Quais são as vantagens deste trabalho?
• Quanto dinheiro será necessário?
• Quanta mão de obra será necessária?
• Quantos empregados serão necessários?
• Quantas empregadas serão necessárias?
USO E vAlORES dOS PRONOMES INTERROgATIvOS
Pronome interrogativo que
O pronome interrogativo que se refere principalmente a coisas, 
podendo perguntar: que coisa? ou que espécie de coisa ou pessoa? Pode 
vir acompanhado da expressão é que, reforçando a interrogação, bem 
como ser utilizado para conferir maior ênfase à interrogação.
Exemplos
• Que comeremos agora?
• Que comunicado ele pretende fazer?
• Que é que você fez?
• O que terá acontecido?
Leitura e Produção de Texto48
PRONOME INTERROgATIvO QUEM
O pronome interrogativo quem se refere principalmente a pessoas ou 
coisas personiicadas.
Exemplos
• Quem quer ir comigo ao cinema?
• Gostaria de saber quem é o responsável pela empresa.
PRONOME INTERROgATIvO QUAl
O pronome interrogativo qual se refere a coisas ou a pessoas. Pode 
transmitir uma ideia de seleção, ou seja, de identiicação de um ou vários 
elementos dentro de um grupo.
Exemplos
• Qual é o departamento certo?
• Qual de vocês me ajudará nesta tarefa?
PRONOME INTERROgATIvO QUANTO
O pronome interrogativo quanto se refere a coisas ou a pessoas. 
Transmite uma ideia de quantiicação.
Exemplos
• Quanto mais terei que aturar?
• Quantas inscrições são precisas para que a atividade se realize?
FIQUE SAbENDO MAIS!
Os pronomes interrogativos podem ainda ser usados em exclamações 
que simbolizem uma interrogação com admiração e espanto.
Exemplos
• Que confusão!
• Quem diria!
• Quanta barbaridade!
PRONOME SUbSTANTIvO
Pronomes substantivos substituem o substantivo numa frase. São 
utilizados de forma a tornar o discurso menos repetitivo, mais rico e 
variado. Tal como os substantivos que substituem, variam em gênero 
(masculino e feminino), número (plural e singular) e pessoa (1ª, 2ª ou 3ª 
pessoa do discurso). Podem assumir a função de sujeito da oração.
Elementos Gramaticais 49
Exemplos
 • Pedro sabe tocar piano.
 • Ele sabe tocar piano. (Substitui o substantivo próprio Pedro.)
 • Helena e Paulo foram ao cinema.
 • Eles foram ao cinema. (Substitui os substantivos próprios Helena 
e Paulo.)
 • Alguns trabalhadores saíram mais cedo que outros trabalhadores.
 • Alguns trabalhadores saíram mais cedo que outros. (Substitui o 
substantivo comum trabalhadores.)
 • Minha mãe está quase chegando. E a sua mãe?
 • Minha mãe está quase chegando. E a sua? (Substitui o substantivo 
comum mãe.)
 • Este livro é muito bom. Levei o livro para a escola.
 • Este livro é muito bom. Levei-o para a escola. (Substitui o 
substantivo comum livro.)
ATENÇÃO
A classiicação em pronome substantivo não invalida outras 
classiicações como pessoal, possessivo, demonstrativo,…
Exemplos
• Nós vamos embora agora. (pronome pessoal substantivo)
• Aquela caneta é a minha. (pronome possessivo substantivo)
• O meu ilho é aquele. (pronome demonstrativo substantivo)
Pronomes são palavras que substituem ou determinam os substantivos. 
Assim, podem assumir a função de pronomes substantivos ou de pronomes 
adjetivos.
PRONOMES RElATIvOS
São pronomes que se relacionam sempre com o termo da oração 
que está antecedente ao mesmo, servindo ao mesmo tempo de elo de 
subordinação das orações que iniciam, exercendo uma função sintática na 
frase. Normalmente, introduzem as orações subordinadas adjetivas. Por 
meio da utilização de pronomes relativos, evitamos a repetição dos termos 
nas orações, sendo fácil relacioná-los e sintetizá-los.
Exemplos
• Orações simples: Este é o museu. Eu visitei o museu.
• Com pronome relativo: Este é o museu que eu visite.
• Orações simples: Eu comprei a blusa. A blusa é amarela.
• Com pronome relativo: Eu comprei a blusa que é amarela.
Leitura e Produção de Texto50
ExEMPlOS dE PRONOMES RElATIvOS
formas invariáveis: que, quem, onde.
formas variáveis: o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, 
cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
NOTA
Os pronomes relativos podem vir precedidos de preposição de acordo 
com a regência verbal dos verbos da oração.
USO dOS PRONOMES RElATIvOS
Que: É o pronome relativo mais utilizado, sendo considerado um 
pronome relativo universal. Refere-se a coisas ou a pessoas e pode ser 
substituído por: o qual, a qual, os quais e as quais. Além disso, pode 
aparecer precedido pelos pronomes demonstrativos o, a, os, as.
Exemplos
• Acabei de lavar o vestido que estava sujo de tinta.
• Já nem sei o que faço.
Quem: Refere-se somente a pessoas, nunca a coisas. Vem sempre 
antecedido de preposição quando tem um antecedente explícito.
Exemplos
• Este é o garoto a quem sempre amei.
• É esta a professora de quem você falou?
Onde: É utilizado para indicar um lugar, podendo ser substituído 
por: em que, no qual, na qual, nos quais e nas quais. Pode ser utilizado 
juntamente com preposições, formando as palavras aonde e donde para 
transmitir noções de movimento.
Exemplos
• Este é o apartamento onde vivi quando pequena.
• O hotel onde icamos era cinco estrelas.
Qual e suas lexões: Vem sempre precedido de um artigo. Emprega-se 
depois de preposições com duas sílabas ou mais e de locuções prepositivas.
Exemplos
 • Pensei nisso naquela noite de tempestade, durante a qual não 
consegui dormir.
 • Li um livro sobre o qual nunca tinha ouvido falar nada.
Elementos Gramaticais 51
Quanto e suas lexões: Aparece depois dos pronomes indeinidos 
tudo, tanto, todos, bem como suas lexões.
Exemplos
• Compre tanto quanto forpreciso.
• Ele não fez tudo quanto havia prometido.
Cujo e suas lexões: Aparece entre dois substantivos e transmite 
uma ideia de posse, sendo equivalente a: do qual, da qual, dos quais, das 
quais, de que e de quem. Deve concordar em gênero e número com a coisa 
possuída.
Exemplos
• Escolheram os alunos cujas notas foram exemplares.
• Preferem atletas cujo condicionamento físico está excelente.
FIQUE SAbENDO MAIS!
Os antecedentes com os quais os pronomes relativos se relacionam 
podem ser um substantivo, um pronome, um adjetivo, um advérbio ou uma 
oração. Contudo, com os pronomes quem e onde, é possível que sejam 
utilizados na frase sem o antecedente, chamando-se então de pronomes 
relativos indeinidos.
Exemplo
• Quem copiou na prova, foi reprovado.
PRONOMES POSSESSIvOS
Pronomes possessivos indicam, principalmente, uma relação de 
posse, ou seja, indicam que alguma coisa pertence a uma das pessoas 
do discurso. A forma que o pronome possessivo assume concorda com a 
pessoa gramatical a que se refere (1ª, 2ª ou 3ª pessoa do discurso) e varia 
em gênero (masculino e feminino) e número (plural e singular) de acordo 
com aquilo que é possuído.
Exemplos de pronomes possessivos:
1.ª pessoa do singular (eu) - meu, minha, meus, minhas.
2.ª pessoa do singular (tu) - teu, tua, teus, tuas.
3.ª pessoa do singular (ele/ela) - seu, sua, seus, suas.
1.ª pessoa do plural (nós) - nosso, nossa, nossos, nossas.
2.ª pessoa do plural (vós) - vosso, vossa, vossos, vossas.
3.ª pessoa do plural (eles/elas) - seu, sua, seus, suas.
Leitura e Produção de Texto52
Exemplos de concordância dos pronomes possessivos:
• Eu não dormi na minha cama.
• Tu não dormiste no teu quarto.
• Você não dormiu na sua cama.
• Nós não dormimos no nosso quarto.
• Vós não dormistes na vossa cama.
• Eles não dormiram nos seus quartos.
No caso do pronome possessivo determinar vários substantivos, 
deverá concordar em gênero e número com o substantivo que estiver mais 
próximo.
Exemplo: Nós trouxemos nossas roupas, sapatos e equipamento.
É facultativa a utilização de um artigo deinido antes dos pronomes 
possessivos.
Exemplos
• Meu irmão é muito bonito.
• O meu irmão é muito bonito.
• O diretor não ouviu minha intervenção.
• O diretor não ouviu a minha intervenção.
Os pronomes possessivos, além da noção de posse, podem transmitir 
uma ideia de respeito, afeto, ofensa ou cálculo aproximado.
Exemplos
 • Não se preocupe, minha senhora, nós resolveremos o assunto. 
(Respeito)
 • Meu ilho, por favor, tenha cuidado! (Afeto)
 • Seu irresponsável, você podia ter morrido! (Ofensa)
 • Aquela estátua já deve ter seus 15 anos. (Cálculo aproximado)
Em algumas situações, os pronomes pessoais oblíquos podem assumir 
valores equivalentes aos pronomes possessivos.
Exemplos
• A chuva molhou-te o cabelo. (Molhou o teu cabelo).
• Agarrei-lhe a mão. (Agarrei a sua mão).
Elementos Gramaticais 53
AMbIgUIdAdE NA UTIlIzAçãO dE AlgUNS PRONOMES 
POSSESSIvOS
A utilização dos pronomes possessivos na 3.ª pessoa do singular ou 
do plural (seu, sua, seus, suas) pode originar dúvidas quanto ao elemento 
possuidor. Para evitar ambiguidades, utilizam-se as formas contraídas 
dele, dela, deles, delas.
Exemplo de ambiguidade de possuidor:
A professora proibiu que o aluno utilizasse seu dicionário. 
(O dicionário é da professora ou do aluno?)
Exemplo de utilização das formas contraídas dele, dela, deles, 
delas:
• A professora proibiu que o aluno utilizasse o dicionário dele.
• A professora proibiu que o aluno utilizasse o dicionário dela.
PRONOMES POSSESSIvOS AdJETIvOS E SUbSTANTIvOS
Os pronomes possessivos podem ser classiicados ainda em pronome 
possessivo adjetivo, quando acompanha, determina e modiica os 
substantivos; e em pronome possessivo substantivo, quando substitui o 
substantivo numa frase.
Exemplos
• Meu ilho é indisciplinado. (pronome possessivo adjetivo)
• Aquela caneta é a minha. (pronome possessivo substantivo)
ATENÇÃO 
Na frase “Seu Antônio, o senhor chegará hoje ou manhã?”, a palavra 
seu não é um pronome possessivo, é uma alteração fonética da palavra 
senhor.
PRONOMES INdEfINIdOS
Referem-se sempre à 3.ª pessoa gramatical, indicando que algo 
ou alguém é considerado de forma indeterminada. Existem pronomes 
indeinidos invariáveis, variáveis em gênero e número e variáveis apenas 
em número.
Pronomes indeinidos invariáveis:
• alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, cada, algo.
Leitura e Produção de Texto54
Pronomes indeinidos variáveis em gênero e número:
• algum, alguns, alguma, algumas;
• nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas;
• todo, todos, toda, todas;
• outro, outros, outra, outras;
• muito, muitos, muita, muitas;
• pouco, poucos, pouca, poucas;
• certo, certos, certa, certas;
• vário, vários, vária, várias;
• tanto, tantos, tanta, tantas;
• quanto, quantos, quanta, quantas.
Pronomes indeinidos variáveis em número:
• qualquer, quaisquer;
• bastante, bastantes.
Além dos pronomes indeinidos, existem conjuntos de palavras 
que atuam como pronomes indeinidos, sendo chamadas de locuções 
pronominais indeinidas.
Exemplos
• cada qual, cada um, todo aquele que, quem quer que, seja quem 
for, seja qual for, qualquer um,…
Pronomes indeinidos substantivos e adjetivos
Alguns pronomes indeinidos são utilizados apenas como pronomes 
indeinidos substantivos, substituindo o substantivo numa frase. É o caso 
dos pronomes alguém, ninguém, outrem, algo, nada e tudo.
Exemplos
• Este livro é de alguém?
• Tudo é importante, nada deverá ser esquecido!
Outros pronomes indeinidos são utilizados majoritariamente como 
pronomes indeinidos adjetivos, acompanhando o substantivo, mas 
podendo ser utilizados também como pronomes indeinidos substantivos. 
É o caso dos pronomes algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, vário, 
tanto e quanto.
Elementos Gramaticais 55
Exemplos
 • Nenhum homem teve coragem de se pronunciar contra aquela 
tirania.
 • Nenhum teve coragem de se pronunciar contra aquela tirania.
 • Poucos alunos passaram para a oitava série.
 • Poucos passaram para a oitava série.
Os pronomes indeinidos certo, cada e qualquer, deverão desempenhar 
sempre a função de pronomes indeinidos adjetivos, vindo acompanhados 
de substantivo. O pronome cada, na ausência de um substantivo, poderá 
vir acompanhado de um numeral pronome, como um e qual: cada um ou 
cada qual.
Exemplos
• Certas atitudes são incompreensíveis.
• Qualquer escolha será longamente ponderada.
• Cada pessoa deverá seguir o seu próprio caminho.
• Cada um deverá seguir o seu próprio caminho.
• Cada qual deverá seguir o seu próprio caminho.
vAlORES dOS PRONOMES INdEfINIdOS
Nenhum x algum
O pronome indeinido nenhum assume sempre um sentido negativo. 
Já o pronome indeinido algum assume um sentido airmativo quando 
anteposto ao substantivo e um sentido negativo quando posposto ao 
substantivo.
Exemplos
 • Nenhum motivo foi apresentado para a desistência da candidatura. 
(sentido negativo)
 • Motivo algum foi apresentado para a desistência da candidatura. 
(sentido negativo)
 • Algum motivo foi apresentado para a desistência da candidatura? 
(sentido airmativo)
Ninguém x alguém
O pronome indeinido ninguém assume sempre um sentido negativo, 
enquanto o pronome indeinido alguém assume um sentido airmativo. 
Ambos se referem a pessoas.
Leitura e Produção de Texto56
Exemplos
• Com certeza, ninguém seguiu este caminho. (sentido negativo)
• Com certeza, alguém seguiu este caminho. (sentido airmativo)
Nada x algo
O pronome indeinido nada assume sempre um sentido negativo, 
enquanto o pronome indeinido algo assume um sentido airmativo. 
Ambos se referem a coisas.
Exemplos
 • Não pretendia nada, além de uma vida descansada. (sentido 
negativo)
 • Queria sempre algo novo. (sentido airmativo)
O pronome indeinido nada signiica principalmente coisa nenhuma, 
mas pode signiicar alguma coisa em frases interrogativas negativas. 
Pode ainda assumir a função de advérbio quando acompanhado de um 
substantivo.
Exemplos
• Não quero nada, obrigado! (coisa nenhuma)• Você não viu nada de estranho ontem? (alguma coisa)
• Não iquei nada feliz com meu resultado na prova. (advérbio)
Certo
O pronome certo apenas atua como pronome indeinido quando 
anteposto ao substantivo, particularizando alguma coisa. Quando posposto 
ao substantivo assume a função de um adjetivo, sinônimo de correto, 
certeiro, garantido, combinado, apropriado, entre outros.
Exemplos
 • Certos alunos icam para sempre na memória dos professores. 
(pronome indeinido)
 • O diretor tomou decisões certas. (adjetivo)
Qualquer
O pronome indeinido qualquer tem como principal função generalizar 
uma situação. Contudo, assume um valor depreciativo quando posposto a 
um artigo indeinido ou a um substantivo próprio.
Elementos Gramaticais 57
Exemplos
 • Qualquer ajuda será bem-vinda. (sentido generalizador)
 • Ele é apenas um qualquer. Nem me vou preocupar com suas 
opiniões. (sentido depreciativo)
Todo e tudo
No singular, os pronomes indeinidos todo e tudo indicam a totalidade 
das partes. No plural indicam uma totalidade numérica. O pronome todo 
se refere unicamente a coisas, enquanto o pronome tudo pode se referir a 
coisas ou pessoas.
Exemplos
• Ele comeu o bolo todo. (totalidade das partes)
• Todos os alunos realizaram a prova. (totalidade numérica)
Outro
O pronome indeinido outro pode indicar um momento passado ou 
um momento futuro, como nas expressões outro dia (passado) e no outro 
dia (futuro).
Exemplos
 • Outro dia fui ver a exposição de pintura da minha tia.
 • No outro dia, depois de regressar de viagem, irei ver a exposição 
de pintura da minha tia.
PRONOMES dEMONSTRATIvOS
Situam alguém ou alguma coisa no tempo, no espaço e no discurso, 
em relação às próprias pessoas do discurso: quem fala, com quem se fala, 
de quem se fala. Podem ser invariáveis ou variáveis em gênero (masculino 
e feminino) e número (plural e singular). Possuem ainda uma inalidade 
expressiva, reforçando algum termo anteriormente mencionado.
Pronomes demonstrativos variáveis:
1.ª pessoa: este, esta, estes, estas.
2.ª pessoa: esse, essa, esses, essas.
3.ª pessoa: aquele, aquela, aqueles, aquelas.
Pronomes demonstrativos invariáveis:
1.ª pessoa: isto.
2.ª pessoa: isso.
3.ª pessoa: aquilo.
Leitura e Produção de Texto58
Pronomes demonstrativos combinados com preposições
Os pronomes demonstrativos contraem-se com as preposições a, em 
e de.
Pronomes demonstrativos contraídos com preposições:
Preposição a – àquele, àquela, àqueles, àquelas, àquilo.
Preposição em – neste, nesta, nestes, nestas, nisto, nesse, nessa, 
nesses, nessas, nisso, naquele, naquela, naqueles, naquelas, naquilo.
Preposição de – deste, desta, destes, destas, disto, desse, dessa, desses, 
dessas, disso, daquele, daquela, daqueles, daquelas, daquilo.
Exemplos
• Eu moro nesta casa.
• Não gosto dessa sua maneira de ser.
• Entregue seu teste àquele professor.
REgRAS dE UTIlIzAçãO dOS PRONOMES 
dEMONSTRATIvOS
Este, esta, estes, estas, isto, neste, nesta, nestes, nestas, deste, 
desta, destes, destas:
Usados quando o que está sendo demonstrado está perto da pessoa 
que fala ou no tempo presente em relação à pessoa que fala. Usa-se ainda 
para referir o que vai ser mencionado no discurso.
Exemplos
• Esta caneta aqui é minha.
• Este é o ano do meu casamento.
• Isto que está acontecendo é horrível!
• Isto será explicado mais à frente.
• Neste momento não tenho nada para fazer.
• Venha aqui e coloque tudo dentro deste recipiente.
Esse, essa, esses, essas, isso, nesse, nessa, nesses, nessas, desse, 
dessa, desses, dessas:
Usados quando o que está sendo demonstrado está longe da pessoa 
que fala e perto da pessoa a quem se fala ou num tempo passado recente em 
relação à pessoa que fala. Usa-se ainda para referir o que foi mencionado 
no discurso.
Elementos Gramaticais 59
Exemplos
 • Essa caneta aí é sua.
 • Esse foi o ano em que fui mãe.
 • Isso que aconteceu foi horrível!
 • Isso foi explicado na aula passada.
 • Nesse dia eu estava nervosa porque tinha visto um acidente.
 • Antes de ir embora, coloque tudo dentro desse recipiente que está 
perto de você.
Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, naquele, naquela, 
naqueles, naquelas, daquele, daquela, daqueles, daquelas:
Usados quando o que está sendo demonstrado está longe da pessoa 
que fala e da pessoa a quem se fala. Também se usa para referir um 
passado distante ou para referir algo que foi mencionado com uma grande 
distância no discurso.
Exemplos
 • Aquela caneta ali é dele.
 • Aquele foi o melhor ano da minha infância.
 • Aquilo foi o melhor de tudo.
 • Ela partiu a perna naquele im de semana que fomos passear ao 
campo.
 • Este livro é daquele menino da 6ª série. Você sabe quem ele é?
Outros pronomes demonstrativos
Outras palavras atuam como pronomes demonstrativos. São variáveis 
em gênero (masculino e feminino) e número (plural e singular), mas não 
se relacionam com as três pessoas discursivas.
O, a, os, as
Quando acompanharem os pronomes que e qual, podendo ser 
substituídos por aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo.
Exemplos
• Não entendi o que foi dito pelo apresentador. (aquilo que foi dito).
• Essa mochila não é a que eu comprei. (aquela que eu comprei).
Mesmo, mesma, mesmos, mesmas
Próprio, própria, próprios, próprias
Reforçam pronomes pessoais e se referem alguma coisa citada 
anteriormente.
Leitura e Produção de Texto60
Exemplos
• Ela mesma resolveu o assunto.
• Foram os próprios responsáveis que izeram a confusão.
Tal, tais
Semelhante, semelhantes
Referem-se a um nome anteriormente citado e transmitem um sentido 
completo (tal) ou incompleto (semelhante), podendo ser substituídos por 
aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, esse, essa, esses, essas, isso, 
este, esta, estes, estas, isto. Estes dois pronomes podem ser utilizados 
ironicamente.
Exemplos
 • Não tenha semelhante atitude. (aquela atitude)
 • Em tais momentos, não devemos reagir de cabeça quente. (nesses 
momentos)
Pronomes demonstrativos adjetivos e substantivos
Os pronomes demonstrativos podem ser classiicados ainda 
em pronome demonstrativo adjetivo, quando acompanha, determina 
e modiica os substantivos, e em pronome demonstrativo substantivo, 
quando substitui o substantivo numa frase.
Exemplos
• Aquela caneta é azul. (pronome demonstrativo adjetivo)
• O meu ilho é aquele. (pronome demonstrativo substantivo)
 2.2.6 Pontuação
Para que servem os sinais de pontuação? No geral, para representar 
pausas na fala, nos casos do ponto, vírgula e ponto e vírgula; ou entonações, 
nos casos do ponto de exclamação e de interrogação, por exemplo.
Além de pausa na fala e entonação da voz, os sinais de pontuação 
reproduzem, na escrita, nossas emoções, intenções e anseios.
Vejamos aqui alguns empregos:
víRgUlA (,)
É usada para:
 a) separar termos que possuem mesma função sintática na oração: O 
menino berrou, chorou, esperneou e, enim, dormiu.
 Nessa oração, a vírgula separa os verbos.
Elementos Gramaticais 61
 b) isolar o vocativo: Então, minha cara, não há mais o que se dizer!
 c) isolar o aposto: O João, ex-integrante da comissão, veio assistir à 
reunião.
 d) isolar termos antecipados, como complemento ou adjunto:
 1. Uma vontade indescritível de beber água, eu senti quando olhei 
para aquele copo suado! (antecipação de complemento verbal)
 2. Nada se fez, naquele momento, para que pudéssemos sair! 
(antecipação de adjunto adverbial)
 e) separar expressões explicativas, conjunções e conectivos: isto é, 
ou seja, por exemplo, além disso, pois, porém, mas, no entanto, 
assim, etc.
 f) separar os nomes dos locais de datas: Brasília, 30 de janeiro de 
2009.
 g) isolar orações adjetivas explicativas: O ilme, que você indicou 
para mim, é muito mais do que esperava.
PONTO-fINAl (.)
É usado ao inal de frases para indicar uma pausa total:
a) Não quero dizer nada.
b) Eu amo minha família.
E em abreviaturas: Sr., a. C., Ltda., vv., num., adj., obs.
PONTO dE INTERROgAçãO (?)
 O ponto de interrogação é usado para:
 a) Formular perguntas diretas:
 Você quer irconosco ao cinema?
 Desejam participar da festa de confraternização?
 b) Para indicar surpresa, expressar indignação ou atitude de 
expectativa diante de uma determinada situação:
 • O quê? Não acredito que você tenha feito isso! (atitude de 
indignação)
 • Não esperava que fosse receber tantos elogios! Será que mereço 
tudo isso? (surpresa)
 • Qual será a minha colocação no resultado do concurso? Será a 
mesma que imagino? (expectativa)
 
 PONTO dE ExClAMAçãO (!) 
Esse sinal de pontuação é utilizado nas seguintes circunstâncias:
 a) Depois de frases que expressem sentimentos distintos, tais como: 
entusiasmo, surpresa, súplica, ordem, horror, espanto:
Leitura e Produção de Texto62
 • Iremos viajar! (entusiasmo)
 • Foi ele o vencedor! (surpresa)
 • Por favor, não me deixe aqui! (súplica)
 • Que horror! Não esperava tal atitude. (espanto) 
 • Seja rápido! (ordem)
 b) Depois de vocativos e algumas interjeições:
 • Ui! que susto você me deu. (interjeição)
 • Foi você mesmo, garoto! (vocativo)
 c) Nas frases que exprimem desejo:
 • Oh, Deus, ajude-me! 
 ObSERVAÇÕES DIGNAS DE NOTA:
 • Quando a intenção comunicativa expressar, ao mesmo tempo, 
questionamento e admiração, o uso dos pontos de interrogação e 
exclamação é permitido. Observe:
 Que que eu posso fazer agora?!
 • Quando se deseja intensiicar ainda mais a admiração ou qualquer 
outro sentimento, não há problema algum em repetir o ponto de 
exclamação ou interrogação.
 Note:
 Não!!! – gritou a mãe desesperada ao ver o ilho em perigo. 
 
 PONTO E víRgUlA (;)
É usado para:
 a) separar itens enumerados:
 A Matemática se divide em:
 • geometria;
 • álgebra;
 • trigonometria;
 • inanceira.
 b) separar um período que já se encontra dividido por vírgulas: Ele 
não disse nada, apenas olhou ao longe, sentou por cima da grama; 
queria icar sozinho com seu cão.
dOIS-PONTOS (:)
É usado quando:
 a) se vai fazer uma citação ou introduzir uma fala:
 Ele respondeu: não, muito obrigado!
 b) se quer indicar uma enumeração:
 Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas 
estranhas, não brigue com seus colegas e não responda à professora.
Elementos Gramaticais 63
ASPAS (“”)
São usadas para indicar:
 a) citação de alguém: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo 
mostra um início irme. Ainda na edição, os 25 anos do MST e o 
bloqueio de 2 bilhões de dólares do Oportunity no exterior” (Carta 
Capital on-line, 30/01/09)
 b) expressões estrangeiras, neologismos, gírias: Nada pode com a 
propaganda de “outdoor”.
RETICêNCIAS (...)
São usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção ou dar 
ideia de continuidade ao que se estava falando:
 a) (...) Onde está ela, Amor, a nossa casa,
 O bem que neste mundo mais invejo?
 O brando ninho aonde o nosso beijo
 Será mais puro e doce que uma asa? (...)
 b) E então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade...
 c) Eu gostei da nova casa, mas do quintal...
PARêNTESES ( )
São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para 
fazer simples indicações.
Ele comeu, e almoçou, e dormiu, e depois saiu. (o e aparece repetido 
e, por isso, há o predomínio de vírgulas).
TRAvESSãO (–)
O travessão é indicado para:
 a) Indicar a mudança de interlocutor em um diálogo:
 • Quais ideias você tem para revelar?
 • Não sei se serão bem-vindas.
 • Não importa, o fato é que assim você estará contribuindo para 
a elaboração deste projeto.
 b) Separar orações intercaladas, desempenhando as funções da 
vírgula e dos parênteses: 
 • Precisamos acreditar sempre – disse o aluno coniante – que 
tudo irá dar certo.
 • Não aja dessa forma – falou a mãe irritada – pois pode ser 
arriscado.
Leitura e Produção de Texto64
 c) Colocar em evidência uma frase, expressão ou palavra:
 • O prêmio foi destinado ao melhor aluno da classe – uma pessoa 
bastante esforçada. 
 • Gostaria de parabenizar a pessoa que está discursando – meu 
melhor amigo.
 2.3 Na Prática
 01) EFOMM – É inaceitável a pontuação na alternativa:
 a) 1 cm., 2 cm., 1 m., 2 m., 1 g., 2 g., 1 kg., 1 h 20., 2 h 20 m 30 s.
 b) De boa árvore, bons frutos.
 c) Terminada a palestra, procure-nos.
 d) Não chore, que será pior.
 e) Eram dois – eu os vi pessoalmente – os assaltantes.
 02) EFOMM – Assinale a alternativa em que o período está 
corretamente pontuado:
 a) Uns trabalhavam, esforçavam-se, exauriam-se; outros 
gozavam, não pensavam no futuro.
 b) “E agora José?”
 c) Cauteloso que era, nunca revelava realmente, suas ideias.
 d) Airmavam, insistentes; era o reparo moral, que queriam, e 
não o dinheiro.
 e) Com as graças de Deus, vou indo caríssima Rosália.
 03) UFRRJ – Marco Túlio Cícero, tão famoso quanto Demóstenes 
na área da retórica, sempre dizia:
 Preiro a virtude do medíocre ao talento do velhaco.
 Neste período está faltando um sinal de pontuação:
 a) vírgula;
 b) ponto e vírgula;
 c) ponto de exclamação;
 d) aspas;
 e) reticência.
 04) Assinale o item em que todas as palavras são acentuadas pela 
mesma regra de: também, incrível e caráter.
 a) alguém, inverossímil, tórax 
 b) hífen, ninguém, possível 
 c) têm, anéis, éter 
 d) há, impossível, crítico
 e) pólen, magnólias, nós
Elementos Gramaticais 65
 05) Assinale a alternativa correta
 a) Não se deve colocar acento circunlexo em palavra como avo, 
bisavo, porque há palavras homógrafas com pronúncia aberta 
 b) Não se deve colocar acento grave no a do contexto: Fui a 
cidade
 c) Não se deve colocar trema em palavras como tranquilo, 
linguiça, sequência
 d) Não se deve colocar trema em palavras derivadas como 
avozinho, vovozinho
 e) O emprego do trema é facultativo
 06) Assinale a opção em que as palavras, quanto à acentuação 
gráica, estejam agrupadas pelo mesmo motivo gramatical.
 a) problemáticos, fácil, álcool
 b) já, até, só 
 c) também, último, análises
 d) porém, detêm, experiência 
 e) país, atribuíram, cocaína
 07) A única alternativa que possui, pelo menos, uma palavra 
indevidamente acentuada é:
 a) fórceps-avícola 
 b) lábaro-néctar. 
 c) homília-hieróglifo. 
 d) ístmo-resfolego 
 e) bólido-interim.
 08) “O pobre ica ___ meditar, ___ tarde, indiferente ___ que 
acontece ao seu redor”.
 a) à – a – aquilo
 b) a – a – àquilo 
 c) a – à – àquilo 
 d) à – à – aquilo 
 e) à – à – àquilo
 09) Chegou-se _____ conclusão de que a escola também é importante 
devido _____ merenda escolar que é distribuída gratuitamente 
_____ todas as crianças.
 a) à – à – à 
 b) a – à – a 
 c) a – à – à 
 d) à – à – a 
 e) à – a – a
Leitura e Produção de Texto66
 10) Quanto _____ problema, estou disposto, para ser coerente 
__________ mesmo, _____ emprestar-lhe minha colaboração.
 a) aquele – para mim – a 
 b) àquele – comigo – a 
 c) aquele – comigo – à 
 d) aquele – por mim – a 
 e) àquele – para mim – à
 11) Dentre as frases abaixo, escolha aquela em que há, de fato, lexão 
de grau para o substantivo.
 a) O advogado deu-me seu cartão.
 b) Deparei-me com um portão, imenso e suntuoso.
 c) Moravam num casebre, à beira do rio.
 d) A abelha, ao picar a vítima, perde seu ferrão.
 e) A professora distribuiu as cartilhas a todos os alunos.
 12) Indique a alternativa correta no que se refere ao plural dos 
substantivos compostos casa-grande, lor-de-cuba, arco-íris e 
beija-lor.
 a) casa-grandes, lor-de-cubas, os arco-íris, beijas-lor
 b) casas-grandes, lores-de-cuba, arcos-íris, beijas-lores
 c) casas-grande, as lor-de-cubas, arcos-íris, os beija-lor
 d) casas-grande, lores-de-cuba, arcos-íris, beijas-lores
 e) casas-grandes, lores-de-cuba, os arco-íris, beija-lores
 13) Assinale a alternativa em que há gênero aparente na relação 
masculino/feminino dos pares.
 a) boi – vaca
 b) homem – mulher
 c) cobra macho – cobra fêmea
 d) o capital – a capital
 e) o cônjuge (homem)– o cônjuge (mulher)
 14) Numa das frases seguintes, há uma lexão de plural totalmente 
errada. Assinale-a.
 a) Os escrivães serão beneiciados por essa lei.b) O número mais importante é o dos anõezinhos.
 c) Faltam os hifens nesta relação de palavras.
 d) Fulano e Beltrano são dois grandes caráteres.
 e) Os reptis são animais ovíparos.
Elementos Gramaticais 67
 15) “Os homens são os melhores fregueses” – os melhores encontra-
se no grau:
 a) comparativo de superioridade.
 b) superlativo relativo de superioridade.
 c) superlativo absoluto sintético.
 d) superlativo absoluto analítico de superioridade.
 16) Os adjetivos Iígneo, gípseo, níveo, braquial signiicam, 
respectivamente:
 a) lenhoso, feito de gesso, alvo, relativo ao braço.
 b) lenhoso, feito de gesso, nivelado, relativo ao crânio.
 c) lenhoso, rotativo, abalizado, relativo ao crânio.
 d) associado, rotativo, nivelado, relativo ao braço.
 e) associado, feito de gesso, abalizado, relativo ao crânio.
 17) Aponte a alternativa incorreta quanto à correspondência entre a 
locução e o adjetivo.
 a) glacial (de gelo); ósseo (de osso)
 b) fraternal (de irmão); argênteo (de prata)
 c) farináceo (de farinha); pétreo (de pedra)
 d) viperino (de vespa); ocular (de olho)
 e) ebúrneo (de marim); insípida (sem sabor)
 18) Assinale a alternativa em que ambos os adjetivos não se 
lexionam em gênero.
 a) elemento motor, tratamento médico-dentário
 b) esforço vão, passeio matinal
 c) juiz arrogante, sentimento fraterno
 d) cientista hindu, homem célebre
 e) costume andaluz, manual Iúdico-instrutivo
 2.4 O que aprendemos?
Nessa unidade aprendemos a trabalhar com alguns elementos da 
gramática normativa da língua portuguesa, como:
 • Trabalhar com a pontuação;
 • Identiicar as crases e o uso da crase nas orações;
 • Usar os diferentes tipos de substantivos;
 • Utilizar das formas e lexões dos adjetivos;
 • Empregar os pronomes em orações;
 • E aplicar o uso da acentuação de acordo com a norma padrão da 
língua portuguesa e o novo acordo ortográico.
Leitura e Produção de Texto68
 2.5 Referências
Adjetivos. Disponível em: <http://www.normaculta.com.br/
adjetivos/> acesso em 20/ago/2014
Adjetivos. Disponível em: <http://www.signiicados.com.br/
adjetivo/> acesso em 20/ago/2014
Crase. Disponível em: <http://www.tudosobreconcursos.com/
materiais/portugues/crase-regras> acesso em 20/ago/2014
FERREIRA, Mauro. Aprender e praticar gramática. Ed renovada. São 
Paulo: FTD, 2007.
PEREZ, Ana Gabriela Figueiredo. Rachacuca. Disponível em 
<http://rachacuca.com.br/educacao/portugues/regras-de-acentuacao-
graica/> Acesso em: 20/ago/2014
Pronomes. Disponível em: <http://www.normaculta.com.br/
busca/?q=Pronomes> acesso em 20/ago/2014
Substantivos. Disponível em: <http://www.todamateria.com.br/
substantivos/> acesso em 20/ago/2014
Tipos de Substantivos. Disponível em <http://www.normaculta.
com.br/tipos-de-substantivos/> acesso em 20/ago/2014
VILARINHO, Sabrina; DUARTE, Vânia. Sinais de Pontuação. 
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/redacao/pontuacao.
htm> acesso em 20/ago/2014
Elementos Gramaticais 69
Anotações
Leitura e Produção de Texto70
Anotações
3
COESÃO E COERÊNCIA
3.1 Ponto de Partida
3.2 Roteiro do conhecimento
 3.2.1 Coerência
 3.2.2 Coesão
3.3 Glossário
3.4 Na prática
3.5 O que aprendemos?
3.6 Referências
Le
it
u
ra
 e
 P
ro
d
u
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e 
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o
Coesão e Coerência 73
 3 COESÃO E COERÊNCIA
 3.1 Ponto de Partida
Caro estudante,
Chegamos à terceira unidade, aqui serão trabalhados os conceitos de 
coesão e coerência da língua, os elementos fundamentais para que haja 
uma comunicação limpa, sem qualquer tipo de ruído.
Os elementos da coesão e da coerência, que serão apresentados aqui 
têm por inalidade:
 • Empregar os micros elementos da comunicação;
 • Trabalhar com textos coesos;
 • Aprofundar o conhecimento obtido;
 • Lidar com diferentes objetos textuais, com inalidade de passar 
uma ideia ou mensagem;
 • Veriicar os elementos textuais no macrocontexto;
 • Entender o signiicado de coesão e coerência e sua aplicabilidade.
 Bons estudos!
 3.2 Roteiro do Conhecimento
Um dos problemas encontrados com mais frequência nos textos é a 
falta de coesão e de coerência. É comum encontrarmos textos que iniciam 
com um tema e terminam com outro, mostrando falta de unidade e de 
coerência. Além da falta de coerência, há falta de coesão, o que torna, 
muitas vezes, os períodos ininteligíveis.
Mas, o que é coerência e o que é coesão?
 3.2.1 Coerência
O conceito de coerência refere-se ao nexo entre ideias, acontecimentos, 
circunstâncias. A coerência é um resultado da não contradição entre as 
partes do texto e do texto em relação ao mundo. É um instrumento que o 
autor vai usar para conseguir encaixar as “peças” do texto e dar sentido 
completo a ele.
Todo texto é composto por uma macroestrutura e uma microestrutura.
A macroestrutura refere-se à coerência, ou seja, à manutenção 
da mesma referência temática em toda extensão. Para que ela exista é 
necessário:
Leitura e Produção de Texto74
a) harmonia de sentido de modo a não ter nada ilógico, nada desconexo;
b) relação entre as partes do texto, criando uma unidade de sentido;
c) as partes devem estar inter-relacionadas;
d) expor uma informação nova e expandir o texto;
e) não apresentar contradições entre as ideias;
f) apresentar um ponto de vista, uma nova visão de mundo.
Mas, a coerência é uma característica textual que depende da 
interação do texto, do seu produtor e daquele que procura compreendê-lo. 
Muito depende do receptor, de seu conhecimento de mundo, da situação 
de produção do texto e do grau de domínio dos elementos linguísticos 
constantes do texto.
Veja no exemplo abaixo a falta desse domínio, o que parece tornar o 
texto incoerente.
Eu gosto tanto de frango, mas tenho medo de gripe aviária.
– Ah, mas só dá na Ásia, responderam.
– Justo na parte de que eu mais gosto!? 
(Folha de São Paulo, 18 de março de 2006, p. E13)
TIPOS dE COERêNCIA
 • Coerência semântica (relação dos signiicados dos elementos das 
frases em sequência)
 • Coerência sintática (refere-se a conectivos, pronomes)
 Ex: Educação, problema universal que por direito todo indivíduo 
deve ter acesso. 
Coesão e Coerência 75
 • Coerência estilística (mistura de registros linguísticos)
 Ex: Uso de gírias em textos acadêmicos.
 • Coerência pragmática (sequência de atos de fala)
 Os atos da fala devem satisfazer as condições presentes em uma 
dada situação comunicativa.
 Ex: – Você pode me emprestar seu livro do Guimarães Rosa? 
 – Hoje eu comi um chocolate que é uma delícia. 
 Exemplo de um texto incoerente
O quarto-zagueiro Edinho Baiano, do Paraná Clube, foi entrevistado 
por um repórter da rádio Cidade.
O Paraná tinha tomado um balaio de gols do Guarani de Campinas, 
alguns dias antes. O repórter queria saber o que tinha acontecido. Edinho 
não teve dúvidas sobre os motivos: 
– Como a gente já esperava, fomos surpreendidos pelo ataque do 
Guarani. 
Exemplos de textos incoerentes em anúncios
Será que eles descansam trabalhando?
Em uma campanha publicitária, um anúncio, propaganda, placa 
ou outdoor é de extrema importância prestar atenção ao que você 
está anunciando e como o fazer, para que seu anúncio não seja 
contraditório ao seu produto.
Leitura e Produção de Texto76
Pérolas do Vestibular 
“A fé é uma graça através da qual podemos ver o que não vemos.”
“O objetivo da Sociedade Anônima é ter muitas fábricas 
desconhecidas.”
“O Ateísmo é uma religião anônima.”
“O problema fundamental do terceiro mundo é a superabundância de 
necessidades.”
“A diferença entre o Romantismo e o Realismo é que os românticos 
escrevem romances e os realistas nos mostram como está a situação do 
país.”
“O Chile é um país muito alto e magro.”
“Em Esparta as crianças que nasciam mortas eram sacriicadas.”
 3.2.2 Coesão
Coesão é a conexão, ligação, harmonia entre os elementos de um 
texto.
Diz respeito às articulações gramaticais existentes entre as palavras, 
orações, frases, parágrafos e partes maiores de um texto que garantem sua 
conexãosequencial.
Para que o texto seja coeso, deve seguir pelo menos um dos 
mecanismos de coesão:
 a) Retomada de termos, expressões ou frases já ditas.
 b) Encadeamento de segmentos do texto, feito com conectores ou 
operadores discursivos, tais como então, portanto, mas, já que, 
porque...
Na semana dele domingo não é dia!?
Coesão e Coerência 77
TIPOS dE COESãO 
 • Coesão por referência (são elementos de referência os pronomes 
pessoais, possessivos, demonstrativos e os advérbios de lugar.) 
Ex: Foi à Europa e lá foi feliz.
 • Coesão lexical:
 • por sinônimo
 • por hiperônimos (palavras que correspondem ao gênero do 
termo a ser retomado)
 • por repetição do mesmo item
 • por substituição (colocação de um item num lugar de um outro 
segmento) 
 Exemplo de texto coeso
 Observe a coesão presente no texto a seguir: 
“Os sem-terra izeram um protesto em Brasília contra a política 
agrária do país, porque consideram injusta a atual distribuição de terras. 
Porém o ministro da Agricultura considerou a manifestação um ato de 
rebeldia, uma vez que o projeto de Reforma Agrária pretende assentar 
milhares de sem-terra.”
JORDÃO, R., BELLEZI C. Linguagens. São Paulo: Escala Educacional, 2007, 566 p
Leitura e Produção de Texto78
Texto sem elementos de coesão
“... É só isso, não tem mais jeito, acabou, boa sorte não tem o que 
dizer, são só palavras, saiba que o que eu sinto não mudará...”
(composição: Vanessa Da Mata feat. Ben Harper) 
Veja a mesma canção com os elementos de coesão
Se é só isso, então não tem mais jeito, por isso acabou, desejo-
lhe boa sorte e não se preocupe não tem nada o que dizer, isso são só 
palavras, mas saiba que e o que eu sinto por você não mudará...” 
 3.3 Glossário
Macroestrutura: Estrutura de dimensão superior que engloba outras 
estruturas menores que pode ser composta em elementos menores.
Microestrutura: Estrutura de dimensão inferior que pertence à outra 
estrutura mais vasta. Pormenorização de uma estrutura.
 3.4 Na Prática
 1) Um dos problemas encontrados com mis frequência nos textos é 
a falta de coesão e de coerência. É comum encontrarmos textos 
que iniciam com um tema e terminam com outro, mostrando falta 
de unidade e de coerência. Além da falta de coerência, há falta de 
coesão, o que torna, muitas vezes, os períodos ininteligíveis. Mas, 
o que é coerência?
 a) O conceito de coerência refere-se ao nexo entre ideias, 
acontecimentos, circunstâncias. A coerência é um resultado da 
não contradição entre as partes do texto e do texto em relação ao 
mundo. É um instrumento que o autor vai usar para conseguir 
encaixar as “peças” do texto e dar sentido completo a ele.
 b) A coerência é uma característica textual que depende da 
interação do meio, do seu produtor e não daquele que procura 
compreendê-lo. Muito depende do receptor, de seu conhecimento 
de mundo, mas, não da situação de produção do texto e do grau 
de domínio dos elementos linguísticos constantes do texto.
 c) A coerência é uma característica não textual que depende da 
interação do texto, do seu produtor e daquele que procura 
compreendê-lo. Muito depende do canal, de seu conhecimento 
de mundo, da situação de produção do texto e do grau de 
domínio dos elementos linguísticos constantes do texto.
Coesão e Coerência 79
 d) O conceito de coerência refere-se ao nexo entre ideias, 
acontecimentos, circunstâncias. A coerência é um resultado da 
não contradição entre as partes do texto e do texto em relação ao 
mundo. É um instrumento que o autor vai usar para conseguir 
encaixar as “peças” do texto e dar sentido completo a ele.
 e) A microestrutura refere-se à coerência, ou seja, à manutenção 
da mesma referência temática em toda extensão.
 2) Na frase: “Em Esparta as crianças que nasciam mortas eram 
sacriicadas”. Está presente um erro de:
 a) Coesão
 b) Coerência
 c) Graia
 d) Vício de Linguagem
 e) Concordância
 3) (TRF) A forma que substitui adequadamente a palavra mas, no 
trecho “compele os homens a se defrontar com a realidade não 
do ponto de vista da realização do prazer, mas do dever fazer”, 
mantendo o sentido original, é:
 a) senão que também;
 b) senão;
 c) não obstante;
 d) no entanto;
 e) quando não.
 4) (TRF) O pronome sublinhado em “Não surpreende que assim seja, 
porque desta deinição depende em parte o estabelecimento das 
credenciais dos atores que hoje estão envolvidos na luta dos negros 
pelo lugar na sociedade brasileira que nem a abolição, nem os cem 
anos que a seguiram lhes propiciaram.” está em clara referência ao 
termo:
 a) negros;
 b) atores;
 c) credenciais;
 d) cem anos;
 e) envolvidos.
Leitura e Produção de Texto80
 5) (TRF) O pronome destacado em “... e a frente do movimento pelo 
im das discriminações raciais. Ambas são políticas, mas a primeira 
O é de forma mediatizada” tem a função de substituir, no texto:
 a) o adjetivo político;
 b) o substantivo discriminações;
 c) o verbo ser;
 d) o substantivo movimento;
 e) o numeral primeira.
 3.5 O que aprendemos?
Nessa unidade aprendemos que:
 • A diferença entre coesão e coerência está na macro e na 
microestrutura;
 • A coerência é o nexo entre as ideias de um texto;
 • A coesão é a harmonia entre os elementos de um texto;
 • Um texto para ser coeso deve seguir a retomada ou o encadeamento 
de ideias;
 • Que a coesão, ou a falta dela, pode se dar por diferentes tipos.
 3.6 Referências
“macroestrutura”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa 
[em linha], 2008-2013, <http://www.priberam.pt/DLPO/macro 
estrutura> [consultado em 21-08-2014].
ARAUJO, Ana Paula. Coesão e Coerência Textual. Disponível em: 
<http://www.infoescola.com/redacao/coesao-e-coerencia-textual/> 
Acesso em 21 ago. 2014.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do Português 
Contemporâneo. 3 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001 
GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em prosa moderna. Rio de 
Janeiro:Fundação Getúlio Vargas,2006.
HOUAISS, Antônio et al. dicionário Eletrônico houaiss da língua 
Portuguesa. São Paulo: Objetiva,2001.[CD-ROOM].
microestrutura, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa 
[em linha], 2008-2013, <http://www.priberam.pt/DLPO/micro 
estrutura> [consultado em 21-08-2014].
PLATÃO e FIORIN. lições de texto: leitura e redação. 5 ed. São 
Paulo: Ática, 2006.
Coesão e Coerência 81
Anotações
Leitura e Produção de Texto82
Anotações
4
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
4.1 Ponto de partida
4.2 Roteiro do conhecimento
 4.2.1 Função Referencial ou Denotativa
 4.2.2 Função Conativa ou Apelativa
 4.2.3 Função Emotiva ou Expressiva
 4.2.4 Função Metalinguística
 4.2.5 Função Fática
 4.2.6 Função Poética
4.3 Glossário
4.4 Na prática
4.5 O que aprendemos?
4.6 Referências
Le
it
u
ra
 e
 P
ro
d
u
çã
o
 d
e 
Te
xt
o
Funções da Linguagem 85
4 FUNÇÕES DA LINGUAGEM
 4.1 Ponto de Partida
Caro estudante,
Nessa unidade conheceremos e trabalharemos as funções da 
linguagem, não esquecendo que funções da linguagem não são iguras 
de linguagem. As funções da linguagem estão diretamente ligadas a cada 
elemento da comunicação, como visto na unidade anterior, como existem 
seis elementos fundamentais da comunicação, também existirão seis 
funções da linguagem.
Ao inal desta unidade, você estará habilitado a:
• Compreender melhor o processo de comunicação;
• Utilizar os elementos das funções da linguagem;
• Trabalhar as diferentes habilidades da linguagem;
• Diferenciar as funções dentro do contexto social.
• Empregar com clareza as funções da linguagem no cotidiano.
Bons estudos!
 4.2 Roteiro do conhecimento
Estamos imersos em meio a um cotidiano estritamente social, no 
qual nos interagimos com nossos semelhantes por meio da linguagem. A 
mesma permite-nos revelarmos nossos sentimentos, expressarmos nossas 
opiniões, trocarmos informações no intuito de ampliarmos nossa visão de 
mundo, dentre outros benefícios.
A cada mensagem que enviamos ou recebemos, seja esta de natureza 
verbal ou não verbal, estamoscompartilhando com um discurso que se 
pauta por inalidades distintas, ou seja, entreter, informar, persuadir, 
emocionar, instruir, aconselhar, entre outros propósitos.
O objetivo de qualquer ato comunicativo está vinculado à intenção de 
quem o envia, no caso, o emissor. Dessa forma, de acordo com a natureza 
do discurso presente na relação emissor x interlocutor, a linguagem assume 
diferentes funções, todas elas portando-se de características especíicas.
O emissor, ao transmitir uma mensagem, sempre tem um objetivo: 
informar algo, demonstrar seus sentimentos, convencer alguém a fazer 
algo, entre outros; consequentemente, a linguagem passa a ter uma função, 
que são as seguintes:
Leitura e Produção de Texto86
• função Referencial;
• função Conativa;
• função Emotiva;
• função Metalinguística;
• função fática;
• função Poética. 
Obs.: Em um mesmo contexto, duas ou mais funções podem ocorrer 
simultaneamente: uma poesia em que o autor discorra sobre o que ele sente 
ao escrever poesias tem as linguagens poética, emotiva e metalinguística 
ao mesmo tempo.
As funções para a linguagem foram bem 
caracterizadas em 1960, por um famoso 
linguista russo chamado Roman Jakobson, 
num célebre ensaio intitulado “Linguística e 
Poética”.
 4.2.1 Função Referencial ou Denotativa
Quando o objetivo do emissor é informar, ocorre a função referencial, 
também chamada de denotativa ou de informativa. São exemplos de 
função denotativa a linguagem jornalística e a cientíica.
Por exemplo:
– Numa cesta de vime há um cacho de uvas, duas laranjas, dois 
limões, uma maçã verde, uma maçã vermelha e uma pera. 
Transmite uma informação objetiva, expõe dados da realidade de 
modo objetivo, não faz comentários, nem avaliação. Geralmente, o texto 
apresenta-se na terceira pessoa do singular ou plural, pois transmite 
impessoalidade. A linguagem é denotativa, ou seja, não há possibilidades 
de outra interpretação além da que está exposta.
Em alguns textos é mais predominante essa função, como: cientíicos, 
jornalísticos, técnicos, didáticos ou em correspondências comerciais.
Por exemplo: “Bancos terão novas regras para acesso de deicientes”. 
O Popular, 16 out. 2008.
 4.2.2 Função Conativa ou Apelativa
Ocorre a função conativa, ou apelativa, quando o emissor tenta 
convencer o receptor a praticar determinada ação. É comum o uso do 
verbo no Imperativo. Por exemplo:
Funções da Linguagem 87
– Compre aqui e concorra a este lindo carro 
 É uma tentativa do emissor de convencer o receptor a praticar a ação 
de comprar ali.
A ênfase está diretamente vinculada ao receptor, na qual o discurso 
visa persuadi-lo, conduzindo-o a assumir um determinado comportamento. 
Essa modalidade encontra-se presente na linguagem publicitária de uma 
forma geral e traz como característica principal, o emprego dos verbos no 
modo imperativo.
O objetivo é de inluenciar, convencer o receptor de alguma coisa por 
meio de uma ordem (uso de vocativos), sugestão, convite ou apelo (daí 
o nome da função). Os verbos costumam estar no imperativo (Compre! 
Faça!) ou conjugados na 2ª ou 3ª pessoa (Você não pode perder! Ele vai 
melhorar seu desempenho!). Esse tipo de função é muito comum em 
textos publicitários, em discursos políticos ou de autoridades.
 4.2.3 Função Emotiva ou Expressiva
Nesta, há um envolvimento pessoal do emissor, que comunica seus 
sentimentos, emoções, inquietações e opiniões centradas na expressão do 
próprio “eu”, levando em consideração o seu mundo interior. Para tal, são 
utilizados verbos e pronomes em 1ª pessoa, muitas vezes acompanhados 
Leitura e Produção de Texto88
de sinais de pontuação, como reticências, pontos de exclamação, bem 
como o uso de onomatopeias e interjeições. 
Soneto de Fidelidade 
 
De tudo ao meu amor serei atento 
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto 
Que mesmo em face do maior encanto 
Dele se encante mais meu pensamento. 
 
Quero vivê-lo em cada vão momento 
E em seu louvor hei de espalhar meu canto 
E rir meu riso e derramar meu pranto 
Ao seu pesar ou seu contentamento 
 
E assim, quando mais tarde me procure 
Quem sabe a morte, angústia de quem vive 
Quem sabe a solidão, im de quem ama 
 
Eu possa me dizer do amor (que tive): 
Que não seja imortal, posto que é chama 
Mas que seja ininito enquanto dure.
Vinícius de Moraes
O objetivo do emissor é transmitir suas emoções e anseios. A 
realidade é transmitida sob o ponto de vista do emissor, a mensagem é 
subjetiva e centrada no emitente e, portanto, apresenta-se na primeira 
pessoa. A pontuação (ponto de exclamação, interrogação e reticências) 
é uma característica da função emotiva, pois transmite a subjetividade 
da mensagem e reforça a entonação emotiva. Essa função é comum em 
poemas ou narrativas de teor dramático ou romântico.
 4.2.4 Função Metalinguística
É a utilização do código para falar dele mesmo: uma pessoa falando 
do ato de falar, outra escrevendo sobre o ato de escrever, palavras que 
explicam o signiicado de outra palavra. Por exemplo:
 – Escrevo porque gosto de escrever. Ao passar as ideias para o 
papel, sinto-me realizado... 
Funções da Linguagem 89
A linguagem tem função metalinguística quando o uso do código tem 
por inalidade explicar o próprio código.]
Catar Feijão  
 
Catar feijão se limita com escrever: 
joga-se os grãos na água do alguidar 
e as palavras na folha de papel; 
e depois, joga-se fora o que boiar. 
Certo, toda palavra boiará no papel, 
água congelada, por chumbo seu verbo: 
pois para catar esse feijão, soprar nele, 
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
2. 
Ora, nesse catar feijão entra um risco: 
o de que entre os grãos pesados entre 
um grão qualquer, pedra ou indigesto, 
um grão imastigável, de quebrar dente. 
Certo não, quando ao catar palavras: 
a pedra dá à frase seu grão mais vivo: 
obstrui a leitura luviante, lutual, 
açula a atenção, isca-a como o risco.
João Cabral de Melo Neto
 4.2.5 Função Fática
O objetivo do emissor é estabelecer o contato, veriicar se o receptor 
está recebendo a mensagem de forma autêntica, ou ainda visando prolongar 
o contato. Há o predomínio de expressões usadas nos cumprimentos como: 
bom dia, Oi!. Ao telefone (Pronto! Alô!) e em outras situações em que se 
testa o canal de comunicação (Está me ouvindo?). 
– Alô! Como vai?
– Tudo bem, e você?
– vamos ao cinema hoje?
– Prometo pensar no assunto. Retorno mais tarde para decidirmos 
o horário.
A função fática ocorre quando o emissor quebra a linearidade de sua 
comunicação, a im de observar se o receptor o entendeu. São perguntas 
como não é mesmo?, você está entendendo?, cê tá ligado?, ouviram?, 
ou frases como alô!, oi. 
Leitura e Produção de Texto90
O objetivo dessa função é estabelecer uma relação com o emissor, 
um contato para veriicar se a mensagem está sendo transmitida ou para 
dilatar a conversa.
 4.2.6 Função Poética
É a linguagem das obras literárias, principalmente das poesias, em 
que as palavras são escolhidas e dispostas de maneira que se tornem 
singulares. Por exemplo:
Clímax 
No peito a mata 
aperta o pranto 
do olhar do louco 
pra meia-lua. 
O clímax da noite, 
escorrendo orvalho como estrelas, 
reletindo nas águas 
da cachoeira gelada. 
Cabeça caída, cabelos escorridos, 
pelos eriçados pela emoção nativista. 
Segurem as lorestas, mãos fortes, 
decididas! 
Ficar o vazio é não ter a noite 
é não ter o clímax. 
O clímax da vida!
(Dílson Catarino)
Nesta modalidade, a ênfase encontra-se centrada na elaboração da 
mensagem. Há um certo cuidado por parte do emissor ao elaborar a 
mensagem, no intuito de selecionar as palavras e recombiná-las de acordo 
com seu propósito. Encontra-se permeada nos poemas e, em alguns casos, 
na prosa e em anúncios publicitários.
Canção  
 
Ouvi cantar de tristeza, 
porém não me comoveu. 
Para o que todos deploram. 
que coragem Deus me deu! 
Funções da Linguagem 91
Ouvi cantar de alegria. 
No meu caminho parei. 
Meu coração fez-se noite. 
Fechei os olhos. Chorei.[...]
Cecília Meireles
ObSERVAÇÃO: 
Nem toda poesia tem a função poética. Vale lembrar que Em um 
mesmo texto podem aparecer várias funções da linguagem. O importante 
é saber qual a função predominante no texto, para então deini-lo.
 4.3 Glossário
Interlocutor: Cada uma das pessoas que toma parte numa conversação. 
O que fala em nome de vários.
 4.4 Na Prática
TExTO III
Nova Poética
Vou lançar a teoria do poeta sórdido.
Poeta sórdido:
Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida.
Vai um sujeito,
Saí um sujeito de casa com a roupa de brim branco
[muito bem engomada, e na primeira esquina passa um
[caminhão, salpica-lhe o paletó ou a calça de uma nódoa de lama:
É a vida
O poema deve ser como a nódoa no brim:
Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero [...]
Manuel bandeira
 01) As funções de linguagem predominante no Texto III são:
 a) Poética e metalinguística. 
b) Conativa e referencial. 
c) Referencial e emotiva. 
d) Metalinguística e conativa. 
e) Emotiva e referencial.
Leitura e Produção de Texto92
 02) As funções de linguagem predominantes no texto acima se 
justiicam pelos seguintes fatores. 
a) Sentimentalismo e informatividade. 
b) Metadiscursividade e interpelação ao leitor. 
c) Informatividade e sentimentalismo. 
d) Interpelação ao leitor e informatividade. 
e) Criatividade linguística e metadiscursividade.
 03) Leia a estrofe abaixo: 
“Oh! ter vinte anos sem gozar de leve 
A ventura de uma alma de donzela! 
E sem na vida ter sentido nunca 
 
Na suave atração de um róseo corpo 
Meus olhos turvos se fechar de gozo!
 Álvares de Azevedo
 
A presença da interjeição, as exclamações e a 1ª pessoa gramatical 
identiicam no texto a função da linguagem:
 a) Poética. 
b) Conativa. 
c) Referencial. 
d) Metalinguística. 
e) Emotiva.
 04) Marque a sequência correta com relação a funções da linguagem.
 1)
Funções da Linguagem 93
 2) 
 3) Alô! Está me escutando?
 Marque a alternativa correspondente a cada função da 
linguagem.
 a) Apelativa – Metalinguística – Fática
 b) Fática – Referencial – Apelativa
 c) Metalinguística – Conativa – Fática
 d) Emotiva – Metalinguística – Conativa
 e) Fática – Apelativa – poética
 05) Leia o excerto abaixo extraído de uma suposta entrevista com 
Riobaldo, de Grande sertão: veredas.
 
“Mire e veja o leitor e a leitora: se não houvesse Brasil, não 
haveria ‘Grande sertão: veredas’, não haveria Riobaldo. Deviam 
ter pensado que pelo menos para isso serviu. E o resto é silêncio. 
Ou melhor, mais uma pergunta senhor Riobaldo. O que é silêncio? 
O senhor sabe o que o silêncio é? É a gente mesmo, demais.”
Alberto Pompeu de Toledo, Veja.
Acima, predominam as seguintes funções da linguagem:
a) Poética e fática.
b) Conativa e metalinguística.
c) Referencial e expressiva.
d) Metalinguística e emotiva.
e) Emotiva e poética.
Leitura e Produção de Texto94
 06) Leia atentamente o texto abaixo:
 A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem 
os seres vivos, se divide em unidades menores chamadas 
ecossistemas, que podem ser uma loresta, um deserto e até um 
lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que regulam o 
número de organismos dentro dele, controlando sua reprodução, 
crescimento e migrações.
 DUARTE, M. O guia dos curiosos. 
São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
 Predomina no texto a função da linguagem
 a) Referencial, porque o texto trata de noções e informações 
conceituais.
 b) Conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do 
leitor.
 c) Poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de 
linguagem.
 d) Fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de 
comunicação.
 e) Emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação à 
ecologia.
 4.5 O Que Aprendemos?
Nessa unidade você aprendeu que:
 • Existem seis funções da linguagem;
 • Que cada uma das funções é direcionada a um interlocutor da 
comunicação;
 • Num texto pode haver mais de uma função, mais somente uma irá 
predominar;
 • Que as funções não se anulam e sim, se completam;
 
 4.6 Referências
CATARINO, Dílson. dicas de Português: Teoria da comunicação. 
Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/folha/fovest/teoria_
comunicacao.shtml> Acesso em: 23 ago. 2014.
DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. funções da linguagem. 
Disponível em: <http://www.portugues.com.br/redacao/funcoes-
linguagem-.html> acesso em: 21/ago/2014
Funções da Linguagem 95
funções da linguagem. In Só Português. Disponível em: <http://
www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil14.php> acesso em: 21/
ago/2014
interlocutor, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 
2008-2013, <http://www.priberam.pt/DLPO/interlocutor> acesso em 
22-08-2014].
LARANJEIRA, Caio. letras e Armas: Exercícios sobre funções 
da linguagem. Disponível em: <http://letrasearmas.blogspot.com.
br/2013/02/exercicios-sobre-funcoes-da-linguagem.html> acesso 
em: 22/ago/2014
VILARINHO,Sabrina. funções da linguagem. Disponível em: 
<http://www.brasilescola.com/gramatica/funcoes-linguagem.htm> 
acesso em: 21/ago/2014
Anotações
Leitura e Produção de Texto96
Anotações
5
LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO
5.1 Ponto de partida
5.2 Roteiro do conhecimento
5.3 O ato de ler
5.4 Redação e os bloqueios para o seu desenvolvimento
5.5 Tipos de redação
 5.5.1 Descrição
 5.5.2 Narração
 5.5.3 Dissertação
5.6 Na prática
5.7 O que aprendemos?
5.8 Referências
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Leitura e Produção de Texto 99
 5 LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO
 5.1 Ponto de Partida
Caro estudante,
Chegamos a nossa quinta unidade, e com muita animação. Nessa 
unidade será trabalhada a leitura e produção textual, tipos de texto e outros 
mecanismos de leitura fundamentais para o aprofundamento da disciplina 
e aprimoramento do curso.
Ao inal da disciplina você estará apto a:
• Reconhecer os tipos de texto;
• Trabalhar com a diversidade textual;
• Escrever um texto dissertativo, argumentativo ou narrativo;
• Romper com os bloqueios de leitura;
• Ler e interpretar de forma clara e concisa;
• Produzir textos de diferentes categorias (jornalística, acadêmico, 
cômico).
Ao inal da disciplina faça o exercício de ixação, para ver o que 
aprendeu, melhorou ou adquiriu ao longo da unidade, este como parte 
integrante e importante do processo de aprendizagem do aluno.
Bons estudos!
 5.2 Roteiro do Conhecimento
O que é ler?
O que é leitura?
O ato de ler é um ato de recriação do mundo. Nos primeiros sete 
segundos de leitura já um mundo novo é criado pelo leitor no fecundo 
espaço da sua imaginação. A geograia física e espiritual do mundo 
iccional e poético surge diante de quem lê, que passa então, a reescrever 
a obra, da qual se torna também o autor.
Ler é construir signiicados constituindo o leitor como um sujeito 
ativo nesse processo. Apesar disso, ler pressupõe o envolvimento de 
múltiplos processos que para Jouve “é uma atividade de várias facetas” 
(JOUVE, 2002, p. 17).
 “Se é praticando que se aprende a nadar, se é praticando que se 
aprende a trabalhar. É praticando também que se aprende a ler e escrever. 
Vamos praticar para aprender e aprender para praticar melhor”. Vamos 
ler... (Paulo Freire).
Leitura e Produção de Texto100
Segundo este autor, ao lermos infringimos em várias faculdades, tais 
como, a identiicação e memorização dos signos, o entendimento do que 
está escrito, a identiicação afetiva com o texto, a intenção argumentativa 
que poderá levar a uma conclusão ou desviá-la dela e o sentido da leitura. 
 (JOUVE, 2002, p. 17).
O ato de ler é um ato de fusão dialética entre razão e sensibilidade. 
No Oriente, sintetiza Confúcio e Lao Tse. No Ocidente, talvez Marx e 
Freud. O aparato descritivo da razão é fulminado por transcendências, 
insolitudes, e inquietado por hipóteses de existência incompreensíveis à 
luz da razão, mas iluminadoras dos variados sentidos da vida.
Ampliando a noção de leitura
 • O professor no processo de leitura.
 • Os que não compreendemo porquê, como e para quê ler, 
transformam-se em adultos alienados e dominados por aqueles 
que “sabem ler”.
 • “Educação bancária”, o aluno é apena depositório do conhecimento 
transmitido pelo professor.
Qualquer que seja o tipo de texto, o leitor sempre será interpelado 
pelo conhecimento que já adquiriu ao longo de sua vida. Nesse sentido, 
‘ler’ não é apenas decodiicar o que está escrito, mas, também isso, é 
compreender os signiicados mediatizados no texto.
A compreensão é um processo dinâmico, no qual fazemos uso dos 
nossos conhecimentos prévios e interagindo com as pistas fornecidas 
vamos construindo o sentido global do texto. Assim, “o texto, como se 
vê, pode apenas programar a leitura: é o leitor que deve concretizá-la” 
(JOUVE, 2002, p.74).
O ato de ler é um ato de encantamento. Para uma “humanidade que 
não suporta tanta realidade” , como sabe T.S. Eliot, a leitura é uma viagem 
segura para a nau insensata da sensibilidade, levando-a para paragens e 
a estágios suprarracionais, fazendo-a perder-se, mas não completamente. 
Quando o leitor fecha um livro, às vezes a contragosto, recobra o seu 
estado de normalidade, sem correr altos riscos.
À medida que avançamos na leitura do texto vamos realizando 
vários processos mentais de modo que possamos continuar a leitura. 
Na maioria dos casos, a leitura solicita uma competência mínima que o 
leitor deve possuir para prossegui-la.
Leitura e Produção de Texto 101
Deste modo, o (des)conhecimento do assunto poderá constituir, 
inicialmente, um sentido de admiração como também antipatia pelo que 
se está lendo. A alternativa de muitos leitores, nesse caso, restringe-se em 
recorrer a outro texto ou abandonar a leitura naquele momento.
A leitura ao jeito de cada leitor
 • Não existe método de ensino.
 “a leitura de efetivar, deve preencher uma lacuna em nossa vida, 
precisa vir ao encontro de uma necessidade, de um desejo de uma 
expansão sensorial, emocional ou racional, de uma vontade de 
conhecer mais”.
 • Releitura é benéica.
O que é ler?
O que é a leitura?
 5.3 O ato de ler
Caso apareça algum obstáculo, nossa mente fará interromper a leitura 
e voltar à tenção, posteriormente, seguirá o percurso se for resolvido. 
Quando o leitor não controla esse mecanismo, ele age passando os olhos 
sobre as letras. Presume-se que, naquele instante, o leitor realize uma 
leitura dinâmica daquele texto para logo defrontar-se com o inal e ‹estar 
livre› do que está lendo. 
Conscientemente ele fez a leitura, mas entendê-la já é outro caso. 
Então, ao relermos o escrito em outro momento iremos dar novo sentido 
àquele texto, isso, por que nesta ocasião já teremos internalizadas novas 
leituras acerca do conteúdo relatado no referido texto.
O ato de leitura não corresponde unicamente ao entendimento 
do mundo do texto, seja ele escrito ou não.
A prática da leitura
 • A leitura carece da mobilização do universo de conhecimento do 
outro – leitor – para atualizar o universo do texto e fazer sentido 
na vida, que é o lugar onde o texto realmente. 
 • Aprender a ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos 
em diversas esferas sociais (jornalística, artística, judiciária, 
cientíica, didático-pedagógica, cotidiana, midiática, literária, 
publicitária, entre outras) para desenvolver uma atitude crítica; ou 
seja, de discernimento, que leve a pessoa a identiicar as vozes 
presentes nos textos e perceber-se capaz de tornar a palavra diante 
deles.
Leitura e Produção de Texto102
 • Para pensar a prática da leitura, sobretudo de seu ensino, o mediador 
não pode depender de receitas e fórmulas, tomadas emprestadas de 
outras situações e contextos, como modos de fazer. 
 • É necessária uma atitude de relexão sobre as implicações 
presentes no ato de ler e o estabelecimento de uma disposição 
para inovar, nascida da coniança em sua própria capacidade 
de pensar e criar nas circunstâncias em que desenvolve seu 
propósito.
A leitura apresenta-se como um jogo de relações, no qual o leitor 
vai construindo por antecipação o contexto do discurso, formulando 
hipóteses e suposições que posteriormente, no decorrer da leitura, serão 
ratiicadas, negadas ou reformuladas; incidindo ao leitor recorrer as suas 
interpretações.
 5.4 Redação e os bloqueios
A redação em vestibular, em qualquer tipo de concurso ou em qualquer 
ocasião, certamente, já causou muito mais horror, tremores, faniquitos e 
bloqueios do que hoje.
São poucas as pessoas que, ao receberem a incumbência de escrever 
alguma coisa, ainda que um simples bilhete, não sintam inibição paralisante. 
Acontece um branco em sua mente, um vazio em sua potencialidade. Vivem 
minutos (minutos?) de angústia, roem unhas, mascam canetas e nada sai. 
Como se dá esse processo? 
Primeiramente, como causa objetiva, existe a falta de hábito da 
escrita e da leitura. Secundariamente, existe a causa subjetiva, o bloqueio 
psíquico. Quando escrevemos, temos medo de expor-nos. Em geral não 
tememos ser gozados pelo que dizemos, mas não aceitamos a hipótese de 
gozação pelo que escrevemos. É a força do documento!... 
É importante não esquecer que, na maioria das vezes, falar bem 
não signiica necessariamente escrever bem. Na língua oral, usamos de 
recursos que inexistem na escrita. 
Como evitar isso?
Treinando! Escrevendo todos os dias. Lendo e escrevendo. 
E tempo?
Todos dispõem de tempo. É apenas uma questão de saber aproveitá-
lo. De dez minutos diários para uma leitura, de mais dez minutos para 
pequena redação, todos dispõem. É só fazer hábito e... até gosto é capaz 
de adquirirem. 
Leitura e Produção de Texto 103
Adianta escrever se ninguém corrige?
Evidentemente que sim! Escrevendo todos os dias você vai se 
desinibindo. Vai adquirindo jeito para a coisa. Vai sanando dúvidas de 
ortografia (desde que consulte o dicionário). Vai ficando fluente. 
Escrever sobre o que?
Qualquer coisa.
Os bloqueios de redação podem surgir a qualquer momento, lugar 
ou situação; evitar que eles ocorram, superar essas limitações lendo 
todos os dias um pouquinho que seja, colocando o cérebro em atividade 
constante objetivando evitar essas dificuldades; é necessário para sanar 
o que chamamos de bloqueio, ou o famoso “deu branco”.
 5.5 Tipos de Redação
Três são os tipos de composição escrita: a descritiva, a Narrativa, 
e a dissertativa. 
 5.5.1 Descritiva
Descrever é traduzir com palavras aquilo que se viu e se observou. É 
a representação, por meio das palavras, de um objeto ou imagem.
As características que existem em um texto descritivo estão focadas 
nos detalhes, o texto descrito tem como objetivo mostrar ao leitor as 
minúcias da história ou do objeto que está se descrevendo. 
Os substantivos e adjetivos são predominantes nesse tipo de texto, a 
descrição é uma forma de foto textual no qual o leitor submerge a leitura. 
A descrição tem que ser organizada podendo – ou não – ter comparações, 
utiliza-se também metáforas ou outras figuras de linguagens, o uso 
do verbo no presente ou no pretérito imperfeito traz uma relação de 
perspectiva.
descrição denotativa: a descrição é denotativa quando a linguagem 
representativa do objeto é objetiva, clara, direta, sem metáforas ou outras 
figuras literárias. Na descrição denotativa, as palavras são tomadas no 
seu sentido de dicionário, único. Exemplos: as descrições científicas, as 
descrições dos livros didáticos, etc. 
descrição Conotativa: é a descrição literária, na qual as palavras 
são tomadas em sentindo simbólico, ricas em polivalência. Visam 
retratar uma realidade além da realidade. Uma suprarrealidade. 
Leitura e Produção de Texto104
ESTRUTURA DE UMA DESCRIÇÃO 
CARACTERÍSTICAS Situa seres e objetos no espaço (fotograia) 
INTRODUÇÃO A perspectiva do observador focaliza o ser 
ou objeto, distingue seus aspectos gerais e 
os interpreta. 
DESENVOLVIMENTO Capta os elementos numa ordem coerente 
com a disposição em que eles se encon-
tram no espaço, caracterizando-os objetiva 
e subjetivamente, físicae psicologicamente 
na redação. 
CONCLUSÃO Não há um procedimento especíico para 
conclusão. Considera-se concluído o texto 
quando se completa a caracterização. 
RECURSOS Uso dos cinco sentidos: audição, gustação, 
olfato, tato e visão, que, combinados, pro-
duzem a sinestesia. Adjetivação farta, ver-
bos de estado, linguagem metafórica, com-
parações e prosopopeias. 
O QUE SE PEDE Sensibilidade para combinar e transmitir 
sensações físicas (cores, formas, sons, gos-
tos, odores) e psicológicas (impressões sub-
jetivas, comportamentos). Pode ser redigi-
da num único parágrafo. 
 5.5.2 Narrativa
A Narrativa caracteriza-se pela representação de fatos com personagens 
ictícios ou reais que ocorrem numa linha de tempo. Fatos reais são mais 
normais em livros cientíicos, jornais, livros de histórias entre outros, se 
sua história for com fatos ictícios você vai ter toda liberdade para criar. 
Os verbos nesse tipo de redação são em primeira pessoa quando o narrador 
for um narrador-personagem, caso contrário serão em terceira pessoa.
Narrar é discorrer sobre fatos. É contar. Consiste na elaboração de 
um texto que relate episódios, acontecimentos.
Ao contrário da descrição, que é estática, a narração é eminentemente 
dinâmica. Nela predominam os verbos. Aqui o importante está na ação. 
No que aconteceu.
A sua essência é a criatividade.
O quê? – o acontecimento a ser narrado;
Quem? – a personagem principal (protagonista);
Leitura e Produção de Texto 105
Quem? – o antagonista;
Como? – a maneira como se desenrolou o acontecimento;
Quando? – o tempo da ação;
Onde? – o local do acontecimento;
Por quê? – a razão do fato;
Por isso – resultado ou consequência. 
Esta modalidade de texto transita por um io condutor que leva a uma 
situação denominada “clímax” ou “nó”, decaindo numa “resolução” ou 
epílogo. O segredo da narrativa concentra-se no grau de suspense criado, 
bem como no fecho surpreendente. 
ESTRUTURA DE UMA NARRAÇÃO 
CARACTERÍSTICAS Situa seres e objetos no tempo (história) 
INTRODUÇÃO Apresenta as personagens, localizando-as 
no tempo e no espaço. 
DESENVOLVIMENTO Por meio de ações das personagens, 
constroem-se a trama e o suspense, que 
culminam no clímax da redação. 
CONCLUSÃO Existem várias maneiras de concluir-se uma 
narração. Esclarecer a trama é apenas uma 
delas. 
RECURSOS Verbos de ação, geralmente no tempo pas-
sado; narrador personagem, observador ou 
onisciente; discursos direto, indireto e indi-
reto livre. 
O QUE SE PEDE Imaginação para compor uma história que 
entretenha o leitor, provocando expectati-
va e tensão. Pode ser romântica, dramática 
ou humorística. 
 5.5.3 Dissertativa
Um texto dissertativo é diferente dos de mais tipos de textos, pois 
caracteriza-se por informar fatos de maneira clara segundo a norma 
culta da língua portuguesa. O texto deve ser objetivo, impessoal e não 
deve apresentar insuiciência de dados, incertezas e o escritor não poderá 
defender uma ideia e nem dar opiniões. Como é um texto que pretende 
mostrar a realidade, o tempo verbal mais utilizado é o presente atemporal, 
isto é, quando as ações são válidas a qualquer tempo. 
Leitura e Produção de Texto106
Dissertar é tratar com desenvolvimento um ponto doutrinário, um 
tema abstrato, um assunto genérico. Ou seja, dissertar é expor ideias em 
torno de um problema qualquer. 
A dissertação exige relexões e seleção de ideias. Exige que se monte 
um plano de desenvolvimento. 
Para escrever bem, é preciso, portanto, estar plenamente senhor do 
seu assunto; é preciso reletir bem nele, para ver claramente a ordem 
dos pensamentos e formular deles uma sequência, uma cadeia, em que 
cada ponto representa uma ideia. 
A dissertação baseia-se em três partes fundamentais:
Introdução: parte em que se apresenta o assunto a ser questionado; 
desenvolvimento: parte em que se discute a proposta; 
conclusão: parte em que se toma posição relativamente à proposta. 
A Estrutura do texto Dissertativo
Classicamente, uma redação deve constar de três partes:
• Introdução;
• desenvolvimento;
• Conclusão. 
Introdução: signiica “levar para dentro”. Na introdução, portanto, 
conduzimo-nos para dentro do tema, do assunto.
Ela é muito importante. Sendo o contato inicial do leitor com o texto, 
deve atraí-lo, despertar-lhe o interesse. Assim, deve ser objetiva, simpática 
e, sobretudo, não pode ser longa.
A introdução apresenta a ideia que vai ser discutida, nada lhe 
acrescentando. Enim, na introdução, o importante é falar do tema da 
redação.
desenvolvimento: é o corpo da redação. Sua parte principal. É aqui 
que aparecem as ideias, os argumentos, a originalidade. A introdução 
corresponde à tese, e o desenvolvimento vem a ser o debate da tese. É a 
parte mais longa.
Apresenta cada um dos argumentos ordenadamente, analisando 
detidamente as ideias e exempliicando de maneira rica e suiciente o 
pensamento.
Só comece a escrever depois que você souber, com certeza, quais 
as ideias, aquilo que e sobre o que você vai escrever.
desenvolvimento: é necessário que as ideias sejam corretas e 
objetivamente expostas. Não se deve cansar o leitor com um milhão 
de argumentos diferentes, nem com períodos longos e maçantes que 
fatalmente, resultam confusos.
Leitura e Produção de Texto 107
Conclusão: é o acabamento da redação. E, não se deve iniciar 
abruptamente a redação, também não se deve terminá-la de súbito.
A conclusão resume todas as ideias apresentadas e discutidas no 
desenvolvimento, tomando uma posição sobre o problema apresentado. 
Ela é, a princípio, retirada da melhor ideia, que achamos ter no momento 
da relexão inicial sobre o tema. É a nossa posição em face de um problema 
qualquer, a sua solução, ou a projeção futura.
ESTRUTURA DE UMA DISSERTAÇÃO 
CARACTERÍSTICAS Discute um assunto apresentando pontos 
de vista e juízos de valor. 
INTRODUÇÃO Apresenta a síntese do ponto de vista a ser 
discutido (tese). 
DESENVOLVIMENTO Amplia e explica o parágrafo introdutório. 
Expõe argumentos que evidenciam posi-
ção crítica, analítica, relexiva, interpretati-
va, opinativa sobre o assunto. 
CONCLUSÃO Retoma sinteticamente as relexões críticas 
ou aponta as perspectivas de solução para 
o que foi discutido. 
RECURSOS Linguagem referencial, objetiva; evidências, 
exemplos, justiicativas e dados. 
O QUE SE PEDE Capacidade de organizar ideias (coesão), 
conteúdo para discussão (cultura geral), 
linguagem clara, objetiva, vocabulário ade-
quado e diversiicado. 
 5.6 Na Prática
1) Explique o ato de ler.
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
2) Explique o que vem a ser o bloqueio de redação.
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_______________________________________________________
_______________________________________________________
Leitura e Produção de Texto108
3) Explique o que é o texto narrativo.
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
4) Explique o que é o texto descritivo.
_______________________________________________________
______________________________________________________
_______________________________________________________
5) Explique o que é o texto dissertativo.
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
6) Leia o texto a seguir e responda:
O Coveiro
Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua proissão – coveiro – era 
cavar. Mas, de repente, na distração do ofício que amava, percebeu que 
cavara demais. Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para 
cima e viu que sozinho não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. 
Gritou mais forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de 
esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-seno fundo da cova, desesperado. 
A noite chegou, subiu, fez-se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da 
madrugada e, na noite escura, não se ouviu um som humano, embora o 
cemitério estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só 
pouco depois da meia-noite é que vieram uns passos. Deitado no fundo 
da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria 
apareceu lá em cima, perguntou o que havia: O que é que há?
O coveiro então gritou, desesperado: Tire-me daqui, por favor. Estou 
com um frio terrível! Mas, coitado! – condoeu-se o bêbado – Tem toda 
razão de estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre 
mortinho! E, pegando a pá, encheu-a e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente.
Millôr Fernandes
Fonte: http://raquelletras.blogspot.com.br/2010/03/
Leitura e Produção de Texto 109
Com base na leitura textual responda: Qual a tipologia textual 
predominante no texto?
a) Dissertativa
b) Narrativa
c) Argumentativa
d) Descritivo
e) Novela
7) Julgue os itens em (V) verdadeiro ou (F) falso:
 I. A narração consiste em arranjar uma sequência de fatos na 
qual os personagens se movimentam num determinado espaço 
à medida que o tempo passa. O texto narrativo é baseado na 
ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito. Seus 
elementos são: narrador, enredo, personagens, espaço e tempo.
 II. Descrição é a representação verbal de um objeto sensível (ser, 
coisa, paisagem), por meio da indicação dos seus aspectos mais 
característicos, dos pormenores que o individualizam, que o 
distinguem.
 III. Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, 
discorrer sobre ele. Assim, o texto dissertativo pertence ao grupo 
dos textos expositivos, juntamente com o texto de apresentação 
científica, o relatório, o texto didático, o artigo enciclopédico. 
Em princípio, o texto dissertativo não está preocupado com a 
persuasão e sim, com a transmissão de conhecimento, sendo, 
portanto, um texto informativo.
 IV. Diferentemente da narração, que faz uma história progredir, a 
dissertação faz interrupções na história, para apresentar melhor 
um personagem, um lugar, um objeto, enfim, o que o autor 
julgar necessário para dar mais consistência ao texto.
Marque a sequencia correta:
a) V; V; V; F
b) F; V; F; V
c) V; F; V; F
d) F; F; V; V
e) V; V; F; F
Leitura e Produção de Texto110
8) Julgue os itens a seguir:
 I. Bloqueios de redação – Primeiramente, como causa objetiva, 
existe a falta de hábito da escrita e da leitura. Secundariamente, 
existe a causa subjetiva, o bloqueio psíquico. Quando escrevemos, 
temos medo de expor-nos. Em geral não tememos ser gozados 
pelo que dizemos, mais não aceitamos a hipótese de gozação 
pelo que escrevemos.
 II. É importante não esquecer que, na maioria das vezes, falar bem 
não signiica necessariamente escrever bem. Na língua oral, 
usamos de recursos que inexistem na escrita.
 III. Uma forma de evitar o bloqueio e escrevendo todos os dias. 
Lendo e escrevendo pelo menos 10 minutos todos os dias.
Marque a alternativa correta:
a) I e III estão corretos.
b) II e III Estão corretas.
c) I e II estão corretas.
d) Todas estão corretas.
e) Todas estão incorretas.
 5.7 O que aprendemos?
Nessa unidade aprendemos que:
 • Existem diferentes tipos de texto;
 • Descrever é detalhar um objeto em suas particularidades e cheio 
de detalhes;
 • Narrar e contar uma história, com seus elementos, lugar, 
personagem, tempo;
 • A narrativa tanto pode ser um fato real ou icção;
 • Dissertação é o texto de caráter cientíico;
 • Dissertar é defender um ponto de vista (tese) de forma mais 
elaborada;
 • Existem bloqueios de redação e esses bloqueios podem ser 
superados;
 • Que o ato de ler começa no campo da objetividade e termina no 
campo da subjetividade;
 • Ler é construir um mundo novo em segundos e fazer uma viajem 
sem percas ou danos, somente ganhos.
Leitura e Produção de Texto 111
 5.8 Referências
Estrutura de uma redação. <http://www.coladaweb.com/redacao/
estrutura-de-uma-redacao> acessado em 16/abr/2013
JOUVE, Vincent. Como se lê? In: JOUVE, Vincent. A leitura. Assis/
SP: Editora da UNESP, p. 61-87. 2002.
JOUVE, Vincent. O que é a leitura? In: JOUVE, Vincent. A 
leitura. São Paulo: Editora da UNESP, 2002. p.17-33. 
LEAL, Leiva de Figueiredo Viana. leitura e formação de 
professores. In: EVANGELISTA, Aracy Alves Martins; BRANDÃO, 
Heliana Maria Brina; MACHADO, Maria Zélia Versiani (orgs.). A 
escolarização da leitura literária: o jogo do livro infantil e juvenil. 
Belo Horizonte: Autêntica, 2006. p. 263-268.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura?. Disponível em <http://
www.slideshare.net/robertogomes86/a-importncia-do-ato-de-
ler-4721000> acesso em 27/ago/2014
MAZAROTTO, Luiz Fernando. Redação: gramática e 
literatura: aprenda a elaborar textos claros, objetivos 
e eicientes. 2 ed. São Paulo: editora CDL, 2007. 
Quais os tipos de redação que existem? <http://www.blogers.com.
br/quais-os-tipos-de-redacao-que-existe/> acessado em 16/abr/2013
SIEVERT, Mara. Uma leitura sobre o ato de ler. Disponível em: 
<http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_20634/artigo_sobre_
uma_e > acesso em 27/ago/2014
Anotações
Leitura e Produção de Texto112
Anotações
6
TEXTO, CONTEXTO E INFORMAÇÃO
6.1 Ponto de partida
6.2 Roteiro do Conhecimento
 6.2.1 Percepção
 6.2.2 Linguagem e diversidade linguística
 6.2.3 Texto e Contexto
6.3 Na prática
6.4 O que aprendemos
6.5 Referências
Le
it
u
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 e
 P
ro
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çã
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Te
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o
Texto, Contexto e Informação 115
 6 TEXTO, CONTEXTO E INFORMAÇÃO
 6.1 Ponto de Partida
Caro estudante,
Chegamos a nossa última unidade, e com muita animação, e cheio de 
conhecimentos. Nessa unidade, serão trabalhadas as diferenças entre texto, 
contexto e informação; onde cada um trará uma importante contribuição 
para o processo de aprendizagem e relexão sua, estudante.
Ao im desta unidade você estará apto a:
 • Identiicar os textos e interpretá-los;
 • Veriicar em qual contexto o texto se encontra, ou os interlocutores 
de uma comunicação;
 • Deinir o que é percepção;
 • Saber a diferença entre comunicação e informação;
 • Trabalhar com a diversidade geográica textual e gramatical.
Ao inal da unidade faremos a nossa última atividade, conto com 
vocês!
Bons estudos!
 6.2 Roteiro do conhecimento
Comunicação é o processo pelo qual os seres humanos trocam entre 
si informações. Nesta breve deinição temos já implicitamente presentes 
os elementos nucleares do ato comunicativo: o emissor, o receptor (“seres 
humanos”) e a mensagem (“informações”). De fato, em qualquer ato 
comunicativo encontramos alguém que procura transmitir a outrem uma 
dada informação.
 • é necessária a intervenção de, pelo menos, dois indivíduos, um 
que emita, outro que receba;
 • algo tem que ser transmitido pelo emissor ao receptor;
 • para que o emissor e o receptor comuniquem é necessário que 
esteja disponível um canal de comunicação;
 • a informação a transmitir tem que estar «traduzida» num código 
conhecido, quer pelo emissor, quer pelo receptor;
 • inalmente todo o ato comunicativo se realiza num determinado 
contexto e é determinado contexto.
Leitura e Produção de Texto116
 6.2.1 Percepção
O que é a percepção?
 • Processo pelo qual indivíduos organizam e interpretam suas 
impressões sensoriais a im de dar sentido ao seu ambiente. 
Entretanto, o que alguém percebe pode ser substancialmente 
diferente da realidade objetiva.
 • O comportamento das pessoas é baseado em suas percepções do 
que a realidade é, e não na realidade em si.
O indivíduo que percebe
A interpretação é inluenciada pelas características pessoais do 
indivíduo.
Atitudes: são pensamentos diferentes a respeito de algo e que implicam 
em interpretações distintas que duas ou mais pessoas têm a respeito do 
mesmo objeto ou situação.
Motivação: necessidades não atendidas levam a diversas maneiras de 
percepção.
Interesse: como os interesses individuais variam consideravelmente,o que uma pessoa nota numa situação pode diferir do que os outros 
percebem.
Experiências passadas: percebem-se as coisas com as quais se pode 
fazer alguma relação.
 6.2.2 Linguagem e Diversidade Linguística
As pessoas percebem e interpretam as coisas e situações conforme 
suas cargas de experiência, conhecimento, crenças, valores, sentimentos, 
condicionamentos e vivência pessoal.
 1. Nenhuma língua é um fato homogêneo.
 2. Cada variedade de uma língua é resultado das peculiaridades das 
experiências históricas do grupo que a fala. 
 3. Do ponto de vista exclusivamente linguístico, todas as variedades 
de uma língua se equivalem e não há como diferenciá-las em termos 
de melhor ou pior, de certa ou errada. A diferença de valoração das 
variedades é um fato exclusivamente social. 
 4. As línguas mudam constantemente no tempo.
 5. A língua varia conforme a região em que é falada.
 6. A língua relete as diferenças socioeconômicas e culturais.
Texto, Contexto e Informação 117
 7. Nós, falantes, variamos nosso modo de falar conforme a situação 
em que estamos.
 8. “Não há lei contra o preconceito linguístico, além disso, ele é 
estimulado diariamente na mídia e na prática pedagógica” (Marcos 
Bagno).
 9. “O julgamento artiicial que separa línguas em melhores ou 
piores tem paridade nos códigos socioculturais que airmam, por 
exemplo, ser a culinária francesa mais soisticada que a brasileira” 
(Sírio Possenti).
 10. “A ‘skrita’ na internet. Estudos linguístico-discursivos procuram 
mostrar que ‘internetês’ não é mera reprodução da fala na escrita, 
mas, sim, uma forma de aproximação entre os falantes” (Fabiana 
Cristina Komesu).
Tornar comum, trocar opiniões, fazer saber; implica interação, troca 
de mensagens. É um processo de participação de experiências, que 
modifica a disposição mental das partes envolvidas.
(BOSCO, J. B. Redação Empresarial. SãoPaulo: Atlas, 1998)
A comunicação ocorre quando interagimos com outras pessoas, 
utilizando a linguagem, sendo esta verbal (as palavras), não verbal (gestos, 
movimentos, expressões corporais e faciais; sons, cores, etc., mistas e 
digitais.
Interlocutores são as pessoas que participam do processo de interação 
por meio da linguagem.
Código é um conjunto de sinais convencionados socialmente para a 
construção e a transmissão de mensagens.
Língua: código linguístico social, formado por signos (palavras) e 
leis combinatórias, por meio do qual as pessoas se comunicam.
Obs.: Idioma são “normas” linguísticas coletivas, nacionais.
Dialeto: normas coletivas regionais, ou seja, originadas das diferenças 
de região ou território, de idade, de sexo, de classes ou grupos sociais e da 
própria evolução histórica da língua.
Registros: variações de acordo com o grau de formalismo na situação, 
modo de expressão (oral ou escrito), sintonia entre os interlocutores 
(cortesia, vocabulários especíico), etc..
Leitura e Produção de Texto118
fala: normas linguísticas individuais.
 • não planejada;
 • fragmentária;
 • incompleta;
 • pouco elaborada;
 • predominância de frases curtas, simples ou coordenadas;
 • pouco uso de passivas.
 Escrita:
 • planejada;
 • não fragmentária;
 • completa;
 • elaborada;
 • predominância de frases complexas, com subordinação abundante;
 • emprego frequente de passivas.
As diferenças no uso da língua constituem as variedades linguísticas. 
São, portanto, as variações que uma língua apresenta, de acordo com as 
condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. 
Entre as variedades de uma língua, existe a língua padrão (culta), a 
não padrão (popular, coloquial), técnica, literária, gíria e jargão.
Todo desvio das normas gramaticais provoca, segundo o padrão culto 
(e oicial) um vício de linguagem. 
 6.2.3 Texto e Contexto
A leitura de um texto se dá primeiramente a partir do processo de 
decodiicação, quando temos contato com o “conteúdo” e buscamos 
compreendê-lo.
Comunicação envolve interlocutores, troca de informações; começa 
quando a informação acaba. O melhor sistema de informação, por si só, 
não garante comunicação.
Fonte: BEKIN, S. F. (1995) Conversando sobre Endomarketing. São Paulo: Makron.
Existem elementos que nos ajudam a interpretar os textos que estão a 
nossa volta, mas para que se possa compreender bem um texto é necessário 
identiicar o contexto (social, cultural, estético, político) no qual ele está 
inserido.
Texto, Contexto e Informação 119
Essa identiicação vai depender do conhecimento sobre 
o que está sendo tratado e as conclusões referentes ao texto. 
Em determinados textos a informação sobre acontecimentos passados 
contribui para sua compreensão.
Por isso, quanto mais variado o campo de conhecimento, mais 
facilidade encontrará o leitor para ler e interpretar textos.
Segundo Pignatari (2002, p. 35) airma que:
Embora a palavra texto tenha como referente “conjunto verbal”, 
podemos entendê-la aos signos em geral, deinindo texto como um processo 
de signos que tendem a eludir seus referentes, tornando-se referentes de si 
mesmo e criando um campo referencial próprio. Assim entendido, o texto se 
move como uma estrutura sintática, a que comumente chamamos de “forma”. 
Por contexto, entendemos um processo de signos cuja coerência ou unidade 
é suscitada diretamente pelo referente (coisa ou situação a que os signos se 
referem). Estaríamos aqui mais dentro do nível semântico-pragmático, a que 
ordinariamente chamamos de “conteúdo”. Claro que a demarcação entre os 
níveis só é nítida para efeitos metalinguagem crítica e analítica; na realidade 
concreta, os níveis se inter-relacionam isomoricamente (isomorismo = 
processo de identiicação fundo-forma).
Texto é um tecido verbal estruturado de tal forma que as ideias 
formam um todo coeso, uno coerente. A imagem de tecido contribui para 
esclarecer que não se trata de feixe de ios entrelaçados (frases que se 
inter-relacionam).
Todas as partes de um texto devem estar interligadas e manifestar 
um direcionamento único. Assim, um fragmento que trata de diversos 
assuntos não pode ser considerado texto. Da mesma forma, se lhe falta 
coerência, se as ideias são contraditórias, também não constituirá um 
texto. Se os elementos da frase que possibilitam a transição de uma ideia 
para outra não estabelecem coesão entre as partes expostas, o fragmento 
não se conigura texto. Essas três qualidades – unidade, coerência e coesão 
– são essenciais para a existência de um texto. Um texto é mais ou menos 
eicaz dependendo da competência de quem o produz, ou da interação de 
autor-leitor, ou emissor-receptor. O texto exige determinadas habilidades 
do produtor, como conhecimento do código, das normas gramaticais que 
regem a combinação dos signos. A competência na utilização dos signos 
possibilita melhor desempenho.
Leitura e Produção de Texto120
Deine-se como informações que acompanham o texto. Por isso, 
sua compreensão depende da compreensão do contexto. Assim sendo, 
não basta a leitura do texto, é preciso retomar os elementos do contexto, 
aqueles que estiveram presentes na situação de sua construção.
O contexto deve ser visto em suas duas dimensões: estrutura de 
superfície e estrutura de profundidade. A estrutura de superfície considera 
os elementos do enunciado, enquanto a estrutura de profundidade 
considera a semântica das relações sintáticas. Num caso, o leitor busca o 
primeiro sentido pelo produzido pelas orações; no outro, vasculha a visão 
do mundo que enforma o texto.
O Contexto pode ser imediato ou situacional.
O contexto imediato relaciona-se com os elementos que seguem ou 
precedem o texto imediatamente. São os chamados referentes textuais.
O contexto situacional é formado por elementos exteriores ao texto. 
Esse contexto acrescenta informações, quer históricas, quer geográicas, 
quer sociológicas, quer literárias, para maior eicácia da leitura que se 
imprime ao texto.
Informação diz respeito aos atos de transmitir uma notícia, de 
dar instruções,oferecer um ensinamento ou um determinado tipo de 
conhecimento, uma opinião sobre o procedimento de alguém, um parecer 
técnico.
A comunicação, por sua vez, implica em relação. Nela também está 
contida a informação, inserida na mensagem que o receptor quer transmitir 
ao destinatário ou público alvo, contudo, há uma amplitude maior. A 
comunicação é o processo pelo qual ideias são transmitidas entre pessoas, 
tornando possível a interação social. Uma campanha de vacinação, por 
exemplo, é um tipo de divulgação, que leva uma determinada informação 
ao público geral. Já a construção do conhecimento depende de interação, 
participação de todas as partes envolvidas no processo, de feedback.
A comunicação e a informação andam lado a lado porque se 
apreendermos a comunicação básica, que envolve um receptor que 
direciona uma mensagem a um destinatário, veremos que a informação é 
também um tipo de comunicação, de um modo restrito. Quando alguém 
coloca um aviso na portaria de um prédio e todos leem, é um modo básico 
de comunicação, sem troca, sem perguntas, mas ainda é comunicação. 
Então, o grande ponto a ser ressaltado na comunicação assertiva é o modo 
como a informação é concebida e gerada. Se ela não pode ser transformada, 
tocada por todos e valorizar a compreensão, contribuição e proatividade, 
então, ela cumpriu um simples papel: saiu de um ponto e chegou a outro.
Texto, Contexto e Informação 121
 6.3 Na Prática
Convido agora a você aluno depois de tudo que vimos a fazer uma 
relexão sobre o que é texto, contexto e comunicação discuta com os 
colegas em sala.
 6.4 O que aprendemos?
Nessa unidade aprendemos a diferenciar texto, contexto e informação, 
uma vez que aprendido a diferença entre esses elementos, ica mais fácil 
ler, compreender e interpretar os elementos da comunicação e do texto. 
Aqui você também aprendeu que:
 • Texto e contexto estão sempre juntos;
 • Nem toda informação produz comunicação;
 • Informação requer alguns elementos da comunicação;
 • O texto é um conjunto de signos que produz uma informação num 
determinado contexto;
 • Que a percepção faz parte do contexto e que inluencia na 
interpretação do texto;
 6.5 Referências
CABRAL, Marina. O texto e o contexto. Disponível em: <http://
www.brasilescola.com/redacao/o-texto-contexto.htm> acesso em: 
28/ago/2014
Comunicação x Informação: como unir o conhecimento. Disponível 
em: <http://hotsites.atribuna.com.br/atribuna/jornalescola/noticias.as
p?idConteudo=1125&categoria=3> acesso em 28/ago/2014
Elementos do Texto. Disponível em: <http://www.angelire.com/bc/
fontini/resenha.html> acesso em: 28/ago/2014
PIGNATARI, Dércio. Informação, linguagem, Comunicação. 
Cotia-SP; Atelie, 25 ed. 2002
Leitura e Produção de Texto122
Anotações
ATENÇÃO: Até onde e permitido pela aplicação da lei, em 
nenhuma hipótese a Faculdade Projeção e os autores envolvidos 
na produção desta obra serão responsáveis por danos incidentais, 
consequentes, especiais, indiretos, punitivos ou lucros perdidos 
por imperícia técnica na execução dos itens relatados nesta obra.

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