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aula 4 - mamona - 15 01

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Grandes Culturas 2 
Aula 4 – Manejo de plantas daninhas, praga e doenças. 
1a fases do CV lento: Ciclo de vida longo 
A mamona é uma planta perene cujo clico produtivo dura em média 250 entre o plantio e a maturação 
dos últimos cachos. Isso é para as variedades de porte médio cujo ciclo varia entre 180 e 250 dias. 
O crescimento inicial, a partir do plantio da semente, da mamona é muito lento. A emergência da planta 
é de 10 a 15 dias após o plantio, e as folhas ainda são as cotiledonares. 
De 3 a 5 dias após a emergência é quando aparecem as primeiras folhas definitivas. A planta ainda é 
dependente das reservas, ainda não consegue suprir sozinha através das folhas as suas necessidades 
nutritivas. 
Com 45 dias de idade pode-se considerar que a planta está independente e não necessita mais das 
reservas das sementes. 
Durante esses estágios iniciais é quando a planta está mais sensível a competição das plantas daninhas 
O crescimento inicial da mamona é muito lento e dependente das reservas. Já o contraio ocorre com 
as plantas daninhas, que tem crescimento muito rápido e são bastante agressivas. Isso faz com que haja 
uma grande competição pelos fatores de crescimento (água, luz e nutrientes). 
Devido a sua agressividade as plantas daninhas podem limitar e comprometer o crescimento da mamona 
nos estágios iniciais onde ela é mais frágil. 
No primeiro ano de produção e estabelecimento inicial da cultura se tem uma grande competição com 
as plantas daninhas. 
As variedades de porte anão são anuais, ou seja, todos os anos haverá essa preocupação com a 
competição com as plantas daninhas. 
Nas plantas de porte médio, ao final do primeiro ciclo ocorre uma poda (30 a 40 cm do solo), que é 
feita para manter o porte da planta e estimular as ramificações. Após a pode a planta irá entrar em um 
período de dormência, e iniciará seu crescimento na próxima estação chuvosa. Porém essa rebrota é 
mais lenta. A planta irá demorar mais para reestabelecer a sua arquitetura foliar. Nesse contexto, ocorrerá 
uma competição com as plantas daninhas. Pois a planta podada deixará o solo descoberto facilitando o 
crescimento de plantas daninhas. 
Assim, independe de ser de porte anão ou de porte médio irá haver um problema com as plantas 
daninhas. 
Controle de plantas daninhas 
Em geral, para que não haja redução na produtividade pela ocorrência das plantas daninhas, a lavoura 
deve ser mantida na ausência de competição até 60 DAE (dias após a emergência, ou após o início da 
rebrotação), podendo esse período ser menor (cerca de 40 dias) para espaçamento reduzido. 
 O manejo de plantas daninhas deve envolver a prevenção e a integração de diferentes métodos de 
controle. 
Prevenção 
A prevenção tem por objetivo evitar que sementes e outras estruturas de propagação das plantas 
daninhas sejam transportadas para áreas de cultivo. 
O preparo do solo pode ser um veículo que traz infecção de plantas daninhas para a área. 
Medidas importante são a limpeza de máquinas e equipamentos, o uso de sementes certificadas e o 
controle de plantas infestantes nos arredores da área. 
Métodos de controle 
Controle cultural 
 Plantio adensado: não é só aumentar o número de plantas por áreas, mas também garantir que 
o aumento da população não gere competição dentro da própria cultura. O plantio adensado faz 
com que o fator de crescimento luz não esteja disponível nas entrelinhas, assim evitando o 
crescimento de plantas daninhas. 
Controle mecânico 
 Na cultura da mamoneira, o controle mecânico é o principal método atualmente utilizado, podendo 
ser realizado principalmente com enxada ou cultivador (no Nordeste onde as áreas de mamoneira 
são pequenas e com plantações menos tecnificadas). 
Controle químico 
 Apesar de existirem estudos que comprovam a seletividade e a eficácia de vários herbicidas, 
atualmente somente o herbicida salfufenacil está registrado no MAPA para uso na cultura da 
mamoneira em pós-emergência em jato dirigido. 
Principais pragas da mamoneira são: 
 Largata-elasmo 
 Lagarta-rosca - Argrotis ipsilon– atacam as plantas novas no início do crescimento cortando as 
plantas na base do caule. 
 Ácaro rajado – Tetranychus urticae – encontram-se na parte inferior das folhas, tecem teias e 
sugam seiva, provocam amarelecimento e bronzeamento, favorecidos por temperaturas elevadas 
e pouca chuva. 
 Ácaro vermelho 
 Cigarrinhas – Agallia sp. E Empoasca sp. – murcha e encarquilhamento 
 Largatas-desfolhadoras – Spodoptera latisfascia, Thalesa citrina – são lagartas pardas com 
manchas pretas no dorso. 
 Mosca-minadora 
 Percevejo-verde e percevejo-de-renda – são insetos sugadores que provocam murcha e seca, 
além de transmitir viroses. Dependendo dos danos na folha podem gerar comprometimento de 
área foliar e a fotossíntese, porém por ter uma área foliar muito grande o ataque tem que ser 
muito intenso para gerar dano. 
As mais comuns na região semiárida são o percevejo-verde, as cigarrinhas e o percevejo-de-renda 
(Corytucha sp.). Esporadicamente podem ocorrer surtos de Spodoptera sp. 
Principais estratégias de controle para pragas da mamoneira 
MIP 
Diminuição da densidade de insetos migrantes entre cultivos 
Diminuição da densidade de insetos presentes no cultivo 
Doenças 
As doenças mais recentes na cultura da mamoneira na região Nordeste são: 
 Mofo-cinzento – Amphobotrys ricini – principal doença da mamoneira. Infecta a flor e se manifesta 
mais à frente quando encontra temperatura e umidade adequadas. Também afeta a parte 
vegetativa. Já existente cultivares resistentes. 
 Podridão-negra do caule 
 Murcha de Fusarium – Fusaruim oxysporum – Fungo de solo. Permanece por muito anos no 
solo. Pode ser transmitido por sementes, mudas e implementos agrícola. Ataca em reboleiras. 
 Mancha foliar bacteriana – Xanthomonas axonopodis 
 Podridão de Botryodiplodia – Botryodiplodia theobromae – provoca uma seca ascendente 
 Mancha de Alternaria – Alternaria ricini – Fungo causa manchas circulares pardas que evolui para 
necrose. O fruto pode apresentar uma coloração marron-escura podendomurchar. 
Quase todas as doenças são caudas por fungos 
Colheita 
Variedades deiscentes: colher quando 70% dos frutos do racemo estiveram secos, completando-se a 
secagem no terreiro ou em secadores mecânicos. 
Variedade indeiscentes: esperar o amadurecimento total da lavoura para se proceder uma só colheita. 
Apenas variedades de porte anão. Rendimento de óleo por fruto é maior, pois os frutos ficam mais 
tempo no cacho. 
Colheita manual: é indica para pequenas e média propriedades, onde a mão-de-obra disponível deve se 
abundante; consiste em cortar os cachos pela base, utilizando-se faca, canivete, tesoura e podão. 
Colheita mecânica: indicada para grandes propriedades, variedades com porte anão, indeiscentes, com 
plantas de arquitetura compacta e perda parcial das folhas através da aplicação de um dessecante. 
No Brasil, recentemente foi desenvolvida máquina colheitadeira destinadas à colheita da mamona. Antes 
eram utilizadas colheitadeiras de cereais adaptadas que apresentam eficiência aceitável, mas com perdas 
adicionais. A níveis gerais são utilizadas essas adaptações, pois as colheitadeiras específicas ainda são 
protótipos. 
Depois da colheita é feito o descascamento em um descascador que pode ser elétrico ou manual. 
Tecnologia de produção 
Avanços agronômicos recentes: 
 Cultivares de alta produção e porte baixo 
 Manejo químico das plantas daninhas 
 Mecanização da colheita (precisa reduzir perdas e equipamento) 
Principais atrativos da mamona: 
 Produção de alto valor e grande mercado 
 Beneficia no manejo de nematoides 
 Alta resistência à seca (opção para 2a safra)

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