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Cultivo do Feijoeiro_resumo

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Cultivo do Feijoeiro Comum 
O gênero Phaseolus originou-se nas Américas. Cultivado por pequenos e grandes 
produtores, em diversificados sistemas de produção e em todas as regiões brasileiras, o 
feijoeiro comum reveste-se de grande importância econômica e social. A cultura do feijoeiro 
(Phaseolus vulgaris L.) tem grande importância na alimentação humana, em vista de suas 
características proteicas e energéticas. Em nosso país, esta leguminosa tem importância social 
e econômica, por ser responsável pelo suprimento de grande parte das necessidades 
alimentares da população de baixo poder aquisitivo, que ainda tem apresentado taxas de 
crescimento relativamente altas e também pelo contingente de pequenos produtores que se 
dedicam à cultura. O Brasil é o maior produtor mundial de feijão seguido pela Índia e México. 
Os principais estados brasileiros produtores de feijão, são: MG, PR, BA, GO e SP. 
O feijoeiro é uma planta autógama, com taxa de cruzamento natural em torno de 2%. 
podendo apresentar ciclos variando de 65 a 100 dias. O feijão preto é mais popular no Rio 
Grande do Sul, Santa Catarina, sul e leste do Paraná, Rio de Janeiro, sudeste de Minas Gerais 
e sul do Espírito Santo. No restante do país este tipo de grão tem pouco ou quase nenhum 
valor comercial ou aceitação. O feijões de grão tipo carioca são aceitos em praticamente 
todo o Brasil, daí que 53% da área cultivada é semeada com este tipo grão. Os grãos de 
feijão representam uma importante fonte protéica na dieta humana dos países em 
desenvolvimento das regiões tropicais e subtropicais. O feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris 
L.) é a espécie mais cultivada entre as demais do gênero Phaseolus. O Brasil é o maior 
produtor, entretanto, a produção brasileira de feijão tem sido insuficiente para abastecer o 
mercado interno, devido à redução na área plantada. É reconhecida como cultura de 
subsistência em pequenas propriedades. Dependendo da região, o plantio de feijão no Brasil é 
feito ao longo do ano, em três épocas. 
Fenologia 
O desenvolvimento do feijoeiro compreende duas fases, denominadas de Fases 
Vegetativas e Reprodutivas, diferenciadas entre si pela manifestação de diferentes eventos. A 
fase vegetativa tem seu início compreendido entre a germinação até o aparecimento dos 
primeiros botões florais. A fase reprodutiva transcorre desde a emissão dos botões florais até 
o pleno enchimento de vagens e a maturação das sementes. Nessa fase evidencia-se notória 
sensibilidade à deficiência hídrica e excesso de água. 
 
 
Hábito de Crescimento: Tipos de Plantas 
Tipo I - hábito de crescimento determinado, arbustivo e porte da planta ereto. 
 Haste principal e os ramos laterais terminando em inflorescência; 
 Talo principal resistente (pouco ramificado); 
 Pequeno porte (25 – 50 cm); 
 Ciclo precoce; 
 Período de florescimento reduzido; 
 Uniformidade de maturação de vagens; 
Tipo II - hábito de crescimento indeterminado, arbustivo, porte da planta ereto e caule 
pouco ramificado. 
 Haste principal de crescimento vertical, ramos laterais não numerosos e 
geralmente curtos; 
 Satisfatório potencial produtivo; 
 Hábito de crescimento propicia adequada distribuição de flores e vagens na planta 
(melhor qualidade); 
 
Tipo III - hábito de crescimento indeterminado, prostrado ou semiprostado, com 
ramificação bem desenvolvida e aberta. 
 Grande número de ramificações; 
 Guias longas + ramos laterais bem desenvolvidos = aptidão trepadora; 
 Período de florescimento amplo (15 a 20 dias); 
 Grande potencial de produção; 
 Grande desuniformidade de maturação das vagens e grande quantidade de vagens 
localizadas na parte baixa da planta; 
 
Tipo IV - hábito de crescimento indeterminado, trepador; caule com forte dominância 
apical e número reduzido de ramos laterais, pouco desenvolvido. 
 Grande desenvolvimento da haste principal (dois a três metros), baixo no de ramos 
laterais; 
 Grande no de nós presentes (30 nós) e acentuada dominância apical; 
 Floração se prolonga por semanas (Colheita parcelada); 
 Não são cultivadas no Brasil (exceção – produção de vagens verdes); 
 
 
Clima 
Dentre os elementos climáticos que mais influenciam na produção de feijão salientam-se a 
temperatura, a precipitação pluvial e a radiação solar. Em relação ao fotoperíodo, a planta 
de feijão pode ser considerada fotoneutra. 
Para que o feijoeiro possa atingir seu rendimento potencial, torna-se necessário que a 
temperatura do ar apresente valores mínimo 12ºC, ótimo 21ºC e máximo como sendo 29ºC. 
Com relação à germinação do feijoeiro a temperatura de 28°C é considerada ótima. 
A temperatura é o elemento climático que mais exerce influência sobre a porcentagem de 
vingamento de vagens e, de maneira geral, faz referência sobre o efeito prejudicial das altas 
temperaturas sobre o florescimento e a frutificação do feijoeiro. Temperaturas baixas reduzem 
os rendimentos de feijão, por provocar abortamento de flores, que por sua vez pode, também, 
resultar em falhas nos órgãos reprodutores masculino e feminino. Alta temperatura 
acompanhada de baixa umidade relativa do ar e ventos fortes têm maior influência no 
pegamento e retenção de vagens. 
A cultura exige um mínimo de 300 mm de precipitação pluviométrica bem distribuídos 
durante o ciclo. O feijão é mais suscetível à deficiência hídrica durante a floração e o estádio 
inicial de formação das vagens. O período crítico se situa 15 dias antes da floração. 
Solos 
O feijoeiro pode ser cultivado em solos de textura variando de arenosa leve até 
argilosa. Solos muito argilosos e com problemas de drenagem devem ser evitados. O feijoeiro 
não tolera excesso contínuo de água no solo. 
Também devem ser evitados solos argilosos com tendência a formação de crosta 
superficial como também aqueles sujeitos a formação de camada compacta subsuperfície (pé-
de-grade) que interfere no crescimento radicular do feijoeiro e consequentemente na 
produtividade final. 
O feijoeiro deve ser cultivado em solos sem impedimentos físicos, de pH 5,5 a 6,0; 
de boa fertilidade e disponibilidade de água. Quanto menor o pH do solo, maior o efeito de 
íons tóxicos (Al+++, Mn++, e H+) que limitam o crescimento radicular, o desenvolvimento da 
parte aérea e a produção, menor a disponibilidade de nutrientes para as plantas e menor 
fixação simbiótica de nitrogênio, resultando em menor crescimento e menor rendimento de 
grãos. 
A disponibilidade de nutrientes logo após a germinação é essencial para o 
estabelecimento da cultura. Qualquer limitação no suprimento de nutrientes no período logo 
após a germinação da semente atrasa e diminui a formação de raízes, comprometendo o 
crescimento das plantas. 
Solos com elevado teor de sais podem trazer sérios inconvenientes à implantação de 
lavouras de feijão, uma vez que o feijoeiro é uma das espécies mais sensíveis a elevados 
teores de sódio trocável e também à alta condutividade elétrica no solo. 
Cuidado especial deverá ser tomado com o controle da erosão nas lavouras, pelo fato 
do feijão possuir um crescimento inicial muito lento, o solo fica demasiadamente exposto à 
ação erosiva nesta fase, principalmente na semeadura das “águas”, quando chuvas fortes são 
mais frequentes. 
Sempre que possível deve-se evitar áreas cultivadas recentemente com feijão. A 
semeadura de feijão na mesma área pode favorecer a incidência de doenças de solo e da parte 
aérea da cultura. 
A maioria dos solos de cerrado onde o feijoeiro é cultivado são Oxissolos e possuem baixa 
fertilidade. Os solos de cerrado são ácidos e de baixa fertilidade. Portanto, o manejo da 
fertilidade é um dos aspectos mais importante na produção das culturas neste solos. 
Calagem e Adubação 
Uma recomendação de adubação deve ser fundamentada nos seguintes aspectos: 
1. em resultados de análises de solo complementada pela análise de planta; 
2. numa análise do histórico da área; 
3.no conhecimento agronômico da cultura; 
4. no comportamento ou tipo da cultivar; 
5. no comportamento dos fertilizantes no solo; 
6. na disponibilidade de capital do agricultor para aquisição de fertilizantes; 
7. na expectativa de produtividade. 
FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO 
O feijoeiro como outras leguminosas de interesse agrícola, pode utilizar nitrogênio 
atmosférico por intermédio da associação simbiótica com as bactérias dos nódulos radiculares 
– os rizóbios. No caso específico do feijão, a simbiose pode ocorrer com as seguintes espécies 
de bactéria: Rhizobium leguminosarum phaseoli, R tropici, R. gallicum e R. giardinii. 
Nas zonas produtoras, os feijoeiros normalmente exibem nódulos nas raízes, 
comprovando a presença de rizóbios no solo. Isso não significa, necessariamente, que a 
fixação simbiótica esteja resolvendo o problema de fornecimento de nitrogênio aos feijoeiros, 
tornando dispensável a adubação nitrogenada. Na realidade, a experimentação agronômica 
tem revelado que, em muitos casos, a aplicação do fertilizante nitrogenado é necessária 
quando almejamos alta produtividade da cultura, a despeito da presença de rizóbios, 
comprovada pela nodulação. Diversos fatores podem estar contribuindo para essa situação 
como: condições química e física do solo, cultivar, estirpe de rizóbio, condições climáticas e 
rizóbios já existentes no solo. 
Então, a inoculação de bactérias do grupo dos rizóbios, capazes de fixar o nitrogênio 
atmosférico e fornecê-lo à planta, é uma alternativa que pode substituir, ainda que 
parcialmente, a adubação nitrogenada. Resultados indicam que a cultura do feijoeiro, em 
condições de campo, pode se beneficiar do processo da fixação biológica de nitrogênio (FBN) 
alcançando níveis de produtividade de até 2.500 kg ha-1. 
O inoculante brasileiro, durante muito tempo, foi produzido utilizando-se bactérias 
que eram obtidas no exterior e testadas pelas instituições de pesquisa no Brasil. Com a 
evolução destes estudos, revelou-se a inequação destas estirpes aos solos tropicais, uma vez 
que estão sujeitas a um elevado grau de instabilidade genética, comprometendo sua 
capacidade de fixar nitrogênio. Este fato pode explicar, pelo menos parcialmente, a decepção 
de muitos agricultores com o uso do inoculante nesta cultura até bem recentemente. 
Atualmente, o inoculante comercial para o feijoeiro no Brasil é produzido com uma 
espécie de rizóbio adaptada aos solos tropicais, o Rhizobium tropici, resistente a altas 
temperaturas, acidez do solo e altamente competitiva, ou seja, em condições de cultivo 
favoráveis é capaz de formar a maioria dos nódulos da planta, predominando sobre a 
população de rizóbio presente no solo. 
A eficiência da FBN, entretanto, depende das condições fisiológicas da planta 
hospedeira que fornece a energia necessária para que a bactéria possa realizar eficientemente 
este processo. Além da calagem, é importante proceder a correção do solo com os demais 
nutrientes. Ressalta-se a importância do fornecimento de fósforo, deficiente na maioria dos 
solos tropicais, o qual tem efeito marcante sobre a atividade da nitrogenase, devido ao alto 
dispêndio energético promovido pela atividade de FBN. O molibdênio é um micronutriente 
que tem efeito marcante sobre a eficiência da simbiose, sendo um constituinte estrutural da 
enzima nitrogenase, que, dentro do nódulo, executa a atividade de FBN. A aplicação foliar de 
molibdênio promove aumentos de produtividade em feijoeiro inoculado, sendo que há vários 
produtos disponíveis no mercado para esta finalidade. 
Apesar de o feijoeiro ser uma planta com grande capacidade de aproveitamento do 
nitrogênio disponível no solo, a aplicação de adubos nitrogenados tende a afetar 
negativamente este processo. Solos com maiores teores de matéria orgânica, que liberam 
nitrogênio lentamente, podem beneficiar a planta do feijoeiro sem, contudo, reduzir a sua 
capacidade de fixação. Dentre os fatores ambientais mais importantes para o processo de 
fixação biológica de nitrogênio, a ocorrência de deficiências hídricas, ou seja, seca durante o 
ciclo de cultivo tem efeito negativo em diferentes etapas do processo de nodulação e na 
atividade nodular, além de afetar a sobrevivência do rizóbio no solo. A ocorrência de altas 
temperaturas afeta, também, a sobrevivência do rizóbio no solo, o processo de infecção, a 
formação dos nódulos e ainda a atividade de FBN. 
O procedimento de inoculação das sementes com rizóbio é simples, bastando 
misturar as sementes com o inoculante de rizóbio para o feijão. Este inoculante é, geralmente, 
vendido em embalagens contendo a bactéria em veículo turfoso, o mais recomendado 
atualmente pela pesquisa. 
Deste modo, recomenda-se que a inoculação seja feita à sombra, preferencialmente 
nas horas mais frescas do dia, utilizando uma solução açucarada a 10% como adesivo, ou 
outros produtos como goma arábica a 20%. Mistura-se 200 a 300 ml desta solução ao 
inoculante (500 g) até formar uma pasta homogênea. Em seguida, mistura-se esta pasta a 50 
kg de sementes de feijão até que fiquem totalmente recobertas com uma camada uniforme de 
inoculante. Deixar as sementes inoculadas secando a sombra, em local fresco e arejado, 
realizando o plantio até, no máximo, dois dias após. 
Cultivares 
Grupo preto: Macanudo, Minuano, Macotaço, Ouro Negro, Diamante Negro, Xamego e 
Guapo Brilhante 
Carioca: Aporé (tipo III), Pérola, Rudá (tipo II) e Princesa 
Grupo mulatinho: Corrrente e Bambuí (tipo III) 
Grupo roxo: Safira 
Plantio 
A escolha da área, a qualidade das sementes e a operação de semeadura, especialmente no que 
se refere à época, à profundidade em que as sementes são colocadas, o espaçamento entre 
fileiras e o número de sementes por metro, são fatores a serem considerados. 
O feijoeiro é uma planta com sistema radicular com sua maior parte concentrada na 
camada de até 20 cm de profundidade do solo. Esta pequena profundidade das raízes torna-o 
bastante sensível à deficiência hídrica, e torna a planta com baixa eficiência em absorver 
nutrientes, exigindo por isso solos férteis ou boas adubações, de modo que os nutrientes 
estejam próximos das raízes, em quantidades suficientes e no momento adequando. 
Solos pesados, compactados, sujeitos a formar crosta na superfície ou ao encharcamento não 
são adequados para a cultura do feijoeiro. Recomendam-se solos friáveis, com boa aeração, de 
textura areno-argilosa, relativamente profundos. A semente de boa qualidade permite a 
formação de lavoura uniforme, maximiza o aproveitamento dos demais insumos utilizados, 
evita a propagação e diminui as fontes de contaminação de doenças na lavoura, reduz a 
disseminação de plantas nocivas e a agressividade daquelas já presentes no solo. 
Quanto à semeadura, as épocas recomendadas concentram-se, basicamente, em três 
períodos, o chamado das "águas", nos meses de setembro a novembro, está concentrada nas 
regiões Sul e Sudeste e no Estado da Bahia, na região de Irecê. É a maior das três safras, em 
produção e rendimento. O da "seca" ou safrinha, de janeiro a março. Essa safra abrange os 
estados das regiões Sudeste e Sul, com concentração na Região Nordeste que, em anos 
normais, contribui com mais de 50% da produção. O de outono-inverno ou terceira época, 
nos meses de maio a julho. No plantio de outono-inverno ou terceira época, que só pode ser 
conduzido em regiões onde o inverno é ameno, sem ocorrência de geadas, como em algumas 
áreas de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Espírito Santo, o agricultor, via de regra, necessita 
irrigar a lavoura. Segundo a Embrapa Arroz e Feijão, a safra da seca, tanto no sistema solteiro 
quanto consorciado, representa a maior área de cultivo na produção nacional de feijão, cerca 
de 48% da área plantada. No entanto, apresenta a menor produtividade quando comparada às 
outras safras. As duas primeiras safras são responsáveis por cerca de 80% da produçãonacional, que provém de lavouras de pequenos e médios produtores que utilizam na sua 
maioria, mão-de-obra familiar com baixo nível tecnológico, o que reflete como consequência 
uma produtividade média de 752 kg ha-1, considerada baixa. 
A safra de inverno garante os 20% restantes da produção e tem como origem 
lavouras com alto nível tecnológico, onde a irrigação é essencial para alcançar produtividades 
médias de 1.546 kg ha-1. 
A profundidade de semeadura pode variar conforme o tipo de solo. Em geral recomendam-
se de 3-4 cm para solos argilosos e 5-6 cm para solos arenosos. Espaçamentos de 40 a 60 cm 
entre fileiras e com 10 a 15 plantas por metro. 
Manejo de plantas daninhas 
O período em que as plantas daninhas causam maiores danos compreende os primeiros 30 
dias após a emergência (DAE), podendo se estender até 40 (DAE) para cultivares de ciclo 
mais tardio. 
Existem quatro métodos básicos para se controlar as plantas daninhas: controle 
cultural, o controle mecânico, o controle biológico e o controle químico. 
O controle cultural consiste na utilização de medidas e procedimentos objetivando 
a prevenção de infestações e disseminação de plantas daninhas, bem como o fortalecimento 
da capacidade competitiva da cultura, representada pelo rápido estabelecimento e 
desenvolvimento da espécie comercial. 
Os métodos mecânicos mais utilizados referem-se a capina manual e ao cultivo 
mecânico (tração animal = um a dois ha/dia e tratorizado = um a dois ha/h). A capina manual 
é empregada em áreas pequenas (inferiores a 10 ha), sendo destinada a pequenos produtores e 
a lavoura de subsistência. Por outro lado, o controle de plantas daninhas baseado no uso de 
cultivadores mecânicos, possibilita a obtenção de maior rendimento operacional. 
O método químico é representado pelo uso de herbicidas, cuja eficiência de 
controle é dependente de fatores técnicos, econômicos e climáticos. Em decorrência de seu 
custo o emprego de herbicidas tem proporcionado resultados econômicos satisfatórios em 
lavouras de feijão onde o rendimento tem se mostrado superior a 1.200 kg ha-1 (20 sc ha-1). 
Em áreas comerciais não é possível controlar as plantas daninhas apenas com 
métodos mecânicos; assim, é utilizada a integração dos métodos mecânico, cultural, como 
espaçamento e densidade, e químico, pelo uso de herbicida. 
O manejo de plantas daninhas envolve atividades dirigidas às plantas daninhas (manejo 
direto) e ao sistema formado pelo solo e pela cultura (manejo indireto). O manejo direto 
refere-se à eliminação das plantas daninhas com uso de herbicidas, ação mecânica ou manual 
e ação biológica. Para o uso de herbicidas é necessário identificar as plantas daninhas e o 
estádio de crescimento para a recomendação de doses e tipos de herbicidas. No manejo do 
solo (manejo indireto) trabalha-se com a relação sementes ativas e inativas. Neste caso, a 
recomendação é diminuir o banco de sementes das plantas daninhas, promovendo a 
germinação destas espécies antes do plantio e depois controlá-las com o uso de técnicas como, 
por exemplo, a aplicação sequencial de dessecantes. O manejo cultural se baseia na 
construção de plantas de feijoeiro com capacidade de manifestar seu potencial produtivo 
máximo e competir com as plantas daninhas, pela utilização de práticas como o equilíbrio na 
fertilidade do solo, o estande de plantas uniforme, o manejo de adubação, o arranjo espacial 
das plantas e a época adequada de plantio. Outro tipo de manejo cultural é o uso de cobertura 
morta, com capacidade de diminuição da emergência das plantas daninhas por efeitos 
alelopáticos e físicos. O plantio consorciado de culturas com forrageiras antes do plantio do 
feijão está sendo uma prática usada para a produção da cobertura morta, sem afetar o 
cronograma de plantio do produtor. Todas estas práticas do manejo de plantas daninhas têm a 
finalidade de aumentar a eficiência e a economicidade da lavoura; a preservação ambiental, 
evita o adensamento do solo, o acúmulo de resíduos de herbicidas e a seleção de plantas 
daninhas resistente. 
Doenças e métodos de controle 
As doenças fúngicas estão divididas em dois grupos com base na sua origem. Assim, temos as 
doenças denominadas da parte aérea e cujos agentes causais não sobrevivem no solo e, as 
doenças de solo, cujos agentes causais encontram-se adaptados para sobreviverem neste 
ambiente. Entre as principais doenças fúngicas da parte aérea do feijoeiro comum 
encontram-se a antracnose (Colletotrichum lindemuthianum), a mancha-angular 
(Phaeoisariopsis griseola), a ferrugem (Uromyces appendiculatus), o oídio (Erysiphe 
polygoni) e a mancha-de-alternária (Alternaria sp) além de duas outras recentemente 
identificadas nesta cultura e denominadas de sarna e carvão. Entre as principais doenças 
fúngicas cujos agentes causais apresentam capacidade de sobreviver no solo, encontram-se o 
mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum ), a mela (Thanatephorus cucumeris), a podridão-
radicular-de-Rhizoctonia (Rhizoctonia solani), podridão-radicular-seca (Fusarium solani), a 
murcha-de-fusário (Fusarium oxysporum) e a podridão-cinzenta-do-caule (Macrophomina 
phaseolina). As doenças de origem bacteriana mais importantes são o crestamento-
bacteriano-comum (Xanthomonas axonopodis pv. Phaseoli) e a murcha-de-Curtobacterium 
(Curtobacterium flaccumfasciens pv. Flaccumfasciens). Os vírus do mosaico-comum 
(BCMV) e do mosaico-dourado (BGMV) são as doenças viróticas de maior importância que 
podem ocorrer na cultura do feijoeiro comum. Com exceção da ferrugem, do oídio e do 
mosaico dourado todas as doenças, com maior ou menor intensidade, são transmitidas pelas 
sementes. 
De um modo geral, as doenças de origem fúngicas e bacteriana podem ser 
disseminadas à longa distância através das sementes infectadas e as doenças fúngicas, também 
através das correntes aéreas. Á curta distância, estas doenças são disseminadas pelas sementes 
infectadas, vento, chuvas, insetos, animais, partículas de solo aderidas aos implementos 
agrícolas, água de irrigação e pelo movimento do homem. O vírus do mosaico-comum é 
transmitido pelas sementes e por afídeos enquanto que o vírus do mosaico-dourado é 
transmitido pela mosca-branca. 
Entre os métodos de controle mais empregados, encontram-se as práticas culturais, o 
controle químico e a resistência da cultivar a um ou mais patógenos desde que disponível. 
Como sugestão, pode-se citar uma série de práticas que os produtores devem empregar com a 
finalidade de diminuir as perdas ocasionadas pelas doenças: isolamento da cultura, 
eliminação do hospedeiro do patógeno ou do vetor, evitar introdução na área de resíduos de 
cultura ou de solo infectado, utilização de semente de qualidade, tratamento químico da 
semente, época de semeadura, rotação de culturas, preparo do solo, aração profunda, 
aumento do espaçamento, cobertura morta do solo, controle da água de irrigação, uso de 
herbicidas, cultivares resistentes, pulverizações foliares com fungicidas/inseticidas, 
destruição dos resíduos de culturas infectadas, entre outras. 
Pragas do Feijoeiro 
Dentre as principais pragas com ocorrência nas regiões produtoras, incluem a mosca-branca 
(Bemisia tabaci), as vaquinhas (Diabrotica speciosa), a cigarrinha-verde (Empoasca 
kraemeri) e os carunchos. 
Pragas principais com ocorrência regional incluem o ácaro-branco (Polyphagotarsonemus 
latus), a larva-minadora (Liriomyza spp.), a lagarta das folhas: Omiodes 
indicata (Lepidoptera: Pyralidae) e Urbanus proteus (Lepidoptera: Hesperiidae), os tripes 
(Calyothrips spp), a lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus), a lagarta rosca (Agrotis 
ipsilon), as lesmas e os percevejos (vários). 
O MIP-Feijão leva em consideração o reconhecimento das pragas que realmente causam 
danos à cultura, a capacidade de recuperação das plantas aos danos causados pelas pragas, o 
número máximo de indivíduos dessas pragas que podem ser toleradosantes que ocorra dano 
econômico (nível de controle), e o uso de inseticidas seletivos de forma criteriosa. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
DOURADO NETO, D.; FANCELLI, A. L. Produção de feijão. Guaíba: Agropecuária, 2000. 
385 p. 
 
THUNG, M. D. T.; OLIVEIRA, I. P. de. Problemas abióticos que afetam a produção do 
feijoeiro e seus métodos de controle. EMBRAPA-CNPAF, 1998. 172 p. :il. 
 
VIEIRA, C.; PAULA JUNIOR, T. J. de; BORÉM, A. FEIJÃO: aspectos gerais e cultura no 
Estado de Minas. Viçosa: UFV, 1998. 596 p.:il.

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