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1º AV DE SAÚDE COLETIVA POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE: O que é política? “aquilo que é público”. Ou seja, além de designar o que é público, o termo também se refere ao bem comum relacionado à sociedade de um Estado. Público: Aquilo que é do povo, um bem comum; Aquilo que não é secreto. Aberto ou acessível a todos; Saúde: Segundo a OMS (1946), a saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Órgãos Internacionais de saúde: - OMS : organização mundial de saúde - Organização Pan-Americana da Saúde (trouxe programa mais médicos) Evolução histórica da saúde pública: Conhecer a evolução histórica da Saúde, é fundamental para que se compreenda os fenômenos que fazem parte do quadro contemporâneo, sendo de extrema importância para nos ajudar a criar estratégias para resolver os problemas de saúde atuais. - A saúde ao longo do tempo sofreu intervenções: - Religiosas - Sociais - Econômicas Saúde e religião: Os religiosos consideravam o processo de adoecimento como sendo um castigo imposto àqueles doentes e a saúde como uma dádiva. Na idade média a igreja era muito influente na política e ainda acreditando que a doença era um castigo, ordenava que as pessoas doentes fossem isoladas. Essa conduta de isolar os doentes acabou por atrasar os avanços científicos na área da saúde, pois comprova apenas a falta de tratamento da população. Saúde e sociedade: Saúde e caridade: Muitas pessoas se propunham a cuidar dos doentes como forma de realizar atos de caridade; Saúde e Assistência: eram as casas de assistência aos pobres, abrigos de viajantes e peregrinos, mas também instrumentos de separação e exclusão quando serviam para isolar os doentes do restante da população. Saúde e economia: Com o capitalismo, começaram a surgir também as grandes fábricas que empregavam muitas naquela época. Mas os trabalhos eram extremamente exaustivos e perigosos. Surgiram também os grandes centros urbanos, a desigualdade social e a falta de estrutura nessas cidades devido ao grande e repentino número de habitantes. Os principais problemas foram: ● Crescimento desordenado das cidades; ● Condições de habitação; ● Saneamento básico; ● Tratamento inadequado da água; Percebendo-se então, que as questões sociais influenciavam nas condições de saúde da população, e pela primeira vez ouviu-se o termo medicina social. Na década de 70, na América Latina, cresceu a importância das ciências sociais na abordagem à saúde. Razão pela qual foram organizadas Conferências, como a de Alma-Ata e a Conferência de Ottawa, para se pensar estratégias para melhorar a promoção da saúde em nível mundial e se chegar ao completo bem estar físico, mental e social. Saúde pública: É a ciência e a arte de prevenir doenças e incapacidades, prolongar a vida e desenvolver a saúde física e mental, através de esforços organizados da comunidade para o saneamento do meio ambiente, o controle de infecções na comunidade, a educação dos indivíduos nos princípios da higiene pessoal e a organização de serviços médicos e paramédicos para o diagnóstico precoce e o tratamento precoce de doenças e o aperfeiçoamento da máquina social que irá assegurar a cada indivíduo, dentro da comunidade, um padrão de vida adequado à manutenção da saúde. Linha do tempo da saúde pública no Brasil: · Ano de 1.500 No Brasil no 1.500 não havia políticas públicas estruturadas, muito menos a construção de centros de atendimento à população. Além disso, o acesso a tratamentos e cuidados médicos dependia da classe social: pessoas pobres e escravos viviam em condições dura poucos sobreviviam às doenças que tinham e quem precisava buscar auxílio geralmente recorria a pajés, curandeiros ou boticários que viajavam de maneira informal e sem qualquer planejamento público. Ou seja: Conhecimento Empírico (ervas, curandeiros) Saúde Família Real Controle Navios e saúde dos portos Em 1789 04 médicos Boticários (farmacêuticos ) · Ano de 1800 Após a Independência do Brasil, em 1822, D. Pedro II determinou a criação de órgãos para inspecionar a saúde pública, como forma de evitar epidemias e melhorar a qualidade de vida da população. Também foram adotadas medidas voltadas para o saneamento básico. Início da República até 1930: Grandes Epidemias ( malária , febre amarela, varíola) afetam a economia agroexportadora; Oswaldo Cruz ( combate febre amarela ) modelo campanhista; Revolta da Vacina 1904; Erradicação febre amarela no Rio de Janeiro; 1930-1966: 1933: Unificação das CAPS em Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPS), que asseguravam outras categorias profissionais, mediante registro em carteira de trabalho; Contexto da Saúde no Brasil entre 1930 e 1940: dividida em dois campos de ação (Saúde Pública X Medicina Previdenciária); 1953 criado Ministério da Saúde; 1966: Criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), a partir da unificação dos IAPS. 1920: Criação da Lei Eloy Chaves – primeiro modelo de previdência social , as Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPS), que asseguram assistência somente aos funcionários ferroviários e marítimos. Ou seja, quem não pertencia a essas classes não tinha acesso efetivo à saúde apenas às santas casas e abrigos voluntários; Ainda mais, nessa época a medicina se baseia nos modelos curativos e não preventivos. · 1943 a 1979 A Constituição de 1934, promulgada durante o governo Vargas, concedia novos direitos aos trabalhadores, como assistência médica e “licença-gestante”. Além disso, a Consolidação das Leis Trabalhistas de 1943, a CLT, determina aos trabalhadores de carteira assinada, além do salário mínimo, também benefícios à saúde. O Ministério da Saúde foi criado em 1953, foi quando também iniciaram-se as primeiras conferências sobre saúde pública no Brasil. Daí, surgiu a ideia de criação de um sistema único de saúde, que pudesse atender toda a população. · A partir dos anos 1980 até os dias atuais A partir dos anos 1980, quando o movimento sanitarista se fortalecia, o entendimento da importância de um sistema público de saúde no Brasil ganhou força. A Constituição Federal de 1988 foi o primeiro documento a colocar o direito à saúde definitivamente no ordenamento jurídico brasileiro. A Constituição também garante o direito de liberdade de imprensa e atribui a defesa do meio ambiente e da família, prevendo a redução do risco de doenças e outros agravos e acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, como dever do Estado. Além disso, a Constituição assegura aos indígenas os direitos de preservação de sua cultura e de demarcação de seus territórios. Entre as conquistas destacadas estão: o controle e a eliminação de doenças por meio da vacinação, socorro para pessoas na rede pública, assistência farmacêutica, financiamento de transplantes e uma vigilância sanitária atuante. Ao longo desses 20 anos de existência, o SUS avançou historicamente com medidas como a descentralização e a municipalização de ações e serviços, o fortalecimento da atenção básica; a ampliação de ações de prevenção a doenças; o investimento em pesquisa e desenvolvimento científico-tecnológico de equipamentos e insumos. PROCESSO SAÚDE-DOENÇA Marcos teóricos explicativos: Hipócrates (460-377 A.C): Considerado o pai da medicina, usou a palavra "epidemion", para distinguir doenças que "visitam", episódicas, daquelas "endemion“. Também elaborou a teoria dos miasmas onde ele considerava que o conjunto de odores fétidos (ar) provenientes de matéria orgânica em putrefação nos solos (locais) e lençóis freáticos (água) contaminados eram responsáveis por causar as doenças. Analisava as doenças em bases racionais e não como fenômeno sobrenatural. Século XXVII a século XXVIII: Saúde Pública e Desigualdades das Taxas de Mortalidade. foram realizados estudos de mortalidade em Londres – demografia ou das estatísticas vitais: coeficientes.Ex: óbitos sobre população. Século XIX: Início Da Era Da Bacteriologia ou do Marco da Unicausalidade. O paradigma dominante anteriormente era ateoria miasmática, mas essa teoria entrou em crise pois não explicava as formas epidêmicas com grande velocidade e dispersão geográfica a exemplo da gripe, cólera, febre amarela e outros agravos abrindo espaço para um novo paradigma. A teoria da unicausalidade tinha por base que os vírus e as bactérias passaram a ser as únicas causas das doenças, substituindo as explicações sobrenaturais. Nessa época houve a investigação da pobreza, das condições de trabalho e suas repercussões sobre a saúde, realçando-se estreitas relações entre situação sócio econômica e mortalidade. “Lei de Farr” – descrição das leis das epidemias (ascensão rápida no início, elevação lenta até o ápice e queda mais rápida); Classificação de doenças Informações epidemiológicas para o planejamento. JOHN SNOW (1813-1858) Estudos sobre a epidemia de cólera em Londres: determinou a transmissão hídrica da cólera e suas formas de prevenção antes do conhecimento do agente etiológico; Considerado o pai da epidemiologia: introduziu a “epidemiologia de campo” – estudo minucioso em residências com coleta planejada de dados. Pasteur ( 1822-1895) Pai da bacteriologia: bases biológicas para o estudo das doenças infecciosas; Com a ajuda do microscópio identificou e isolou inúmeras bactérias. I CONFERÊNCIA SANITÁRIA INTERNACIONAL, 1851: Teoria miasmática e o confronto com o contagionismo; Consolida-se a Teoria da Unicausalidade; Para cada doença um agente específico – Paradigma do Contagionismo; Pouca atenção às doenças não infecciosas; Estabelecimento das estratégias de prevenção: quarentena, controle dos animais e extermínio de ratos. Século XX INFLUÊNCIA DA MICROBIOLOGIA - DESDOBRAMENTOS: Identificação de uma série de agentes etiológicos e de estratégias de prevenção baseadas no saneamento ambiental, controle de vetores e reservatórios. Conhecimento sobre a transmissão das doenças (“ecologia da saúde”). Oswaldo Cruz e a Escola de Manguinhos, Carlos Chagas, Adolfo Lutz e Emílio Ribas (doenças transmitidas por vetores – febre amarela, doença de chagas); O modelo de causa única,advindo do paradigma do contagionismo não mais explica a saúde/doença; Resultando um novo conceito e Teoria Multicausal, a “teia de causalidade”, na qual diversos “fatores de risco” ou características individuais, comportamentais, e “estilos de vida” presumivelmente interagem independentemente para a causa das doenças. Modelos explicativos: Oferecem explicações sobre a doença e o tratamento para orientar as escolhas entre as terapias e os terapeutas disponíveis, assim como para elaborar os significados pessoal e social da experiência da doença. I – FASE DA MAGIA: A doença deriva de fatores sobrenaturais, ação de deuses e demônios... Forças do mal, castigo dos céus ! A doença resulta da intervenção de poderes sobrenaturais que atuam sobre o homem em função de comportamentos que quebram sua sintonia com o mundo espiritual. II – FASE DOS FATORES FÍSICOS E DOS MIASMAS: A saúde como fruto do equilíbrio dos humores, sendo a doença, por oposição, resultado de seu desequilíbrio. Miasmas = emanações fétida oriundas de animais ou plantas em decomposição. Humor = substância orgânica líquida ou semilíquida. Partindo dos pressupostos hipocráticos, Galeno (122- 199 D.C.) fez avanços significativos nas concepções diagnóstico-terapêuticas com idéias que predominaram durante 14 séculos. A ideia central de sua visão da fisiologia se baseia no fluxo permanente dos humores, o que depende das influências ambientais, do calor inato e, em grande parte, da ingestão alimentar e sua justa proporção. As causas mórbidas poderiam ser internas (associadas a constituição e predisposição individual); Externas (excessos alimentares, sexuais ou de exercícios físicos). O diagnóstico deve basear-se no cuidadoso exame do enfermo, no conhecimento de seu estado quando sadio, seu temperamento, regime de vida, alimentação. III – MODELO BIOMÉDICO OU MECANICISTA: Funcionamento normal dos tecidos e órgãos do corpo, compreensão prática dos princípios básicos da maneira saudável de viver; ajuste harmônico ao ambiente físico e psicológico, contribuindo para uma vida mais rica e útil a humanidade. O modelo biomédico foi desenvolvido privilegiando-se as doenças infecciosas; Neste modelo, as doenças não infecciosas são definidas por exclusão. IV – FASE DA MULTICAUSALIDADE Não existe apenas um único fator, mas vários fatores, ou múltiplas causas na determinação da patologia. Os fatores sócio-econômicos e culturais desempenham papel fundamental, seja isoladamente ou em interação com outros fatores de risco no processo de produção das doenças. TEORIA ECOLÓGICA Modelo mais dinâmico e desenvolvido da Teoria Multicausal: tríade ecológica (Ambiente, agente, hospedeiro); As causas se ordenam dentro de três possíveis categorias ou fatores que intervêm e condicionam o aparecimento e desenvolvimento da doença: o agente, o hospedeiro e o meio ambiente, fatores que se inter relacionam num perfeito equilíbrio. HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS (Leavell e Clark, 1976). Conjunto de processos interativos que cria o estímulo patológico no meio ambiente, ou em qualquer outro lugar, passando pela resposta do homem ao estímulo, até às alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte. Meio Externo: onde interagem determinantes e agentes. Desenvolvem-se todas as etapas necessárias à implantação da doença; Fatores de natureza física, biológica e sociopolítica-cultural; Meio Interno: locus onde se processaria, de forma progressiva, uma série de modificações bioquímicas, fisiológicas e histológicas, próprias de uma determinada enfermidade. EPIDEMIOLOGIA SOCIAL A construção deste marco foi balizada por pressupostos acerca da apropriação das ciências sociais em saúde (crítica à análise funcionalista), formulados na Reunião sobre o Ensino das Ciências Sociais nas Faculdades de Ciências da Saúde - Cuenca-Equador, 1972. As relações entre a organização da ação em saúde (conceito de saúde), os modos de produção, as formações sócio-econômicas e os conceitos de saúde; As investigações históricas sobre a formação, desenvolvimento e consolidação das organizações de saúde e de ensino, tendo como referência a relação dinâmica entre o modo de produção e formações sócio-econômicas específicas e a definição epistemológica das relações entre as ciências sociais e as ciências biológicas. EPIDEMIOLOGIA SOCIAL Breilh e Laurell foram epidemiologistas fundamentados no materialismo histórico-dialético, propõem um paradigma alternativo, o de história social da doença. O processo saúde-doença é um processo social concreto rejeitando-se o esforço de naturalização dos eventos ligados à saúde, acentuando-se a historicidade de tais fenômenos e o caráter econômico e político das suas determinações. Conceitos de Saúde - A Saúde como Ausência de Doença (Paradigma biomédico). - OMS (divulgado na carta de princípios de 7 de abril de 1948,desde então o Dia Mundial da Saúde): “Saúde é o estado do mais completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”. - Constituição Federal de 1988, artigo 196, evita discutir o conceito de saúde, mas diz que: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”. - Princípio que norteia o Sistema Único de Saúde - SUS. POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL Sistema único de Saúde: SUS; Além de um programa de saúde, o SUS é um direito social, um direito de exercer democracia. Processo de construção do SUS: Até 1980: O sistema de saúde no Brasil era fragmentado: - Os serviços eram privados para quem podia custear; - Seguro social para setores formalmente empregados; - Saúde pública para riscos de endemias e epidemias; 1988: Constituição democrática “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem àredução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. (Constituição Federal, 1998; Art. 196); 1990: Sistema nacional e unificado de saúde - Saúde como direito universal; - Saúde como dever do estado; - Descentralização para os estados e municípios; - Mix público/privado; - Participação social em todos os níveis; Princípios doutrinários do SUS: ● Universalização: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais. ● Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior. ● Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o princípio de integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos. Princípios organizativos: ● Regionalização e Hierarquização: os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento da população a ser atendida. A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unificado dos mesmos. Já a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis numa dada região. ● Descentralização e Comando Único: descentralizar é redistribuir poder e responsabilidade entre os três níveis de governo. Com relação à saúde, descentralização objetiva prestar serviços com maior qualidade e garantir o controle e a fiscalização por parte dos cidadãos. No SUS, a responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o município, ou seja, devem ser fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta função. Para que valha o princípio da descentralização, existe a concepção constitucional do mando único, onde cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade. ● Participação Popular: a sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde. Lei orgânica do SUS (LOS): Diretrizes para a organização e funcionamento do SUS: Lei 8.080/90: Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências; - Determinantes sociais em saúde; - Princípios e diretrizes do SUS; - Políticas para populações específicas; - Responsabilidades dos entes federativos; - Estrutura de governança do SUS; - Políticas de recursos humanos; - Participação complementar do privado; Lei 8.142/90: Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. - Participação da comunidade na gestão do SUS; - Transferências intergovernamentais de recursos financeiros para saúde; Emenda 29/ 2000 – Financiamento da saúde Define os percentuais mínimos que estados e municípios continuam obrigados a aplicar entre 12% e 15%, respectivamente, a União aplicará o valor destinado no ano anterior acrescido da variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores ao que se referir a lei orçamentária. Decreto 7508/2011 Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde – SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa e dá outras providências. Organização do SUS - Regiões de Saúde: Regiões de Saúde: o espaço geográfico contínuo, aglomerado de municípios com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde e serão referência para a transferência de recursos entre os entes federativos; Rede de Atenção à Saúde: conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde, mediante referenciamento do usuário na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas Comissões Intergestores. Art. 5o: Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de: I - atenção primária; II - urgência e emergência; III - atenção psicossocial; IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e V - vigilância em saúde. Art. 6o: As Regiões de Saúde serão referência para as transferências de recursos entre os entes federativos. Organização do SUS - Hierarquização Art. 8o: O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde se inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquizada, de acordo com a complexidade do serviço. Art. 9o: São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços: I - de atenção primária; II - de atenção de urgência e emergência; III - de atenção psicossocial; e IV - especiais de acesso aberto. Capítulo IV –Assistência à Saúde Art. 20. A integralidade da assistência se inicia e se completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante referenciamento do usuário na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas Comissões Intergestores. Seção I Da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES Art. 21. A RENASES compreende todas as ações e serviços que o SUS oferece ao usuário para atendimento da integralidade da assistência à saúde. Seção II Da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME Art. 25. A RENAME compreende a seleção e a padronização de medicamentos indicados para atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS. Estamos diante: O SUS democrático: desenhado pela reforma sanitária. O SUS formal: juridicamente estabelecido pela Constituição, leis, decretos, etc. O SUS real: refém dos desígnios da “área econômica”, do clientelismo e da inércia burocrática que favorece o mercado para o seguro-saúde. DETERMINANTES SOCIAIS DE SAÚDE Saúde Pública: Tem o objetivo de trabalhar os problemas de saúde, definidos em termos de mortes, doenças, agravos e riscos em suas ocorrências no nível da coletividade. Como instrumentos ou meios de trabalho, a Saúde Pública mobiliza a epidemiologia tradicional, o planejamento normativo, em abordagens da clínica e, portanto, da concepção biologista da saúde. Saúde coletiva: Tem objeto as necessidades de saúde, ou seja, todas as condições requeridas não apenas para evitar a doença e prolongar a vida, mas também para melhorar a qualidade de vida e, no limite, permitir o exercício da liberdade humana na busca da felicidade. Prioriza o estudo da determinação social e das desigualdades em saúde, o planejamento estratégico e comunicativo e a gestão democrática. Além disso, abre-se às contribuições de todos os saberes - científicos e populares - que podem orientar a elevação da consciência sanitária e a realização de intervenções intersetoriais sobre os determinantes estruturais da saúde. Determinação Social: Determinações (ou mediações) que permitem articular,de forma coerente, níveis de abrangência e subordinação entre as causas mais gerais e as mais específicas dentre os diversos grupos sociais. Condições de vida: por um lado referente a condições materiais necessárias à subsistência, relacionadas à nutrição, à habitação, ao saneamento básico e às condições do meio ambiente, entre outros determinantes do processo saúde-doença. Condições de trabalho: teriam por referência o processo de trabalho em si, como desgaste e a inserção do indivíduo na estrutura ocupacional. os processos gerais: se desenvolvem na sociedade em seu conjunto e a sua investigação permite conhecer as grandes propriedades, limites e possibilidades de intervenção na saúde coletiva; os processos particulares: se desenvolvem em grupos específicos da população - classes sociais e seus padrões de vida próprios - e a investigação deverá estar voltada para conhecer os efeitos específicos da qualidade de vida em cada grupo social específico à luz das determinações mais gerais os processos singulares: aqueles que ocorrem no cotidiano dos indivíduos e que têm relação com o coletivo; Segundo a OMS, os determinantes sociais são as condições sociais em que as pessoas vivem ou trabalham; Determinação Social da Saúde teve notória importância na formação da epidemiologia social latino-americana e na história do movimento sanitário brasileiro; A Determinação Social da Saúde é um referencial teórico que discute a abrangência da coletividade e do caráter histórico-social do processo saúde-doença, não colocando em foco discussões de dados epidemiológicos individuais. Desigualdades: São diferenças sistemáticas na situação de saúde de grupos populacionais. Iniquidades em saúde: “as desigualdades de saúde entre grupos populacionais que, além de sistemáticas e relevantes, são também evitáveis, injustas e desnecessárias” Em sentido amplo, a saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse de terra e acesso aos serviços de saúde. Sendo assim, é principalmente resultado das formas de organização social, da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida. RESGATE HISTÓRICO: Século XX Relatório Flexner (1910) – ideário hegemônico da biomedicina; Era terapêutica – (1930)- descobertas da insulina e das sulfamidas; 1948- OMS – DSS na constituição da OMS; 1960/1970 - Volta ao pensamento crítico ao modelo hegemônico e revalorização das dimensões sociais e culturais de determinantes do processo saúde doença; 1978 –Alma Ata - DSS na agenda Saúde para Todos; 1986 - VIII Conferência de Saúde – Movimento de Reforma Sanitária (1986); 1a Conferência Internacional de Promoção da Saúde (OTAWA, 1986) Saúde coletiva e Promoção da Saúde – convergência estratégica como projetos de construção social da saúde 1988- Constituição Cidadã – conceito de saúde ampliado e como direito de cidadania. Art. 196 Década de 90 : a saúde como bem privado. Sec. XXI – DSS na agenda novamente. COMISSÃO NACIONAL SOBRE DSS CNDSS: Base legal – Brasil (decreto em 13/06/2006) 16 lideranças da vida social, cultural, científica e empresarial) 2008 – As causas sociais das iniquidades em saúde no Brasil. Objetivos: Traçar um panorama geral da situação de saúde do país; Propor políticas, programas e intervenções relacionadas aos DSS a partir da avaliação das políticas e intervenções atualmente em curso e das experiências registradas na literatura nacional e internacional; Mobilizar a sociedade civil e o governo para atuar sobre os DSS; Linhas de atuação: Produzir conhecimentos e informações sobre as relações entre os determinantes sociais e a situação de saúde, particularmente as iniquidades de saúde; Promover e avaliar políticas, programas e intervenções governamentais e não-governamentais realizadas em nível local, regional e nacional relacionadas aos DSS; Atuar junto a diversos setores da sociedade civil para promover uma tomada de consciência sobre a importância das relações entre saúde e condições de vida e sobre as possibilidades de atuação para diminuição das iniquidades de saúde. Linhas de atuação: Produzir conhecimentos e informações sobre as relações entre os determinantes sociais e a situação de saúde, particularmente as iniquidades de saúde; Promover e avaliar políticas, programas e intervenções governamentais e não-governamentais realizadas em nível local, regional e nacional relacionadas aos DSS; Atuar junto a diversos setores da sociedade civil para promover uma tomada de consciência sobre a importância das relações entre saúde e condições de vida e sobre as possibilidades de atuação para diminuição das iniquidades de saúde. Adoção do modelo de Dahlgren & Whitehead (1991) DSS é entendida como uma perspectiva que considera o campo mais amplo na qual se produzem os processos saúde-doença, buscando trazer para o plano da consciência uma compreensão que estabeleça mediações entre a realidade fragmentada e a totalidade social. Determinantes expressam o privilegiamento da identificação de variáveis sociais mensuráveis sobre uma compreensão mais descritiva e densa dos contextos de saúde. Necessidade em Saúde: A organização de um sistema de saúde baseado na dialética da satisfação das necessidades expressa o ponto de vista de proteção universal da saúde, sob o pressuposto do bem-estar social. Necessidades naturais: relativas à conservação e à perpetuação da vida (alimentação, abrigo, sexual, de contato social e cooperação, relativos à auto-conservação e à preservação da espécie). Necessidades necessárias: radicais ou propriamente humanas (a liberdade, a autonomia, a auto-realização, a autodeterminação, a atividade moral, a reflexão). Necessidades em saúde: são social e historicamente determinadas e se situam entre natureza e cultura. As necessidades em saúde não são apenas necessidades médicas, sofrimentos nem problemas de saúde como doenças, ou riscos, mas dizem respeito também a carências ou vulnerabilidades que expressam modos de vida e identidades, expressos no que é necessário para se ter saúde e que envolve condições necessárias para o gozo da vida. - Funciona como analisadoras das práticas em saúde, considerando que seus reconhecimento e enfrentamento estão vinculados aos princípios do SUS; - Implica, por parte das equipes de saúde, em esforço de tradução e atendimento às necessidades trazidas pela população; - Acredita-se que os serviços de saúde, quando se organizam com foco nas necessidades da população, podem ou tendem a serem mais eficientes; Necessidades dos diferentes grupos sociais → Reorganização das práticas de saúde: • Trabalho em saúde; • possibilidade de expressão dos sujeitos envolvidos Nos espaços onde se operam as articulações entre os serviços de saúde e a população é que se definem, recortam, objetivam e são reconhecidas as necessidades em saúde. É também nesses espaços, integrados às demais instâncias da rede de atenção à saúde, que se busca atender as necessidades em saúde. A identificação, interpretação e resposta às necessidades de saúde exige das equipes de saúde um conjunto de ações articuladas e complementares, que devem estar presentes no cuidado de cada profissional, de cada equipe e da rede de serviços de saúde (planejamento em saúde). 2º AV SAÚDE COLETIVA PACTO PELA SAÚDE PORTARIA Nº 399 22 DE FEVEREIRO 2006 PACTO – ajuste ou convenções entre duas ou mais pessoas; pacto, acordo, contrato, constituição, conciliação. - Visa garantir a equidade social - CONASEMS: Conselho nacional de secretarias municipais de saúde; - CONASS: Conselho nacional de secretários de saúde; - MINISTÉRIO DA SAÚDE - O pacto pela saúde é um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as três esferas de gestão, a tripartite (união, estados e município); Pacto pela saúde - São 11 e são compostos por aquilo que mais impacta na saúde epidemiologicamente. I.Saúde do Idoso II.Câncer de colo de útero e de mama III.Mortalidade Infantil IV.Doenças emergentesendemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza V.Promoção da Saúde VI.Atenção Básica à Saúde Portaria de 2008 VII. Saúde do trabalhador VIII. Saúde mental IX. Fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde às pessoas com deficiência X. Atenção integral às pessoas em situação de risco ou violência XI. Saúde do homem Pacto em defesa do SUS • REFORÇAR O SUS COMO POLÍTICA DE ESTADO; • MOVIMENTO DE REPOLITIZAÇÃO DA SAÚDE; • SAÚDE É UM DIREITO DE CIDADANIA; • FINANCIAMENTO PÚBLICO DA SAÚDE COMO PONTO CENTRAL, E NECESSIDADE DO SISTEMA Pactos de gestão: - Responsabilidades sanitárias claras de cada ente federado (união, estados e municípios); - Descentralização das responsabilidades do ministério da saúde para os estados e municípios; - Territorialização da saúde; - Importância da participação e do controle social no SUS; - Diretrizes para o sistema de financiamento público tripartite (união, estados e municípios); - Estabelece as responsabilidades claras de cada ente federado. Os blocos de financiamento para custeio são: - Atenção básica; - Atenção de média e alta complexidade; - Vigilância em saúde; - Assistência farmacêutica; - Gestão do SUS Custeio: Está relacionado com o consumo; Investimento: Está relacionado com a aquisição de bens duráveis. Regionalização - É uma diretriz do SUS; - É um eixo estruturante do pacto de gestão; - Orienta a descentralização das ações; - Serviços de saúde e os processos de negociação e pactuação entre os gestores MUNICIPAL • PLANO DE SAÚDE PMS 22-25 • PAS • RDQA • RAG TERRITÓRIO - MAPEAMENTO Política Nacional de atenção básica (PNAB): PORTARIA PORTARIA Nº 2.436 ,DE 21 DE SETEMBRO DE 2017 -PNAB (SUBSTITUÍDA PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO Nº 02 /2017 ) Aprova a Política Nacional de Atenção Básica estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) . Diretrizes: - Regionalização e hierarquização; - Territorialização; - População adscrita; - Cuidado centrado na pessoa; - Resolutividade; - Longitudinalidade do cuidado; - Coordenação do cuidado; - Ordenação da rede; - Participação da comunidade Recomenda - se que: População adscrita por população equipe de atenção básica (eAB) e de saúde da família (eSF) de 2.000 a 3.500 pessoas, localizada dentro de seu território, garantindo os princípios e diretrizes de atenção básica. Espaço: - Objeto: Geográficos, naturais e sociais; - Ações: Contexto social e relações estabelecidas; - Trabalho morto + trabalho vivo: Conjunto indissociável de fixos e fluxos, ou seja, geração de vida. (o território é vivo porque é dinâmico); Lugar: - Articulação entre existência humana e sua relação com um ambiente; - Conjunto de objetos com autonomia de existência, mas não de significação. Paisagem: - Realidade objetiva; - Conjunto singular, inseparável e em mutação; - Realidade pela percepção; - Perspectivas variadas Território: É um espaço vivo, geograficamente delimitado e ocupado por uma população específica, contextualizada em razão de identidades comuns , sejam elas culturais, sociais ou outras; Território processo: vê o território como um espaço em permanente construção, produto de uma dinâmica social onde se tensionam sujeitos sociais postos na arena política; Território área: delimita-se em função do fluxo e contrafluxo de trabalhadores de saúde e da população num determinado território; Território Microárea: Normalmente assimétrico, é definido segundo a lógica da homogeneidade socioeconômica/sanitária. Área de abrangência: É a definição do território de atuação e de população sob responsabilidade das UBSs e das equipes. Recomenda-se que que o número de pessoas por equipe considere considere o grau de vulnerabilidade das famílias daquele território, sendo que quanto maior o grau de vulnerabilidade, menor deverá ser a quantidade de pessoas por equipe; Microárea: É o território definido para atuação e responsabilização do ACS, os ACS têm sua quantidade definida de acordo com a quantidade de microáreas, ou seja, para cada microárea há um ACS. Devem haver no mínimo 1 e no máximo 12 ACS em uma UBS. Cada ACS pode ter até 750 pessoas por microárea (Caso ultrapasse as 750 pessoas em uma microárea deve haver um remapeamento para melhor distribuição e não haver sobrecarga nos ACS) - Podem haver áreas cobertas e microáreas descobertas devido a falta de ACS na área. Territorialização: A unidade geográfica única, de construção descentralizada do SUS na execução das ações estratégicas destinadas à vigilância, promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde. - Território Vivo - Particularidades - Dados demográficos, socioeconômicos, político culturais, epidemiológicos e sanitários; - Cadastramento da população no eSUS AB; - É o espaço onde as pessoas vivem, estabelecem relações sociais, trabalham, cultivam suas crenças e culturas. - Princípios: Fazer territorialização em saúde é relacionar-se com o outro, que compartilha os dilemas da vida no lugar-comunidade, é deixar-se conhecer, é aproximar-se, é estabelecer vínculos de colaboração, é implicar-se com a transformação da realidade, é comprometer-se e envolver-se com a realidade vivenciada; - Para conhecer e se apropriar de um território complexo dinâmico e vivo é preciso observar e buscar conhecimento de como se dá a dinâmica daquele determinado território; Adscrição de clientela/vínculo: estabelecimento de limites das áreas de atuação das ESF; - Adscrever os usuários e desenvolver relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população adscrita garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado. A adscrição dos usuários é um processo de vinculação de pessoas e/ou famílias e grupos a profissionais/equipes, com o objetivo de ser referência para o seu cuidado; Área de abrangência de uma equipe de saúde da família (ESF): Delimita-se em função do fluxo e contrafluxo de trabalhadores de saúde e da população num determinado território, cujo recorte está pautado em critérios administrativos e assistenciais, onde a população adscrita, ou seja, o agrupamento populacional que vive naquela área, fica sob a responsabilidade sanitária de uma unidade de saúde; Dimensão política: - Respeitar os limites dos bairros; - Considerar a participação da população durante todo o processo para formulação dos recortes das microáreas Dimensão Física: - O acesso é compreendido como a entrada e utilização dos serviços de saúde pelo usuário do sistema; - A acessibilidade representa a oferta de serviços de saúde que contribuem de forma positiva ou negativa para a utilização dos serviços por parte dos usuários; Dimensão Técnica: - Partindo do pressuposto que o território microárea deve ser definido sob a lógica da homogeneidade socioeconômica/sanitária, configurando-se como um espaço onde se concentram grupos populacionais mais ou menos homogêneos de acordo com as suas condições objetivas de vida, o recorte ou delimitação das microáreas deve ser precedido de uma análise cuidadosa das condições de vida . Atribuições dos profissionais da atenção básica - Cadastrar e manter atualizado o cadastramento e outros dados de saúde das famílias e dos indivíduos no sistema de informação da Atenção Básica vigentes, utilizando as informações sistematicamente para a análise da situação de saúde, considerando as características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do território, priorizando as situações a serem acompanhadas no planejamento local. Caracterização da dimensão física/material - Elementos fixos naturais considera-se a presença de rios, mangues, matas, entre outros; - Além da identificação desses elementos, faz-se necessário, qualificar a informação através da relação da população com o meio. Para tanto, estuda-se o uso de recursos naturais, poluição e saneamento (destino de dejetos humanos e industriais), conservação e uso do mangue (desmatamento, caça e pesca), riscos ambientais (alagamento e desmoronamento)e outras questões inerentes ao território adscrito. Caracterização da dimensão técnica - Na dimensão técnica, agrupamos os critérios comumente usados no campo da saúde pública, para os diagnósticos de área sob a responsabilização de uma ESF, que permita uma leitura demográfica, socioeconômica e epidemiológica da população assistida. Acrescida da espacialização da condição referida e agravos prioritários, que compõem o elenco de prioridade as da atenção básica, construindo um mapa, que apresente ao mesmo tempo alguns elementos das dimensões do território analisado. Etapas do processo de territorialização - Levantamento dos dados qualitativos; - Levantamento dos dados quantitativos; - construção dos croquis e mapas sínteses (dimensão física e técnica); - Construções dos mapas da cartografia participativa (dimensão política e simbólica administrativa); - Sistematizações; - Apresentação do processo de territorialização; - Planejamento participativo (residência, trabalhadores, comunidade e gestão; Referência: Encaminhar o paciente que precisa de atendimento especializado; Contrarreferência: feedback do médico especialista de acordo com o problema apresentado pelo paciente; A UBS é uma unidade de saúde fundamental porque por mais que um paciente precise sair de sua área para receber atendimento especializado, ele sempre retornará para sua área e sempre será atendido pela sua UBS seja para fazer curativos, retirada de pontos, acompanhamento médico, vacinação etc. Mapeamento: - Áreas delimitadas; - Ruas; - Terrenos; - Estabelecimentos; - Moradias; - Famílias; - Cuidado continuado; - trabalho em equipe - Conhecer os caminhos mais fáceis para chegar a todos os locais; - marcar as barreiras geográficas que dificultam o caminho das pessoas até os serviços de saúde com mais eficácia; - Planejar as visitas de cada dia sem perder tempo; - Marcar as microáreas de risco; - Identificar com símbolos as situações de risco; - Identificar com símbolos os grupos prioritários: gestantes, idosos, hipertensos, diabéticos, pessoas acamadas, crianças menores de cinco anos, pessoas com deficiência, usuários de drogas, pessoas com hanseníase, pessoas com tuberculose etc. Prática do mapeamento (ou remapeamento): - Reunião de equipe; - Necessidade; - Ir para a rua; - Contabilização de domicílios, estabelecimentos, terrenos; - Média 2,7 pessoas por domicílio; - Mapa - google mapas - Cadastramento; - Perfil demográfico - direcionamento do cuidado Microáreas - Agentes comunitários de saúde; - População delimitada; - Até 750 pessoas acompanhadas por cada ACS - considerar individualidades e coletividade; - Prontuários; - Visitas domiciliares Visitas domiciliares - Território adscrito - Cuidado continuado - Localização de indivíduos e/ou famílias vulneráveis PSF PSF: programa de saúde na família - Em 1991 foi criado o PACS, programa de agentes comunitários de saúde; - No ano de 1994 foi criado o programa de saúde da família e gradualmente foi se tornando a principal estratégia para prevenção de doenças e comorbidades; - O PSF constitui-se como processos de reforma incremental do SUS; - Em 2006 o PSF passou a ser chamado ESF (estratégia de saúde da família). - Apesar do Programa de saúde ter sido extinto, a ideia prevaleceu. Ele foi extinto porque sua realização tinha começo, meio e fim; - A estratégia de saúde da família é contínua, ou seja, não tem fim. Além disso não pode ser mudada por decisões políticas e passou a ter um financiamento mais robusto; PNAB (Política nacional de atenção básica) I- Acesso de primeiro contato: Acessibilidade e utilização de um mesmo serviço de saúde; II- Longitudinalidade: Relação entre profissionais e comunidade; III- Integralidade: Ver o paciente como um todo, cuidado integral; IV- Coordenação: Estratégias para garantir a continuidade Equipe multiprofissional da UBS: - Médico - Enfermeiro - Técnico em enfermagem - Agente comunitário de saúde e Agente de endemias - Dentista (não se encontram em todas as UBSs) - Auxiliar de saúde bucal (não se encontram em todas as UBSs) NASF (Núcleo de apoio a saúde da família): - Quando em uma UBS além dos profissionais citados acima se encontrem prestando serviços, profissionais como fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos etc, estes farão parte do NASF.
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