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Apostila de Modelagem TridimensionalApostila de Modelagem Tridimensional
Tecnologia em Design de ModaTecnologia em Design de Moda
11
Julyana BiavattiJulyana Biavatti
Apostila de Modelagem TridimensionalApostila de Modelagem Tridimensional
Tecnologia em Design de ModaTecnologia em Design de Moda
22
HISTÓRIA DA MODELAGEM E SUA EVOLUÇÃOHISTÓRIA DA MODELAGEM E SUA EVOLUÇÃO
A modelagem consiste em um A modelagem consiste em um conjunto de técnicas responsáveis pelo desenvolvimento doconjunto de técnicas responsáveis pelo desenvolvimento do
vestuário, processo no qual se transformam as idéias e produtos têxteis em produtos de moda,vestuário, processo no qual se transformam as idéias e produtos têxteis em produtos de moda,
sendo que o objetivo da modelagem é produzir moldes que serão cortados e que após montados,sendo que o objetivo da modelagem é produzir moldes que serão cortados e que após montados,
reproduzirão o desenho do modelo. Nesta etapa, transforma-se o tecido plano em peças que irãoreproduzirão o desenho do modelo. Nesta etapa, transforma-se o tecido plano em peças que irão
vestir um corpo e, sendo este corpo tridimensional, as formas planas deven ser traduzidas paravestir um corpo e, sendo este corpo tridimensional, as formas planas deven ser traduzidas para
um gráfico que será transpassado para o um gráfico que será transpassado para o tecido, que resultará em uma peça de tecido, que resultará em uma peça de roupa.roupa.
Alguns historiadores citam que o surgimento das roupas deu-se pela necessidade deAlguns historiadores citam que o surgimento das roupas deu-se pela necessidade de
proteção, outros que o fator fundamental foi a necessidade de diferenciação ou afirmação entreproteção, outros que o fator fundamental foi a necessidade de diferenciação ou afirmação entre
seus pares. O frio foi um dos fatores determinantes para se cobrir o corpo, mas os detalhes queseus pares. O frio foi um dos fatores determinantes para se cobrir o corpo, mas os detalhes que
compuseram estes trajes podem ter tido implicações sociais e psicológicas. As peles, inicialmentecompuseram estes trajes podem ter tido implicações sociais e psicológicas. As peles, inicialmente
eram simplesmente jogadas sobre o corpo, sem preocupações evidentes quanto ao conforto.eram simplesmente jogadas sobre o corpo, sem preocupações evidentes quanto ao conforto.
Frente às evidências históricas, é possível considerar que as primeiras manifestações deFrente às evidências históricas, é possível considerar que as primeiras manifestações de
modelagem do vestuário surgiram no período paleolítico, com o descobrimento da técnica demodelagem do vestuário surgiram no período paleolítico, com o descobrimento da técnica de
curtimento de pele com um fim específico: o vestuário. Do curtimento destas peles surgiamcurtimento de pele com um fim específico: o vestuário. Do curtimento destas peles surgiam
vestimentas que eram as mesmas peles, presas ao corpo com as garras dos animais, ou entãovestimentas que eram as mesmas peles, presas ao corpo com as garras dos animais, ou então
atando-se uma às outras com os atando-se uma às outras com os nervos e tendões.nervos e tendões.
Datadas do mesmo período, arqueólogos encontraram as primeiras agulhas de osso, umaDatadas do mesmo período, arqueólogos encontraram as primeiras agulhas de osso, uma
grande evolução para as rudes vestimentas, “houve então um dos maiores avanços tecnológicosgrande evolução para as rudes vestimentas, “houve então um dos maiores avanços tecnológicos
da história do homem” (da história do homem” (LAVER, 2002: 11). LAVER, 2002: 11). Estas descobertaEstas descobertas permitiram que as s permitiram que as peles fossempeles fossem
cortadas e moldadas ao corpo, tornando pocortadas e moldadas ao corpo, tornando possível costurá-las, como afirma ainda o mesmo ssível costurá-las, como afirma ainda o mesmo autor.autor.
No período Neolítico, descobriu-se a fiação e o tear, ficando estabelecida a manufatura deNo período Neolítico, descobriu-se a fiação e o tear, ficando estabelecida a manufatura de
tecidos obtidos através de fibras vegetais, como a lã, algodão e o linho. Houve um grande avançotecidos obtidos através de fibras vegetais, como a lã, algodão e o linho. Houve um grande avanço
nesta técnica e um grande aprimoramento e foi o pontapé inicial ao que conhecemos comonesta técnica e um grande aprimoramento e foi o pontapé inicial ao que conhecemos como
vestimenta, abrindo-se o caminho pára o vestimenta, abrindo-se o caminho pára o desenvolvimento das roupas como conhecemos hoje.desenvolvimento das roupas como conhecemos hoje.
Os tecidos obtidos, em forma de retângulo, passaram a ser modelados em volta daOs tecidos obtidos, em forma de retângulo, passaram a ser modelados em volta da
cintura, e outro retângulo era moldado sobre os ombros. Percebe-se aí o surgimento da técnicacintura, e outro retângulo era moldado sobre os ombros. Percebe-se aí o surgimento da técnica
primitiva da modelagem tridimensional, obtendo drapeados de tecidos por sobre primitiva da modelagem tridimensional, obtendo drapeados de tecidos por sobre o corpo.o corpo.
Os persas foram um dos primeiros povos a cortar e ajustar medidas das roupas, em vez deOs persas foram um dos primeiros povos a cortar e ajustar medidas das roupas, em vez de
simplesmente vestir pedaços de tecidos. Historiadores acreditam que eles vestiam roupas comsimplesmente vestir pedaços de tecidos. Historiadores acreditam que eles vestiam roupas com
boas medidas e que isto proporcionava conforto, bem como facilitava a caça. Os homens vestiamboas medidas e que isto proporcionava conforto, bem como facilitava a caça. Os homens vestiam
calças que se ajustavam firmemente às pernas e túnicas e casacos e as mulheres vestiam-se decalças que se ajustavam firmemente às pernas e túnicas e casacos e as mulheres vestiam-se de
maneira similar aos homens.maneira similar aos homens.
Os egípcios do antigo império por sua vez, usavam uma tanga feita de tecido, enroladaOs egípcios do antigo império por sua vez, usavam uma tanga feita de tecido, enrolada
várias vezes ao redor do corpo. Esta vestimenta foi característica das antigas civilizações clássicas,várias vezes ao redor do corpo. Esta vestimenta foi característica das antigas civilizações clássicas,
e podemos citar como exemplo a e podemos citar como exemplo a indumentária grega, com drapeados elaborados e marcantes.indumentária grega, com drapeados elaborados e marcantes.
A tesoura surgiu por volta de 600 A.C, dando início ás técnicas de corte no Oriente, onde asA tesoura surgiu por volta de 600 A.C, dando início ás técnicas de corte no Oriente, onde as
modelagens são executadas em forma de túnica. Neste período nas civilizações mais evoluídas,modelagens são executadas em forma de túnica. Neste período nas civilizações mais evoluídas,
inicia-se o conceito de estética da roupa inicia-se o conceito de estética da roupa através da modelagem.através da modelagem.
No período Medieval, percebe-se como característica de modelagem as túnicas amplas,No período Medieval, percebe-se como característica de modelagem as túnicas amplas,
que passaram a ser costuradas, e usando por sobre as mesmas, capas presas nos ombros.que passaram a ser costuradas, e usando por sobre as mesmas, capas presas nos ombros.
Observa-se que neste período, a preocupação com a estética era somente a de se cobrir o corpo.Observa-se que neste período, a preocupação com a estética era somente a de se cobrir o corpo.
Tecidos ornamentados com bordados e pedrarias tinham a função de diferenciador social, porémTecidos ornamentados com bordados e pedrarias tinham a função de diferenciador social, porém
o corte era muito o corte era muito semelhante para as distintas classes sociais.semelhante para as distintas classes sociais.
No período das Cruzadas, a reabertura do comércio com o oriente fez com que seusNo período das Cruzadas, a reabertura do comércio com o oriente fez com que seus
Apostila de Modelagem TridimensionalApostila de ModelagemTridimensional
Tecnologia em Design de ModaTecnologia em Design de Moda
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HISTÓRIA DA MODELAGEM E SUA EVOLUÇÃOHISTÓRIA DA MODELAGEM E SUA EVOLUÇÃO
A modelagem consiste em um A modelagem consiste em um conjunto de técnicas responsáveis pelo desenvolvimento doconjunto de técnicas responsáveis pelo desenvolvimento do
vestuário, processo no qual se transformam as idéias e produtos têxteis em produtos de moda,vestuário, processo no qual se transformam as idéias e produtos têxteis em produtos de moda,
sendo que o objetivo da modelagem é produzir moldes que serão cortados e que após montados,sendo que o objetivo da modelagem é produzir moldes que serão cortados e que após montados,
reproduzirão o desenho do modelo. Nesta etapa, transforma-se o tecido plano em peças que irãoreproduzirão o desenho do modelo. Nesta etapa, transforma-se o tecido plano em peças que irão
vestir um corpo e, sendo este corpo tridimensional, as formas planas deven ser traduzidas paravestir um corpo e, sendo este corpo tridimensional, as formas planas deven ser traduzidas para
um gráfico que será transpassado para o um gráfico que será transpassado para o tecido, que resultará em uma peça de tecido, que resultará em uma peça de roupa.roupa.
Alguns historiadores citam que o surgimento das roupas deu-se pela necessidade deAlguns historiadores citam que o surgimento das roupas deu-se pela necessidade de
proteção, outros que o fator fundamental foi a necessidade de diferenciação ou afirmação entreproteção, outros que o fator fundamental foi a necessidade de diferenciação ou afirmação entre
seus pares. O frio foi um dos fatores determinantes para se cobrir o corpo, mas os detalhes queseus pares. O frio foi um dos fatores determinantes para se cobrir o corpo, mas os detalhes que
compuseram estes trajes podem ter tido implicações sociais e psicológicas. As peles, inicialmentecompuseram estes trajes podem ter tido implicações sociais e psicológicas. As peles, inicialmente
eram simplesmente jogadas sobre o corpo, sem preocupações evidentes quanto ao conforto.eram simplesmente jogadas sobre o corpo, sem preocupações evidentes quanto ao conforto.
Frente às evidências históricas, é possível considerar que as primeiras manifestações deFrente às evidências históricas, é possível considerar que as primeiras manifestações de
modelagem do vestuário surgiram no período paleolítico, com o descobrimento da técnica demodelagem do vestuário surgiram no período paleolítico, com o descobrimento da técnica de
curtimento de pele com um fim específico: o vestuário. Do curtimento destas peles surgiamcurtimento de pele com um fim específico: o vestuário. Do curtimento destas peles surgiam
vestimentas que eram as mesmas peles, presas ao corpo com as garras dos animais, ou entãovestimentas que eram as mesmas peles, presas ao corpo com as garras dos animais, ou então
atando-se uma às outras com os atando-se uma às outras com os nervos e tendões.nervos e tendões.
Datadas do mesmo período, arqueólogos encontraram as primeiras agulhas de osso, umaDatadas do mesmo período, arqueólogos encontraram as primeiras agulhas de osso, uma
grande evolução para as rudes vestimentas, “houve então um dos maiores avanços tecnológicosgrande evolução para as rudes vestimentas, “houve então um dos maiores avanços tecnológicos
da história do homem” (da história do homem” (LAVER, 2002: 11). LAVER, 2002: 11). Estas descobertaEstas descobertas permitiram que as s permitiram que as peles fossempeles fossem
cortadas e moldadas ao corpo, tornando pocortadas e moldadas ao corpo, tornando possível costurá-las, como afirma ainda o mesmo ssível costurá-las, como afirma ainda o mesmo autor.autor.
No período Neolítico, descobriu-se a fiação e o tear, ficando estabelecida a manufatura deNo período Neolítico, descobriu-se a fiação e o tear, ficando estabelecida a manufatura de
tecidos obtidos através de fibras vegetais, como a lã, algodão e o linho. Houve um grande avançotecidos obtidos através de fibras vegetais, como a lã, algodão e o linho. Houve um grande avanço
nesta técnica e um grande aprimoramento e foi o pontapé inicial ao que conhecemos comonesta técnica e um grande aprimoramento e foi o pontapé inicial ao que conhecemos como
vestimenta, abrindo-se o caminho pára o vestimenta, abrindo-se o caminho pára o desenvolvimento das roupas como conhecemos hoje.desenvolvimento das roupas como conhecemos hoje.
Os tecidos obtidos, em forma de retângulo, passaram a ser modelados em volta daOs tecidos obtidos, em forma de retângulo, passaram a ser modelados em volta da
cintura, e outro retângulo era moldado sobre os ombros. Percebe-se aí o surgimento da técnicacintura, e outro retângulo era moldado sobre os ombros. Percebe-se aí o surgimento da técnica
primitiva da modelagem tridimensional, obtendo drapeados de tecidos por sobre primitiva da modelagem tridimensional, obtendo drapeados de tecidos por sobre o corpo.o corpo.
Os persas foram um dos primeiros povos a cortar e ajustar medidas das roupas, em vez deOs persas foram um dos primeiros povos a cortar e ajustar medidas das roupas, em vez de
simplesmente vestir pedaços de tecidos. Historiadores acreditam que eles vestiam roupas comsimplesmente vestir pedaços de tecidos. Historiadores acreditam que eles vestiam roupas com
boas medidas e que isto proporcionava conforto, bem como facilitava a caça. Os homens vestiamboas medidas e que isto proporcionava conforto, bem como facilitava a caça. Os homens vestiam
calças que se ajustavam firmemente às pernas e túnicas e casacos e as mulheres vestiam-se decalças que se ajustavam firmemente às pernas e túnicas e casacos e as mulheres vestiam-se de
maneira similar aos homens.maneira similar aos homens.
Os egípcios do antigo império por sua vez, usavam uma tanga feita de tecido, enroladaOs egípcios do antigo império por sua vez, usavam uma tanga feita de tecido, enrolada
várias vezes ao redor do corpo. Esta vestimenta foi característica das antigas civilizações clássicas,várias vezes ao redor do corpo. Esta vestimenta foi característica das antigas civilizações clássicas,
e podemos citar como exemplo a e podemos citar como exemplo a indumentária grega, com drapeados elaborados e marcantes.indumentária grega, com drapeados elaborados e marcantes.
A tesoura surgiu por volta de 600 A.C, dando início ás técnicas de corte no Oriente, onde asA tesoura surgiu por volta de 600 A.C, dando início ás técnicas de corte no Oriente, onde as
modelagens são executadas em forma de túnica. Neste período nas civilizações mais evoluídas,modelagens são executadas em forma de túnica. Neste período nas civilizações mais evoluídas,
inicia-se o conceito de estética da roupa inicia-se o conceito de estética da roupa através da modelagem.através da modelagem.
No período Medieval, percebe-se como característica de modelagem as túnicas amplas,No período Medieval, percebe-se como característica de modelagem as túnicas amplas,
que passaram a ser costuradas, e usando por sobre as mesmas, capas presas nos ombros.que passaram a ser costuradas, e usando por sobre as mesmas, capas presas nos ombros.
Observa-se que neste período, a preocupação com a estética era somente a de se cobrir o corpo.Observa-se que neste período, a preocupação com a estética era somente a de se cobrir o corpo.
Tecidos ornamentados com bordados e pedrarias tinham a função de diferenciador social, porémTecidos ornamentados com bordados e pedrarias tinham a função de diferenciador social, porém
o corte era muito o corte era muito semelhante para as distintas classes sociais.semelhante para as distintas classes sociais.
No período das Cruzadas, a reabertura do comércio com o oriente fez com que seusNo período das Cruzadas, a reabertura do comércio com o oriente fez com que seus
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participantes, os cruzados, trouxessem os tecidos e as roupas desta participantes, os cruzados, trouxessem os tecidos e as roupas desta região, onde atécnica de região, onde a técnica de cortecorte
foi bastante aprimorada. Começaram a aparecer as peculiaridades entre as diversas cortesfoi bastante aprimorada. Começaram a aparecer as peculiaridades entre as diversas cortes
européias, porém, como as cruzadas colocaram em contato todos os povos da Europa, trouxerameuropéias, porém, como as cruzadas colocaram em contato todos os povos da Europa, trouxeram
novamente a uniformidade dos trajes, mas esta uniformidade dos trajes foi enriquecida nosnovamente a uniformidade dos trajes, mas esta uniformidade dos trajes foi enriquecida nos
tecidos e ornamentos.tecidos e ornamentos.
Entretanto, as cruzadas ganharam pouco a pouco o caráter comercial, distanciando-se doEntretanto, as cruzadas ganharam pouco a pouco o caráter comercial, distanciando-se do
cunho religioso inicial, e citando ainda o mesmo autor, surgiu uma nova classe social, capaz decunho religioso inicial, e citando ainda o mesmo autor, surgiu uma nova classe social, capaz de
copiar os trajes da corte. Para evitar a cópia, os nobres passaram a se diferenciar, criando assimcopiar os trajes da corte. Para evitar a cópia, os nobres passaram a se diferenciar, criando assim
um ciclo de criação e cópia, surgindo o conceito de moda como diferenciador social.um ciclo de criação e cópia, surgindo o conceito de moda como diferenciador social.
Já no início do Renascimento, em meados do século XV, verifica-se uma grandeJá no início do Renascimento, em meados do século XV, verifica-se uma grande
transformação cultural em todas as áreas. As influencias vindas de outros países começaram atransformação cultural em todas as áreas. As influencias vindas de outros países começaram a
alterar o comportamento e a vestimenta das pessoas elegantes. Dessa forma, muitos avançosalterar o comportamento e a vestimenta das pessoas elegantes. Dessa forma, muitos avanços
atingiram a modelagem de peças do vestuário, e estes representam a base de todos os processosatingiram a modelagem de peças do vestuário, e estes representam a base de todos os processos
utilizados na atualidade.utilizados na atualidade.
Neste período ocorreu um grande aumento das fábricas de tecido, e Neste período ocorreu um grande aumento das fábricas de tecido, e igualmente avançadosigualmente avançados
foram os estudos em com relação à arte da alfaiataria. Por volta de 1770, Dartigalongue estariaforam os estudos em com relação à arte da alfaiataria. Por volta de 1770, Dartigalongue estaria
pronto para fabricar vestuário em todos os tamanhos e modelos, porém a sua produção erapronto para fabricar vestuário em todos os tamanhos e modelos, porém a sua produção era
manual e arcaica e ao longo do século XIX, a confecção em série não evoluiu de forma significativa.manual e arcaica e ao longo do século XIX, a confecção em série não evoluiu de forma significativa.
Com a revolução dos conceitos obtidos nesta época, onde o vestuário passa aCom a revolução dos conceitos obtidos nesta época, onde o vestuário passa a
surgir como moda, à arte da alfaiataria exige cada vez mais técnicas apuradas de modelagem,surgir como moda, à arte da alfaiataria exige cada vez mais técnicas apuradas de modelagem,
causando assim a profissionalização desta atividade, através dos mestres alfaiates. Instrumentoscausando assim a profissionalização desta atividade, através dos mestres alfaiates. Instrumentos
simples como réguas, tesouras e compassos auxiliavam nesta profissão, onde o conhecimento desimples como réguas, tesouras e compassos auxiliavam nesta profissão, onde o conhecimento de
geometria e da antropometria eram estritamente necessários. Desta necessidade surgiram osgeometria e da antropometria eram estritamente necessários. Desta necessidade surgiram os
primeiros estudos das proporções do corpo humano com a finalidade de produzir moldes paraprimeiros estudos das proporções do corpo humano com a finalidade de produzir moldes para
peças do vestuário, surgindo muitos estudos e as primeiras publicações, como o “Livro depeças do vestuário, surgindo muitos estudos e as primeiras publicações, como o “Livro de
Geometria Y Traça”, do estudioso Juan de Acelga, onde uma extraordinária variedade das formasGeometria Y Traça”, do estudioso Juan de Acelga, onde uma extraordinária variedade das formas
do vestuário contidas nesta obra impõem um desenvolvimento técnico incomparável nos séculosdo vestuário contidas nesta obra impõem um desenvolvimento técnico incomparável nos séculos
seguintes.seguintes.
Sob o impulso destes avanços, surge na França a primeira Escola de Moda, exclusivamenteSob o impulso destes avanços, surge na França a primeira Escola de Moda, exclusivamente
para alfaiates para alfaiates e sapateie sapateiros, no ano ros, no ano de 1780. Outra de 1780. Outra publicação publicação relevante é relevante é o livro “Arte o livro “Arte dada
Alfaiataria”, do francês H. Guilhermo Campaign. Sua publicação consistia em demonstrar como asAlfaiataria”, do francês H. Guilhermo Campaign. Sua publicação consistia em demonstrar como as
partes do corpo crescem proporcionalmente, e seu trabalho consistiu na partes do corpo crescem proporcionalmente, e seu trabalho consistiu na elaboração de um quadroelaboração de um quadro
comparativo das idades e seu crescimento, e revolucionou as técnicas de modelagem conhecidascomparativo das idades e seu crescimento, e revolucionou as técnicas de modelagem conhecidas
até então.até então.
Duas invenções contribuíram para o avanço da modelagem, a fita métrica e o bustoDuas invenções contribuíram para o avanço da modelagem, a fita métrica e o busto
manequim, as duas criadas por Aléxis Lavigne. Estes instrumentos são indispensáveis para asmanequim, as duas criadas por Aléxis Lavigne. Estes instrumentos são indispensáveis para as
técnicas de modelagem plana manual e tridimensional.técnicas de modelagem plana manual e tridimensional.
A revolução industrial na Inglaterra impulsionou a produção de tecidos em larga escala,A revolução industrial na Inglaterra impulsionou a produção de tecidos em larga escala,
com a implantação da primeira indústria têxtil. O desenvolvimento das cidades e ao aumento docom a implantação da primeira indústria têxtil. O desenvolvimento das cidades e ao aumento do
número de habitantes, estes procurando colocação nas novas fábricas, estimulou a criação denúmero de habitantes, estes procurando colocação nas novas fábricas, estimulou a criação de
meios técnicos para a produção em massa de roupas baratas, o que os alfaiates não conseguiammeios técnicos para a produção em massa de roupas baratas, o que os alfaiates não conseguiam
oferecer.oferecer.
Este foi um período de grande prestígio para a burguesia e toda esta prosperidadeEste foi um período de grande prestígio para a burguesia e toda esta prosperidade
influenciou a moda da influenciou a moda da época. O aspecto visual das roupas época. O aspecto visual das roupas dessa nova classe era muito semelhantedessa nova classe era muito semelhante
ao da nobreza e da aristocracia, com tecidos sofisticados como a seda e o cetim, entre outros.ao da nobreza e da aristocracia, com tecidos sofisticados como a seda e o cetim, entre outros.
Com tantas inovações, a moda encontra uma maneira de se modificar no ano deCom tantas inovações, a moda encontra uma maneira de se modificar no ano de
Apostila de Modelagem Tridimensional
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1850, ocasião do surgimento do conceito de Alta-Costura, por intermédio do inglês radicado em
Paris, Charles Frederich Wort. Antes dele, o “estilista”, em sua comparação, era uma pessoa
humilde que visitava as mulheres em sua casa. Agora fazia as mulheres irem até ele. Suas criações
foram as primeiras a levar o nome do criador, e adotando o sistema da “moulage”, deu á moda
uma grande importância, transformando-a em forma de expressão visual que marcou sua época. A
moulage apresentou-se como uma técnica que favoreceu a inovação na moda, observada nos
trabalhos de Madeleine Vionnet e Madame Grés, mestres na geração de novas formas de
vestuário,no domínio de moldes e criação de novos volumes e formas de se construir roupas.
Com um estilo inovador, Madeleine Vionnet costumava criar seus modelos
diretamente em um manequim em miniatura. Suas principais características eram os trabalhos
com tecidos drapeados e enviesados, o que normalmente ocupava o dobro da quantidade de
tecido. Tendo como tecidos prediletos o crepe, a gabardine e o cetim, chegou a ponto ser
considerada a estilista que mais contribuições técnicas deu à alta costura. O corte em viés foi
introduzido pela estilista em uma modelagem rigorosa e cortado enviesado, muito eram
evidenciadas as formas femininas com bastante sensualidade. Ela deixou de considerar o
espartilho e utilizou costuras diagonais, obtendo assim, formas simples com inspiração helênica.
As peças podiam possuir aberturas inovadoras e surpreendentes, ou simplesmente sem qualquer
fenda, sendo vestidas pela cabeça com muito cuidado. Uma característica marcante da estilista
eram as torções e amarrações utilizadas no lugar das costuras convencionais.
Alix Grès, por sua vez, começou sua carreira de estilista após desistir de ser escultora.
Criava em musselina, moldes de roupa de alta costura, vendendo-os para as principais casas de
moda de Paris. Ao final da segunda guerra mundial, assinava suas criações como Madame Grès em
seu próprio salão. Sua sensibilidade de escultora influenciou suas criações, e seus modelos eram
meticulosamente drapeados, em uma composição jamais igualada por outro criador. Seus
vestidos, quase sempre brancos, lembram as esculturas gregas. Os modelos eram criados no corpo
de uma manequim ou na própria cliente, e cortados diretamente no tecido. Influenciou gerações
inteiras com seu ideal de beleza e habilidade artística.
Da virada do século XIX até meados dos anos sessenta, a alta-costura vive o seu esplendor.
Muitos mestres adquirem renome internacional, utilizando-se da técnica da moulage e adaptando
com maestria suas técnicas aos novos tecidos e novas formas de design. Porém na segunda
metade da década, profundas transformações aconteceram no setor. Os produtos em série e a
massificação dos produtos de moda influenciam a mudança, orientando-se para os produtos
estruturados através da modelagem plana, de moldes bases e com auxílio de tabelas de medidas.
Os moldes base são moldes ajustados e aperfeiçoados que podem ser utilizados repetidamente e
com segurança.
Novas técnicas de modelagem começam a tomar forma, mais sistemática e de acordo com
as novas exigências. A produtividade tomar lugar da criatividade, as indústrias tomam o lugar dos
ateliês, Vionnet e Grès são relevadas ao esquecimento.
As indústrias de confecção conhecem um enorme crescimento a partir dos anos oitenta,
tornando-se um dos setores fundamentais da economia mundial. A modelagem plana domina o
processo industrial, devido à sua relativa facilidade de produção e reprodução.
O processo de crescimento continua, e novos sistemas são criados para facilitar o trabalho
dos modelistas. O principal avanço neste setor foi à utilização da tecnologia CAD/CAM, tanto nas
fases de concepção e desenho, como preparação e execução do corte dos tecidos. Estes sistemas
são processos computadorizados que surgiram para acelerar os processos de produção da
modelagem para as grandes indústrias, produzindo moldes planos com qualidade e em menos
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tempo. Modelistas com pouca experiência foram beneficiados com esta inovação, pois mesmo
com muito esforço e cuidado cada traçado que se repete difere-se ligeiramente do original no
trabalho manual. Ao se criar a modelagem diretamente no computador, e imprimir o resultado em
um equipamento para grandes impressões, conhecido como “plotter”, obtém-se um resultado
com grau de qualidade elevado. Existe ainda a possibilidade de armazenamento dos moldes na
memória do computador, e a execução de um sistema de graduação e risco computadorizado para
a construção de bases de modelagem que podem ser combinadas entre si.
Além de efetuar o traçado dos moldes diretamente no computador, pode-se acoplar o
sistema a uma mesa digitalizadora, ou mais recentemente lançada, a uma câmera digital, que
fotografa e transmite a base manual da modelagem para o programa, que transforma em gráfico
na tela do equipamento. Apesar disto, muitos modelistas preferem elaborar as modelagens da
maneira tradicional e digitalizá-los em seguida.
O desenho dos modelos em computador reduz quase à metade tempo tradicional e torna a
produção mais flexível. Além de acelerar o processo de modelagem, encaixe, risco e cortem, estes
sistemas permitem o arquivamento dos resultados obtidos para uma reutilização futura, e evita o
desgaste natural dos moldes realizados em papel. Variações destes sistemas estão disponíveis no
mercado em várias versões, estando limitado somente o alcance financeiro da empresa
interessada em adquiri-lo, devido ao seu alto custo.
Modelagem Plana
A modelagem plana é desenvolvida
manualmente ou com a ajuda de
programas especificamente desenvolvidos
para a indústria, citados anteriormente e
que, conforme Souza (2006) utiliza-se dos
princípios da geometria, onde são traçados
esquemas bidimensionais que resultam em
estruturas que recobrem o corpo. A
modelagem é composta de partes, chamadas
de moldes, onde ao serem unidos ou
costurados conferem uma forma a
vestimenta.
Apostila de Modelagem Tridimensional
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Para a perfeita acomodação dos volumes deste corpo a ser vestido, recorrem-se ao
uso de pences, que segundo Araújo (1996: 107) são “colocadas em pontos convencionais e
dirigidas no sentido das saliências”. Uma pence, como define o autor, “’é um triangulo que tira
tecido junto à borda do molde e liberta na interior da peça”.
Essa técnica exige muita habilidade e experiência do modelista, devido à necessidade de se
traçar moldes em uma base plana, com o objetivo de recobrir um corpo tridimensional, com
formas volumes e reentrâncias, como enfatiza Souza (2006).
Araújo (1996) corrobora com esse conceito ao exemplificar a importância do modelista,
enfatizando que estes profissionais são intérpretes de uma linguagem especial, com base em
desenhos e anotações de estilistas. O fato de a modelagem plana estar distante do corpo gera
uma maior dificuldade de visualização de inúmeras possibilidades de adequação ao corpo. Os
moldes produzidos a partir deste processo servem de base para o corte do tecido e da produção
em série do mesmo modelo, garantindo assim uma uniformidade na produção do vestuário.
Para Araújo (1996: 95), o bloco de moldes base é definido como “um conjunto de moldes
sem qualquer interesse estilístico, mas com pormenores estruturais em locais clássicos ou
tradicionais”, e que “não é fácil conseguir a perfeição nas medidas de cada modelo”. Por esse
motivo, o processo de modelagem plana é dividida em várias etapas, que podem ser refeitas ou
reavaliadas em qualquer momento do processo.
A modelagem plana segue uma metodologia ou, a ser definido a seguir:
1. Conferência da tabela de medidas e adequação ao público consumidor. Esta tabela
serve de orientação para a elaboração do diagrama, sendo variável conforme o produto a ser
desenvolvido.
2. A etapa seguinte é o traçado do diagrama, onde cada parte da peça a ser
confeccionada é desenhada no papel sob forma de esquema. O diagrama é uma representação
gráfica, no plano, de uma estrutura que pode ser tridimensional, com a posição das suas partes e a
relação proporcional entre elas. Do diagrama se obtém o molde base. Busca-se aqui a
representação gráfica das formas do corpo, uma reprodução fiel desta estrutura, ainda orientada
pela tabela de medidas, como por exemplo, a posição da cintura. A modelagem base é a definição
do tamanho e contorno do corpo a ser vestido. Serve como referência, e será utilizada a cada vez
que se desenvolve um novo modelo. Esta base não tem influência estilística ou de tendências de
moda. Seguindo este procedimento, a empresa demonstra fidelidadepara com a sua tabela de
medidas, refletindo na qualidade do produto final, além de facilitar o trabalho do modelista.
3. Nesta etapa, realiza-se a interpretação do modelo, com uma analise criteriosa do
modelo a ser executado, a fim de se elaborar as medidas complementares, ou seja, as medidas
necessárias para a transformação no modelo desejado. Estas medidas são as folgas, os volumes, a
variação de comprimentos e demais detalhes necessários com base no modelo descrito na ficha
técnica.
4. Elaboração da modelagem a partir da base. Nesta etapa, transformam-se as bases
conforme o modelo específico, e acordo com as medidas complementares. Copia-se a base para
um novo papel, realizando-se a alteração necessária, utilizando a própria como régua. Assim,
preserva-se a integridade das bases de modelagem e do corte original.
5. A próxima etapa consiste na preparação da modelagem para o corte do protótipo.
Após a alteração, acrescentam-se as margens de costura e o molde é recortado e separado em
partes.
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6. Logo depois, realiza-se o corte e da peça. A montagem se dá através da costura e a
avaliação da mesma.
7. Caso haja necessidade, realiza-se a correção da modelagem ou elabora-se um novo
molde e reinicia-se o processo.
8. Com a modelagem correta, realiza-se a graduação dos moldes, que consiste na
ampliação e redução dos mesmos, para que possam ser produzidas peças em diversos tamanhos.
A graduação é definida a partir da tabela de medidas adotada, onde calcula-se as diferenças de um
tamanho ao outro. Nesta etapa, os moldes graduados para maior ou para menor devem conter as
mesmas linhas e as mesmas marcações do molde original, respeitando as devidas proporções.
Moulage
Jones (2005) define moulage como “ajustar um tecido (musselina ou morim) diretamente
no manequim do tamanho apropriado ou no próprio corpo da pessoa”. Seu nome em francês tem
como tradução moldar, modelar, no caso, sobre um corpo ou manequim. A moulage, no Brasil é
mais conhecida como modelagem tridimensional, por representar as reais medidas de um corpo.
Por trabalhar com uma base representativa do corpo humano em suas medidas
anatômicas, Souza (2006) exemplifica que se consideram as medidas de largura, comprimento e
profundidade, de frente e de costas, promovendo o contato entre o tecido e o corpo favorecendo
assim as experimentações, as possibilidades de construção desta vestimenta. Diferente da
modelagem plana, como afirma Medeiros (2007), que se utiliza apenas das medidas de altura e
largura.
Este tipo de modelagem permite a busca de novas soluções, facilitadas devido à
proximidade com a realidade, à percepção real das formas estruturais do corpo no momento da
modelagem. Anicet et al (2007) cita que “a visualização imediata da roupa no espaço permite a
interação dinâmica entre o criador e o tecido, jogando com o seu comportamento, caimento e
volume, durante toda a fase de criação”. É uma técnica muito utilizada para peças diferencias e
exclusivas, pois como define Jones, é esculpir com tecidos, de preferência maleáveis e em
quantidades generosas. “Nesta técnica é o protótipo modelado sobre o corpo que dá origem ao
molde de papel para posterior utilização na produção” (ANICET, BROEGA E CUNHA, 2007)
A técnica é vantajosa em vários aspectos. Anicet, Broega e Cunha (2007) defendem que a
primeira é a de ordem criativa, devido a ser uma técnica escultórica, onde o artista modela o
tecido sobre o corpo, definindo sua forma através do diálogo entre o corpo e o tecido. Outra
vantagem definida pela autora é a que esta técnica permite que o molde possa ser extraído do
contato direto do tecido sobre o corpo, existindo assim uma maior precisão na modelagem, o que
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resulta em uma maior qualidade e em produtos ergonomicamente corretos, pois consiste em
moldar toda a roupa em cima de um manequim, que representa as formas reais do corpo
humano.
Desenha-se a peça, os recortes e trabalha-se o tecido diretamente em cima deste
manequim. Para que este trabalho tenha um resultado satisfatório, Souza (2006) defende que o
manequim deve ser preparado para receber o tecido, delimitando-se as diversas linhas do corpo,
linhas estas consideradas importantes para a conferência das medidas, tais como o centro da
frente e o centro das costas, linha do ombro, do busto, cintura, quadril.
Esta demarcação é feita utilizando-se fitas estreitas em cores contrastantes e auxiliarão na
conferência das medidas de circunferência, largura e altura, estas fundamentais para o
desenvolvimento da modelagem. O processo seguinte consiste em colocar sobre o manequim o
tecido e demarcá-lo com as linhas necessárias para a composição da peça. Este tecido deve ser
previamente preparado, observando-se o esquadramento nos sentido de trama e urdume, como
enfatiza ainda a autora.
Descrevendo o processo, Souza (2006), define ainda que “inicialmente é traçada uma linha
de eixo na parte da frente e outra na parte das costas do tecido”, sendo que estas serão colocadas
por sobre as linhas demarcadas no manequim, servindo como referência durante a construção do
modelo.
Com as devidas marcações no manequim e no tecido, sendo que o último pode ser do
tamanho aproximado da parte a ser modelada, acrescentando-se folgas, ou com o tecido em
grande quantidade, deixando o processo mais livre, inicia-se a modelagem, “o tecido vai sendo
modelado sobre o corpo/suporte, com a habilidade das mãos e o auxílio de alfinetes, e aos poucos
a peça vai sendo esculpida” (SOUZA, 2006).
As linhas demarcadas no manequim servem de orientação para a modelagem, e em alguns
modelos específicos, podem ser transportadas para o tecido.
Retira-se então o tecido do manequim, observando se todas as particularidades o modelo
a fim de realizar a conferência das medidas entre as peças, que devem apresentar coerência entre
as partes e com a tabela de medidas adotada. Jones (2002) cita a importância desta etapa, além
de definir que o tecido deve ser apoiado em uma base plana, em uma próxima etapa, onde devem
ser retificadas linhas e curvas com as ferramentas específicas, como réguas, curva de alfaiate,
curva de cava ou curva francesa, equipamentos estes utilizados nos dois métodos de modelagem.
Ao findar esta etapa, inicia-se a planificação do modelo, ou seja, a transferência do
contorno e das formas obtidas para o papel, incluindo aí todas as informações contidas no tecido
modelado.
““““Entre a criação do estilista e o corte da costureira, alguém tem que fazer o desenho daEntre a criação do estilista e o corte da costureira, alguém tem que fazer o desenho daEntre a criação do estilista e o corte da costureira, alguém tem que fazer o desenho daEntre a criação do estilista e o corte da costureira, alguém tem que fazer o desenho da
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AS FUNÇÕES DO MODELISTA
O modelista é o profissional que tem a função de construir as roupas. O estilista passa a
idéia, o desenho e a aplicação (ou seja, o tecido a ser usado e os aviamentos) e o modelista
constrói a roupa. Longe de ser uma profissão legada ao segundo plano, o modelista desempenha
papel fundamental.
Este profissional deve não só verificar o efeito que o tecido vai ter como também orientar
o estilista, caso seja necessário, das melhores medidas a serem tomadas quando um modelo não
dá certo (o modelo pode não ser adequado ao tipo de tecido, muitas vezes o problema pode ter
solução simples, como mudança do fechamento da roupa, exclusão de um recorte, inclusão de
uma costura, etc.)
Muitos estilistas, como Alexandre Herchcovitch, são também modelistas. Quando o
trabalho é minucioso ou não há produção em larga escala, o criador pode também ser o
construtor da roupa. Mas na cadeia têxtil, devido ao prazo emque as coleções devem ser
entregues, as funções são bem distribuídas. O estilista pesquisa tendências e modelos adequados
à estação e ao público alvo e o modelista desenvolve e executa a idéia, orientando também as
costureiras que montarão a roupa.
O modelista conta com duas modalidades de trabalho: a modelagem plana e a modelagem
tridimensional (ou moulage). Apesar de serem distintas, hoje em dia uma modalidade depende da
outra.
A moulage foi a primeira modalidade a ser usada. Com ela, a peça é construída
diretamente no corpo ou no manequim.
A modelagem plana surgiu com a industrialização. O molde é feito justamente para que a
mesma peça possa ser copiada ou repetida várias vezes. Este molde reproduz exatamente a peça
tridimensional. Ele pode ser feito diretamente no papel mediante cálculos de curva. Mas, muitas
vezes, o tecido é tão traiçoeiro que o modelista pode primeiro modelar no tridimensional e, a
partir dele, transferir para o papel.
Hoje em dia todas as construções
tridimensionais são passadas para o papel.
Como toda área da indústria, a modelagem
também se informatizou. O sistema
CAD/CAM é um sistema de modelagem onde
se pode construir moldes ou alterar moldes
de papel que foram digitalizados. Com essa
inovação, pode-se calcular mais rapidamente
as ampliações do modelo da roupa. Ou seja,
passar do tamanho 38 para o 40 ou do 42
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para o 36 com o sistema ficou infinitamente mais prático.
ESTRUTURA DOS TECIDOS
Para que realize um bom trabalho em relação à modelagem, é necessário um
conhecimento prévio sobre os tecidos. Portanto, é importante o estudo sobe sua estrutura, ainda
que básica.
Todo tecido é formado pelo entrelaçamento de dois fios que se cruzam de forma
perpendicular: um na transversal, gerando a trama, e outro na longitudinal, que vem a formar o
urdume. Ao longo das bordas no sentido longitudinal verifica-se uma pequena barra, tecida com
mais firmeza, que chamamos de ourela. Em tecidos de alta qualidade, caros, portanto, em especial
nas lãs, "tweeds" e similares, a ourela, de tão sofisticada, foi por muitos utilizada como adorno
para acabamento de alguns tipos de peças - como os famosos "tailleurs" de Chanel.
O caimento de um tecido está diretamente ligado à direção dos seus fios em relação ao
solo. Em outras palavras, está sujeito à ação da gravidade. Neste caso, uma roupa pode estar
projetada a fio reto, quando o fio longitudinal do tecido tomba em direção ao solo, ou pode ainda
estar projetada a fio atravessado (pouco freqüente), quando é a trama ou o fio transversal que se
projeta para o solo. Há, ainda, uma terceira projeção, muito peculiar, a enviesada, em que
nenhum dos dois sentidos de fio citados anteriormente se projeta para o solo, mas sim numa
terceira direção (viés) que se estabelece em diagonal quanto ao cruzamento de trama e urdume.
Essas projeções alteram o comportamento de uma única matéria-prima e requerem um
pequeno estudo antes que se estabeleça a projeção ideal:
1. Em fio reto
- Quando a opção recai sobre essa projeção, isto é, com o urdume tombando no sentido
vertical, o caimento da roupa é firme, não tão rígido, exceto quando se trata de matéria-prima
muito encorpada, como por exemplo, brins em todas as suas variações.
2. Em fio atravessado
- Neste caso, a trama do tecido é que se tomba no sentido vertical da projeção. As peças
assim projetadas têm um caimento mais armado, visualmente não muito agradáveis, exceto
quando as características da peça assim o exige.
3. Em viés- Quando se utiliza a matéria-prima em projeção enviesada, o caimento da peça,
nesse caso, é flexível, dá idéia de mobilidade, criando aderência aos contornos do corpo,
revelando formas e um certo ar de feminilidade e sensualidade mesmo que a peça não seja justa.
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Embora aceitável para situações muito
especiais, deve-se evitar ao máximo o uso de
tecidos no sentido atravessado, ou seja, com
a trama se projetando ao solo. A utilização da
matéria-prima, dessa forma, pode gerar
defeitos na peça confeccionada,
deformações após uso resultante dos
movimentos do corpo e outros
inconvenientes que exigirão um controle e
conhecimento muito amplo sobre as
características e comportamento dos tecidos
em geral. Seu uso é restrito a situações muito
peculiares, onde se deseja volume sem que
esse volume vá sofrer algum tipo de pressão
física (as saias balão, por exemplo).
Os Em conformidade com sua estrutura, os tecidos, em geral, podem ser divididos em dois
grupos:
• Tecidos firmes e não elásticos e
• Tecidos elásticos (malhas em geral).
A característica básica da estrutura de um tecido firme ou tecido plano é que tanto o fio da
trama quanto o fio do urdume vão se cruzando de forma perpendicular, em linha reta, impedindo o
movimento de elasticidade. Podem ser também identificados como tecidos de tear, uma vez que
são fabricados em maquinários denominados teares.
O princípio de tecimento é sempre o mesmo: cruzamento em sentido perpendicular do fio
da trama que passa por cima e por baixo dos fios de urdume. A estrutura do tecido pode sofrer,
então, modificações quando se altera o modo de cruzamento entre os fios da trama e fios de
urdume.
O caimento perfeito da roupa está relacionado com o a queda do fio, ou seja, a
direção do fio em relação ao solo. Se um molde for colocado sobre o tecido, sem obedecer à
direção do fio, a roupa cortada cairá mal. Por isso é importante saber o que é fio reto, fio
horizontal e fio em viés.
Quando estiver fazendo o molde é importante determinar o sentido do fio.
As ilustrações abaixo demonstram a relação entre o sentido do fio determinado no molde
e a ourela do tecido. Como colocar as indicações do fio do tecido:
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Fio reto - Trace uma paralela ao meio da roupa
Fio atravessado - Trace uma perpendicular ao meio da roupa
Fio enviesado - Use um esquadro de 45 graus apoiado no meio da roupa
Observe nas ilustrações o caimento da ourela em relação ao solo.
Queda do fio reto
- A ourela cai perpendicular ao solo.
- O caimento da roupa é firme, mas não muito rígido.
Queda do fio atravessado
- A ourela cai paralela ao solo.
- O caimento da roupa é armado.
Queda do fio enviesado
- Nem trama, nem ourela caem perpendiculares ao solo, mas em
diagonal.
- O caimento da roupa é mole e flexível.
Obs. Nem sempre é obrigatório que a roupa seja cortada no mesmo sentido.
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Não se restrinja a essas experiências. Faça tantas quantas julgue necessário para aprimorar
sua percepção com relação a propriedades e características dos tecidos. Sem dúvida, tal
conhecimento auxilia bastante o profissional da indústria de vestuário, em especial, aqueles
diretamente ligados a Desenvolvimento de Produtos.
INSTRUMENTOS E MATERIAIS PARA MODELAGEM
Para a modelagem manual são necessários alguns instrumentos E materiais que facilitem e
agilizem o trabalho do modelista.
A qualidade do trabalho está intimamente ligada a qualidade dos instrumentos utilizados.
LÁPIS HB - OU LAPISEIRA - deve-se utilizar grafite macio. Se optar por lápis, este deverá
estar sempre muito bem apontado. A precisão do traçado é muito importante, em especial
quando o molde passar por mesa digitalizadora, no caso de empresas com modelagem
informatizada.
BORRACHA PARA PAPEL - uma macia e branca permitirá apagar sem deixar manchas ou
borrões.
PAPEL 40 g/m2 E PAPEL 180 g/m2 - para os testes de modelagem é recomendável o uso de
papel de baixo custo, e menor gramatura, por ser mais maleável. Depois de testada e aprovada, o
molde definitivo é feito em papel de maior gramatura, a partir de 180 g/m2. As chapas de plástico,
devido ao seu custo mais elevado, são indicadas para a confecção de moldes-base.
MESA PARA MODELAR/BANQUETA - ela deverá ter a altura e tamanho adequados ao
modelista, assim como a banqueta. Seu tampo deverá serliso e uniforme, e sua estrutura firme.
Pranchetas são muito úteis, quando acompanhadas de Régua Paralela ou Régua T.
RÉGUA DE METAL 1,20m e PLÁSTICA 30 cm - ambas com graduação em cm. A maior, em
metal, é indicada para traços longos, não oferece riscos de empenar e é precisa. Já a menor, em
plástico, é indicada para pequenos traços e confecção de gabaritos.
JOGO DE ESQUADROS - toda modelagem inicia-se a partir de um ângulo de 90°.
RÉGUA DE ALFAIATE - ou curva de alfaiate, é utilizada para curvas longas e para auxiliar o
traçado do entrepernas, curvaturas de quadril, traçado de cinturas, barras e qualquer outro
traçado de curvaturas mais alongadas.
CURVA FRANCESA MOD. 1118 - instrumento muito importante, auxiliando no traçado das
mais diversas curvaturas não pronunciadas, como decotes, algumas cavas, cabeças de mangas,
etc. Existem vários modelos no mercado, sendo a mais recomendada para modelagem o modelo
1118.
CARRETILHA - utilizada na fase preliminar dos trabalhos, para a transferência de moldes.
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Parte:__________________________ 
Modelo:_________________________ 
 _______________________________ 
Ref.:___________________________ 
Tamanho:_______________________ 
Cortar:_________________________ 
1 de:__________________________ 
Modelista:______________________ 
D a t a : _ _ _ / _ _ _ / _ _ _ 
VAZADOR - pode-se utilizar dois tamanhos. Um para furos menores, usado, por exemplo,
para posicionar bolsos. Outro maior, quando os moldes são guardados pendurados.
TESOURA / ESTILETE - no início o uso de tesoura será maior, porém, o estilete
proporcionará um corte mais preciso e rápido, mesmo em curvas e bicos. Tenha uma tesoura
exclusiva para o corte do papel.
TESOURA- uma tesoura de boa qualidade reservada apenas para o corte de tecido.
PICOTADOR - ou alicate de picote, usado para sinalizar piques e limites de costura
FURADOR - importante para o transporte de moldes, marcando pontos importantes e
retas.
FITA ADESIVA - a mais indicada é a crepe. Utiliza-se para fixar o papel a mesa e também
nas correções e simulações.
FITA MÉTRICA- procure trabalhar com uma de ótima qualidade, de fabricação alemã ou
 japonesa e com graduação em cm.
TRANSFERIDOR - apesar de pouco utilizado, facilita muito na transferência de ângulos.
COMPASSO - para o traçado de circunferências e aplicação de margem de costura.
CALCULADORA - para agilizar os cálculos.
BLOCO DE ANOTAÇÕES - para pequenas anotações e cálculos.
(CARIMBO - será aplicado em todas as partes do
molde definitivo, contendo: nome do modelista, coleção,
data, nome da peça, tamanho, parte etc.)
AS MEDIDAS
As medidas do corpo humano são essenciais para a construção da modelagem, utilizando-
se qualquer uma das técnicas conhecidas. Quanto mais medidas forem empregadas, mais preciso
será o trabalho. Porém, elas devem ter relação direta entre o corpo e a função da peça do
vestuário, ou seja, para qual parte do corpo a peça se destina. A este estudo das medidas do corpo
humano chamamos de antropometria.
ANTROPOMETRIA
É o estudo que trata das medidas físicas do corpo humano. Todas as populações são
compostas por indivíduos de diferentes tipos físicos que apresentam diferenças nas proporções de
cada segmento do corpo. Assim, medir pessoas (Fig. 22) parece ser uma simples tarefa, pois, para
isso, bastaria haver réguas, balanças e trenas.
No entanto, isso não é tão simples, pois, quando se pretende ter medidas representativas e
confiáveis de uma população, composta por diversas variações de dimensões corporais, alguns
critérios são necessários, como as medidas tiradas com roupas ou sem roupas, com ou sem
calçado, na postura ereta ou relaxada, em qual período do dia, e muitos outros, dependendo da
população que vai ser medida.
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As proporções do corpo humano já foram estudadas por filósofos, teóricos, artistas e
arquitetos. Os primeiros registros da observação da antropometria física são datados entre 1273 -
1295, a partir das viagens de Marco Polo, que relatou a existência de um grande número de raças
que diferiam, inclusive, em termos de dimensões corporais.
Contudo, é possível encontrar escritos sobre
antropometria na era Romana, pois o teórico e arquiteto romano
que viveu no século l a.C., Marcus Vitruvius Pollio, descreveu que
um design de edifício poderia ser baseado em princípios
estéticos pré-estabelecidos a partir do corpo humano. Vitruvius
desenvolveu o sistema de proporções humanas dos tempos
clássicos mais detalhado que se tem conhecimento.
No Renascimento, período de valorização da teoria
estética, Leonardo da Vinci (1452 - 1519) desenvolveu um
desenho em que o homem r mostrado inscrito dentro de um
quadrado e um círculo, inspirado no livro romano de Vitruvius,
que explica a relação entre a simetria e a pé feição das
proporções do corpo humano
Foi no século XIX e início do século XX que os estudos sobre antropometria foram
aprofundados, pois havia a necessidade de se conhecer e classificar a raça humana de acordo com
a estrutura física do corpo humano. Estudos como esse serviram de base para que essa teoria se
tornasse uma ciência. Essas pesquisas incentivaram especialistas em modelagem, como, por
exemplo, o alfaiate francês H. Gugliem Compaing, um dos pioneiros da antropometria moderna a
desenvolvi um quadro comparativo das idades e do crescimento, onde foram de mostradas
medidas graduais do corpo humano, desde o nascimento até a velhice, e como o as partes do
corpo crescem proporcionalmente entre si.
Antes do desenvolvimento de uma peça do vestuário, é importar te analisar para que tipo
de atividade essa roupa vai se destinar. Se ela for usada por uma pessoa que for desenvolver
poucos movimentos corporais ou atividades do dia-a-dia, como, por exemplo, caminhar, sentar,
pegar um ônibus e tanto outros que podem ser realizados em um período de vinte e quatro horas,
as medidas podem ser verificadas com indivíduo parado ou estático. No caso de pessoas que
necessitem realizar movimentos corporais, entendendo braços e pernas, como os profissionais
que precisam acionar um dispositivo manual no seu limite máximo de extensão de braço, as
medidas devem ser indicadas de acordo com o tipo de movimento.
Segundo IIDA (2005), as medidas antropométricas podem ser verificadas da seguinte
forma:
• Estáticas: são as medidas que se referem ao corpo parado ou com poucos
movimentos realizados e são definidas a partir de pontos anatômicos claramente
identificados. Essa forma de medida deve ser aplicada a projetos de objetos sem partes
móveis ou com pouca mobilidade; por exemplo, o mobiliário, em geral.
• Dinâmicas: são as que medem os alcances dos movimentos de cada parte
do corpo, mantendo-se o resto do corpo estático; por exemplo, o alcance máximo das
mãos com pessoas sentadas, ou atividades que exijam muitos movimentos corporais.
IIDA (2005) relata que, até a Idade Média, todos os calçados eram do mesmo tamanho.
Não havia diferença entre o pé direito e esquerdo, ou seja, não existia uma padronização que
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levasse em consideração a natureza das dimensões antropométricas em cada situação, como o, le-
vantamento de medidas que fossem confiáveis e sua aplicação de maneira adequada aos dados
antropométricos nos produtos desenvolvidos. Segundo IIDA (2005), estes são alguns dos motivos
para se realizar um levantamento antropométrico. É importante levar em consideração as
seguintes variações individuais:
• Sexo masculino e feminino
• Variações que ocorrem ao longo da vida
• Variações étnicas
• Influência do clima
Ectomorfo, Mesomorfo e Endomorfo
Esses são os três tipos físicos básicos denominados por William SHELDON (1940) (Fig. 27).
Ele realizou um estudo detalhado de uma população de 4.000 estudantes norte-americanos. Sua
metodologia teve por base um levantamento antropométricodessa população. Ele fotografou
todos os indivíduos de frente, perfil costas. A análise dos registros fotográficos, combinada com o
estudo antropométrico, fez com que o pesquisador encontrasse características dominantes entre
os tipos físicos, as quais detalhamos a seguir:
1. Ectomorfo: tipo físico de forma alongada. Tem corpo e membros longos e
finos, com o mínimo de gordura e músculos. Ombros largos e caídos, pescoço fino e
comprido, rosto magro, queixo recuado, testa alta e abdome estreito e fino.
2. Mesomorfo: tipo físico musculoso, de formas angulosas. Possui cabeça cúbi-
ca, maciça, ombros e peitos largos e abdome pequeno. Os membros são musculosos e
fortes. Possui pouca gordura subcutânea.
3. Endomorfo: tipo físico de formas arredondadas e macias, com grandes de-
pósitos de gordura. Tem características de uma pêra, ou seja, estreita em cima e larga em
baixo. O abdome é grande e cheio, o tórax parece ser relativamente pequeno, braços e
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pernas são curtos e flácidos, os ombros e a cabeça são arredondados, os ossos são
pequenos. O corpo tem baixa densidade, podendo flutuar na água. A pele é macia.
A grande maioria da população não se encaixa em um tipo específico, mas possuindo
características de dois ou três tipos, como mostra a figura:
Como obter as medidas do corpo humano
Para que sejam tiradas as medidas, é necessário, em primeiro lugar, que o corpo de prova
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esteja livre de roupas pesadas ou muito volumosas, preferencialmente deve estar em roupas
íntimas ou quaisquer outras colantes, desde que não alterem a forma natural do corpo.
Existem dois tipos de medidas:
 Medidas Fundamentais
São aquelas necessárias para traçados de moldes-base em especial, isto é, moldes que,
muito bem construídos, passam a funcionar como gabaritos para a elaboração de moldes de maior
complexidade.
As consideradas fundamentais são as medidas anatômicas, ou seja, as medidas exatas do
corpo.
• Medidas Complementares
São aquelas necessárias para transformar as bases de modelagem no modelo desejado,
referindo-se aos detalhes do modelo, como, por exemplo, folgas, largura de golas, modelos de
punhos, variação de comprimentos, entre outras.
Neste caso, nossa vontade interfere sobre elas, já que somos nós que as escolhemos.
São medidas que devem ser selecionadas com cuidado e bom-senso para que quaisquer
detalhes da roupa fiquem equilibrados entre si.
A falta de harmonia na escolha dessas medidas pode desequilibrar o conjunto.
Também são medidas complementares aquelas utilizadas para nos auxiliar a definir a
anatomia do molde.
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O corpo que vai ser medido deve:
 Estar vestindo uma roupa fina, sem volume e de modo que se possa
visualizar suas formas.
 Manter uma posição ereta para que as medidas sejam corretas.
TIRANDO MEDIDAS
1 – Pescoço /Decote
Medida de contorno da
circunferência do pescoço (frente e
costas) tomada exatamente na base do
pescoço.
2 - Ombro
Medir da base do pescoço até a
articulação do ombro com o início do
braço.
3 - Comprimento de Manga
Medida tomada com o braço
levemente dobrado. As mãos do corpo de
prova devem estar repousadas na
metade entre a cintura e o quadril. A
medida deve ser tomada da
articulação do ombro até a articulação do
punho.
4 - Altura de Cintura
Tomar essa medida a partir da base do pescoço, deixando a fita cair naturalmente até a
cintura e passando sob o ponto mais elevado do busto.
5 - Altura de Cava
Deitar a fita a partir da linha
imaginária do ombro, considerando
inclusive sua leve curvatura. Em seguida,
deixe a fita cair naturalmente até uns
1,5cm abaixo da formação da axila.
6 - Altura de Busto
Tomada a partir da linha de
cintura, subindo até o mamilo.
7 - Busto
Tomar a medida de lateral a lateral
(linha imaginária) de maneira que a fita
passe sobre os pontos mais volumosos do
busto.
8 - Cintura
Tomar a medida da mesma forma
que tomamos a de busto, isto é, de lateral
a lateral.
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9 - Quadril
Esta medida é apurada da mesma forma que as duas anteriores, ou seja, de lateral a
lateral, na altura da área mais volumosa da circunferência do quadril.
10 - Altura de Quadril
Pela lateral do corpo de prova, meça da linha de cintura até a linha do quadril.
11 - Largura do Braço
Medida necessária para a confecção de peças muito ajustadas, em especial as fabricadas
com tecidos elásticos. Tomar a medida de contorno do braço, sem apertar e o mais próximo
possível da axila.
12 - Punho
Apurada sem folgas, na linha de articulação do punho para modelagens muito ajustadas.
13 - Punho
Para peças em tecido plano, tomar a medida de punho quatro centímetros abaixo da
articulação do punho.
14 - Altura de Entrepernas
Esta medida, somada à da altura de gancho, completa o comprimento total para
modelagens de calça comprida, já prevendo inclusive 3 cm para bainha. Tomar a medida de 1 cm
abaixo da junção das pernas até o chão (com o corpo de provas sem sapatos).
15 - Separação de Busto
Medida que compreende a distância verificada
entre mamilos. Sempre deve ser apurada para o caso de
modelagens onde o busto é marcado. Muito útil para o
desenvolvimento de moldes destinados a malharia ou
moda íntima.
16 - Costas
Esta medida é
tomada de extremo a
extremo da linha vertical imaginária que determina os limites de
cava e o mais próximo possível da articulação de ombro.
17 - Busto
É a complementação da medida já tomada
individualmente na frente. Tome-a de lateral a lateral, na mesma
altura em que tomou a medida de busto frente.
18 - Cintura
Tomada de lateral a lateral, também vai complementar a
medida já apurada na frente do corpo de prova.
19-Quadril
A medida agora é maior por conta do volume das
nádegas. Tomada de lateral a lateral, também vai complementar
a medida que já havíamos apurado na frente.
20 - Altura de Cintura
Tomar a medida também da base de pescoço, levando a
fita até a linha da cintura
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21 - Contorno de Gancho
Esta medida é tomada passando-se a fita por sobre o contorno do
gancho, considerando uma folga confortável.
A medida é apurada desde a linha de cintura frente até a linha de
cintura costas. É, apenas, uma medida de confronto, uma vez que um gancho
será confortável quando sua medida equivale à da cintura, variando em três
ou quatro centímetros a mais.
22 - Altura de Gancho
Para tomarmos essa
medida o corpo de prova deverá
estar sentado em uma base plana
não estofada.
A medida é tomada a
partir da linha da cintura, pela
lateral, até atingir a base de apoio
para o corpo, ou seja, o assento.
A partir destes
procedimentos, você poderá
montar seu próprio padrão de
medidas. Observamos que, para
fins industriais, nas medidas de circunferência
predominantes, ou seja, busto, quadril e cintura,
devemos desconsiderar números ímpares,
arredondando-se as medidas apuradas nessas áreas
para o primeiro número par seguinte.
A MODELAGEM TRIDIMENSIONAL
Também chamada de moulage ou draping é uma técnica que permite desenvolver a forma
diretamente sobre um manequim técnico, que possui as medidas anatômicas do corpo humano,
ou mesmo sobre o próprio corpo.
Consideram-se portanto, as medidas de comprimento, largura e profundidade e promove o
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contato entre o corpo representado pelo manequim, que é o suporte, e o tecido utilizado para
modelar. Essa proximidade favorece a experimentação das possibilidades construtivas, permitindo
buscar novas soluções facilitadas pela compreensão da realidade. A moulage, diferente da
modelagem plana, favorece a visualização da evolução do modelo, desde o início até o produto
final.
O manequim deve ser previamente preparado. Esta preparação consiste na delimitação
das diversas linhas do corpo: centroda frente, centro das costas, decote, ombros, busto, cintura,
quadril e linha princesa, que orienta as pences fundamentais. Estas linhas são consideradas
importantes para as medidas de circunferência, largura e altura sendo referências para o
desenvolvimento da modelagem. A marcação é feita utilizando-se fitas estreitas de cor forte.
A moulage pode ser utilizada para vários fins; a elaboração de bases de modelagem,
interpretação e viabilização de modelos já concebidos, especialmente os mais complexos, como
auxílio á modelagem plana no desenvolvimento de modelos mais elaborados ou ainda, como
instrumento de criação.
A preparação do tecido a ser utilizado deve ser criteriosa, observando o perfeito
esquadramento nos sentido de trama e urdume.
Inicialmente é traçada a linha de eixo na parte central do tecido, na frente e nas costas do
tecido, para que se possa colocar sobre as mesmas linhas do manequim, servindo como referência
na construção do modelo. O tecido vai sendo modelado sobre o manequim, com a habilidade das
mãos e o auxílio dos alfinetes. Aos poucos, a peça ai sendo esculpida. Durante a execução, as
linhas marcadas no manequim orientam a moldagem, e quando necessário, são transportadas
para o tecido. Concluído o processo de modelagem, passa-se então à planificação da peça, onde
ocorre o transpasse do traçado das formas e demais marcações do tecido para o papel. Antes de
realizar a transferência, conferem-se as medidas da peça para certificar-se a coerência com a
tabela de medidas e retraçam-se formas com o auxílio de ferramentas adequadas, procedendo as
correções necessárias. Uma vez obtidos os moldes, adotam-se os procedimentos normais da
modelagem plana.
A técnica tem se mostrado um instrumento eficaz, pois permite a analise da forma, volume
e caimento antes do produto ser confeccionado, evita o desperdício de tecido, facilita o
entendimento da montagem das partes da peça e suas respectivas funções, diminuindo assim o
tempo de processo. Devido também a proximidade do corpo, é possível visualizar partes que se
deseja evidenciar ou disfarçar, e de forma simples, proceder as alterações.
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DEMARCAÇÃO NO MANEQUIM
LINHAS FUNDAMENTAIS
AS LINHAS FUNDAMENTAIS DE MARCAÇÃO NO MANEQUIM TEM LIGAÇÃO DIRETA COM AS
MEDIDAS FUNDAMENTAIS
DEVEMOS MARCAR NO MANEQUIM AS LINHAS
HORIZONTAIS
1. PESCOÇO
2. MEIO DA CAVA
3. OMBROS
4. BUSTO
5. CINTURA
6. QUADRIL
VERTICAIS
7. CENTRO (FRENTE E COSTAS)
8. MEIO CENTRO (FRENTE E COSTAS)
9. LATERAIS
10. CONTORNO DA CAVA
 ESTE PROCESSO DEVE SER REALIZADO
COM O AUXÍLIO DA FITA MÉTRICA.
 DEVEM-SE REALIZAR MEDIÇÕES EM
TODAS AS LINHAS.
Observem as figuras ao lado:
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MANTENDO O EQUILIBRIO
A importância do sentido do fio: Devemos trabalhar cuidadosamente o fio do tecido, pois
este cuidado tem uma clara relação com o resultado do trabalho. Conhecendo o sentido do fio,
podemos trabalhar com viés, torções, drapeados e afins, sem prejudicar o caimento final.
O sentido do fio é trabalhado sempre em relação ao centro do manequim, e a linha de
cruzamento, sempre em paralelo ao chão. Visualmente, uma peça de roupa cortada ou modelada
fora do fio, apresentará imperfeições, tais quais repuxados nas costuras, um dos lados mais alto que
o outro ou barras arrebitadas.
Depois de o tecido haver sido corretamente alinhado com o manequim, o designer pode
organizar o tecido em qualquer posição, trabalhando pregas, drapeados e volumes, ou
simplesmente ajustando o tecido sobre manequim.
ROTEIRO PARA A MODELAGEM TRIDIMENSIONAL
1. Marque a direção do fio ou do viés no tecido.
2. Meça o manequim e faça a estimativa de tecido.
3. Comece prendendo o tecido de cima para baixo, e do centro para fora.
4. Verifique se está correto.
5. Ajuste e alise o tecido
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6. Faça piques nas cavas e curvas
7. Alfinete as pences
8. Confira novamente
9. Marque as costuras e pences com caneta ou hidrográfica
10. Retire o tecido do manequim
11. Retifique as linhas e curvas com réguas apropriadas
12. Transfira o desenho para o papel
13. Retifique a modelagem e faça as marcações necessárias.
INFORMAÇÕES QUE DEVEM CONSTAR NO MOLDE
1 Modelo (ex: camisa feminina)
2 Parte da peça (nome da parte, ex: frente superior)
3 Tamanho da peça (número do manequim, ex: 42)
4 Referência (ex: ref. 0001)
5 Ordem (ex: 1 de 5)
6 Quantidade a ser cortada de cada parte (ex cortar 2 X)
7 Posição do fio. Deve ser marcada paralelamente ao centro da frente ou centro das
costas, salvo raras exceções nas mangas e nas saias rodadas a direção do fio geralmente é
marcada a partir do centro. Se o molde for para tecidos felpudos, como o veludo, ou estampa,
marque a direção do fio com setas.
8 Piques : são usados para marcar a localização de pences e zíperes, ou lugares onde pode
facilitar a montagem da peça, como por exemplo, a manga, centro do cós, etc.
9 Assinatura, nome do modelista
10 Data.
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Existem, ainda, outras informações que devem ser marcadas nos moldes, de acordo com a
peça a ser montada, são elas:
• Abertura: indica o local onde deverá ser feita uma abertura por meio de
recorte no molde;
• Localização de botão;
• Localização de caseado;
• Embebimento: diminuição de uma das medidas das partes na hora da
costura;
• Franzido.
• Números de montagem: indicações por meio de números localizados nas
diferentes partes da peça, de acordo com a montagem da mesma.
Símbolos e marcações nos moldes
Símbolos mais utilizados
ABERTURA
O pequeno traço vertical interrompendo uma das extremidades indica o limite da
abertura.
AUMENTO DE MOLDE
Seguindo a direção indicada pela seta aumente a partir do ponto apoiando uma régua
sobre a linha do molde. A medida em centímetros é dada na própria linha.
BOTÃO
Círculo com uma cruz no centro, onde deverá ser preso o botão ou a pressão depois da
prova.
CASEADO
Indica o lugar onde se deve fazer a casa do botão.
DISTENDER
Quer dizer esticar o tecido no trecho indicado com o ferro de passar.
X X X
X
DOBRA DO TECIDO
Indica que a peça não possui costura no meio. Deve-se dobrar o tecido, colocar essa linha
sobre a dobra, riscar e cortar, obtendo uma peça inteira.
EMBEBER
Significa fazer uma suave diminuição antes da costura.
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FIO DO TECIDO
Sempre paralelo à ourela do tecido, esse fio serve para orientar a posição da peça em
relação ao tecido.
FRANZIR
Significa que aquele trecho deve ser reduzido.
LINHA-GUIA
Usada em tecidos listrados ou xadrezes para orientar na montagem, de modo a fazer com
que os motivos coincidam.
NÓ DE MONTAGEM
São os pequenos números encontrados nos cantos das peças. Eles devem
coincidir na costura.
Cuidados a serem tomados com os moldes
• O molde, ao ser recortado, deve ficar à esquerda da tesoura.
• Deve-se segurar o molde e não a sobra de papel.
• Deve-se recortar dentro do risco.
• O pique deve ser feito na margem onde vai ser passada a costura.
• Toda marcação do molde indica o lado direito do tecido.
• Todas as denominações do molde devem ser feitas na mesma direção para
facilitar a leitura e a posição correta da peça.
• Os moldes devem ser guardados em envelopes identificados com o desenho
do modelo na parte de fora
O Processo de Modelagem
As interpretações de modelagem são baseadas em três etapas de construção de moldes,
denominadas de: moldes básicos, moldes de trabalho e moldes para corte ou interpretados.
• Moldes básicos (caixas de modelagem)
Os moldes básicos servem como base para o início das alterações a serem feitas de acordo
com o desenho da peça. Eles são confeccionados seguindo a tabela de medidas-base da empresa.
No processo industrial de confecção, o uso de moldes básicos facilita o processo produtivo do
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setor de modelagem, uma vez que este possui as medidas específicas da tabela do público dasetor de modelagem, uma vez que este possui as medidas específicas da tabela do público da
empresa. Estando pronto uma única vez, não necessita de repetição do traçado inicial. Aempresa. Estando pronto uma única vez, não necessita de repetição do traçado inicial. A
praticidade do uso de moldes básicos gera lucros e economia de tempo e de processo para apraticidade do uso de moldes básicos gera lucros e economia de tempo e de processo para a
confecção das partes do molde interpretado.confecção das partes do molde interpretado.
•• Moldes de trabalhoMoldes de trabalho
Após obter a caixa do molde, os moldes de trabalho são utilizados para fazer as alteraçõesApós obter a caixa do molde, os moldes de trabalho são utilizados para fazer as alterações
necessárias, de acordo com o modelo, servindo como uma espécie de rascunho para a definiçãonecessárias, de acordo com o modelo, servindo como uma espécie de rascunho para a definição
do molde interpretado. Os moldes de trabalho do molde interpretado. Os moldes de trabalho são feitos a partir da são feitos a partir da cópia dos moldes básicos, e ascópia dos moldes básicos, e as
etapas de alterações a serem realizadas sobre eles variam em quantidade e tipos de aplicação deetapas de alterações a serem realizadas sobre eles variam em quantidade e tipos de aplicação de
técnicas específicas, de acordo com o modelo desejado.técnicas específicas, de acordo com o modelo desejado.
•• Molde para corte ou Molde para corte ou interpretadointerpretado
São os moldes utilizados para riscar e cortar a peça sobre o tecido, contendo todas asSão os moldes utilizados para riscar e cortar a peça sobre o tecido, contendo todas as
alterações realizadas no processo anterior, as margens para costura e as marcações necessáriasalterações realizadas no processo anterior, as margens para costura e as marcações necessárias
para a montagem da ppara a montagem da peça.eça.
O que define um bom molde básico é a exatidão das medidas, pois elas caracterizam umO que define um bom molde básico é a exatidão das medidas, pois elas caracterizam um
molde perfeito e economizam tempo para a molde perfeito e economizam tempo para a produção.produção.
A mesma modelagem pode ou não ser usada para outros tipos de tecidos.A mesma modelagem pode ou não ser usada para outros tipos de tecidos.
Muitas empresas usam o mesmo molde em mais de uma coleção, mudando os dMuitas empresas usam o mesmo molde em mais de uma coleção, mudando os detalhes doetalhes do
modelo, acrescentando aviamentos onde antes não havia ou tirando-os. Isso pode ser feito desdemodelo, acrescentando aviamentos onde antes não havia ou tirando-os. Isso pode ser feito desde
que seja respeitada a composição, o caimento, o toque que seja respeitada a composição, o caimento, o toque e largura do tecido. Ou seja, jamais colocare largura do tecido. Ou seja, jamais colocar
em produção sem fazer uma em produção sem fazer uma peça-piloto quando mudar o tecido. peça-piloto quando mudar o tecido. Algumas confecções consideramAlgumas confecções consideram
esses testes como atrasos, desnecessários ou perda de tempo. O que é um engano: antes perderesses testes como atrasos, desnecessários ou perda de tempo. O que é um engano: antes perder
algumas horas ou um dia de trabalho testando do que perder uma produção inteira.algumas horas ou um dia de trabalho testando do que perder uma produção inteira.
Margens de CosturaMargens de Costura
As margens de costura são um acréscimo de medida aos moldes, nas partes que serãoAs margens de costura são um acréscimo de medida aos moldes, nas partes que serão
unidas ou nas que receberão algum acabamento na peça. Recomenda-se que as medidas dasunidas ou nas que receberão algum acabamento na peça. Recomenda-se que as medidas das
margens de costura sejam acrescentadas aos moldes na etapa de finalização, ou seja, depois demargens de costura sejam acrescentadas aos moldes na etapa de finalização, ou seja, depois de
realizadas todas as alterações no molde de trabalho. Isso resultará na uniformidade das medidas,realizadas todas as alterações no molde de trabalho. Isso resultará na uniformidade das medidas,
em todos os em todos os contornos das partes que compõem o molde contornos das partes que compõem o molde interpretado.interpretado.
Os acréscimos necessários para as margens de costura variam de indústria para indústria,Os acréscimos necessários para as margens de costura variam de indústria para indústria,
de acordo com o segmento específico da área da moda.de acordo com o segmento específico da área da moda.
Vários fatores podem ser considerados definitivos para a quantidade e a medida dasVários fatores podem ser considerados definitivos para a quantidade e a medida das
margens de costura. Dentre eles, está o tipo de tecido, o acabamento que será realizado oumargens de costura. Dentre eles, está o tipo de tecido, o acabamento que será realizado ou
aplicado na borda do mesmo, qual parte do molde e que máquina e ponto serão utilizados paraaplicado na borda do mesmo, qual parte do molde e que máquina e ponto serão utilizados para
tal.tal.
Como orientação geral, você poderá utilizar, para tecidos planos, as medidas sugeridasComo orientação geral, você poderá utilizar, para tecidos planos, as medidas sugeridas
abaixo, específicas para a produção industrial:abaixo, específicas para a produção industrial:
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•• Costuras laterais: de 1 cm até 2cm;Costuras laterais: de 1 cm até 2cm;
•• Costuras de contornos dos moldes (decotes, cavas, golas, Costuras de contornos dos moldes (decotes, cavas, golas, Etc.): 0,5cm;Etc.): 0,5cm;
•• Barras ou baiBarras ou bainhas: de nhas: de 1cm até 1cm até 5cm.5cm.
É de extrema importância a exatidão das margens de costura colocadas sobre os moldes,É de extrema importância a exatidão das margens de costura colocadas sobre os moldes,
devendo a linha externa (sobre a qual se devendo a linha externa (sobre a qual se fará o corte no fará o corte no tecido) ser uniforme e paralela à borda dotecido) ser uniforme e paralela à borda do
molde de trabalho.molde de trabalho.
Vale salientar que qualquer alteração ou desproporção nas margens de costura poderáVale salientar que qualquer alteração ou desproporção nas margens de costura poderá
modificar as medidas de todo o molde, ocasionando erros ou defeitos na produção das peças.modificar as medidas de todo o molde, ocasionando erros ou defeitos na produção das peças.
Peça Piloto ou ProtótipoPeça Piloto ou Protótipo
O protótipo ou peça-piloto é uma peça confeccionada para prova e correção de algumO protótipo ou peça-piloto é uma peça confeccionada para prova e correção de algum
eventual problema. Depois de analisada, se houver necessidade, faz-se a correção no molde,eventual problema. Depois de analisada, se houver necessidade, faz-se a correção no molde,
pilota-se novamente e somente depois se passa para pilota-se novamente e somente depois se passa para a fase de graduação do a fase de graduação do molde.molde.
É responsabilidade do modelista acompanhar o desenvolvimento da peça-piloto.É responsabilidade do modelista acompanhar o desenvolvimento da peça-piloto.
A pilotagem dos moldes básicos traçados tem como objetivo o teste da modelagem noA pilotagem dos moldes básicos traçados tem como objetivo o teste da modelagem no
corpo humano ou no manequim, ou seja, é a maneira utilizada para experimentar a base jácorpo humano ou no manequim, ou seja, é a maneira utilizada para experimentar a base já
confeccionada em tecido e conferir as medidas do molde. Pode-se atribuir o sucesso de umaconfeccionada em tecido e conferir as medidas do molde. Pode-se atribuir o sucesso de uma
modelagem já interpretada ao fato de terem sido feitas as alterações corretas sobre os moldes.modelagem já

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