Buscar

Modelagem Tridimensional e Ergonomia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 227 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 227 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 227 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Indaial – 2021
ModelageM 
TridiMensional e 
ergonoMia
Prof.a Ana Cláudia Antunes 
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof.a Ana Cláudia Antunes
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
A636m
Antunes, Ana Cláudia
Modelagem tridimensional e ergonomia. / Ana Cláudia Antunes. – 
Indaial: UNIASSELVI, 2021.
217 p.; il
ISBN 978-65-5663-570-5 
ISBN Digital 978-65-5663-569-9
1. Modelagem tridimensional. - Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci.
CDD 740
apresenTação
Prezado acadêmico, este livro didático compreende os conteúdos 
relacionados à modelagem tridimensional e ergonomia. Aqui, você vai 
conhecer o conceito, história e técnicas da modelagem tridimensional, e 
será capaz de executá-las em modelos básicos e avançados de construção 
de vestuário, bem como aprenderá o conceito de ergonomia e aplicação em 
produtos de moda.
A modelagem é uma etapa imprescindível para o desenvolvimento 
de novos produtos na indústria do vestuário, através dela é possível construir 
moldes que orientarão o corte de tecido para transformação em roupas. A 
modelagem tridimensional é uma técnica milenar e intuitiva de modelar o 
tecido diretamente no corpo, com o avanço dos estudos na área, novas técnicas 
foram desenvolvidas e o método conhecido por sua utilização na alta costura e 
em peças sob medida, também foi incorporado à indústria do vestuário.
A aplicação da modelagem tridimensional no processo industrial 
pode ser utilizada tanto como técnica criativa quanto ferramenta para tornar 
o processo de modelagem mais assertivo, devido à facilidade de visualização 
do resultado final durante a sua execução. Já a ergonomia aplicada aos 
produtos de moda, confere a devida adequação das peças ao corpo humano, 
tornando-as confortáveis e funcionais. Dessa forma, este livro foi dividido 
em três unidades:
Na Unidade 1, abordaremos a conceituação da técnica tridimensional 
chamada moulage, a relação entre técnica e criatividade através da modelagem 
tridimensional e como esta modelagem está inserida no processo industrial 
de desenvolvimento de vestuário. Também serão apresentados quais os 
manequins, medidas e instrumentos utilizados para realização da técnica, 
além de demonstrar como realizar a marcação de fitilho tanto para construção 
de bases como de modelos avançados.
Em seguida, na Unidade 2, estudaremos a elaboração de bases através 
da modelagem tridimensional, a preparação do manequim para moulage e 
então será demonstrado como construir as principais bases de modelagem, 
bem como executar a interpretação dessas bases para transformação em 
modelos avançados. Também será apresentado como fazer a preparação para 
a modelagem final, através conferência da tela, planificação e finalização.
Por fim, na Unidade 3, a conceituação da ergonomia enquanto área 
de conhecimento e estudo, a sua divisão de acordo com a literatura e como a 
ergonomia física, cognitiva e organizacional podem ser aplicadas ao contexto da 
moda, e também como acontece a relação entre usuários e artefatos de vestuário.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Ao final deste livro você conhecerá a técnica de modelagem 
tridimensional e sua importância dentro do processo industrial de 
desenvolvimento de peças de vestuário, saberá como utilizar o método na 
construção de bases de modelagem e também em modelos avançados, bem 
como compreenderá o conceito de ergonomia aplicado no desenvolvimento 
de novos produtos de moda.
Bons estudos!
Prof.a Ana Cláudia Antunes
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
suMário
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO A MOULAGE ............................................................................... 1
TÓPICO 1 — CONCEITUAÇÃO ......................................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 CONCEITO DA TÉCNICA TRIDIMENSIONAL ......................................................................... 3
2.1 HISTÓRIA ....................................................................................................................................... 5
2.2 ETAPAS DO PROCESSO .............................................................................................................. 9
2.3 TECIDOS ....................................................................................................................................... 12
2.4 SENTIDO DO FIO ......................................................................................................................... 13
2.5 ACESSÓRIOS DE ESTRUTURA ................................................................................................. 15
3 MOULAGE NO PROCESSO INDUSTRIAL ................................................................................ 16
3.1 VANTAGENS DO USO DA MOULAGE NA INDÚSTRIA ................................................... 18
3.2 DA MOULAGE AO MOLDE FINAL NA INDÚSTRIA .......................................................... 20
4 A RELAÇÃO ENTRE TÉCNICA E CRIATIVIDADE ................................................................. 21
4.1 MOULAGE COMO FERRAMENTA CRIATIVA ..................................................................... 21
4.2 TÉCNICAS CRIATIVAS .............................................................................................................. 23
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 26
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 27
TÓPICO 2 — MANEQUINS, MEDIDAS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS ....................... 31
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................31
2 MANEQUINS ..................................................................................................................................... 31
2.1 MANEQUIM FEMININOS ......................................................................................................... 32
2.2 MANEQUINS MASCULINO E INFANTIL .............................................................................. 33
2.3 MANEQUIM EM MEIA ESCALA ............................................................................................. 35
3 TAMANHOS E MEDIDAS .............................................................................................................. 36
3.1 BOURRAGE ................................................................................................................................... 37
4 INSTRUMENTOS E MATERIAIS.................................................................................................. 39
4.1 PARA A MARCAÇÃO ................................................................................................................. 40
4.2 FITAS E ALFINETES ................................................................................................................... 40
4.3 FERRAMENTAS DE MEDIÇÃO ................................................................................................ 41
4.4 EQUIPAMENTOS DE PASSADORIA ....................................................................................... 41
4.5 OUTROS MATERIAIS .................................................................................................................. 42
5 TECIDOS ............................................................................................................................................. 43
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 45
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 46
TÓPICO 3 — MARCAÇÃO DO MANEQUIM............................................................................... 49
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 49
2 PREPARAÇÃO DO MANEQUIM ................................................................................................. 49
3 MARCAÇÃO DAS LINHAS ESTRUTURAIS ............................................................................. 50
4 MARCAÇÃO DE MODELO ............................................................................................................ 60
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 62
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 68
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 69
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 71
UNIDADE 2 — MOLDES ................................................................................................................... 73
TÓPICO 1 — CONSTRUÇÃO DE MOLDES .................................................................................. 75
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 75
2 PREPARAÇÃO PARA MOULAGE ................................................................................................. 75
2.1 PREPARAÇÃO DO MANEQUIM ............................................................................................ 75
2.2 USO DE ELEMENTOS OU ACESSÓRIOS ............................................................................... 76
2.3 PREPARAÇÃO DA TELA .......................................................................................................... 77
3 BASE DA SAIA RETA FEMININA ................................................................................................ 80
3.1 FRENTE .......................................................................................................................................... 81
3.2 COSTAS .......................................................................................................................................... 85
3.3 FINALIZAÇÃO DO MOLDE BASE DA SAIA ......................................................................... 88
4 BASE DO CORPO FEMININO ....................................................................................................... 89
4.1 FRENTE .......................................................................................................................................... 90
4.2 COSTAS .......................................................................................................................................... 95
4.3 FINALIZAÇÃO DO CORPO FEMININO ................................................................................ 99
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 102
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 103
TÓPICO 2 — INTERPRETAÇÃO DE MODELOS ....................................................................... 105
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 105
2 TÉCNICAS DE INTERPRETAÇÃO ............................................................................................. 105
3 PENCES .............................................................................................................................................. 106
3.1 TRANSPORTE DE PENCES ..................................................................................................... 107
4 ESTUDO DE DRAPEADOS .......................................................................................................... 109
4.1 TIPOS DE DRAPEADOS .......................................................................................................... 110
5 INTERPRETAÇÃO DE MODELOS ............................................................................................. 111
5.1 SAIA EVASÊ ................................................................................................................................ 111
5.2 BLUSA COM DECOTE FRANZIDO ...................................................................................... 115
5.3 BLUSA DRAPEADA NA FRENTE .......................................................................................... 119
5.4 VESTIDO COM RECORTE ....................................................................................................... 121
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 126
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 127
TÓPICO 3 — PREPARAÇÃO DOS MOLDES .............................................................................. 129
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 129
2 OBJETIVO DA PLANIFICAÇÃO................................................................................................. 129
3 MARCAÇÃO DA TELA ................................................................................................................ 130
4 CONFERÊNCIA DA TELA E REFILAMENTO ........................................................................132
5 PLANIFICAÇÃO .............................................................................................................................. 135
5.1 DA TELA AO MOLDE DE PAPEL ........................................................................................... 136
5.2 DO PAPEL AO MOLDE BASE.................................................................................................. 136
6 FINALIZAÇÃO ................................................................................................................................ 138
6.1 MARCAÇÃO DOS PONTOS DE CONTROLE ...................................................................... 138
6.2 IDENTIFICAÇÃO DO MOLDE ................................................................................................ 138
6.3 MARGEM DE COSTURA .......................................................................................................... 140
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 141
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 148
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 149
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 151
UNIDADE 3 — ERGONOMIA ........................................................................................................ 153
TÓPICO 1 — CONCEITUAÇÃO ..................................................................................................... 155
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 155
2 CONCEITO DE ERGONOMIA .................................................................................................... 155
3 CLASSIFICAÇÃO DA ERGONOMIA ........................................................................................ 158
3.1 ERGONOMIA FÍSICA .............................................................................................................. 159
3.2 ERGONOMIA COGNITIVA ..................................................................................................... 161
3.3 ERGONOMIA ORGANIZACIONAL ...................................................................................... 163
4 ERGONOMIA APLICADA À MODA ......................................................................................... 164
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 168
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 169
TÓPICO 2 — ERGONOMIA FÍSICA APLICADA À MODA .................................................... 171
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 171
2 VESTUÁRIO E ERGONOMIA FÍSICA ...................................................................................... 171
3 ADEQUAÇÃO DIMENSIONAL .................................................................................................. 172
3.1 ANTROPOMETRIA ................................................................................................................... 173
3.2 CORPO: ESTRUTURA E MOVIMENTO ............................................................................... 176
4 ADEQUAÇÃO DE MATERIAIS ................................................................................................... 180
4.1 CONFORTO E MATERIAIS TÊXTEIS ..................................................................................... 180
4.2 ELEMENTOS DE INTERAÇÃO .............................................................................................. 183
5 MODELAGEM E VESTIBILIDADE ............................................................................................ 184
5.1 TIPOS DE CORPOS .................................................................................................................... 186
5.2 FOLGAS DE VESTIBILIDADE ................................................................................................. 188
6 ERGONOMIA E MODA INCLUSIVA ........................................................................................ 189
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 192
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 193
TÓPICO 3 — ERGONOMIA COGNITIVA E ERGONOMIA ORGANIZACIONAL 
APLICADAS À MODA ............................................................................................ 197
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 197
2 ERGONOMIA COGNITIVA ......................................................................................................... 197
2.1 ERGONOMIA COGNITIVA, PERCEPÇÃO HUMANA E MODA ..................................... 198
3 ERGONOMIA ORGANIZACIONAL ......................................................................................... 200
3.1 ERGONOMIA ORGANIZACIONAL NO CONTEXTO DA MODA ................................. 200
4 RELAÇÃO ENTRE USUÁRIOS E ARTEFATOS DE MODA .................................................. 203
4.1 ANÁLISE ERGONÔMICA DE ARTEFATOS DE MODA ..................................................... 203
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 206
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 212
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 213
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 216
1
UNIDADE 1 — 
INTRODUÇÃO A MOULAGE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender o que é modelagem tridimensional, sua conceituação e 
história;
• conhecer as etapas do processo de modelagem tridimensional, desde a 
escolha adequada do manequim até o molde final;
• identificar os manequins, medidas e instrumentos necessários para 
realização da modelagem tridimensional;
• realizar a marcação de fitilho no manequim de moulage, tanto para 
construção de bases de modelagem quando de modelos avançados.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – CONCEITUAÇÃO
TÓPICO 2 – MANEQUINS, MEDIDAS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS
TÓPICO 3 – MARCAÇÃO DO MANEQUIM
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
CONCEITUAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Dentro do processo industrial de produção de vestuário, a modelagem 
consiste em uma parte essencial no desenvolvimento de produto de uma peça de 
roupa. Considerando que os moldes orientam o corte em escala para a costura 
das peças, a assertividade da modelagem impacta todo o processo produtivo, por 
isso a importância da escolha adequada de técnica de modelagem que definirá o 
sentido do fio, caimento do tecido e definição de comprimentos e volumes.
A modelagem tridimensional, também conhecida como moulage, consiste 
em uma técnica para construção demoldes para peças de vestuário diretamente 
sobre manequim ou corpo do modelo, é amplamente utilizada tanto para roupas 
sob medida quanto em produção de escala industrial. 
O método permite que o modelista trabalhe intimamente com o tecido, 
moldando, alfinetando, riscando e cortando, o principal destaque da técnica é que 
possibilita visualizar o resultado da modelagem enquanto está sendo executada.
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos o conceito da técnica tridimensional 
chamada moulage, apresentaremos a história deste método, as etapas do processo, 
quais os tecidos adequados e como posicionar o correto sentido do fio. Também 
será explanada a relação entre técnica e criatividade através da modelagem 
tridimensional, bem como a forma em que a moulage está inserida no processo 
industrial de desenvolvimento de vestuário, as vantagens da adoção desta técnica 
pela indústria e como ela é aplicada.
2 CONCEITO DA TÉCNICA TRIDIMENSIONAL
A moulage é um método de modelagem tridimensional que manipula o 
tecido diretamente no manequim com o auxílio de alfinetes, através de utilização 
de técnicas como pences e drapeados, proporcionando a oportunidade de esculpir 
o tecido, o método facilita a visualização do resultado ainda durante o processo, 
permitindo criar designs únicos e experimentais. A palavra moulage deriva do 
termo francês moulé que significa moldar, no sentido de dar forma.
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO A MOULAGE
4
Moulage é uma técnica de modelagem, onde a construção do modelo 
do vestuário é feita diretamente sobre o corpo de modelo vivo ou 
busto de costura, permitindo a sua visualização no espaço, bem 
como seu caimento e volume, antes de a peça ser confeccionada. O 
processo de modelagem tridimensional facilita o entendimento da 
montagem das partes da roupa e suas respectivas funções. A técnica 
permite a produção de peças bem projetadas, com caimento perfeito, 
favorecendo a percepção das formas estruturais do corpo durante a 
construção das roupas (SILVEIRA, 2017, p. 2, grifo nosso).
A modelagem tridimensional é muito versátil e pode ser utilizada, de 
acordo com Souza (2006, p. 27) “para a elaboração de bases de modelagem; para 
a interpretação e viabilização de modelos já concebidos, em especial os mais 
complexos; como auxílio à modelagem plana no desenvolvimento de modelos 
mais elaborados ou ainda como instrumento de criação”. Utilizada tanto para 
tecidos planos quanto malhas, a moulage permite elaborar moldes de vestidos, 
blusas, saias, calças, casacos, shorts e até mesmo lingerie e beachwear.
FIGURA 1 – MOULAGE DE VESTIDO
FONTE: <https://www.pinterest.nz/pin/95842298309306459/>. Acesso em: 12 maio 2021.
TÓPICO 1 — CONCEITUAÇÃO
5
Para melhor compreensão acerca da técnica de modelagem tridimensional, 
os próximos subtópicos abordarão a história do método e sua evolução, as 
etapas do processo para modelar uma roupa através da moulage, quais os tecidos 
apropriados para sua execução e a importância da escolha adequada para o 
sentido do fio e dos acessórios de estrutura.
2.1 HISTÓRIA 
A modelagem tridimensional pode ser considerada o primeiro método 
de modelar tecidos com o intuito de cobrir o corpo, realizada de maneira 
intuitiva pelo homem desde o surgimento dos primeiros materiais têxteis, 
sendo modelados, dobrados e enrolados ao redor do corpo de variados 
modos. Na civilização grega, o vestuário também era construído através da 
modelagem tridimensional e havia um conjunto de regras para sua execução, 
de acordo com Laver (1989, p. 25), “era composta de retângulos de tecidos 
de vários tamanhos, drapeados sobre o corpo, sem cortes ou costuras. Havia 
variações consideráveis na maneira de ajustar ao corpo, porém as linhas 
essenciais permaneciam as mesmas”.
FIGURA 2 – ESCULTURAS GREGAS
FONTE: <https://www.pinterest.nz/pin/790944753287185150/>. Acesso em: 12 maio 2021.
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO A MOULAGE
6
Durante a idade média, os métodos de modelagem de roupas foram 
mudando e a modelagem plana, ou seja, bidimensional, ganhou espaço, porém 
existem poucos registros da evolução da técnica, somente algumas anotações e 
desenhos em cadernetas de costureiras e alfaiates da época. Segundo Souza (2006), 
ao longo do século XVIII, a modelagem do vestuário evoluía com os estudos 
alemães e franceses sobre antropometria, traçados de diagramas bidimensionais 
e a necessidade de fabricar uniformes masculinos em massa.
Existiam inúmeros manuais de corte, enfatizando a preocupação com 
o aproveitamento do tecido e buscando a racionalização dos métodos 
utilizados – o antigo sistema do padrão de papel cortado nas medidas 
de um único cliente – com o auxílio da geometria e da antropometria. 
Era a tentativa de sintetizar as antigas práticas artesanais – que 
determinavam a execução de trajes sob medida bem ajustados, muitas 
vezes elaborados sobre o próprio corpo do cliente, remetendo à técnica 
da modelagem tridimensional – com as práticas da produção em 
série, onde um mesmo modelo deveria ser confeccionado em vários 
tamanhos seguindo um padrão de medidas pré-estabelecido (SOUZA, 
2006, p. 31).
Com a Revolução Industrial, e a necessidade de acelerar o processo 
de produção em massa das roupas, a modelagem bidimensional se tornou 
amplamente utilizada. O retorno da modelagem tridimensional se deve à 
Madeleine Vionnet, na década de 1920, na França, foi quando a técnica ficou 
conhecida mundialmente pelo nome moulage. 
A estilista aprimorou o método com a utilização do tecido no sentido 
do fio no viés e drapeados diferenciados. De acordo com Fisher (2010, p. 56), 
“Vionnet foi a primeira estilista a introduzir com sucesso o corte em viés para 
roupas. As mulheres trocaram seus espartilhos por vestidos cortados em viés, 
que se modelavam ao redor do corpo e destacam suas formas”. 
Enquanto, até então, a modelagem tridimensional era aplicada diretamente 
no corpo de um modelo ou cliente, Vionnet também inovou com a inclusão de 
manequim para facilitar o trabalho, já que passava horas modelando uma mesma 
peça, a estilista ficou conhecida por utilizar um boneco de madeira em meia 
escala, no qual realizava seus estudos de formas e volumes, para somente depois 
cortar o tecido em tamanho real.
Para Silveira (2017), o trabalho de Madeleine Vionnet revolucionou a 
moda da época pela maneira como utilizava a modelagem tridimensional para 
dar vida às suas criações, a leveza visual dos seus vestidos, drapeados no sentido 
do viés em tecidos fluidos delineavam o corpo da mulher sem a necessidade de 
pences, conferindo uma estética sensual e longilínea, para a autora, a estilista 
atingiu o ápice do sucesso no início da década de 1930, e serve de referência e 
inspiração até os dias atuais.
TÓPICO 1 — CONCEITUAÇÃO
7
FIGURA 3 – MADELEINE VIONNET
FONTE: <https://www.pinterest.nz/pin/503981014555241140/>; <https://images.yolancris.com/
wp-content/uploads/2019/09/6a00e5508f18158833011572048776970b-800wi.jpg>. 
Acesso em: 12 maio 2021.
A estilista francesa, Madame Alix Grès, é outro nome importante na arte 
da moulage, principalmente durante a década de 1930. Também conhecida como 
“escultora dos tecidos”, Madame Grès preferia modelar diretamente no corpo 
das modelos e clientes, fazendo drapeados minuciosos que levavam vários 
metros de tecidos, porém, com uma graciosidade e leveza única, marca registrada 
da estilista. 
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO A MOULAGE
8
FIGURA 4 – MADAME GRÈS
FONTE: <https://www.pinterest.nz/pin/33636328439992528/>; <https://www.pinterest.nz/
pin/510314201500856921/>. Acesso em: 12 maio 2021.
Ao longo dos anos, a modelagem tridimensional evoluiu e se tornou 
marca registrada da alta costura francesa desde a década de 1950, quando as 
icônicas maisons Chanel, Dior e Givenchy passaram a incorporar a moulage no seu 
processo de produção e até hoje a utilização da técnica é uma das regras impostas 
pelo sindicato que regulamenta a alta costura, tornando-se, assim, símbolo de 
luxo dentro da moda.
Apesar da modelagem tridimensional possuirmuitas vantagens, segundo 
Silveira (2002 apud SOUZA, 2006), após a revolução industrial que impulsionou 
a produção em série do vestuário, que buscava sempre por maior agilidade e 
redução de custos, a modelagem bidimensional passou a ser amplamente 
utilizada dentro das indústrias, enquanto a moulage desaparecia parcialmente e 
se tornava exclusiva dos trabalhos em ateliês de peças sob medida. No entanto, 
com a indústria do vestuário se tornando cada vez mais competitiva pela busca 
de qualidade e diferenciação, a modelagem tridimensional volta à cena, sendo 
incorporada tanto como processo criativo quanto como técnica essencial no 
desenvolvimento de novos produtos.
TÓPICO 1 — CONCEITUAÇÃO
9
Como a técnica da moulage foi difundida mundialmente pelos estilistas 
franceses, alguns termos ainda são utilizados em língua francesa por muitos autores, 
mesmo em livros nacionais ou traduzidos para o português. Além da palavra moulage, o 
termo toile também é muito utilizado e, em tradução livre, significa tela, o tecido no qual é 
trabalhado a modelagem tridimensional em cima do manequim.
NOTA
2.2 ETAPAS DO PROCESSO 
Para executar a técnica de modelagem tridimensional, é preciso seguir 
algumas etapas, objetivando realizar o processo de forma adequada e assertiva, 
estas etapas incluem a marcação do manequim, preparação da tela, modelar o 
tecido, marcação do modelo, correção da tela e, por fim, a planificação do molde, 
todas explicadas a seguir. 
FIGURA 5 – ETAPAS DO PROCESSO DE MOULAGE
FONTE: A autora
Para iniciar a modelagem tridimensional, é essencial um modelo vivo ou 
manequim para que se possa executar a técnica sobre ele. No entanto, realizar 
a moulage sobre o corpo de um modelo pode dificultar o processo, pois a pessoa 
sente necessidade de se movimentar, enquanto um manequim específico para 
esta finalidade possui a vantagem de permanecer sempre estático sendo possível 
alfinetá-lo sem preocupações. 
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO A MOULAGE
10
• Marcação do manequim: após a escolha do manequim adequado, faz-se 
a marcação do manequim com fita estreita autocolante ou com o auxílio de 
alfinetes, as principais marcações a serem feitas são: centro frente, centro costas, 
laterais, ombros, linha do busto, linha da cintura, linha do quadril, contorno do 
pescoço e cava.
A marcação do manequim será explicada detalhadamente no Tópico 3 desta 
unidade, com passo a passo para que você possa acompanhar e executar. Já as demais 
etapas do processo serão apresentadas na Unidade 2 deste livro.
ESTUDOS FU
TUROS
• Preparação da tela: deve-se calcular a quantidade necessária de tecido para 
execução do modelo pretendido, então, risca-se no meio desta tela a linha de 
centro frente, seguindo o fio reto, e as demais linhas de referência fundamentais, 
dependendo do modelo, como busto, cintura ou quadril.
A preparação do tecido, a ser utilizado, deve ser criteriosa, observando 
o perfeito esquadramento nos sentidos de trama e urdume, a fim de 
garantir a qualidade do produto final. Em geral, inicialmente é traçada 
uma linha de eixo na parte da frente e outra na parte das costas do 
tecido para que elas possam ser colocadas sobre as mesmas linhas do 
manequim e servir como referência na construção do modelo. O tecido 
vai sendo modelado sobre o corpo/suporte (manequim), [...] com a 
habilidade das mãos e o auxílio de alfinetes, e aos poucos a peça vai 
sendo esculpida (SOUZA, 2006, p. 27).
• Modelar o tecido: esta é a fase comumente associada à moulage em si, com a 
tela previamente preparada, deve-se alfinetá-la no manequim com as linhas 
riscadas (centro frente, busto etc.) exatamente sobre as mesmas linhas marcadas 
com o fitilho no manequim, inicia-se, então, o delineamento do tecido em torno 
do manequim, com o auxílio de alfinetes, definem-se as pences, pregas ou 
drapeados, que darão vida ao modelo. Alguns cortes e piques são necessários 
nesta etapa para poder acomodar o tecido ao formato desejado.
TÓPICO 1 — CONCEITUAÇÃO
11
FIGURA 6 – MODELAR O TECIDO
FONTE: <encurtador.com.br/xLY01>; <encurtador.com.br/nuDFT>; <encurtador.com.br/mntGR>. 
Acesso em: 12 maio 2021.
• Marcação do modelo na tela: com o modelo finalizado e o tecido ainda 
alfinetado no manequim, deve-se riscar na tela, com lápis ou caneta específica, 
todas as linhas que delimitem cada parte do molde, bem como as indicações de 
recortes, pences e franzidos necessárias para costura.
• Correção da tela: após retirar a tela do manequim e também todos os alfinetes do 
tecido, deve-se esticar o molde sobre uma mesa plana para correção das linhas e 
curvas com o auxílio de réguas de modelagem, pois, como elas foram traçadas 
sobre a superfície irregular do manequim, é comum que saiam desalinhadas.
• Planificação do molde: com todas as marcações feitas na tela já corrigidas, 
inicia-se, então, a planificação dos moldes, transferindo-os da tela para o papel, 
passando novamente todos os piques e indicações de costura. Agora o molde 
está pronto para reprodução, pilotagem e as outras etapas de modelagem.
FIGURA 7 – PLANIFICAÇÃO DO MOLDE
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/workplace-design-studio-professional-
female-designer-1321412462>. Acesso em: 12 maio 2021.
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO A MOULAGE
12
Independentemente do método de modelagem utilizado, seja 
bidimensional ou tridimensional, segundo Fisher (2010), todas os moldes 
precisam ser provados de forma apropriada antes de iniciar o processo de 
produção, seja a peça exclusiva ou produzida em série, no caso das roupas sob 
medida, a tela costurada deverá ser provada e ajustada no próprio cliente, no 
meio industrial as pelas são provadas em um modelo com as medidas tabeladas 
ou manequim de prova.
2.3 TECIDOS 
Para criar e testar moldes através da modelagem tridimensional, utiliza-
se tradicionalmente o morim em tonalidade crua, que, segundo a definição de 
Abling e Maggio (2014), é um tecido de algodão com baixa densidade de fios, 
sem acabamento e estrutura têxtil do tipo tela, porém, no Brasil é mais comum a 
utilização do tecido de algodão cru sem acabamento, com estrutura têxtil tipo tela 
ou sarja para execução da técnica. Tanto o morim quanto o algodão cru podem ser 
divididos em três tipos de gramatura, leve, média ou pesada, a escolha adequada 
para execução da modelagem tridimensional é aquela mais similar ao tecido final.
FIGURA 8 – MORIM
FONTE: <https://www.loja.ledencadernadora.com.br/lojadeencadernacao/images/stories/
virtuemart/product/perlon.jpg>. Acesso em: 12 maio 2021.
TÓPICO 1 — CONCEITUAÇÃO
13
O morim ou algodão cru são os tecidos mais indicados para a execução da 
modelagem tridimensional quando se trata de tecidos planos. No entanto, a técnica 
também pode ser aplicada em tecidos de malharia, neste caso, o tecido utilizado 
para a realização da moulage deve também ser uma malha com características 
similares ao tecido escolhido para a peça final. 
Para a execução da modelagem tridimensional com excelência, tanto com 
tecidos planos ou malharia, sempre procure utilizar tecidos com peso, textura e 
qualidade mais próximos possível do tecido eleito como definitivo, também o 
manipule no mesmo sentido do fio que será utilizado na peça final.
2.4 SENTIDO DO FIO
O sentido do fio está diretamente relacionado ao caimento e qualidade de 
uma peça de vestuário e deve ser determinado durante a modelagem de acordo 
com a estética pretendida para a peça, tipo de tecido, elasticidade e técnica que 
planeja ser trabalhada na modelagem tridimensional. O sentido do fio pode ser 
reto, transversal ou no viés, conhecer as particularidades de cada um dos tipos de 
sentido de fio torna o trabalho mais dinâmico e assertivo no processo de moulage.
O tecido plano é construído pelo entrelaçamento de dois tipos de fios: 
urdume e trama. O arremate lateral que acompanha o comprimento é chamado 
de ourela. Enquanto o urdume é o fio mais resistente, pois passa pelo processo de 
urdimento, também é o mais esticado, que corre no sentido do comprimentodo 
tecido, a trama é o fio que transpassa o urdume no sentido da largura. Um mesmo 
tecido apresenta característica diferentes para cada um destes três tipos de sentido, 
reto, transversal ou enviesado, com relação a caimento, movimento e elasticidade.
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO A MOULAGE
14
FIGURA 9 – SENTIDO DO FIO
FONTE: Fisher (2010, p. 124)
O sentido do fio reto é utilizado com o fio do urdume, aquele que corre 
paralelo à ourela, posicionado exatamente em cima da linha centro frente da 
marcação do manequim. O fio reto confere um caimento firme, mas não rígido, 
é o sentido do fio mais utilizado e costuma ser empregado em peças que não 
necessitem elasticidade.
O equilíbrio de um molde feito por moulage garante um caimento 
confortável da roupa no corpo, sem girar para a frente, costas ou 
para ambos os lados. Portanto, as costuras laterais da roupa cairão 
corretamente de cima para baixo e assentarão sobre o corpo. Uma boa 
forma de manter o equilíbrio do molde é deixar o centro da frente e 
o centro das costas perfeitamente no fio, fazendo com que a linha do 
urdume corra de cima para baixo, e o fio transversal fique alinhado à 
linha do busto (FISHER, 2010, p. 124, grifo nosso).
 
Ao utilizar o fio no sentido da trama, o caimento da roupa fica mais 
armado e ganha uma leve elasticidade quando comparado ao fio reto, neste caso, 
o fio da trama, que fica perpendicular a ourela, deve ser fixado no manequim em 
cima da linha centro frente. O sentido do fio transversal necessita ser utilizado 
em tecidos com o elastano posicionado no fio do urdume ou que apresentem 
plissados ou estampas barradas.
Para utilizar o sentido do fio enviesado, deve-se riscar o tecido exatamente 
à 45ª da ourela. Quando um tecido é utilizado no viés, apresenta naturalmente 
certa elasticidade, mesmo sem elastano na sua composição. Com o sentido do fio 
enviesado, é possível construir peças ajustadas ao contorno do corpo, mesmo sem 
pences, e também à técnica de drapeados minuciosos desenvolvida pela estilista 
Madeleine Vionnet.
TÓPICO 1 — CONCEITUAÇÃO
15
Para modelar roupas com o corte em viés, é preciso estar atento para que o 
tecido apresente o posicionamento certo, de acordo com Fisher (2010), o viés deve 
correr exatamente no centro da peça do tecido, tanto para frente quanto para as 
costas, quando algum modelo necessitar que o tecido penda para um dos lados, 
deve-se observar que o sentido da trama não se retorce tanto quando o corte no 
sentido do urdume, caindo mais facilmente no viés.
Todas as roupas cortadas em viés necessitam de um tempo de descanso 
para fazer os ajustes. Isso se deve porque o fio utilizado para o urdume difere do fio 
da trama, portanto, também trabalham diferente quando pendidos verticalmente 
e expostos à gravidade, em uma saia godê, por exemplo, é comum que, depois 
de cortada e passado o tempo de descanso, apresente irregularidades quanto ao 
comprimento e precise de ajustes antes de fazer a bainha.
O sentido do fio do tecido deverá ser marcado individualmente para cada 
parte de uma mesma modelagem, pois uma peça não precisa ter todas as suas 
partes cortadas no mesmo sentido do fio, em uma blusa, por exemplo, frente e 
costas podem ser cortados em fio reto, enquanto as mangas são enviesadas.
2.5 ACESSÓRIOS DE ESTRUTURA
O processo de modelagem, seja ela plana ou tridimensional, inclui pensar 
em quais estruturas farão parte da composição da roupa. Para Fisher (2010, p. 
137), “obter a estrutura certa sob uma peça de roupa é um dos aspectos mais 
desafiadores e satisfatórios do processo de construção do vestuário”. Bojos, 
ombreiras, barbatanas e entretelas são elementos comumente usados para dar 
sustentação à roupa.
Para Fisher (2010, p. 137), “a fim de obter uma aparência estruturada, é 
necessário criar sustentação por meio de outros materiais e técnicas. Ao longo 
dos anos, muitos estilistas complementaram ou deformaram o formato do corpo 
usando cortes diferenciados e bases estruturadas”. Enchimentos e acessórios 
podem ser utilizados para acrescentar volumes ou formas diferenciadas à roupa, 
ou dar destaque à alguma parte específica do corpo, como é o caso das ombreiras, 
em variados formatos além de dar suporte à peça, também é utilizada para criar 
novos formatos estéticos.
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO A MOULAGE
16
FIGURA 10 – MANEQUIM COM OMBREIRA
FONTE: <https://www.pinterest.nz/pin/69524387990405470/>. Acesso em: 12 maio 2021.
Como a modelagem tridimensional é executada em cima da forma do 
manequim quando elementos de estrutura serão utilizados por dentro de uma peça 
de roupa, como bojos, ombreiras, ou outros acessórios de volume, estes devem sem 
fixados no manequim para que o tecido seja modelado, também, por cima dessa 
estrutura, pois esse volume interfere diretamente nas medidas da roupa.
3 MOULAGE NO PROCESSO INDUSTRIAL
Dentro do processo de produção industrial de vestuário, a modelagem é 
extremamente importante, pois é através dela que o design criado pelo estilista 
se materializa. Segundo Souza (2006, p. 28), “as etapas do desenvolvimento da 
modelagem industrial, seja plana ou tridimensional, encontram-se inseridas no 
processo de desenvolvimento do produto de moda”. 
Apesar da modelagem tridimensional ter passado algumas décadas 
associada à criação de peças sob medida e praticamente excluída do processo 
industrial de confecção do vestuário, recentemente, tem conquistado espaço 
dentro das fábricas, tanto como ferramenta criativa para estilistas, como para 
modelar peças com volumes ou drapeados difíceis de resolver através da 
modelagem bidimensional.
A moulage é o método característico da alta-costura, mas vem sendo 
emprega no desenvolvimento de peças para confecção industrial, 
através do uso de manequins de prova (manequim de alfaiate) 
confeccionados em medidas padronizadas. Sobre o manequim é 
ajustado o toile de maneira a obter o caimento indicado no desenho de 
moda ou desenho técnico (TREPTOW, 2003, p. 154, grifo nosso). 
TÓPICO 1 — CONCEITUAÇÃO
17
O desenvolvimento de um novo produto de vestuário, no qual a 
modelagem está inserida, envolve várias etapas, cada qual com sua importância 
para o fluxo de processo e qualidade da peça final. Para Mariano (2011, p. 77) “a 
modelagem é a ponte entre o projeto e sua materialização, bem como um dos 
processos responsáveis pela padronização do produto dentro do sistema industrial 
de fabricação do vestuário”. Assim, é necessário compreender onde a modelagem 
está inserida no contexto produtivo industrial de um novo produto de vestuário.
O desenvolvimento de produto se inicia no setor de criação que, de acordo 
com Heirich (2007), é responsável pela pesquisa de tendências, definição de conceito 
da coleção e desenho de croquis, a etapa seguinte é o desenvolvimento técnico, 
quando é elaborada a ficha técnica contendo o detalhamento descritivo da peça. 
Há cinco passos básicos nos processos de criação. [...] Tradicionalmente, 
o design começa com uma ideia que será o croqui conceitual, que cria 
um estilo de moda. O próximo passo pode ser o desenho técnico, assim 
como as especificações com suas medidas de produção, que representa 
a silhueta da roupa. Os passos seguintes podem ser a modelagem da 
roupa ou o próprio toile, um protótipo que apresenta a interpretação 
bidimensional em tridimensional, conforme o molde se transforma em 
roupa (ABLING; MAGGIO, 2014, p. 194, grifo nosso).
Para a realização da modelagem é então escolhida a técnica mais adequada, 
se modelagem plana ou tridimensional, cada qual com seus processos. Quando 
finalizada a modelagem, passa para a etapa de pilotagem, na qual é cortada e 
costurada uma peça com o tecido final para teste da modelagem, caimento 
e acabamentos. Com esta peça piloto é então realizada uma prova de roupa 
em modelo com medidas padronizadas pela marca, se a peça já for aprovada, 
é executada a gradação da modelagem para os demais tamanhos e o produto 
parte para a produção. No entanto, caso seja decidido pela equipe de prova queé 
necessário realizar alguma correção ou alteração, isto é feito na ficha técnica que 
retorna ao setor de modelagem para que sejam efetuadas e repete-se o processo 
até que a peça seja aprovada para seguir para a gradação e produção.
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO A MOULAGE
18
FIGURA 11 – DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
FONTE: Adaptado de Heirich (2007)
Para maior contextualização acerca da moulage no processo industrial 
de confecção de vestuário, nos próximos subtópicos será abordado quais as 
vantagens na utilização da modelagem tridimensional no cenário industrial e em 
quais situações a técnica se torna mais proveitosa e produtiva, e, também, como 
acontece o processo da moulage até o molde final dentro de uma indústria.
3.1 VANTAGENS DO USO DA MOULAGE NA INDÚSTRIA 
Souza (2006) afirma que a modelagem plana é comumente a técnica mais 
utilizada na indústria do vestuário, apesar do método possuir limitações devido 
ao seu caráter bidimensional, para a autora, a comunicação estabelecida neste 
esquema entre as áreas de criação e modelagem não é eficiente, pois algumas 
empresas necessitam confeccionar até três peças pilotos para que o modelista 
compreenda a estética pretendida pelo estilista.
TÓPICO 1 — CONCEITUAÇÃO
19
A utilização da modelagem bidimensional exige muita experiência e 
habilidade do modelista, pois, para Souza (2006, p. 25), “traçam-se moldes em 
duas dimensões para recobrirem as formas do corpo que são tridimensionais, a 
falta de proximidade com o suporte limita ou até mesmo impede a visualização 
das inúmeras possibilidades de conformação”.
A moulage permite trabalhar esta flexibilidade de criações sobre o 
corpo, de acordo com as contínuas transformações da moda. O corpo 
pode ser visualizado no espaço tridimensional, proporcionando 
o direcionamento inicial para o estudo formal do vestuário. Isto é 
fundamental a fim de que o profissional de moda perceba as relações 
formais do corpo em todas as suas posições, ou seja, frente, perfil e 
costas (SILVEIRA; CLASEN, 2014, p. 153, grifo nosso).
Esta proximidade entre o manequim que representa as formas do 
corpo e o tecido similar ao que será utilizado na peça final, oportuniza a 
experimentação de possibilidades construtivas, proporcionando ao modelista 
visualizar o resultado tridimensional da peça ainda durante a realização do 
processo, fator que reduz o número de pilotagens para chegar ao resultado 
estético esperado, reduzindo, também, os custos de prototipagem e tempo na 
etapa de desenvolvimento de produto.
No Brasil, somente há alguns anos, a técnica tem despertado o interesse 
dos profissionais da moda e das empresas do vestuário. Sua prática, 
também, favorece o processo industrial e o trabalho dos modelistas, 
que poderão visualizar como o modelo criado no desenho se apresenta 
em relação à figura humana, e concluírem se o modelo ficou conforme 
o planejado no setor de criação. Isso permite envolvimento direto 
com a criação do modelo e sua forma, pois podem ser percebidas as 
proporções e feitas mudanças enquanto o modelo está no manequim, 
até obter a sua adequação. É possível acompanhar, visualizando a 
sua evolução, fazer mudanças e variações à modelagem (SILVEIRA; 
CLASEN, 2014, p. 153).
Em alguns casos, no entanto, a modelagem tridimensional pode não 
compensar comparada à modelagem plana, como, por exemplo, para fazer uma 
camiseta de malha é mais trabalhoso e demorado utilizar a moulage do que traçar 
um diagrama e construir uma base. No contexto industrial, para peças mais 
simples que diferem apenas em alguns recortes dos modelos já confeccionados 
anteriormente, também se torna muito mais rápido utilizar a modelagem plana, 
pois já existe um banco de bases salvas no software que a empresa utiliza.
A modelagem tridimensional é mais vantajosa quando utilizada para 
construir peças diferenciadas e inovadoras em relação às formas e volumes, ou 
para modelar peças mais ajustadas ao corpo e criação de detalhes difíceis de 
representar em um desenho, pois a técnica propicia a visualização imediata em 
três dimensões do que está sendo executado.
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO A MOULAGE
20
3.2 DA MOULAGE AO MOLDE FINAL NA INDÚSTRIA
Para que a modelagem tridimensional seja incorporada no sistema 
industrial, é necessária a inclusão de algumas etapas a mais, para transformar 
o processo possível de produzir peças em grande escala. Com grande parte das 
empresas de vestuário já utilizando a tecnologia dos softwares de modelagem 
e automação do corte para produção é necessário inserir os moldes construídos 
manualmente através da moulage no sistema digital.
A moulage como técnica de trabalho tem se mostrado mais rápida 
e eficaz, por facilitar o processo de criação/produção e análise 
do produto durante o processo, antes mesmo da montagem do 
protótipo. Na indústria, a moulage pode ser usada para desenvolver 
o protótipo, como já foi ressaltado, e transferido para o papel, como 
molde definitivo. As empresas do vestuário podem com o sistema 
CAD (projeto assistido por computador) transferir a modelagem do 
protótipo para o computador por meio da mesa digitalizadora, para ser 
efetuada a graduação (todos os tamanhos, ampliando e reduzindo) e o 
encaixe dos moldes, que seguem para a linha de produção (SILVEIRA; 
CLASEN, 2014, p. 159, grifo nosso).
A marcação do manequim com fitilho é realizada para orientar as linhas 
essenciais para construção da modelagem e também delimitar os limites específicos 
para o modelo a ser executado, realiza-se então a moulage com tecido similar 
ao definitivo. Após finalizar a modelagem tridimensional, fazer as marcações 
necessárias no tecido e retirá-lo do manequim, realiza-se a planificação, processo de 
transformar o toile em moldes de papel utilizados para fazer a peça piloto, que será 
provada em um modelo real, para verificar a necessidade de ajustes ou alterações.
Com a peça aprovada, os moldes de papel são digitalizados através de 
tecnologia desenvolvida especificamente para esta finalidade, que reconhece 
os limites e contornos do molde e transfere para o software de modelagem, 
sendo preciso apenas pequenos ajustes corretivos. Com os moldes inseridos no 
software é possível realizar a gradação como qualquer outro molde desenvolvido 
digitalmente e, posteriormente encaminhados para o encaixe e produção.
TÓPICO 1 — CONCEITUAÇÃO
21
FIGURA 12 – PROCESSO DE MOULAGE NA INDÚSTRIA
FONTE: A autora
4 A RELAÇÃO ENTRE TÉCNICA E CRIATIVIDADE
A modelagem tridimensional está intrinsicamente envolvida na relação 
entre técnica e criatividade para o desenvolvimento de produtos de moda. Ao 
contrário da modelagem plana que, na maioria das vezes, separa o processo de 
criação (realizado através do desenho) da parte técnica de construção da roupa, na 
moulage, esses processos muitas vezes acontecem mutuamente, exigindo maiores 
conhecimentos do profissional que a executa, mas também proporcionando 
liberdade de criação e previsão real do produto.
De acordo com Silveira (2017, p. 16), a modelagem tridimensional 
possibilita “a amplitude do espaço à criatividade do profissional da moda e a 
oportunidade de permitir que se obtenha uma roupa com melhor acabamento no 
sentido do caimento, ajustes mais precisos e a possibilidade de avaliar, a inserção 
de acessórios externos, que possam diferenciar o modelo”.
Para melhor compreensão do assunto, nos próximos subtópicos será 
abordada a utilização da moulage como ferramenta criativa no universo da 
moda e também como realizar algumas técnicas criativas a partir do conceito de 
modelagem tridimensional.
4.1 MOULAGE COMO FERRAMENTA CRIATIVA 
A modelagem tridimensional pode ser utilizada como ferramenta criativa 
para invento de novas formas e volumes, principalmente pelo fato de o mercado 
de confecção de vestuário estar cada vez mais competitivo, se tornando essencial 
à busca por produtos diferenciados. A moulage possibilita um processo criativo 
livre diretamente sobre o corpo do manequim, facilitando a compreensão dos 
aspectos estéticose ergonômicos combinados, além da percepção da peça em 
todos os seus ângulos, favorecendo a verificação de possibilidades construtivas.
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO A MOULAGE
22
Na construção de um modelo do vestuário com a técnica moulage, as 
características físicas de peso e espessura dos tecidos ganham volumes e 
caimentos diversos quando sobrepostos ao corpo, o que exige a escolha 
adequada do tecido. Os tecidos se comportam de maneiras diferentes, 
de acordo com a tensão e inclinação com que são manipulados sobre o 
corpo, produzindo efeitos, muitas vezes, inesperados. Surgem assim, 
formas e contornos que não seriam possíveis de se atingir, caso não 
houvesse esse contato direto e experimental entre o tecido e o corpo, 
representado por um manequim no processo industrial. Neste caso, o 
projeto da roupa desenvolvido, a partir dessa experimentação, libera 
durante a realização do trabalho, a criatividade do profissional na 
construção de peças com formas, estruturas e caimentos diferenciados 
(SILVEIRA, 2017, p. 2, grifo nosso).
A criação e modelagem de uma peça de vestuário são etapas conexas 
e complementares. No entanto, no processo industrial de desenvolvimento de 
produto, é comum estes dois setores apresentarem-se separados. 
Assim, o trabalho do estilista e do modelista são realizados dissociadamente, 
situação que acarreta inúmeros problemas de comunicação e entendimento entre 
os profissionais, e, como consequência, exige a confecção de um maior número de 
peças piloto e desperdício de tempo e materiais. 
Ao possibilitar à amplitude do espaço inventivo e de experimentação 
ao designer de moda, este aumenta a sua percepção do desenvolvimento de 
produto e pode aprimorar a compreensão da modelagem através do exercício 
da criatividade, bem como o conhecimento das medidas e anatomia do corpo 
humano, resultando na criação de peças diferenciadas apresentadas em desenhos 
técnicos e que favoreçam a comunicação com o modelista. 
FIGURA 13 – EXPERIMENTAÇÃO EM MOULAGE
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/cropped-view-seamstress-trying-on-
fabric-1853428822>; <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/workplace-sew-clothes-
seamstress-fashion-designer-1853428762>. Acesso em: 12 maio 2021.
TÓPICO 1 — CONCEITUAÇÃO
23
4.2 TÉCNICAS CRIATIVAS 
Para o desenvolvimento da criatividade através da modelagem 
tridimensional, algumas técnicas e ferramentas podem ser aplicadas para 
fomentar a inventividade e possibilitar a experimentação com diferentes materiais 
e viabilidades construtivas. O método de criar sobre o manequim é dinâmico e 
interativo, favorecendo a inovação.
A moulage é uma ferramenta eficaz na condução do processo dinâmico 
de transformar ideias e materiais em produtos de moda, tornando a 
criação realizável, na medida em que lhe atribui forma, induzindo a 
novas perspectivas construtivas traduzidas em formas inovadoras e 
configurando uma nova silhueta (SALEH, 2015, p. 132, grifo nosso).
A criação de peças conceituais em papel pardo ou similar, diretamente 
sobre o manequim, através de pregas, sobreposições, dobras e torcidos, quando 
utilizada como atividade lúdica e criativa proporciona maior noção de espaço, 
volumes e manipulação de materiais diferenciados, pois o papel trabalha 
diferentemente de tecidos quanto a caimento e volume, no entanto, é possível 
estruturar o tecido para que ele se torne mais rígido, por isso a importância de 
conhecer novas possibilidades.
FIGURA 14 – EXPERIMENTAÇÃO COM PAPEL PARDO
FONTE: A autora
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO A MOULAGE
24
O documentário A costura do invisível, realizado pelo estilista Jum Nakao 
(2005), apresenta a relação entre corpo, criatividade e papel, mostrando o processo de 
trabalho do desfile exibido no São Paulo Fashion Week 2004. Vale a pena assistir!
DICAS
DOCUMENTÁRIO À COSTURA DO INVISÍVEL
FONTE: <https://www.jumnakao.com/wp-content/uploads/2014/02/slide.jpg>. 
Acesso em: 12 maio 2021.
A crepagem, outra técnica que pode ser utilizada de modo criativo, 
utiliza fita crepe para envolver o manequim através da sobreposição de tiras 
da fita no sentido vertical, cobrindo todo o corpo do boneco, ou apenas um 
lado, frente e costas, formando, assim, uma película exatamente com as formas 
e medidas do manequim. 
Essa técnica proporciona maior entendimento de silhuetas e pode ser 
aplicada para compreensão da necessidade da inserção de pences para delinear os 
contornos do corpo humano, ou para se desenhar diretamente sobre a crepagem 
ainda no manequim, favorecendo a percepção entre a criação e modelagem de 
uma peça. No Brasil, o estilista Jum Nakao é famoso por utilizar a técnica da 
crepagem nas suas criações inusitadas.
TÓPICO 1 — CONCEITUAÇÃO
25
FIGURA 15 – CREPAGEM
FONTE: <https://www.jumnakao.com/wp-content/uploads/2016/05/curso_modulo1_img.jpg>. 
Acesso em: 12 maio 2021.
Para exercitar a criatividade, segundo Fisher (2010), a utilização de cortes 
de tecido em formatos geométricos pode ser uma maneira excitante de trabalhar 
no manequim, o autor sugere cortar formas em diferentes tamanhos, desde círculos 
até quadrados, que podem ser modeladas separadamente ou costuradas, buscando 
um resultado diferenciado. Na Figura 16, referenciada de Fischer (2010), o primeiro 
manequim apresenta uma modelagem circular com cavas cobrindo o busto, no 
segundo manequim, uma saia foi construída com a modelagem de triângulo e 
retângulo cortados no viés, no terceiro manequim, o modelo foi executado com dois 
triângulos e uma faixa retangular cortados enviesados.
FIGURA 16 – TÉCNICAS CRIATIVAS
FONTE: Fisher (2010, p. 130)
26
Neste tópico, você aprendeu que: 
• A moulage é um método de modelagem tridimensional que manipula o tecido 
diretamente no manequim com o auxílio de alfinetes, a técnica facilita a 
visualização do resultado ainda durante o processo. 
• Para executar a técnica de modelagem tridimensional, é preciso seguir as etapas: 
marcação do manequim, preparação da tela, modelar o tecido, marcação do 
modelo, correção da tela e por fim, a planificação do molde. 
• Para a execução da modelagem tridimensional com excelência, tanto com 
tecidos planos ou malharia, devem-se utilizar tecidos com peso, textura e 
qualidade mais próximos possível ao tecido escolhido para a peça final.
• O sentido do fio pode ser reto, transversal ou no viés, conhecer as 
particularidades de cada um dos tipos de sentido de fio torna o trabalho mais 
dinâmico e assertivo no processo de moulage.
• No processo industrial de confecção de vestuário, a modelagem tridimensional 
é mais vantajosa quando utilizada para construir peças diferenciadas e 
inovadoras com relação à forma e volume.
RESUMO DO TÓPICO 1
27
1 A moulage é um método de modelagem tridimensional que manipula o tecido 
diretamente no manequim com o auxílio de alfinetes, através de utilização 
de técnicas como pences e drapeados, proporcionando a oportunidade 
de esculpir o tecido, o método facilita a visualização do resultado ainda 
durante o processo, permitindo criar designs únicos e experimentais. Sobre 
a modelagem tridimensional, classifique V para as sentenças verdadeiras e 
F para as falsas:
( ) A palavra moulage deriva do termo francês moulé, que significa moldar, 
no sentido de dar forma ao tecido.
( ) A modelagem tridimensional pode ser utilizada somente para tecidos 
planos, não podendo ser aplicada para peças de malha.
( ) A moulage por ser uma técnica de maior precisão, dispensa a confecção de 
peças pilotos para aprovação, sendo mais econômica que outras técnicas 
de modelagem.
( ) A modelagem tridimensional pode ser considerada o primeiro método de 
modelar tecidos com o intuito de cobrir o corpo, realizada de maneira intuitiva 
pelo homem desde o surgimento dos primeiros materiais têxteis, sendo 
modelados, dobrados e enrolados ao redor do corpo de variados modos.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F – F. 
b) ( ) V – F – F – V. 
c) ( ) F – V – F – V. 
d) ( ) V– F – V – V. 
2 (ENADE, 2018) Para a roupa ter um bom caimento ao vestir é necessário 
que tenham sido considerados aspectos ergonômicos adequados ao perfil 
do público-alvo. A aplicação da ergonomia nos produtos de moda ocorre 
na etapa de modelagem, na qual o desenho começa a ganhar forma, 
seja no papel, pela modelagem plana, seja no tecido, pela modelagem 
tridimensional (também denominada moulage ou drapping). A modelagem 
tridimensional confere ao produto o ajuste perfeito às curvas do corpo e 
cria o efeito desejado em cada tecido a ser trabalhado, conforme a criação 
do designer de moda. Nesse contexto, avalie as afirmações a seguir:
FONTE: <https://www.indagacao.com.br/2019/02/enade-2018-para-roupa-ter-um-bom-
caimento-ao-vestir-e-necessario-que-tenham-sido-considerados-aspectos-ergonomicos.
html>. Acesso em: 12 maio 2021.
I- Na execução da técnica de modelagem tridimensional, após a manipulação 
e a marcação do tecido sobre o manequim, o tecido é retirado e são feitos 
os traços e as curvas com o auxílio de réguas de modelagem.
AUTOATIVIDADE
28
II- A técnica de modelagem tridimensional permite que o profissional molde 
os tecidos diretamente no manequim, sendo necessário marcar as linhas 
de referência da cintura, do quadril e do busto, entre outras.
III- Na indústria, a utilização da técnica de modelagem tridimensional 
proporciona liberdade de criação ao designer de moda, visto que o 
processo criativo é desenvolvido diretamente no tecido, dispensando-se a 
planificação do molde.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
3 Dentro do processo de produção industrial de vestuário, a modelagem 
é extremamente importante, pois é através dela que o design criado 
pelo estilista se materializa. O desenvolvimento de um novo produto de 
vestuário, no qual a modelagem está inserida, envolve várias etapas, cada 
qual com sua importância para o fluxo de processo e qualidade da peça 
final. Sobre a utilização do método de modelagem tridimensional dentro 
do processo industrial de vestuário, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Para a realização da modelagem, tanto a plana como a tridimensional, 
cada qual com seus processos, quando finalizada passa para a etapa de 
pilotagem, na qual é cortada e costurada uma peça com o tecido final 
para teste da modelagem, caimento e acabamentos.
b) ( ) Em aspectos de agilidade e precisão, a modelagem tridimensional é 
sempre mais vantajosa quando comparada à modelagem plana.
c) ( ) A modelagem tridimensional, quando inserida no processo industrial, 
não necessita de confecção de peça piloto no tecido definitivo, após 
a finalização da moulage, os moldes já são graduados e cortados em 
grande escala.
d) ( ) No contexto industrial, a modelagem tridimensional é sempre executada 
diretamente no corpo de um modelo vivo, pois facilita o processo.
4 A modelagem tridimensional, também conhecida como moulage, consiste 
em uma técnica para construção de moldes para peças de vestuário, 
diretamente sobre manequim ou corpo do modelo, é amplamente utilizada 
tanto para roupas sob medida quanto em produção de escala industrial. Para 
executar a técnica de modelagem tridimensional é preciso seguir algumas 
etapas, objetivando realizar o processo de forma adequada e assertiva. 
Descreva quais são as etapas inclusas na modelagem tridimensional. 
29
5 A modelagem tridimensional passou algumas décadas associada à criação 
de peças sob medida e praticamente excluída do processo industrial de 
confecção do vestuário, mas, recentemente, tem conquistado espaço dentro 
das fábricas, tanto como ferramenta criativa para estilistas, como para 
modelar peças com volumes ou drapeados difíceis de resolver através da 
modelagem bidimensional. Neste contexto, disserte sobre as vantagens da 
utilização da modelagem tridimensional no processo industrial.
30
31
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
MANEQUINS, MEDIDAS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS
1 INTRODUÇÃO
A modelagem tridimensional necessita de materiais e instrumentos 
próprios para sua adequada aplicação, principalmente, quando inserida em um 
processo industrial de produção de vestuário, que exige padronização de medidas e 
processos. A moulage não consiste apenas em esculpir o tecido sobre o manequim, 
envolve uma série de técnicas como marcação em fitilho, correto posicionamento 
dos alfinetes, esquadramento das linhas estruturais e marcação do sentido do fio. 
Para execução do método, é imprescindível conhecer os materiais e ferramentas 
específicos para garantir a precisão e assertividade do trabalho.
Acadêmico, no Tópico 2, apresentaremos os tipos de manequins 
existentes para a aplicação da técnica da moulage, também abordaremos a tabela 
de medidas e tamanhos dos manequins e como aplicar o método da bourrage para 
adaptá-los às medidas e formas necessárias, bem como será especificado quais 
os materiais adequados para que você possa fazer a modelagem tridimensional 
e os tecidos apropriados.
2 MANEQUINS
Para que o método de modelagem tridimensional possa ser aplicado 
adequadamente se faz necessário a utilização de um manequim. Diferentemente 
das antigas mestras da moulage, Madeleine Vionnet e Madame Grès, que 
realizavam a moulage diretamente no corpo da modelo ou cliente, e até mesmo 
em bonecos de madeira em meia escala, atualmente, utiliza-se o manequim 
específico para moulage, pois possibilita maior liberdade para executar a técnica, 
alfinetando, manipulando, além de poder continuar o trabalho no dia seguinte.
O manequim específico para moulage é construído em madeira com um 
espesso revestimento acolchoado, permitindo inserir os alfinetes totalmente, 
anatomicamente proporcional e com uma base firme de altura regulável. 
Atualmente, existem muitos modelos de manequins disponíveis no mercado, nos 
próximos tópicos serão apresentados os manequins femininos em suas variações, 
os manequins masculino e infantil e também o manequim em meia escala. 
32
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO A MOULAGE
2.1 MANEQUIM FEMININOS
O segmento feminino adulto é o maior dentro do ramo da moda e também 
o que permite maior liberdade de formas e volumes nas peças de vestuário, 
por esta razão existem diversos modelos de manequins femininos, buscando 
atender às necessidades que os modelistas enfrentam ao desenvolver peças para 
este público. O manequim clássico não possui a definição das pernas, pois foi 
criado para modelar somente vestidos, continua sendo o modelo mais utilizado 
nos ateliês de costura, no entanto, com a evolução do vestuário feminino, novos 
modelos de manequins foram desenvolvidos para comercialização.
O manequim padrão sportswear e streetwear é utilizado em escolas e 
estúdios de design. [...] Existem ainda outros tipos de manequim para 
as diversas necessidades da moulage. Esses manequins são produzidos 
para tamanhos infantil, infanto-juvenil, feminino adulto feminino petit, 
feminino alto e tamanhos intermediários. No entanto, esses modelos 
de manequins não são comumente encontrados entre os fabricantes 
brasileiros; no Brasil, as empresas tendem a se focar nas linhas 
infanto-juvenil – que engloba tamanhos de idades entre 18 meses a 
16 anos –, feminino, masculino, gestante e plus size. Também podem 
ser confeccionados para medidas especiais ou sob medida (ABLING; 
MAGGIO, 2014, p. 4, grifo nosso).
Os modelos de manequim femininos mais utilizados no Brasil são o 
manequim clássico, o manequim meia perna, perna inteira (também conhecido 
como streetwear), manequim articulado e o específico para lingerie, conforme 
demonstrado na Figura 17. 
O manequim clássico possui os contornos da parte superior do corpo 
feminino enquanto a parte inferior é desenvolvida reta, sem o delineamento das 
pernas, pois é voltado para a modelagem de blusas, vestidos e saias. 
 
Já o manequim de meia perna possui a definição bem delimitada do ganchoe entrepernas, assim como o manequim de perna inteira, pois são utilizados para 
desenvolvimento de shorts, calças e macacões, alguns modelos tem a opção de 
suporte suspenso para facilitar o trabalho de provar e tirar partes inferiores. 
O manequim articulado é muito versátil, pois possui braço, perna e 
cabeça removíveis que se encaixam por meio de parafuso ao corpo do boneco, 
permitindo a criação de peças variadas. E o manequim específico para lingerie 
tem todos os contornos bem definidos com altura de uma das pernas próxima à 
virilha, para facilitar a colocação e retirada das peças íntimas e entrepernas com 
medida adequada para fundo de calcinhas e maiôs.
TÓPICO 2 — MANEQUINS, MEDIDAS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS
33
FIGURA 17 – MANEQUINS FEMININOS
FONTE: Adaptada de <https://manequinsmoulage.com/feminino/>. Acesso em: 12 maio 2021.
2.2 MANEQUINS MASCULINO E INFANTIL
Os manequins masculinos são desenvolvidos anatomicamente através 
das medidas antropométricas do homem e possuem vasta grade de numeração. 
Ao contrário dos manequins femininos, que possuem maior variedade, os 
masculinos são encontrados nos modelos de meia perna e perna inteira, pois 
costumam atender às necessidades de elaboração de modelagem.
34
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO A MOULAGE
FIGURA 18 – MANEQUINS MASCULINOS
FONTE: Adaptada de <https://manequinsmoulage.com/masculinos/>. Acesso em: 12 maio 2021.
Os manequins infantis são construídos de acordo com as especificidades 
de um corpo de criança, até o tamanho oito anos são considerados unissex, a partir 
desta idade dividem-se em feminino e masculino. Normalmente estão disponíveis 
nos modelos meia perna e perna inteira, conforme ilustrado na Figura 19.
FIGURA 19 – MANEQUINS INFANTIS
FONTE: Adaptada de <https://www.draftmanequins.com.br/infantis>. Acesso em: 12 maio 2021.
TÓPICO 2 — MANEQUINS, MEDIDAS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS
35
2.3 MANEQUIM EM MEIA ESCALA
Os manequins em meia escala têm as medidas de determinado tamanho 
divididas exatamente pela metade, ou seja, se o tamanho 42 possui 102 cm no 
contorno do quadril, o manequim em meia escala do correspondente tamanho 
irá ter 51 cm neste mesmo local. Devido à sua dimensão reduzida, exige um 
trabalho delicado e minucioso. Os manequins em meia escala são utilizados 
por muitos profissionais, desde a precursora Madeleine Vionnet, para testar a 
criação de formas e volumes, pois, como são menores, é mais ágil modelar neles 
e, consequentemente, consome-se menos tecido.
FIGURA 20 – MANEQUIM EM MEIA ESCALA
FONTE: <https://www.pinterest.nz/pin/574420127479919407/>. Acesso em: 12 maio 2021.
Para melhor conservação do manequim, deve-se mantê-lo em lugar seco 
e arejado, para evitar mofo devido à umidade. A exposição à água, ou outros tipos de 
líquidos, pode deformar a madeira/espuma, por consequência, suas medidas e contornos, 
estragando o manequim. Evite utilizar objetos cortantes ou que soltem tintas diretamente 
sobre o manequim. Também evite utilizar o stimmer, ferros de passar ou objetos quentes no 
manequim, pois pode resultar em manchas indesejáveis no tecido do manequim. Para maior 
durabilidade e facilidade de higienização, é aconselhável aplicar spray impermeabilizante 
no manequim. Ao finalizar o trabalho, deve-se cobrir o manequim com capa protetora.
INTERESSA
NTE
36
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO A MOULAGE
3 TAMANHOS E MEDIDAS
Os tamanhos e medidas dos manequins utilizados para a modelagem 
tridimensional são elaborados a partir da fisiologia humana e sua antropometria, 
construindo, assim, uma grade de numeração. Segundo Silveira e Clasen (2014), 
“para trabalhar com o vestuário é necessário conhecer a anatomia do corpo 
humano, para representá-lo no traçado bidimensional (modelagem plana) ou 
criar sobre ele modelos do vestuário (modelagem tridimensional)”.
FIGURA 21 – MEDIDAS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/tailor-dummy-measuring-tapes-
fashion-studio-401099125>. Acesso em: 12 maio 2021.
Cada fabricante de manequins industriais possui uma tabela de medidas 
própria para a construção dos bonecos, baseada em estudos antropométricos 
de cada segmento: feminino, masculino, infantil ou plus size. Os fabricantes 
também levam em consideração o biotipo de cada público de acordo com a etnia 
e características da população local, pois isto pode mudar de país para país. Na 
Tabela 1 é apresentada a tabela de medidas do manequim feminino de uma marca 
nacional, com grade do 34 ao 50.
TÓPICO 2 — MANEQUINS, MEDIDAS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS
37
TABELA 1 – TABELA DE MEDIDAS DE MANEQUIM FEMININO
Tamanhos 34 36 38 40 42 44 46 48 50
Busto 76 80 84 88 92 96 100 104 108
Cintura 56 60 64 68 72 76 80 84 88
Quadril 86 90 94 98 102 106 110 114 118
Ombros 35 35 37 38 39 40 41 42 43
Coxa 50 50 54 56 58 60 62 64 66
Linha do 
ombro 9 10 11 12 13 14 15 16 17
FONTE: Adaptada de <https://manequinsmoulage.com/tabela-de-medidas/>. 
Acesso em: 12 maio 2021.
Para escolha adequada no momento de adquirir um manequim, é preciso 
levar em consideração para qual finalidade será utilizado. Para treinamento e 
uso próprio, você pode escolher um manequim do seu tamanho ou um tamanho 
menor, pois é possível realizar ajustes ou adaptações, aumentando algumas 
medidas e contornos, através da bourrage. 
Para utilização na confecção de roupas sob medida, se não for viável 
adquirir a grade completa de manequins devem-se analisar quais os tamanhos 
de maior procura pelos clientes para decidir qual tamanho atenderá melhor às 
necessidades, tendo a consciência de que é mais fácil adaptar e aumentar as 
medidas de tamanhos menores. Já para a utilização em um processo industrial, 
o manequim deve ser do tamanho utilizado como padrão pela marca para a 
confecção da modelagem e peça piloto.
3.1 BOURRAGE
Os manequins industriais, apesar de serem construídos baseados nas 
medidas e morfologia do corpo humano, muitas vezes, não atendem perfeitamente 
às necessidades da produção de roupas sob medida, isto porque cada pessoa 
possui medidas e contornos que formam um conjunto único. Para solucionar esse 
problema, a modelagem tridimensional utiliza a técnica chamada bourrage, que 
consiste em adaptar o manequim com o auxílio de acessórios para aumentar as 
medidas e se aproximar ao contorno do corpo da cliente.
38
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO A MOULAGE
FIGURA 22 – BOURRAGE
FONTE: <https://br.pinterest.com/pin/161988917822915057/>. Acesso em: 12 maio 2021.
A palavra bourrage vem do verbo francês bourrer, que significa encher, ou 
seja, a bourrage nada mais é do que o enchimento acrescentado ao manequim de 
modelagem tridimensional para adaptá-lo às necessidades de produção. Com a 
utilização desta técnica, é possível modelar roupas para uma grande variedade 
de clientes, mesmo com um número reduzido de manequins, sem a necessidade 
de possuir uma grade inteira de tamanhos. 
A bourrage é uma etapa de extrema importância no processo de 
construção de uma roupa através da técnica de moulage, pois na maior 
parte das vezes pessoas reais não possuem as mesmas medidas que o 
manequim. Por melhor que o manequim seja, às vezes a cliente tem 
uma saliência no abdômen, o quadril avantajado, próteses de silicone, 
ou até escoliose, enfim, qualquer que seja a adaptação necessária, 
podemos sim fazer no manequim através da bourrage (SALEH, 2020, 
s.p., grifo nosso).
Para realizar a bourrage, existem muitas opções de materiais, sendo 
possível utilizar materiais que você já tenha disponíveis, como bojo, ombreiras, 
manta acrílica ou feltro. O importante é escolher um manequim com as medidas 
aproximadas, porém menores do que as medidas da pessoa para qual a peça será 
modelada, pois é possível somente acrescentar medidas e não diminuir. Através da 
técnica, além de fazer correções morfológicas e adaptações de medidas, é possível 
também transformar o seu manequim para o público plus size ou gestante, visto 
que estes modelos são difíceis de encontrar no mercado.
TÓPICO 2 — MANEQUINS, MEDIDAS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS
39

Continue navegando