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Direitos Humanos

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XXXV EXAME DA OAB 
 
 
 
 
 
 
DIREITOS 
HUMANOS 
 
Professor José Aras 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/cejascurso/
https://www.facebook.com/cursocejas
https://www.youtube.com/channel/UCborv6CABv7Qdq1mT9Y4zMQ
https://open.spotify.com/show/3yYCkW4Nb80xFsbLx9bLWT?si=3lzQsaAZT7S-iUrgZZLpqw&dl_branch=1
https://api.whatsapp.com/send/?phone=5571996006480&text&app_absent=0
https://t.me/s/cejasoab
 
________________________________________________ 
https://www.cejasonline.com.br/ 
 
 
DIREITOS HUMANOS 
______________________________________________________________ 
Fábio Barbosa 
2 2 
 
 
 
Estimados Guerreiros e Guerreiras! 
 
É com muita alegria que apresentamos o módulo de Direitos Humanos do 
preparatório para o XXXV exame da Ordem dos Advogados do Brasil. 
Sejam todos muito bem-vindos! 
 
Preparei esse roteiro pensando no seu exame e sabendo da importância 
desses temas para sua prova, então, valerá a pena o nosso esforço durante 
essas aulas! 
 
Nosso módulo não dispensa suas anotações pessoais e, principalmente, a 
leitura e os grifos dos dispositivos específicos de cada assunto que 
abordaremos. Utilize, portanto, o seu Vade Mecum (1ª Fase da OAB e 
Concursos) e vamos juntos! 
 
Espero que vocês tenham um excelente proveito! 
 
Receba o nosso sincero abraço! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 
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https://www.cejasonline.com.br/ 
 
 
DIREITOS HUMANOS 
______________________________________________________________ 
Fábio Barbosa 
3 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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https://www.cejasonline.com.br/ 
 
 
DIREITOS HUMANOS 
______________________________________________________________ 
Fábio Barbosa 
4 4 
 
 
 
 
 
• O Direito Internacional dos Direitos Humanos constitui um movimento 
extremamente recente na história, surgindo, a partir do Pós-Guerra, 
como resposta às atrocidades cometidas durante o nazismo. É neste 
cenário que se desenha o esforço de reconstrução dos direitos humanos, 
como paradigma e referencial ético a orientar a ordem 
internacional contemporânea. 
• Uma das principais preocupações desse movimento foi converter os 
direitos humanos em tema de legítimo interesse da comunidade 
internacional, o que implicou nos processos de universalização e 
internacionalização desses mesmos direitos. 
• Ao acolher o aparato internacional de proteção, bem como as obrigações 
internacionais dele decorrentes, o Estado passa a aceitar o 
monitoramento internacional, no que se refere ao modo pelo qual os 
direitos fundamentais são respeitados em seu território. O Estado passa, 
assim, a consentir no controle e na fiscalização da comunidade 
internacional quando, em casos de violação a direitos fundamentais, a 
resposta das instituições nacionais se mostra insuficiente e falha, ou, por 
vezes, inexistente. Enfatize-se, contudo, que a ação internacional é 
sempre uma ação suplementar, constituindo uma garantia adicional de 
proteção dos direitos humanos. 
• Enfatize-se que a Constituição brasileira de 1988, como marco 
jurídico da institucionalização dos direitos humanos e da transição 
democrática no país, ineditamente, consagra o primado do respeito aos 
direitos humanos como paradigma propugnado para a ordem 
internacional. 
 
 
 
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E OS 
DIREITOS HUMANOS (DH) 
 
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https://www.cejasonline.com.br/ 
 
 
DIREITOS HUMANOS 
______________________________________________________________ 
Fábio Barbosa 
5 5 
 
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (DUDH) - 1948 
 Maior referencia da internacionalização dos direitos humanos > pós a 
segunda guerra mundial. 
 A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é um documento 
criado para estabelecer medidas que garantam direitos básicos 
para uma vida digna. O objetivo da Declaração é que os direitos 
humanos sejam assegurados a todos os cidadãos do mundo. 
 
PRECEDENTES HISTÓRICOS DO DIREITO INTERNACIONAL 
 Declaração de Direitos do Bom Povo da Virginia (1776) – Foco na 
liberdade, propriedade e segurança. A Declaração de Direitos de Virgínia 
é uma declaração de direitos estadunidense de 1776, que se inscreve no 
contexto da luta pela independência dos Estados Unidos da América. 
Precede a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América 
e, como ela, é de nítida inspiração iluminista e contratualista. 
 Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão (1789) – 
Documento culminante da Revolução Francesa, que define os direitos 
individuais e coletivos dos homens como universais. Conservação dos 
direitos naturais (liberdade, propriedade, segurança e resistência a 
opressão). 
 Declaração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado (1918) 
– Direitos sociais. Tem foco na justiça social, fim da propriedade dos 
meios fundamentais de produção, tratando do comunitarismo. Visa 
suprimir a exploração do homem pelo homem, a abolir completamente a 
divisão da sociedade em classes, a esmagar implacavelmente todos os 
exploradores, a instalar a organização socialista da sociedade e a fazer 
triunfar o socialismo em todos os países. Visa a socialização do solo, 
sendo extinta a propriedade privada da terra > todas as terras passam a 
ser patrimônio nacional e são confiadas aos trabalhadores sem nenhuma 
espécie de reembolso, na base de uma repartição igualitária em usufruto. 
 Direito Internacional Humanitário (Direito Internacional de Guerra) – 
Convenção de Genebra de 1864, Segunda Convenção de Genebra de 
 
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DIREITOS HUMANOS 
______________________________________________________________ 
Fábio Barbosa 
6 6 
1907, Terceira Convenção de Genebra de 1929 e Quarta Convenção de 
Genebra de 1949. 
 Liga das Nações – Relativização da soberania dos Estados > criado em 
1920 para a proteção das minorias após a Primeira Guerra. 
 Organização Internacional do Trabalho (OIT) – Criada após a 1ª 
Guerra Mundial, contemporânea à Liga das Nações (Hoje é uma agência 
especializada da ONU). Estabeleceu parâmetros normativos fundamentais 
para a proteção de determinados direitos sociais. 
 
CONCEPÇÃO CONTEMPORÂNEA 
• A concepção atual de direitos humanos reproduz uma ideologia 
individualista do ser humano, exclusivista, partindo deste pressuposto, 
percebe-se que o conceito de direitos do homem se manifesta sob um viés 
antropocentrista que dificulta inclusive a efetivação e difusão desses 
direitos ao redor do mundo. 
 
A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E OS DIREITOS HUMANOS 
• A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 1948, pela 
Assembleia Geral das Nações Unidas, assinala o princípio da 
humanidade e da dignidade já no seu preâmbulo: “Considerando que 
o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família 
humana e de seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da 
liberdade, da justiça e da paz no mundo (…). Considerando que as Nações 
Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos fundamentais do 
homem, na dignidade e valor da pessoa humana (…)”. 
• A Convenção Americana sobre Direitos Humanos, de 1969, estabelece, 
em seu art. 11, § 1º, que “Toda pessoa humana tem direito ao respeito 
de sua honra e ao reconhecimento de sua dignidade”. 
• A dignidade da pessoa humana abrange uma diversidade de valores 
existentes na sociedade. Preceitua Ingo Wolfgang Sarlet ao conceituar a 
dignidade da pessoa humana: “[...] temos por dignidade da pessoa 
humana a qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano que o faz 
merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da 
 
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DIREITOS HUMANOS______________________________________________________________ 
Fábio Barbosa 
7 7 
comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e 
deveres fundamentais que asseguram a pessoa tanto contra todo e 
qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe 
garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além 
de propiciar e promover sua participação ativa e co-responsável nos 
destinos da própria existência e da vida em comunhão com os demais 
seres humanos”. 
 
CLASSIFICAÇÃO E CONTEÚDO DOS DIREITOS HUMANOS 
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS 
I) Historicidade - os direitos fundamentais apresentam natureza 
histórica, advindo do Cristianismo, superando diversas revoluções até 
chegarem aos dias atuais; 
II) Universalidade – alcançam a todos os seres humanos 
indistintamente; nesse sentido fala-se em “Sistema Global de Proteção 
de Direitos Humanos”; 
III) Inexauribilidade – são inesgotáveis no sentido de que podem 
ser expandidos, ampliados e a qualquer tempo podem surgir novos 
direitos (vide art. 5º, § 2º, CF); 
IV) Essencialidade – os direitos humanos são inerentes ao ser 
humano, tendo por base os valores supremos do homem e sua 
dignidade (aspecto material), assumindo posição normativa de 
destaque (aspecto formal). 
V) Imprescritibilidade – tais direitos não se perdem com o passar 
do tempo; 
VI) Inalienabilidade – não existe possibilidade de transferência, a 
qualquer título, desses direitos; 
VII) Irrenunciabilidade – deles não pode haver renúncia, pois 
ninguém pode abrir mão da própria natureza; 
VIII) Inviolabilidade – não podem ser violados por leis 
infraconstitucionais, nem por atos administrativos de agente do Poder 
Público, sob pena de responsabilidade civil, penal e administrativa; 
IX) Efetividade – A Administração Pública deve criar mecanismos 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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Fábio Barbosa 
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coercitivos aptos a efetivação dos direitos fundamentais; 
X) Limitabilidade - os direitos não são absolutos, sofrendo restrições 
nos momentos constitucionais de crise (Estado de Sítio) e também 
frente a interesses ou direitos que, acaso confrontados, sejam mais 
importantes (Princípio da Ponderação); 
XI) Complementaridade – os direitos fundamentais devem ser 
observados não isoladamente, mas de forma conjunta e interativa com 
as demais normas, princípios e objetivos estatuídos pelo constituinte; 
XII) Concorrência – os direitos fundamentais podem ser exercidos 
de forma acumulada, quando, por exemplo, um jornalista transmite 
uma notícia e expõe sua opinião (liberdade de informação, 
comunicação e opinião). 
XIII) Vedação do retrocesso – os direitos humanos jamais podem 
ser diminuídos ou reduzidos no seu aspecto de proteção (O Estado não 
pode proteger menos do que já vem protegendo). 
 
DIMENSÕES/GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 
• Classicamente, os direitos humanos são classificados, segundo a Teoria 
Geracional, em quatro gerações de direitos, a saber: 
• Direitos humanos de 1ª GERAÇÃO são aqueles que dizem respeito aos 
direitos civis e políticos, relacionando-se ao valor de liberdade. 
• Direitos humanos de 2ª GERAÇÃO são aqueles que dizem respeito aos 
direitos sociais, culturais e econômicos, relacionando-se, assim, com os 
valores de igualdade. 
• Direitos humanos de 3ª GERAÇÃO são aqueles que dizem respeito aos 
direitos dos povos, objetivando o respeito mútuo, o preservacionismo 
ambiental, uma distribuição melhor da renda, por exemplo. Ou seja, 
fraternidade. 
o Segundo LENZA (2008, p. 588), “os direitos de terceira geração 
emergiram do fato de o ser humano estar inserido em uma 
coletividade e a partir daí ter direitos de solidariedade.” 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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• Essas três primeiras gerações de direitos foram relacionadas 
respectivamente aos ideais e princípios de liberdade, igualdade e 
fraternidade da Revolução Francesa. 
• Já os direitos humanos de 4ª GERAÇÃO referem-se aos direitos 
decorrentes da engenharia genética. 
• Além dessas quatro gerações de direitos humanos, há alguns autores que 
assinalam a existência de uma quinta geração, relacionada aos direitos da 
informática. 
• A Teoria Geracional dos direitos humanos é bastante questionada e 
combatida pela doutrina mais atual, pois o termo geração confere uma 
ideia de sucessão ou substituição da geração anterior pela posterior. 
 
VIGÊNCIA E EFICÁCIA DAS DIMENSÕES DE DIREITOS HUMANOS 
• Antes de entrarmos na análise da eficácia dos direitos fundamentais, é 
preciso sabermos o que significa a expressão “eficácia.” Pois bem, eficácia 
pode ser definida como algo que produz efeitos. 
• De acordo, com o art. 5º, §1º, de nossa Carta Constitucional, as normas 
relativas às garantias e aos direitos fundamentais, possuem eficácia plena 
e imediata. Isso significa, que essas normas jurídicas não precisarão da 
atuação do legislador infraconstitucional, para poderem ser efetivadas. 
Essas normas, portanto, não precisarão receber regulamentação legal 
para serem eficazes. Assim, as mesmas poderão ser aplicadas pelo 
intérprete imediatamente aos casos concretos. 
• O STF consagrou na jurisprudência pátria a teoria da eficácia direta e 
imediata dos direitos fundamentais nas relações privadas, ao admitir que 
as sociedades privadas devem obediência aos direitos fundamentais, e 
quando quiserem excluir um sócio, deverão obedecer os direitos 
fundamentais da ampla defesa, do contraditório e do devido processo 
legal. Assim, a teoria da eficácia direta e imediata dos direitos 
fundamentais nas relações privadas é um importante instrumento de 
efetivação dos direitos fundamentais. 
 
 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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Fábio Barbosa 
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 O Estatuto de Roma é um tratado que estabeleceu a Corte Penal 
Internacional - CPI (também conhecida como Tribunal Penal Internacional 
- TPI). O tratado foi adotado em 17 de julho de 1998, em Roma, na Itália. 
 Na oportunidade, 122 Estados assinaram o tratado. 
 O Brasil, passou a ser signatário em 2002, quando o Congresso Nacional 
aprovou o texto em junho de 2002 e promulgado pelo Presidente 
Fernando Henrique Cardoso através do Decreto 4.388/02, em 25 de 
setembro 2002. 
 A CPI começou oficialmente suas atividades em 11 de março de 2003. 
 O Tribunal Penal Internacional (TPI) é uma corte permanente e 
independente, que julga pessoas acusadas de crimes do mais sério 
interesse internacional, como genocídio, crimes contra a humanidade e 
crimes de guerra. 
 O TPI é uma corte de última instância. Ele não agirá se um caso foi ou 
estiver sendo investigado ou julgado por um sistema jurídico nacional, a 
não ser que os procedimentos desse país não forem genuínos, como no 
caso de terem caráter meramente formal, a fim de proteger o acusado de 
sua possível responsabilidade jurídica. Além disso, o TPI só julga casos 
que ele considerar extremamente graves. 
 Em todas as suas atividades, o TPI observa os mais altos padrões de 
julgamento justo, e suas atividades são estabelecidas pelo Estatuto de 
Roma. 
 Embora não faça parte das Nações Unidas, ele mantém uma relação de 
cooperação com a ONU. O Tribunal está sediado na Haia, Holanda, mas 
pode se reunir em outros locais. Ele é composto por quatro órgãos: a 
Presidência, as divisões judiciais, o escritório do promotor e o 
secretariado. 
 
TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL (TPI) – 
ESTATUTO DE ROMA 
 
 
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Fábio Barbosa 
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PRECEDENTES DO TPI 
 Desde a 2ª Guerra Mundial, ocorreram cerca de 250 conflitos de caráter 
internacional e não-internacional, os quais produziram o que se estima 
serem 170 milhões de vítimas > crescente indignação diante dos crimes 
decorrentes de conflitos bélicos e a busca por uma justiça penal 
supranacional, configurando a jurisdição internacional sobre pessoas 
físicas. 
 1947 – A assembléia-geral das nações unidas solicitou à comissão de 
direito internacional (cdi) que examinasse a possibilidade de se criar um 
órgão judiciário penal para julgar os autores de genocídio e de outros 
crimes relevantes de sua competência. 
 1951 – CDI elaborou o primeiro projeto de Estatuto de um Tribunal Penal 
Internacional. Contudo, o contexto de divergências ideológicas da "Guerra 
Fria" dificultou a formação de um consenso sobre os valores considerados 
fundamenais para a humanidade. 
 1989 – Foi apenas com o fim da "Guerra Fria" que o anseio da criação de 
uma jurisdição penal internacional destacou-se. Em uma sessão especial 
da ONU sobre tráfico de drogas, Trinidad e Tobago levantou a a sugestão 
de que um Tribunal Penal Internacional fosse estabelecido para lidar com 
aquela questão, cnsiderando a atuação global dos traficantes. 
 1993 – A CDI reuniu-se e elaborou um amplo e sistemático projeto de 
artigos, o qual foi enviado à Assembléia-Geral, que convidou os Estados a 
apresentarem suas observações por escrito. Frente à diversidade de 
propostas, foi necessária a criação de um Comitê Preparatório (PrepCom). 
 1998 – Por fim, em Roma, foi realizada a “Conferência Diplomática das 
Nações Unidas de Plenipotenciários sobre o Estabelecimento de um 
Tribunal Penal Internacional” para a aprovação da proposta de Estatuto. 
 
CARACTERÍSTICAS E COMPETÊNCIAS MATERIAL E TEMPORAL 
 O Tribunal pode exercer jurisdição sobre genocídio, crimes contra a 
humanidade e crimes de guerra. Estes crimes estão definidos em detalhes 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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Fábio Barbosa 
12 12 
no Estatuto de Roma. O Tribunal possui jurisdição sobre os indivíduos 
acusados destes crimes (e não sobre seus Estados, como no caso da CIJ). 
Isto inclui aqueles diretamente responsáveis por cometer os crimes, como 
também aqueles que tiverem responsabilidade indireta, por auxiliar ou ser 
cúmplice do crime. Este último grupo inclui também oficiais do Exército 
ou outros comandantes cuja responsabilidade é definida pelo Estatuto. 
 O Tribunal não possui jurisdição universal. Ele só pode exercer sua 
jurisdição se: 
i. O acusado é um nacional de um Estado Parte ou de qualquer 
Estado que aceite a jurisdição do Tribunal; 
ii. O crime tiver ocorrido no território de um Estado Parte ou de 
qualquer Estado que aceite a jurisdição do Tribunal; 
iii. O Conselho de Segurança das Nações Unidas tenha apresentado 
a situação ao Procurador, não importando a nacionalidade do 
acusado ou o local do crime; 
iv. O crime tiver ocorrido após 1° de julho de 2002; 
v. Caso o país tenha aderido ao Tribunal após 1° de julho, o crime 
tiver ocorrido depois de sua adesão, exceto no caso de um país 
que já tivesse aceito a jurisdição do Tribunal antes da sua 
entrada em vigor 
 
DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS PARA AFIRMAÇÃO DA JUSTIÇA 
PENAL INTERNACIONAL 
 O objetivo do TPI é promover o Direito internacional, e seu mandato é de 
julgar os indivíduos e não os Estados (tarefa do Tribunal Internacional de 
Justiça). Ela é competente somente para os crimes mais graves cometidos 
por indivíduos: genocídios, crimes de guerra, crimes contra a humanidade 
e os crimes de agressão. 
 
ALGUNS CASOS JULGADOS PELO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL 
I. Augustin Bizimungu (Ruanda): Acusado de genocídio pelo Tribunal 
Penal Internacional para Ruanda (TPIR). Segundo ONU, 800 mil 
pessoas foram assassinadas em Ruanda, em 1994, em sua maioria da 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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Fábio Barbosa 
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etnia tutsi. Resultado: Condenado a 30 anos de prisão em maio de 
2011. 
 
II. Muammar Gaddafi (Líbia): Acusado por crimes contra a 
humanidade. Entre as acusações estão o ataque a civis em vias 
públicas, disparos contra manifestantes com armas de fogo, uso de 
armamento pesado em funerais e uso de franco-atiradores nos 
protestos. 
 
III. Ante Gotovina (Sérvia): Acusado de crimes de guerra e contra a 
humanidade, cometidos em 1995 contra a população sérvia na Croácia. 
Segundo a acusação, eles foram responsáveis pela morte de 324 civis 
ou soldados que entregaram armas e pelo deslocamento forçado de 
90.000 sérvios de Krajina. Gotovina foi quem comandou a ofensiva 
militar "Operação Tempestade" que tentou reconquistar a região de 
Krajina, ao sul da Croácia, a última zona de resistência controlada 
pelos sérvios na Croácia em 1995. Resultado: Foi condenado a 24 anos 
de prisão, em maio de 2011, em um julgamento que durou mais de 
303 dias. 
 
IV. William Samoei Ruto, Henry Kiprono Kosgey e Joshua Arap 
Sang (Quênia): Acusados de crimes contra a humanidade, entre eles, 
assassinatos, incitação de violência entre diferentes grupos e 
perseguições à população civil. 
 
V. Abu Garda (Sudão): Acusado de crimes de guerra e de comandar um 
ataque no qual teriam morrido 12 soldados. Foi um dos primeiros 
acusados pelo Tribunal Penal a se entregar voluntariamente. 
Resultado: No julgamento, em 2010, a Corte decidiu que não havia 
provas suficientes para condenar Abu Garda. 
 
 
 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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Fábio Barbosa 
14 14 
 
 
 
 O Tratado de Versalhes foi um tratado de paz, concluído, em grande 
parte, com base nos princípios entabulados durante a 2ª Convenção de 
Paz de Haia, em 1907, tendo como objetivo principal encerrar a Primeira 
Guerra Mundial, onde estimou-se conservadoramente que pelo menos 10 
milhões de soldados haviam morrido e 20 milhões restaram feridos. As 
perdas civis pareciam incalculáveis, e havia grande clamor público para 
punir os responsáveis pela agressão e as atrocidades cometidas em 
violação às leis da guerra. 
 
 Ficou conhecido pela imposição de condições rigorosas à Alemanha. Nele, 
ingleses e franceses impuseram os termos da rendição alemã no dia 
28 de junho de 1919 após longos meses de deliberações. 
 
 Por leis da guerra, entenda-se a Convenção de Genebra de 1864. 
Comparato explica que em 1864 foi criada a Convenção de Genebra que 
tratava dos direitos dos civis e militares durante as guerras. A Convenção 
proibia o mau tratamento de civis e militares capturados, 
configurando-se como a “primeira introdução dos direitos humanos em 
âmbito internacional”. Mas também é conhecida como um instrumento de 
direito humanitário, ou seja, a área do direito internacional que trata do 
direito dos civis e militares em tempos de guerra, incluindo os refugiados 
e os asilados. 
 
 A intenção de punir os violadores do direito humanitário surgiu 
pelas Potências Aliadas (EUA, França, Inglaterra, Itália e Japão) em 25 
de janeiro de 1919, tendo por inovador o conceito de responsabilização 
penal individual no âmbito do direito internacional, sendo estabelecido 
pela Comissão sobre as responsabilidades dos autores da Guerra e sobre 
as execuções das punições. 
 
TRATADO DE VERSALHES E OS CRIMES DE GUERRA 
 
 
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DIREITOS HUMANOS 
______________________________________________________________Fábio Barbosa 
15 15 
 Elaborado por 15 membros, o relatório foi entregue em março de 1919, 
com conclusão feita pela referida comissão, estabelecendo a 
responsabilidade primária da Alemanha, haja vista que declarou guerra ao 
perseguir uma política de agressão, planejada secretamente em suas 
origens e que possui o caráter de uma conspiração sombria contra a paz 
na Europa. 
 
 No entanto, na Conferência de Paz de Paris (1919) (Paris Peace 
Conference), houve intenso debate, entre os Aliados, sobre as 
possibilidades de realizações de julgamentos por crimes contra 
humanidade previstos na Convenção de Genebra de 1864. 
 
 Assinado em Versalhes, em 28 de junho de 1919, houve 
concordância quanto aos termos de um Tratado de Paz entre os 
Aliados, os Poderes Associados e a Alemanha. O tratado previa, em seu 
artigo 227, a criação de um tribunal penal internacional ad hoc para 
julgar Kaiser Wilhelm II por haver dado início a guerra, bem como em 
seus artigos 228 e 229, o julgamento dos militares alemães acusados de 
violar as leis e costumes da guerra por tribunais militares dos aliados 
(Allied Military Tribunals) ou cortes militares de qualquer dos aliados. 
 
TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL AD HOC 
 Tribunais ou juízos instituídos excepcionalmente, com a finalidade de 
julgar crimes específicos, posteriores ao fato ou até mesmo, em razão 
da pessoa e possuem um caráter temporário. 
 Nos anos 90, surgiram os Tribunais ad hoc, criados pelo Conselho de 
Segurança da ONU, o Tribunal Penal Internacional para a ex-
Iugoslávia (TPIY) e o Tribunal Penal Internacional para Ruanda (TPIR) 
para julgar as violações do Direito Humanitário ocorridas durante as 
guerras civis destes países. 
 
 
 
 
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https://www.cejasonline.com.br/ 
 
 
DIREITOS HUMANOS 
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Fábio Barbosa 
16 16 
 
 
 
 O sistema global de proteção dos direitos humanos, da ONU, contém 
normas de alcance geral e de alcance especial. As normas de alcance 
geral e destinadas a todos os indivíduos, genérica e abstratamente, 
são os Pactos Internacionais de Direitos Civis e Políticos e o de Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais. 
 No sistema global, além do sistema de denúncias individuais, há também 
o sistema de investigações e o de relatórios. 
 Ao ratificar os tratados internacionais mencionados, o Brasil 
assumiu a obrigação de enviar relatórios periódicos para os Comitês e de 
sujeitar-se a uma eventual investigação sobre a situação dos direitos 
humanos no seu território. Uma forma de participação e de intervenção 
das organizações de direitos humanos no sistema da ONU é o 
encaminhamento de relatórios próprios aos respectivos Comitês, para que 
sejam analisados juntamente com os relatórios enviados pelos Estados. 
 O sistema da ONU possui dois tipos de procedimento: os convencionais 
e os não convencionais. 
i. O procedimento convencional requer a sua previsão expressa 
em tratados, pactos e convenções internacionais, e é 
supervisionado pelos órgãos internacionais de supervisão, os 
Comitês (através do sistema de denúncias, relatórios e 
investigações). 
ii. Os procedimentos não convencionais são mecanismos não 
previstos em tratados que contribuem para a maior eficácia do 
sistema internacional de proteção. 
 
TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS 
 A Carta Internacional dos Direitos do Homem é constituída pela 
Declaração Universal dos Direitos do Homem, pelo Pacto Internacional 
sobre os Direitos Económicos Sociais e Culturais e pelo Pacto Internacional 
sobre os Direitos Civis e Políticos e seu Protocolo Facultativo. 
SISTEMA GLOBAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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Fábio Barbosa 
17 17 
 Inicialmente, foram expressos diferentes pontos de vista acerca da forma 
que a Carta deveria revestir. O Comité de Redacção decidiu elaborar dois 
documentos: um, sob a forma de uma delcaração que daria a conhecer 
princípios gerais ou normas de direitos humanos; o outro, sob a forma de 
um acordo que definiria direitos específicos e as suas limitações. 
 
 
 
 
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E OS TRATADOS DOS 
DIREITOS HUMANOS 
 A Carta Magna de 1988 acolhe o princípio da indivisibilidade e 
interdependência dos direitos humanos, pelo qual o valor da liberdade se 
conjuga com o valor da igualdade, não havendo como separar os direitos 
de igualdade dos direitos de liberdade. 
 Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que 
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, 
por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes 
às emendas constitucionais. 
 Os tratados de direitos que vierem a ser incorporados no Brasil podem 
ter valor constitucional, se seguirem o parágrafo 3º, do artigo 5º, da CF, 
inserido pela Emenda Constitucional 45, que diz: "Os tratados e 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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Fábio Barbosa 
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convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, 
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos 
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas 
constitucionais". 
 Os tratados já vigentes no Brasil possuem valor supralegal. 
 O Direito constitucional, depois de 1988, conta com relações 
diferenciadas frente ao Direito Internacional dos Direitos Humanos. A 
visão da supralegalidade deste último encontra amparo em vários 
dispositivos constitucionais (CF, artigo 4º, artigo 5º, parágrafo 2º, e 
parágrafo 3º e 4º do mesmo artigo 5º). 
 
RELAÇÃO DA CF/88 COM OS TRATADOS INTERNACIONAIS E DIREITOS 
HUMANOS 
I. Hierarquia 
II. Incorporação 
III. Impactos 
 
 
 
 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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INCORPORAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS 
HUMANOS – TIDH (CF/88, ARTS. 49, I, 84, VIII) 
 
• Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos 
internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao 
patrimônio nacional; 
• Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a 
referendo do Congresso Nacional; 
• A incorporação dos tratados internacionais por parte do ordenamento 
jurídico brasileiro faz primeiro objeto de análise deste trabalho: da fase 
de negociação, passando pela aprovação parlamentar e chegando ao 
momento de ratificação desses acordos internacionais. 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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Fábio Barbosa 
20 20 
• Já a análise do caso específico de tratados internacionais de conteúdo de 
Direitos Humanos é vista na segunda parte deste estudo, pontuando a 
previsão legal no que diz respeito à matéria: Direitos Humanos. 
• Os tratados internacionais ingressam na ordem jurídica interna brasileira 
mediante o preenchimento dos seguintes requisitos: (a) negociação pelo 
Estado brasileiro no plano internacional; (b) assinatura do instrumento 
pelo Estado brasileiro; (c) mensagem do Poder Executivo ao Congresso 
Nacional para discussão e aprovação do instrumento; (d) aprovação 
parlamentar mediante decreto legislativo; (e) ratificação do instrumento; 
(f) promulgação do texto legal do tratado mediante decreto presidencial. 
• A promulgaçãoe publicação incorporam os tratados internacionais ao 
Direito interno, colocando-os, em regra, no mesmo nível das leis 
ordinárias, excepcionando-se os tratados e convenções internacionais 
aprovados na forma do artigo 5º, parágrafo 3º da Constituição Federal 
após a EC 45/2004, que tratem sobre direitos humanos e forem aprovados 
em cada Casa do Congresso Nacional em dois turnos, por três quintos dos 
votos dos respectivos membros, os quais serão equiparados às emendas 
constitucionais com hierarquia superior às leis ordinárias. 
 
NATUREZA JURÍDICA DOS TIDH 
• Os Tratados Internacionais consubstanciam-se em regras de direito 
internacional, segundo as quais, à luz do artigo 5º, § 2º da Constituição 
Federal de 1988, ingressam no ordenamento jurídico interno, sem 
exclusão dos direitos e garantias expressos em nossa Constituição 
Federal. 
• A partir da emenda constitucional 45/2004, Tratados e Convenções 
Internacionais deverão ser analisados sob os olhares do §§ 2º e 3º do 
artigo 5º da CF/88. Àqueles sobre direitos humanos, deverão passar pelo 
crivo do § 3º da CF/88, tendo status de norma constitucional se forem 
aprovados de acordo com regras gizadas no referido parágrafo, as 
mesmas para aprovação das emendas constitucionais. Já os que versarem 
sobre direitos humanos, mas com aprovação que não tenha respeitado os 
requisitos do § 3º, terão natureza jurídica de norma supralegal. 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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 Na atualidade, existem 3 sistemas regionais de proteção 
(interamericano, europeu e africano) e um sistema universal 
(Nações Unidas). 
 
SISTEMA UNIVERSAL > NAÇÕES UNIDAS 
 O sistema global de proteção dos direitos humanos, da ONU, contém 
normas de alcance geral e de alcance especial. As normas de alcance geral 
e destinadas a todos os indivíduos, genérica e abstratamente, são os 
Pactos Internacionais de Direitos Civis e Políticos e o de Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais. 
 A ONU é uma organização internacional responsável por mediar conflitos 
entre países, disseminar a cultura de paz entre as nações, defender o 
respeito aos direitos humanos e promover o desenvolvimento sustentável 
e econômico dos países e a cooperação entre eles. 
 Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento humano sustentável, 
o crescimento do país e o combate à pobreza, o Sistema das Nações 
Unidas no Brasil tem a constante missão de alinhar seus serviços às 
necessidades de um país dinâmico, multifacetado e diversificado. 
 
SISTEMAS REGIONAIS DE PROTEÇÃO 
I. EUROPEU: O Sistema Europeu surgiu ao final da 2ª Guerra Mundial, 
contexto histórico marcado por atrocidades e violações aos direitos 
humanos. Por ter sido o primeiro sistema efetivamente instalado, é 
considerado como o de maior grau de evolução e o influenciador dos 
demais Sistemas Regionais. No âmbito europeu, a proteção dos 
direitos humanos é desempenhada, primordialmente, pela Corte 
Europeia de Direitos Humanos (CEDH), criada a partir da Convenção 
Europeia dos Direitos Humanos, de 1950. Todos os direitos protegidos 
SISTEMAS REGIONAIS DE PROTEÇÃO 
DOS DIREITOS HUMANOS 
 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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por este sistema estão contidos em uma Convenção e nos Protocolos 
Adicionais, dos quais os mais importantes são os de número 11 e 14. 
II. AFRICANO: A Carta Africana sobre Direitos Humanos e dos Povos ou 
Carta de Banjul é o principal instrumento normativo do Sistema 
Regional Africano, e foi adotada em 1981 pela Conferência dos Chefes 
de Estado e de Governo da Organização da Unidade Africana (atual 
União Africana), entrando em vigor apenas em 1986. 
III. INTERAMERICANO: O sistema interamericano de proteção dos 
direitos humanos é o sistema regional aplicável ao Estado brasileiro e 
é composto pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos e pela 
Corte Interamericana de Direitos Humanos, órgãos de monitoramento 
da Organização dos Estados Americanos (OEA). Trata-se de um único 
órgão, com diferentes atribuições no âmbito da OEA e da Convenção 
Americana. Foi instalada em 1960 e atua estimulando a consciência 
dos direitos humanos nos países da América. Composição: sete 
membros, de alta autoridade moral e reconhecido saber em matéria 
de direitos humanos (artigo 34 da CADH). Entre suas diversas funções, 
cabe à Comissão inquirir, garantir e promover os direitos humanos, 
onde os Estados-membros ao desrespeitarem os atos prescritos na 
Carta da OEA, se responsabilizaram pelos demais Estados-membros. 
 
 
 
 
 Meios de proteção: 2 órgãos, integrados, cada um, por 7 membros de 
alta respeitabilidade moral e conhecimento. 
I. Comissão Interamericana: Órgão político, quase judicial que 
1948 
OEA 
Declaração 
Americana 
dos Direitos 
e Deveres 
do Homem 
 
1969 
Convenção 
Americana 
sobre 
Direitos 
Humanos 
 
 
1979 
Corte 
Interamericana 
de Direitos 
Humanos 
 
1959 
Comissão 
Interamerica
na de 
Direitos 
Humanos 
 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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23 23 
aprecia petições. 
II. Corte Interamericana: Órgão jurisdicional com 
competência contenciosa (elabora sentenças) e consultiva 
(profere pareceres). 
 
 
 
 
 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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DIREITOS HUMANOS 
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Fábio Barbosa 
25 25 
 
 
 
• Os direitos fundamentais sociais, na sua grande maioria, estão 
expressamente previstos no art. 6º, da CRFB/88. 
o Art. 6. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o 
trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a 
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos 
desamparados, na forma desta Constituição. 
• Além disso, várias medidas foram previstas no texto constitucional para 
conferir uma eficácia maior a esses direitos sociais, como, por exemplo, 
percentuais mínimos para a saúde e educação (arts. 198, §2º e 212 da 
CRFB/88). 
• Os direitos fundamentais podem ser identificados sob o ponto de vista 
formal e material. 
• Sob o prisma do art. 5º, §2º da CRFB/88, o princípio da dignidade da 
pessoa humana é um excelente critério material para a identificação dos 
direitos fundamentais. Nessa perspectiva, MENDES (2008, p. 227) 
arremata que “os direitos e garantias fundamentais, em sentido material, 
são, pois, pretensões que, em cada momento histórico, se descobrem a 
partir da perspectiva do valor da dignidade da pessoa humana.” 
• Segundo CANOTILHO (2003), os direitos fundamentais podem ser 
classificados em dois grupos: direitos de defesa e direitos a prestações. 
Enquanto os direitos fundamentais de defesa exigem que o Estado se 
abstenha de praticar condutas contrárias a tais direitos, os direitos 
fundamentais a prestações exigem do Estado a realização de certas 
prestações positivas, por exemplo, saúde e educação 
• Apesar da diferenciação feita entre Direitos Humanos e Direitos 
Fundamentais em relação à sua incidência, o conteúdo deles seria o 
mesmo, significa dizer que são direitos inerentes a toda e qualquer 
pessoa, decorrentes da dignidade da pessoa humana e que atuam como 
limitação as ações e omissões do Estado e nas relações dos próprios 
indivíduos, inclusive nasrelações de trabalho. 
DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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Ar. 109, V e §5º CF/88 > mudança de competência do inquérito/processo 
da Justiça Local (Estadual) para a Justiça Federal. 
 
Art. 109, V, CF/88. Aos juízes federais compete processar e julgar as causas 
relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; 
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o 
Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o 
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de 
direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante 
o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou 
processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça 
Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
Requisitos: 
➢ Verificar a existência de um TIDH que o Brasil faça parte. 
➢ Verificar a existência de grave violação de um direito lá previsto. 
➢ Verificar se a Justiça Local está inerte ou viciada 
 
Procedimento: Só o PGR poderá propor um Incidente de Deslocamento de 
Competência no STJ. 
 
 
QUESTÕES: 
1) A Assembleia Constituinte de 1988 reservou texto expresso para elevar 
os Direitos Humanos ao patamar de princípio fundamental não só no território 
nacional, como também nas relações internacionais. Além de valorizar a 
independência do país no cenário internacional, consagrou a proteção dos 
FEDERALIZAÇÃO DE INQUÉRITOS/PROCESSOS 
QUE ENVOLVEM VIOLAÇÃO DE 
DIREITOS HUMANOS (EC 45/2004) 
 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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interesses do ser humano. Considerando o texto constitucional do Estado-
parte e a Convenção Americana de Direitos Humanos, as afirmativas a seguir 
estão corretas, à exceção de uma. Assinale-a. 
A) Proibição de propaganda a favor da guerra e repúdio ao terrorismo 
e ao racismo. 
B) Proteção judicial mesmo quando a violação de direitos fundamentais 
for cometida por pessoa atuando em função oficial. 
C) Direito de retificação ou de resposta, que eximirão das outras 
responsabilidades legais. 
D) Concessão de asilo político em delitos políticos ou comuns, conexos 
com delitos políticos. 
 
2) João e Maria são casados e ambos são deficientes visuais. Enquanto João 
possui visão subnormal (incapacidade de enxergar com clareza suficiente 
para contar os dedos da mão a uma distância de 3 metros), Maria possui 
cegueira total. O casal tentou se habilitar ao processo de adoção de uma 
criança, mas foi informado no Fórum local que não teriam o perfil de pais 
adotantes, em função da deficiência visual, uma vez que isso seria um 
obstáculo para a criação de um futuro filho. 
Diante desse caso, assinale a opção que melhor define juridicamente a 
situação. 
A) A informação obtida no Fórum local está errada e o casal, a despeito 
da deficiência visual, pode exercer o direito à adoção em igualdade de 
oportunidades com as demais pessoas, conforme previsão expressa na 
legislação pátria. 
B) A informação prestada no Fórum está imprecisa. Embora não haja 
previsão legal expressa que assegure o direito à adoção em igualdade 
de oportunidades pela pessoa com deficiência, é possível defender e 
postular tal direito com base nos princípios constitucionais. 
C) Conforme previsto no Art. 149 do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, cabe ao juiz disciplinar, por meio de Portaria, os critérios 
de habilitação dos pretendentes à adoção. Assim, se no Fórum foi dito 
que o casal não pode se habilitar em função da deficiência é porque a 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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Fábio Barbosa 
28 28 
Portaria do Juiz assim definiu, sendo esta válida nos termos do artigo 
citado do ECA. 
D) Como não há nenhuma previsão expressa na legislação sobre 
adoção em igualdade de oportunidades por pessoas com deficiência e 
os princípios constitucionais não possuem densidade normativa para 
regulamentar tal caso, deve-se reconhecer a lacuna da lei e raciocinar 
com base em analogia, costumes e princípios gerais do direito, 
conforme determina o Art. 4º da Lei de Introdução às Normas do 
Direito Brasileiro. 
 
3) Maria e João são pais de uma criança deficiente que utiliza cadeira de 
rodas. O casal, de classe média, optou por matricular o filho em uma escola 
particular. No ato da matrícula, foi-lhes informado, pela administração da 
escola, que teriam de pagar um valor adicional, uma vez que haveria um 
trabalho extraordinário, por parte da escola, para garantir o acesso dessa 
criança com deficiência, em igualdade de condições, a jogos e a atividades 
recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar. Insatisfeitos com essa 
informação, Maria e João decidiram consultar você, como advogado(a), para 
saber se tal cobrança seria legalmente aceitável e se não haveria alguma 
proteção específica para pessoas com deficiência contra esse tipo de 
cobrança. Diante disso, assinale a opção que apresenta a resposta correta a 
ser dada ao casal. 
A) A cobrança é aceitável e justificada, mesmo que desagrade ao casal, 
porque, de fato, a criança cadeirante precisará de atenção especial e 
ajuda para sua mobilidade. Nada na legislação pátria impede tal 
cobrança. A solução seria a matrícula da criança em uma escola 
pública. 
B) A cobrança do valor adicional na matrícula é moralmente reprovável, 
pois expressa um tipo de preconceito. Contudo, do ponto de vista 
estritamente legal, o caso se situa no campo da liberdade contratual 
das partes, não havendo vedação legal a tal cobrança. 
C) A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência admite esse 
tipo de cobrança, uma vez que reconhece o trabalho adicional a ser 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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feito nas escolas, contudo prevê que as famílias hipossuficientes sejam 
isentadas dessa cobrança, sendo devido à escola uma compensação 
tributária. 
D) A escola particular deve adotar as medidas inclusivas previstas na 
lei, tais como garantir o acesso da criança com deficiência, em 
igualdade de condições, a jogos e a atividades recreativas, sendo 
vedada a cobrança de valores adicionais de qualquer natureza em suas 
anuidades, no cumprimento dessas medidas 
 
4) No estado em que você reside há cerca de quinze anos, cinco homens 
foram assassinados por tiros disparados por pessoas encapuzadas. Houve 
uma alteração da cena do crime, sugerindo a mesma forma de atuação de 
outros assassinatos que vinham sendo praticados por um grupo de extermínio 
que contaria com a participação de policiais. Na época, a Polícia Civil instaurou 
inquérito para apurar os fatos, mas concluiu pela ausência de elementos 
suficientes de autoria, encaminhando os autos ao Ministério Público, que 
pediu o arquivamento do caso. A Justiça acolheu o pedido e alegou não haver 
informações sobre autoria, motivação ou envolvimento de policiais. Segundo 
opinião de especialistas, a apuração policial do caso foi prematuramente 
interrompida. A Polícia Civil teria deixado de realizar diligências 
imprescindíveis à elucidação da autoria do episódio. Manter o arquivamento 
do inquérito, sem a investigação adequada, significaria ratificar a atuação 
institucionalmente violenta de agentes de segurança pública e, 
consequentemente, referendar grave violação de direitos humanos. 
Para a hipótese narrada, como advogado de uma instituiçãode direitos 
humanos, assinale a opção processual prevista pela Constituição da 
República. 
A) O MPF deve ingressar com ação diretamente no Supremo Tribunal 
Federal para assegurar o direito de acesso à justiça. 
B) O advogado deve apresentar pedido de avocatória no Superior 
Tribunal de Justiça, a fim de que se garanta a continuidade das 
investigações. 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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C) O Procurador Geral da República deve suscitar, perante o Superior 
Tribunal de Justiça, incidente de deslocamento de competência para a 
Justiça Federal. 
D) O advogado deve ajuizar ação competente junto à Corte 
Interamericana de Direitos Humanos. 
 
5) Como é sabido, o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos 
estabelece em seu Art. 25 que todo cidadão terá o direito e a possibilidade 
de votar e de ser eleito em eleições periódicas, autênticas, realizadas por 
sufrágio universal e igualitário e por voto secreto, que garantam a 
manifestação da vontade dos eleitores. Segundo informação da Agência Brasil 
(Empresa Brasileira de Comunicação), o Brasil possuía, em 2014, cerca de 
230 mil presos provisórios. Em relação a tais presos, assinale a afirmativa 
correta. 
A) A despeito do Pacto supramencionado, eles não possuem direito ao 
voto, por estarem em situação de encarceramento, o que enseja perda 
da condição de cidadão. 
B) Tais presos provisórios têm direito ao voto apenas se manifestarem 
expressamente o interesse em votar e forem previamente cadastrados 
pelo TRE. 
C) Todos aqueles que estão privados de liberdade por ato legal do 
Estado perdem seus direitos políticos, não podendo, portanto, votar e 
nem se candidatar. 
D) Presos provisórios têm o direito de votar em seções eleitorais 
especiais 
devidamente instaladas em estabelecimentos penais e em unidades de 
internação de adolescentes. 
 
6) Segundo dados do CONARE (Comitê Nacional para os Refugiados), o Brasil 
possuía, no fim de 2014, 6.492 refugiados de 80 nacionalidades. Como é 
sabido, o Brasil ratificou a Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto 
dos Refugiados, assim como promulgou a Lei nº 9.474/97, que define os 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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mecanismos para a implementação dessa Convenção. Assinale a opção que, 
conforme a lei mencionada, define a condição jurídica do refugiado no Brasil. 
A) Possui os direitos e deveres dos estrangeiros no Brasil, bem como 
direito a cédula de identidade comprobatória de sua condição jurídica, 
carteira de trabalho e documento de viagem. 
B) Está sujeito aos deveres dos estrangeiros no Brasil e tem direito a 
documento de viagem para deixar o país quando for de sua vontade. 
C) Sendo acolhido como refugiado, tem todos os direitos previstos no 
seu país de origem, mas deve acatar os deveres impostos a todos os 
brasileiros. Também tem direito à cédula de identidade. 
D) Possui os direitos e deveres dos estrangeiros no Brasil, bem como 
direito a cédula de identidade comprobatória de sua condição jurídica, 
carteira de trabalho, documento de viagem e título de eleitor. 
 
7) O padrasto de Ana Maria, rotineiramente, abre sua correspondência física 
e entra em sua conta de e-mail sem autorização, ainda que a jovem seja 
maior de idade. Cansada dessa ingerência arbitrária e sem o amparo de sua 
própria mãe, a jovem busca apoio na organização de direitos humanos em 
que você atua. Com base no Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos 
(PIDCP), assinale a opção que indica o esclarecimento correto que você, como 
advogado(a), prestou a Ana Maria. 
A) O Pacto prevê a prevalência do poder familiar nas relações familiares 
e, como a conduta do padrasto tem a concordância da mãe de Ana 
Maria, ainda que seja inconveniente, essa conduta não pode ser 
considerada uma violação de direitos. 
B) O Pacto assegura o direito à privacidade nas relações em gerais, 
mas nas relações especificamente familiares admite ingerências 
arbitrárias se forem voltadas para a proteção e o cuidado. 
C) O Pacto dispõe que ninguém poderá ser objeto de ingerências 
arbitrárias ou ilegais em sua vida privada, em sua família, em seu 
domicílio ou em sua correspondência. 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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D) O Pacto é omisso em relação à prática de ingerências arbitrárias na 
vida privada e na família, tratando apenas da proteção da privacidade 
na vida pública e em face da conduta do Estado. 
 
8) Você, advogado, patrocinou uma importante causa na jurisdição interna 
do Brasi, e, diante da demora injustificada na decisão, apresentou o caso na 
Comissão Interamericana de Direitos Humanos, onde o Brasil foi condenado 
a reparar seu cliente. Diante da inadimplência do Estado brasileiro, a 
Comissão enviou o caso à Corte Interamericana de Direitos Humanos, onde 
o Brasil foi condenado, sem, contudo, efetuar a reparação exigida pela 
sentença da Corte. Diante desse fato e de acordo com a Convenção 
Americana sobre Direitos Humanos, você deve 
A) instar a Corte para, no ano seguinte, submeter o fato do 
descumprimento da decisão pelo Estado brasileiro à consideração da 
Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos, por meio 
de relatório sobre as atividades da Corte. 
B) recorrer à Corte Internacional de Justiça de Haia, nos termos do que 
dispõe a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, uma vez que 
os sistemas regionais e o sistema global de proteção dos direitos 
humanos são complementares. 
C) conformar-se, pois não há mais nenhuma medida que possa ser 
feita pela Corte para buscar o cumprimento de sua decisão pelo estado 
brasileiro condenado após o devido processo legal. 
D) ingressar com a competente ação de obrigação de fazer em face do 
Estado brasileiro no Superior Tribunal de Justiça, conforme o 
procedimento previsto na Convenção Americana sobre Direitos 
Humanos ratificado pelo Estado brasileiro. 
 
9) Uma Organização de Direitos Humanos afirma estar tramitando, no 
Congresso Nacional, um Projeto de Lei propondo que o trabalhador tenha 
direito a férias, mas que seja possível que o empregador determine a não 
remuneração dessas férias. No mesmo Projeto de Lei, fica estipulado que, 
nos feriados nacionais, não haverá remuneração. A Organização procura 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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você, como advogado(a), para redigir um parecer quanto a um eventual 
controle de convencionalidade, caso esse projeto seja transformado em lei. 
Assim, com base no Protocolo Adicional à Convenção Americana Sobre 
Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais – 
Protocolo de San Salvador –, assinale a opção que apresenta seu parecer 
sobre o fato apresentado. 
A) O Brasil, embora tenha ratificado a Convenção Americana de 
Direitos Humanos, não é signatário do Protocolo Adicional à Convenção 
Americana Sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos 
Econômicos, 
Sociais e Culturais – Protocolo de San Salvador. Portanto, 
independentemente do que disponha esse Protocolo, ele não configura 
uma base jurídica que permita fazer um controle de convencionalidade. 
B) Tanto o direito a férias remuneradas quanto o direito à remuneração 
nos feriados nacionais estão presentes no Protocolo de San Salvador. 
Considerando que o Brasil é signatário desse Protocolo, caso o Projeto 
de Lei venha a ser convertido em Lei pelo CongressoNacional, é 
possível submetê-lo ao controle de convencionalidade, com base no 
Protocolo de San Salvador. 
C) A despeito de as férias remuneradas e a remuneração nos feriados 
nacionais estarem previstos no Protocolo de San Salvador, não é 
possível fazer o controle de convencionalidade caso o Projeto de Lei 
seja aprovado, porque se trata apenas de um Protocolo, e, como tal, 
não possui força de Convenção como é o caso da Convenção Americana 
Sobre Direitos Humanos. 
D) Se o Projeto de Lei for aprovado, não será possível submetê-lo a 
um controle de convencionalidade com base no Protocolo de San 
Salvador, porque os direitos em questão não estão previstos no 
referido Protocolo, que sequer trata de condições justas, equitativas e 
satisfatórias de trabalho. 
 
10) No âmbito dos sistemas internacionais de proteção dos Direitos 
Humanos, existem hoje três sistemas regionais: africano, (inter)americano e 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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Fábio Barbosa 
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europeu. Existem semelhanças e diferenças entre esses sistemas. Assinale a 
opção que corretamente expressa uma grande diferença entre o sistema 
(inter)americano e o europeu. 
A) O sistema europeu foi instituído a partir da Convenção para a 
Proteção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais, de 
1950, e já está em pleno funcionamento. Já o sistema (inter)americano 
foi instituído pela Convenção Americana Sobre Direitos Humanos, de 
1998, e ainda não está em pleno funcionamento. 
B) O sistema (inter)americano conta com uma Comissão 
Interamericana de Direitos Humanos, mas não possui uma Corte ou 
Tribunal. Já o sistema europeu possui um Tribunal, mas não possui 
uma Comissão de Direitos Humanos. 
C) O sistema europeu é baseado em um Conselho de Ministros e admite 
denúncias de violações de direitos humanos que sejam feitas pelos 
Estados-partes da Convenção, mas não admite petições individuais. Já 
o sistema (inter)americano não possui o Conselho de Ministros e 
admite petições individuais. 
D) O sistema (inter)americano possui uma Comissão e uma Corte para 
conhecer de assuntos relacionados ao cumprimento dos compromissos 
assumidos pelos Estados-partes na Convenção Americana Sobre 
Direitos Humanos. Já o sistema europeu não possui uma Comissão com 
as mesmas funções que a Comissão Interamericana, mas um Tribunal 
Europeu dos Direitos do Homem, que é efetivo e permanente. 
 
 
GABARITO 
1) C 2) A 3) D 4) C 5) D 6) A 7) C 8) A 9) B 
 
 
 
 
 
 
 
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