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MUDE SUA VIDA! 
1 
 
SUMÁRIO 
1.TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS ...................................................................................................... 2 
APRESENTAÇÃO DO CURSO E DA MATÉRIA.................................................................................................. 2 
1.1CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS: ........................................................................................................ 2 
 
 
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MUDE SUA VIDA! 
2 
 
1.TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS 
APRESENTAÇÃO DO CURSO E DA MATÉRIA 
Fala aí, parceiro (a)! Sou Diogo Medeiros, professor de Direitos Humanos, Delegado de 
Polícia do estado de Santa Catarina. Sim! Isso mesmo! Policial e professor de Direitos Humanos. 
Ao longo da matéria, vamos desmistificar essa visão reducionista que os Direitos Humanos 
seriam “direito dos manos”. 
O curso é divido em 07 pontos principais, os quais abarcam a grande totalidade dos 
concursos atinentes às carreiras policiais. Vejamos os pontos: 
 PONTO 1: Teoria Geral dos Direitos Humanos; 
 PONTO 2: Afirmação Histórica dos Direitos Humanos; 
 PONTO 3: Direitos Humanos e Responsabilidade do Estado; 
 PONTO 4: Direitos Humanos na Constituição Federal 
 PONTO 5: Política Nacional de Direitos Humanos; 
 PONTO 6: A Constituição Brasileira e os tratados internacionais; 
 PONTO 7: Regra Mínima para tratamento dos presos. 
1.1CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS: 
Segundo André de Carvalho Ramos, os Direitos Humanos são um conjunto de direitos 
considerado indispensável para uma vida pautada na liberdade, igualdade e dignidade da 
pessoa humana. 
Para Antônio Peres Luño: Direitos Humanos é o conjunto de faculdades e instituições que, 
em cada momento histórico, concretizam as exigências de dignidade, liberdade e igualdade 
humanas, as quais devem ser reconhecidas positivamente pelos ordenamentos jurídicos em 
nível nacional e internacional. 
Para Valério Mazzuoli, Direitos Humanos é expressão intrinsecamente ligada ao direito 
internacional público. Assim, quando se fala em direitos humanos, está-se tecnicamente a 
referir a proteção que a ordem internacional guarda sobre esses direitos. 
São, portanto, os direitos essenciais e indispensáveis à vida digna – expressão da 
dignidade humana. 
Não há um rol predeterminado desse conjunto mínimo de direitos, tendo em vista que as 
necessidades humanas variam e, de acordo com o contexto histórico de uma época, novas 
demandas sociais são traduzidas juridicamente e incluídas na lista de direitos humanos. Há um 
movimento pendular: avanços e retrocessos na conquista de direitos. 
Uma sociedade dita democrática e pautada em direitos fundamentais reconhece, 
primeiramente, que o primeiro direito de todo indivíduo é o “direito a ter direitos” (expressão 
utilizada por Hannah Arendt e mencionada no discurso da Ministra do STF Rosa Weber, 
presidente do TSE na diplomação do presidente Jair Bolsonaro). 
No estudo do direito, verificamos que, para cada um direito, corresponde um dever 
correlato, portanto temos, basicamente, a seguinte estrutura: 
 Direito de liberdade > Dever de obrigação; 
 Direito de pretensão > ausência de direito (abstenção); 
 Direito poder > Sujeição; 
 Direito Imunidade > Incompetência; 
ADOTAMOS O SEGUINTE CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS: 
 Conjunto de direitos (ideias de dignidade da pessoa humana, liberdade e igualdade); 
 Previstos em tratados internacionais; 
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MUDE SUA VIDA! 
3 
 
 Protegidos e promovidos pelo Estado (e também pelos particulares). 
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MUDE SUA VIDA! 
1 
 
SUMÁRIO 
1.TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS ....................................................................................................... 2 
1.2 TERMINOLOGIA: ....................................................................................................................................... 2 
 
 
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MUDE SUA VIDA! 
2 
 
1.TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS 
1.2 TERMINOLOGIA: 
Atenção para as terminologias que são muito cobradas em prova. 
O estudo dos direitos humanos se dá em três eixos de proteção internacional: direito 
internacional dos humanos (DIDH), direito internacional humanitário (DIH) e direito 
dos refugiados (DIR). 
O primeiro subgrupo refere-se ao estudo específico das matérias, direito humanitário e 
direitos dos refugiados são áreas específicas. 
Direito humanitário não se confunde com direitos humanos, em que pese a similaridade da 
expressão, trata-se do estudo do direito de conflitos armados (guerra), e direito dos refugiados 
refere-se à proteção internacional dada aos refugiados, desde a saída do seu local de residência, 
trânsito de um pais a outro e concessão de refúgio. 
 
Direito internacional 
dos humanos (DIDH) 
Direito internacional 
humanitário (DIH) 
Direito dos refugiados 
Lei Geral. Incumbe a 
proteção do ser humano em 
todos os aspectos. 
 
Subvertentes: Direito 
das minorias; 
Direito Penal 
Internacional. 
Lei Especial. Situação 
específica de conflitos 
armados (internacionais e 
não internacionais). 
Surgimento da Cruz 
Vermelha em 1863 
(organização não 
governamental que dá 
assistência às vítimas de 
guerra) 
Lei especial. Proteção 
do refugiado. 
Tratados/convenções/
pactos internacionais. 
Tem previsão nas 
convenções de 
Genebra, Haia e Nova York. 
Lei 9474/1997 – 
estatuto dos refugiados. 
 
Registre-se que são áreas independentes, mas não excludentes entre si, só são voltadas 
para situações específicas – guerra e direito dos refugiados. O CESPE julgou errada a seguinte 
questão: A aplicação das normas de direito internacional humanitário e de direito internacional 
dos refugiados impossibilita a aplicação das normas básicas do direito internacional dos 
direitos humanos. 
Cuidado com as diferenças entre as terminologias. Direitos Humanos e Direitos 
Fundamentais assumem conotação distinta no que se refere ao plano de positivação, muito 
embora ambos têm o mesmo significado: direitos inerentes ao ser humano, ligados a um 
conjunto mínimo que dá expressão a dignidade da pessoa humana. 
 Quando o plano de proteção advém de norma internacional: direitos 
humanos; 
 Quando o plano de proteção advém de norma interna/doméstica: direitos 
fundamentais; 
 
 
 
 
 
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MUDE SUA VIDA! 
3 
 
Direitos Humanos Direitos Fundamentais 
Previsão em ordem 
externa/internacional – tratados e 
convenções internacionais. A diferença 
está somente no plano de positivação. 
Protegido pela ordem internacional. 
Previsão em ordem 
interna/doméstica – Constituição Federal 
de determinado país. A diferença está 
somente no plano de positivação. 
Protegido pela ordem interna. 
 
São mais amplos que os dir. 
fundamentais. Podem ser reclamados por 
todos os cidadãos do planeta e em 
quaisquer condições, bastando que 
ocorra a violação de um direito seu 
reconhecido em norma internacional 
aceita pelo Estado em cuja jurisdição se 
encontre. 
Mais restritos, englobam tão 
somente a Constituição Federal de 
determinado país. O direito fundamental 
pode ser restringido pela Constituição 
Federal, por exemplo, o voto que não é 
extensível aos estrangeiros e conscritos. 
(art. 14) 
Para reclamar a violação aos 
direitos humanos, vale-se de órgãos 
internacionais de proteção (Exemplo: 
Corte interamericana de direitos 
humanos prevista no Pacto de São José da 
Costa Rica). 
 
Nos temos três grandes blocos em 
direitos humanos: 
 
Direitos Civis e políticos (direitos de 
1ª geração); 
Direitos economicos, sociais e 
culturais (direitos de 2ª geração); 
Direito dos povos, da humanidade 
(direitos de 3ª geração) 
Para reclamar a violação aos 
direitos fundamentais, utilizam-se 
garantias judiciais previstas na própriaConstituição Federal (exemplo: Habeas 
Corpus para tutelar a liberdade de 
locomoção – art. 5, LXIX da CF). 
 
Na CF, os direitos e as garantias 
individuais estão localizados do art. 5º ao 
17, muito embora existam direitos 
fundamentais fora desse lapso de artigos 
e direitos fundamentais implícitos. 
 
A distinção deve ser feita na prova, se assim for cobrada, mas há uma crítica doutrinária 
acerca dessa diferenciação. Há uma Intersecção entre o Direito Constitucional e o Direito 
Internacional dos Direitos Humanos. Há uma aproximação entre o direito internacional e o 
direito nacional, ainda mais pelo fato de que um tratado internacional pode ser incorporado ao 
ordenamento nacional (art. 5º, §3º CF). 
Além do mais, no âmbito da União Europeia, convencionou-se a utilizar a expressão 
“direitos fundamentais” para se referir tanto aos direitos garantidos pela ordem interna como 
pela ordem internacional, tanto é que o principal instrumento se chama Carta dos Direitos 
Fundamentais da União Europeia. 
Direitos humanos e Direitos do Homem são expressões sinônimas (no sentido 
ontológico/da essência), mas com diferentes pontos de vista. 
 
 
 
 
 
 
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4 
 
Direitos Humanos Direitos do homem 
Expressão utilizada no cenário 
internacional. Refere-se a direitos 
previstos em normas internacionais, 
especialmente em tratados e convenções. 
Concepção jusnaturalista (corrente 
do pensamento jurídico que indica um 
direito que provém da natureza – direito 
natural - existente antes do surgimento do 
estado, não positivados e válidos em todos 
os tempos). 
Conceito atual. Caráter histórico. Exemplos: 
Declaração Francesa dos direitos do 
homem e do cidadão – 1789, Declaração 
americana dos direitos e deveres do 
homem (Bogotá, 1948). Obs.: O STF já 
entendeu que o direito a fuga seria um 
direito natural a despeito da ausência de 
previsão legal. “A fuga é um direito natural 
dos que se sentem, por isso ou por aquilo, 
alvo de um ato discrepante da ordem 
jurídica, pouco importando a 
improcedência dessa visão." RHC 
84.851/BA, rel. Min. Marco Aurélio. (Nem 
todos os ministros compartilham a 
existência de um “direito natural a fuga”)1. 
 
Um bom exemplo é o direito à vida, que é considerado um direito do homem (não precisa 
de positivação). É natural que todo mundo entenda que a vida é o bem jurídico mais importante 
que temos. Tem previsão no art. 5º, CRFB/88, sendo um direito fundamental à vida. E, como 
tem previsão em tratado internacional, é também considerado um direito humano à vida. 
O direito natural serviu também para ampliar direito previsto na Constituição Federal. O 
art. 5º, LXIII prevê o direito ao silêncio, o qual foi transformado, jurisprudencialmente, ao longo 
do tempo, para um direito a não autoincriminação. “O direito natural afasta, por si só, a 
possibilidade de exigir-se que o acusado colabore nas investigações. A garantia constitucional 
do silêncio encerra que ninguém está compelido a autoincriminar-se.” (HC 83.943.MG. Rel. Min. 
Marco Aurélio, j. 27-4-2004). 
No que se refere, ainda, à terminologia, utilizam-se as expressões direitos individuais, 
liberdades públicas e direitos públicos subjetivos. Todavia, as três expressões se mostram 
incompletas, pois não abarcariam toda a gama de direitos humanos. 
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MUDE SUA VIDA! 
1 
 
SUMÁRIO 
1.TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS ............................................................................................................ 2 
1.3 CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS ............................................................................................... 2 
A) UNIVERSALIDADE .................................................................................................................................... 2 
B) ESSENCIALIDADE ..................................................................................................................................... 3 
C) RELATIVIDADE ......................................................................................................................................... 3 
D) HISTORICIDADE ....................................................................................................................................... 3 
E) INDIVISIBILIDADE E INTERDEPENDÊNCIA ............................................................................................... 4 
F) IMPRESCRITIBILIDADE ............................................................................................................................. 4 
G) INALIENABILIDADE .................................................................................................................................. 4 
H) IRRENUNCIABILIDADE ............................................................................................................................. 5 
I) INEXAURABILIDADE/ABERTURA/NÃO EXAUSTIVIDADE .......................................................................... 5 
J) VEDAÇÃO AO RETROCESSO ..................................................................................................................... 5 
 
 
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MUDE SUA VIDA! 
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1.TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS 
1.3 CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS 
A) UNIVERSALIDADE 
Os direitos humanos conferem titularidade de gozo às pessoas tão somente por ostentarem 
a condição humana, independentemente de sexo, raça, cor, religião, etnia ou outra condição. A 
universalidade surge no pós-segunda guerra mundial (se contrapondo à ideia de superioridade 
de raças proveniente do nazismo), mormente em 1948, com a edição da Declaração Universal de 
Direitos Humanos (“Declaração de Paris”) que dispõe que basta a condição humana para a 
titularidade de direitos – “ todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”. 
(Art. 1° DUDH). 
Há uma relativização da soberania dos países. 
Para alguns doutrinadores, transnacionalidade consiste no reconhecimento dos direitos 
humanos onde quer que o indivíduo esteja. 
A ideia de inerência, ou seja, qualidade de pertencimento à natureza humana, decorre da 
universalidade. 
A tese da universalidade é contrariada pelo relativismo cultural: esta tese se contrapõe ao 
universalismo e defende que os direitos humanos não são universais, eis que o direito é produzido 
de acordo com o sistema político, econômico, cultural, social e moral, vigentes em determinada 
sociedade. 
Para o relativismo cultural, cada cultura possui seu discurso próprio de direitos 
fundamentais e que se relaciona com as específicas circunstâncias culturais e históricas de cada 
sociedade. 
Para além dessa divergência, a doutrina entende por um forte universalismo e fraco 
relativismo cultural, ou seja, a cultura não pode servir de óbice ao desrespeito a direitos humanos 
que são consenso no mundo. 
Veja a Convenção de Viena que fala sobre o forte universalismo e fraco relativismo: 
 
“Convenção de Viena, 1993  item 5: Todos os direitos humanos são 
universais, indivisíveis interdependentes e inter-relacionados. A 
comunidade internacional deve tratar os direitos humanos de 
forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade e com a mesma 
ênfase. Embora particularidades nacionais e regionais devam ser 
levadas em consideração, assim como diversos contextos históricos, 
culturais e religiosos, é dever dos Estados promover e proteger todos os 
direitos humanos e liberdades fundamentais, sejam quais forem seus 
sistemas políticos, econômicos e culturais.” 
 
 
 
 
 
Obs.: A proteção à universalidade não contraria a ideia de que determinados 
grupos vulneráveis (minorias) precisam de maiores doses de proteção do Estado, por 
intermédio da igualdade material. Por exemplo, com o estabelecimento de cotas para 
ingresso em universidades públicas. 
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3 
 
B) ESSENCIALIDADE 
São direitos essenciais, necessários à existência do ser humano. No que se refere ao plano 
formal, estão previstos no topo do sistema normativo de cada país – constituição federal e no plano 
material refere-se aos direitos mais importantes para o convívio social, valores supremos do ser 
humano e a prevalência da dignidade humana. 
Deriva da essencialidade a superioridade normativa. Os tratados internacionais de direitos 
humanos estão acima da legislação ordinária, equiparados às emendas constitucionais, quando 
aprovados na forma do Art. 5°, §3° da Constituição Federal ou quando não aprovados por esse 
quórum especial têm a natureza supralegal, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal. 
 
 
C) RELATIVIDADE 
Por relatividade, entende-se que não há direito absoluto. No caso concreto, os direitos irão 
colidir. Exemplo: Direito a imagem x direito a informação jornalística. Estão sujeitos à ponderação, 
sopesamento entre eles, sendo que um irá prevalecer sobre o outro em situações específicas, 
diante de critérios de razoabilidade e proporcionalidade. 
O direito à vida, um dos mais importantes bem jurídicos da sociedade, não é absoluto. 
Falamos de relativização, por exemplo, no caso previsto constitucionalmente de guerra declarada 
e, também, no instituto penal da legitima defesa. 
No direito constitucional, essa característica é conhecida como princípio da convivência das 
liberdades públicas. 
 
 
 
No sentido de que a vedação a tortura seria um direito absoluto, o Art. 2° da Convenção da 
ONU contra Tortuta aduz: 
 
Art. 2. Item 2: Em nenhum caso poderão invocar-se circunstâncias 
excepcionais tais como ameaça ou estado de guerra, instabilidade 
política interna ou qualquer outra emergência pública como justificação 
para tortura. 
 
 
D) HISTORICIDADE 
Os direitos humanos são históricos, construídos ao longo do tempo, em um movimento 
pendular de avanços e retrocessos. Segundo Hanah Arendt, os direitos humanos não são um dado, 
mas um construído. 
CUIDADO: Para alguns doutrinadores, a vedação à escravidão e à vedação a 
tortura seriam direitos absolutos, eis que, em casos concretos, nunca são relativizados. 
Obs.: Nos direitos humanos, utiliza-se a expressão “normas de Jus Cogens” 
significando, basicamente, normas imperativas que são aceitas e conhecidas pela 
comunidade internacional e inderrogáveis, salvo por outra norma de igual hierarquia. 
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Com o fim da Segunda Guerra e com o nascimento da Organização das Nações Unidas, a partir 
de 1945, que os direitos humanos começaram a se efetivar no plano internacional. A partir desse 
momento – pós 2ª Guerra Mundial –, fala-se em Internacionalização dos Direitos Humanos ou 
Direitos Humanos contemporâneos. 
 
 
 
 
 CUIDADO: Quando se estuda o fundamento jusnaturalista, verificamos que os direitos 
humanos são decorrentes da natureza, fixos, absolutos, imutáveis e preexistente ao 
surgimento do Estado. No entanto, atualmente, não subsiste mais o fundamento 
jusnaturalista, prevalece que os direitos humanos são mutáveis – a sociedade demanda 
do Estado novos carecimentos e o Estado, por vezes, reconhece essa demanda criando 
um novo direito, sobretudo pela introdução desse direito na Constituição Federal. 
 
 Ex.: As emendas constitucionais que criaram novos direitos sociais (espécie de direitos 
fundamentais): transporte, alimentação e moradia e foram introduzidas no art. 6° da 
Constituição Federal. 
 
 E) INDIVISIBILIDADE E INTERDEPENDÊNCIA 
Os direitos humanos possuem mesma hierarquia. São incindíveis entre si e, por 
consequência, não é possível proteger alguns direitos e esquecer os outros. Não adiantaria 
garantir os direitos de 1º geração, as liberdades públicas, sem efetivar direitos sociais (art.6º 
CF – 2ª Geração). Portanto, são interdependentes, ou seja, todos os direitos contribuem para 
a realização da dignidade da pessoa humana, de modo que o conteúdo de um direito depende 
e se vincula ao conteúdo de outro. 
 
F) IMPRESCRITIBILIDADE 
Os direitos em abstrato não se perdem pelo decurso do tempo. O que pode existir é a 
prescrição do direito decorrente do exercício dos direitos humanos. É possível, portanto, 
desenvolver relações negociais a partir dos direitos humanos (por exemplo, cedendo o direito à 
imagem na realização de uma propaganda de televisão). 
 
G) INALIENABILIDADE 
Os direitos (em abstrato) não podem ser objetos de contrato. Direitos humanos não podem 
ser transferidos ou cedidos (onerosa ou gratuitamente) a outrem, sendo, portanto, indisponíveis 
e inegociáveis. No entanto, o exercício de direitos pode ser facultativo, sujeito à negociação. 
Segundo Bobbio (A era dos direitos), os direitos humanos são históricos, nascidos 
em certas circunstâncias, caracterizadas por lutas em defesa de novas liberdades 
contra velhos poderes, e, nascidos de modo gradual, não todos de uma vez nem de 
uma vez por todas. 
Direitos humanos são mutáveis, adaptáveis, dinâmicos, e não são estacionários. 
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MUDE SUA VIDA! 
5 
 
O art. 14, do código civil, por exemplo, prevê que a disposição do corpo após a morte, seja 
com objetivo científico ou com sentido altruístico, somente será possível de forma gratuita. 
 
Art. 14. Código Civil. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a 
disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois 
da morte. 
 
H) IRRENUNCIABILIDADE 
A irrenunciabilidade significa que nem mesmo o consentimento do titular pode validar a 
violação de seus direitos. Não é possível, por exemplo, determinada pessoa dispor do próprio 
corpo, quando isso importar a diminuição permanente da integridade física, conforme se extrai do 
art. 13 do código civil. 
 
 
Art. 13. Código Civil. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de 
disposição do próprio corpo, quando importar diminuição
 permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. 
 
I) INEXAURABILIDADE/ABERTURA/NÃO EXAUSTIVIDADE 
Os direitos humanos não constituem um rol taxativo de direitos. Há sempre a possibilidade 
de expansão em razão do surgimento de novas demandas sociais. A expansão de novos direitos é 
desdobramento da característica da historicidade. O art. 5º, §2º da Constituição Federal estabelece 
uma cláusula de abertura material de direitos e garantias expressos na Constituição. 
 
Art. 5, § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não 
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, 
ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil 
seja parte. 
 
J) VEDAÇÃO AO RETROCESSO 
 Também chamados de “efeito cliquet”, princípio da proibição da evolução reacionária ou 
entrincheiramento. Significa que a proteção conquistada na concretização dos direitos não pode 
ser suprimida por nosso legislador. É vedado que os Estados diminuam ou amesquinhem a 
proteção já conferida aos direitos humanos. Pode-se afirmar, portanto, que a proteção aos direitos 
humanos é expansiva. 
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1 
 
SUMÁRIO 
1.TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS ............................................................................................................ 2 
1.4 ESTRUTURA NORMATIVA .............................................................................................................................. 2 
1.5 FUNDAMENTAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS.............................................................................................. 2 
A) CORRENTE NEGATIVISTA ......................................................................................................................... 2 
B) CORRENTE JUSNATURALISTA .................................................................................................................. 2 
C) CORRENTE JUSPOSITIVISTA\POSITIVISTA ................................................................................................3 
D) CORRENTE EXISTENCIALISTA ................................................................................................................... 3 
E) CORRENTE DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA – PÓS-POSITIVISTA .................................................... 3 
 
 
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1.TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS 
1.4 ESTRUTURA NORMATIVA 
Os direitos humanos que se positivam em normas internacionais podem provir do sistema 
global (pertencente à ONU e por isso chamado de “onusiano”) ou de sistemas regionais de proteção 
(sistema interamericano, europeu e africano). 
Os sistemas de proteção possuem normas, órgãos e mecanismos. 
Os sistemas de proteção são dotados dos princípios da coexistência, subsidiariedade, livre-
escolha e cooperação. 
 
1.5 FUNDAMENTAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
Fundamentar os direitos humanos é buscar as razões que legitimam e motivam o 
reconhecimento dos direitos humanos, buscar essa genealogia. Investigar o porquê dos direitos 
humanos. 
“Os direitos humanos nascem como direitos naturais universais, desenvolvem-se como 
direitos positivos particulares para finalmente encontrar a plena realização como direitos 
positivos universais”. (Norberto Bobbio) 
 
A) CORRENTE NEGATIVISTA 
A corrente negacionista é defendida por Norberto Bobbio, o qual entende que a grande 
questão dos direitos humanos diz respeito à sua efetividade, e não à sua fundamentação. Para o 
autor, não existe relação entre a proteção e a fundamentação dos direitos humanos. Nesse sentido, 
Bobbio afirma que “o problema fundamental em relação aos direitos do homem, hoje, não é tanto 
o de justificá-los, mas o de protegê-los. Trata-se de um problema não filosófico, mas político”. 
A expressão direitos humanos é vaga e desprovida de consenso quanto ao seu significado e 
varia conforme a evolução histórica. Portanto, existem 03 dificuldades na busca pelo fundamento 
dos direitos humanos: 
 
 
 
B) CORRENTE JUSNATURALISTA 
O jusnaturalismo é uma corrente do pensamento jurídico que defende a existência de um 
conjunto de normas vinculantes anterior e superior ao sistema de normas fixadas pelo Estado 
(direito posto). Para a doutrina jusnaturalista, é direito o que é natural, isto é, a juridicidade é um 
dado eterno, imutável e universal, que provém e deve ser descoberto da “natureza”. 
Os direitos naturais podem ser oriundos de uma divindade superior (escola de direito 
natural de razão divina) ou da natureza do ser humano (escola de direito natural moderno). 
 
Direitos humanos é expressão vaga; 
Direitos humanos constituem em classe variável – direitos mutáveis; 
A Classe dos direitos humanos é heterogênea. 
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MUDE SUA VIDA! 
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C) CORRENTE JUSPOSITIVISTA\POSITIVISTA 
Com a consolidação do Estado constitucional (séculos XIX e XX), os direitos humanos tidos 
como naturais foram inseridos no corpo da Constituição e das leis, passando a ser considerados 
direitos positivados. 
A Escola positivista traduziu a ideia de um ordenamento jurídico produzido pelo homem de 
forma coerente e hierarquizada, que teria em seu topo a Constituição (pressuposto de validade de 
todas as demais normas). Os direitos humanos foram inseridos na Constituição, obtendo, com isso, 
um estatuto normativo superior. 
Surge o positivismo nacionalista, ou seja, o indivíduo tem direitos porque é nacional de 
determinado Estado, de modo que é o Estado que confere direitos as pessoas sujeitas ao seu 
ordenamento. Portanto, são válidos somente nos Estados que o reconhecem. 
 
D) CORRENTE EXISTENCIALISTA 
O existencialismo pode ser entendido como o conjunto de filosofias que se valem da análise 
da existência, ou seja, que analisam a existência do homem, a vida. 
Diferentemente do jusnaturalismo, para quem os direitos humanos são descobertos, e do 
positivismo, para quem os direitos são aplicados, a fundamentação existencialista defende que 
os direitos humanos são construídos, isto é, são aquilo que nós fizermos com que eles sejam. 
 
 
E) CORRENTE DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA – PÓS-POSITIVISTA 
Os direitos humanos decorrem da dignidade da pessoa humana. 
Corrente adotada no pós-segunda guerra mundial e, segundo a qual, a condição de pessoa 
(ser humano) é o único requisito para a titularidade de direito, independentemente de qualquer 
outra condição. O pós-positivismo gera, no plano interno, o que se 
denominou como Neoconstitucionalismo. 
O Neoconstitucionalismo decorre da ideia de Estado Democrático de Direito. Após as 
atrocidades cometidas na segunda guerra mundial, o direito se aproxima da moral, a dignidade da 
pessoa humana é o valor central da Constituição Federal, há uma filtragem constitucional, ou seja, 
uma interpretação das leis conforme os valores constitucionais e aplicação da eficácia horizontal 
dos direitos e, por fim, um fortalecimento do poder judiciário, sobretudo com um ativismo judicial, 
conferindo direitos e garantias fundamentais aos casos a ele submetido. 
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1 
SUMÁRIO 
1.TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS .............................................................................................................2 
1.6 CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS ....................................................................................................2 
A) GERAÇÃO/DIMENSÃO/FAMÍLIA DE DIREITOS FUNDAMENTAIS OU DIREITOS HUMANOS......................2 
 
 
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1.TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS 
1.6 CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
A) GERAÇÃO/DIMENSÃO/FAMÍLIA DE DIREITOS FUNDAMENTAIS OU 
DIREITOS HUMANOS 
Teoria desenvolvida por Karel Vasak em 1979. Classificou os direitos humanos em três 
gerações associando-as aos lemas da revolução francesa: 
 Liberdade: direitos de 1º geração  Direitos Civis e Políticos; 
 Igualdade: direitos de 2º geração Direitos econômicos, sociai e culturais; 
 Fraternidade ou solidariedade: direitos de 3ºgeração Direito dos povos, da 
humanidade. 
Apresentamos, também, os direitos de 4º e 5º geração, em que pese terem sido reconhecidos 
por outros doutrinadores e sob esses não há consenso sobre suas características: 
 
1ª Geração/Dimensão 2ª Geração/Dimensão 3ª Geração/Dimensão 
Palavras-chave: 
 
Liberdades públicas. Direitos 
civis e políticos. 
Palavras-chave: 
 
Igualdade. Direitos 
econômicos, sociais e 
culturais. 
Palavras-chave: 
 
Solidariedade/Fraternidade. 
Direito dos povos. 
São prestações negativas por 
parte do Estado. 
Não interferir em direitos 
individuais. 
São prestações positivas por 
parte do Estado. 
 
Assegurar o princípio da 
igualdade material. 
São direitos difusos/ 
transindividuais. 
 
Pertencentes a todos 
indistintamente. 
ireitos de defesa/direitos 
negativos. 
Direito à vida, igualdade formal, 
liberdade, propriedade, 
segurança, privacidade, 
personalidade, acesso à justiça, 
nacionalidade, direitos 
Direitos de prestação/direitos 
positivos. 
Direito a educação, trabalho, 
saúde, moradia, alimentação, 
assistência social, lazer, 
cultura. Referem-se à 
igualdade material. 
Direito a paz, meio ambiente 
equilibrado, 
autodeterminação, direito 
do consumidor, direito a um 
serviço público eficiente. 
 políticos: votar, ser votado. 
Direitos humanos penais: 
vedação à prisão arbitrária, 
individualização da pena, direito 
ao silêncio. 
 
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3 
Momento histórico: Passagem 
do estado absolutista para o 
liberal. 
Fase do constitucionalismo 
clássico. Séc. XVII a séc. XIX. 
Momento histórico: 
Passagem do estado liberal 
para o estado social frente às 
desigualdades sociais 
existentes. Séc. XX. 
Momento histórico: Fim da 
segunda guerra mundial. 
1945. 
Documentos históricos: Carta 
Magna (1215), Habeas Corpus 
Act, 
Bill of Rights(1689), Declaração 
Americana de Independência do 
Estado da Virgínia (1776), 
Declaração Francesa dos direitos 
do homem e do cidadão (1789). 
No Brasil: CF de 1824 (império) e 
1891 (república). 
Documentos históricos: 
Constituição 
Mexicana (1917), 
Constituição de Weimar 
(1919), OIT (1919). No Brasil: 
CF de 1934. 
Documentos históricos: No 
Brasil: CF de 88. 
Teóricos: Iluministas do Séc. 
XVIII – Grócio, Locke, Rousseau, 
Montesquieu 
Téoricos: Marx e Engels 
– Manifesto Comunista. 
Teóricos: Pesquisas sobre a 
importância de se preservar 
gerações futuras no que se 
refere ao direito ao meio 
ambiente sadio e 
equilibrado. 
Existem, ainda, os direitos de 4ª e 5ª geração, em que pese não serem consenso doutrinário 
e que a teoria clássica de Vasak abrange tão somente as três gerações supramencionadas. 
4º Geração/Dimensão 5º Geração/Dimensão 
Para Paulo Bonavides: Resulta da globalização 
dos direitos humanos, de sua expansão e 
abertura além-fronteiras. Ex: direito a 
democracia, informação e pluralismo. Direitos 
da solidariedade. 
Para Paulo Bonavides: direito a paz em toda 
humanidade (a paz era classificada por Karel 
Vasak como sendo direitos de terceira geração). 
São chamados pelo doutrinador de Direito da 
esperança. São enaltecidos depois do 
 
Para Norberto Bobbio: direito a manipulação 
genética. Engenharia Genética 
Para Bobbio, os chamados direitos de quarta 
dimensão se referem aos efeitos traumáticos da 
evolução da pesquisas biológica, que permitirá a 
manipulação do patrimônio genético do 
indivíduo de modo cada vez mais intenso. 
 
ataque às torres gêmeas em Nova York, no 11 de 
setembro de 2011. 
Momento histórico: Pós Modernidade. 
Séc. XXI. 
Momento histórico: Séc. XXI. 
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4 
Alguns autores classificam a 5ª Geração como o direito eletrônico (direito de acesso e 
convivência num ambiente salutar no ciberespaço - Patrícia Peck e Luis Carlos Olivo). 
O termo gerações indica uma ideia errada de que uma substitui a outra, de sucessão. No 
entanto, diante das características estudadas de indivisibilidade e interdependência dos direitos 
humanos, não é possível admitir a substituição de direitos, razão pela qual a doutrina tem utilizado 
o termo dimensão ao invés de geração, que dá a ideia de que os direitos coexistem, dialogam e 
acumulam ente si. 
Portanto, gerações, dimensões ou famílias são termos sinônimos, mas o contexto histórico 
de integração desses conceitos é diferente. 
Gerações: Denota algo estanque, ou seja, algo que foi abandonado e deixado de 
usar. 
Dimensões: Noção mais moderna dos direitos humanos, ou seja, refere-se a algo 
que já existe e que eu carrego para outro momento histórico. Direitos indivisíveis. 
Há doutrinadores que ainda citam a 6º Geração/dimensão de direitos fundamentais: Luta e 
acesso a água potável. 
 ATENÇÃO À CRÍTICA: O professor Cançado Trindade critica a teoria geracional no 
plano internacional, tendo em vista que, historicamente, no plano internacional é 
incorreta: os direitos sociais surgem primeiro que os direitos civis e políticos. A OIT foi 
instituída como uma agência da Liga das Nações após a assinatura do Tratado de 
Versalhes (1919), que deu fim à Primeira Guerra Mundial. A sua Constituição 
corresponde à Parte XIII do Tratado de Versalhes. Em 1919, nasce a Organização 
Internacional do Trabalho (OIT – direitos sociais trabalhistas), para só depois – em 
1948 (DUDH) e 1966 (PIDCP), surgirem direitos civis e políticos. 
 
 Registra, ainda, que a teoria é juridicamente infundada, pois não há que se separar os 
direitos em categorias, tendo em vista que um depende do outro, estão relacionados, 
ligados. São indivisíveis e interdependentes. 
Resumindo, para o doutrinador Cançado Trindade, a teoria geracional é historicamente 
incorreta e juridicamente infundada. 
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Liga_das_Na%C3%A7%C3%B5es
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Versalhes_(1919)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Versalhes_(1919)
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundial
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SUMÁRIO 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS ......................................................................................................... 2 
1.7 OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS ................................................................................ 2 
b) STATUS DE JELLINEK .............................................................................................................................. 2 
c) CLASSIFICAÇÃO DE ANDRÉ DE CARVALHO RAMOS ............................................................................... 2 
D) EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS............................................................................................. 2 
E) DIMENSÕES OBJETIVAS E SUBJETIVAS DOS DIREITOS HUMANOS/FUNDAMENTAIS: .......................... 3 
F) DIREITOS HUMANOS/ DIREITOS FUNDAMENTAIS DE ACORDO COM AS FUNÇÕES: ............................ 3 
G) DIREITOS HUMANOS/DIREITOS FUNDAMENTAIS DE ACORDO COM A FINALIDADE: .......................... 4 
H) DIREITOS HUMANOS/FUNDAMENTAIS DE ACORDO COM A FORMA DE RECONHECIMENTO: ............ 4 
 
 
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2 
 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS 
1.7 OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 
B) STATUS DE JELLINEK 
É uma classificação importante e, às vezes, cobrada nas provas. Tem origem no final do 
século XIX. O autor Georg Jellinek repudia a ideia do jusnaturalismo, reconhecendo o caráter 
positivo dos direitos. 
Na sua classificação, relaciona o indivíduo em quatro situações perante o Estado. 
 Status passivo/status subjectionis: o indivíduo encontra-se em posição de 
sujeição/subordinação com o Estado, o qual goza de prerrogativas, notoriamente 
pela supremacia do interesse público sobre o particular; 
 Status negativo/status libertatis: Nesse status, há a prevalência das liberdades 
públicas, de modo que o Estado não pode interferir em direitos individuais. É a 
resistência do indivíduo contra o Estado. Trata-se do surgimento dos direitos civis. 
 Status positivo/status civitatis: Nesse ponto, enfatizam-se os direitos sociais, 
econômicos e culturais, ou seja, a necessidade de o Estado realizar 
assistência/prestações positivas para assegurar a isonomia material. 
 Status ativo/status activus: Por fim, o doutrinador expressa os direitos políticos, o 
indivíduo que participa da formação da vontade do estado, além do direito de 
asceder aos cargos em órgãos públicos. 
C) CLASSIFICAÇÃO DE ANDRÉ DE CARVALHO RAMOS 
André de Carvalho Ramos explica que os direitos humanos podem ser divididos em quatro 
espécies, quais sejam, (i) direito-pretensão; (ii) direito-liberdade; (iii) direito-poder; e (IV) 
direito-imunidade. 
 (i) direito-pretensão: consiste na busca de algo e, consequentemente, no dever 
gerado a outrem de prestar. Como exemplo, temos o direito à educação fundamental, 
que gera para o Estado o dever de prestá-la gratuitamente; 
 (ii) direito-liberdade: trata-se da faculdade de agir que gera a ausência de direito 
de qualquer outro ente ou pessoa. Cite-se, a título de exemplo, a liberdade de credo 
(o Estado não possui direito de exigir que a pessoa tenha determinada religião); 
 (iii) direito-poder: implica uma relação de poder de uma pessoa de exigir uma 
sujeição do Estado ou de outra pessoa. Exemplo: uma pessoa ao ser presa tem o 
poder de requerer a assistência da família e do advogado, o que sujeita a autoridade 
pública a providenciar esse contato; 
 (iv) direito-imunidade: consiste na autorização dada por uma norma a uma 
determinada pessoa que impede que outra interfira de qualquer modo. Exemplo: 
uma pessoa é imune à prisão, salvo nas hipóteses previstasem lei. 
D) EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Eficácia vertical: 
Foi pensado para equilibrar a relação do Estado e particular, porque o Estado está acima 
do particular. O Estado goza de supremacia em razão de prevalecer o interesse público. A 
eficácia vertical se assemelha com o status de sujeição da teoria de Jelinek. 
 
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ESTADO 
 
 
PARTICULAR 
 
 
Eficácia horizontal: 
Aqui os direitos fundamentais devem ser observados entre os particulares, já que estes 
estão em igualdade. Na eficácia horizontal, não há a presença do Estado. 
 
PARTICULAR PARTICULAR 
 
 
Eficácia diagonal: 
A eficácia diagonal se refere a uma relação entre particulares, muito embora um deles 
encontra-se em posição de superioridade, mas não é o Estado. A doutrina fala em eficácia 
diagonal nas relações trabalhistas e nas consumeristas. 
 
PARTICULAR A 
 
 
PARTICULAR B 
E) DIMENSÕES OBJETIVAS E SUBJETIVAS DOS DIREITOS 
HUMANOS/FUNDAMENTAIS: 
 Objetiva: Eficácia irradiante, ou seja, os direitos fundamentais irradiam em todo o 
ordenamento jurídico, existem para estar presente em todos os direitos, alcançando 
os poderes públicos em suas atividades. 
 
 Subjetiva: É a possibilidade que todos os indivíduos têm de exigir a prestação dos 
direitos fundamentais. O “fazer estatal” e o “não fazer estatal” pode ser exigido pelo 
indivíduo. Como o indivíduo exigir do Estado a prestação do direito à saúde, que é 
direito de todos. 
F) DIREITOS HUMANOS/ DIREITOS FUNDAMENTAIS DE ACORDO COM 
AS FUNÇÕES: 
Os direitos humanos podem ser classificados, conforme doutrina de André de Carvalho 
Ramos: 
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 Direitos de defesa: Transformação dos direitos em uma espécie de escudo contra o 
poder estatal, concretizando exigências de abstenção, derrogação ou até mesmo de 
anulação dos atos do Estado. Os direitos de defesa geram três subespécies: 
• Direito ao não impedimento (liberdade de expressão, por exemplo); 
• Direito ao não embaraço (direito a privacidade, por exemplo); 
• Direitos a não supressão de determinadas situações jurídicas (defesa da 
propriedade, por exemplo). 
 Direitos a prestações: exigem uma obrigação estatal de ação para assegurar a 
efetividade dos direitos humanos. Instrumentaliza-se por prestações jurídicas ou 
materiais: 
• Prestações jurídicas: Elaboração de normas jurídicas que disciplinam 
determinado direito. 
• Prestações materiais: Concessão de direitos na prática. Ex.: fornecimento gratuito 
de medicamentos. 
• Direitos a procedimento e instituições: Exigir do Estado que se estruture 
órgãos e corpo institucional aptos a oferecer bens ou serviços indispensáveis à 
efetivação dos direitos humanos. 
G) DIREITOS HUMANOS/DIREITOS FUNDAMENTAIS DE ACORDO COM 
A FINALIDADE: 
 Direitos propriamente ditos (visam ao reconhecimento jurídico de pretensões 
inerentes à dignidade de todo ser humano); 
 Garantias fundamentais (asseguram os direitos propriamente ditos). 
As garantias fundamentais se subdividem em: 
• a) garantias em sentido amplo - são as chamadas "garantias institucionais", 
consistem em um conjunto de meios de índole institucional (MP, Defensoria 
Pública etc) e organizacional (Imprensa livre) que visa a assegurar a efetividade 
e observância dos direitos humanos. 
• b) garantias em sentido estrito - consistem no conjunto de mecanismos 
processuais ou procedimentais destinada a proteger os direitos essenciais dos 
indivíduos. Essas garantias são de ordem nacional e internacional (ex.: remédios 
constitucionais e o direito de petição na esfera internacional). 
H) DIREITOS HUMANOS/FUNDAMENTAIS DE ACORDO COM A FORMA 
DE RECONHECIMENTO: 
 Direitos expressos: explicitamente mencionados na CF; 
 Direitos implícitos: São extraídos de normas gerais previstas na CF e que decorrem 
da dignidade da pessoa humana. Ex: direito à busca da felicidade; 
 Direitos decorrentes de tratados de direitos humanos: Como exemplo, os direitos 
previstos na Convenção das Nações Unidas sobre os direitos da pessoa com 
deficiência, de estatura constitucional, eis que aprovado na forma do Art. 5°, §3° da 
CF. 
 
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SUMÁRIO 
2. AFIRMAÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS ...................................................................................... 2 
2.1 FASE ANTIGUIDADE ............................................................................................................................. 2 
2.1 FASE DA IDADE MéDIA:........................................................................................................................ 2 
2.1.1 MAGNA CARTA, 1215 ....................................................................................................................... 3 
2.1.2 DECLARAÇÃO DAS CORTES DE LEÃO, 1188 ...................................................................................... 3 
 
 
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2. AFIRMAÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS 
Nesse ponto, estudaremos a evolução histórica dos direitos humanos no que se refere aos 
principais documentos internacionais que trouxeram proteção à esfera de direitos essenciais. 
É relevante destacar que o cerne dos direitos humanos é a luta contra a opressão – 
limitação de poder – e busca do bem-estar do indivíduo. Lembre-se da característica da 
historicidade: os direitos humanos são construídos historicamente, ao longo do tempo. 
Segundo André de Carvalho Ramos, a universalização dos direitos é uma obra inacabada, 
mas que tem como marco a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948. 
Enquanto reinvindicações morais, os direitos humanos são fruto de um espaço simbólico 
de luta e ação social, na busca pela dignidade da pessoa humana. 
 
 
2.1 FASE ANTIGUIDADE 
 Na antiguidade, destacam-se códigos de comportamento baseado no amor e 
respeito ao outro; 
 Na Suméria antiga, o Rei Hammurabi da Babilônia editou o Código de Hammurabi, 
que é considerado o primeiro código de normas de condutas, preceituando esboços 
de direitos dos indivíduos (1792-1750 a.C.), em especial o direito à vida, 
propriedade, honra, consolidando os costumes e estendendo a lei a todos os súditos 
do Império. Chama a atenção nesse Código a Lei do Talião, que impunha a 
reciprocidade no trato de ofensas (o ofensor deveria receber a mesma ofensa 
proferida) – o famoso olho por olho, dente por dente. 
 No século V a.C., nasce a filosofia, o saber mitológico transforma-se no saber da 
razão. O ser humano passa a ser analisado. 
 Ciro II editou, no século VI a.C., uma declaração de boa governança, hoje exibida no 
Museu Britânico (o “Cilindro de Ciro”), que seguia uma tradição mesopotâmica de 
autoelogio dos governantes ao seu modo de reger a vida social; 
 Grécia: Herança grega na participação política de cidadãos na vida política da “Polis” 
(democracia direta). Ideário de liberdade. Glorificavam o homem como a mais 
importante criatura do universo. Democracia ateniense. Já se falava em direitos 
naturais. Lei escrita era fundamento da sociedade política. A lei não escrita era 
fruto da vontade divina. De maneira que a lei escrita não poderia contrariar a lei 
divina. 
 Roma: Consagração de direito como propriedade, liberdade. Surge em Roma a Lei 
das 12 tábuas; (séc V a.c). Cícero entendeu que cabia ao homem bom e justo 
desrespeitar leis postas que contrariassem a justiça universal. 
2.1 FASE DA IDADE MÉDIA: 
 Poder dos governantes ilimitado, fundado na vontade divina. Primeiros documentos 
de reivindicação da liberdade. 
 Cristianismo contribuiu para os direitos humanos: vários trechos bíblicos que 
pregam igualdade e solidariedade com o semelhante. Filósofo católico São Tomás de 
Segundo Bobbio (A era dos direitos), os direitos humanos são históricos, 
nascidos em certas circunstâncias,caracterizadas por lutas em defesa de novas 
liberdades contra velhos poderes, e, nascidos de modo gradual, não todos de uma 
vez nem de uma vez por todas. 
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Aquino . A pessoa é uma substância individual de natureza racional, centro d a 
Criação pelo fato de ser imagem e semelhança de Deus. 
2.1.1 MAGNA CARTA, 1215 
 
OBS.: A principal inovação na Magna Carta se deu no fato de reconhecer que direitos 
próprios de dois estamentos livres – nobreza e clero – existiam, independentemente do 
consentimento do monarca, e não podiam ser por ele modificado de forma unilateral. 
2.1.2 DECLARAÇÃO DAS CORTES DE LEÃO, 1188 
Península Ibérica Consistiu em manifestação que consagrou a luta dos senhores feudais 
contra a centralização e o nascimento futuro do Estado Nacional. 
 
Consistiu em diploma na Inglaterra que limitou os poderes do rei João Sem Terra 
em proteção ao baronato Inglês. 
 
Características do documento: 
 
Direito de ir e vir em situação de paz; 
Direito de ser julgado pelos seus pares e de acordo com a lei da terra (lança a base 
para o princípio do devido processo legal) 
Bases para o tribunal do júri; 
Acesso à justiça e proporcionalidade entre crime e pena; 
Respeito à propriedade. 
OBS.: Esses diplomas foram capazes de assegurar o valor liberdade. Essa liberdade 
NÃO ERA PARA TODOS. Restringia-se a favor de determinados estamentos da sociedade – 
nobreza e clero. 
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SUMÁRIO 
2. AFIRMAÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS .................................................................................................. 2 
2.3 TRANSIÇÃO PARA A FASE DA IDADE MODERNA ................................................................................................. 2 
PETITION OF RIGHTS, 1628.................................................................................................................................... 2 
HABEAS CORPUS ACT, 1679 .................................................................................................................................. 2 
DECLARAÇÃO DE DIREITOS DA INGLATERRA/BILL OF RIGHTS, 1689 .................................................................... 2 
ACT OF SETTLEMENT, DE 1701 .............................................................................................................................. 2 
2.4 CONSTITUCIONALISMO LIBERAL ......................................................................................................................... 2 
 
 
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2. AFIRMAÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS 
2.3 TRANSIÇÃO PARA A FASE DA IDADE MODERNA 
Surgem os primeiros documentos de pedido de liberdade na Inglaterra, mais precisamente no 
que se refere à limitação dos poderes absolutos do Rei e à expansão dos poderes do Parlamento. 
PETITION OF RIGHTS, 1628 
Impõe ao rei a obrigação de cumprir a Magna Carta. O baronato inglês estabelece o dever do Rei 
de não cobrar impostos sem autorização do Parlamento – “no taxation without representation”. 
HABEAS CORPUS ACT, 1679 
Efetivou regras processuais para a proteção fundamental do direito de ir e vir. Previsão de 
entrega do “mandado de captura” ao preso. 
O documento obrigava conduzir o preso em 03 dias a presença de algumas autoridades. 
DECLARAÇÃO DE DIREITOS DA INGLATERRA/BILL OF RIGHTS, 1689 
O mais importante documento da época. Marca a separação de poderes e fortalecimento do 
Parlamento como órgão encarregado de defender os súditos perante o Rei e cujo funcionamento não 
pode ficar ao arbítrio deste. 
Proíbe penas cruéis, fortaleceu o Júri. Súditos têm direito de petição ao Rei. Eleição livre no 
parlamento. 
Obs.: A revolução Gloriosa foi um movimento pacífico inglês, de conteúdo religioso, ocorrido em 
1688, substituiu o Rei Jaime II Stuart por Guilherme III de Orange, resultando no triunfo do 
Parlamento. 
 
O “Bill of Rights” foi o documento imposto pelo parlamento como condição do príncipe 
Guilherme III de Orange assumir o trono inglês. 
ACT OF SETTLEMENT, DE 1701 
 Reafirma a vontade da lei, resguardando os súditos da tirania. 
2.4 CONSTITUCIONALISMO LIBERAL 
A terminologia decorre da positivação daqueles primeiros direitos – tidos como naturais – e que 
passam a serem positivados em documentos em alguns países europeus. É fruto das revoluções 
liberais, inglesa, americana e francesa, marcam a primeira afirmação dos direitos humanos – Direitos 
Civis e políticos. A revolução inglesa foi a primeira delas. 
Portanto, conforme visto, na Revolução Inglesa, tivemos os seguintes documentos: 
• Petition of Rights; 
• HC Act; 
• Bill of Rights; 
• Act of Setlement. 
No EUA: 
• Pacto de Mayflower, 1620; 
• Declaração de Direitos da Virgínia – 1776 
• Declaração de Independência do EUA – 1776 
• Constituição Norte Americana de 1787 ( 1º CF) 
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• 10 emendas à Constituição Americana, 1789; 
O Pacto de Mayflower de 1620 foi escrito pelos peregrinos que cruzaram o Atlântico a bordo do 
navio Mayflower. É uma espécie de contrato social, um acordo de vontades entre as pessoas que iriam 
para o EUA para começar a colonização. 
A independência das antigas 13 colônias britânicas da América do Norte em 1776, reunidas 
primeiro sob a forma de confederação e constituída, em seguida, em Estado Federal, em 1787, 
representou o ato inaugural da democracia moderna, combinando sob o regime constitucional a 
representação popular com a limitação de poder governamentais e respeito a alguns direitos. 
Os governos são instituídos entre os homens para garantir seus direitos naturais, de tal forma 
que “toda vez que alguma forma de governo torna-se destrutiva (dos fins naturais de vida em 
sociedade) é direito do povo alterá-la ou aboli-la e instituir nova forma de governo”. 
Afirmações típicas de promoção aos direitos humanos sob o viés Jusnaturalista. Todos os 
homens são, por natureza, igualmente livres e independentes (art. 1º). 
“Consideramos as seguintes verdades como auto evidentes, a saber: que 
todos os homens são criaturas iguais, dotadas pelo seu Criador de certos 
direitos inalienáveis, entre os quais a vida, a liberdade e a busca da 
felicidade.” 
As 10 emendas protegem liberdades fundamentais como a de expressão, religião, a de guardar 
e usar armas, a de assembleia e de petição. Assegura a igualdade de todos, de maneira livre e 
independente como um direito nato. Proíbe busca e apreensão sem razão alguma, o castigo cruel e a 
confissão forçada, entre outros direitos. 
Na França: 
Declaração Francesa dos direitos do homem e do cidadão de 1789: 
Consagra liberdade, igualdade e fraternidade. Levou a abolição de privilégios de várias castas e 
a emancipação de poder pelo povo em substituição ao monarca. 
Liberdade e igualdade entre os homens, necessidade de conservação de seus direitos naturais, 
ou seja, liberdade, propriedade, segurança e resistência à opressão, autonomia da nação, legalidade, 
participação popular, entre outros. 
A Declaração Francesa foi referência para diversas Constituições no mundo. 
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SUMÁRIO 
2. AFIRMAÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS ...................................................................................... 2 
2.4 FASE DO CONSTITUCIONALISMO SOCIAL ................................................................................................ 2 
2.4.1 CONSTITUIÇÃO MEXICANA, 1917 ..................................................................................................... 2 
2.4.2 CONSTITUIÇÃO DE WEIMAR (ALEMÃ), 1919 .................................................................................... 2 
2.4.3 ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 1919 (OIT): .........................................................2 
2.5 PRECEDENTES HISTÓRICOS PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS: ...................... 3 
2.5.1 DIREITO HUMANITÁRIO .................................................................................................................... 3 
2.5.2 LIGA DAS NAÇÕES ............................................................................................................................. 3 
 
 
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2. AFIRMAÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS 
2.4 FASE DO CONSTITUCIONALISMO SOCIAL 
A fase do denominado constitucionalismo social marca o surgimento dos direitos de 2ª 
geração: direitos sociais, econômicos e culturais. 
O liberalismo político e econômico à época resultou em desigualdade. Dessa maneira, a 
sociedade começou a demandar do Estado uma intervenção – direitos prestacionais – para 
diminuir tais desigualdades. 
O chamado Estado de Bem Estar Social – Estado Social – caracteriza-se: 
 Estado intervencionista; 
 Tem papel decisivo na distribuição de bens de produção; 
 Garante o bem-estar mínimo da população. 
2.4.1 CONSTITUIÇÃO MEXICANA, 1917 
Primeira a atribuir aos direitos trabalhistas a qualidade de direitos fundamentais – 
positivados na Constituição. 
Ex.: Limitação da jornada de trabalho, desemprego, proteção da maternidade, idade 
mínima de admissão de empregados nas fábricas e o trabalho noturno de menores. 
2.4.2 CONSTITUIÇÃO DE WEIMAR (ALEMÃ), 1919 
Previsão de direitos civis e políticos e direitos sociais. 
Estabeleceu pela primeira vez na história a regra da igualdade jurídica entre marido e 
mulher, equiparou os filhos ilegítimos aos legítimos (havidos no matrimônio). Família e 
juventude postas sob a proteção do Estado. Previsão de educação pública e direitos trabalhistas. 
Função social da propriedade: “a propriedade obriga”. 
2.4.3 ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 1919 (OIT): 
A OIT foi instituída como uma agência da Liga das Nações após a assinatura do Tratado de 
Versalhes (1919), que deu fim à Primeira Guerra Mundial. A sua Constituição corresponde à 
Parte XIII do Tratado de Versalhes. 
A ideia de uma legislação trabalhista internacional surgiu como resultado das reflexões 
éticas e econômicas sobre o custo humano da revolução industrial. 
A criação de uma organização internacional para as questões do trabalho baseou-se em 
argumentos: 
 Humanitários: condições injustas, difíceis e degradantes de muitos trabalhadores, 
 Políticos: risco de conflitos sociais ameaçando a paz, e 
 Econômicos: países que não adotassem condições humanas de trabalho seriam um 
obstáculo para a obtenção de melhores condições em outros países. 
Trata, portanto, de Direitos trabalhistas de cunho universal. Direitos sociais e econômicos. 
ATENÇÃO: Perceba que, no plano internacional, a OIT criando direitos 
trabalhistas, de segunda geração, surgem antes mesmo dos direitos de 1ª Geração, 
razão pela qual o doutrinador Cançado Trindade critica a teoria geracional, como 
historicamente incorreta. 
OBS.: É citada a obra: Manifesto do partido comunista de Engels e Marx como documento 
relacionado ao constitucionalismo social. 
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Liga_das_Na%C3%A7%C3%B5es
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Versalhes_(1919)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Versalhes_(1919)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_industrial
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2.5 PRECEDENTES HISTÓRICOS PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO 
DOS DIREITOS HUMANOS: 
 Direito humanitário; 
 Organização Internacional do Trabalho (OIT); 
 Liga das nações. 
2.5.1 DIREITO HUMANITÁRIO 
O direito humanitário trata de situações específicas de conflitos armados (internacionais 
e não internacionais. Surgimento da Cruz Vermelha em 1863 (organização não governamental 
que dá assistência às vítimas de guerra). 
2.5.2 LIGA DAS NAÇÕES 
A Liga das Nações era organizada de uma maneira bem semelhante à da atual ONU. É um 
embrião da ONU. 
Liga das Nações ou Sociedade das Nações era o nome de uma organização internacional 
criada em 1919 e autodissolvida em 1946 e que tinha como objetivo reunir todas as nações da 
Terra e, através da mediação e arbitragem entre elas em uma organização, manter a paz e a 
ordem no mundo inteiro, evitando assim conflitos desastrosos como o da guerra que 
recentemente devastara a Europa. 
Instalada em janeiro de 1919, pelo Tratado de Versalhes, o mesmo que colocava termo à 
Primeira Guerra, sua sede era Genebra, cidade suíça. 
 
 
 
 
OBS.: Alguns doutrinadores citam a luta contra a escravidão, cujo documento de 
destaque é o Ato Geral da Conferência de Bruxelas de 1890 como precedente histórico 
para a internacionalização dos direitos humanos. 
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https://www.infoescola.com/geografia/organizacao-das-nacoes-unidas-onu/
https://www.infoescola.com/historia/tratado-de-versalhes/
https://www.infoescola.com/historia/primeira-guerra-mundial/
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SUMÁRIO 
2. AFIRMAÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS .................................................................................................. 2 
2.6 INTERNACIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS ........................................................................................... 2 
 
 
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2. AFIRMAÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS 
2.6 INTERNACIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
 - Carta de São Francisco – criação da ONU – 1945; 
 - Declaração Universal de Direitos Humanos – 1948; 
 - Pacto internacional de direitos civis e políticos – 1966; 
 - Pacto internacional de direitos econômicos, sociais e culturais – 1966. 
O direito internacional dos direitos humanos é aquele que visa a proteger todos os indivíduos, 
qualquer que seja sua nacionalidade e independentemente do local em que se encontrem. 
A internacionalização significa que os direitos inerentes ao ser humano deixam de ser 
preocupação meramente interna e passam a agregar o direito internacional público. 
Até meados do século XX, o Direito Internacional possuía apenas normas internacionais 
esparsas referentes a certos direitos essenciais, como os precedentes históricos (OIT, Liga das Nações 
e direito humanitário). 
Contudo, a criação do direito internacional dos direitos humanos está relacionada à nova 
organização da sociedade internacional no pós-segunda guerra mundial. 
Inicialmente, a ONU foi criada pela Carta de São Francisco em 1945 e destinada a manter a paz e 
a segurança internacionais, bem como promover relações de amizade entre as nações, cooperação 
internacional e respeito aos direitos humanos. 
A Carta fala sobre o respeito aos direitos humanos e liberdades fundamentais, mas não os 
especifica, como exemplo, o art. 55, alínea c, que determina que a Organização deve favorecer: 
“o respeito universal e efetivo dos direitos humanos e das liberdades 
fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua, ou religião”. 
Com intuito de especificar quais seriam esses direitos humanos e liberdades fundamentais, é 
criada a Declaração Universal dos Direitos Humanos como o primeiro documento internacional - 
válidos para todos os seres humanos - trazendo, a um só tempo, direitos civis e políticos. 
Ao lado da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, a Carta das Nações Unidas de 
1945 é considerada um dos principais marcos à concepção contemporânea dos direitos humanos. 
No entanto, a Declaração Universal dos Direitos Humanos não tinha mecanismos de fiscalização, 
razão pela qual, no intuito de dar juridicidade ao sistema global, foram criados em 1966 o Pacto 
Internacional de direitos civis e políticos e o Pacto internacional de direitos econômicos, sociais e 
culturais. 
A internacionalização dos direitos humanos tem as seguintes consequências Universalidade dos direitos; 
 Indivisibilidade dos direitos; 
 Relativização da soberania dos Estados; 
 Titularidade de direitos ao cidadão universal  Transnacionalidade. 
 
As novas obrigações internacionais contidas sobretudo na Declaração Universal dos Direitos 
Humanos de 1948 voltam-se à salvaguarda de direitos do ser humano e não das prerrogativas do 
Estado. 
Se as guerras mundiais significaram a ruptura com os direitos humanos, o pós-
guerra deveria significar sua reconstrução. 
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A internacionalização dos direitos humanos rompe com a noção de soberania nacional absoluta, 
na medida em que admitem intervenções no plano nacional, em prol da proteção dos direitos 
humanos, sobretudo com relação aos tratados internacionais que os países se obrigaram. 
No plano global, existiram três conferências mundiais para reafirmar a internacionalização dos 
direitos humanos: 
 1ª Conferência de Direitos Humanos de Teerã, 1968: Teve por finalidade avaliar a 
experiência mundial do surgimento do sistema global e também da necessidade de 
implementação dos direitos humanos; 
 
 2ª Conferência Mundial de Viena, 1993: Afirmou que os direitos humanos são universais, 
indivisíveis e interrelacionados. 
 
“Convenção de Viena, 1993  item 5: Todos os direitos humanos s a õ 
universais, indivisíveis interdependentes e inter-relacionados. A 
comunidade internacional deve tratar os direitos humanos de forma global, 
justa e equitativa, em pé de igualdade e com a mesma ênfase. Embora 
particularidades nacionais e regionais devam ser levadas em consideração, 
assim como diversos contextos históricos, culturais e religiosos, é dever dos 
Estados promover e proteger todos os direitos humanos e liberdades 
fundamentais, sejam quais forem seus sistemas políticos, econômicos e 
culturais.” 
 
 3ª Conferência Mundial – Declaração do Milênio de 2000: Teve por finalidade identificar 
desafios para o novo milênio. 
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SUMÁRIO 
3. DIREITOS HUMANOS E RESPONSABILIDADE DO ESTADO ......................................................................................... 2 
3.1 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ................................................................................................................................... 2 
 
 
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3. DIREITOS HUMANOS E RESPONSABILIDADE DO ESTADO 
3.1 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
O direito internacional contemporâneo consolidou um catálogo de direitos fundamentais da 
pessoa e, simultaneamente, também foram estabelecidos mecanismos de supervisão e controle do 
respeito, pelo Estado, desses mesmos direitos protegidos. 
A implementação dos direitos humanos ocorre em três fases: 
 1° momento: Consagrar direitos em documentos internacionais; 
 2°Momento: Captar os direitos de sua natural zona de flutuação por meio de dispositivos 
próprios; 
 3° Momento: Assegurar a responsabilização de seus contumazes agentes violadores 
O terceiro momento trata da implementação dos direitos humanos. 
Lembrando que os direitos humanos que se positivam em normas internacionais podem provir 
do sistema global (pertencente à ONU e, por isso, chamado de “onusiano”) ou de sistemas regionais 
de proteção (sistema interamericano, europeu e africano). 
Cada sistema de proteção possui normas, órgãos e mecanismos. 
As normas relacionam-se com os tratados internacionais em sentido amplo. Os órgãos podem ser 
judiciais, quase judiciais ou políticos. 
Os órgãos judiciais têm função contenciosa – julgarão os Estados que violarem direitos humanos 
previstos em tratados internacionais. 
Os órgãos quase judiciais são assim chamados pois podem receber petição individual 
reclamadora de alguma violação a direito previsto em tratado do qual aquele Estado seja signatário. 
Os órgãos políticos têm competência administrativa; 
Os mecanismos, basicamente, relacionam-se a fiscalização do cumprimento (ou não) de Estados 
aos tratados internacionais. 
Os sistemas de proteção são dotados dos princípios da coexistência, subsidiariedade, livre- 
escolha e cooperação. 
Ao Estado incumbe, portanto, respeitar e garantir os direitos elencados nas normas 
internacionais. 
A responsabilidade internacional consiste em obrigação internacional de reparação em face de 
violação prévia de norma internacional, sendo considerado por alguns como princípio geral do Direito 
Internacional. 
A responsabilidade internacional chama-se objetiva, ou seja, independe da vontade do Estado 
em praticar o ato ilícito – não se discute culpa ou dolo. 
Pode-se falar, basicamente, em duas ordens/espécies de obrigações estatais: 
 
 adequação do direito interno - art. 2, 2 PIDCP, art. 2, 1, PIDESC e art. 2º, CADH) – 
exemplo da Lei Maria da Penha (Lei 11.340\2016); 
 
 respeito e garantia por parte dos Estados. 
OBS.: Os tratados internacionais têm natureza de regime objetivo, ou seja, quando um país 
assina um tratado internacional, obriga-se a respeitar o tratado. Não há qualquer direito estabelecido 
ao País, só dever. Portanto, a natureza objetiva dos tratados quer dizer que o conteúdo de tratado não 
estabelece direitos e obrigações, mas só obrigações. 
Por cláusula federal, entende-se que o Brasil é Estado federal uno e, portanto, passível de 
responsabilização mesmo quando o fato internacionalmente ilícito seja de atribuição interna de um 
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Estado-membro. A União atua como ente com personalidade jurídica internacional (art. 21, I, CF – 
competência para as relações internacionais), sendo responsável. 
A prática do direito internacional destaca três elementos da responsabilidade internacional: 
fato internacionalmente ilícito, resultado lesivo e nexo causal entre o fato e o resultado lesivo. 
Quanto ao fato internacionalmente ilícito ou simplesmente conduta lesiva consiste no 
descumprimento dos deveres básicos de garantia e respeito aos direitos fundamentais inseridos nas 
dezenas de convenções internacionais ratificadas pelos Estados. 
O resultado lesivo é toda a gama de prejuízos materiais e morais causados à vítima e familiares. 
A imputabilidade ou nexo causal consiste no vínculo entre a conduta do agente e o Estado 
responsável. O Estado comete atos violadores do Direito internacional por intermédio de pessoas e é 
sempre necessário avaliar quais atos por elas cometidos podem vincular o Estado. Não importa a 
natureza ou tipo de ato, o importante será o conceito jurídico de imputação. 
A responsabilidade do Estado pode derivar de atos do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário. 
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SUMÁRIO 
3. DIREITOS HUMANOS E RESPONSABILIDADE DO ESTADO ............................................................................. 2 
3.2 RESPONSABILIDADE POR ATOS DO PODER EXECUTIVO .......................................................................... 2 
3.3 RESPONSABILIDADE ATOS DO PODER LEGISLATIVO ............................................................................... 2 
3.4 RESPONSABILIDADE POR ATOS DO PODER JUDICÁRIO ........................................................................... 2 
3.5 FORMAS DE REPARAÇÃO ......................................................................................................................... 3 
REPARAÇÃO INTEGRAL (RESTITUTIO IN INTEGRUM OU RETORNO AO STATUS QUO ANTE) .................... 3 
CESSAÇÃO DO ILÍCITO ................................................................................................................................ 3 
SATISFAÇÃO ............................................................................................................................................... 3 
INDENIZAÇÃO ............................................................................................................................................3 
GARANTIAS DE NÃO REPETIÇÃO ............................................................................................................... 4 
SANÇÕES INTERNACIONAIS ....................................................................................................................... 4 
3.6 CASOS DE CONDENAÇÃO DO BRASIL PERANTE CORTE INTERAMERICANA ............................................ 4 
 
 
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3. DIREITOS HUMANOS E RESPONSABILIDADE DO ESTADO 
3.2 RESPONSABILIDADE POR ATOS DO PODER EXECUTIVO 
Atos comissivos ou omissivos: Estado pratica ou deixa de praticar. Cabe ao Estado 
respeitar e garantir os direitos humanos, tais obrigações ensejam responsabilização quando 
seus agentes violam direitos humanos ou se omitem injustificadamente, na prevenção ou 
repressão de violações realizadas por particulares. 
Atos “ultra vires”: atos praticados com abuso de poder ou abuso de autoridade. Ato que 
parece legal/legítimo, mas esconde um abuso de autoridade, os agentes extrapolam a 
competência legal. Ex. violência policial. 
Atos de particulares: exige-se descumprimento do dever de prevenção ou punição por 
parte do Estado. BRASIL - Caso José Pereira: trabalhador que procurava oportunidade de 
emprego, um dia viu proposta para trabalhar em Fazenda no Pará, só que, na verdade, era 
praticamente um campo de trabalho escravo. José Pereira, ao tentar fugir, levou um tiro no olho, 
enquanto outros trabalhadores morreram. O Brasil reconheceu sua responsabilidade por não 
ter fiscalizado corretamente (solução amistosa). 
3.3 RESPONSABILIDADE ATOS DO PODER LEGISLATIVO 
Todas as leis, inclusive a Constituição, podem ensejar violação aos direitos humanos e à 
consequente responsabilização do Estado. Em geral, não são aceitos casos sem elementos 
concretos de violação de direitos humanos, mas já houve situações em que este critério foi 
abrandado. 
3.4 RESPONSABILIDADE POR ATOS DO PODER JUDICÁRIO 
A sentença é ato como outro qualquer, apenas será analisado se aquela sentença, 
independentemente de seu conteúdo, viola tratado internacional. 
Há ainda um tema muito sensível no caso dos atos do poder judiciário, é o caso da 
impunidade, que consiste na falta de investigação, persecução criminal, condenação e detenção 
dos responsáveis pelas violações de direitos humanos: há dever estatal de reprimir a impunidade 
por todos os meios legais disponíveis, evitando repetições crônicas de violações. O Estado pode 
ser também responsabilizado, portanto, pela omissão em punir. Lembrando que a obrigação de 
investigar e punir é de meio e não de resultado. 
OBS.: A responsabilidade internacional é subsidiária, ou seja, só haverá o 
acionamento de cortes internacionais na hipótese de esgotamento do direito interno. 
Portanto, os órgãos internacionais somente devem atuar de forma subsidiária, 
quando os órgãos internos forem ineficientes para promover a tutela dos direitos. 
A responsabilidade tem finalidades preventivas e repressivas. 
Por finalidade preventiva entende-se a busca pelo respeito aos direitos humanos pelos 
Estado de forma prévia, estabelece limites a atuação do Estado. Tem caráter pedagógico. 
Por finalidade repressiva, entende-se que violado um tratado internacional e, desde que 
esgotado o direito interno, as cortes internacionais podem condenar um Estado por tal violação. 
No Brasil nós temos três sistemas concomitantes de proteção aos direitos 
humanos?fundamentais: 
• Sistema interno de proteção  Previsto na CF  Responsabilidade pela 
proteção desses direitos é PRIMÁRIA; 
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• Sistema interamericano de proteção  OEA – Organização dos Estados 
Americanos. A responsabilidade é subsidiária. Em regra, só atua com o 
esgotamento do sistema interno de proteção. 
• Sistema global ou onusiano  ONU. A responsabilidade é subsidiária. Em 
regra, só atua com o esgotamento do sistema interno de proteção. 
Portanto, do esgotamento do direito interno que resultar omissão, ineficácia ou 
ineficiência na reparação do dano, surge a possibilidade de se postular perante órgãos 
internacionais a proteção contra a violação de direitos. 
OBS.: Via de regra, a responsabilização de um Estado decorre do descumprimento de um 
tratado internacional. Todavia, existem as normas de jus cogens que trata diretamente de 
cláusula ligada à dignidade da pessoa humana, com relação à violação a tais normas, pode 
ocorrer responsabilização de um Estado mesmo que este não tenha assumido compromisso 
internacional e ratificado o tratado internacional que versa sobre o tema. 
3.5 FORMAS DE REPARAÇÃO 
A reparação é a consequência maior do descumprimento da obrigação internacional. 
Entendendo-se por reparação toda e qualquer conduta do Estado infrator para eliminar as 
consequências do fato internacionalmente ilícito, sendo o retorno ao status quo ante a 
essência da reparação, sem excluir outras formas. 
REPARAÇÃO INTEGRAL (RESTITUTIO IN INTEGRUM OU RETORNO AO 
STATUS QUO ANTE) 
É a melhor fórmula na defesa das normas internacionais. Permite a completa eliminação 
da conduta violadora e de seus efeitos, por isso há preferência sobre a prestação pecuniária. 
CESSAÇÃO DO ILÍCITO 
O Estado violador de obrigação internacional deve interromper imediatamente sua 
conduta ilícita, sem prejuízo de outras formas de reparação. A cessação é considerada exigência 
básica para a completa eliminação das consequências do fato ilícito internacional. 
SATISFAÇÃO 
Conjunto de medidas, aferidas historicamente, capazes de fornecer fórmulas 
extremamente flexíveis de reparação a serem escolhidas, em face dos casos concretos, pelo juiz 
internacional. 
Em geral, três modalidades de satisfação são escolhidas: 
• Estado violador reconhece a ilegalidade do fato e declara seu pesar quanto ao 
ocorrido; 
• Fixação de somas nominais e indenização punitiva (“punitive damages”), sendo 
toda a quantia apurada revertida à vítima; 
• Obrigações de fazer, cuja escolha fica a cargo do juiz internacional, de forma a 
reparar adequadamente as vítimas, dentre estas destacamos a reabilitação (apoio 
médico e psicológico necessário às vítimas), estabelecimento de datas 
comemorativas em homenagem às vítimas e inclusão em manuais escolares 
textos relatando as violações de direitos humanos. 
INDENIZAÇÃO 
Pagamento em dinheiro, em geral. Utilizada quando não for possível a eliminação por 
completo da violação pelo retorno ao status quo ante. A indenização deve ser utilizada como 
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forma complementar à reparação integral, se esta for insuficiente para reparar os danos 
constatados. 
GARANTIAS DE NÃO REPETIÇÃO 
Estado garante que a conduta violadora de obrigação internacional não vai mais se 
repetir. Apenas nos casos em que existe risco de repetição da conduta. Pode ser fixado o dever 
do Estado de investigar e punir os responsáveis pelas violações. 
SANÇÕES INTERNACIONAIS 
São mecanismos políticos. A comunidade internacional se junta e sanciona o Estado. Em 
regra, são políticas, mas podem ser econômicas. O problema é que normalmente quem sofre 
com essas sanções é a população vulnerável do Estado violador. 
3.6 CASOS DE CONDENAÇÃO DO BRASIL PERANTE CORTE 
INTERAMERICANA 
CASO XIMENES LOPES VS. BRASIL DATA DA SENTENÇA: 04.07.2006 
RESUMO DO CASO: Damião Ximenes Lopes acometido por uma deficiência mental de 
origem orgânica, proveniente de alterações no funcionamento do cérebro, foi internado na Casa 
de Repouso Guararapes, em Sobral/CE. 
Faleceu em decorrência dos maus tratos sofridos por funcionários da Casa, não tendo 
recebido qualquer assistência médica na ocasião. 
CASO GILSON NOGUEIRA DE CARVALHO E OUTROS VS. BRASIL 
Data da sentença: 28 de novembro de 2006 
Resumo do caso: O caso, apresentado à Comissão Interamericana por entidades de 
proteção de direitos humanos, trata da suposta

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